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Gênero e Saúde:

A vacina contra o HPV


CLEBER VIEIRA, JAQUELINE MOL, MAURO HENRIQUE,
THAMIRES GUERRA, VANDERSON PATRÍCIO.
Gênero e Saúde
O referido tema faz jus a um notório status de
relevância tendo em vista uma reflexão acerca da
incorporação da dimensão de gênero nas políticas de
saúde pública construídas no âmbito do SUS.

Torna-se oportuno destacar o arcabouço ofertado pela


teoria antropológica sobre a questão de gênero, a qual
na direção oposta às ciências naturais e ao pensamento
comum, concebe o masculino e o feminino como
construções sociais em uma realidade contextual,
material e histórica
O que é o HPV? “É uma doença altamente
infecciosa, até mais que o HIV.
Para estar exposto aos vírus, não
precisa necessariamente ter
O HPV (papilomavírus humano) é a doença sexualmente relação sexual com penetração.
transmissível mais comum no mundo. Com mais de cem tipos de As pessoas virgens não estão
vírus, estima-se que 50% da população sexualmente ativa já necessariamente protegidas
tenha sido infectada por algum tipo de HPV. contra o HPV, pois ele pode ser
transmitido por contato sexual,
que envolve sexo oral e carícias”
Embora o preservativo ofereça proteção efetiva, é possível que a explica o Secretário de Vigilância em
transmissão ocorra mesmo com seu uso, uma vez que o parceiro Saúde Jarbas Barbosa.
pode ter verrugas na parte externa dos genitais e na área com
pelos, regiões que não são cobertas pela camisinha, e acabar
transmitindo o vírus. Mas esse fato não exclui o uso do
preservativo, pois sem ele as pessoas ficam mais expostas ao
HPV e a outras DSTs.

A segurança da vacina contra HPV. Disponível em: < http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/> Acesso em: 13/10/2014
Na maioria das vezes, o vírus do HPV é eliminado espontaneamente pelo
organismo, mas em alguns casos ele pode provocar a formação de verrugas na
pele e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da
uretra, além de lesões de alto risco nos órgãos genitais que podem evoluir
lentamente para o câncer de pênis e o de colo de útero.

Segundo dados da OMS, 291 milhões de


mulheres no mundo são portadoras do O tumor peniano é
HPV, sendo que 32% estão infectadas raro e representa
pelos tipos 16, 18 ou ambos, apenas 0,4% dos
responsáveis por 70% dos casos de carcinomas
câncer de colo de útero. Portanto, não há malignos do sexo
dúvida de que as mulheres são as maiores masculino; já o
vítimas dessa DST. câncer de colo de
É o terceiro câncer mais comum
útero é bem mais
entre as brasileiras, atrás apenas
comum
dos tumores de mama e
colorretal.
PREVENÇÃO - Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de
uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a
prevenção do HPV e do anuais consecutivos negativos. câncer
do colo do útero. No entanto, a imunização não substitui a
realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo
nas relações sexuais.
O EXAME DE PREVENÇÃO DO
CÂNCER GINECOLÓGICO, O
PAPANICOLAU, PODE DETECTAR
O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos ALTERAÇÕES PRECOCES NO COLO
DO ÚTERO E DEVE SER FEITO
25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a ROTINEIRAMENTE POR TODAS AS
cada três anos, após dois exames MULHERES. O HPV É UMA DST QUE
PODE CAUSAR CÂNCER
PRINCIPALMENTE NO COLO DO
ÚTERO E NO ÂNUS

Notícias vacina contra HPV. Disponível em: < http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/ Acesso em: 11/10/2014
 Desde o lançamento da vacina, mais de 170 milhões
de doses foram aplicadas no mundo, principalmente
“A vacina foi criada em
em seu país de origem, América do Norte e Europa. 2006, na Austrália, e já faz
parte dos programas de
 Os resultados na redução dos casos de infecção por imunização de mais de 50
países como estratégia de
HPV são animadores: nos Estados Unidos, as infecções saúde pública”, ”
pelos tipos de HPV sobre os quais a vacina atua foram Afirma o dr. Marco Sáfadi, da Sociedade
Brasileira de Pediatria e professor de pediatria
reduzidas à metade. da FCM da Santa Casa de São Paulo.

 Na Austrália observou-se redução de mais de 90%


nos casos de verrugas genitais entre as mulheres da
faixa etária incluída no programa de vacinação.

A segurança da vacina contra HPV. Disponível em: < http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/> Acesso em: 13/10/2014
 Desde 10 de março deste ano, quando a imunização passou a ser
ofertada gratuitamente no SUS, 4,5 milhões de meninas receberam a
primeira dose, o que representa 92,6% do público-alvo

 No Brasil, 914 mil meninas já tomaram a segunda dose, atingindo


18,4% do público-alvo, formado por 4,9 milhões de meninas de 11 a
13 anos. A vacinação da segunda dose começou no dia 1º de
setembro e se manterá no calendário nacional de vacinação do
Sistema Único de Saúde (SUS)

 A vacina contra HPV distribuída no SUS é a quadrivalente, que previne


contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18)
respondem por 70% dos casos de câncer de colo de
útero, responsável atualmente por 95% dos casos de câncer no País
 Neste ano, são vacinadas as adolescentes do 1º grupo, de 11 a 13
anos. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de
9 a 11 anos e, em 2016, às meninas de 9 anos.
Ministro da Saúde vacina menina enquanto é observado pela
presidente Dilma e pelo governador de SP

Notícias vacina contra HPV. Disponível em: < http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/ Acesso em: 11/10/2014
Algumas questões...
Por que só essa faixa etária?¹ Por que o Ministério da Saúde não incluiu
“Essa faixa etária foi escolhida por dois motivos.
os homens na estratégia de vacinação?²
 Primeiro, a vacina é mais efetiva em meninas que
ainda não tiveram contato sexual e não foram Como o objetivo desta estratégia de vacinação é
expostas ao HPV. reduzir casos e mortes ocasionados pelo câncer de
colo uterino, a vacinação será restrita ao sexo
 Segundo, porque é nessa idade que o sistema feminino.
imunológico apresenta melhor resposta às vacinas
Com base em pesquisas feitas pelo IBGE, 28% dos Estudos comprovam que os meninos passam a ser
jovens começam a ter contato sexual a partir dos 13 protegidos indiretamente com a vacinação no
anos, então vacinando essa faixa etária conseguimos grupo feminino (imunidade coletiva ou de rebanho),
um melhor aproveitamento dos efeitos da vacina. [...] havendo drástica redução na transmissão de
Daqui dois anos, todas as meninas até 15 anos verrugas genitais entre homens após a implantação
estarão protegidas”, explica Jarbas. Isso não quer da vacina HPV como estratégia de saúde pública.
dizer que a vacina perca efeito depois do inicio da
vida sexual.

1 - A segurança da vacina contra HPV. Disponível em: < http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/> Acesso em: 13/10/2014
2 - Saúde e você: Vacinação. Disponível em: < http://www.saude.rs.gov.br/conteudo/7880/?Vacina%C3%A7%C3%A3o > Acesso em: 10/10/2014
HÁ EFEITOS COLATERAIS?
 Os efeitos colaterais mais frequentes são: dor e
vermelhidão no local onde foi aplicada a vacina,
mal estar semelhante à gripe, febre, dor de
cabeça e desmaios.

Muitas opiniões de indivíduos sem


embasamento médico-científico consistente
atribuem à vacina uma série de reações adversas
de forma infundada.

Até o presente momento não há nenhum caso


de morte pela vacina.
O susto da vacina
 A hospitalização de 11 garotas em Bertioga (SP), com efeitos
colaterais após a vacinação contra o HPV, deixa pais
preocupados, mas autoridades garantem que o imunizante é
seguro.
 Em comum, todas relataram dor de cabeça, tonturas e
tremedeiras, e foram levadas ao pronto-socorro da cidade.
Oito meninas receberam alta após serem medicadas. Três
jovens, no entanto, apresentaram sintomas mais graves.
Luana Barros e Mariana Lima, 12 anos, não sentiam as
pernas. Já Nathalia dos Santos, 13, tinha dores na coluna e
perda da sensibilidade das mãos.
 No sábado 6, elas foram transferidas para o hospital
Guilherme Álvaro, em Santos, onde realizaram exames de
sangue, raio X e ressonância magnética. Apesar do quadro
apresentado pelas jovens, neurologistas asseguraram que os
resultados estavam normais.
O susto da vacina
A explicação mais plausível para as autoridades
de saúde é que ocorreu uma espécie de
fenômeno de sugestão coletiva. “O quadro das
11 adolescentes pode ser avaliado como uma
síndrome de estresse pós-injeção, algo que
acontece também com outras vacinas”,
garantiu o secretário de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Ele afirma que as vacinas são consideradas um
dos produtos médicos mais seguros do mundo.
Já a possibilidade de problemas com o lote de
vacinas foi descartada. “Não houve falhas de
refrigeração ou armazenamento”, afirmou a
médica Helena Sato, diretora de Imunização da
Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
A vacinação contra o HPV no cenário mundial

A vacina contra o HPV é utilizada por outros países há 6 anos. Diversos estudos, que
monitoraram milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte,
excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes. Existem relatos
de casos de dor e de desmaio, não inviabilizando a vacinação, visto que os benefícios
superam tais reações.
Apontaram também que tanto as pessoa que receberam as vacinas como as que
receberam os placebos utilizados nos grupos de controle apresentavam os mesmos
sintomas.
O governo japonês suspendeu a recomendação da vacina após a reação da sociedade
civil, pela ocorrência de problemas após a aplicação como convulsões encefalites
agudas e polineurites.
DISCUSSOES DE GENERO

•Desinformação e preconceito, entre eles o


religioso, estão dificultando a campanha de
vacinação contra o HPV em escolas e postos de
“Eu as ensino que o sexo só deve acontecer após o
saúde
casamento. Então, se eu permitir que sejam
vacinadas pensando numa vida sexualmente ativa
antes do casamento, eu estaria indo totalmente
contra aquilo que creio e vivo". Questionada sobre a
possibilidade de os futuros maridos das filhas terem o
vírus, ela responde com o argumento de que ela
própria pode vir a ter a doença. "O futuro a Deus
pertence. Não acredito na bondade deste governo,
distribuindo uma vacina tão cara. Nada é de graça
nesta vida". ( Aline Ramos )
Porque vacinar só
meninas?
Falta informação, sobra ignorância....
Quando o assunto é saúde, prevenção nunca é demais..

“Os posts nas redes sociais têm um poder


incrível de influenciar as pessoas, mas muitas
vezes não têm nenhuma base confiável”, alerta.
“A visão de que vacina é um estímulo à vida
sexual precoce, por exemplo, baseia-se em
preconceitos”, diz o especialista.

O paciente deve sanar todos os tabus com


relação às DST (doenças sexualmente
transmissíveis) através de aprendizado e diálogo
com o parceiro ou parceira. Não haverá
considerável diminuição desta doença em nosso
meio caso se continue desvinculando o HPV do
relacionamento sexual
Propostas e justificativas do Ministério
da Saúde em relação à vacinação
A infecção pelo HPV preocupa, pois é a DST mais
frequente, sendo que cerca de 50% da população
sexualmente ativa entrará em contato com o vírus
em algum momento.

No tocante ao impacto desta nova tecnologia para


o SUS e para a política de atenção oncológica, a
vacinação não substituirá a realização regular do
exame Papanicolaou (preventivo), tratando-se de
mais uma estratégia possível para o enfrentamento
do problema, ainda que haja muitas perguntas sem
resposta.
Propostas e justificativas do Ministério
da Saúde em relação à vacinação
É preciso que fabricantes, imprensa, profissionais e autoridades de saúde estejam conscientes de
sua responsabilidade. É imprescindível esclarecer sob que condições a vacina pode se tornar um
mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e
desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção que
vêm sendo realizadas.

Um comitê de Acompanhamento da Vacina, formado por representantes de diversas instituições


ligadas à Saúde e liderado pelo INCA, avalia, periodicamente, se é oportuno recomendar a
vacinação em larga escala no país. Até o momento, o comitê decidiu pela não incorporação da
vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações (PNI).
PRATICA INVESTIGATIVA

• PBH- GERED-N PSE –Programa Saúde na Escola – Profissional Anderson – Formação:


Jornalismo (PUC-MG)

•Centro de Saúde Tupi – Profissional: Ana – Técnica de enfermagem – Vacinação

•PBH GERASA-N – Profissional: Flavia – Referencia técnica em imunização – Formação:


Enfermagem
DADOS QUANTITATIVOS
Quantas crianças foram vacinadas na Primeira Fase em BH na rede de escolas municipais? Nas escolas
Municipais da regional norte?

De um total de 2195 foram Vacinadas: 1901 Faltosas: 278 recusas: 15 Percentual Atingido: 86,6%
diferença : 294

Escola recorte: ESCOLA MUNICIPAL FRANCISCO CAMPOSQual o Índice de adesão na primeira dose para a
escola recorte?

De um total de 128 foramVacinadas: 107 Faltosas: 21 recusas: S/I Percentual Atingido: 83,59 diferença 21

E para a segunda dose no centro de saúde para a escola recorte ?

Das 107 da primeira dose 92 alunas foram vacinadas ou seja 71%

Inferimos que para a escola recorte 29 % de não adesão até a 2ª dose.


Referências Bibliográficas
FERRAZ, Dulce; KRAICZYK, Juny. Gênero e Políticas Públicas de Saúde – construindo respostas para o enfrentamento das desigualdades no âmbito do SUS. Revista
de Psicologia UNESP, v.9, n.1, p.70-82, 2010.

MEDEIROS, Tainah. A Segurança da Vacina contra HPV. Disponível em: < http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/ > acesso em: 12
out 2014.

LABOISSIÈRE , Paula. HPV: meninas de 11 a 13 anos devem receber segunda dose da vacina. Disponível em: <
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-09/hpv-meninas-entre-11-e-13-anos-devem-receber-segunda-dose-da-vacina > Acesso em: 14 out 2014.

GUARESEMIN, Carmen; PRONIN Tatiana . Médico autor de artigo que circula na web faz críticas à vacinação do HPV. Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2014/03/16/para-alguns-medicos-e-cedo-para-dizer-se-a-vacina-do-hpv-e-segura-e-eficaz.htm. Acesso em: 01
nov 2014.

POLÍTICO, Pragmatismo. Mães evangélicas boicotam a vacina: Disponível em: < http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/03/maes-evangelicas-boicotam-
vacinacao-de-filhas-contra-hpv.html > Acesso em: 15 out 2014

ORLANDI, Letícia. - Vacina contra o HPV é alvo de críticas; tire dúvidas. Disponível em:
<http://sites.correioweb.com.br/app/50,114/2014/03/12/noticia_saudeplena,147887/vacina-contra-o-hpv-e-alvo-de-criticas-tire-duvidas.shtml > acesso em: 13 out 2014

COLLUCCI, Cláudia. Os senões da vacina contra o HPV. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiacollucci/2014/01/1403702-os-senoes-da-
vacina-contra-o-hpv.shtml > Acesso em: 20 out 2014

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