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CÂNCER
PATOLOGIA GERAL
PROFA. MSC ELISABETE QUEIRÓZ CALDEIRA NEVES
CONCEITO
Crescimento desordenado de células (maligno) que podem invadir tecidos e órgãos, podendo
espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
EPIDEMIOLOGIA
Tipos de câncer mais incidentes no mundo:
1. Pulmão
2. Mama
No Brasil, segundo estimativas do INCA, há previsão de ocorrência de
3. Intestino
4. Próstata 600 mil novos casos de câncer para cada ano no biênio 2018-2019.
Nos países em desenvolvimento a maioria dos indivíduos apresenta a doença já nos estágios avançados no
momento do diagnóstico.
http://www1.inca.gov.br
O QUE É CANCÊR?
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das
células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).
COMO SURGE O CÂNCER
As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em
células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em ONCOGENES, responsáveis pela
malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.
CARCINOGÊNESE
Resultados de alterações no DNA
1. Iniciação Células sofrem efeitos de carcinógenos (ex.: substâncias químicas, vírus, radiação)
mutação do DNA
Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o
tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Exemplos:
Alimentos ricos em gorduras (carnes vermelhas, frituras, leite integral e derivados, etc.) aumento na
produção de ácidos biliares, que são mutagênicos e citotóxicos cólon e reto.
Nitratos e Nitritos (picles, salsichas e alguns tipos de enlatados) – conservante aumento de radicais livres,
que promovem lesão celular com redução na produção de muco estômago.
Hábitos Alimentares
Tipo de preparo do alimento – temperaturas muito elevadas favorecem a formação de compostos que
aumentam o risco de câncer (aminas heterocíclicas).
Grãos e cereais contaminados pelo fungo Aspergillus flavus produz a aflatoxina câncer de fígado.
. Dieta pobre em fibras com altos teores de gorduras e calorias.
O QUE CAUSA O CÂNCER?
Alcoolismo
Os estudos epidemiológicos têm demonstrado que o tipo de bebida (cerveja, vinho, cachaça etc.) é indiferente,
pois parece ser o etanol, propriamente, o agente agressor.
PREVENÇÃO DO CANCÊR
2007 2012
ESTADIAMENTO
Apesar da sua variedade, os tumores malignos seguem um curso biológico mais ou menos comum a todos eles
O estadiamento clínico representa o mais importante meio de que dispõe o oncologista para definir o
prognóstico e a terapêutica dos pacientes.
- QUIMIOTERAPIA
- RADIOTERAPIA
- CIRURGIA
- TRATAMENTO PALIATIVO
TRATAMENTOS DO CÂNCER
QUIMIOTERAPIA
Terapêutica sistêmica – É mais tóxica para o tumor mas também apresenta toxicidade para os tecidos não
tumorais.
Mucosa do TGI – erosões no TGI, mucosite
Folículos pilosos – alopécia
Tumores: células de rápida divisão celular, assim como: Células da medula óssea – mielossupressão
RADIOTERAPIA
Técnica que emprega feixes de radiações ionizantes e é aplicada durante determinado tempo a um volume de
tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais, com o menor dano possível às
células vizinhas.
Tratamento local/regional
CIRURGIA
O câncer, em sua fase inicial, pode ser controlado e/ou curado, através do tratamento cirúrgico, quando este é o
tratamento indicado para o caso.
Todas as células maduras que circulam no sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) provêm de
uma única célula, denominada “célula-tronco”, “célula progenitora” ou “célula progenitora hematopoiética”.
As células progenitoras são produzidas na medula óssea e também são encontradas em grande quantidade no
cordão umbilical. No transplante, as células-tronco se alojarão na medula óssea, para que ela volte a produzir
células sanguíneas normais.
Condicionamento antes de receber as células progenitoras, o paciente deve receber doses de quimioterapia, às
vezes associadas à radioterapia, para que a medula óssea doente reduza ao máximo sua produção e diminua a
chance de reaparecimento do tumor.
TRATAMENTOS DO CÂNCER
TRATAMENTO PALIATIVO
A OMS enfatiza que o tratamento ativo e o tratamento paliativo não são mutuamente excludentes e propõe que
"muitos aspectos dos cuidados paliativos devem ser aplicados mais cedo, no curso da doença, em conjunto com
o tratamento oncológico ativo" e são aumentados gradualmente como um componente dos cuidados do
paciente do diagnóstico até a morte.
A nutrição busca preservar o estado nutricional e retardar o aparecimento da caquexia. Auxilia o controle dos
sintomas e a manutenção da hidratação satisfatória. Atua ressignificando o alimento, possibilitando redução da
ansiedade e o aumento do prazer e da autoestima.
ALTERAÇÕES METABÓLICAS NO PACIENTE COM CÂNCER
Glicólise anaeróbia
Proteólise
Lipólise
CARBOIDRATOS
• Glicose é o substrato preferencial das células tumorais (capazes de captar 10 a 50 vezes mais glicose em
relação às células normais), mas as células tumorais não conseguem realizar eficientemente glicólise aeróbia,
mesmo na presença de oxigênio.
PET-Scan
PROTEÍNAS
LIPÍDIOS
• Reduzida atividade da lipase lipoproteica (LPL – enzima com função de hidrolisar triglicerídeos das
lipoproteínas) prejudicando o clareamento plasmático e a lipogênese, com consequente aumento da VLDL,
LDL, ácidos graxos livres.
ALTERAÇÕES METABÓLICAS NO PACIENTE COM CÂNCER
ineficiência
energética/aumento
do gasto energético TUMOR
PROTEÓLISE
Fator indutor de
proteólise
ALTERAÇÕES METABÓLICAS NO PACIENTE COM CÂNCER
INFLAMAÇÃO
Tumor e células do sistema imunológico liberam citocinas, quimiocinas e outros mediadores inflamatórios.
Anorexia
INFLAMAÇÃO
ANTI
ANTI
ANTI
PRO
ANTI
PRO
PRO
PRO PRO
PRO
Status de inflamação:
“kakos” = ruim
“hexis” = condição ou aparência “uma condição debilitado de saúde”
• A RESPOSTA INFLAMATÓRIA ao crescimento do tumor parece ser a principal força motriz das mudanças
metabólicas na caquexida do câncer
Síndrome multifatorial caracterizada por perda contínua de massa muscular esquelética, com ou sem perda de
gordura, inflamação sistêmica e alterações metabólicas que levam a incapacidade funcional progressiva e
aumento da morbidade.
(FEARON et al., 2011)
CAQUEXIA
Classificação da caquexia no câncer:
PRÉ-CAQUEXIA CAQUEXIA CAQUEXIA
REFRATÁRIA
NORMAL MORTE
Todos os pacientes com câncer devem ser triados para identificar aqueles com risco e os que requerem uma
avaliação nutricional mais detalhada da sua condição.
O paciente internado deve ser triado e avaliado na admissão hospitalar ou em até 48 horas e durante a
internação semanalmente.
- ingestão alimentar
- avaliação clínica
- avaliação funcional
- dados laboratoriais
- antropometria, perda de peso ocorrida com o surgimento da doença
A frequência da avaliação nutricional durante os períodos pré e pós-operatórios deve ser individualizada,
considerando as particularidades de cada paciente.
TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Indicadores de risco nutricional
Ingestão alimentar < 75% das necessidades nutricionais nas 2 últimas semanas
Diminuição da ingestão pela via oral atual e/ou pregressa à internação na UTI < 60% das necessidades
Sintomas do TGI de impacto nutricional por mais de 3 dias consecutivos ou alternados na última semana
Presença de comorbidades
Síndrome da anorexia-caquexia
Utilizados em especial para pacientes com a doença terminal, uma vez que a resposta à nutrição pode não ser
observada em alterações na composição corporal, mas sim pela melhora e evolução clínica do paciente.
Objetivos:
- Sem complicações: 1,0 - 1,2 g/kg/d As necessidades nutricionais podem variar, dependendo
- Estresse moderado: 1,2 - 1,5 g/kg/d do tipo e da localização do tumor, da atividade da
doença, da presença de má absorção intestinal, da
- Estresse grave e repleção proteica: 1,5 - 2,0 g/kg/d necessidade de ganho de peso ou anabolismo.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Tratamento nutricional inicia no pré-operatório pois a terapia nutricional tem como principal objetivo reduzir as
complicações no pós-operatório
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
TRATAMENTO PALIATIVO
O planejamento nutricional de pacientes adultos em cuidados paliativos deve considerar, entre outros fatores,
a expectativa de vida como um dos componentes essenciais na tomada de decisão sobre a conduta a ser
instituída.
TRATAMENTO PALIATIVO
BRASPEN, 2018
NECESSIDADES NUTRICIONAIS
MICRONUTRIENTES
Os micronutrientes devem ser ofertados em níveis adequados que contemplem a ingestão dietética de
referência (DRI). A suplementação é recomendada apenas nos casos de deficiência.
TERAPIA NUTRICIONAL
Indicações:
Está indicada para pacientes em tratamento antineoplásico, desnutrido ou em risco nutricional, incapazes de ingerir ou
absorver os nutrientes adequados para sua condição.
Todos os candidatos à cirurgia eletiva de grande porte, desnutrido ou em risco nutricional, devem receber dieta oral, enteral,
parenteral ou a combinação delas, rica em PROTEÍNAS E COM IMUNOMODULADORES.
- TNO: quando a ingestão oral for < 70% das necessidades nutricionais nos últimos 3 dias, os suplementos nutricionais estão
indicados.
- TNE: quando a alimentação por via oral está contraindicada ou a ingestão alimentar por via oral for < 60% das
necessidades nutricionais nos últimos 3 dias.
- TNP: quando há impossibilidade total ou parcial de uso do TGI; como suplemento da TNE, quando essa for incapaz de
fornecer as necessidades nutricionais dentro dos 3 primeiros dias.
TERAPIA NUTRICIONAL
Objetivos:
NORMAL MORTE
Perda de peso < 5% Perda de peso > 5% ou IMC < Catabolismo
20Kg/m2 e perda de peso >
Anorexia e alterações 2% ou sarcopenia e perda de Resposta ineficiente ao
metabólicas peso > 2% tratamento anticâncer
Terapia nutricional especializada, enriquecida com nutrientes especiais, com possível efeito terapêutico em órgãos e
sistemas vitais sistema imune, intestino, fígado, sistema respiratório.
Complexas interações existentes entre nutrição, barreira intestinal, imunorregulação e doença grave tornaram-se cada
vez mais consistentes, aumentando a expectativa de que fórmulas nutricionais específicas possam proporcionar
benefícios adicionais na vigência de algumas doenças como o câncer.
Terapia alvo-molecular nutrigenômica como alimentos, nutrientes e outros compostos bioativos ingeridos
influenciam o genoma mudança do rumo da resposta inflamatória.
IMUNONUTRIÇÃO
Nutrientes não essenciais, mas que, em condições de doença, tornam-se “condicionalmente essenciais”
Exemplos desses nutrientes incluem arginina, glutamina, nucleotídeos e ácidos graxos ômega-3, sozinhos ou
combinados, que caracterizam a dieta imunomoduladora.
A dieta imunomoduladora pode contribuir para a diminuição das complicações pós-cirúrgicas e para uma
melhor recuperação do peso, tendo grandes chances de influenciar significativamente na sobrevida do paciente
IMUNONUTRIÇÃO
Pacientes em PRÉ e PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS DE GRANDE PORTE DO TRATO DIGESTÓRIO E DE CABEÇA E PESCOÇO
Se beneficiariam do uso de imunomoduladores (enriquecidas com ARGININA, NUCLEOTÍDEOS E ÔMEGA-3) redução nas
complicações perioperatórias e no tempo de hospitalização
Iniciar: de 5 a 10 dias antes de cirurgias de grande porte do trato digestório e de cabeça e pescoço, independente do
estado nutricional.
Descontinuar: no dia da cirurgia; no sétimo dia de pós-operatório.
Dietas imunomoduladoras enriquecidas com arginina, nucleotídeos e ômega-3 no paciente oncológico estão
contraindicadas no paciente crítico com sepse.
ANTIOXIDANTES
Antioxidantes têm sido estudados tanto para prevenção quanto para tratamento do câncer.
Possibilidade de serem agentes anticancerígenos potenciais e por reduzirem o dano oxidativo da quimioterapia e
da radioterapia e, portanto, a toxicidade limitante da dose.
Os efeitos anticancerígenos potenciais incluem redução de dano oxidativo a lipídios e proteínas do DNA; redução
da proliferação e da angiogênese; e aumento da apoptose e, portanto, possível redução de iniciação, promoção,
progressão e metástase de câncer.
Redução da inflamação
Antioxidantes: qualquer substância que, mesmo em baixas concentrações, é capaz de atrasar ou inibir a oxidação,
diminuindo a concentração de radicais livres no organismo e que também age quelando os íons metálicos,
prevenindo a peroxidação lipídica.
ANTIOXIDANTES
A ingestão de quantidades fisiológicas de antioxidantes está recomendada para pacientes oncológicos por meio
de uma alimentação rica em frutas e vegetais (cinco ou mais porções por dia) e de acordo com a DRI.
Todos os pacientes oncológicos se beneficiam com uma alimentação saudável, composta do consumo de 5
porções ao dia (de 400 a 600 g) de vegetais não amiláceos e frutas, fontes de antioxidantes.
O uso de suplementos nutricionais com antioxidantes, com doses acima das recomendadas pela DRI é
contraindicado para o paciente oncológico, sobretudo em fumantes e/ou alcoolistas em quimioterapia ou
radioterapia.
ANTIOXIDANTES
Antioxidantes que tem recebido maior atenção:
Carotenóides:
alfa tocoferol de maior atividade biológica: óleos vegetais, grãos integrais, nozes, amêndoas
Selênio:
Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (2016): “em razão da falta de vivência clínica na população
oncológica, permanece inviável, nesse momento, consensuar recomendações à prática do uso de fitoterápicos em
pacientes oncológicos, embora muitos avanços já tenham ocorrido, vislumbrando um futuro promissor para essa
prática”
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA SINAIS E SINTOMAS CAUSADOS PELA TERAPIA
ANTITUMORAL
Anorexia
Queijo - 1 fatia média (30) 7,0 - Acrescentar iogurte ou leite aos sucos de fruta
- Higienizar frutas e verduras cruas com sanitizantes, de acordo com a RDC nº 216/2004 da Anvisa: 1 colher de sopa de
água sanitária diluída em 1 litro de água. Deixar em imersão por 20 min.
- Utilizar água potável filtrada, fervida ou mineral de boa procedência para o consumo
- Utilizar oleaginosas e grãos somente coccionados
- Dar preferência para os alimentos como frutas, verduras e legumes sempre coccionados
- Utilizar leites e derivados somente pasteurizados e esterilizados (não utilizar iogurtes e leite fermentados)
- Utilizar carnes e ovos somente bem coccionados
- Utilizar alimentos processados em embalagens individuais e dentro do prazo de validade
- Não utilizar brotos de vegetais e sementes germinadas
- Não usar probióticos
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PARA SINAIS E SINTOMAS CAUSADOS PELA TERAPIA
ANTITUMORAL
Outros sinais e sintomas que demandam conduta nutricional específica: