Você está na página 1de 68

Medicina de aves

M.V. ME. CLARISSA MACHADO DE CARVALHO


CLÍNICA DE ANIMAIS SILVESTRES E SELVAGENS
UCB, 2023
Manejo
Ambiente
Foto guarás: https://www.parquedasaves.com.br/blog/enriquecimento-ambiental-parque-das-aves/
Ambiente

Imagens: arquivo pessoal,


https://www.facebook.com/RDMBirdsOnLine/,
https://www.globaltelas.com.br/blog/como-montar-
um-viveiro-de-aves
Ambiente
TAMANHO DE GAIOLA OU RECINTO
Imagens: https://www.elo7.com.br/gaiola-de-passarinho-mini-madeira/dp/1316654, https://shopee.com.br/
Ambiente
Poleiros
◦ Cilíndricos
◦ Madeira
◦ Diâmetro adequado
Nunca colocar potes de
comida e água sob os
poleiros!

Imagens: arquivo pessoal, https://mariacalopsita.com.br/poleiro/poleiro-flexivel-algodao-100-cm, https://pt.aliexpress.com/item/1005002694385822.html


Ambiente
Brinquedos
◦ Madeira sem tinta
◦ Materiais vegetais: palhas,
ráfia, sabugo de milho, papel
picado
◦ Evitar: plástico, miçangas,
metais

Imagens: https://www.avukpet.com.br/, https://www.passaronline.com.br/, https://mariacalopsita.com.br/brinquedo/brinquedo-de-rafia,


https://mariacalopsita.com.br/brinquedo/puxa-palha
Alimentação
Psitacídeos
◦ Ração extrusada ou peletizada
específica para a espécie
◦ Petiscos
◦ Frutas, verduras, legumes:
diariamente, caso aceitem
◦ Sementes: 1-2x na semana
◦ Para época de postura ou
muda: farinhada
Alimentação
Passeriformes
◦ Ração extrusada específica
para a espécie
◦ Petiscos
◦ Frutas, verduras, legumes:
diariamente
◦ Sementes: 1-2x na semana
◦ Para época de postura ou
muda: farinhada
Alimentação
Galiformes
◦ Ração farelada ou triturada
◦ Usar de acordo com a fase
◦ Não usar ração para aves de
produção/engorda
◦ Complementos/petiscos
◦ Frutas, verduras, legumes
◦ Água à vontade
Temperatura
Fonte de calor externa
Cobrir gaiola/viveiro
Fornecer abrigos

Imagens: https://pt.aliexpress.com/item/1005001792360916.html, https://clubedascalopsitas.com.br/topic/4379-como-protege-los-nesse-frio/,


https://pt.dreamstime.com/, https://br.pinterest.com/pin/730920214521946288/
E que horas a ave deve ir dormir?
“DORMIR COM AS GALINHAS” NÃO É À TOA
Imagens: https://www.megacurioso.com.br/, https://br.depositphotos.com/, https://zonacuriosa.com/
Doenças de origem
nutricional
UM (BREVÍSSIMO) RESUMO
Obesidade
Causas
◦ Baixa demanda
energética em
cativeiro
Imagem: https://nagonline.net/3877/body-condition-scoring/ ◦ Alta oferta calórica
(sementes!)
◦ Baixo tempo gasto se
alimentando
Obesidade
Obesidade
Prevenção
◦ Diminuição da oferta calórica
◦ Oferecimento de alimento com
forrageio
◦ Dieta adequada (ou seja, não
sementes)
Desordens
epiteliais
Destruição de penas
(teremos slides sobre isso
mais pra frente)
Hipovitaminose A
Má-formação de penas
Crescimento excessivo de
ranfoteca
Aterosclerose
Predisposição
◦ Columbiformes
◦ Galliformes
◦ Anseriformes
◦ Psittaciformes
Dietas ricas em colesterol
Aterosclerose
Sinais clínicos: dependem da artéria afetada
Artéria carótida: Artérias Artérias periféricas:
Morte súbita,
sinais coronárias: sinais sinais em membros
arritmias fatais
neurológicos cardiopulmonares pélvicos
• Convulsões • Dispneia • Claudicação ou
• Fraqueza, ataxia • Efusão fraqueza
• Déficits de celomática permanente ou
nervos • Intolerância a intermitente
cranianos exercícios • Gangrena
• Consciência • Sopros
alterada cardíacos
• Arritmias
Aterosclerose
Diagnóstico
Bioquímicos Cardio Imagem

• Hipercolesterolemia, • Ecocardiografia: • Radiografias:


dislipidemia insuficiência cardíaca mineralização de
• Ácidos biliares altos: congestiva grandes vasos,
lipidose hepática • Eletrocardiograma: cardiomegalia
• CK aumentada: em caso arritmias • Tomografia: método
de convulsões ou • Pressão arterial mais sensível para
miosite isquêmica • Difícil em aves detecção de
pequenas mineralização de
grandes vasos e artérias
afetadas
Aterosclerose
Tratamento (parte 1)
◦ Suporte nutricional e correção de dieta
◦ Estatinas: controle de colesterol LDL
◦ Rosuvastatina e atorvastatina: 10–30
mg/kg, VO, SID/BID
◦ Porém: em papagaio-de-barriga-
vermelha (Amazona ventralis) doses de
10–25 mg/kg (VO) não foi capaz de
atingir doses terapêuticas
Tratamento (parte 2)
◦ Controle de hipertensão: enalapril 1,25–5
mg/kg PO q12h
◦ Vasodilatadores: em caso de artérias
Aterosclerose periféricas afetadas
◦ Pentoxifilina: 15 mg/kg, VO, SID
◦ Isoxsuprina:
◦ Psitacídeos: 10 mg/kg, VO, SID/BID
◦ Rapinantes: 5–10 mg/kg, VO, SID
Doenças comuns
Agente etiológico: Chlamydia psittaci
◦ Zoonose
◦ Altamente resistente no ambiente
◦ Eliminação intermitente pelas fezes,
urina, lágrimas, secreção nasal, secreção
Clamidiose orofaríngea
◦ Transmissão
◦ Horizontal: ingestão ou inalação de
material contaminado (aerosol)
◦ Vertical: ovo
◦ PI: 3 dias a semanas
Apresentações clínicas
◦ Crônica
Clamidiose ◦ Aguda
◦ Superaguda
Clamidiose
Sinais clínicos: inespecíficos
◦ Respiratórios: dispneia, secreção nasal
◦ Digestivos: diarreia, regurgitação,
vômito, anorexia, urato esverdeado
◦ Oftálmicos: conjuntivite, secreção
ocular, blefarite
◦ Neurológicos: tremores, torcicolo
◦ Morte súbita
Clamidiose
Diagnóstico ante mortem
◦ Histórico
◦ Hemograma: anemia, leucocitose,
heterofilia
◦ Bioquímicos: aumento em AST, CK, ácidos
biliares
Clamidiose ◦ Radiodologia/endoscopia: pneumonia,
aerossaculite, hepatomegalia,
esplenomegalia
◦ PCR
◦ Atentar para falsos negativos
◦ Amostras de diferentes locais
Clamidiose
Diagnóstico post mortem
◦ Necropsia
◦ Imunohistoquímica: fígado e
baço
Doença zoonótica!
◦ Aerossóis
◦ Notificação obrigatória de casos
confirmados
Clamidiose
Tratamento
◦ Doxiciclina: 25-50 mg/kg, VO, SID, por 45 dias
◦ Regurgitação é comum
◦ Calopsitas: 35 mg/kg, VO, SID, por 45 dias
◦ Azitromicina
◦ Araras: 40 mg/kg, PO, SID, por 30 dias
◦ Calopsitas: 40 mg/kg, VO, q 48h, por 45 dias
◦ Maioria das espécies: 43-45 mg/kg, VO, SID
Após: repetir PCR!
Sarna knemidocóptica
Ácaro: Knemidocoptes sp.
Diagnóstico
◦ Exame físico
◦ Raspado de pele
Tratamento
◦ Crotamiton (tópico)
◦ Ivermectina (0,2 mg/kg, VO/SC/IM, três a
quatro aplicações, a cada 7 ou 14 dias)
Imagens: Speer, 2016; arquivo pessoal.
Sarna knemidocóptica
Sarna knemidocóptica
Ingluvite
Causas: Geralmente secundária

• Fúngica: Candida spp. • Excesso de carboidratos na dieta


• Mais comum: Candida albicans • Imunossupressão
• Microbiota normal do TGI • Doenças sistêmicas
• Bacteriana • Alimentação com papa fria ou
antiga
• Alimentação com papa em
excesso
Ingluvite
Sinais clínicos
◦ Letargia
◦ Penas eriçadas
◦ Diminuição no apetite, anorexia
◦ Regurgitação ou vômitos
◦ Demora no esvaziamento do papo
◦ Aumento no volume do inglúvio
◦ Impactação no inglúvio
Ingluvite
Diagnóstico
◦ Histórico + sinais clínicos
◦ Citologia de swab de inglúvio
◦ Células epiteliais
◦ Muco
◦ Leveduras em grande quantidade ou
hifadas
◦ Bactérias Gram-negativas
Tratamento (parte 1)
◦ Correção do manejo dietético
◦ Importante diagnosticar e tratar condições
sistêmicas, se houver
◦ Procinéticos
◦ Metoclopramida: 0,5-1 mg/kg, PO/IM/IV, TID/BID
Ingluvite ◦ Cimetidina:
◦ Psitacídeos: 5 mg/kg, VO/IM, TID/BID
◦ Antibiótico (se ingluvite bacteriana)
◦ Cultura e antibiograma recomendados
◦ Escolha empírica: sulfametoxazol + trimetoprima
◦ Passeriformes: 10-50 mg/kg, SID
◦ Psitacídeos: 30 mg/kg, VO, BID/TID
Tratamento (parte 2)
◦ Antifúngico (se Candida spp.)
◦ Cetoconazol
◦ Psitacídeos (casos refratários): 20 mg/kg, VO, TID,
por 7-14 dias
◦ Rapinantes: 15 mg/kg, VO, BID
◦ Itraconazol
Ingluvite ◦ Passeriformes: 5-10 mg/kg, VO, BID
◦ Nistatina: ação tópica, primeira escolha para casos
simples
◦ Columbiformes, rapinantes: 100.000 UI/kg, VO,
BID
◦ Maioria das espécies: 300.000 UI/kg, BID,
durante 7-14 dias
◦ Psitacídeos: 300.000-600.000 UI/kg, VO, BID/TID,
durante 7-14 dias
Ingluvite
Prognóstico: bom
Prevenção
◦ Manejo correto de papa em filhotes
◦ Manejo dietético adequado em
filhotes e adultos
Doença da dilatação do proventrículo
(PDD)
Outros nomes: síndrome da dilatação proventricular, dilatação
neuropática do proventrículo, ganglioneurite mioentérica
Agente: Bornavirus aviário (ABV)
• Excreção: fezes
• Transmissão: oro-fecal
Afeta psitacídeos
• Relatos anedóticos de outras Ordens sendo afetadas
(Passeriformes, Anseriformes, Piciformes)
Doença da dilatação do proventrículo
(PDD)
Patogenia
◦ Inflamação de nervos periféricos do TGI
◦ Perda da função neurológica Levam à
◦ Atrofia de musculatura lisa dilatação
◦ Perda de peristaltismo proventricular
◦ Acúmulo de comida no proventrículo e no englúvio
◦ Má-digestão e diminuição na absorção de
nutrientes
◦ Perda de peso (mas não de apetite!)
Doença da dilatação do proventrículo
(PDD)
Perda de peso
Demora no esvaziamento
do inglúvio
Gastrointestinais
Presença de alimento não
digerido nas fezes
Sinais clínicos: Regurgitação/vômito
inespecíficos Ataxia
(dependem dos Convulsões
Neurológicos
nervos afetados!) Paresia
Cegueira
Arritmia
Cardiovasculares Síncopes
Letargia
Doença da
dilatação do
proventrículo
(PDD)
ATAXIA
Doença da dilatação do proventrículo
(PDD)
Diagnóstico ante mortem
• Histórico + sinais clínicos
• Hemograma: anemia arregenerativa, leucocitose
• Bioquímicos: CK elevada, hipoproteinemia, hipoalbuminemia,
hipocalcemia
• Rx: dilatação e presença de gás no proventrículo ou no ventrículo
• RT-PCR: atentar para falsos negativos
• Biópsia proventricular + imunohistoquímica
Doença da
dilatação do Diagnóstico post mortem
◦ Histopatologia
proventrículo ◦ Imunohistoquímica
(PDD)
Doença da dilatação do proventrículo
(PDD)
Tratamento (parte 1): paliativo
Suporte Procinéticos Imunossupressores

• ESSENCIAL: • Metoclopramida: 0,5-1 • Prednisolona: 0,1–0,2


suplementação alimentar mg/kg, PO/IM/IV, TID/BID mg/kg, VO, SID/BID
de alta digestibilidade • Cimetidina: • Ciclosporina A
• Fluido, controle de • Psitacídeos: 5 mg/kg, • Calopsitas: 10 mg/kg,
convulsões, manejo de VO/IM, TID/BID VO, BID
doenças cardíacas • Maioria das espécies:
secundárias 10-20 mg/kg, VO, SID
• Tratar infecções
secundárias (ex.:
candidíase)
Doença da dilatação do
proventrículo (PDD)
Tratamento (parte 2): paliativo
◦ AINE COX-2 seletivo: diminuição de
infiltrado inflamatório
◦ Celecoxibe: 10-20 mg/kg, VO, SID
◦ Robenacoxibe: 2-10 mg/kg, IM, q 7 dias por 4
aplicações. Após, q 28 dias.
◦ Meloxicam: 0,5 mg/kg, VO, BID, por até 14 dias
◦ Calopsitas: relato de piora com o uso
Doença da dilatação do
proventrículo (PDD)
Prognóstico: ruim a reservado
Prevenção: quarentena
Agente etiológico: Circovirus
• Espécie ainda desconhecida

Doença do Transmissão
bico e das • Excretado nas fezes e nas penas
penas • Rota oro-fecal
Predisposição
• Forma crônica: animais jovens
• Forma aguda: filhotes, Cacatuidae
Doença do bico e das penas
Sinais clínicos
◦ Forma aguda: inapetência, leucopenia,
anemia, diarreia esverdeada, biliverdinúria,
morte
◦ Forma crônica:
◦ Penas: distrofia, descoloração, apteria,
linhas de estresse, sangue no canhão
◦ Bico: crescimento excessive progressivo,
linhas de fratura, descamação, necrose,
osteomielite
◦ Pele: hiperqueratose
Imagens: Speer, 2016; arquivo pessoal.
Doença do bico e das penas
Imagens: @rhea_thenakedbirdie (Instagram).
Diagnóstico
◦ Ante mortem
◦ Histórico + sinais clínicos
Doença ◦ Hemograma
◦ Forma aguda: leucopenia
do bico e ◦ Forma crônica: hipoproteinemia
◦ Sorologia
das penas ◦ Post mortem
◦ Histopatologia (pele, bico, fígado,
timo, bursa cloacal)
◦ Imunohistoquímica
Doença do bico e das
penas
Tratmento: não há
◦ Suporte
◦ Progóstico:
◦ Aguda: fatal
◦ Clínica: bom a reservado
◦ Subclínica: bom
Prevenção: quarentena
Imagens: https://stock.adobe.com/br/,
https://www.tamborinebulletin.com.au/2021/12/01/beak-and-
feather-disease/
Intoxicação respiratória
Teflon
◦ Ao ser aquecido: politetrafluoretileno (PTFE)
◦ Sinais clínicos: morte súbita, dispneia
◦ Tratamento
◦ Oxigenioterapia
◦ AINE
◦ Heparina nebulizada
Imagem: https://www.fortlarstore.com.br
◦ Achados post mortem: hemorragia e edema
pulmonar
Intoxicações por ingestão
Sinais clínicos gerais Específicos

• Letargia • Metais pesados: neurológicos, GI,


• Anorexia, perda de peso urinários
• Dispneia • Zinco: sangue em conteúdo
• Ataxia regurgitado ou fezes
• Convulsões • Chumbo: hemoglobinúria
• Para ou tetraparesia • Chocolate: neurológicos,
cardiopulmonares
• Regurgitação
• Abacate: cardiopulmonares
• Diarreia
• Poliúria
Intoxicações por ingestão
Fontes de metal pesado
◦ Zinco: metal galvanizado, brinquedos com
metal, ferragens
◦ Chumbo: tintas à base de chumbo
(jornal!!!!!), brinquedos com metal,
persianas antigas, pesos de cortina, pesos
de pesca, solda, ferragens

Imagem: https://lbah.com/avian/lead-
toxicity
Intoxicações por ingestão
Diagnóstico (metais pesados)
◦ Hemograma
◦ Intoxicação aguda: anemia regenerativa
◦ Intoxicação crônica: anemia arregenerativa
◦ Bioquímicos: hipoproteinemia
◦ Zinco: detecção no plasma, hiperglicemia
◦ Chumbo: detecção no sangue, aumento CK/AST,
hiperuricemia
◦ Radiografia: corpos estranhos metálicos no
ventrículo
◦ Coproparasitológico: em caso de diarreia
◦ Swab de inglúvio: em caso de regurgitação
Imagens: https://lbah.com/avian/lead-toxicity
Intoxicações por
ingestão
Diagnóstico (chocolate e abacate)
◦ Ecocardiograma: arritmias
◦ Radiografia
◦ Abacate: edema pulmonar, efusão
pericárdica
◦ Chocolate: congestão pulmonar
Intoxicações por ingestão
Tratamento geral
◦ Estabilizar o paciente: oxigênio, fluido,
controlar convulsões
◦ Remoção da toxina do trato
gastrointestinal
◦ Carvão ativado: 2-8 g/kg, via sonda
esofágica
◦ Sílica, pedrinhas, etc., podem ajudar
◦ Endoscopia
◦ Ventriculotomia
Intoxicações por ingestão – tratamento específico
Abacate: controle de edema pulmonar
• Furosemida: 0,1–2,2 mg/kg, VO/IM/SC/IV, QID/TID/BID/SID
Chocolate: controle de arritimias e edema pulmonar
• Propranolol: 0,04 mg/kg, IV lento
• Furosemida: 0,1–2,2 mg/kg, VO/IM/SC/IV, QID/TID/BID/SID
Metais pesados: quelagem (combinar em casos graves)
• DMSA (ácido dimercaptossuccínico): não quela metais nos ossos
• Calopsitas: 40 mg/kg, VO, BID, por 21 dias
• Maioria das espécies: 25-35 mg/kg, VO, BID, durante 3 a 5 semanas
• Periquitos-australianos: 25 mg/kg, VO, BID
• Rapinantes: 30 mg/kg, VO, BID, por pelo menos 7 dias
• CaEDTA: fármaco de eleição
• Calopsitas: 40 mg/kg, IM, BID
• Rapinantes: 10-40 mg/kg, IM, BID, por 5 a 10 dias
Arrancamento de penas
Outros nomes: automutilação,
pterotilomania
MUITO comum em psitacídeos em
cativeiro
Predisposição
◦ Espécie: papagaio-do-Congo (Psittacus
erithacus), cacatuas (Cacatua sp.)
Imagens: Speer, 2016
Arrancamento
de penas
Etiologia
◦ Condição
comportamental
◦ Multifatorial

Imagens: Speer, 2016


Diagnóstico: complexo e requer muita
cooperação do tutor
◦ Necessário diferenciar se é
comportamento ou secundário a uma
doença
Arrancamento ◦ Se comportamental:
de penas ◦ É porque é há outra condição associada?
◦ É porque há erro de manejo?
◦ É em resposta a um estressor?
◦ É tudo junto?
◦ Exame físico: localização e extensão do
dano às penas
Diagnóstico (continuação)
◦ Coproparasitológico: Giardia sp.
◦ Raspado de pele: ectoparasitas (sarna)
◦ Citologia
◦ Lesões de pele: dermatite fúngica ou bacteriana,
neoplasias
Arrancamento ◦ Canhão de pena: doença do bico e das penas,
de penas foliculite bacteriana ou fúngica, ectoparasitas (sarna,
piolhos)
◦ PAAF: neoplasias, abscessos, dermatite bacteriana
◦ Biópsia de pele: doença do bico e das penas, neoplasia,
foliculite bacteriana ou fúngica, ectoparasitas (sarna,
piolhos)
◦ PCR: doença do bico e das penas
Arrancamento de penas
Tratamento: complexo e requer muita
cooperação do tutor, o retorno
◦ Essencial tratar doenças primárias ou
paralelas, se houver
◦ Enriquecimento ambiental: interação social,
poleiros ou brinquedos, forrageamento...
◦ Condicionamento para modificação
comportamental

Imagens: https://www.parquedasaves.com.br,
https://br.pinterest.com/pin/299911656430539209/, https://www.facebook.com/ongwaita
Arrancamento de penas
Alternativas menos eficazes
◦ Colar elizabetano
◦ Substâncias de gosto ruim
Caso o uso de colar seja
realmente necessário: uso de
tranquilizantes para facilitar
aceitação inicial
◦ Midazolam: 0,3-0,5 mg/kg, IM
Imagens: Speer, 2016
Em casos refratários a mudanças ambientais:
intervenções farmacológicas

Ansiolíticos: diazepam

• Passeriformes: 0,5 mg/kg, VO


• Maioria das espécies: 2,5-4 mg/kg, VO – efeito
Arrancamento sedativo

de penas Antipsicóticos: haloperidol 0,1-0,9 mg/kg, VO, SID

Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina:


fluoxetina
• Calopsitas: 1 mg/kg, VO, SID
• Psitacídeos: 0,5-1 mg/kg, VO, SID inicial,
evoluindo para 1-5 mg/kg, VO, SID/BID
Para a
próxima aula
Leitura de dissertação
de mestrado
Páginas 12 a 20, 25 a 27
Freitas SPB. Ocorrência
de infecções por
Encephalitozoon spp.
em coelhos do estado
de São Paulo, Brasil.
UNESP. 2017.
Imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rabbit_reading_127809435.jpg

Você também pode gostar