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CUIDADO INTEGRAL À

SAÚDE DO ADULTO I

Renata de Paula Fara Rocha


Cuidado de enfermagem
em oncologia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Distinguir hiperplasia, displasia, metaplasia e câncer por meio da


fisiopatologia.
 Reconhecer como o câncer pode afetar os aspectos psicossociais do
paciente devido às suas manifestações clínicas.
 Demonstrar a Sistematização da Assistência de Enfermagem para os
pacientes oncológicos.

Introdução
O câncer é um problema de saúde pública em todo o mundo, inclusive
no Brasil. A incidência de câncer no Brasil é de 596 mil casos novos por
ano. Nos homens, os tumores mais frequentes são os de próstata, trato
respiratório, cólon e reto. Nas mulheres, o tipo de câncer mais frequente
é o de mama, seguido do câncer de cólon e reto e do colo do útero.
A prevenção é uma das estratégias definidas pelo Ministério de Saúde
para controle dos casos de câncer, de modo que a enfermagem está
presente em todos os níveis de atenção.
Neste capítulo, você vai aprender a diferenciar hiperplasia, displasia,
metaplasia e câncer por meio da fisiopatologia, vai ver como o câncer
afeta, com suas manifestações clínicas, os aspectos psicossociais dos
pacientes e, por fim, vai ver a aplicação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem a pacientes oncológicos.
2 Cuidado de enfermagem em oncologia

Hiperplasia, displasia, metaplasia e câncer:


fisiopatologia
O câncer é definido como um crescimento desordenado de células que têm
a capacidade de invadir outras estruturas e está relacionado, atualmente, a
mais de 100 doenças (INCA, 2012). As células normais estão em constante
multiplicação: crescem, multiplicam-se e morrem. Cada célula do corpo tem um
padrão diferente de multiplicação; há células de crescimento rápido e contínuo,
como, por exemplo as células epiteliais, e células que não se dividem, como os
neurônios. Portanto, o que caracteriza o câncer não é somente a proliferação,
mas, também, um crescimento desordenado, diferente do que encontramos
nas células normais. Além disso, a capacidade de morte celular também está
alterada, o que favorece o desenvolvimento de mais células.
O processo de divisão celular acontece em duas partes, a mitose e a interfase.
A mitose é quando ocorre a divisão do núcleo celular, finalizando o processo
de divisão e, formando, assim, duas novas células. A interfase é o período
compreendido entre as mitoses. Nessa fase, ocorre a preparação para a divisão
celular e a replicação do DNA (COOPER; HAUSMAN, 2008).
Sendo assim, o ciclo celular é dividido em quatro fases.

 M: corresponde à mitose.
 G1: intervalo entre a mitose e o início da replicação do DNA.
 S (síntese): quando ocorre a duplicação do DNA.
 G2: preparação para a mitose.

A Figura 1, a seguir, apresenta a esquematização de um ciclo celular.

Leitores do material impresso, para visualizar as figuras deste


capítulo em cores, acessem o link ou o código QR a seguir.

https://qrgo.page.link/4nW4
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Figura 1. Representação do ciclo celular.


Fonte: Cooper e Hausman (2008, p. 584).

Tipos de crescimento celular


O crescimento celular pode ser controlado ou não controlado. No crescimento
controlado, temos a hiperplasia, a displasia e a metaplasia.

 Na hiperplasia, tem-se o aumento do número de células, que é locali-


zado e autolimitado. Essas células são normais na sua forma e função.
 A displasia caracteriza-se pela mudança do fenótipo celular. Nesse
tipo de alteração, ocorre mudança de forma e função. É um processo
reversível, desde que o estímulo causador seja removido.
 A metaplasia é uma alteração reversível em que um tipo celular epitelial
ou mesenquimal é substituído por outro tipo celular de mesma linhagem.
É um processo proliferativo de reparo.

Nesse tipo de alteração, existe um crescimento do número de células, mas


ele é localizado e autolimitado. Esse crescimento é causado por um estímulo
fisiológico ou patológico, que, quando cessado, tem efeito reversível. As células
podem ser normais ou podem apresentar pequenas alterações (INCA, 2012).
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O crescimento não controlado é o que denominamos câncer ou neoplasia,


quando ocorre um crescimento celular autônomo, que continua independente do
término do estímulo. A Figura 2 apresenta as alterações de crescimento celular.

Figura 2. Representação das alterações de crescimento celular.


Fonte: INCA (2012).

Classificação das neoplasias

As neoplasias podem ser classificadas como benignas ou malignas. As ne-


oplasias benignas têm crescimento lento e organizado e apresentam limites
bem definidos. Já as neoplasias malignas têm um crescimento com maior
autonomia e apresentam a capacidade de invadir outros tecidos. Veja, na
Figura 3, a diferença entre um tumor maligno e um benigno e, no Quadro 1,
um comparativo entre ambos os tipos.

Figura 3. Diferença entre tumor benigno e maligno.


Fonte: INCA (2012).
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Quadro 1. Tumores benignos e malignos

Características Benignos Malignos

Células Células bem diferenciadas Células indiferenciadas


que se assemelham com pouca semelhança
às células normais com as células normais

Modo de Crescem por expansão Crescem na periferia


crescimento e não infiltram os e infiltram os tecidos
tecidos adjacentes adjacentes

Velocidade de Habitualmente baixa Velocidade variável


crescimento

Metástase Não se propagam Propagam-se através


por metástase dos vasos sanguíneos
e linfáticos

Efeitos gerais Geralmente localizados Efeitos generalizados

Destruição tissular Não causam lesão tissular Causam lesão tissular

Capacidade de Não causam morte Costumam ser letais


causar morte

Fonte: Adaptado de Cheever e Hinkle (2016).

Estadiamento clínico
Para um melhor tratamento dos casos de câncer, existe um método que é
utilizado para classificar o tumor, o estadiamento, que determina o grau
de disseminação do tumor e é fundamental para direcionar a terapêutica
utilizada no tratamento.
O método da União Internacional Contra o Câncer (UICC) é o mais
utilizado e consiste na classificação TNM, em que o T representa as ca-
racterísticas do tumor primário; o N tem relação com o comprometimento
linfático e o M representa a presença ou a ausência de metástase. Dessa
forma, os tumores podem ser classificados em estádios de I a IV, em que o
IV é a forma mais grave.
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Para saber mais acerca do estadiamento de tumores, acesse o site do INCA no link a
seguir.

https://qrgo.page.link/HrSzg

Nomenclatura
O nome do câncer tem relação com o tipo de célula que o originou. Para
tumores benignos, utiliza-se o sufixo “oma” — por exemplo, um tumor be-
nigno de célula gordurosa chama-se lipoma. Já nos tumores malignos, o nome
relaciona-se com a origem embrionária — por exemplo, tumores originados
do tecido conjuntivo são chamados de sarcomas.

Fatores de risco
Existem diversos fatores de risco para o desenvolvimento de tumores, e eles
podem ser classificados em modificáveis e não modificáveis. Dentre os fatores
de risco modificáveis, temos:

 tabagismo;
 alimentação inadequada;
 sedentarismo;
 obesidade;
 consumo de álcool;
 infecções;
 radiações;
 poluição;
 exposições ocupacionais;
 nível socioeconômico;
 comportamento sexual.

Os fatores de risco não modificáveis são idade, etnia, hereditariedade e


gênero. Veja, na Figura 4, os principais fatores de risco para o câncer.
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Figura 4. Fatores de risco para o câncer.


Fonte: INCA (2012).

Estratégias de rastreamento de casos de câncer e o diagnóstico precoce


são muito importantes para um bom prognóstico.

O INCA destaca 11 dicas para prevenir o câncer:


1. Não fume.
2. Alimentação saudável protege contra o câncer.
3. Mantenha o peso corporal adequado.
4. Pratique atividades físicas.
5. Amamente.
6. Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do câncer do colo
do útero a cada três anos.
7. Vacine contra o HPV as meninas de 9 a 14 anos e os meninos de 11 a 14 anos.
8. Vacine contra a hepatite B.
9. Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.
10. Evite comer carne processada.
11. Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h, e use sempre proteção adequada, como
chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios.
Fonte: Instituto Nacional do Câncer (2019).
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Diagnóstico
O diagnóstico dos casos de câncer é feito por avaliação clínica e visualização
direta da área envolvida a partir de exames como endoscopia, laparoscopia,
etc. O exame histopatológico traz a confi rmação da doença.

Manifestações clínicas
Os pacientes oncológicos apresentam manifestações clínicas relacionadas
ao órgão afetado pelo tumor. Porém, algumas manifestações são bem fre-
quentes nos pacientes oncológicos, como: dor, fadiga, anorexia, náuseas e
vômitos, edema, constipação/diarreia, alteração de mucosa oral, distensão
abdominal, sangramentos e depressão.

Tratamentos
O tratamento pode ser realizado por meio de quimioterapia, radioterapia
e cirurgia.

 Quimioterapia: consiste na administração de medicamentos capazes


de agir no crescimento celular desordenado.
 Radioterapia: utiliza radiação para controlar o crescimento tumoral.
 Cirurgia: consiste na remoção do tumor.

Quando a terapêutica utilizada não é capaz de surtir efeito contra o tu-


mor, são iniciados os cuidados paliativos, uma abordagem para melhorar a
qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares e para o enfrentamento
de doenças que oferecem risco de vida, pela prevenção e pelo alívio do
sofrimento (INCA, 2012).

Prevenção
As ações de prevenção podem ser divididas em prevenção primária e se-
cundária. As estratégias de prevenção primária envolvem as alterações nos
fatores de risco. Mudanças de estilo de vida, fatores associados ao nível
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socioeconômico e ao ambiente são fatores que podem ser modificados,


reduzindo o risco de desenvolvimento de câncer. A prevenção secundária
envolve as estratégias para detecção precoce do câncer. Quanto mais pre-
coce for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de cura. Nessa etapa, são
realizadas ações de rastreamento e exames diagnósticos.

O efeito do câncer nos aspectos psicossociais


do paciente
Quando um paciente recebe um diagnóstico de câncer, ocorre um grande
impacto emocional, tanto para o paciente quanto para seus familiares. Por
isso, os profissionais de saúde devem estar atentos às alterações biopsicos-
sociais enfrentadas pelos pacientes com câncer, pois esses enfrentamentos
influenciam diretamente na qualidade de vida desses pacientes.
Assim, é importante que os profissionais de saúde identifiquem fatores
que possam influenciar na qualidade de vida de pacientes oncológicos e,
a partir disso, planejar ações que maximizem os fatores positivos, com o
intuito de prevenir, eliminar ou minimizar os fatores negativos (FREIRE
et al., 2014).
As dificuldades enfrentadas pelos pacientes com câncer podem envolver
diversos aspectos, como: alteração da rotina devido ao tratamento, depen-
dência de cuidados de outras pessoas, mudança de estilo de vida, como em
relação a tabagismo e etilismo, alteração da imagem corporal, isolamento
social, etc. (SANTANA; ZANIN; MANIGLIA, 2008).
Dessa forma, a assistência de enfermagem ao paciente oncológico en-
volve, além dos conhecimentos científicos, a capacidade de compreender
o impacto dessa doença nos sentimentos, valores e crenças dos pacientes.
Estratégias terapêuticas com intervenções nos aspectos físicos, emocio-
nais e espirituais promovem a melhora de condições de saúde do paciente com
câncer e de sua qualidade de vida. Além disso, o paciente sem possibilidade
de cura, em situação de terminalidade, tem como base do seu cuidado a
maximização do conforto e a preservação da dignidade.
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A comunicação é uma importante estratégia de intervenção, pois ins-


trumentaliza o paciente para a tomada de decisões. A avaliação das suas
preferências em relação ao tratamento é fundamental para conduzir as esco-
lhas terapêuticas, influenciando na qualidade de vida (FREIRE et al., 2014).

Sistematização da Assistência de Enfermagem


para pacientes oncológicos
Os enfermeiros são profissionais que têm uma relação muito próxima e direta
com os pacientes. A consulta de enfermagem é uma excelente estratégia para ir
além das questões biológicas, realizando o levantamento das necessidades de
saúde do paciente que podem ser atendidas com intervenções de enfermagem.
Nesse sentido, a entrevista e o exame físico são instrumentos utilizados na
avaliação de enfermagem.
A seguir, confira a Sistematização da Assistência de Enfermagem a uma
paciente com diagnóstico de câncer de pulmão (Quadro 2).

09/05/2019 – 10 horas. A. A. S., 65 anos, sexo feminino, natural de Brasília/DF, é viúva


e tem dois filhos.
Refere tabagismo desde 13 anos de idade, fumando cerca de 45 cigarros por dia.
Apresenta uma alimentação rica em gorduras e carboidratos e baixa ingestão de
frutas e legumes. A ingestão hídrica é adequada, cerca de 2 litros por dia. Não há
antecedentes de câncer nem de outras doenças crônicas na família.
A paciente apresentou um quadro sintomático respiratório, procurou o serviço de
saúde e foi internada para investigação e conduta.
Foi realizada a radiografia torácica, que apresentou uma lesão nodular. Foram rea-
lizados outros exames, tais como broncoscopia e tomografia computadorizada, e foi
diagnosticado câncer no pulmão direito. Foi indicada a remoção cirúrgica da lesão.
Ao exame físico: paciente apresentou-se agitada, ansiosa, referindo medo de morrer.
Queixa-se de dificuldade para dormir devido a dispneia e de dor torácica. Corada,
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hidratada, anictérica, apresenta cianose de extremidades 2+/4+, perfusão periférica


lentificada. Couro cabeludo sem alterações. Mucosas oculares e oral hipocoradas.
Dispneica, respirando com auxílio de cateter nasal com oxigênio a 3 l/min. Alimentação
por via oral, porém, com baixa aceitação da dieta. À ausculta pulmonar: murmúrios
vesiculares diminuídos em base de pulmão direito. Ausculta cardíaca com bulhas
normofonéticas em dois tempos. Abdome plano, flácido, ruídos hidroaéreos diminuídos,
indolor à palpação. Eliminações vesicais presentes e intestinais a cada 2 dias. Membros
superiores e inferiores sem alterações.
SSVV: FC = 82 bpm; FR = 33 irpm; PA= 140 x 90 mmHg; Tax = 36,5ºC; SatO2 = 90%.

Quadro 2. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente oncológico

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Padrão respiratório ineficaz Paciente apresentará


relacionado a alteração na padrão respiratório
ventilação causada por tumor e dentro dos parâme-
caracterizado pela presença de tros de normalidade
dispneia, FR = 33 irpm, perfusão em curto prazo
lentificada e cianose

Intervenções de enfermagem

Monitorar frequência, ritmo e profundidade respiratória 08 10 12 14 16 18


a cada 2h 20 22 24 02 04 06

Avaliar saturação de oxigênio a partir da oximetria de 08 10 12 14 16 18


pulso a cada 2h 20 22 24 02 04 06

Realizar ausculta pulmonar a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Manter cabeceira do leito elevada Contínuo

Avaliar perfusão periférica a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Avaliar coloração da pele a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Instalar oxigenoterapia conforme prescrição médica CPM

(Continua)
12 Cuidado de enfermagem em oncologia

(Continuação)

Quadro 2. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente oncológico

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Troca de gases prejudicada Paciente apresentará


relacionada a alteração na saturação de oxigênio
ventilação-perfusão e caracteri- dentro dos parâme-
zada por SatO2 = 90%, perfusão tros de normalidade
lentificada, murmúrios vesicu- em curto prazo
lares diminuídos em base de
pulmão direito e cianose

Intervenções de enfermagem

Avaliar saturação de oxigênio através da oximetria de 08 10 12 14 16 18


pulso a cada 2h 20 22 24 02 04 06

Avaliar saturação por meio da gasometria arterial 1 vez 10


ao dia

Elevar cabeceira do leito a 45º Contínuo

Avaliar perfusão periférica a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Avaliar coloração da pele a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Instalar oxigenoterapia conforme prescrição médica CPM


(CPM)

Realizar mudança de decúbito evitando o decúbito lateral 08 10 12 14 16 18


direito a cada 2h 20 22 24 02 04 06

Incentivar a realização de exercícios respiratórios a cada 10 14 18 22 02 06


4h

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 2. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente oncológico

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Ansiedade relacionada a estado Paciente apresentará


de saúde e caracterizada por redução da ansiedade
quadro de agitação e ansiedade em médio prazo

Intervenções de enfermagem

Estabelecer comunicação terapêutica Nas 24 horas

Investigar o nível de ansiedade a cada 12h 10 22

Orientar sobre a patologia, manifestações 10


clínicas e tratamento

Encaminhar para a psicologia 10

Incentivar terapias alternativas para redução 12 18 24 06


de ansiedade, como: meditação, aromaterapia,
cromoterapia, massagem a cada 6h

Encorajar a expressão de sentimentos e pensamentos 10

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Dor aguda relacionada a lesão Paciente apresentará


pulmonar e caracterizada por melhora da dor
relato verbal de dor torácica em curto prazo

Intervenções de enfermagem

Avaliar a dor por meio de escalas a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Administrar analgésicos prescritos CPM


conforme intensidade da dor

Avaliar ação dos medicamentos administrados CPM

Implementar medidas não farmacológicas 10 14 18 22 02 06


para alívio da dor, tais como: meditação,
massagens, compressas a cada 4h

Monitorar sinais vitais a cada 4h 10 14 18 22 02 06

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 2. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente oncológico

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Sono prejudicado Paciente apresentará


relacionado a dispneia e melhora do sono
caracterizado por relato de em curto prazo
dificuldade para dormir

Intervenções de enfermagem

Manter cabeceira elevada Nas 24 horas

Avaliar frequência respiratória a cada 4h 10 14 18 22 02 06

Manter ambiente adequado que favoreça o sono 22

Manter oxigenoterapia durante a noite Contínuo

Promover o sono com medidas de conforto 22

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Nutrição desequilibrada Paciente apresentará


menor que as necessidades nutrição adequada
corporais e relacionada a em médio prazo
dispneia caracterizada por
baixa aceitação da dieta e
ruídos hidroaéreos hipoativos

Intervenções de enfermagem

Orientar acerca da importância da alimentação 10


adequada para o tratamento e para a recuperação

Fracionar as refeições, oferecendo 08 12 15 18 20 22


porções menores de alimento

Avaliar aceitação da dieta a cada 6h 10 14 18 22 02 06

Identificar os alimentos preferidos e melhor tolerados 10

Pesar diariamente em jejum 06

(Continua)
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(Continuação)

Quadro 2. Sistematização da Assistência de Enfermagem a paciente oncológico

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Comportamento de saúde Paciente cessará


propenso a risco caracterizado tabagismo em
por hábito de tabagismo médio prazo

Intervenções de enfermagem

Orientar acerca das complicações do tabagismo 10


e relação com sua doença atual

Incentivar a cessação do tabagismo 10

Orientar o paciente sobre a possibilidade 10


de crise de abstinência

Avaliar a ocorrência de sinais e sintomas de abstinência, 12 18 24 06


tais como ansiedade, irritação, tonturas, cefaleia, tremores,
sudorese a cada 6h e comunicar ao enfermeiro

Encaminhar para grupos específicos Na alta

Encaminhar para psicologia 10

Diagnóstico de enfermagem Planejamento Aprazamento

Enfrentamento ineficaz Paciente apresentará


relacionado a doença e melhora no
caracterizado por relato enfrentamento
verbal de medo da morte em médio prazo

Intervenções de enfermagem

Encorajar paciente para realização do tratamento Contínuo

Explicar sobre as formas de tratamento e o prognóstico 10

Incentivar enfrentamento positivo Contínuo

Encaminhar para a psicologia 10

Orientar familiares sobre a importância da 10


participação da família no enfrentamento
16 Cuidado de enfermagem em oncologia

CHEEVER, K. H.; HINKLE, J. L. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem médico-


-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2016.
COOPER, G. M.; HAUSMAN, R. E. A célula: uma abordagem molecular. Porto Alegre:
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Acesso em: 23 maio 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria SAS/MS nº. 140, de 27 de fevereiro de 2014.
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zada em oncologia e define as condições estruturais, de funcionamento e de recursos
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