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Cronograma Componente Curricular

Paciente adulto
Quimioterapia, radioterapia e nomenclatura neoplásica
Professor: Júlio César Bandeira Festa

QUIMIOTERAPIA (QT)

Tratamento que consiste na utilização de fármacos para a lisura/destruição de células que mutaram, para a forma de
tumor (neoplasma – anormalidade/mórbida de crescimento do tecido celular). A quimioterapia ou também conhecidas
como terapia oncogênica, reage de forma diferenciada; devido a isto há inúmeras oferta onco-farmacológica. Os
fármacos oncológicos se misturam ao sangue e são transportados para as células mutadas (oncológicas), que estão
formando tumor. Porém a medicação infundida faz com que haja a cessação da divisão celular cancerígena.
A QT, pode ser oferecida como tratamento único ou concomitante com outro tratamento; seja invasivo (cirúrgico) ou
radioterapia.

Tratamento: é realizado em ambiente controlado, ou seja, em área com suporte e insumos apropriados para o
tratamento. Além disso, o tratamento é administrado por enfermeiros especializados e técnicos(as) de enfermagem.
Porém não necessariamente que o tratamento deva ser realizado apenas por uma via de administração do fármaco, há
outras:
 Oral: em forma de comprimidos, cápsulas e suspensão (ou seja, o medicamento está suspenso em uma
fórmula líquida);

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 Intravenosa: o fármaco é injetado diretamente na veia por cateter periférico, cateter monolúmen, cateter
duplolúmen, por cateter PICC (cateter venoso central de inserção periférica – inserção pelo enfermeiro
especializado ou médico) ou porto-cath (cateter totalmente implantado sob o osso sub-clávea).

 Intramuscular: a medicação é injetada diretamente em músculo profundamente.

 Intracraneal: o fármaco é injetado na medula espinhal espinhal (no líquor – líquido cefalorraquidiano) por
médico anestesiologista em sala de centro cirúrgico.

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 Subcutâneo: o fármaco é injetado no tecido subcutâneo (hipodérmico).

 Tópico: na pele o mucosa tecidual, em forma de líquido viscoso ou pomada; aplicado apenas na região
afetada.

O tempo do tratamento é relativo ao planejamento e o tipo de tumor, ou seja, varia de caso a caso. O tratamento não
deve ser suspenso. Apenas o médico indica o final do mesmo. A aplicação do fármaco QT não causa dor e o tempo de
aplicação depende, também, do tratamento e do tipo de tumor. Porém há diferença onde o paciente para receber os
fármacos oncológicos pode estar internado ou realizar a aplicação em regime ambulatorial. Observações devem ser
realizadas em fármacos de QT administrados em via intravenosa perifericamente, no que tange o risco de irritação,
pois há drogas extremamente irritantes, que agridem as veias onde são infundidas (braços), o que impossibilita muitas

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vezes a aplicação do medicamento perifericamente por causar dor e fragilidade. E há o risco de necrose tecidual
(devido a agressão do fármaco); motivo que se indica o acesso venoso central para pacientes usuários de QT.

Atividades de vida diária (AVD’s): o paciente não deve parar as atividades de vida diária. Porém é importante que
qualidade do sono seja adequada, seja o dormir ou repousar. Outros tratamentos e medicamentos devem ser
informados ao médico. Se o paciente faz uso de bebida etílica (bebida alcoólica) deve consumir o mínimo possível,
devido que pode haver alterações com medicamentos concomitantes a QT, que são administrados; como antibióticos,
tranquilizantes e para dormir. A queda de cabelo (alopécia), deve ser orientado que é natural a queda de cabelo, porém
o mesmo volta a crescer quando finaliza o tratamento; importante oferecer outras formas de não se manter
“desconfortável” com a falta de cabelos, como oferecer o uso de bonés, perucas, lenços ou chapéus. A menstruação
apresenta alterações no ciclo e também no fluxo sanguíneo podendo ser aumentado ou diminuído ou cessar por
completo (o médico deve ser comunicado). O tratamento odontológico deve acontecer o mais breve possível que se
diagnostique a doença oncológica; isto se deve por que há o risco de infecções virais e bacterianas, pois a imunidade
do paciente está baixa; e microrganismos como estes que entram na corrente sanguínea podem provocar sepse.

Efeitos adversos/indesejáveis da QT: fraqueza (evitar o esforço físico e aumentar o descanso), diarreia (hidratar-se e
alimentar-se adequadamente), perda de peso (ingestão de carboidratos com acompanhamento médico e nutricional),
aumento de peso (acompanhamento médico e nutricional ingerir mais frutas e cortar o sal dos alimentos), feridas na
boca (aftas, herpes labial simples, leucoplasia (placa na garganta branca) e a candidíase (sapinho)) manter a higiene
bucal com escova dental macia, o enxágue da boca com água deve ser com água filtrada. Enjoo e vômitos deve-se
evitar temperos e grande quantidade de comida de uma vez só, evitar alimento gorduroso. O paciente deve estar
sempre acompanhado de uma outra pessoa, seja para onde for ou o que for fazer passear ou fazer aplicações de
fármacos QT.

Outros cuidados devem ser observados, em pacientes que estejam em tratamento de QT:
 barbear-se com cuidado, para não se cortar (risco de infecção);
 evitar retirar as cutículas (risco de infecção);
 usar hidratante, sem álcool, na pele em caso de ressecamento da mesma;
 não usar nenhum produto que tenha em sua composição álcool;
 em caso de febre persistente acima de 38ºC procurar o médico;
 manchas e placas vermelhas no corpo procurar o médico;
 dor ou ardência para urinar, dor em qualquer parte do corpo que não seja do tratamento; procurar o médico;
 sangramento que demore para parar, dispneia ou apneia (momentânea) e/ou diarreia por mais de 48 horas
procurar o médico.

A cada consulta de retorno, a cada aplicação de quimioterápico realizada, o enfermeiro e o médico devem ser
informados de todo e qualquer sinal e/ou sintoma que o paciente tenha; entre uma consulta e outra ou entre uma
aplicação e outra.

RADIOTERAPIA

Tratamento onde se utiliza radiações para destruir um tumor ou impedir que o número de células aumentem. A
radioterapia pode ser usada concomitante com a quimioterapia.
Em média 50% dos pacientes estão usando o tratamento de radioterapia; que tem como objetivo a diminuição do
tamanho do tumor, aliviando a pressão, reduzindo hemorragias e dores. A quantidade de aplicações de radioterapia
pode variar conforme a extensão e localização do tumor. A área a ser atingida é delimitada por médico com tinta
vermelha, pois é a forma de delimitar a área a ser atingida pela radiação.
Efeitos colaterais da radioterapia:
Cansaço: diminuir as atividades e descansar;
Inapetência (falta de apetite) e dificuldade para ingerir alimentos: fracionar a quantidade de vezes para se alimentar.
Alimentos leves; a saliva espessa pode alterar o sabor dos alimentos;
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Reação da pele: pode haver prurido (coceira), hiperemia (vermelhidão), irritada, queimada ou bronzeada, seca e
escamosa. Pode haver hipertermia igual ou superior a 38ºC, assim como dores, assaduras e bolhas. Sendo assim é
aconselhável: lavar o local afetado com água e sabão e enxaguar com toalha macia, não usar cremes na área atingida
pela radiação, evitar a luz solar até o fim do tratamento e usar fator de proteção solar mínimo 15 (FPS15), evitar
roupas justas e/ou sintéticos.

NOMENCLATURA DO TUMORES

A nomenclatura dos diferentes tipos de câncer está relacionada ao tipo de célula que deu origem ao tumor. Como o
corpo humano possui diferentes tipos de células que formam os tecidos, o nome dado aos tumores depende do tipo de
tecido que lhes deu origem.
● Nos tumores benignos, a regra á acrescentar o sufixo -oma (tumor) ao termo que designa o tecido que os
originou.
Exemplos:
• Condroma (grego khóndros): tumor benigno do tecido cartilaginoso;
• Lipoma: tumor benigno do tecido gorduroso;
• Adenoma (grego adén, -énos, glândula): tumor benigno do tecido glandular.

● Nos tumores malignos, considera-se a origem embrionária dos tecidos de que deriva o tumor:
Exemplo:
• Tumores malignos originados dos epitélios de revestimento externo e interno são denominados carcinoma;
quando o epitélio de origem é glandular, passam a ser chamados adenocarcinomas. Ex.: carcinoma de células
escamosas, carcinoma basocelular, carcinoma sebáceo.
• Tumores malignos originados dos tecidos conjuntivos (mesenquimais) têm o acréscimo de sarcoma ao final
do termo que corresponde ao tecido. Ex.: tumor do tecido ósseo – osteossarcoma.

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Ainda sobre a nomenclatura dos tumores, cabe ressaltar que, geralmente, além do tipo histológico, acrescenta-se a
topografia. Ex.:
• Adenocarcinoma de pulmão;
• Adenocarcinoma de pâncreas;
• Osteossarcoma de fêmur.

Entretanto, há exceções. A nomenclatura dos tumores pode ser feita também das seguintes formas:
• Utilizando o nome dos cientistas que os descreveram pela primeira vez (ou porque sua origem celular
demorou a ser esclarecida, ou porque os nomes ficaram consagrados pelo uso) Ex.: linfoma de Burkitt (a
primeira descrição desta doença foi realizada em 1958 pelo médico irlandês Denis P. Burkitt, que observou grande prevalência de um
tumor altamente agressivo que atingia de forma endémica em crianças na África equatorial), sarcoma de Kapossi (foi assim
chamado pelo médico Moritz Kaposi que o descreveu pela primeira vez em 1987) e tumor de Wilms (Tumor de Wilms ou
nefroblastoma é um tumor dos rins que tipicamente ocorre em crianças, sendo raro em adultos. Seu nome é um epônimo em
homenagem ao médico Max Wilms, cirurgião alemão (1867-1918), que foi a primeira pessoa a descrever este tipo de tumor).
• Utilizando nomes sem citar que são tumores, como por exemplo: doença de Hodgkin (a doença tem este nome em
homenagem ao médico inglês Thomas Hodgkin, o primeiro a descrever a condição em 1832) ; mola Hidatiforme (do grego-latino
molar, massa e hydatisiaforme, aquosa. Martiniano Fernandes e colaboradores publicaram em 1957 um trabalho sobre “Mola
Hidatiforme: alguns dos seus problemas histopatológicos e clínicos”. Outro trabalho publicado foi o de Pellanda EB intitulado
“Diagnóstico e Tratamento da Mola Hidatiforme”) e micose fungoide (A denominação fungóide foi dada pelo dermatologista
francês, Jean-Louis-Marc Alibert, em 1806, porque em alguns pacientes severos esses tumores pareciam cogumelos (fungoide
significa, parecido com um fungo). Embora os não surgiram sequer neoplasia, trata-se de tumores do sistema
linfático, de tecido placentário e da pele, respectivamente.

Bibliografia:

1. Smeltzer, Suzanne C., Bare, Brenda G. Brunner & Suddarth – tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ªed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005;
2. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA) – coordenação geral de ações estratégicas –
coordenação de educação (CEDC). ABC do Câncer – abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de
Janeiro: INCA, 2011.

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