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AULA 1 – CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS III – 06/08

EQUINOS

Introdução a
cirurgia
FLUXO HOSPITALAR

Conduta e comportamento hospitalar:

Não se pode frequentar as áreas do hospital usando qualquer tipo de


vestimenta. De pijama cirúrgico pode entrar em todas as áreas.

Conceitos de área limpa, contaminada, de transição ou mista:

Área limpa do hospital: centro cirúrgico e esterelização. Dentro da sala de


esterelização, tem uma área que recebe o material contaminado que vem de
dentro do centro cirúrgico.

Área contaminada do hospital: consultório, sala de atendimento, internação,


recepção, entrada do hospital, corredores.

Área de transição/mista do hospital: sala de preparo. Onde o cirurgião está


fazendo a escarificação, higienização das mãos, colocando avental estéril. Em
grandes animais tem sala de transição/mista  sala onde faz a indução
anestésica. Corredores dentro do centro cirúrgico também são considerados de
área de transição/mista.

Para realização do procedimento cirúrgico, não pode estar só de pijama, mas


também avental estéril, luva estéril, gorro e máscara. Para cirurgias a campo,
se usa gorro, máscara, pijama cirúrgico e luva estéril.
Enterotomia: abertura do intestino. No procedimento tem uma área
contaminada, limpa e de transição. Quem está encostando a mão na área
contaminada, não pode encostar na região do pano de campo. E quem está na
região de área limpa, não pode encostar na região de área contaminada.
Porque dentro do fluxo hospitalar, se houver essa comunicação, produz
contaminação do campo operatório e se tem uma cirurgia muito contaminada,
podendo perder um paciente.

Glossectomia: remoção de um segmento da língua do animal. Animal passou


por um trauma na cavidade oral que levou a necrose. Cirurgia totalmente
contaminada, poderia realizar a cirurgia sem usar avental cirúrgico.
Cesária: por conta do parto distócico, parte do potro estava exteriorizado. A
área contaminada estava perto da cavidade abdominal, se encostasse,
contaminaria o procedimento cirúrgico inteiro. Durante o procedimento, não se
pode deixar cair conteúdos de dentro do útero na cavidade abdominal.

CIRURGIA

Ato realizado pelo cirurgião com uso de instrumental ou através de manobras


manuais. Conjunto de manobras efetuadas com as mãos, estando armadas de
instrumentos ou não, sendo realizadas através de ferida pré-estabelecida ou
por via natural (cavidade oral).

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

1) Segundo a perda de sangue:

Cruenta: existe perda de sangue.

Incruenta: cirurgias que praticamente não tem perda de sangue. Ex: OSH. 2)

Segundo a técnica empregada:


Conservadoras: quando abre e fecha uma cavidade, e preserva o órgão afetado
ou acometido. Ex: enterotomia. Abre a alça intestinal, depois sutura e guarda
na cavidade. Se não removeu a alça intestinal, é uma cirurgia conservadora.

Mutiladora: quando há necessidade de remover totalmente ou parcialmente um


órgão. Ex: enterectomia.

Reparadora: quando se faz reparação de um tecido, se realiza um


procedimento reparador. Ex: tenorrafia (sutura de tendão). Em ruptura de
tendão quando há o afastamento de dois cotos tendíneos que se romperam,
pega um fio de sutura e realiza a sutura, buscando a reparação do tecido.

3) Segundo a finalidade:

3.1) Curativas ou de necessidade:

Cirurgias de extrema urgência: visa salvar a vida do paciente. Ex: traqueotomia.


Paciente que está com obstrução respiratória do trato respiratório anterior, se
não fizer a traqueotomia, o animal irá a óbito.

Cirurgias de urgência relativa: cirurgião tem pouco de tempo para organizar e


melhorar as condições do estado geral do paciente. Ex: obstrução esofágica.
Não precisa ser operado imediatamente, o animal chega desidratado, com dor,
faz pneumonia aspirativa.

Cirurgias em pacientes com graves alterações funcionais: precisa resolver o


problema, e as alterações funcionais produzem alterações secundárias. Ex:
síndrome cólica/quadro obstrutivo. Afecção primária produz um maior grau de
desidratação, endotoxemia. Precisa de um certo preparo, mas não tem tanto
tempo quanto cirurgias de urgência relativa. Se não resolver a afecção
primária, as alterações funcionais vão piorar o estado geral.
Traqueostomia: cruenta / mutiladora – remove parcialmente ou total de dois a
três aneis traqueais / o mesmo procedimento cirúrgico pode ter classificações
diferentes. A traqueostomia não precisa ser curativa ou de necessidade, pode
ser de conveniência.

Paciente com graves alterações funcionais, com halo toxêmico em choque.


Esse paciente precisa de manobras específicas para melhorar a condição e
entrar na cirurgia.

3.2) De conveniência: são realizadas em pacientes hígidos. Ex: orquiectomia.


Não se faz a orquiectomia por conveniência quando existir trauma, neoplasia,
varicoceles, torção testicular, infecções.

3.3) Experimentais: todo procedimento experimental que venha a ser realizado


precisa passar por um comitê de bioética (CEUA). Ex: rumenostomia.

Orquiectomia: incruenta / mutiladora / além de conveniência, pode ser tratativa


ou experimental.
4) Segundo o resultado:

4.1) Paliativa: não tem cura total. Ex: remoção de tumor / cadela com
metástase. Faz a mastectomia, mas tem focos de metástase.

4.2) Radical: quando há cura total.

5) Segundo o prognóstico:

5.1) Bom. Ex: drenagem de abscessos.

5.2) Reservado.

5.3) Ruim. Ex: tentar lavar o peritônio pós peritonite em laparotomia


exploratória.

Ovariectomia: remoção de ovário neoplásico. Cruenta / mutiladora.

Normalmente neoplasias ovarianas em éguas não são metastáticas, e quando


remove o ovário, tem bons resultados. Prognóstico está mais relacionado a
vida reprodutiva do animal  prognóstico bom.

6) Segundo o campo de ação:


6.1) Cirurgia geral: suturar ferida, drenar abscesso, corrigir laceração.

6.2) Cirurgia especial: correção de laceração ou lesão em córnea, realizar flap,


oftalmologia, cirurgias plásticas, gastroenterologia, ortopedia, etc.

7) Segundo a presença de microorganismos:

7.1) Assépticas: sem contaminação.

7.2) Séptica ou contaminada: cirurgias contaminadas. Ex:

enterotomia. 7.3) Potencialmente sépticas: abordam

principalmente trato respiratório.

RELAÇÃO DE RADICAIS OU PREFIXOS MAIS USADOS EM CIRURGIA

NOMENCLATURA OU TERMINOLOGIA CIRÚRGICA


PLANO OPERATÓRIO

Juntar todas as informações do paciente, como atendimento, anamnese,


identificação, exame físico, exames complementares, e determina
procedimento cirúrgico que vai ser
realizado. O procedimento vai ser divido em tempos operatórios  diérese,
hemostasia e síntese dos tecidos.

CAMPO OPERATÓRIO

Região que vai passar pelo procedimento cirúrgico. É realizado tricotomia,


antissepsia e aplicação de panos de campo.
EQUIPE CIRÚRGICA

Quem faz parte é o cirurgião, auxiliar, instrumentador, assistente, anestesista e


o circulante de sala. Da equipe, todos estão de pijama, gorro e máscara. Quem
se paramenta (avental e luva cirúrgica) é o cirurgião, auxiliar e instrumentador.

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