Você está na página 1de 61

INTRODUÇÃO AO

ESTUDO DA TÉCNICA
CIRÚRGICA VETERINÁRIA
Etimologia
A palavra cirurgia origina-se do grego, onde:

Cheir = mão
ergon = trabalho

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Definição- Cirurgia
É o ramo da Medicina Veterinária que trata:

Parcial x totalmente

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS

Diferentes moléstias, por processos manuais, com a finalidade de


produzir modificações úteis ao organismo animal.
Definição- Cirurgia

Os procedimentos operatórios têm por objetivo restituir ao


paciente qualidades úteis:

Produção e trabalho

Animais de interesse zootécnico


Definição- Cirurgia
Nos animais de companhia as cirurgias de O.S.H.s,
Orquiectomias, são importantes na prevenção de patologias
uterinas, mamárias, prostáticas e hérnias perianais.
Definição- Cirurgia
Nos animais de companhia:
Predomina o lado afetivo e, portanto,
maior liberdade de ação é dada ao cirurgião
veterinário.

Nos atos cirúrgicos deve sempre imperar o maior


cuidado, atenção e delicadeza possíveis.
• PLANO OPERATÓRIO:

É o resultado de um exame minucioso da situação,


pelo confronto da lesão e do paciente que a apresenta. É
dividido em tempos operatórios:

Ex.: diérese, hemostasia e síntese dos tecidos.


• PLANO OPERATÓRIO:

Diérese:
• PLANO OPERATÓRIO:

Hemostasia:

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
• PLANO OPERATÓRIO:

Síntese

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
• MÉTODO OPERATÓRIO:

É o plano principal da operação, segundo o qual esta


será executada.

• PROCESSO OPERATÓRIO:
É uma variação do método.
• MOMENTO OPERATÓRIO:

É a escolha do momento oportuno para a realização da operação.


Ex.: Evitar animal no cio. Em fazendas deve-se preferir o
período matinal, evitando-se os meses de verão.
• CAMPO OPERATÓRIO:

É a região do corpo que representa


o local da intervenção cirúrgica, sendo
indicado por uma referência anatômica.
Ex.: Celiotomia pré-umbilical;
gastrotomia no cão.

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
• EQUIPE CIRÚRGICA:
Consta do cirurgião, auxiliar ou assistente,
instrumentador, anestesista e enfermeiro (circulante de sala).

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Divisão da cirurgia:

1. TÉCNICA CIRÚRGICA

2. PATOLOGIA CIRÚRGICA

3. CLÍNICA CIRÚRGICA
Divisão da cirurgia:
1. TÉCNICA CIRÚRGICA
Também denominada Técnica Operatória.
Consiste no estudo particular das operações.

Subdivide – se em:
• Técnica cirúrgica propriamente dita: que é a execução dos tempos
operatórios.

• Tática cirúrgica: é a conduta adotada nas diferentes fases da intervenção


cirúrgica.
Divisão da cirurgia:
• 2. PATOLOGIA CIRÚRGICA
Estuda as afecções localizadas nos diferentes órgãos, sistemas
ou aparelhos, onde pela natureza da afecção impõe-se um tratamento
cirúrgico.

Subdivide-se em:
- Patologia cirúrgica geral
- Patologia cirúrgica especial
Divisão da cirurgia:
• 2. PATOLOGIA CIRÚRGICA
2.1 Patologia cirúrgica geral:
• estuda as doenças localizadas em tecidos ou órgãos em geral.
Ex.: neoplasias, infecções cirúrgicas etc.

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Divisão da cirurgia:
• 2. PATOLOGIA CIRÚRGICA
2.2 Patologia cirúrgica especial:
estuda as afecções localizadas em órgãos isolados.
Ex.: afecções tendíneas,
afecções ligamentosas, da cavidade oral...

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Divisão da cirurgia:
2.3 Patologia cirúrgica sistemática:
Estuda as doenças localizadas
em sistemas ou aparelhos.
Ex.: afecções do sistema
digestório, urinário, reprodutor etc.

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Divisão da cirurgia:
- Patologia cirúrgica regional:
Estuda as afecções localizadas em
uma determinada região corporal.
Ex.: afecções cirúrgicas da região
cervical.
Divisão da cirurgia:
3 - CLÍNICA CIRÚRGICA
Estuda o paciente ou doença, onde a afecção
adquire um caráter real e verdadeiro.

Médico veterinário Paciente

Informações

Tutor
Divisão da cirurgia:
3 - CLÍNICA CIRÚRGICA
É dividida em:
Propedêutica
(Semiologia)
cirúrgica:

São os meios empregados para


estabelecer o diagnóstico
Divisão da cirurgia:
3 - CLÍNICA CIRÚRGICA Terapêutica
É dividida em:
cirúrgica:

São os meios empregados,


o tratamento operatório,
os quais podem ser físicos,
químicos ou cirúrgicos.
REQUISITOS DE UM CIRURGIÃO
O cirurgião veterinário deve possuir:
características,
qualidades,
conhecimentos
e virtudes.
REQUISITOS DE UM CIRURGIÃO
a) Conhecimento das disciplinas básicas
Anatomia, fisiologia, farmacologia, semiologia, radiologia, etc.

b) Deve também ser clínico;


REQUISITOS DE UM CIRURGIÃO
c) Conhecimentos profundos da arte cirúrgica;

d) Deve ser hábil na execução dos atos operatórios;

http://pharmazoo.com.br/
REQUISITOS DE UM CIRURGIÃO
e) Ser criativo e/ou dispor de espírito inventivo para em
certos casos modificar a técnica cirúrgica;

f) Saber conduzir os períodos pré, trans e pós-operatórios,


tanto em condições normais como patológicas;
REQUISITOS DE UM CIRURGIÃO
g) Deve conhecer o paciente no que concerne à sua espécie ou
raça;

h) Possuir paciência em grau elevado;


Classificação das Cirurgias
Classificação das Cirurgias
1. Quanto ao campo de ação:

1.1 Cirurgia Geral:

São mais frequentes, não requerem materiais


específicos.

1.2 Cirurgia Especial:

São mais especificas e exigem materiais específicos.


Classificação das Cirurgias
2. Quanto ao porte:
Classificação das Cirurgias
2. Quanto ao porte

2.1 Pequeno Porte

Cirurgia Simples – Não há necessidade de um centro


cirúrgico. (ex: biópsia de pele)
Classificação das Cirurgias
2. Quanto ao porte

2.2 Médio Porte

• Centro cirúrgico

• Abertura de cavidades

• Risco de Infecção Cirúrgica

• Duração de poucas horas


(cesariana, gastrotomia) Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Classificação das Cirurgias
2. Quanto ao porte

2.3 Grande Porte

• Complicados, demorados

• Complexidade das estruturas

• Materiais especiais

• Dificuldade em realizar a cirurgia. (cirurgia tórax,


transplante)
Classificação das Cirurgias

3. Quanto a presença de microrganismos

3.1 Asséptica:
Não existe, ou é mínima a contaminação
bacteriana

3.2 Séptica (Contaminada):


Área onde existe contaminação bacteriana
Presença de MO Patogênicos
Infecção ativa
Classificação das Cirurgias

3. Quanto a presença de microrganismos

3.3 Potencialmente Séptica


(Potencialmente Contaminada ou Suja)
- Microbiota normal
Contaminação da ferida:
→ Depende da Equipe Cirúrgica.
Classificação das Cirurgias
• 4. Quanto ao tempo até a realização da cirurgia

4.1 Urgente ou de Urgência

Possível aguardar um tempo (em média até 3 dias)


Estabilização do animal
Exemplo:
Piometra aberta,
Hérnia perianal não encarcerada.
Classificação das Cirurgias

4. Quanto ao tempo até a realização da cirurgia


4.2 Extrema Urgência (Emergência)

 Imediatamente
 Risco de morte
 Pré-operatório “escasso”
 Pode haver complicações devido a demora
Classificação das Cirurgias

4. Quanto ao tempo até a realização da cirurgia

4.3 Programada

4.3.1 Estética

Não compromete o estado de saúde do paciente


(Paciente Hígido).
Classificação das Cirurgias
5. Quanto ao risco de morte
5.2 Moderado
5.1 Leve Exige maior cuidado.
Não há risco de morte Abertura de cavidade
Ex.: Remoção de urólitos vesicais
ou é mínimo

5.3 Grave
Há risco de morte.
Coloca a vida do paciente em risco.
Duas Equipes Cirúrgicas
Exemplo: Cirurgia cardíaca
Classificação das Cirurgias
6. Quanto as estruturas anatômicas envolvidas, ou ao
instrumental cirúrgico necessário.

6.1 Simples ou Elementar:


Porção Mínima do tecido
Reduzido o número de instrumentais.

6.2 Complicada, composta, combinada:


Envolve várias estruturas
Mais demorada
Classificação das Cirurgias
7. Quanto a existência de hemorragia
7.1 Incruenta ou seca
Pouco ou nenhum sangramento - Situação rara.

Arquivo pessoal: Arquivo pessoal:


MCPO.CALDAS MCPO.CALDAS
Classificação das Cirurgias
7. Quanto a existência de hemorragia

7.2 Cruenta ou Úmida


Perda significativa de sangue
Propicia a infecção
Dificulta a visualização do campo
operatório
(Choque hipovolêmico)

Arquivo pessoal:
MCPO.CALDAS
Classificação das Cirurgias
 8. Quanto a Técnica Utilizada

8.1 Regrada ou clássica


Não foge da regra
Segue passos de uma técnica

8.2 Não Regrada (Gênio)


Empregada a medida que os problemas vão surgindo
(Diagnóstico não definido)
Classificação das Cirurgias

 8. Quanto a Técnica Utilizada

8.3 Conservadora

8.4 Mutiladora

8.5 Reparadora
Classificação das Cirurgias
9. Quanto a Eficiência (resultado)

9.1 Radical
Causa eliminada
Suficiente para tratar a afecção
Certeza da resolução do problema.
9.2 Paliativa
A cura não é completa
Proporciona melhor qualidade de vida ao paciente.
Classificação das Cirurgias

10. Quanto a Necessidade:

10.1 Única maneira de tratamento


Não dispõem de outros meios de tratamento

10.2 Utilidade Zootécnica


Fins produtivos
Facilita o manejo
↑ o valor do animal
Classificação das Cirurgias

10. Quanto a Necessidade

10.3 Estética Corretiva


Beneficia a estética do animal

10.4 Estética Eletiva


Solicitação do proprietário
Sem necessidade
RESOLUÇÃO Nº 877, DE FEV. DE 2008
• CAP. IV - CIRURGIAS ESTÉTICAS MUTILANTES EM PEQUENOS
ANIMAIS

Art. 7° Ficam proibidas as cirurgias consideradas

desnecessárias ou que possam impedir a capacidade de

expressão do comportamento natural da espécie, sendo

permitidas apenas as cirurgias que atendam as indicações

clínicas.

respeitando o previsto nos Artigos 2º e 3º desta

Resolução.
RESOLUÇÃO Nº 877, DE FEV. DE 2008
• CAP. IV - CIRURGIAS ESTÉTICAS MUTILANTES EM PEQUENOS
ANIMAIS

Art. 2º A caudectomia é considerada um procedimento

cirúrgico não recomendável na prática médico-veterinária.

Art. 8° Todos os procedimentos cirúrgicos devem ser

realizados respeitando o previsto nos Artigos 2º e 3º desta

Resolução.
RESOLUÇÃO Nº 877, DE FEV. DE 2008
• Art. 2°
• As cirurgias devem ser realizadas, preferencialmente, em
locais fechados e de uso adequado para esta finalidade.

• Art. 3º
• Todos os procedimentos anestésicos e/ou cirúrgicos devem
ser realizados exclusivamente pelo médico-veterinário conforme
previsto na Lei nº 5.517/68.

Parágrafo único.
Devem ser respeitadas as técnicas de antissepsia nos animais e na equipe
cirúrgica, bem como a utilização de material cirúrgico estéril por método
químico ou físico.
RESOLUÇÃO Nº 1027, MAIO 2013.

Parágrafo único:

caudectomia, conchectomia e

cordectomia em cães;

onicectomia em felinos.”
Exercício
• Classificar as cirurgias quanto à:

• Quanto ao campo de ação;


• Quanto ao porte;
• Quanto a presença de microrganismos;
• Quanto ao tempo até a realização da cirurgia;
• Quanto ao risco de morte;
Exercício
• Classificar as cirurgias quanto à:

• Quanto as estruturas anatômicas envolvidas ou ao


instrumental cirúrgico necessário;
• Quanto à existência de hemorragia;
• Quanto à técnica utilizada;
• Quanto a eficiência do tratamento cirúrgico ou prognóstico;
• Quanto à necessidade da cirurgia.
Drenagem de cistotomia Fratura de tíbia Herniorrafia
abscesso perineal
Campo de ação

Porte

Presença de MO

Tempo

Risco de morte

Estruturas/material

Existência de Hemorragia

Técnica Utilizada

Eficiência/progn.

Necessidade

Você também pode gostar