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PARTE 1 – Oncogenética
Hoje vamos conhecer de que maneira uma célula normal pode dar origem a um
tumor; entender por que o câncer é uma doença genética, mas não necessariamente
hereditária; conhecer alguns tipos de câncer considerados hereditários; e entender a
importância do aconselhamento genético para o acompanhamento do câncer familiar.
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O rastreamento pode ser feito por meio de exames de rotina em uma população-alvo,
sem que esses indivíduos apresentem sinais ou sintomas sugestivos. Ele é aplicado
como estratégia de controle da doença, e, quando aponta resultados positivos, outros
procedimentos são necessários para se chegar ao diagnóstico final.
Já o diagnóstico precoce é uma estratégia de detecção do câncer direcionada a
indivíduos que apresentam sinais e sintomas sugestivos, com objetivo de identificar a
doença no estágio mais inicial possível. Essa estratégia envolve a possibilidade de
aplicação de terapias mais simples, que contribuem para a retenção do estágio em que
a doença se encontra.
Entre os benefícios do rastreamento está o fato de que a descoberta do câncer em
estágios assintomáticos permite a aplicação de tratamentos menos impactantes com
maior probabilidade de sucesso e aumento da sobrevida.
Já no diagnóstico precoce, o objetivo principal é confirmar o diagnóstico o mais
rápido possível, uma vez que já existem sinais ou sintomas.
Entendemos, então, o que é o câncer. Vimos que apenas as neoplasias malignas, que
podem invadir outros tecidos, são consideradas cancerosas. Entendemos também que
o câncer é um problema crescente de saúde pública e que o rastreamento e o
diagnóstico precoce são fundamentais para o seu controle.
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Existem diversos estudos que provaram a associação desse evento epigenético com o
desenvolvimento tumoral.
Taxas aumentadas de metilação em ilhas de CpG em genes considerados alvos da
progressão tumoral foram identificadas em pacientes com câncer de mama e cólon.
Nesse contexto, a hipermetilação do gene IRX4 leva à diminuição da sua expressão,
afetando a função de outros genes supressores tumorais. Alterações na regulação
desse gene estão associadas ao câncer de pâncreas.
Além disso, estudos realizados com sangue periférico mostraram que a metilação
positiva do gene SOCS3 aumentou de maneira significativa o risco de câncer gástrico.
Outros exemplos de alterações epigenéticas associadas ao câncer incluem o gene
Xist/Krit1 e o câncer de fígado; o gene CDH1 e os cânceres de cabeça e pescoço; e
o gene MINT1 e o câncer colorretal.
Podemos concluir, então, que o câncer evolui, ao longo de diversas linhagens no
interior dos tumores, à medida que eventos mutacionais e epigenéticos ocorrem de
maneira aleatória nas diferentes células.
A perda de controle do crescimento tumoral acontece graças à ativação de oncogenes
que paralisam os mecanismos que conservam a integridade do genoma.
Isso, por sua vez, leva a alterações genéticas que podem ativar novos oncogenes,
resultando em um círculo vicioso que dificulta ainda mais o controle do crescimento.
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Nesse contexto, é importante que sejam relatados aos médicos alguns fatores
ambientais, como dieta e comportamento, já que membros da mesma família podem
compartilhar esses fatores.
É importante enfatizar o fato de que existem poucos centros assistenciais, públicos
ou privados, que priorizam diagnosticar câncer hereditário no Brasil.
O termo Síndrome de Câncer Hereditário é usado para se referir a disfunções
genéticas em que as alterações benignas ou malignas acometem indivíduos de uma
mesma família, seguindo os padrões mendelianos de dominância dos genes.
Atualmente, já foram descritos em torno de cinquenta tipos de síndromes hereditárias.
Mas quando uma pessoa deve procurar o aconselhamento genético?
Não seria possível avaliar o risco de desenvolvimento do câncer em toda a população
por meio do sequenciamento em razão do custo dos procedimentos. Além disso, a
alteração de um gene isolado não indica a presença da doença.
Por isso, é ideal que a solicitação de testes genéticos ocorra após a realização de
estudos familiares e história de câncer na família.
Existem alguns critérios em que os indivíduos devem se encaixar para serem
considerados candidatos à investigação quanto ao risco de desenvolver a Síndrome
de Câncer Hereditário. São eles:
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Isso é essencial para que ocorra a realização do teste mais apropriado, bem como o
direcionamento para as possíveis implicações de seu resultado.
Um dos principais pontos negativos relacionados ao diagnóstico molecular para a
identificação das alterações nos genes com relação às doenças de estudo está
associado à metodologia aplicada.
Os métodos que fornecem as informações importantes para a orientação dos
indivíduos requerem alta infraestrutura de equipamentos, materiais de alto custo e
profissionais especializados.
Por esses motivos, os testes não são encontrados em muitos locais de saúde ou
laboratórios, o que dificulta o acesso dos indivíduos com menos recursos financeiros.
No entanto, as técnicas de sequenciamento de nova geração estão permitindo a
diminuição dos custos e do tempo de realização dos procedimentos, para garantir o
maior acesso ao diagnóstico pela população.
Grandes avanços têm marcado a trajetória das análises e dos diagnósticos moleculares,
e a detecção de mutações no DNA se tornou um padrão para o rastreio de muitas
doenças hereditárias, incluindo alguns tipos de câncer.
Mas as diferentes metodologias não permitem a detecção de todos os tipos de
mutação.
As mutações que acometem a maior parte das neoplasias malignas não obedecem a
um padrão simples.
Raramente existe uma única mutação associada ao câncer. Na maioria dos casos,
dezenas de alterações genéticas podem estar ocorrendo para que um indivíduo
desenvolva a doença.
Os testes genéticos geralmente são aplicados em casos de indivíduos que já têm a
doença ou em casos de grande suspeita.
Quando uma mutação é detectada, o processo de identificação dos possíveis
familiares portadores é facilitado.
Para isso, basta realizar o sequenciamento da região do gene específico onde a
alteração foi encontrada anteriormente.
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Síndrome de Lynch
Começando pela Síndrome de Lynch.
Ela está associada, principalmente, ao aumento do risco de desenvolvimento do
câncer colorretal, além de outras neoplasias que são comumente encontradas nos
grupos familiares que apresentam indivíduos com essa doença.
Essa síndrome ocorre em razão de mutações que exercem a inativação de genes do
sistema de reparo de DNA.
Modificações nesse sistema geram um acúmulo de mutações somáticas por inserção
e deleção de genes.
Como exemplos essenciais de genes dentro dessa categoria é possível citar os genes
MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2, mas quase 90% das mutações encontradas em
indivíduos com a síndrome ocorrem nos genes MLH1 e MSH2.
Estudos afirmam que indivíduos que carregam as mutações nos genes MLH1 e MSH2
em seu genoma apresentam maiores riscos de desenvolver câncer em idade precoce
em relação à média populacional, entre 40 e 50 anos de idade.
Já indivíduos que carregam mutações no gene MSH6 apresentam uma tendência a
desenvolver câncer colorretal em idade mais avançada, entre 50 e 65 anos.
O tratamento de pacientes com câncer colorretal e Síndrome de Lynch é diferente do
que é realizado em pacientes com câncer colorretal esporádico, ou seja, não
hereditário.
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Isso porque indivíduos com predisposição genética para a doença possuem maiores
chances de desenvolver outros tipos de lesão ou novos tumores.
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REFERÊNCIAS
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