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● Diferenciação celular
● Velocidade de proliferação celular
● Morte por apoptose
Diferenciação
● Características das células (embrionárias ou adultas):
o Potencialidade = capacidade de gerar outros tipos de células
especializadas (diferenciadas). Ex: óvulo → 100% de
potencialidade e 0 grau de diferenciação ≠
o Diferenciação = modificações químicas e/ou morfológicas das
células com aumento da complexidade e da especificidade
funcional. Ex: neurônio → 100% de diferenciação e 0 de
potencialidade
● Graus intermediários
o Célula hepática/células acinares do pâncreas
▪ Células muito diferenciadas
▪ Com potencialidade para gerar outras células semelhantes
(multiplicação)
● Ativação genica:
o Expressão → transcrição
● Inativação gênica:
o Repressão → ausência de transcrição
Classificação de COWDRY
● Algumas células estão continuamente entrando em mitose
= Células lábeis ● Outras só de vez em quando = Células
estáveis
● Alguns tipos jamais se dividem = Células Permanentes
COWDRY classificou as células de acordo com a sua capacidade de
multiplicação em dois grupos:
Ciclo Celular
Fatores de Crescimento
São substâncias produzidas por vários tipos de células e que estimulam a multiplicação.
Hormônios
Alguns hormônios estimulam a divisão celular:
Calonas
São substâncias produzidas por tecidos normais que impedem mitoses.
Protooncogenes
Genes que iniciam a mitose, estando reprimidos não afetam a mitose.
Regulam o crescimento celular em certa época da vida.
Importantes na embriogênese (produção de novas células é muito ativa
e necessária para o rápido crescimento do embrião), e após esse período
esses protooncogenes são reprimidos. Exceto no câncer.
● Fatores de crescimento
● Receptores de membrana para fatores de crescimento
● Proteínas citoplasmáticas
● Fatores nucleares
Oncogene
Gene alterado que vai se transmitir à todas as células cancerosas e suas
metástases. (oncos = câncer) → se o gene alterado é chamado de
oncogene, sua forma normal é chamada de protooncogene.
o Maligno → Câncer
▪ Grande autonomia
▪ Invade tecidos e prolifera à distância
Neoplasia
Neoplasia literalmente significa “novo crescimento”. Diz-se que células
neoplásicas são transformadas porque continuam a se replicar,
aparentemente “desatentas” às influências regulatórias que controlam o
crescimento celular normal. As neoplasias, portanto, desfrutam de um
certo grau de autonomia e tendem a aumentar de tamanho
independente de seu ambiente local. Sua autonomia, porém, não é
absolutamente completa. Algumas neoplasias requerem suporte
endócrino, e tais dependências algumas vezes podem ser exploradas
terapeuticamente. Toda neoplasia depende do hospedeiro para sua
nutrição e suprimento sanguíneo.
o Benigno
▪ Pouca autonomia
▪ Sem capacidade de invadir os tecidos vizinhos
o Maligno → Câncer
▪ Grande autonomia
▪ Invade tecidos e prolifera à distância
Nomenclatura
Os tumores possuem dois componentes:
Tumores Malignos
● Carcinomas = neoplasias malignas originadas de um tecido epitelial
● Sarcomas = neoplasias malignas originadas de um tecido mesenquimal
Carcinomas
● Neoplasia maligna originada de um epitélio pavimentoso
estratificado (esôfago, colo uterino, etc):
o Carcinoma escamo-celular/Carcinoma escamoso
▪ Como as células escamosas tem a potencialidade de produzir
queratina, estes tumores podem conter, nas formas bem
diferenciadas, grandes quantidades desta substância, sob a forma de
“pérolas córneas”.
● Neoplasia maligna originada de um epitélio glandular
(estômago, intestino, endométrio, etc):
o Adenocarcinoma
▪ Nas formas bem diferenciadas formam estruturas glandulares, que
guardam “certa” semelhança com as glândulas do epitélio original,
apear da presença dos sinais de anaplasia.
Sarcomas
● Neoplasia maligna originadas do tecido muscular liso (miométrio,
túnica muscular do estômago ou intestino):
o Leiomiossarcoma
● Neoplasia maligna originada de tecido conjuntivo fibroso:
o Fibrossarcoma
● Neoplasia maligna originada do tecido adiposo:
o Lipossarcoma
Neoplasias Benignas
● Células bem diferenciadas, sem sinais de anaplacia → se assemelham
estreitamente a suas contrapartes normais, difícil distingui-las das
normais, sendo as características atípicas celulares bem discretas.
● Baixo índice mitótico → crescimento lento
● Sem infiltração em tecidos vizinhos → não tem capacidade de se
infiltrar, invadir ou metastatizar-se. Forma uma massa esférica,
característica de um crescimento expansivo no próprio tecido,
podendo ser encapsulado ou apenas bem delimitado. ● Relação
núcleo/citoplasma normal, com células uniformes em todo o tumor.
Neoplasias Malignas
● Células de bem diferenciadas a indiferenciadas.
o Células malignas indiferenciadas são anaplásicas =
característica de malignidade.
● Alto índice mitótico → crescimento rápido
● Crescimento infiltrativo, com invasão e destruição.
● Produção de metástases
● Relação núcleo/citoplasma elevada com pleomorfismo celular e nuclear
Nas neoplasias malignas é comum observar áreas de necrose e
hemorragia no centro, pois são áreas mais profundas e as vezes o tumor
cresce tão rápido que não há tempo de ocorrer angiogênese.
Características e Propriedades
● Características bioquímicas: as células malignas suportam melhor
a hipóxia, porque captam aminoácidos com maior velocidade e
realizam glicólise com mais eficiência. ● Adesividade: as células
malignas tem menor adesão entre si.
● Crescimento autônomo: autossuficiência nos sinais de crescimento
● Angiogênese: mantida e desenvolvida, mas as vezes não
acompanha o crescimento rápido do tumor, gerando uma área de
necrose.
● Perda das funções celulares
● Perda da inibição por contato: as células malignas continuam se
multiplicando mesmo após terem atingido o estado de confluência
(as membranas plasmáticas se tocam) e passam a formar pilhas
dee células superpostas → insensibilidade aos sinais de crescimento
● Alterações da forma
Neoplasia In Situ
Formado por células que se multiplicam rapidamente. Constitui um
estágio anterior ao de invasão, não há produção de metástases e são
encontrados nos epitélios escamoso e glandular. O carcinoma será
considerado “in situ” até que ultrapasse a membrana basal.
Normal > Displasia > Neoplasia In Situ > Neoplasia invasiva > Metástase
Metástases
São implantes secundários de um tumor, as quais são descontínuas com o
tumor primário e localizadas em tecidos remotos. Elas só ocorrem se já tiver
havido invasão dos tecidos vizinhos e todos os seus processos dependem de
alterações na expressão gênica e de sinais gerados pelo estroma (tecido de
sustentação = tecido conjuntivo + vasos sanguíneos) do tumor e do órgão
aonde a metástase irá se formar.
*Nem sempre invasão de tecidos vizinhos implica em metástase.
Metástases Linfáticas
A via linfática é a via de disseminação inicial de carcinomas. Como regra, o
primeiro sítio das metástases é o primeiro linfonodo na via de drenagem
linfática do tumor, o linfonodo sentinela. Injeta-se um corante ou
radioisótopo e o primeiro linfonodo a se corar é o sentinela, o qual é retirado
e analisado. Se não houver células tumorais, não se retira nenhum outro
linfonodo, se houver, retira-se todos os linfonodos após esse, para
evitar metástases. Entretanto, isso pode levar a complicações,
como a formação de um linfedema.
Metástases Hematogênicas
Os tumores de órgãos do sistema porta dão metástases, inicialmente, no
fígado. Aliás, a presença de células malignas na circulação não indica,
obrigatoriamente, a formação de metátases, pois o número de células
tumorais que conseguem penetrar em um vaso é muito maior que o
número de células tumorais que penetra em um órgão e causa
metástase.
Fenótipo Maligno
Para que ocorra a transformação e a progressão neoplásica é necessário
que a célula adquira certas características:
Genética do Câncer
Protooncogene
É um segmento do DNA que codifica moléculas que interferem na
proliferação e na diferenciação celular. Normalmente, eles são ativados
(expressos) durante a fase embrionária e passam a ser reprimidos na vida
pós-natal, devido a um controle orgânico. Essas moléculas que ele codifica
são:
● Fatores de crescimento
● Receptores de membrana para fatores de crescimento
● Proteínas citoplasmáticas transdutoras → ativam fatores nucleares
● Fatores nucleares → ativam fatores de transcrição, também
chamados de proteínas nucleares
Oncogene
Os protooncogenes podem se tornar oncogenes quando há uma alteração
no gene (mutação), resultando em uma proteína anormal (oncoproteína)
ou quando ocorre aumento da expressão gênica, gerando um número
maior de proteínas que estimulam o crescimento celular.
Ações
● Aumento na produção e secreção de fatores de crescimento (PDGF,
FGF, TGF, HDF) → a ativação de um oncogene codifica um fator de
crescimento e isso inicia uma produção muito grande desses fatores.
O fator de crescimento liga-se ao seu receptor e isso sinaliza o
núcleo, gerando sinais positivos para a divisão celular.
● Mutações ou aumento na expressão de receptores de FC (RET, c-kit,
C-erb-B2, EGFR, PDGF-R) → ocorre um amplificação dos oncogenes que
codificam os receptores, levando a uma produção grande desses.
Quanto maios a quantidade desses receptores, maior a ativação dos
sistemas mensageiros que favorecem a proliferação celular. Um
receptor mutado pode continuar agindo mesmo na ausência de FC.
● Mutação nas proteínas de transdução que resulta na sua ativação
constitutiva (RAS, ABL) → células cancerosas adquirem
autonomia de crescimento, essas proteínas acoplam-se ao FC
ativado e o transmitem ao núcleo.
● Mutação no fator de transcrição nuclear (c-myc, n-myc, l-myc)
→ mutação que impulsiona a expressão dos genes
promotores do crescimento.
● Proteínas reguladoras do ciclo celular superexpressas (ciclina D,
ciclina E, CDK4) → proteínas que favorecem a proliferação celular,
incapacitam o ponto de controle G1-S, são produzidas em grande
quantidade.
● Superprodução do fator que previne a morte celular → o oncogene
ativado codifica o fator Bcl-2, que inibe a morte celular, e passa a ser
produzido em grandes quantidades nas mitocôndrias. Isso leva a um
bloqueio dos sinais indutores da morte celular programada (apoptose),
o que gera uma longevidade inadequada das células.
● Perda da atividade nos sistemas de reparo do DNA → ocorre uma
mutação no gene que codifica a enzima de reparo do DNA, levando
a formação de uma enzima anômala. Quando o DNA é lesado e não
reparado, essa lesão persiste nas células filhas, podendo gerar
complicações.
As anormalidades das vias de reparo por mutação podem resultar
no acúmulo de mutações em diversos genes diferentes nas células
afetadas, além de ela apresentar grande variabilidade no número
de repetições curtas de nucleotídeos (instabilidade de
microssatélite*).
*Uma deficiência hereditária em um gene de reparo causa
Síndrome familiar do câncer colorretal sem polipose (Síndrome de
Lynch).
*Instabilidade de Microssatélites
Os microssatélites são repetições sequenciais de 1-6 nucleotídeos encontrados no genoma.
Carcinogênese
É um processo de múltiplas etapas resultante do acúmulo de múltiplas
alterações genéticas que coletivamente dão origem ao fenótipo
maligno.
Carcinogênese Química
Os carcinógenos químicos são prevalentes no ambiente, tanto como
produtos naturais como compostos sintéticos. Algumas dessas
substâncias são ativas e outras são inativas, necessitando de enzimas
celulares (P-450) para sua ativação. Mas nem todas as pessoas
apresentam essas enzimas. Podem ocorrer alterações genéticas nessas
enzimas, assim como nas de reparo do DNA, são capazes de proteger ou
predispor as células ao câncer.
Carcinogênese por Irradiação
Tanto por radiações excitantes (UV) quanto por ionizantes, provocam
mutações gênicas e podem ativar oncogenes ou inativar genes
supressores de tumor. Isso pode ocorrer formando
quebras no DNA ou instabilidade. O raio-x, geralmente, está associado a
tumores de medula óssea e das áreas expostas da pele e a luz UV, a
tumores malignos da pele.
Carcinogênese Viral
Os vírus invadem as células e elas passam a produzir substâncias a partir
do genoma viral. Os vírus carregam oncogenes, seus produtos agem como
fatores de transcrição e inativadores das proteínas reguladoras do ciclo
celular (p53, Rb), uma infecção viral resulta em imunodeficiência e a
integração virótica no genoma celular interrompe os genes celulares,
podendo alterar algum gene causador de câncer.
Outros Agentes
● Agentes biológicos:
o Hormônios → testosterona: usa medicamento para diminuir a
testosterona ou impedir sua produção, no câncer de prostata.
Reposição hormonal na menopausa → se a mãe ou irmã já tiverem
apresentado câncer de mama ou de endométrio não se faz reposição
hormonal, pois pode instigar o desenvolvimento desses
carcinomas. Isso ocorre, pois esses tecidos tem
receptores de hormônios, que ativam seus crescimentos.
o Bactérias (H. pylori) → uma infecção por essa bactéria leva a
uma gastrite crônica que ativa o sistema imune dando
origem a uma metaplasia, displasia e depois
adenocarcinoma.
● Agentes físicos
o Asbesto
● Fatores dietéticos
o Carnes defumadas, conservantes e corantes
● Condições pré-neoplásicas
o Hiperplasia → as vezes se tirar a causa desaparece, no
endométrio é um sinal ruim, e se continuar a ser estimulado
pelos hormônios pode se tornar um câncer.
o Displasia → ex: displasia escamosa do esôfago e do colo uterino
Imunidade Tumoral
A células tumorais possuem antígenos contra os quais o hospedeiro monta
uma resposta imunológica capaz de eliminar células neoplásicas. Os
linfócitos originados no timo (imunidade celular) tem a função de
identificar e eliminar os clones mutantes, impedindo o aparecimento de
neoplasias. Isso recebeu o nome de Teoria da Vigilância Imunológica e se
esse mecanismo falha pode estar em uma das influências do
aparecimento do câncer;
Efeitos Sistêmicos
Estão relacionados com transtornos metabólicos devido a produção de
substâncias tóxicas ou de ação fisiológica
Gradação
É o grau de diferenciação e número de mitoses.
Estadiamento
É a extensão anatômica do tumor.
● T = tamanho do tumor
o T0 = carcinoma in situ
o T1 = lesão menor que 2cm
o T2 = lesão de 2 a 5cm
o T3 = maior que 5cm
● N = linfonodos comprometidos
o N0 = sem comprometimento de linfonodos
o N1 = nódulos móveis envolvidos
o N2 = nódulos fixos envolvidos
o Nx =não se sabe
● M = número de metástases
o M0 = sem metástases
o M1 = metástases demonstráveis
o Mx= suspeita de metástases
Diagnóstico Laboratorial
Exame Histológico
Através dele fecha-se o diagnóstico de uma neoplasia, na grande maioria das vezes.
Pode ser mais difícil dar um diagnóstico, pois são células isoladas, o que
pode limitar o médico, perdendo o critério de malignidade (infiltração).
Esfregaços Citológicos (Papanicolau)
Técnica utilizada no exame papaniclau para prevenção de alguma lesão
pré invasiva existente que é facilmente curada.
Marcadores Tumorais
Ensaios bioquímicos para enzimas associadas a tumor, hormônios e
outros marcadores tumorais no sangue não podem ser utilizados para
o diagnóstico definitivo do câncer, mas podem ser testes de triagem
úteis.
Imuno-Histoquímica
É o método que usa a especificidade de um anticorpo em relação ao seu
antígeno, ligando-o a um marcador (substância) visível.
● Aspectos Gerais
o Antígeno = substância estranha ao hospedeiro que estimula a
formação de um anticorpo específico.
▪ Imunogenicidade = habilidade de induzir a produção
de um anticorpo ▪ Reatividade específica
o Epítopo = determinante antigênico. É aparte do antígeno que
determina a formação e reage com o anticorpo. Cada
molécula de antígeno contém vários epítopos.
o Anticorpo = proteína sérica formada em resposta à exposição
de um antígeno. Ex: IgA, IgD, IgE, IgG, IgM.
*Fab é o fragmento que se liga ao antígeno
● Produção de Anticorpos
o Anticorpos Policlonais → uma molécula de antígeno apresenta
vários epítopos, mas cada linhagem ou clone de um linfócito
B produz anticorpos contra apenas um único epítopo.
Portanto, são necessários vários clones para montar uma
resposta antigênica contra tais antígenos complexos.
o Anticorpos Monoclonais → são altamente específicos,
formados utilizando-se apenas um dos epítopos de um
determinado antígeno, provocando ativação de apenas um
clone de linfócitos B.
Técnica da Imunofluorescência
É a primeira forma de imuno-histoquímica.
Usa-se um anticorpo marcado com uma substância fluorescente
(isotiocianato de fluoresceína), o qual se une ao antígeno que está
procurando e torna-o visível pela incidência de luz ultravioleta, ao exame
microscópico.
Técnica da Imunoperoxidase
Baseia-se na ligação química entre um anticorpo e uma enzima, em
geral a peroxidase. A adição de um corante externo (DAB) a este
complexo permite a visualização do antígeno no tecido, pois resulta em
uma coloração marrom no tecido.
Finalidade da Imunohistoquímica
● Histogênese de neoplasias morfologicamente indiferenciadas.
● Sub-tipagem de neoplasias já classificadas à morfologia.
● Produtos de síntese de células neoplásicas
● Diferenciação de neoplasias malignas e benignas
● Agentes infecciosos
Preditivos → para ver se dá pra fazer um tratamento específico para esse tumor