Você está na página 1de 24

Larissa Nascimento

Enfermeira
 Asneoplasias são a segunda principal causa
de morbidade e mortalidade nos países
ocidentais.

 De acordo com dados do Ministério da Saúde,


quase 1.200 novos casos de câncer são
estimados para o biênio 2023-2024 no Brasil
e quase 400 mil pessoas morreram de câncer
no país em 2019.
 A dificuldade em compreender e tratar o câncer
deriva do fato de as células cancerosas
apresentarem um defeito de crescimento
complexo, que envolve múltiplas vias
metabólicas, intercomunicadas entre si.
 Por isso o câncer possui elevada letalidade
(cerca de um a cada três pacientes que descobre
a doença acaba morrendo).
 Além do mais, o diagnóstico é feito nas fases
mais avançadas da doença devido à escassez de
sintomas específicos e de testes preventivos com
eficácia comprovada cientificamente.
 Isso tudo promove uma fobia social frente a esse
diagnóstico.
 Neoplasia significa, literalmente,
crescimento novo.

 Willis (1952) definiu neoplasia como uma


massa anormal de tecido cujo crescimento é
excessivo e descoordenado comparado aos
tecidos normais adjacentes e que persiste
mesmo depois da interrupção do estímulo
que induziu à proliferação inicial.
 Os tumores benignos são neoplasias que
demonstram crescimento desordenado,
embora não possuam a capacidade de
desenvolverem metástases a distância.

 Em relação à nomenclatura, essas neoplasias


recebem o sufixo OMA associado ao tipo
celular que deu origem ao tumor.
 Ostumores malignos são também chamados
de câncer e, além de terem crescimento
desordenado, podem desenvolver metástases
a distância através da circulação de células
neoplásicas nos vasos sanguíneos.

A nomenclatura desses tumores depende do


tipo histológico.
 São quatro características microscópicas
básicas que auxiliam na diferenciação entre
células benignas e malignas.

 São elas:
- diferenciação e anaplasia

- velocidade de crescimento tumoral

- invasão local

- presença de metástases a distância.


 Diferenciação e anaplasia se referem às
células que formam esse tecido tumoral.

A diferenciação das células faz referência ao


grau em que se assemelha às células que lhes
deram origem.
 As neoplasias benignas são formadas por
células bem diferenciadas que se
assemelham às células que lhe deram
origem.

 Um exemplo clássico é o lipoma constituído


por células maduras adiposas preenchidas
por vacúolos lipídicos citoplasmáticos.

 Além disso, nos tumores benignos as mitoses


são raras e de aspecto normal.
 Nas neoplasias malignas as células podem ser
bem diferenciadas, mas são completamente
primitivas e indiferenciadas, a tal ponto que
impedem a identificação da célula que lhe deu
origem (células anaplásicas).

 As neoplasias malignas apresentam elevada


taxa de mitose com componentes aberrantes
no ciclo celular (como alterações
cromossômicas).
A maioria dos tumores benignos cresce
lentamente, enquanto grande parte dos
tumores malignos cresce muito mais rápido.

 Esta regra destaca exceções como, por


exemplo, os leiomiomas uterinos (tumores
benignos do músculo liso).

 Tais tumores são influenciados pelos níveis


circulantes de estrógenos e, por isso, podem
crescer rapidamente, apresentando volumes
finais significativos.
 Nos tumores malignos, a velocidade de
crescimento se correlaciona com o grau de
diferenciação.

 Exemplos clássicos são os tumores


neuroendócrinos típicos, ou bem
diferenciados, que revelam um ritmo de
desenvolvimento extremamente lento.
 Uma neoplasia benigna se mantém localizada em
seu lugar de origem.
 Não tem a capacidade de infiltrar, invadir e
produzir metástases a distância. Dado que fibromas
e adenomas se expandem lentamente, a maioria se
desenvolve em uma cápsula fibrosa fechada que os
separa do tecido do hospedeiro.
 Contudo, o crescimento dos tumores benignos pode
ocorrer em regiões do organismo sensíveis e pouco
acessíveis.
 Por exemplo, os meningiomas (tumores benignos da
meninge) podem levar à morte em casos extremos
nos quais seja impossível a ressecção cirúrgica do
tumor.
 Neles, o baixo índice proliferativo reduz muito a
sensibilidade dos tumores à quimioterapia ou
radioterapia
 Os cânceres se desenvolvem por infiltração,
invasão, destruição e penetração do tecido que
os circundam.

 Além do mais, os tumores malignos não


costumam revelar uma cápsula fibrosa
exuberante e, por isso, tanta importância é
dada às margens cirúrgicas da neoplasia.

 Microscopicamente, as células malignas


penetram na borda da lesão e infiltram
estruturas adjacentes como finas patas de um
caranguejo. Daí a nomenclatura câncer
(caranguejo em latim)
 O termo metástase significa implantes secundários
não contínuos ao tumor primário, ou seja,
presença de doença a distância.

 Essa é uma característica exclusiva das neoplasias


malignas. Uma neoplasia de comportamento
interessante é o tumor ósseo de células gigantes,
considerado uma neoplasia benigna, apesar de
poder apresentar implantes (não denominados
metástases, já que o tumor é benigno) no pulmão.

 De maneira geral, quanto mais anaplásica a


neoplasia primária, maior a probabilidade de que
se desenvolvam metástases. O tamanho do tumor
primário indica pouca ou nenhuma relação com o
risco de desenvolvimento de metástases.
A disseminação da doença a distância
impossibilita a cura e, no Brasil, mais da
metade dos casos de câncer são diagnosticados
já na presença de metástases a distância.

 Asmetástases ocorrem por três vias principais


de disseminação: contiguidade dentro das
cavidades corporais, disseminação linfática e
disseminação hematogênica.
 Cada neoplasia primária tem uma
característica própria de disseminação.

 Por exemplo, os tumores de células


germinativas (primários dos testículos ou dos
ovários) do tipo não seminomatosos possuem
uma disseminação primariamente linfática,
exceto pelo componente coriocarcinoma que
apresenta uma disseminação hematogênica,
podendo levar a metástases pulmonares,
hepáticas e até cerebrais sem o acometimento
linfonodal.

Você também pode gostar