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AULA 4

TRATAMENTO DO CÂNCER

PROF: MSª DÉBORA RANGEL ARRUDA


O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, quimioterapia, radioterapia 
ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de
uma modalidade.
CIRURGIA
A cirurgia oncológica é um tipo de tratamento do
câncer que consiste na retirada do tumor através de
operações no corpo do paciente. Quando indicada, sua
intenção é remover totalmente o tumor.
O câncer em sua fase inicial pode ser controlado, ou
mesmo curado, através do tratamento cirúrgico,
atualmente considerado um dos tripés para o
tratamento da doença, ao lado da quimioterapia e da
radioterapia. Vale ressaltar que a abordagem múltipla
do tratamento, associando diversas modalidades
terapêuticas, costuma gerar melhores resultados em
termos de cura, sobrevida e qualidade de vida.
 O ato cirúrgico pode ter finalidade curativa, sobretudo quando há detecção precoce do tumor e
é possível sua retirada total; ou finalidade paliativa, quando o objetivo é de reduzir a
quantidade de células tumorais ou de controlar sintomas que comprometam a qualidade da
sobrevivência do paciente. Alguns exemplos de tratamentos paliativos são: a descompressão
de estruturas vitais, o controle de hemorragias e perfurações, o desvio de trânsitos aéreo,
digestivo e urinário, o controle da dor
 O procedimento cirúrgico deve ser realizado sempre sob anestesia, em ambiente adequado e
com material e equipe devidamente preparados para a intervenção. Além disso deve considerar
simultaneamente aspectos técnicos, como o conhecimento sobre a doença e seu estágio de
desenvolvimento, a retirada integral do tumor com cuidado para não deixar que a doença se
espalhe durante o ato, a retirada de todos os locais para onde a doença possa ter se espalhado
(gânglios e outros órgãos); bem como aspectos relacionados ao adequado preparo do paciente
e seus familiares sobre as alterações fisiológicas e/ou mutilações que poderão ocorrer por
causa do tratamento cirúrgico.
 A cirurgia oncológica também é uma forma de avaliar a extensão da doença. Ou seja, em
alguns casos, o estadiamento do câncer só é possível de ser certificado durante o ato cirúrgico.
QUIMIOTERAPIA

O que é quimioterapia?

É um tipo de tratamento em que se utilizam


medicamentos para combater o câncer. Estes
medicamentos se misturam com o sangue e são
levados a todas as partes do corpo, destruindo as
células doentes que estão formando o tumor e
impedindo, também, que se espalhem.
COMO É ADMINISTRADA A
QUIMIOTERAPIA?
 Via oral (pela boca)
São remédios em forma de comprimidos, cápsulas e líquidos, que você pode tomar em casa.
 Intravenosa (pela veia)
A medicação é aplicada na veia ou por meio de cateter (que é um tubo fino colocado na veia), na forma
de injeções ou dentro do soro.
 Intramuscular (pelo músculo)
A medicação é aplicada por meio de injeções no músculo.
 Subcutânea (abaixo da pele)
A medicação é aplicada por meio de injeção no tecido gorduroso acima do músculo.
 Intratecal (pela espinha dorsal)
É pouco comum, sendo aplicada no líquor (líquido da espinha), administrada pelo médico, em uma
sala própria ou no centro cirúrgico.
 ópica(sobre a pele)
O medicamento, que pode ser líquido ou pomada, é aplicado na pele.
COMO É FEITO O
TRATAMENTO?
Após a consulta médica e a liberação dos exames
laboratoriais, sua quimioterapia será marcada e você
receberá do enfermeiro da central de quimioterapia
orientações sobre o seu tratamento, de acordo com a
prescrição médica. O tratamento, que será
administrado por profissionais capacitados da equipe
de enfermagem, pode ser feito das seguintes
maneiras:
Ambulatorial
O paciente vem de sua residência para receber
otratamento e volta para casa.

Internado
O paciente é hospitalizado durante todo o período do
tratamento.
A QUIMIOTERAPIA CAUSA DOR?

 A única dor que você deverá sentir é a da "picada" da agulha na pele, na hora de puncionar a
veia para fazer a quimioterapia. Algumas vezes, certos remédios podem causar uma sensação
de desconforto, ardência, queimação, placas avermelhadas na pele e coceira. Avise
imediatamente ao profissional que estiver lhe atendendo se você sentir qualquer um desses
sintomas.
 Não estou sentindo mais nada. Por que ainda estou fazendo quimioterapia?
 O fato de você não estar sentindo mais nada, não significa que as aplicações devam ser
suspensas. É um sinal que você está respondendo bem ao tratamento e o seu médico indicará o
momento em que as aplicações deverão terminar em função das características de sua doença.
 Existem outros tipos de tratamento associados à quimioterapia?

Sim, a radioterapia e cirurgia.
A MINHA VIDA PRECISA
MUDAR?
 A sua vida não precisa mudar e você poderá manter suas atividades de lazer e trabalho. Porém,
é possível que você sinta necessidade de repousar nos primeiros dias após o tratamento.
 Se você sentir que o tratamento está interferindo com o seu trabalho e lazer, converse com o
seu médico.
 E as minhas atividades sexuais?

A quimioterapia não interfere necessariamente com as atividades sexuais. Essas atividades
podem ser mantidas normalmente. Porém, alguns assuntos devem ser abordados:
 Uso de preservativos
A camisinha deve ser utilizada com rigor, para proteger o casal caso ocorra eliminação de
quimioterapia no sêmen ou secreção vaginal. Além disso, ela pode prevenir infecções caso
estejam no período de baixa imunidade.
 Reprodução e sexualidade
A quimioterapia pode causar efeitos indesejáveis, como a suspensão temporária da
menstruação, a menopausa precoce nas mulheres e andropausa nos homens, levando a
disfunções sexuais, ondas de calor, ressecamento vaginal e perda da libido. Caso você deseje
ter filhos, aconselhe-se com o seu médico.
 Gravidez
Durante o tratamento quimioterápico a gravidez deve ser evitada, já que os remédios podem
causar má formação fetal. Consulte o seu médico quanto ao melhor método contraceptivo a ser
usado durante seu tratamento.
POSSO TOMAR OUTROS
REMÉDIOS?
 Caso tenha outros problemas de saúde informe ao seu médico. mas, a princípio, não interrompa
o uso de remédios. Caso você precise de consulta médica fora do INCA, informe ao médico que
já está em tratamento aqui no Instituto e sobre os remédios que estiver tomando. Avise também
ao seu médico do INCA sobre a consulta externa.
 Posso tomar bebidas alcoólicas?

Você não está proibido de tomar bebidas alcoólicas, a não ser que esteja tomando antibióticos e
tranquilizantes, porém é aconselhável parar ou evitar o consumo durante o tratamento
quimioterápico.

 Como os quimioterápicos são eliminados do corpo?



Após fazer o efeito desejado, a medicação é eliminada do corpo, principalmente através da
urina, mas também pode ser encontrada nas fezes, vômito, suor, lágrimas e sêmen.
EFEITOS COLATERAIS
Queda de cabelo
A queda do cabelo pode ser total ou parcial e leva
geralmente de 14 a 21 dias. Alguns clientes nessa fase
preferem cortar o cabelo antes de cair. Outros já
preferem esperar que ele caia para, então, tomar a
decisão de cortar e/ou usar bonés, lenços e perucas.
Não se preocupe, pois este efeito é temporário e
reversível e o cabelo voltará a crescer após o término
da quimioterapia. O INCA possui serviço de
voluntariado que empresta perucas durante o
tratamento. Ao sentir-se angustiado, converse com o
médico e/ou enfermeiro sobre seus sentimentos e se
necessário procure o serviço de psicologia.
Prisão de ventre
Ocorre quando há dificuldade de evacuar e/ou quando
há retenção de fezes por vários dias.
Recomenda-se:
• Optar por alimentos ricos em fibras como: laranja,
mamão, ameixa, uva, vegetais e cereais integrais;
• beber mais líquidos(água, sucos, refrescos, por
exemplo);
• Realizar alguns exercícios físicos leves como, por
exemplo, caminhar;
• Estabelecer um horário regular para evacuar.
Caso a prisão de ventre persista, procure seu médico.
Diarreia
Ocorre quando há alterações no volume, frequência e
consistência das fezes. Alguns remédios podem causar
diarreia em maior ou menor intensidade.
Recomenda-se:
• Dar preferência aos alimentos gelados, líquidos e
pastosos;
• Dar preferência a alimentos sem gorduras e
condimentos como: arroz, batata, cenoura, banana,
maçã, caju, goiaba, frango;
• Beber pelo menos dois litros de líquido(água, sucos,
chás, refrescos, por exemplo) por dia.
Caso persista a diarreia por mais de dois dias, procure
seu médico.
Feridas na boca
A quimioterapia pode provocar o aparecimento de
feridas parecidas com aftas na boca, estômago e
intestino.
Recomenda-se:
• Inspecionar diariamente a boca;
• Manter a boca sempre limpa, principalmente após as
refeições, utilizando escova de dentes com cerdas
macias;
• Evitar alimentos ácidos, condimentados, de
consistência dura e quentes.
Enjoo e vômito
Alguns remédios utilizados produzem uma irritação
nas paredes do estômago e intestino, causando enjôo
e/ou vômitos.
Nesses casos, recomenda-se:
• Tomar os remédios contra enjoos e vômitos
conforme orientação médica, e não somente quando
apresentar os sintomas;
• Evitar alimentos e carnes gordurosos e
condimentados(pimenta, cominho);
• Alimentos frios ou em temperatura ambiente e
bebidas gasosas são bem tolerados(sorvetes, gelatina);
• Procurar se alimentar mais vezes por dia e em
pequenas quantidades;
• Procurar se alimentar em ambiente calmo e tranquilo
e livre de odores;
• Mastigar bem os alimentos;
• Não realizar esforços físicos após as refeições.
Hiperpigmentação
Alguns remédios utilizados no tratamento
quimioterápico podem causar escurecimento da pele
quando exposta aos raios solares, principalmente nas
dobras das articulações, nas unhas e no trajeto das
veias.
Recomenda-se:
• Aplicar protetor solar fator 30 nas áreas expostas ao
sol;
• Evitar exposição ao sol das 10 às 16 horas;
• Usar chapéu ou boné para proteger a face e a cabeça;
• Manter a pele sempre hidratada usando cremes sem
álcool e sem hormônio.
Anemia, leucopênia e trombocitopênia
Os remédios usados para combater as células doentes
também destroem algumas das células sadias do
nosso organismo. As mais afetadas são as do sangue,
como os glóbulos brancos, que defendem nosso
organismo de infecções, os glóbulos vermelhos, que
transportam oxigênio para todas as partes do nosso
corpo, e as plaquetas, que atuam na coagulação do
sangue. Quando as taxas sanguíneas diminuem,
podem aparecer sintmoas como cansaço aos
pequenos esforços, falta de ar, palidez, febre, pintas
avermelhadas na pele, manchas roxas e vermelhas e
sangramentos.
Recomenda-se:
• Evitar lugares fechados, sem ventilação e com
aglomeração de pessoas;
• Evitar o contato direto com animais domésticos e
suas extretas;
• Manter boa higiene corporal e bucal;
• Inspecionar regularmente a pele, a boca, o ouvido e o nariz à procura de alguma lesão e/ou manchas;
•  Proteger a pele de ferimentos ao se depilar, barbear, cortar as unhas e não espremer cravos e
espinhas;
•  Procurar ter um bom sono e repouso;
•  Manter uma dieta saudável, rica em legumes, verduras, frutas, cereais e pobre em gorduras;
•  Medir a temperatura sempre que perceber qualquer alteração.
 Não faça uso de vacinas(campanhas ou regulares) sem a autorização do seu médico.
 Procure o hospital em caso de:
•  Febre igual ou superior a 37,8ºC;
•  Pintas ou manchas avermelhadas na pele;
•  Sangramentos;
•  Palidez e cansaço aos pequenos esforços.
RADIOTERAPIA

O que é radioterapia?

A radioterapia é um tratamento no qual se utilizam


radiações ionizantes (raio-x, por exemplo), que são um
tipo de energia para destruir ou impedir que as células
do tumor aumentem. Essas radiações não são vistas e
durante a aplicação você não sentirá nada.
QUAIS OS BENEFÍCIOS DA
RADIOTERAPIA?
 A maioria dos pacientes com câncer é tratada com radiações e o resultado costuma ser muito
positivo. O tumor pode desaparecer e a doença ficar controlada, ou até mesmo curada.
 Quando não é possível obter a cura, a radioterapia pode contribuir para a melhoria da
qualidade de vida. Isso porque as aplicações diminuem o tamanho do tumor, o que alivia a
pressão, reduz hemorragias, dores e outros sintomas, proporcionando alívio aos pacientes.
 Em alguns casos a radioterapia pode ser usada em conjunto com a quimioterapia,que é o uso
de medicamentos específicos contra o câncer. Isso vai depender do tipo de tumor e da escolha
do tratamento ideal para superar a doença.
 Durante o seu tratamento podem surgir efeitos colaterais. Por isso, uma vez por semana você
terá uma consulta de revisão com seu (sua) médico (a) e também será acompanhado na
consulta de enfermagem.
COMO É FEITA A
RADIOTERAPIA?
 O número de aplicações necessárias pode variar de acordo com a extensão e a localização do
tumor, dos resultados dos exames e do estado de saúde do paciente.
 De acordo com a localização do tumor, a radioterapia pode ser feita de duas formas:
 Radioterapia externa ou teleterapia
A radiação é emitida por um aparelho, que fica afastado do paciente, direcionado ao local a ser
tratado, com o paciente deitado. As aplicações são, geralmente, diárias.
 Braquiterapia
Aplicadores são colocados pelo médico, em contato ao local a ser tratado, e a radiação é
emitida do aparelho para os aplicadores. Esse tratamento é feito no ambulatório (podendo
necessitar de anestesia), de uma a duas vezes por semana.
COMO FUNCIONA A RADIOTERAPIA EXTERNA?
 Na radioterapia externa, o paciente ficará deitado sob o aparelho, que estará direcionado para a
área do corpo a ser tratada. Sendo na área de cabeça e pescoço você utilizará uma máscara que
ajudará a manter a posição correta durante o tratamento. Se a área for no corpo serão feitas
marcações com uma tinta especial no local para os técnicos de radioterapia te posicionarem
corretamente, antes de iniciar o tratamento.
 Etapas do tratamento da Radioterapia Externa
1ª ETAPA:
CONSULTA MÉDICA
 Um médico radioterapeuta irá examiná-lo, fará uma série de perguntas para saber tudo o que
tem ocorrido com você e pedirá alguns exames, se necessário. Quando os exames estiverem
prontos, serão definidos o tipo e o tempo do tratamento.
2ª ETAPA:
PROGRAMAÇÃO DO
TRATAMENTO
Para programar o tratamento, é utilizado um aparelho
chamado simulador ou tomógrafo, que ajuda o médico
a delimitar a área a ser tratada, marcando a pele com
uma tinta vermelha. Essas marcações não devem ser
retiradas antes do término do tratamento, por isso
evite banhos prolongados e proteja as marcações.
A fim de que a radiação atinja somente a área a ser
tratada, em alguns casos, um molde de plástico poderá
ser feito (como uma máscara, por exemplo), para
ajudar a manter a cabeça na mesma posição durante a
aplicação. Nesse caso, a marcação da área a ser tratada
é feita na máscara, e não na pele.
3ª ETAPA:
FÍSICA MÉDICA
A ficha da programação é encaminhada para a sala da
Física Médica, onde são feitos os cálculos para
assegurar que a dose aplicada será igual à prescrita. E
os físicos são responsáveis pelo controle de qualidade
dos equipamentos.
4ª ETAPA:
APLICAÇÕES
Você receberá um cartão contendo o local e o nome do
aparelho no qual será tratado, o nome do seu médico, o dia e a
hora da aplicação. Nos dias e horários marcados, você
entregará este cartão para o técnico de radioterapia e
aguardará ser chamado para a sala do aparelho
Durante a aplicação, você ficará sozinho na sala, posicionado
na mesa de tratamento. Não se preocupe, pois o técnico
responsável estará na sala de controle, ao lado, observando
tudo por um monitor de TV.
Após você ser posicionado pelo técnico de radioterapia na
maca do aparelho deverá ficar imóvel, para que a radiação não
ultrapasse os limites da área marcada para o tratamento.
A máscara ou molde do seu tratamento será guardada na sala
do aparelho, para ser usada sempre que você vier receber a
aplicação. As aplicações com radiação ionizante acontecem de
segunda a sexta-feira e são marcadas no cartão do paciente. É
importante que você não falte nenhum dia, para não
prejudicar o seu tratamento.
COMO FUNCIONA A
BRAQUITERAPIA?
 Dependendo do tumor e da anatomia do paciente podem ser utilizados diversos dispositivos
(cateteres, aplicadores) para o tratamento, sendo que alguns necessitam de sedação. A sedação
é realizada para evitar desconfortos no momento da colocação desses aplicadores.
 A fonte de radiação sai do aparelho, percorre cateteres que são ligados aos aplicadores e
irradia próximo a área a ser tratada, depois a fonte retorna ao aparelho fazendo o mesmo
trajeto. Não se preocupe, quando termina o tratamento o paciente não sai “transmitindo”
radiação aos outros. O procedimento com sedação demora mais tempo.
ETAPAS DO TRATAMENTO
DA BRAQUITERAPIA
 Para explicar um pouco como acontece o tratamento usaremos como exemplo o tipo mais
comum, a braquiterapia para tumores ginecológicos.

1ª etapa:
Consulta médica
Semelhante a radioterapia externa, é necessário uma
consulta médica com um radio-oncologista para avaliar
as condições físicas do paciente, exames prévios ou
solicitar outros, caso necessário.
2ª etapa:
Consulta de Enfermagem
Tem por objetivo orientar o paciente sobre os cuidados
que ele deve ter antes de cada sessão e ao final do
tratamento. As orientações serão de acordo com o tipo
de aplicador utilizado.
3ª etapa:
Consulta com Anestesista
(procedimento com sedação)
Antes do procedimento propriamente dito um
anestesista conversará com o paciente para avaliar se
as condições clínicas permitem a aplicação de uma
sedação. Esta avaliação ocorre através do risco
cirúrgico e pela história clínica.
4ª etapa:
O planejamento e o
procedimento do tratamento
• No dia do tratamento, o paciente trocará de roupa e utilizará
um robe e uma touca e será encaminhado a sala de
tratamento. Sendo a pelve a área tratada, o paciente ficará na
posição ginecológica e será passado uma sonda vesical e
posicionado o aplicador.
• Após o posicionamento do aplicador, será realizado um exame
de imagem para o Físico calcular a dosagem necessária para o
tratamento. Depois de calculada a dose, o médico confere e
libera o início o tratamento. Neste momento o paciente fica
sozinho na sala mas é observado pela equipe por um monitor
de TV, e um intercomunicador, possibilita a comunicação entre
o paciente e a equipe a qualquer momento.
• Ao término do tratamento é retirado o aplicador, o paciente é
encaminhado a uma sala onde será fornecido um lanche e se
tiver feito anestesia será avaliado pelo anestesista para
liberação de retorno a sua residência.
ATENDIMENTOS E
CONSULTAS
 ATENDIMENTO NO SERVIÇO SOCIAL
 O Serviço Social atende com consulta agendada. A proposta principal é orientar sobre os
direitos sociais do paciente oncológico. Ex.: Previdência Social (auxíliodoença, aposentadoria,
benefício assistencial, tratamento fora de domicílio, saques de PIS e FGTS, passe livre etc.)
 Importante:
Você pode ter conhecimento prévio sobre os seus direitos. Informe-se sobre os horários e
locais de atendimento do Serviço Social na sua unidade e marque uma consulta.
 ATENDIMENTO NA NUTRIÇÃO
 O Serviço de Nutrição atende aos pacientes ambulatoriais mediante marcação de consultas. Os
atendimentos são individuais e em grupo, conforme o tipo de tratamento.
 O horário de atendimento é das 8h às 16h, de segunda a sexta-feira, podendo ser marcada
consulta no local ou por telefone em qualquer de nossas unidades.
 REVISÃO MÉDICA
 A partir da segunda semana de aplicação você terá uma consulta de revisão com seu médico, para
realizar um exame físico e avaliar os efeitos do tratamento.
 Uma vez por semana é feito o controle do médico e do enfermeiro para diminuir os efeitos que
possam surgir.
 CONSULTA DE ENFERMAGEM DA RADIOTERAPIA EXTERNA
 A partir da primeira semana de tratamento, você participará de um grupo educativo sobre os
cuidados com a pele irradiada e será acompanhado com consultas subsequentes para que seja
avaliada as reações da pele.
 Veja a seguir alguns cuidados:
 É necessário que beba, no mínimo, de dois a três litros de líquido por dia (água, sucos, água de
coco, chás e outros), para que sua pele se mantenha hidratada. Caso tenha alguma restrição
para beber líquidos, seguir a recomendação médica.;
 Após a aplicação da radiação, aplique uma camada fina de creme hidratante indicado pelo
enfermeiro, massageando o local com leveza até perceber que a pele está quase seca.;
 Lembre-se de que, antes de iniciar cada aplicação do tratamento da radioterapia, sua pele deve
estar limpa, sem resíduos de quaisquer cremes ou pomadas!;
 Evite banhos quentes; procure tomar banho com água morna e sabonete não perfumado, de
preferência neutro;
 Seque a pele com leves toques com a toalha, evite coçar a área que está recebendo a radiação.;
 Não use a força do jato d’água do chuveiro ou ducha diretamente na pele irradiada.;
 Não exponha a área tratada ao sol e a banhos de mar ou piscina.;
 Ao fazer curativo na pele, evite o uso de esparadrapos ou adesivos na região irradiada. Utilize
de preferência ataduras para fixação. Em caso de aparecimento de feridas na área tratada, siga
a orientação do enfermeiro ou do seu médico.;
 Lembre-se sempre: o fumo faz mal à saúde e traz mais complicações durante o tratamento.;
ABAIXO ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE
COMO CUIDAR DA PELE DE ACORDO COM A
REGIÃO DO CORPO:
• Apare os pelos da barba com tesoura ou barbeador
elétrico. Evite o uso de lâminas ou ceras para não ferir
a pele.
• Utilize bonés ou chapéus de abas largas e sombrinha
para proteger sua pele do sol.
• Use blusas de cor clara e de tecido de algodão com a
gola até o início do pescoço. Evite roupa de gola rolê.
• Escove os dentes e a língua todas as vezes que você
se alimentar. Pode ser realizado bochechos com
enxaguatório bucal sem álcool. É importante realizar a
higiene oral para diminuir o aparecimento de feridas
na boca, mesmo que você use sonda nasoenteral,
gastronomia ou não tenha dentes.
• Evite roupas justas e de tecido sintético. Caso a área
tratada for a mama, evitar o uso de sutiã; ao usar dê
preferência aos de algodão e sem aro metálico na
região de sustentação das mamas. À noite, se possível,
ficar sem o sutiã.
• Não depile a axila com lâminas ou ceras depilatórias,
caso seja essa a área tratada.
• Não use qualquer creme, desodorante, talco ou
perfume na área tratada.
• Evite fontes de calor nas tarefas domésticas e em seu
trabalho, como por exemplo, caso necessite cozinhar
usar as bocas de trás do fogão.
• Evite o uso do papel higiênico, lave o local com água e
sabonete neutro. Se possível, dê preferência a
sabonete líquido íntimo.
• Evite roupas justas, jeans ou lycra. Dê preferência a
calcinha ou cueca largas e de tecido de algodão. À
noite, se possível ficar sem a roupa íntima.
• Não depilar a área tratada com lâminas ou ceras
depilatórias.

Lembre-se de que a consulta de enfermagem para


avaliação da sua pele será uma vez por semana ou a
cada 15 dias.
EFEITOS COLATERAIS
 Cada pessoa reage de forma diferente ao tratamento. Alguns efeitos indesejáveis são
frequentes e relacionados à área do tumor e geralmente ocorrem no final da segunda semana
de aplicação da radiação. Os mais frequentes são:
Região cabeça e pescoço
Alterações no paladar, dor ao engolir. Reações na pele
(pele ressecada, escurecida e/ou avermelhada, ou com
feridas) e na boca (aftas ou feridas) que podem causar
dor e dificuldade para se alimentar. E boca seca ou
saliva grossa.

Região torácica
Cansaço, reações na pele (pele ressecada, escurecida
e/ou avermelhada), perda de pelos no local do
tratamento, coceira na área tratada, perda de apetite e
náuseas.
Região pélvica
Cansaço, alteração do ritmo intestinal (diarreia ou
prisão de ventre), reações da pele (pele ressecada,
escurecida, avermelhada, ou com feridas), perda de
pelos no local de tratamento, coceira na área tratada e
ardência ao urinar.

Não falte as suas consultas. A Equipe Multiprofissional


do Serviço de Radioterapia lhe ajudará a lidar melhor
com os efeitos colaterais.
TRANSPLANTE DE MEDULA
ÓSSEA
 O que é o transplante e quando deve ser feito?
 O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que
afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas e consiste na substituição de
uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo
de reconstituição de uma medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a
medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O
transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do
sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

 Este tipo de tratamento é proposto em casos de doenças no sangue como a anemia aplástica
grave (que se caracteriza pela falta de produção de células do sangue na medula óssea);
mielodisplasias e em alguns tipos de leucemias (tipo de câncer que compromete os leucócitos,
afetando sua função e velocidade de crescimento). Nesses casos, o transplante é complementar
aos tratamentos convencionais, como a leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica,
leucemia linfoide aguda. No mieloma múltiplo e linfomas, o transplante também pode ser
indicado.
O QUE É MEDULA ÓSSEA?
 É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente
por 'tutano'. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias
(glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias
transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás
carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos nos defendem das
infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.
COMO É FEITO O
TRANSPLANTE?
 O processo tem início com testes específicos de compatibilidade, onde são analisados amostras
do sangue do receptor e do doador para que se tenha a total compatibilidade entre as partes e a
medula não seja rejeitada pelo receptor. A partir disto, o doador é submetido a um
procedimento feito em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente
duas horas. São realizadas múltiplas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é
aspirada a medula. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.
 Para receber o transplante, o paciente é submetido a um tratamento que ataca as células
doentes e destrói a própria medula. Então, ele recebe a medula sadia como se fosse uma
transfusão de sangue. Uma vez na corrente sanguínea, as células da nova medula circulam e
vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem.
QUAIS OS POSSÍVEIS RISCOS
PARA O PACIENTE E PARA O
DOADOR?
 Para o paciente, os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas
utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com
uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns
órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra
hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com
medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode
acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do
paciente.
 Para o doador, os riscos são poucos. Dentro de poucas semanas, a medula óssea estará
inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas
e cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no
procedimento operatório. Os sintomas que podem ocorrer após a doação - dor local, astenia
(fraqueza temporária), dor de cabeça, em geral - são passageiros e controlados com
medicamentos simples, como analgésicos.
PRINCIPAIS SINAIS DE ALERTA APÓS O
TRANSPLANTE

Febre (temperatura igual ou maior que 38º C)

Calafrios ou mal estar

Problemas com o cateter

Mudanças na cor ou na consistência das fezes


Contato com pessoas portadoras de
Enjôo e vômitos doenças infecciosas, como:
catapora, tuberculose, herpes,
doenças venéreas, sarampo,
rubéola, entre outras.

Dores em qualquer local do corpo

Qualquer tipo de alteração na pele

Tosse ou falta de ar

Dificuldades de tomar a medicação prescrita (por


enjôo, vômitos etc
ABAIXO ESTÃO OS ÓRGÃOS MAIS SENSÍVEIS AO
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA. OBSERVE E ENTRE EM
CONTATO COM O LOCAL DE TRATAMENTO CASO PERCEBA:
 Pele
  Erupções ou vesículas (bolhas)
  Coceiras
  Alterações na textura: ausência de elasticidade ou endurecimento da pele
  Mudança na cor da pele
 Boca
 Secura
  Dor
  Sensibilidade para alguns tipos de alimentos, cremes dentais e soluções antissépticas
  Sangramentos
  Inchaços
  Dor e perda de dentes
  Ferimentos
  Aparecimento de cáries
 Olhos
  Vermelhidão, irritação e secreções
  Alterações da visão
  Sensação semelhante à areia nos olhos
  Secura e ausência lágrimas ou hiperlacrimejamento
 Trato Gastro-intestinal
 Diarréias ou dores abdominais persistentes devem ser comunicadas, pois podem ser
manifestações da doença enxerto-contra-hospedeiro
  Falta de apetite
  Perda de peso
  Enjôo e vômitos
  Aumento do número de evacuações e modificações na consistência, cor, odor ou presença de
sangue nas fezes
 Trato genital e urinário
  Mudança no aspecto da urina: cor, odor, secreções ou sangramentos
  Dor ou necessidade freqüente de urinar
  Modificações no fluxo, intensidade e número de dias nos períodos de menstruação
 Vias aéreas superiores e pulmões
 Acúmulo de secreções em vias aéreas(nariz, boca, faringe)
  Resfriados
  Tosse (com ou sem secreção)
  Dificuldades para respirar
  Sangramento pelo nariz ou dores de cabeça
PREDISPOSIÇÃO ÀS
INFECÇÕES
 Durante o primeiro ano as defesas contra infecções ainda não estão recuperadas. Portanto,
todo cuidado é pouco para prevenir infecções.
 Evite contato com animais, plantas e pessoas com doenças contagiosas (como sarampo,
catapora, caxumba e outras). Entre em contato conosco caso tenha tido contato com pessoas
com essas doenças.
 Evite contato com crianças que receberam vacinas de sarampo, rubéola e Sabin(para
poliomielite), pois os vírus destas vacinas serão eliminados durante 3 a 4 semanas.
 Algumas infecções podem ser transmitidas por germes encontrados em piscinas, açudes,
lagoas e praias. Evite tomar banho nestes locais ao longo do primeiro ano depois do
transplante.
 Evite receber muitas visitas. Muitas pessoas podem portar infecções sem perceber.
CUIDADOS PALIATIVOS
O QUE SÃO OS CUIDADOS
PALIATIVOS?
 Definição
 São os cuidados de saúde ativos e integrais prestados à pessoa com doença grave, progressiva
e que ameaça a continuidade de sua vida.
 Objetivo
 Promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares através da prevenção e alívio do
sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação
cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais,
psicológicos e espirituais.
QUANDO DEVE INICIAR?
 O mais precoce, sempre que possível.
 Podem vir associados ao tratamento com objetivo de cura da doença a fim de auxiliar no
manejo dos sintomas de difícil controle e melhorar as condições clínicas do paciente.
 À medida que a doença avança, mesmo em vigência do tratamento com intenção curativa, a
abordagem paliativa deve ser ampliada visando também cuidar dos aspectos psicológicos,
sociais e espirituais.
 Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se torna
prioritário para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade.
 A transição do cuidado com objetivo de cura para o cuidado com intenção paliativa é um
processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente.
ONDE O PACIENTE PODE
RECEBER OS CUIDADOS
PALIATIVOS?
 Para os pacientes com melhor capacidade funcional e de deslocamento até o hospital são
disponibilizadas as consultas no Ambulatório, o que é ideal para a manutenção de sua
autonomia e mobilidade.
 Aos que já apresentam uma capacidade funcional comprometida e que por isso são impedidos
de comparecer ao hospital, é ofertada a Assistência Domiciliar.
 Em situações agudas o paciente tem à sua disposição o serviço de Emergência para
atendimento presencial e orientações por telefone 24 horas.
 Nos casos em que são necessários o monitoramento mais detalhado, a intervenção imediata
dos profissionais e os cuidados ao fim de vida.
QUEM SÃO OS PROFISSIONAIS
ENVOLVIDOS EM OFERECER
OS CUIDADOS PALIATIVOS?
 A abordagem ao paciente e família é feita por uma equipe multiprofissional composta por
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos,
fonoaudiólogos e farmacêuticos, em atividades diretamente ligadas às necessidades
biopsicossociais. Entretanto, administrativos, motoristas, capelães, voluntários e cuidadores
também acompanham e apoiam os membros da família e da equipe em prol do bem-estar do
paciente.

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