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UC 16 Prestar assistência de enfermagem em

Cuidados Paliativos – Desconfortos


grastrointestinais
Docente: Eliza Rodrigues
Na aula de hoje ...
Vamos abordar os sintomas mais
prevalentes e que causam
desconforto e sofrimento no
processo de morrer: dor, dispneia,
constipação, náuseas e vômitos,
entender a importância da
Segurança do Paciente que são
ações voltadas à redução do risco
de dano no cuidado com a saúde. A
abordagem dessas condições são
fundamentais para uma boa morte
• Cuidar de pacientes graves, com doenças irreversíveis e
progressivas já se configura um desafio diário na prática dos
Cuidados Paliativos.
• O lugar dos Cuidados Paliativos não-oncológicos está sendo
progressivamente reconhecido, especialmente em condições
neurológicas rapidamente fatais.
• Pacientes com essas doenças possuem necessidades diferentes
dos portadores de câncer e podem ser caracterizados como
portadores de sintomas de desconforto relacionados com sua
condição neurológica, com duração e intensidade muito variáveis.
Devido ao comprometimento cognitivo, muitas vezes os sintomas
são avaliados indiretamente, por meio da percepção de familiares
e cuidadores.
Metas Internacionais da Segurança do
Paciente

• Identificar o paciente corretamente.


• Melhorar a eficácia da comunicação.
• Melhorar a segurança dos medicamentos de
alta vigilância.
• Assegurar cirurgias com local de intervenção
correto, procedimento correto e paciente
correto.
• Reduzir o risco de infecções associadas a
cuidados de saúde.
Manejo de sintomas
Para o controle de sintomas é importante considerar dois aspectos
fundamentais:
• O primeiro é que sintoma é tudo aquilo que o paciente subjetivamente
considera incômodo, em qualquer dimensão ou em múltiplas
simultaneamente. Pode ser dor, dispneia, náusea, tristeza,
entre outros.
• O segundo aspecto é que a estratégia-chave para o bom controle de
sintomas envolve três etapas
Atentar-se aos detalhes no controle
de sintomas compreende considerar
aspectos sutis, porém fundamentais
para que a terapêutica seja eficaz.
Exemplo: antever possíveis efeitos
indesejados da terapêutica antálgica
que requeiram antecipação de
prescrição medicamentosa de
laxativos; colocar-se numa postura
aberta de escuta sem julgamentos,
valorizando a queixa e a expressão
do paciente; a disponibilidade para
rever e adequar vias de administração
e doses, entre outros
Principais sintomas grastrointestinais
Xerostomia- boca seca
• Causas: redução da saliva (desidratação)
• Desordens estruturais das glândulas salivares (radioterapia, cirurgia, infiltração tumoral)
• Drogas (opíodes, diuréticos, anticolinérgicos, anti depressivos, anticonvulsivante)
• Lesão da mucosa (radioterapia)
• Aumento da evaporação (respiração, tabagismo, oxigenoterapia).
• Idade, ansiedade

ALTERAÇÕES DA MUCOSA ORAL


• Comum após radioterapia e quimioterapia. Acarreta perda da ingestão oral, aumenta doença
periodontal, causa desconforto social e predispõe a infeções. Ocorre devido a debilidade
orgânica, diminuição da ingesta oral, uso de drogas, ansiedade, respiração oral e tumoração
local.
Principais sintomas grastrointestinais
Estomatite
• Causas: Quimioterapia, radioterapia, xerostomia, má higiene
oral, desnutrição, infecção uso de drogas.
• Infecções secundárias: Candidiase, infecção viral e bacteriana

Disfagia
• Dificuldade de deglutir, sintoma frequente nos últimos dias de vida e que se
manifesta por meio de salivação excessiva, tendência a manter a comida na boca,
sensação de sufocação, tosse, regurgitação nasal, dor orofaríngea e pela
dificuldade de deglutir sólidos, a qual evolui para inabilidade com líquidos e saliva.
Principais sintomas grastrointestinais
Náuseas e vômitos
• Ocorrem em 60% dos pacientes com câncer avançado.
• Particularmente prevalecente em tumor de mama, estômago ou
tumores ginecológicos. 60% dos pacientes recebendo opióides,
especialmente no início da terapêutica apresentam esses sintomas
que desaparecem em poucos dias.
Principais sintomas grastrointestinais
ASCITE
• Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal. Acarreta desconforto
abdominal, aumento do volume abdominal, náuseas e vômitos.
Consideramos ascite pequena /média a que necessita drenagem a
cada 15 dias ou mais e ascite volumosa a que necessita drenagem
com intervalo menor do que 15 dias.
• Dica de leitura: https://www.mdsaude.com/gastroenterologia/ascite/
Principais sintomas gastrointestinais
ANOREXIA

• Perda do apetite é o 2º sintoma mais comum em


pacientes com câncer avançado, presente em 65% -
85% dos casos. Estudos demonstram que o apetite e a
habilidade de comer são mais importantes do que a
força física e habilidade de trabalhar.
• Apetite e ingestão alimentar são fatores importantes na
qualidade de vida para o paciente.
• Descartar candidíase oral, dor, impactação fecal,
náuseas, uso de fármacos e hipercalcemia.
Principais sintomas grastrointestinais
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
• Situação na qual o trânsito através do trato gastrointestinal é retardado
ou obstruído.
• Maior causa é carcinomatose peritoneal – mais frequente no tumor de
ovário – 40 % , seguida de tumor de cólon e retal – 20 %, e pâncreas,
estômago e colo de útero.
• 30 % dos pacientes tem patologia obstrutiva benigna.
Sintomas: vômitos, dor distensão abdominal peristalse aumentada
parada de eliminação de gases e fezes
Principais sintomas grastrointestinais
• OBSTRUÇÃO INTESTINAL

• Fatores de risco: imobilidade, baixa ingesta hídrica, dieta com pouca fibra,
hipocalemia, hipercalcemia, uso de opiáceos, uso de ALGUNS
antidepressivos , uso de hioscina.
• Pode ser causado por compressão tumoral do intestino ou invasão do plexo
lombossacral. Desconforto familiar e falta de privacidade também podem ser
agentes causadores.
• Usualmente pode ser identificado por queixa de anorexia, náuseas, vômitos,
dor abdominal e incontinência urinária, obstrução intestinal delírio em
idosos.
Principais sintomas grastrointestinais
DIARRÉIA

• Evacuação líquida de 3 ou mais episódios ao dia. Ocorre em 5% a


10% dos pacientes com câncer avançado.
• Excluir a falsa diarréia causada por fecaloma, obstrução intestinal
parcial, intolerância alimentar, cólon irritável, ansiedade ou medo.

Sugestão: https://www.youtube.com/watch?v=W3L4GYSmBwQ
Principais sintomas grastrointestinais
Fadiga, sudorese e prurido
• Esses sintomas têm em comum o fato de serem pouco
reconhecidos, valorizados ou tratados pelos médicos. Após o
controle inicial dos sintomas como dor, náuseas e vômitos ou
dispneia, as queixas de fadiga, sudorese ou prurido muitas vezes
assumem grande proporção do sofrimento sentido pelos pacientes
sob Cuidados Paliativos, e por isso devem receber a mesma
atenção por parte dos médicos e de toda a equipe multiprofissional,
ainda que as opções terapêuticas sejam mais escassas ou menos
efetivas.
Principais sintomas grastrointestinais
• Soluço: Apesar de parecer um sintoma simples, em Cuidados
Paliativos é fundamental que se dê importância a ele, justamente por
causar desconforto ao paciente.
• A experiência clínica aponta que em casos de neoplasias avançadas a
distensão gástrica seria a causa principal do soluço, provavelmente por
esta condição clínica ser comumente encontrada nestes doentes.
• Não havendo melhora, medicações pró-cinéticas (metoclopramida,
cisaprida, domperidona) são indicadas.
• Há relatos do uso de Midazolam, nos casos de soluços de difícil
controle, e outros relatos do uso de olanzapina.
• Leitura complementar:
• https://www.scielo.br/j/rdor/a/3Vtn74msRR94xyhgmWTQg5w/?format=
html&lang=pt
• https://escsresidencias.emnuvens.com.br/hrj/article/view/350/339
• https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/2648/429
• chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://files.bvs.br/upload/
S/1806-0013/2010/v11n4/a1648.pdf
• https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/10753/6358
• chrome-
extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://portalacademico.
unifei.edu.br/files/produtoassociado/arquivos/Manual%20-
%20A%20arte%20do%20Cuidar-%20corpo.pdf
Não há quem não deseje uma boa morte. E o Para refletir
que é uma boa morte?
Para alguns é morrer dormindo ou sedado no
hospital; para outros é manter a capacidade
mental funcionante até o final, sendo
possível se despedir dos familiares e amigos
e morrer cercado deles.
O paciente sob cuidados paliativos sabe de
alguma maneira que vai morrer e
dificilmente solicitará à equipe medidas que
visem prolongar sua vida a qualquer custo.
O que ele solicitará é que não seja
abandonado, que seja cuidado até o final e
que não sofra desnecessariamente, com
sintomas que podem ser controlados.
Referências:
• http://www.oncoguia.org.br/conteudo/derrame-pleural/1326/109/, acesso em
18/09/2022
• https://pt.slideshare.net/leticiaspina/manual-de-cuidados-paliativos-
25468534, acesso em 19/09/2022
• https://www.infoescola.com/farmacologia/antitussigenos/, acesso em
20/09/2022
• Finitude e cuidados paliativos no envelhecimento, Capítulo 4 Principais
alterações e intervenções assistenciais em cuidados paliativos – parte
1
• file:///C:/Users/denise.cvsilva/OneDrive%20-
%20sp.senac.br/UC%2016/Cris/Hipodermoclise.pdf, acesso em 22/09/2022

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