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Transtornos alimentares

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA



DOS ÓRGÃOS
PROFESSORA ISABELLA MONNERAT
ALUNOS DA TURMA 71
Introdução
Segundo a Sociedade Brasileira de Psiquiatria Clínica (SBPC), a cada ano milhões de pessoas desenvolvem graves
transtornos do comportamento alimentar. Muitas acabam colocando sua vida em risco;
Apesar dos transtornos alimentares serem consideradas síndromes das sociedades ocidentais modernas é
evidenciado que essas tendências aparecem desde os tempos antigos;
Está se tornando cada vez mais comum essas doenças atingirem crianças de 9 a 12 anos e também homens –
principalmente aqueles que exercem alguma profissão relacionada com o corpo -;
A prevalência dessas doenças tem crescido de forma significativa e por isso torna-se importante a disseminação
de informações confiáveis, a fim de que as pessoas passem a conhecer mais sobre os transtornos alimentares e
os seus riscos.
O que são transtornos
alimentares
Os transtornos alimentares são desvios do comportamento alimentar que podem
levar ao emagrecimento extremo (caquexia), obesidade entre outros problemas
físicos, psíquicos e incapacidades. Dentre os principais transtornos existentes
estão a bulimia nervosa e a anorexia nervosa que apesar de estarem intimamente
relacionadas por apresentarem em comum a mesma patogenia, acabam
possuindo características distintas.
Anorexia Nervosa
Caracteriza-se pela incapacidade do cliente de manter um peso corporal normal mínimo,
possuindo medo intenso de ganhar peso ou ficar gordo, tendo a percepção significativamente
distorcida da forma ou do tamanho corporais e firme incapacidade ou recusa em reconhecer a
gravidade do problema ou aceitar que existe algum problema (APA, 2000).

Bulimia Nervosa
É um transtorno da alimentação caracterizado por episódios recorrentes (pelo menos duas vezes por semana durante
três meses) de compulsão alimentar, seguida de comportamentos compensatórios inapropriados, destinados a evitar
ganho de peso, como purgação, jejum ou exercícios físicos em excesso. A quantidade de alimentos consumida durante
o episódio de compulsão é muito maior do que uma pessoa comeria normalmente, e logo a pessoa sofre com
sentimento de culpa, remorso, vergonha ou autodesprezo.
O distúrbio é mais recorrente em mulheres jovens, mais de 90%. Mais
comum em mulheres do que em homens cerca de 20 vezes
Raramente as manifestações ocorrem antes da puberdade, mas podem
ocorrer nas crianças no período escolar, mesmo sendo raro 45% das
crianças de ambos os sexos querem ser magras e 37% tentam perder
peso, uma pequena parte dela desenvolve o transtorno alimentar
A idade de maior ocorrência de AN é aos 17 e dificilmente ocorre em

Dados epidemiológicos mulheres com mais de 40 anos. A incidência de AN são cerca de pelo
menos 8 por cada 100.000 por pessoas anualmente . Estima-se que
2.500 novos casos apareçam, 45% dos casos ocorrem após dietas de
emagrecimento.Já a BN é rara antes dos 12 anos, é caracterizado por
jovens mulheres e adolescentes tem um predomínio de 1,1% a 4,2%
Os números dos homens com AN e BN podem ser mais expressivos
incluindo os atletas. Por serem menos dispostos a pedirem ajuda,os
dados não são precisos
Sobre a recuperação das pessoas com anorexia ou bulimia nervosa
estudos apontam que:

40% dos casos se recuperam totalmente, 30% se recuperam, conseguem o ganho


de peso e retorno da menstruação, mas, existe uma preocupação com a imagem.
20% torna-se crônico e 5 a 10% acabam por falecer vítimas da patologia
Sinais e Sintomas
BULIMIA NERVOSA ANOREXIA NERVOSA SINTOMAS EM COMUM

Dentes deteriorados ou lascados Queda de cabelo Perda de peso

Destruição do esmalte dos dentes Constipação Preocupação exagerada com o físico

Aparição recorrente de cáries Dificuldade de concentração Prática exagerada de exercícios

Problemas precoces nas articulações e ossos Forte necessidade de controlar o ambiente Amenorreia

Alteração de personalidade Sintomas depressivos Hipossalivação

Úlcera gástrica Intolerância ao frio Hipersensibilidade


A assistência da enfermagem
A grande maioria dos enfermeiros normalmente vê o gerenciamento de medicamentos e
o encaminhamento de pacientes para serviços profissionais apenas como ações no
tratamento de saúde mental.
Enfermeiros que entram em contato com pacientes com transtornos mentais pela
primeira vez devem aprender a voltar sua atenção primeiro para o paciente e suas
necessidades.
Como o primeiro contato pode ser estressante, um atendimento humanizado e
diferenciado será de grande valia para o sucesso do tratamento.
Ouvir o paciente com atenção e interesse e, mais importante, valorizar a comunicação
não verbal, deve ser um elemento-chave de todo aconselhamento.
Para enfermeiros que nunca foram expostos ao campo da saúde mental, a falta de
procedimentos invasivos pode parecer desconexa.
Construir um vínculo de confiança entre enfermeiros e pacientes é a melhor forma de
tratar esses casos. Pois os pacientes com transtornos alimentares podem necessitar de
internação hospitalar como resultado das complicações e dessa forma as vezes
apresentam quadros de negação, vergonha, dificuldade em lidar com o profissional da
saúde e medo, precisando assim, de estabilização diante do tratamento, e para isso é
necessário o vínculo citado anteriormente.
Exame físico da enfermagem
Em relação aos transtornos alimentares é relevante realizar
primeiramente o exame no sentindo céfalo-podálico - da cabeça aos
pés -, avaliando a queda de cabelo, hidratação, rachaduras dos lábios,
mucosas secas, condição dental (pois a erosão do esmalte dos dentes
se desenvolve por causa da exposição frequente do suco gástrico
devido aos vômitos), presença de cortes ou contusões no interior da
boca (resultado do uso de objetos como dedos e escovas de dentes
para induzir ao vômito).
Também é necessário, avaliar o sistema cardiovascular, respiratório e
digestivo, pois, existem inúmeras complicações como arritmias
cardíacas, pneumonia, indigestão e irregularidade menstrual (AHACIC,
2016). Com a atuação competente do profissional de enfermagem, é
possível diagnosticar precocemente agravos, e assim, realizar
orientações e intervenções, caso necessário.
Psicofarmacologia indicada
O tratamento farmacológico dos TA tem mudado nas últimas três décadas. Um número
substancial de pesquisas envolvendo a farmacoterapia da (AN), (BN) tem sido publicadas.
Apesar da intervenção farmacológica mostrar-se útil no manuseio clínico dos TA certas questões
mantêm-se abertas e mais estudos são necessários. Os avanços recentes na pesquisa de novas
abordagens farmacológicas para o tratamento da BN, renovam as esperanças do surgimento de
melhores tratamentos para os TA, inclusive AN. Para pacientes com BN os antidepressivos são os
fármacos mais estudados e largamente utilizados como intervenção farmacológica. Idéias novas
e provocativas, tais como o topiramato e o ondansetron, tem sido atualmente examinadas. Para
os pacientes com AN, entretanto a ausência de uma opção farmacológica cuja eficácia tenha sido
demonstrada convincentemente é desapontadora levando-se em conta a gravidade desta
condição clínica. Novas abordagens, enfocando basicamente a prevenção de recaídas com a
fluoxetina e o uso dos novos agentes antipsicóticos, estão sendo avaliadas. Mais recentemente a
sibutraminae o topiramato têm-se mostrado agentes promisssores.
Psicofarmacologia indicada
O efeito de longo-prazo das medicações ainda não foi estabelecido. O tempo mínimo de
tratamento é de 6 meses. Mesmo a médio-prazo (4-6 meses) a interrupção precoce da medicação
é acompanhada de taxas elevadas de recaída. Estudos recentes evidenciaram que pode haver
uma redução nas taxas de recaída com o uso continuado absorção completa do antidepressivo
devido aos vômitos. Antes de prescrever um fármaco para um paciente com transtorno do
comportamento alimentar o clínico deve estar afeito com as principais indicações terapêuticas,
assim como com o perfil de eventos adversos dos medicamentos nesta população. Pacientes com
transtornos alimentares apresentam um grande número de complicações clínicas concomitantes
que devem ser consideradas antes da prescrição de um agente farmacológico.
Possíveis ações de reabilitação
Terapia Nutricional: Os pacientes

que se encontram neste quadro costumam afirmar
ter “grandes conhecimentos” sobre os alimentos, mas estes conhecimentos são
restritos a conteúdos calóricos. Cabe a este profissional mudar esta visão, ajudando o
paciente a entender suas verdadeiras necessidades nutricionais e escolher um dieta
que tenha maior variedade de alimentos.
Acompanhamento Psiquiátrico: É necessário que o paciente faça este acampamento
para se utilizar da farmacologia correta que possa ajudá-lo durante o tratamento.
Psicoterapia: O paciente precisa ter um acompanhamento com o psicólogo, onde a
psicoterapia em grupo é a mais indicada por proporcionar uma rede de apoio
psicológico, principalmente nas questões desencadeadas pelo tratamento, como a
ansiedade, o sofrimento das mudanças na vida desde paciente, e a aceitação ou não
desse tratamento. Nesse sentido, o grupo fornece um espaço seguro para a expressão
emocional e troca de experiências.
Conclusão
Dessa forma, é possível concluir que a anorexia e a bulimia nervosa são diagnosticadas através de alguns sintomas de fácil
observação, o papel enfermeiro é de vital importância nesse momento, onde uma avaliação minuciosa no exame físico e
principalmente a criação de um vínculo entre cliente e profissional é de grande ajuda nesse momento, pois alguns clientes podem
necessitar de internação para tratar alguma intercorrência vinda do transtorno e essa interação é vital para o resultado do
tratamento. E que é sugerido que esses pacientes façam acompanhamentos nutricional, psicológico e psiquiátrico, para que o mesmo
entenda a verdade sobre suas necessidades nutricionais. O número de pessoas atingidas por algum distúrbio alimentar cresce
Referências
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Referências
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Acesso em: (10/05/2022).

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