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As neoplasias são definidas como “crescimento novo” e trata-se de uma massa anormal de
tecido, cujo crescimento é descontrolado e ultrapassa o do tecido normal, persistindo
da mesma maneira excessiva após o término dos estímulos que provocaram a alteração.
Assim, alterações hereditárias que permitam a proliferação excessiva e desregulada são
fundamentais para o desenvolvimento das neoplasias. Relembrando do ciclo celular, ele
apresenta um controle fisiológico rígido, em que cada uma de suas fases apresenta um
checkpoint, no qual há a verificação do DNA e, em caso de alteração, induz a correção ou
apoptose. Nesse sentido, um estímulo qualquer, como radiação ionizante, carcinógenos ou
mutágenos, provocam uma lesão do DNA, promovendo uma mutação e esta, quando é
perpetuada (não reparada pela p53) de modo a ser passada as próximas gerações de
células, passa a ser chamada de neoplasia.
Com isso, faz-se importante diferenciar o tumor, que é um termo abrangente para o
aumento do volume tecidual, neoplasia, crescimento tecidual pelo aumento no número de
células por perda de regulação fisiológica, e câncer, uma neoplasia maligna. A oncologia,
então, trata-se do estudo do câncer. A nomenclatura câncer vem de karkinos, que significa
caranguejo ou crustáceo, pois nota-se que as patas do animal são não uniformes, que
representa o seu crescimento tecidual também não uniforme e com infiltração irregular nos
órgãos e tecidos.
Toda neoplasia apresenta dois componentes, que são o parênquima, indicando o
conjunto de células neoplásicas, e estroma, representando o tecido conjuntivo, vasos
sanguíneos (angiogênese) e nervos que o irrigam e dão sustentação ao crescimento destas
células. Assim, quando há o equilíbrio entre esses 2 constituintes, a neoplasia cresce. Por
outro lado, quando o parênquima cresce desproporcional ao estroma, pode-se observar
muita morte celular, sendo uma característica de um tumor muito agressivo, em virtude da
atividade proliferativa ser muito mais exuberante do que a angiogênese. Desse modo,
chegamos a uma classificação das neoplasias em tumores medulares, com mais
parênquima do que estroma, tumores esquirrosos, com mais estroma do que parênquima,
e tumores desmoplásicos (colagenosos), que são variantes tumorais cujo estroma é de
tecido conjuntivo denso (dificulta a infiltração do parênquima).
Quanto ao comportamento biológico, as neoplasias são divididas em benignas e
malignas. As neoplasias benignas são bem confinadas, tendendo a ficar circunscrita,
possuem consistências similares. As neoplasias malignas começam a invadir os tecidos
adjacentes e pode realizar metástase, elas tendem a apresentar margens e aparência
irregulares, além de áreas com pigmentação diferentes, ulceração. O osteossarcoma
(neoplasia maligna de tecido ósseo) é marcado pela presença de “raios de sol” na
radiografia.
As características macroscópicas que devem ser observadas na neoplasia incluem o
local de origem, que pode ser dentro do órgão (crescimento nodular ou infiltrativo) ou na
superfície (crescimento nodular, verrucoso, polipóide, papilomatoso, ulcerado, entre outros);
a cor, que pode ser branco (fibroso), amarelado (adiposo), rosado (muscular), avermelhado
(vascular) ou negro (pigmentos, como melanina); a consistência, que pode ser amolecido,
gelatinoso, consistente ou pétreo; e ulceração, que pode estar presente ou não devido a
necrose do epitélio de revestimento ou da própria neoplasia. Por mais sugestivo que seja a
lesão clínica, apenas as características histopatológicas observadas em biópsia é que
diagnosticam a neoplasia.
Classificação e Nomenclatura: quanto ao tecido de origem, a nomenclatura das
neoplasias benignas epitelial recebem o sufixo oma, o epitelial glandular recebem o termo
adenoma e o mesenquimal recebe o sufixo oma. Já a nomenclatura da neoplasia maligna
epitelial recebe o termo carcinoma, o epitelial glandular recebe o termo adenocarcinoma e
o mesenquimal recebe o sufixo sarcoma.
Adenoma Adenocarcinoma
Epitélio glandular
Cistadenoma Cistadenocarcinoma
EXCEÇÕES
Leucemia
Mieloma
Resumindo, o câncer não surge do nada. Para sua ocorrência, por exemplo no lábio, é
necessário um evento de iniciação, como a radiação, que cause a formação de uma célula
geneticamente alterada, a qual tem sua promoção para hiperplasia, em que já é possível
observar a queilite actínica, progredindo para uma displasia e depois para um carcinoma in
situ, o qual invade o tecido conjuntivo subjacente e passa a ser uma manifestação de
carcinoma invasivo.
A gradação histológica, que consiste nos aspectos histomorfológicos do tumor,
avalia o aumento na diferenciação celular (melhor prognóstico), além do aumento no índice
mitótico e grau de invasão local (pior prognóstico).