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CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO AUXILIAR DE

SAÚDE

HIGIENE, SEGURANÇA E CUIDADOS


GERAIS

UFCD 6562 – Controlo e prevenção da Infeção:


princípios básicos a considerar na prestação de
cuidados de saúde

1-NOÇÕES BÁSICAS DE MICROBIOLOGIA


Morfologia e estrutura dos
microorganismos

Bactéria
s

Fungo
Vírus Microrganismos
s

Protozoário
s
http://www.youtube.com/watch?v=1XC-S6p0dl4 http://www.youtube.com/watch?v=PDCgyjos_u
http://www.youtube.com/watch?v=P-2Yk42rQuI Y
1.1. Introdução à microbiologia

Microbiologia: é o estudo dos microrganismos.

Microrganismos:
 São seres vivos que só podem ser observados ao microscópio;
 Relativamente ao contacto com o Homem, este pode ocorrer de forma
positiva e indispensável à vida ou bastante negativa, os efeitos prejudiciais
à saúde e até mesmo à vida do homem, deve-se pelo contato com
microrganismos patogénicos;
 Estes seres tão minúsculos não são todos iguais, eles podem ser muito
diferentes em tamanho e modo de vida;
 No entanto, todos têm em comum uma estrutura bastante simples e a
impossibilidade de serem vistos sem o uso do microscópio.
1.2. MORFOLOGIA E ESTRUTURA
DOS MICRORGANISMOS
1.2.1. Vírus
1.2.1. Vírus

 Os vírus são organismos acelulares que contêm


uma pequena molécula de material genético (DNA ou
RNA) e uma cápsula de proteínas para protegê-lo.
 Por serem acelulares, alguns cientistas não os
classificam como seres vivos.
 Mas outros consideram-nos como vivos, pois podem
reproduzir-se.
1.2.1. Vírus
1.2.1. Vírus

 Os vírus são parasitas obrigatórios, ou seja, precisam de uma


célula hospedeira para se reproduzir.
 O processo de reprodução ocorre:
 o vírus aproxima-se da célula (fixação), e injeta o seu material genético
dentro dela;
 dentro da célula, as partículas de DNA ou RNA injetados, multiplicam-
se;
 novos vírus são formados, com os recursos da própria célula (enzimas,
nutrientes, etc);
 a célula morre, libertando os novos vírus que se formaram;
 Este é um processo de vírus bacteriófagos, que destroem as células
1.2.1. Vírus

1.2.1. Vírus
1.2.1. Vírus
 Mas existe outro tipo, que não destrói a célula. Eles só
injetam o DNA (ou RNA) na célula, e então, o material
genético mistura-se ao do hospedeiro. Ele fica lá por muito
tempo, sofrendo várias mutações e também multiplicando-se,
quando a célula de divide (cissiparidade).
 E finalmente, por algum "alerta" (não se sabe como), a parte
do material genético viral "acorda" e começa a agir. Isso
pode ser chamado de ciclo lítico.
 Uma célula hospedeira pode gerar desde algumas unidades
de vírus até centenas de milhares, dependendo da quantidade
de material genético injetado e recursos da célula.
1.2.1. Vírus
1.2.1. Doenças provocadas por vírus

 VIH (Vírus da Imonudeficiência Humana)


 HPV (Vírus do Papiloma Humano)
 Gripe A
 Hepatite B (VHB)
 Herpes labial e genital
 Sarampo
 Rubéola
 Mononucleose (Doença do Beijo)
1.2.2. Bactérias
1.2.2. Bactérias

 As bactérias são extremamente variáveis quanto ao tamanho


e formas que apresentam;
 Esta forma de vida unicelular e procarionte pode ser
encontrada isolada ou em colónias;
 De maneira geral, as bactérias podem ser agrupadas em três
tipos morfológicos gerais:
 Cocos;

 Espirilos;

 Bacilos;

http://www.youtube.com/watch?v=wlTFG7kCVq0
1.2.2. Bactérias
 Quanto à morfologia, existem três tipos
básicos de bactérias:
1. Cocos – forma esférica;
2. Bastonetes ou bacilos – forma alargada em bastão;
3. Espirilos – forma espiralada.
1.2.2. Bactérias
1.2.2. Estrutura das bactérias
1.2.2. Estrutura das bactérias

 Membrana celular: fina membrana situada abaixo da parede


celular composta por fosfolipídios que envolvem as proteínas,
com a função de delimitação e controle da passagem de
substâncias – permeabilidade seletiva;
 Parede celular: A parede recobre a membrana, e é ela quem
confere rigidez, forma e proteção contra agentes físicos;
 Nucleoide/DNA/material genético: consiste numa única
molécula circular de DNA que determina as características da
célula;
 Ribossomas: quando um dos nutrientes essenciais está ausente,
as bactérias deixam de crescer e acumulam os outros nutrientes
que são armazenados (e funcionam como reserva de energia);
1.2.2. Estrutura das bactérias

 Citoplasma: solução aquosa na qual estão suspensos todos os


componentes internos, contendo substâncias dissolvidas e
partículas tais como ribossomas e material nuclear.

 Flagelos: apêndices muito finos, que se exteriorizam através da


parede celular, dá locomoção a algumas células.

 Fímbrias: apêndices filamentosos menores, mais curtos e mais


numerosos que os flagelos e que não formam ondas regulares.
Não desempenham papel relativo à mobilidade mas podem
funcionar como mecanismo de aderência às superfícies.
1.2.2. Doenças provocadas por Bactérias

 Infeções urinárias (E. coli)


 Bronquite (Pneumococcus)
 Clamídia (Chlamydia trachomatis)
 Meningite bacteriana (Meningococcus)
 Tuberculose (Mycobacterium tuberculosis)
 Cáries dentárias
1.2.3. Fungos
1.2.3. Fungos

 Na Natureza há bastantes tipos de fungos;


 Existem aqueles que são extremamente prejudiciais
para a saúde do Homem, causando inúmeras
enfermidades e até intoxicações;
 Há também os que parasitam vegetais mortos e
cadáveres de animais em decomposição;
 Temos também os que são utilizados para alimento e até
aqueles, dos quais se pode extrair substâncias para a
elaboração de medicamentos.
1.2.3. Fungos

 Os fungos são seres vivos eucarióticos,


com um só núcleo;
 Estão incluídos neste grupo, organismos de
dimensões consideráveis, como os
cogumelos;
 Mas também muitas formas microscópicas
como bolores e leveduras;
 Diversos tipos agem em seres humanos
causando várias doenças, por exemplo,
micoses.
1.2.3. Fungos

 Importância dos fungos na cadeia alimentar:


 Na cadeia alimentar ocupam a importante posição de

decompositores.
 Os fungos são organismos heterótroficos, ou seja,
não produzem o próprio alimento, dependem da
ingestão de matéria orgânica, viva ou morta, para
sobreviver.
 As espécies que se alimentam de matéria orgânica
morta possuem um papel importante na
decomposição de animais e vegetais e são chamadas
de saprófagas. Realizam a reciclagem da matéria.
1.2.3. Fungos

 Um importante tipo de fungo é o bolor, que


surge através dos esporos, células quase
microscópios que encontramos flutuando no
ar;
 Estão especialmente presentes em locais
escuros e húmidos, uma vez que, têm mais
condições para se reproduzirem. Nota-se uma
maior quantidade de mofo em paredes,
gavetas, armários…;
 Estas mesmas células minúsculas também se
agregam em pães, frutas e vegetais, pois
procuram alimentos em ambientes propícios
1.2.3 Fungos-Constituição de um bolor
1.2.3. Fungos

De uma maneira geral, têm grande importância para o homem:


 Os bolores e leveduras são muito utilizados na produção de
alimentos e bebidas, como pão, cerveja, vinhos e queijos;
 Assim como a produção de penicilina e outros antibióticos.
1.2.3. Fungos
 As leveduras são fungos que se apresentam sob
forma microscópica, sendo formadas por uma única
célula (unicelulares).
 Os cogumelos são fungos pluricelulares e visíveis a
olho nú. Algumas espécies são comestíveis, enquanto
outras são extremamente tóxicas.
1.2.3. Fungos - Estrutura

O corpo das espécies pluricelulares é


formado por duas partes:
 o micélio Corpo de
 Corresponde a um emaranhado de frutificação

filamentos longos e microscópicos


chamados de hifas.
 corpo de frutificação
 É a estrutura reprodutiva destes fungos.

Por exemplo, o bolor preto que


cresce nos pães velhos,
corresponde ao corpo de
frutificação. Já a parte que fica no
interior do pão é o micélio.
1.2.3. Fungos
Constituição de um fungo pluricelular

As hifas
extendem-se até
o alimento, e
realizam a
absorção dos
seus nutrientes.

http://200.156.70.12/s
me/cursos/BIO/BBT1/
modulo1/aula4/image
ns/6_BBT1_moforlogi
a_fungo.swf
1.2.3. Doenças provocadas por Fungos

 Candidíase
(Candida)
 Onicomicose
 Micoses
1.2.4. Parasitas
1.2.4. Parasitas

 São organismos que vivem em


associação com outros, dos quais
retiram os meios para a sua
sobrevivência, normalmente
prejudicando o organismo hospedeiro.
Processo conhecido por parasitismo.
 O efeito de um parasita no hospedeiro
pode ser mínimo, sem lhe afetar as
funções vitais, como é o caso dos
piolhos, ou pode até provocar a sua
morte, como é o caso de muitos vírus e
bactérias patogénicas.
1.2.4. Parasitas

Os parasitas podem classificar-se segundo a parte do


corpo do hospedeiro que atacam:
 Ectoparasitas atacam a parte exterior do corpo do

hospedeiro;
 Endoparasitas vivem no interior do corpo do

hospedeiro;
 Hemoparasita parasita que vive na corrente

sanguínea:
 Podem ser transmitidos entre os humanos
através do contacto pessoal ou uso de objetos
pessoais;
 Podem também ser transmitidos através da
água, alimentos, mãos sem a devida
higienização, poeira, solo contaminado com
larvas…
1.2.4- Doenças provocadas por parasitas

 Malária (Plasmodium)

 Toxoplasmose (Toxoplasma gondii)

 Tricomníose (Trichomonas vaginalis)


1.3. Nutrição dos microorganismos
1.3. Nutrição dos microrganismos

 Nutrientes: são substâncias ou elementos químicos


retirados do ambiente e usados para construir novos
componentes celulares ou para obter energia.
 Macronutrientes: C, O, H, N, S, P.
 Micronutrientes: Fe, Mg, Mn, Ca, Zn, K, Na, Cu , Cl,
Co, Cr, Se e outros
1.3. Nutrição de microrganismos

 Macronutrientes - necessários em grandes quantidades:


 Carbono (C): Elemento principal de todas as biomoléculas
(glícidos, lípidos, prótidos, ácidos nucleicos….) - Possui um
papel importante na estrutura e metabolismo.
 Azoto (N): Importante constituinte dos prótidos e ácidos
nucleicos.
 Fósforo (P): Constituinte dos ácidos nucleicos e fosfolípidos;
 Enxofre (S): Constituinte de 2 aminoácidos e vitaminas.
1.3. Nutrição de microrganismos

 Micronutrientes (necessários em pequenas


quantidades) - Funções estruturais e enzimáticas
das células.

Exemplos: Crómio (Cr); Cobalto (Co); Cobre


(Cu); Manganês (Mn), Molibdénio(Mo), Níquel
(Ni), Zinco (Zn), Ferro (Fe)...
1.3. Nutrição dos microorganismos

• Fotossíntese
Autotróficos
• Quimiossíntese

• Fermentação
Heterotrófico • Respiração
s • Aeróbia
• Anaeróbia
1.3. Nutrição dos microorganismos
 Entre os microrganismos há duas categorias de acordo com as
suas necessidades nutricionais:
 autotróficos: usam carbono inorgânico na forma de
dióxido de carbono como única ou principal fonte de carbono.
Estes microrganismos podem ser cultivados num meio de
cultura só com compostos inorgânicos, pois não necessitam de
compostos orgânicos e podem ser inibidos por eles –
Fotossíntese e Quimossíntese.
 heterotróficos: usam compostos orgânicos como principal
fonte de carbono. Estes microrganismos não podem ser
cultivados num meio só com compostos inorgânicos, pois eles
necessitam de nutrientes orgânicos, principalmente glicose –
Respiração e Fermentação.
1.3. Nutrição dos microrganismos
Seres Autotróficos
 FOTOSSÍNTESE – é um processo de produção de alimentos
onde ocorre a transformação de substâncias simples em
compostos orgânicos através da luz solar.
  CO2 + H2O  CH2O + O
1.3. Nutrição dos microrganismos
Seres Autotróficos

 QUIMIOSSINTESE – é o processo pelo qual certos


organismos sintetizam moléculas orgânicas utilizando energia
proveniente da oxidação de compostos inorgânicos. Estes
organismos oxidam substancias inorgânicas e a energia
liberada nesta reação é utilizada na síntese da glicose que serve
então como matéria prima para síntese de outras moléculas
orgânicas e como fonte de energia para as reações celulares.
1.3. Nutrição dos microrganismos
Seres Autotróficos
1.3. Nutrição dos microrganismos
Seres Heterotróficos

 FERMENTAÇÃO – é um processo de obtenção de


energia utilizado pelos seres vivos. É um conjunto de
reações enzimáticas através das quais uma molécula
orgânica é degradada a molécula orgânica mais
simples. Neste processo o aceptor final de hidrogénio
produzido pela oxidação das moléculas orgânicas é
uma substancia orgânica, produto da reação em
questão.
1.3. Nutrição dos microrganismos
Seres Heterotróficos
 RESPIRAÇÃO – consiste no processo de extrato de energia química
acumulada nas moléculas de substâncias orgânicas diversas, tais como hidratos
de carbono e lípidos. Nesse processo, verifica-se a oxidação ou “queima” de
compostos orgânicos de alto teor energético consequentemente, formam-se
substâncias de menor conteúdo energético, como CO2 e H2O.
 Respiração aeróbica – quando o aceptor final de hidrogénio produzido pela
oxidação das moléculas orgânicas é o oxigénio.

O2 + 4H+ + 4 e-  2H2O
 Respiração anaeróbica - quando o aceptor final de hidrogénio produzido pela
oxidação das moléculas orgânicas é uma substância inorgânica diferente do
oxigénio. Ex. nitrato, sulfato, carbonato etc.

  2HNO3 + 10 H+ + 4 e-  N2 + 6 H2O
1.4 - Meios de Cultura de
microrganismos
1.4. MEIOS DE CULTURA DE
MICRORGANISMOS

 Um meio de cultura é um substrato nutritivo capaz de


permitir a nutrição e o crescimento dos microrganismos
(bactérias, fungos, algas, parasitas) fora do seu ambiente
biológico natural, ou seja, é uma preparação de nutrientes
utilizada para o crescimento de microrganismos em
laboratório.

http://www.youtube.com/watch?v=LXBH1ndtIyw
1.4. MEIOS DE CULTURA DE
MICRORGANISMOS

 Conhecendo as exigências nutricionais dos microrganismos,


elaboram-se meios que promovem o crescimento in vitro;
 Devem incluir os nutrientes indispensáveis sob forma
assimilável, em quantidades adequadas e não tóxicas;
 Devem ser estéreis, ou seja, não conter quaisquer organismos
vivos (deve esterilizar-se o meio de cultura após a sua
preparação);
 Técnicas de assepsia: técnicas usadas para a prevenção de
contaminações durante a manipulação de culturas e meios de
cultura estéreis;
 Após inoculação, outras exigências: temperatura, pH, tensão
de oxigénio dentro da gama tolerada.
http://www.youtube.com/watch?v=LXBH1ndtIyw
1.4. MEIOS DE CULTURA DE
MICRORGANISMOS

 Podem ser líquidos (sem agar), semi-sólidos ou


sólidos;
 Permitem o isolamento, crescimento e manutenção
de microrganismos no laboratório;
 Facilitam o isolamento e a identificação dos
microrganismos;
 Permitem verificar a suscetibilidade a antibióticos e
outros compostos químicos.
1.4. MEIOS DE CULTURA DE
MICRORGANISMOS

 Podem ser:
 Ordinários - para o
desenvolvimento de
qualquer bactéria;
 Seletivos - específicos para
as respetivas bactérias;
 Enriquecidos - quando
contêm substâncias que
favorecem o crescimento
de determinada bactéria.
1.5- Crescimento microbiano
1.5. Crescimento Microbiano
 Crescimento, em
microbiologia, geralmente é
o aumento do número de
células;
 Na maioria dos procariontes,

como as bactérias, ocorre a


fissão binária ou bipartição
(crescimento e divisão).
1.5.Crescimento Microbiano
 Curva de Crescimento

9000

8000

7000

6000
c é lu la s

5000

4000

3000

2000

1000

0
0 50 100 150 200 250 300
minutos
1.5. Crescimento Microbiano
 Curva de Crescimento
1.5. Crescimento Microbiano

Fase de Latência ou Lag Fase Exponencial ou Log


 Período onde o número de  As células estão plenamente
organismos permanece adaptadas:
praticamente inalterado;  absorvem os nutrientes;

 sintetizam os seus
 Síntese de enzimas;
constituintes;
 Observa-se um aumento na
 crescem e duplicam.
quantidade de proteínas e no
tamanho celular.
 A taxa de crescimento
exponencial é variável, de
acordo com o tempo de geração
do organismo em questão.
 Geralmente, os procariontes
crescem mais rapidamente que
1.5. Crescimento Microbiano

Fase Estacionária Fase de Morte


 Os nutrientes vão escasseando e  A maioria das células está em
os produtos tóxicos vão ficando processo de morte, embora
mais abundantes; outras ainda se estejam a
dividir;
 Não há um crescimento líquido
da população, ou seja, o número  A falta de nutrientes e o
de células que se divide é aumento de produtos tóxicos
equivalente ao número de provenientes de próprio
células que morrem. metabolismo celular conduzem
a um declínio no número de
células viáveis.
1.6 Ação de agentes físicos e químicos
1.6. Controlo Microbiano

 O controlo microbiológico pode ser realizado por:

 Ação microbiostática - inibição (bloqueio) da


multiplicação dos microrganismos (os
microrganismos não se multiplicam).

 Ação microbiocida - morte rápida dos


microrganismos.
1.6.Controlo Microbiano

 Agente antimicrobiano - é um composto químico,


natural ou sintético, que mata um microrganismo ou
inibe o seu crescimento.
 Os agentes antimicrobianos que destroem ou tornam
bactérias/ fungos inviáveis são designados bactericidas ou
fungicidas.
 Os agentes que inibem o crescimento bacteriano ou de
fungos são bacteriostáticos ou fungistáticos.
1.6. Controlo Microbiano
 Efeito dos agentes antimicrobianos no crescimento
bacteriano:
 Efeito bacteriostático: inibe o crescimento
microbiano, mas não ocorre morte celular (ex:
utiliza-se nos desodorizantes);
 Efeito bactericida: ocorre morte das células mas
não há lise celular (ex: penicilina, cefalosporinas,...)
 Efeito bacteriolítico: induz a morte celular por lise
celular (ex: penicilina, ...).
1.6. Controlo Microbiano
Consiste na destruição ou remoção de todas as formas de vida,
patogénicas ou não, existentes em qualquer material ou equipamento.
Esterilização Entre os agentes físicos de esterilização, utilizam-se, principalmente, o
calor, a filtração e a radiação (por exemplo, radiação não-ionizante,
como a ultra-violeta, e radiação ionizante, como os raios X e os raios γ).

Consiste na inativação ou redução dos microrganismos presentes num


material inanimado ou em superfícies.
Desinfeção
Aplicação de substâncias químicas em objetos e materiais com a
finalidade de reduzir ou inibir o crescimento de microrganismos.

Desinfeção química da pele, mucosas e tecidos vivos, aplicando


Antissepsia substâncias químicas nestes tecidos, com a finalidade de reduzir ou inibir
o crescimento de microrganismos. É um caso particular de desinfeção.
1.6.Agentes de Controlo Microbiano

 Agentes Físicos  Agentes Químicos


 Calor  Álcoois
 Baixas Temperaturas  Aldeídos
 Pasteurização  Metais Pesados
 Pressão Osmótica  Peróxidos
 Radiações  Esterilizantes gasosos
 Filtração
 Ressecamento
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Físicos - Calor

Calor Seco Calor Húmido


Este é o método preferencial de
Feita em fornos, a maior parte esterilização desde que o material
da vidraria empregada em ou substância a ser esterilizado não
laboratório é esterilizada sofra mudanças pelo calor ou
deste modo. humidade.
Autoclave - 121ºC/20min
Fervura – 100 ºC
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Físicos – Baixas Temperaturas

 A temperaturas de 0 a 7ºC, a taxa metabólica da


maiora dos microrganismos é reduzida: efeito
bacteriostático*.
 Temperaturas baixas (abaixo do ponto de
congelamento) obtidas RAPIDAMENTE tendem a
tornar os micróbios dormentes – não necessariamente
os mata;
 O congelamento LENTO é mais nocivo – os cristais
de gelo que se formam e crescem rompem a estrutura
celular e molecular dos microrganismos.
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Físicos – Baixas temperaturas

*
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Físicos – Pasteurização

Pasteurização
Consiste em aquecer o
produto a uma dada
temperatura, num dado
tempo e a seguir, arrefecer
bruscamente.
A pasteurização reduz o
número de microrganismos
presentes, mas não
assegura uma
esterilização.
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Físicos – Pressão osmótica

 Uso de altas concentrações de sais e


açúcares;
 Criam um ambiente hipertónico que
ocasiona a saída da água da célula
microbiana;
 Esse princípio é utilizado na conservação
dos alimentos. Em geral, os fungos e
bolores são mais capazes de crescer em
materiais com baixa humidade;
 Esta propriedade combinada com
capacidade de crescer em condições
ácidas é a razão pela qual as frutas e
grãos são deteriorados por fungos;
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Físicos

Radiações Filtração
As radiações têm seus Passagem de soluções ou
efeitos dependentes do gases através de filtros.
comprimento da onda, da Aqui são retidos os
intensidade, da duração e microrganismos, pode ser
da distância da fonte. usada na remoção de
 R. Ionizante - raios bactérias e fungos, no
gama, raio X, ... entanto, podem passar a
R. Não Ionizante – maioria dos vírus.
Radiação UV
1.6. Controlo Microbiano - Radiações
1.6. Controlo Microbiano - Filtração
1.6. Controlo Microbiano - Ressecamento

 AUSÊNCIA DE ÁGUA – os microrganismos não


podem crescer ou reproduzir-se, mas podem
permanecer viáveis por anos. Quando a água se
encontra presente o seu crescimento é retomado.
 Usado para preservar microrganismos em
laboratório: Liofilização (vácuo).
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Químicos
Agentes Químicos - Fatores que influenciam a sua
eficiência

 Tamanho da população;  Tempo de exposição;


 Natureza da população;  Temperatura;
 Concentração do agente;  Condições ambientais:
 pH do meio
 presença de matéria orgânica

http://www.youtube.com/watch?v=ifdE0wnDl34&feature=youtu.be http://www.youtube.com/watch?v=O1SNWqKnZbE&feature=youtu.be
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Químicos

Álcoois Aldeídos

Os álcoois são bactericidas


e fungicidas, mas são O iodo sob forma de
ineficazes contra alguns tintura (tintura de iodo) é
tipos de bactérias. um dos anti-sépticos mais
utilizados nas práticas
O álcool mais utilizado é o
cirúrgicas.
etanol (também chamado
álcool etílico).
álcool 70% - mais eficaz
1.6. Controlo Microbiano
Agentes Químicos

Metais Pesados Esterilizantes Gasosos


 Nitrato de prata; Embora tenha atividade de
 úteis quando há problemas esterilizante lento, o óxido de
com bactérias resistentes à etileno tem sido empregado
antibióticos. com sucesso na esterilização
 Mercúrio; de instrumentos cirúrgicos,
 efeito bacteriostático; fios de agulhas para suturas e
 Sulfato de cobre. plásticos.

Peróxidos
 Água oxigenada

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