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NOÇÕES BÁSICAS DE CENTRO

CIRÚRGICO
Profª: Margarida Neves
Breve Histórico

 Desde a antiguidade métodos cirúrgicos


primitivos eram utilizados para tratar
enfermidade.
 Prática abominável pela igreja.
 Nesta época as grandes incógnitas eram
conter a dor, infecção e hemorragias.
Recursos Utilizados na
Época...
 ANESTÉSICO:
 ópio;
 éter;
 óxido nitroso.
 Anti- Hemorrágico:
 pedras quentes;
 Metais;
 elevação do membro sangrante;
 Pressão e garroteamento.
Centro Cirúrgico

 É o conjunto de áreas e instalações que


permitem efetuar a cirurgia nas melhores
condições de segurança para o paciente e
conforto para a equipe de saúde.

 Setor mais importante do contexto


hospitalar pela decisão curativa da cirurgia.
Clínica Cirúrgica

 Espaços de Atenção.
1. Secção de bloco operatório ( salas de
operação equipadas);
2. Sala de recuperação pós-anestésicas ( leitos
equipados para atender o paciente na RPA);
3. Seção de material ( material estéril e não
estéril como medicamentos, seringas, fios de
sutura, próteses etc.).
Elementos Indispensáveis
1. vestiário;
2.Conforto médico;
3.Sala de enfermagem;
4.Sala de estoque de material e medicamentos;
5.Área para recepção de pacientes ;
6.Sala de operação;
7.Sala para equipe de limpeza e elementos de apoio (
banco de sangue, raio-x etc.)
 Sala de expurgo;
 Local para lavabo
Área física
 Projetada de acordo com os padrões
arquitetônicos da OMS.
 A forma das salas adequadas a cada
especialidade
 Portas largas;
 Pisos de superfície lisa;
 paredes lisa lavável,anti-acústicas cor neutra e
cantos arredondados.
 Teto de material lavável;
 Janelas que não permitam entrada de poeira e
insetos;
 Iluminação com ausência de sombras e reflexos;
 Ventilação com temperatura em temperatura
ambiente com renovação do ar e umidade
adequadas .
Equipamentos e Materiais de
uma sala de Cirurgia
 1. Equipamentos fixos:
 Armário embutido;
 Balcão;
 Negatoscópio;
 Oxigênio e vácuo;
 Foco central;
 Ar condicionado.
 Equipamentos Móveis:
 Mesa cirúrgica;
 Mesas auxiliares;
 Mesa para instrumental cirúrgico;
 Mesa para roupas estéreis;
 Suporte de soro;
 Bisturi elétrico;
 Balde para lixo;
 Suporte para hamper;
A Sala de Operações
A Sala de Operações

Mesa cirúrgica
Mesas Auxiliares
Uniforme: Paramentação
Cirúrgica
 O objetivo primário das barreiras de proteção
e facilitar o atendimento de emergência e
proporcionar acesso a áreas restritas e
diminuir morbidade e mortalidade .

 Calça e blusa;
 Propé;
 Gorro;
 Máscara.
Zonas de Restrição

 Não-Restrita: Vestiários, Área de


Transferência, expurgo.

 Zona Semi-Restrita: Secretaria, conforto,


Sala de recepção do paciente; de RPA, de
acondicionamento de material.

 Zona Restrita: Corredor de acesso , lavabo e


sala de operação.
Classificação do Tratamento
Cirúrgico
 Segundo grau de Urgência
 Opcional: preferencial ( plástica, vasectomia).
 Eletiva: A não realização da cirurgia não
representa riscos( varizes dos MMII,remoção de
cicatrizes e cistos sebacéos0.
 Necessária: deve ser feita dentro de semanas ou
meses ( catarata, colecistectomia, hérnias).
 Urgência: dentro de 24 hs a 30hs ( cálculo renal
e apendicite).
 Emergência: imediatamente( TCE, obst.vesical)
 De acordo com Potencial de Contaminação:

 1. Limpas: Tecidos estéreis ou de fácil


descontaminação.
Ex: cirurgia de ovário.

 2.Potencialmente Contaminadas: realizadas


em tecidos de difícil descontaminação.
Ex:Redução de fratura exposta
 3.Contaminadas: Realizadas em tecidos
recentemente traumatizados e abertos com
processo de inflamação sem supuração.
Ex: Apendicite

 4. Infectadas: realizadas em tecidos necróticos,


supurados.
Ex: Cirurgia do reto e ânus.
Nomenclatura Cirúrgica
Prefixo + Raiz + Sufixo
Exemplo de raizes

Col(o) = intestino grosso


Enter(o)= intestino delgado
Gastr(o)= estômago
hepat(o)= fígado
Esplen(o)= baço
Cole= vias biliares
Proct(o) = reto, ânus
Oofor(o) = ovário
 Nefr(o) = rim
 Hister(o) = útero
 Colp(o) = vagina
 Salping(o) = tuba uterina
 Orqui (o) – testículo
 Traque (o) = traquéia
 Rin(o) = nariz
 Oto (o)= ouvido
 Angio(o) = vaso
 Oftalm(o) = olhos
O sufixo na terminologia cirúrgica é a parte do
termo que indica o tratamento cirúrgico.

 Exemplos:
 Otomia: abertura ,incisão;
 Ostomia: “Fazer boca”, abrir uma comunicação
com o exterior
 Ectomia: retirarada total ou parcial de um órgão.
 Rafia: sutura
 Pexia: fixação de uma estrutura
corpórea
 Plastia: reparação, correção cirúrgica.
 Scopia: visualização da cavidade de um
órgão através de aparelho.
 Algia: dor
 Ptose: queda
 Ragia: fluxo em excesso
Cirurgias de Remoção

 Gastrectomia;
 Mastectomia;
 Apendicectomia;
 Colecistectomia;
 Histerectomia;
 Nefrectomia;
Cirurgia de Abertura

 Laparotomia;
 Toracotomia;
 Duodenotomia;
Construção cirúrgica de “Novas
Bocas”
 Colecistomia;
 Colostomia;
 Nefrostomia;
 Ileostomia.
Cirurgia de fixação - Pexia

 Histeropexia;
 Nefropexia;
 Orquiopexia.
Cirurgia de Correção

 Blefaroplastia;

 Mamoplastia;

 Rinoplastia.
Operações de Sutura

 Colporrafia;

 Perineorrafia;

 Tonorrafia.
Atribuições do Técnico de
Enfermagem
 Verificar o estado de conservação e
manutenção de aparelhos e equipamentos;
 Controlar o estoque de material esterilizado e
a data;
 Conferir as peças a serem encaminhadas para
o laboratório de anatomia patológica;
 Exercer função de circulante de sala.
“Etiqueta” do Centro
Cirúrgico
 Hierarquia na equipe
 Silêncio
 Falar baixo, somente o necessário
 Música somente se adequada
 Respeito aos pacientes
 Respeito ao pudor do paciente
 Respeito à psique do paciente
 Nunca deixá-lo só na sala de operações.
Exercício

 1) Assinale V para verdadeiro e F para falso


nas afirmações a seguir:

a) ( ) A área de escovação das mãos e a sala de


operação são consideradas áreas semi-
restritas no centro cirúrgico, requerendo
paramentação adequada para adentrar essas
áreas, afim de evitar infecção operatória.
b) ( ) O expurgo corresponde a área onde é
executada a limpeza e lavagem dos artigos médicos
–hospitalares sujos que são encaminhados a CME.

2) Numere a segunda coluna de acordo com a


primeira:
I.Cirurgia infectada ( )ooforectomia
II. CPC ( ) cirurgia do reto e ânus com pus
III. Cirurgia Limpa ( ) cirurgia de colon
IV. Cirurgia contaminada ( ) Colecistectomia sem
pus.
SALA DE RECUPERAÇÃ O

PÓS- ANETÉSICA
CONCEITO

 É a área destinada à permanência do


paciente, logo após o término da cirurgia,
onde ficam sob os cuidados da equipe.

 OBJETIVO
 Recuperação dos reflexos e estabilização de
sinais vitais.
VANTAGEM

 Proporcionar ao paciente maior segurança e


melhor atendimento, pois se trata de um
local provido de recursos materiais e pessoal
treinado para prestar assistência durante o
período considerado crítico.
 Deve localizar-se o mais próximo do centro
cirúrgico ou até dentro dele afim de facilitar o
acesso do cirurgião ou anestesista caso
necessário.
Requisitos Básicos

 Planta física, mobiliários


e equipamentos
especiais e adequados ao tipo de
atendimento prestado.

 Equipe treinada para o atendimento de rotina


e também nas emergências do pós-
operatório.
 Planta física de formato retangular ou semi-
circular com posto de enfermagem ao centro

 Leitos lado a lado separados ou não por


divisórias.
Mobiliário e Equipamentos

 Cama com grades laterais, rodas e manivelas


 Cada leito deve ter :
 ap. de PA ,
 estetoscópio,
 Termômetro,
 Fonte de vácuo e de oxigênio,
 Suporte para frasco coletor
 Foco de luz auxiliares e tomadas de 110 e
220v;
 Bala de O2;
 Carro de Parada;
 Respirador artificial;
 Monitor cardíaco;
 Carro de emergência:
Organização

 1ª Gaveta: medicamentos, diluentes

 2ª Gaveta: agulhas, jelcos, scalp, seringas,


lâmina de bisturi,

 3ª Gaveta: soro, eletrodos, TOT, sondas ,


luvas,equipos , laringoscópio, cânula de
guedel.
Assistência de Enfermagem

 Receber paciente na SRPA;


 Verificar prontuário;
 Observar presença de drenos,
sondas,acessos;
 Estado geral;
 Nível de consciência;
 Expansão torácica.
CENTRO DE MATERIAL
ESTERILIZADO
(CME)
Conceito

 A Central de Material e Esterilização


(CME) é a área responsável pela limpeza e
processamento de artigos e instrumentais
médico-hospitalares . É na CME que se realiza
o controle, o preparo, a esterilização e a
distribuição dos materiais hospitalares .
A CME pode ser de 3 tipos

 descentralizada : utilizada até o final da


década de 40, neste tipo de central cada
unidade ou conjunto delas é responsável por
preparar e esterilizar os materiais que utiliza;

    semi-centralizada : teve início na década de


50, cada unidade prepara seus materiais,
mas os encaminha para serem esterilizados
em um único local;
 centralizada: utilizada atualmente, os
materiais do hospital são processados no
mesmo local, ou seja, os materiais são
preparados, esterilizados, distribuídos e
controlados quantitativa e qualitativamente
na CME.
 A CME centralizada apresenta inúmeras
vantagens, das quais podem-se destacar: a
eficiência, a economia e a maior segurança
para a equipe e para os clientes .
Setores da CME
 Expurgo ( recepção);

 Limpeza;

 Preparo de Instrumentais Cirúrgicos;

 Esterilização;

 Guarda;

 Distribuição.
EXPURGO
 Setor responsável por receber, conferir , lavar e secar os
materiais provenientes do Centro Cirúrgico e Unidades de
Internação. Os funcionários desta área utilizam EPIs
(Equipamentos de proteção individual) para se protegerem
de se contaminarem com sangue e fluidos corpóreos, quando
lavam os instrumentais.
Área de Preparo
 Setor responsável por preparar e acondicionar os materiais.
São utilizados invólucros especiais que permitam a
passagem do agente esterilizante e impeçam a passagem
dos microorganismos.
ACONDICIONAMENTO
ESTERILIZAÇÃO
Conceito

 “ Esterilizar um material é destruir todos os


microrganismos nele existentes”. Seja
vírus,bactérias, fungos, protozoários,helmintos)
por um processo que utiliza agentes químicos e
físicos.


Tira Teima!!

 Esterilização:

 Desinfecção:

 Anti-sepsia:

 Assepsia:
Tipos de Esterilização

 Esterilização por meio Físico:


calor úmido vapor d’agua sob pressão- autoclave

 Calor
calor seco ar quente - estufa

 Radiação Raio Gama Cobalto


 Esterilização por Meio Químico:

óxido de etileno
 Gases
Formaldeído

 Líquido Produtos químicos : glutaraldeído,

peróxido de hidrogênio, acido paracético, plasma


de peróxido de hidrogênio
Calor Úmido – vapor d’agua
sob pressão
Autoclave
 seu funcionamento combina a ação de calor,
pressão e umidade.
 Expõe o material a vapor d’agua sob pressão,
a 121c° durante 15 .min.
 É o processo mais usado.
 Indicado: tecidos, vidro, metal.

 Contra indicado: cateteres e materiais de


terapia respiratória.

 Vantagens: fácil uso, custo acessível para


grandes hospitais.

 Desvantagens: Não serve para esterilizar


materiais termossensíveis como cateteres e
materiais de terapia respiratória.
Calor Seco

 Estufa
 O calor penetra nas substâncias de forma
mais lenta que o calor úmido, por isso
exige temperaturas mais elevadas e mais
tempo. Recomenda-se 170graus celcius
por 1 hora.
 Indicação: pó, óleos, graxas , instrumental,
vidro .

 Vantagem : não forma ferrugem, não


danifica.

 Desvantagem: material deve ser resistente a


variação de temperatura. Não esteriliza
materiais como roupas e borracha.
Esterilização por meio
Químico
 Gás óxido de etileno: é um produto
altamente tóxico.

 Indicação: termossensíveis como marca-


passos, acessórios de respiradores...

Vantagem: não danifica o material.

Desvantagem: alto custo, tóxico, demorado.


Glutaraldeído:
 utilizados para desinfecção dos instrumentais

 Vantagem: facilidade de uso.

 Desvantagem: irritante das mucosas, e


tóxico. O material necessita de desinfecção.
Esterilização por Peróxido de
Hidrogênio
 É um moderno processo para esterilização de
materiais termossensíveis.
 Este produto não oxida o material,não degrada
o corte, pontas, não polui o meio ambiente
nem apresenta toxicidade .
 Este método de esterilização é feito através do
equipamento STERRAD.
STERRAD

 Esterilização a baixa temperatura 45°c, é uma


alternativa de esterilização para materiais
termossensíveis.
Fases do Ciclo
 1. Vácuo: nesta fase através da bomba de
vácuo é removido o ar de dentro da câmara
de esterilização.

 2. Injeção: neste momento as agulhas


perfuram as ampolas, fazendo com que
passem de líquido para gás

 3. Difusão: contato do peróxido na forma


gasosa com o material.
 Plasma: Esterilização propriamente dita.

 Ventilação: Dura 1 minuto o ar é filtrado para


dentro da câmara igualando a pressão
externa com a interna.
Vantagens

 Rapidez;
 Ciclo de 50’;
 Ausência de resíduos tóxicos;
 Produtos saem pronto para o uso;
 Segurança.
Desvantagens

 Alto custo dos insumos;


 Câmara pequena.

 O que pode esterilizar? Endoscópios


laparoscópios .

O que não pode ser esterilizado?


Materiais derivados da celulose: campo
cirúrgico, gaze, papel roupas cirúrgicas.
Controle de Qualidade

 Indicador paramétrico: relatório emitido ao


término de cada ciclo onde são apresentados
parâmetros de controle de esterilização

 Indicador biológico: Bacillus stearothermophilus


Forma esporulada mais resistente aos
esterilizantes físicos e químicos.
 Indicador Químico: são compostos por
elementos que mudam de cor quando em
contato com o peróxido de hidrogênio, que
garante que o material entrou em contato
com o agente esterilizante.

 São de dois tipos:


 Fita
 Tira
Exercício

 Qual a função da central de material


esterilizado em um hospital?

 Quais são os setores que compõe a CME?

 Explique a importância da CME para um


hospital?

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