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O DIAGNÓSTICO ......................................................................................................... 7
Estadiamento do tumor: 7
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Quadro 1.
Quadro 1. Características das neoplasias benignas e malignas.
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Comumente não causa dano Com frequência, causa dano
Destruição tecidual tecidual, a menos que sua tecidual extenso à medida que o
localização interfira com o tumor aumenta seu suprimento
fluxo sanguíneo. sanguíneo e capta o fluxo
sanguíneo da região; também
pode produzir substancias que
geram
lesão tecidual.
Comumente não causa a morte, Comumente causa a morte, a
Capacidade de a menos que sua localização menos que o crescimento possa
provocar a morte interfira com as ser controlado.
suas funções vitais.
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podem incluir vírus e bactérias, agentes físicos, agentes químicos, fatores genéticos ou
familiais, fatores da dieta e agentes hormonais. As principais causas de câncer estão
resumidas abaixo (Figura 3).
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O DIAGNÓSTICO
1. Estadiamento do tumor:
O estadiamento do tumor tem por objetivo determinar o tamanho do tumor, a
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existência de invasão local e metástase a distancia. O sistema de classificação utilizado no
Brasil é o sistema TNM que avalia três componentes: T – a extensão do tumor primário, N –
a ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais, M – a ausência ou
presença de metástase a distancia (Quadro 2).
Porém, quando os cânceres não são bem descritos pelo sistema TNM outros sistemas
de estadiamento são empregados, como nos casos de câncer no sistema nervoso central,
câncer hematológico e melanoma maligno.
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Metástase à distancia (M) Mx – metástase a distancia não pode ser avaliada
M0 – ausência de metástase a distancia
M1 – presença de metástase a distancia
Gradação do tumor:
O tipo de tratamento oferecido para pacientes com câncer deve basear-se nas metas do
tratamento para cada tipo de câncer especifico. As principais metas de tratamento são:
• Erradicação completa da doença maligna (cura);
• Sobrevida prolongada e contenção das células cancerosas (controle);
• Alivio dos sintomas associados a doença (paliativo).
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Existem três formas principais de tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia e
quimioterapia. É importante entender os princípios das modalidades e como elas se inter-
relacionam, já que podem ser usadas em conjunto.
1. Cirurgia: a cirurgia pode ser diagnóstica, para tratamento, profilática, paliativa
ou reconstrutora. Vejamos brevemente cada uma delas:
• Cirurgia diagnostica: realizada para obter uma amostra tecidual para analise das
células suspeitas. Exemplo: biopsia.
• Cirurgia como tratamento primário: remover todo o tumor ou o máximo possível
e qualquer tecido adjacente envolvido, inclusive os linfonodos regionais.
• Cirurgia profilática: consiste em remover os tecidos desvitalizados ou órgãos que
estão em risco aumentado para desenvolver câncer.
• Cirurgia paliativa: realizada quando a cura não é possível e as metas do
tratamento são colocar o paciente o mais confortável possível e promover qualidade de vida.
• Cirurgia reconstrutora: pode suceder a cirurgia curativa ou radical com o
objetivo de melhorar a função ou obter um efeito cosmético mais desejável.
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Diagnostico de enfermagem: Risco para infecção relacionado com as defesas inadequadas
decorrentes da imunossupressão secundária à radiação ou a agentes antineoplásicos.
Prescrição de enfermagem
1. Avaliar o paciente para evidência de infecção:
a) Verificar os sinais vitais a cada 4 h;
b) Monitorar a contagem de leucócitos e a contagem diferencial diariamente;
c) Inspecionar todos os locais que podem servir como portas de entrada para patógenos
(locais intravenosos, feridas, pregas cutâneas, proeminências ósseas, períneo e cavidade oral).
2. Observar relato de febre (≥ 38,3°C ou ≥ 38°C por mais de 1 h), calafrios, sudorese,
inchação, calor, dor, eritema, exsudato em qualquer superfície corporal. Também relata
alteração no estado respiratório ou mental, sensação de queimação ou frequência ao urinar,
mal-estar, mialgias, artralgias, exantema ou diarreia.
3. Obter culturas e antibiogramas, quando indicado, antes do início do tratamento
antimicrobiano (exsudato em ferida, escarro, urina, fezes, sangue).
4. Iniciar as medidas para reduzir a infecção.
a) Discutir com o paciente e a família:
- Colocar o paciente no quarto particular quando a contagem de leucócitos absoluta <
1.000/mm3.
- A importância de o paciente evitar o contato com pessoas portadoras de infecção conhecida
ou recente ou vacinação recente.
b) Instruir todas as pessoas sobre a higiene cuidadosa das mãos antes e depois de entrar no
quarto.
c) Evitar procedimentos retais ou vaginais (temperaturas retais, exames, supositórios,
tampões vaginais).
d) Usar emolientes fecais para evitar a constipação intestinal e esforço para defecar.
e) Assistir o paciente na prática da higiene pessoal meticulosa.
f) Instruir o paciente a usar barbeador elétrico.
g) Incentivar o paciente a deambular no quarto, exceto quando contraindicado.
h) Evitar frutas cruas, carnes vermelhas, peixes e vegetais crus quando a contagem absoluta
de leucócitos
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< 1.000/mm3; remover flores frescas e vasos de plantas.
i) Diariamente: trocar escarradeira, líquidos de limpeza de dentaduras e equipamento
respiratório contendo água.
5. Avaliar os locais intravenosos diariamente para evidência de infecção:
a) Trocar os locais intravenosos periféricos de curta duração em dias alternados.
b) Limpar a pele com iodopovidona antes da punção arterial ou venosa.
c) Trocar os curativos do cateter venoso central a cada 48 h.
d) Trocar todas as soluções e conjuntos de infusão a cada 72 a 96 h.
e) Seguir diretrizes para o cuidado de dispositivos de acesso venoso periférico e central.
6. Evitar injeções intramusculares.
7. Evitar a inserção de sondas urinárias; quando as sondas são necessárias, usar a técnica
asséptica rigorosa.
8. Ensinar o paciente ou o familiar a administrar o fator estimulador de colônia de
granulócitos (ou de granulócitos-macrófagos) quando prescrito.
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h) Aplicar pomada de vitamina A e D na região.
2. Quando acontece a descamação úmida:
a) Não romper nenhuma bolha que tenha sido formada.
b) Evitar a lavagem frequente das áreas.
c) Relatar qualquer formação de bolha.
d) Usar cremes ou pomadas prescritos.
e) Quando a área exsuda, aplicar um curativo absorvente não adesivo.
f) Quando a área não tem drenagem, usar curativos permeáveis ao vapor e umidade como os
hidrocoloides e hidrogéis em áreas não infectadas.
g) Consultar com o estomatoterapeuta e com o médico quando se forma a escara.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Mucosa oral alterada: estomatite.
Prescrição de enfermagem
1. Avaliar a cavidade oral diariamente.
2. Instruir o paciente para relatar a queimação oral, dor, áreas de rubor, lesões abertas nos
lábios, dor associada à deglutição ou tolerância diminuída aos extremos de temperatura no
alimento.
3. Incentivar e assistir na higiene oral.
4. Minimizar o desconforto.
a) Consultar o médico para o uso de anestésico tópico.
b) Administrar analgésicos sistêmicos, conforme a prescrição.
c) Realizar o cuidado bucal conforme descrito.
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DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Integridade da pele prejudicada: alopecia.
Prescrição de enfermagem
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Prescrição de enfermagem
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Prescrição de enfermagem
1. Ensinar o paciente a evitar as visões, odores e sons desagradáveis no ambiente durante a
hora da refeição.
2. Sugerir alimentos que são preferidos e bem tolerados pelo paciente, preferivelmente
alimentos hipercalóricos e ricos em proteína. Respeitar as preferências alimentares étnicas e
culturais.
3. Incentivar a ingestão hídrica adequada, mas limitar os líquidos na hora da refeição.
4. Sugerir refeições menores e mais frequentes.
5. Promover o ambiente relaxado e tranquilo durante a hora da refeição, com aumento da
interação social, quando desejado.
6. Se o paciente desejar, servir vinho na hora das refeições com o alimento.
7. Considerar os alimentos frios, quando desejado.
8. Incentivar os suplementos nutricionais e os alimentos hiper proteicos entre as refeições.
9. Incentivar a higiene oral frequente.
10. Fornecer as medidas de alívio da dor.
11. Fornecer o controle das náuseas e vômitos.
12. Aumentar o nível de atividade conforme tolerado.
13. Diminuir a ansiedade, incentivando a verbalização dos temores, preocupações; usar as
técnicas de
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relaxamento; imaginação orientada na hora da refeição.
14. Posicionar adequadamente o paciente na hora da refeição.
15. Para o tratamento colaborativo, fornecer as alimentações por sonda enteral de dietas
líquidas comerciais, dietas elementares, ou alimentos liquidificados, conforme a prescrição.
16. Fornecer a nutrição parenteral com suplementos lipídicos, conforme a prescrição.
17. Administrar estimulantes de apetite conforme a prescrição pelo médico.
18. Incentivar a família e os amigos a não censurar ou fazer agrados relacionados com a
alimentação.
19. Avaliar e abordar outros fatores contribuintes para as náuseas, vômitos e anorexia, como
outros sintomas, constipação intestinal, irritação gastrointestinal, distúrbio eletrolítico,
radioterapia, medicamentos e metástase
para o sistema nervoso central.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Fadiga.
Prescrição de enfermagem
1. Incentivar os períodos de repouso durante o dia, principalmente antes e depois do esforço
físico.
2. No mínimo, promover os hábitos de sono normais do paciente.
3. Rearranjar o horário diário e organizar as atividades para conservar o dispêndio de
energia.
4. Incentivar o paciente a pedir a assistência de outros nos afazeres domésticos necessários,
como os trabalhos domésticos, cuidar dos filhos, fazer compras, cozinhar.
5. Incentivar a redução da carga de trabalho no emprego, quando necessário e possível,
reduzindo o número de horas trabalhadas por semana.
6. Incentivar as ingestas proteica e calórica adequadas.
7. Incentivar o uso das técnicas de relaxamento, imaginação orientada.
8. Incentivar a participação nos programas de exercício planejados.
9. Para o controle colaborativo, administrar hemoderivados conforme a prescrição.
10. Avaliar para os distúrbios hidreletrolíticos.
11. Avaliar para as fontes de desconforto.
12. Fornecer as estratégias para facilitar a mobilidade.
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DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Dor crônica.
Prescrição de enfermagem
1. Usar a escala de dor para avaliar as características de dor e desconforto: localização,
qualidade, frequência, duração etc.
2. Garantir ao paciente que você sabe que a dor é real e que você o ajudará a reduzi-la.
3. Avaliar os outros fatores contribuintes para a dor, medo, fadiga, raiva etc. do paciente.
4. Administrar os analgésicos para promover o alívio ótimo da dor dentro dos limites da
prescrição do médico.
5. Avaliar as respostas comportamentais do paciente à dor e à experiência da dor.
6. Colaborar com o paciente, médico e outros membros da equipe de saúde quando são
necessárias alterações no tratamento da dor.
7. Incentivar as estratégias de alívio da dor que o paciente usou com sucesso na experiência
prévia com a dor.
8. Ensinar ao paciente as novas estratégias para aliviar a dor e o desconforto: distração,
imaginação, relaxamento, estimulação cutânea etc.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM: Reação de pesar antecipada relacionada com a
perda; papel funcional alterado.
Prescrição de enfermagem
1. Incentivar a verbalização dos temores, preocupações e dúvidas em relação à doença,
tratamento e futuras implicações.
2. Explorar as estratégias de enfrentamento bem-sucedidas previamente.
3. Incentivar a participação ativa do paciente ou da família nas decisões de cuidado e
tratamento.
4. Visitar a família frequentemente para estabelecer e manter os relacionamentos e a
proximidade física.
5. Incentivar a ventilação dos sentimentos negativos, incluindo a raiva e a hostilidade
projetadas, dentro de limites aceitáveis.
6. Permitir períodos de choro e expressão da tristeza.
7. Envolver o conselheiro espiritual quando desejado pelo paciente e pela família.
8. Solicitar o aconselhamento profissional quando indicado para o paciente ou família para
aliviar o pesar patológico.
9. Permitir a progressão através do processo de pesar no ritmo individual do paciente e da
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família.
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hemorrágicos.
Prescrição de enfermagem
1. Avaliar quanto ao potencial para o sangramento: monitorar a contagem de plaquetas.
2. Avaliar para o sangramento:
a) Petéquias ou equimoses.
b) Diminuição na hemoglobina ou hematócrito.
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a) Repouso no leito com grades laterais acolchoadas.
b) Prevenção da atividade extenuante.
c) Transfusões de plaquetas de acordo com a prescrição; administrar o cloridrato de
difenidramina (Benadryl) ou succinato sódico de hidrocortisona (Solu-Cortef), prescrito
para evitar a reação à transfusão de plaquetas.
d) Supervisionar a atividade quando fora do leito.
e) Advertir contra o assoar o nariz de forma vigorosa.
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Figura 1. Classificação dos antineoplásicos e resumo dos mecanismos de ação
de alguns agentes quimioterápicos úteis nas doenças neoplásicas (CALABRESI E
CHABNER, 2006).
Existem evidências da utilização de drogas quimioterápicas sob a forma de sais
metálicos como o arsênico, o cobre e o chumbo em civilizações antigas do Egito e da
Grécia. No entanto, foi somente durante a segunda guerra que a terapia antineoplásica
passou a ser estudada sistematicamente. A partir da publicação, em 1946, dos estudos
clínicos feitos com o gás mostarda e das observações sobre os efeitos do acido fólico em
crianças com leucemias, verificou-se avanço crescente da quimioterapia antineoplásica.
Atualmente, quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos encontram-se disponíveis
para uso na prática clinica (BONASSA e GATO, 2012).
Considera-se que todos os quimioterápicos são teratogênicos, mutagênicos e
carcinogênicos pelo fato de interferirem nos mecanismos genéticos e de divisão celular.
Conseqüentemente, os pacientes tratados com esses agentes podem desenvolver outra
neoplasia (INCA, 2014).
Os avanços verificados nas ultimas décadas, na área da quimioterapia
antineoplásica, tem facilitado consideravelmente a aplicação de outros tipos de
tratamento de câncer e permitido maior numero de curas (BONASSA e GATO, 2012).
Atualmente, metade dos portadores de neoplasias é tratada com radioterapia
(INCA, 2014). O objetivo da radioterapia é alcançar um índice terapêutico favorável,
levando as células malignas a perderem a sua clonogenicidade e, ao mesmo tempo,
preservando os tecidos normais (INCA, 2008).
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O tratamento com radioterapia geralmente não provoca dor física (INCA, 2014).
Pode provocar alguns efeitos indesejáveis, tanto a nível físico, desencadeando náuseas e
vômitos, como a nível psicológico, provocando reações de depressão e ansiedade
(IWAMOTO, 2000). Em alguns tratamentos paliativos, onde são utilizadas baixas
doses, os efeitos colaterais são mínimos. Entretanto, quando doses mais altas são
necessárias, as complicações podem ser mais severas (INCA, 2014).
Uma assistência de enfermagem com acurada identificação de problemas
relacionados ao estado físico, espiritual, mental e psicossocial dos pacientes pode
oferecer esperança para alívio dos sintomas através de um programa de intervenção bem
estruturado (SARNA, 1998). Para isso é necessário que a assistência de enfermagem se
guie por uma teoria que possa englobar essa demanda, como a proposta por Dorothea
Orem sobre o autocuidado.
Diante disso, objetivou-se a transmissão do relato de experiência sobre a
elaboração e implantação de um instrumento de coleta de dados do processo de
enfermagem, à luz da Teoria de Orem, para ser utilizado em um Ambulatório
Oncológico do serviço da de tratamento com quimioterapia antineoplásica.
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de enfermagem, deixando de lado a fragmentação dos cuidados. O Processo de
Enfermagem deve permitir momentos de discussão entre os profissionais estigando uma
reflexão sobre valores diversos que abrangem o cuidado do paciente, passando a ser
planejado e implementado por meio de um processo integral que valoriza a
comunicação entre os profissionais e com o paciente (FURUYA,2012).
Com a implantação do PE, a enfermagem passa da fase empírica para a
científica, desenvolvendo suas teorias, sistematizando seus conhecimentos, pesquisando
e tornando-se dia a dia uma ciência independente (HORTA, 1979). Tal sistematização
permite que os enfermeiros atuem na prática de maneira autônoma e sólida, pois, para
executá-la, necessitam utilizar preceitos científicos e humanísticos que compõem o
arsenal de conhecimento profissional (HORTA, 1979; SILVA ET AL, 2006).
No ambulatório de oncologia, os pacientes que são encaminhados para o
tratamento chegam com grandes demandas emocionais e físicas, dúvidas quanto ao
tratamento e suas conseqüências, expectativas de melhora, incertezas quanto ao futuro,
medo da morte iminente e sofrem com as reações adversas causados pelos fármacos.
Além disso, muitos apresentam déficit de conhecimento, o que os levam a apresentarem
maiores problemas físicos e emocionais. Isto se faz presente tanto no paciente como no
cuidador, logo, necessitam de uma assistência de enfermagem efetiva e estruturada, para
que os sintomas sejam minimizados ou enfrentados com eficiência.
Os tratamentos oncológicos, em especial, a quimio e radioterapia são vistos
pelos pacientes como importantes fatores estressantes, no entanto, também são vistos
como necessários. Por isso é importante que a pessoa seja capaz de realizar um bom
enfrentamento no primeiro contato com o tratamento, caso contrário, pode haver piora
das reações adversas nas aplicações seguintes. Assim, se uma pessoa não tem um bom
enfrentamento do vômito em um primeiro momento, este pode estar aumentado
posteriormente devido a uma reação psicológica de irritabilidade prévia (FRIED ET
AL., 2003).
Acredita-se que o profissional de enfermagem que desenvolve uma assistência
instrumentalizada pelo PE, à luz de um referencial teórico, será capaz de aprimorar as
habilidades cognitivas e psicomotoras, associar e correlacionar conhecimentos
multidisciplinares e estabelecer relações de trabalho melhor definidas e concretas.
Para utilização do PE é indispensável a realização da coleta de dados e esta tem
por finalidade identificar os problemas reais ou potenciais do cliente, de forma a
subsidiar o plano de cuidados e atender as necessidades encontradas prevenindo as
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complicações. É uma das etapas do processo de enfermagem, elemento da
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que mais exige tempo e trabalho,
reunindo informações indispensáveis à comprovação da hipótese (ALFARO-
LÉFEVRE, 2014).
Todos os passos do processo de enfermagem (PE) dependem dos dados
coletados durante esta fase, por isso a necessidade de assegurar que as informações
obtidas sejam efetivas, completas e organizadas de modo que ajude a adquirir um senso
de padrão entre saúde e doença (ALFARO-LÉFEVRE, 2014).
Para a realização da etapa Histórico de Enfermagem, aplicado a todos os clientes
encaminhados para iniciar o tratamento oncológico, foi elaborado um formulário
padronizado onde constam: dados de identificação, requisitos relacionados aos desvios
de saúde, requisitos de autocuidado universais, requisitos de autocuidado
desenvolvimentais e determinação da competência para o autocuidado conforme
instrumento, utilizando-se o referencial teórico de Orem.
Quanto ao Diagnóstico de Enfermagem, foi adotada a taxonomia NANDA
(North American Nursing Diagnosis Association) International, devido à sua eficácia,
efetividade e eficiência, possibilitando a tomada de decisões a respeito da saúde da
população e de sua qualidade de vida. O termo diagnóstico de enfermagem é definido
como “um julgamento clínico das experiências/respostas de um indivíduo, família,
grupo ou comunidade a problemas de saúde/ processos de vida reais ou potenciais...[e]
oferece a base para a escolha das intervenções de enfermagem de modo a alcançar os
resultados que são responsabilidade do enfermeiro” (NANDA,2015).
A prescrição de enfermagem, é realizada para pacientes que demonstram um
déficit no autocuidado, como também o apoio-educação é direcionado aos seus
familiares. Esta é desempenhada diariamente por enfermeiros, cujas ações prescritas são
executadas pelo próprio paciente, familiar e técnicos de enfermagem.
Quanto à evolução de enfermagem/avaliação esta refere-se a uma investigação
abrangente para decidir se os resultados esperados foram alcançados ou se novos
problemas emergiram (ALFARO-LÉFEVRE, 2014). Nesse caso, a mesma deve ser
realizada diariamente pelos enfermeiros.
Na operacionalização da SAE, atenção especial precisa ser dirigida para o
contingente de recursos humanos de enfermagem cujo quantitativo, invariavelmente, é
apontado como insuficiente para assegurar com efetividade a sistematização. Em
relação à habilidade prática e ao conhecimento científico apresentados pela equipe, não
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raro se observa precariedade nestes aspectos, o que indica a necessidade de participação
imprescindível da educação continuada nas atividades de capacitação e atualização.
Uma vez efetivando tal projeto dentro de uma organização, é importante que se
faça o reconhecimento da realidade e das peculiaridades de cada grupo envolvido, das
inovações que estão sendo instituídas, das transformações que estão sendo
desencadeadas e da forma como o processo está sendo conduzido, bem como do
momento histórico da instituição em que se implanta e implementa a SAE.
“DOROTHEA OREM”
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tratamentos médicos, num estilo de vida que promova o desenvolvimento contínuo do
indivíduo (OREM, 1991).
Os requisitos de autocuidado são: manutenção e ingesta suficiente de ar, água e
alimento; a provisão de cuidados com eliminação e excreção; manutenção de um
equilíbrio entre atividade e descanso, entre solidão e interação social; a prevenção de
riscos à vida, ao funcionamento e ao bem-estar humano; a promoção do funcionamento
e desenvolvimento humano, em grupos sociais, conforme o potencial humano,
limitações humanas conhecidas e o desejo de ser normal (DIÓGENES, 2003).
Segundo Foster e Janssens (1993), a teoria de déficit de autocuidado constitui a
essência da teoria de Orem, quando a enfermagem passa a ser uma exigência a partir das
necessidades de um adulto, e quando o mesmo acha-se incapacitado ou limitado para
prover autocuidado contínuo e eficaz. A teoria do déficit de autocuidado fundamenta-se
na limitação do indivíduo para prover autocuidado sistemático, necessitando ajuda da
equipe de enfermagem.
A teorista identifica cinco métodos de ajuda no déficit de autocuidado: agir ou
fazer para o outro, guiar o outro, apoiar o outro (física ou psicologicamente),
proporcionar um ambiente que promova o desenvolvimento pessoal, quanto a se tornar
capaz de satisfazer demandas futuras ou atuais de ação, ensinar o outro (OREM, 1993)
(GEORGE,1993).
A teoria de sistemas de enfermagem é dividida em sistema totalmente
compensatório, quando o ser humano está incapaz de cuidar de si mesmo, e o
enfermeiro o assiste, substituindo-o, sendo suficiente para ele. Sistema parcialmente
compensatório, quando o enfermeiro e o indivíduo participam na realização de ações
terapêuticas de autocuidado. O sistema de apoio-educação é quando o indivíduo
necessita de assistência na forma de apoio, orientação e ensinamento (FOSTER E
JANSSENS, 1993).
O paciente oncológico que se encontra em tratamento, pode observar diversas
demandas terapêuticas de autocuidado relacionadas principalmente, às principais
reações adversas do tratamento, tais como náuseas, vômitos, comprometimento da
autoimagem, bem como das dificuldades nas interações sociais e o próprio medo da
morte devido ao estigma do câncer.
A forma de agir a partir da identificação do déficit, estará fundamentada no
sistema de enfermagem que se baseará nas necessidades de autocuidado e nas
capacidades do paciente para a execução das atividades de autocuidado. Baseado nisto,
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poderão existir 3 sistemas de enfermagem que melhor se adequarão ao paciente: o
sistema totalmente compensatório, situação em que o indivíduo está incapacitado de
empenhar-se em ações de autocuidado que exijam locomoção autodirigida e controlada,
podendo ou não ter mantida a capacidade de julgamento; o sistema parcialmente
compensatório no qual tanto o enfermeiro quanto o paciente executam ações de
autocuidado e possuem capacidade de julgamento acerca das mesmas; e o sistema de
apoio-educação no qual o indivíduo consegue executar e pode aprender a executar ações
de autocuidado, adquirindo conhecimentos e habilidades através das informações dadas
pelo enfermeiro que o auxiliarão em seu autocuidado (GEORGE, 1993).
Considerando esses pontos principais, os objetivos da equipe de enfermagem
nesta interação, geralmente, residem em conhecer o paciente, identificar e satisfazer as
necessidades dos mesmos e assim alcançar o propósito da enfermagem, qual seja:
assistir o indivíduo família ou comunidade na prevenção ou enfrentamento da doença e
do sofrimento (FONSECA, 1997).
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Referências
C., SMELTZER, S., HINKLE, L., BARE, G., CHEEVER, H.. Brunner e
Suddarth
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 12ª edição. Guanabara Koogan,
08/2011. VitalBook file.
ABC do câncer: abordagens básicas para controle do câncer/ Instituto Nacional
de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação geral de ações estratégicas.
Coordenação de educação; organização Luiz Claudio Santos Thuler – 2 ed. rev e
atual.
– Rio de Janeiro: INCA 2012.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional
de câncer. TNM: classificação de tumores malignos / traduzido por Ana Lúcia Amaral
Eisenberg. 6. ed.
- Rio de Janeiro: INCA, 2004.
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