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Ciências Morfofuncionais

dos Sistemas Imune e


Hematológico
Profa. Carla da Silva Machado

Governador Valadares
2018
UNIDADE 4: ENIGMAS DO CÂNCER

SEÇÃO 4.1 – Neoplasias: compreendendo o


câncer
CÂNCER - histórico

O câncer é a denominação que Hipócrates, o considerado


pai da medicina que viveu entre 460 e 377 antes de
Cristo, deu para os processos de neoplasias malignas.
Trata-se de um termo que vem do grego karkínos, que
significa caranguejo. Essa associação é feita pelo fato de
as células cancerosas serem capazes de atacar e infiltrar
as células sadias como as “garras” de um caranguejo.
CÂNCER - definição

O câncer é o nome dado a um grupo de doenças que tem


em comum o crescimento desordenado de células que se
tornaram anormais, decorrente de alterações nos genes
que controlam o seu crescimento e que tendem a invadir
tecidos e órgãos vizinhos.
CÂNCER - definição

Da junção de neo- (novo) e -plasia (formação) vem a


terminologia “neoplasia”, que corresponde a um
crescimento anormal de células, excessivo, progressivo e
ilimitado, que ultrapassa aquele dos tecidos normais. É
irreversível e persiste de maneira excessiva mesmo após o
término do estímulo que induziu a alteração. A maioria das
células normais cresce, multiplica-se e morre de maneira
ordenada.
PROLIFERAÇÃO CELULAR

A proliferação celular pode ser controlada, processo em que


há um aumento localizado e limitado em células de tecidos
normais causado por estímulos fisiológicos ou patológicos. O
processo é reversível; quando cessam os estímulos, o tecido
volta ao normal, são exemplos: a hiperplasia, a metaplasia
e a displasia.

Quando a proliferação celular não é controlada, forma-se


uma massa anormal que persiste no crescimento mesmo
após os estímulos patológicos terem cessado. Trata-se das
neoplasias, também denominadas tumores. Nesse sentido,
os tumores são as massas anormais formadas a partir da
proliferação neoplásica.
NEOPLASIAS – benignas ou malignas

As neoplasias podem ser benignas ou malignas. As


benignas têm o crescimento organizado, lento,
apresentam limites nítidos, são, em geral, capsuladas e
não invadem tecidos vizinhos, porém podem comprimi-los.
A ressecção cirúrgica é facilitada, para a qual não há
necessidade de margens de segurança. São exemplos: o
lipoma, o mioma e o adenoma.
NEOPLASIAS – benignas ou malignas

As neoplasias malignas apresentam crescimento


desordenado, rápido, disforme, não capsulado, com
infiltração progressiva dos tecidos adjacentes e têm
ressecção cirúrgica que exige margem de segurança,
além de provocarem metástase, podendo levar à morte.
São exemplos: carcinoma de tireoide, carcinoma de boca,
carcinoma de mama, entre outros.
NEOPLASIAS – malignas
NEOPLASIAS – benignas e malignas
NEOPLASIAS – malignas
O câncer pode ser classificado em invasivo ou in situ.
Quando se encontra no estágio in situ, as células
cancerígenas se limitam apenas ao tecido de sua origem e
não se disseminam para outras partes do órgão. Nesse
estágio, se tratado, a sua cura é mais fácil de ocorrer. No
câncer invasivo, as células cancerígenas invadem todo o
órgão e podem alcançar a corrente sanguínea ou a linfática e
se disseminar para outras partes do corpo, formando um novo
foco de câncer denominado de metástase.
CARCINOGÊNESE
A formação do câncer ocorre por meio de uma célula
normal que sofre uma mutação genética e passa a
responder erroneamente ao seu metabolismo. A célula se
torna maligna quando os genes mutados são os proto-
oncogenes que estão inativos nas células normais.
Quando esses genes são ativados, a célula torna-se
cancerígena. Esse processo é denominado de
oncogênese ou carcinogênese.
CARCINOGÊNESE

Em geral, a carcinogênese é um processo lento, razão


pela qual é possível que uma célula cancerosa leve vários
anos para se proliferar e dar origem a um tumor. É
estimulada pelos agentes carcinógenos que são
responsáveis pelo: início, promoção, progressão e inibição
do câncer. Na carcinogênese, estão presentes três
estágios: o estágio de iniciação, em que o gene sofre
alteração; o estágio de promoção, em que os agentes
oncopromotores agem na célula alterada; e o estágio de
progressão, em que ocorre a multiplicação descontrolada
e irreversível da célula cancerígena.
CARCINOGÊNESE
METÁSTASE

A metástase é a disseminação das células neoplásicas


malignas a distância para outros órgãos, sem
continuidade com o tumor primário. Ocorre com o
surgimento de subclones metastáticos. Uma das vias de
disseminação são as hematogênicas, em que as células
neoplásicas alcançam a corrente sanguínea e podem
chegar a qualquer outro órgão do organismo. Outra via, a
mais comum para os carcinomas, é a linfática, que segue
as vias naturais de drenagem linfática. São exemplos:
carcinoma de mama, que atinge os linfonodos axilares;
carcinoma de boca, que atinge os linfonodos cervicais; e
carcinoma de pulmão; que atinge os linfonodos
mediastinais.
METÁSTASE
REMOÇÃO DE TUMOR MALIGNO

Geralmente, quando se realiza a remoção do tumor


maligno, também é necessária a remoção da cadeia de
linfonodos regionais; por exemplo, no câncer de mama,
quando se realiza a mastectomia, é realizado o
esvaziamento axilar.
LINFEDEMA

A remoção da cadeia linfática de uma determinada região


pode causar algumas consequências em razão da
formação de fibrose no local da remoção, prejudicando a
drenagem linfática da região. Como exemplo, pode-se
citar o edema do braço, que ocorre quando se retiram os
linfonodos axilares junto com a mastectomia. A fisioterapia
postural, a drenagem linfática manual, os exercícios com o
membro superior e a hidroginástica auxiliam na redução
do edema e na melhora da amplitude de movimento do
membro afetado.

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