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UNICE – ENSINO SUPERIOR

IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

TRATAMENTOS MEDICAMENTOS

ELTON DAMACENO LIMA


FAGNER BATALHA FERREIRA
FERNANDA MARIA DA SILVA HOLANDA
FRANCISCO JAMES LAURIANO
GLAYDSON FREITAS DA COSTA

Fortaleza – Ceará
2016.1
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INTRODUÇÃO

A adesão ao tratamento é fundamental para o gerenciamento


de uma doença crônica. De acordo com a Organização Mundial de Saúde - OMS,
adesão ao tratamento é a medida com que o comportamento de uma pessoa –
tomar a sua medicação, seguir a dieta e/ ou mudar seu estilo de vida – corresponde
às recomendações de um profissional de saúde. Isso significa que para o efetivo
controle de uma doença crônica é preciso seguir todas as orientações médicas.
Essas muitas vezes incluem, além de tomar a medicação prescrita de forma
contínua, adotar algumas mudanças no estilo de vida.

Apesar da importância de aderir ao tratamento, em muitos


casos os pacientes não o fazem. Segundo a OMS, não há como negar que
pacientes têm dificuldade em seguir o tratamento recomendado. A baixa adesão (ao
tratamento de doenças crônicas) é um problema mundial de magnitude
impressionante. A adesão ao tratamento de longo prazo em países desenvolvidos é
em torno de 50%. Em países em desenvolvimento as taxas são ainda menores.

Além disso, muitos pacientes interrompem o tratamento de


longo prazo de sua doença à medida que essa é controlada. No entanto, essa
atitude pode representar risco à saúde, como o retorno dos sintomas, o
aparecimento de complicações e, em alguns casos, o surgimento de resistência ao
medicamento.
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1.0 O CANCÊR

Câncer é o nome genérico para um grupo de mais de 200


doenças. Embora existam muitos tipos de câncer, todos começam devido ao
crescimento anormal e fora de controle das células. É também conhecido como
neoplasia. A ciência que estuda o câncer se denomina Oncologia e é o oncologista o
profissional que trata a doença. Os cânceres que não são tratados podem causar
doenças graves e morte.

O corpo é composto de trilhões de células vivas. Essas células


normais do corpo crescem, se dividem e morrem de forma ordenada. Durante os
primeiros anos de vida de uma pessoa, as células normais se dividem mais
rapidamente para permitir que a pessoa se desenvolva. Depois, na fase adulta, a
maioria das células se divide apenas para substituir células desgastadas ou células
que morrem ou para reparar danos.

1.1 Como o Câncer Começa

O câncer se inicia quando as células de algum órgão ou tecido


do corpo começam a crescer fora de controle. Esse crescimento é diferente do
crescimento celular normal. Em vez de morrer, as células cancerosas continuam
crescendo e formando novas células anômalas. As células cancerosas também
podem invadir outros tecidos, algo que as células normais não fazem. O crescimento
fora de controle e invadindo outros tecidos é o que torna uma célula em cancerosa.

O corpo humano é formado por milhões de células que se


reproduzem por meio de um processo chamado divisão celular. Em condições
normais, esse processo é ordenado e controlado e é responsável pela formação,
crescimento e regeneração dos tecidos saudáveis do corpo.

Em contrapartida, existem situações nas quais estas células,


por razões variadas, sofrem uma mudança tecnicamente chamada de
carcinogênese, e assumem características aberrantes quando comparadas com as
células normais. De modo que, essas células perdem a capacidade de limitar e
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controlar o seu próprio crescimento passando, então, a multiplicarem-se muito


rapidamente e sem nenhum controle.

As células se tornam cancerosas devido a um dano no DNA. O


DNA é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas de
todas as células. Nós normalmente nos parecemos com nossos pais, porque eles
são a fonte do nosso DNA. No entanto, o DNA nos afeta muito mais do que isso.

Alguns genes têm instruções para controlar o crescimento e a


divisão das células. Os genes que promovem a divisão celular são chamados
oncogêneses. Os genes que retardam a divisão celular ou levam as células à morte
no momento certo são denominados genes supressores do tumor. Os cânceres
podem ser causados por alterações no DNA que se transformam em oncogêneses
ou por desativação dos genes supressores do tumor.

As pessoas podem herdar um DNA anômalo, mas a maioria


dos danos do DNA é causada por erros que ocorrem quando a célula normal está se
reproduzindo ou por exposição a algum elemento no meio ambiente. Às vezes, a
causa do dano no DNA pode ser algo óbvio, como o tabagismo ou a exposição ao
sol. Mas é raro saber exatamente o que causou o câncer de determinada pessoa.

Na maioria dos casos, as células cancerígenas formam um


tumor. No entanto alguns cânceres, como no caso da leucemia, raramente formam
tumores. Em vez disso, estas células cancerosas acometem o sangue e órgãos
hematopoiéticos e circulam por tecidos onde elas se desenvolvem.

1.2 Como o Câncer se Espalha

As células cancerosas costumam se espalhar para outras


partes do corpo onde elas começam a crescer e formar novos tumores. Isso
acontece quando as células cancerosas entram na corrente sanguínea ou nos vasos
linfáticos do corpo. Ao longo do tempo, os tumores irão substituir o tecido normal.
Esse processo de disseminação do câncer é denominado metástase.
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1.3 Como os Cânceres se Diferenciam

Independentemente do local para onde a doença de espalhou,


o tipo de câncer leva o nome do local onde se originou. Por exemplo, o câncer de
mama que se disseminou para o fígado é denominado câncer de mama metastático,
e não câncer de fígado. Da mesma forma, o câncer de próstata que se espalhou
para os ossos é chamado de câncer de próstata metastático, e não tumor ósseo.

Diferentes tipos de câncer podem se comportar de formas


distintas. Por exemplo, o câncer de pulmão e o câncer de pele são doenças muito
diferentes, que se desenvolvem de formas diferentes e respondem a distintos tipos
de tratamentos. Por essa razão os pacientes com câncer precisam receber o
tratamento adequado para seu tipo de câncer.

2.0 QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia é um tipo de tratamento médico que introduz


na circulação sanguínea compostos químicos, chamados quimioterápicos, para
combater o câncer. A medicação pode ser administrada das seguintes formas:

 Via oral (pela boca): O medicamento é ministrado em forma de comprimidos,


cápsulas e líquidos;
 Intravenosa (pela veia): A medicação é aplicada na veia por meio de cateter
(um tubo fino colocado na veia), na forma de injeções ou diluído ao soro;
 Intramuscular (pelo músculo): A medicação é aplicada por meio de injeções
no músculo;
 Subcutânea (abaixo da pele): A medicação é aplicada por meio de injeção no
tecido gorduroso acima do músculo;
 Intratecal (pela espinha dorsal): A aplicação é feita no líquor, o líquido da
espinha, sendo administrada pelo médico, em uma sala própria ou no centro
cirúrgico;
 Tópico (sobre a pele): O medicamento, líquido ou pomada, é aplicado
diretamente sobre a pele.
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Esses medicamentos se misturam com o sangue e são levados


a todas as partes do corpo, destruindo as células doentes que estão formando o
tumor e impedindo que se espalhem pelo organismo.

A quimioterapia pode ser empregada como tratamento isolado


ou combinado com radioterapia, cirurgia ou outro procedimento indicado pelo
médico, dependendo do tipo do tumor, sua localização e o estágio da doença. O
tratamento pode ser realizado durante a internação hospitalar ou em ambulatório,
em área especialmente preparada para esse fim.

Os quimioterápicos interferem na capacidade de multiplicação


das células cancerosas e podem ter quatro finalidades:

Curativa – destruição total do tumor;


Adjuvante – prevenção de metástases e recaída do tumor;
Prévia ou neoadjuvante – redução do tumor para posterior cirurgia ou radioterapia;
Paliativa – melhoria na qualidade de vida e aumento da sobrevida do paciente.

A quimioterapia não causa dor e o paciente só sentirá a


“picada” da agulha na pele na hora de puncionar a veia para fazer a medicação.
Certos medicamentos podem causar sensação de desconforto, ardência,
queimação, placas avermelhadas na pele e coceira. Nesses casos, o paciente deve
avisar imediatamente ao profissional que o estiver atendendo.

2.1 Efeitos Colaterais

Há efeitos colaterais que podem exigir tratamentos específicos


ou alterações no plano de tratamento do câncer. Os mais frequentes são queda de
cabelo, ansiedade, náuseas, vômitos, anemia, fadiga e alterações renais e
digestivas. É importante ressaltar que grande parte desses efeitos é transitória,
variam entre os pacientes e em função do tipo e da combinação de drogas
utilizadas. Sendo que a maioria dos efeitos desaparece assim que o tratamento
chega ao fim.
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Os principais efeitos colaterais são:


Alterações Sexuais, Anemia, Ansiedade, Constipação, Diarreia,
Dor, Fadiga, Falta de Ar, Febre e Infecção, Insônia, Mucosite, Mudanças na Pele,
Mudanças nas Unhas, Mudanças no Sistema Nervoso, Náuseas e Vomitos,
Neuropatia Periférica Induzida pela Quimioterapia, Perda de Apetite, Prurido
(Comichão), Queda de Cabelo, dentre outros.

3.0 RADIOTERAPIA

A radioterapia é um método capaz de destruir células tumorais,


empregando feixe de radiações ionizantes. Uma dose pré-calculada de radiação é
aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor,
buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células
normais circunvizinhas, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada.

As radiações ionizantes são eletromagnéticas ou corpusculares


e carregam energia. Ao interagirem com os tecidos, dão origem a elétrons rápidos
que ionizam o meio e criam efeitos químicos como a hidrólise da água e a ruptura
das cadeias de ADN. A morte celular pode ocorrer então por variados mecanismos,
desde a inativação de sistemas vitais para a célula até sua incapacidade de
reprodução.

A resposta dos tecidos às radiações depende de diversos


fatores, tais como a sensibilidade do tumor à radiação, sua localização e
oxigenação, assim como a qualidade e a quantidade da radiação e o tempo total em
que ela é administrada.

Para que o efeito biológico atinja maior número de células


neoplásicas e a tolerância dos tecidos normais seja respeitada, a dose total de
radiação a ser administrada é habitualmente fracionada em doses diárias iguais,
quando se usa a terapia externa.

3.1 Indicações da radioterapia


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Como a radioterapia é um método de tratamento local e/ou


regional, pode ser indicada de forma exclusiva ou associada aos outros métodos
terapêuticos. Em combinação com a cirurgia, poderá ser pré-, per- ou pós-
operatória. Também pode ser indicada antes, durante ou logo após a quimioterapia.

A radioterapia pode ser radical (ou curativa), quando se busca


a cura total do tumor; remissiva, quando o objetivo é apenas a redução tumoral;
profilática, quando se trata a doença em fase subclínica, isto é, não há volume
tumoral presente, mas possíveis células neoplásicas dispersas; paliativa, quando se
busca a remissão de sintomas tais como dor intensa, sangramento e compressão de
órgãos; e ablativa, quando se administra a radiação para suprimir a função de um
órgão, como, por exemplo, o ovário, para se obter a castração actínica.

3.2 Efeitos colaterais da radioterapia

Normalmente, os efeitos das radiações são bem tolerados,


desde que sejam respeitados os princípios de dose total de tratamento e a aplicação
fracionada.

Os efeitos colaterais podem ser classificados em imediatos e


tardios.

Os efeitos imediatos são observados nos tecidos que


apresentam maior capacidade proliferativa, como as gônadas, a epiderme, as
mucosas dos tratos digestivo, urinário e genital, e a medula óssea. Eles ocorrem
somente se estes tecidos estiverem incluídos no campo de irradiação e podem ser
potencializados pela administração simultânea de quimioterápicos. Manifestam-se
clinicamente por anovulação ou azoospermia, epitelites, mucosites e
mielodepressão (leucopenia e plaquetopenia) e devem ser tratados
sintomaticamente, pois geralmente são bem tolerados e reversíveis.

Os efeitos tardios são raros e ocorrem quando as doses de


tolerância dos tecidos normais são ultrapassadas. Os efeitos tardios manifestam-se
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por atrofias e fibroses. As alterações de caráter genético e o desenvolvimento de


outros tumores malignos são raramente observados.

Todos os tecidos podem ser afetados, em graus variados,


pelas radiações. Normalmente, os efeitos se relacionam com a dose total absorvida
e com o fracionamento utilizado. A cirurgia e a quimioterapia podem contribuir para o
agravamento destes efeitos.

CONCLUSÃO

Os benefícios da adesão ao tratamento se estendem aos


pacientes, às famílias, aos sistemas de saúde e à economia dos países. O paciente
passa a ter a sua condição controlada, podendo, na maioria das vezes, manter uma
vida normal e economicamente ativa. A família pode se dedicar a outras atividades e
deixar de lado seu papel de cuidadora. O sistema de saúde economiza com a
redução de internações emergenciais e intervenções cirúrgicas e a economia ganha
com o aumento da produtividade.

Conclui-se que a adesão ao tratamento, medicamentoso ou


não, é fundamental para o sucesso da terapia instituída pelo médico e equipe de
saúde. Entretanto, por envolver outros comportamentos inerentes à saúde que vão
além do simples seguimento da prescrição e englobar aspectos referentes ao
sistema de saúde, fatores socioeconômicos, além de aspectos relacionados ao
tratamento, paciente e à própria doença, a adesão ao tratamento vem sendo
amplamente discutida e questões fundamentais como conceitos, terminologias e
fatores de interferência têm sido abordados

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