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do material contido nesta revista, somente com autorização escrita da Editorial. Todos os direitos reservados.
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Artrodese Subtalar Artroscópica
Enrique Navarrete Faubel a*, Jaime Alonso Pérez-Barquero b, Vicente Vicent Carsí a y María Sánchez
González a. España.
Resultados
á
Os pacientes pertencentes ao grupo pós-fratura Figura 2 Paciente com sequela de fratura do calcâ-
foram operados por apresentarem incapacidade neo operado com 2 parafusos. A fusão da artrodese
funcional e dor intensa resultante da mesma. foi confirmada com TAC aos 9 meses.
Dos 6 pacientes que compuseram este grupo,
realizou-se curetagem artroscópica da superfície
articular e fixação com um parafuso, enquanto O grupo de pacientes sem fratura prévia foi
nos 3 restantes a fixação foi realizada com 2 operado com a mesma técnica artroscópica.
parafusos. Em 4 deles foi utilizado um parafuso para a
fixação e no quinto paciente foram utilizados 2
A fusão articular não foi alcançada em nenhum parafusos.
dos casos tratados com um parafuso. Neste grupo, a fusão foi alcançada em todos os
Considerou-se que a artrodese não havia sido casos.
alcançada quando a dor persistiu 9 meses após No conjunto, os resultados de nossa série mos-
a cirurgia e as radiografias não mostraram sinais tram que a fusão articular foi alcançada em 8
de fusão, quando foi solicitada tomografia com- dos 11 casos.
putadorizada, o que confirmou a ausência de Nestes, a fusão articular foi demonstrada por
pontes ósseas através da articulação. radiografias em carga e o tempo médio foi de 14
semanas com um intervalo entre 11 e 17. Não
Os 3 pacientes foram reoperados por cirurgia houve complicações derivadas da cirurgia, embo-
aberta, retirando o material de osteossíntese e, ra em 3 casos, uma vez alcançada a fusão articu-
por abordagem lateral da articulação subtalar, foi lar, foi realizada a remoção do material de oste-
realizada nova curetagem e fixação com grampos ossíntese; em 2, por extrusão dos parafusos e no
(Figura 1). O enxerto ósseo foi confeccionado a caso restante por protrusão na articulação do
partir da cresta ilíaca homolateral, obtendo-se tornozelo
fusão em todos os 3 casos. Não houve complica-
ções derivadas desta segunda cirurgia. Nos 3 Nosso estudo mostrou que todos os casos de
pacientes desse grupo em que foram utilizados 2 pseudo-artrose ocorreram em pacientes que
parafusos, a fusão correta foi alcançada (Figura anteriormente tinham uma fratura do calcâneo.
2). Dentro deste grupo, todos os casos de não união
l f d l á d ll l
Figura 1 Paciente com sequela de fratura do calcâneo operado com um parafuso. O TAC aos 9
meses confirmou a ausência de consolidação O resgate foi feito com cirurgia aberta e fixação
com grampos.
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ocorreram naqueles pacientes nos quais apenas seus resultados, eles relatam um percentual de
um parafuso foi utilizado, consolidando os casos fusão de 91%.
em que foram utilizados 2. Todos os pacientes
ficaram satisfeitos com o resultado da cirurgia, Resultados semelhantes foram encontrados
com melhora na escala EVA de dor de 8 pontos por Shazly em seu trabalho em 2009, com uma
antes da intervenção para 3 pontos ao final do série de 10 pacientes com sequelas de fratura do
seguimento. Em relação aos resultados da escala calcâneo tratados de modo conservador (12).
AOFAS modificada, houve melhora de 42 pontos Todos os pacientes consolidaram com um tempo
antes da cirurgia para 85 pontos ao final do estu- médio de fusão de 11,4 semanas. Em 2010,
do. Gómez et al. (5) publicaram uma série de 12
pacientes com história de fratura prévia com
Diante dos resultados, observamos que as índice de fusão articular após artrodese artros-
variáveis independentes estudadas (causa da cópica superior ao 80%, com tempo médio de
osteoartrose e tipo de osteossíntese), bem como união de 15 semanas. Nesta série, houve 2 casos
a interação entre elas, para efeitos de fusão arti- de falta de consolidação em sequelas das fratu-
cular, não são significativas ao nível de significân- ras do calcâneo cominutivas, onde nenhum
cia de 0,05. Por outro lado, em um nível de 0,1, enxerto ósseo foi fornecido (Tabela 2).
podemos dizer que o tipo de osteoartrite sim
seria significativo. Isso significa que, nos casos A técnica cirúrgica é relativamente simples e
em que a patologia inicial é uma artrose não reprodutível em cirurgiões que realizam técnicas
traumática, a artrodese artroscópica pode forne- artroscópicas regularmente. A visualização da
cer boas taxas de fusão, independentemente da articulação subtalar posterior pelos portais pos-
osteossíntese utilizada. teriores é muito boa e o limite anterior é marcado
pelo ligamento interósseo que para melhor deve
Discussão ser visualizado.
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ACIER INOXYDABLLE
STAINLESS
A STEE
EL
Trabalho apresentado Jaqueline A. DA Silveira Kucarz, como requisito parcial, para a conclusão do Curso
de Educação Profissional de Nível Técnico na área da Saúde com Habilitação de Técnico em Podologia do
INA - Instituto de Naturopatía Aplicada de Blumenau, Brasil.
Orientador: Profesor Marcelo Kertichka.
SUMARIO INTRODUÇÃO
CURSO
TÉCNICO EM
PODOLOGIA
A saúde
dos pés em
suas mãos
47 3037.3068
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Credenciado pelo Parecer CEE/SC nº 395/05, por delegação Rua Hermann Hering, 573
de competência do MEC em 20/12/2005 e decreto Estadual
nº 4.102 de 16/02/2006 (Parecer CEDP nº 040 em 28/04/2008) Bom Retiro // Blumenau // SC
Figura 7: Sistema Tegumentar do pé
Fonte: https://www.auladeanatomia.com/upload/site_pagina/pele.jpg
Acessado em: 16. outubro. 2018.
A pele é um complexo formado por reentrân- zar a vitamina D pela ação dos raios ultraviole-
cias e saliências mais evidentes nas regiões das tas, ainda, ela tem a capacidade de absorver
palmas das mãos e das plantas dos pés. Estas substancias, de preferência de natureza gorduro-
reentrâncias e saliências recebem o nome de der- sa, e decorrendo desse fato, tem sido largamente
matoglifos e servem para identificar as pessoas, utilizada para administração de certos tipos de
pois se apresentam de maneira diferente em medicamentos, que são friccionados em sua
cada individuo. T superfície (CASTRO,1985, p. 573).
rês camadas compõem a pele: epiderme,
derme e hipoderme ou tecido subcutâneo (BEGA, A pele na planta do pé é especial. A pele e a
2006, p. 14). derme são muito espessas, na área do calcâneo,
compartimentos fibrosos fechados que vão da
A epiderme é mais superficial da pele e esta derme ao osso formam um colchão hidráulico
apoiada sobre a derme, nas plantas dos pés ela muito resistente e único. Estrutura semelhante é
chega a medir ate 1,6 mm de espessura em encontrada sob a cabeça dos metatarsal. Isso
situações de normalidade, podendo apresentar ajuda a absorver as forças de compressão, mas
maior espessura em casos de hiperqueratose e principalmente as enormes forças de estiramen-
calos (BEGA, 2014, p. 09). to a que o pé está exposto (DUERKSEN, 2003, p.
111).
A derme é uma espessa camada de tecido con-
juntivo que se estende da epiderme até o tecido 2.5 Anatomia da Lamina Ungueal
subcutâneo. Nesta camada situam-se os anexos
da pele, muitos vasos sangüíneos, vasos linfáti- A unha constitui um dos anexos cutâneos mais
cos e nervos. Pode ser dividida em camada papi- importantes para o conhecimento do podologis-
lar, mais externa, e camada reticular, mais inter- ta. Trata-se de um corpo duro, porém flexível,
na. A derme contém muitos tipos diferentes de que serve para revestir e proteger as extremida-
células, incluindo fibroblastos e fibrócitos, des dos dedos dos pés e das mãos. Termo deri-
macrófagos, mastócitos e leucócitos sangüíneos, vado do latim úngula, é um corpo semitranspa-
particularmente neutrófilos, eosinófilos, linfóci- rente que cobre a porção dorsal dos dedos
tos e monócitos (BLANES, 2004, p 03). (BEGA, 2014, p. 15).
A cútis tem a propriedade biológica de sinteti- As unhas dos pés, além de possuir funções pro-
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Figura 8: Anatomia da Lamina Ungueal
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/Unhacortesagital.jpg
Acessado em: 15. outubro. 2018.
tetoras, contribuem para uma correta biomecâni- forma de meia lua, visível através da unha, deno-
ca do pé e, por isso, estão diretamente relaciona- minada lúnula. Na extremidade proximal da
das a todas as patologias que causam uma loco- unha, encontra-se o eponíqueo (cutícula). Abaixo
moção alternada: funções da unha, defesa, esté- da ponta livre da unha, a camada córnea é espes-
tica, preensão/pinça, protetora e tátil (TOSTI; sada e assim denominada de hiponíqueo. As
PIRACCINI; CHIACCHO, 2007, p. 27). unhas geralmente possuem uma colocação rosa-
da em função da extensa rede capilar existente
Destaca que enquanto função as unhas são abaixo dela (SPENCE, 1991, p. 84).
representativas no ato de proteger os dedos de
traumatismos, defesa, adorno, revelados de A dobra ungueal posterior apresenta um pro-
doenças sistêmicas e, principalmente preservar longamento da camada córnea que recobre a
o tato das mãos (MENDONÇA, 2004, p. 228). porção proximal da unha, cutícula, abaixo desta,
o eponíqueo, que adere a lâmina ungueal (SAM-
Para GRAY (1988), as unhas dos pés, além de PAIO; RIVITTI, 1987, p. 11).
possuir funções protetoras, contribuem para
uma correta biomecânica do pé e, por isso, estão A prega supra-ungueal e é constantemente irri-
diretamente relacionadas a todas as patologias gada pelos vasos sanguíneos já a prega supra-
que causam uma locomoção alternada: funções ungueal, localiza-se antes do hiponíquio e reco-
da unha, defesa, estética, preensão/pinça, prote- bre a matriz da unha. Sulco ungueal é a estreita
tora e tátil. faixa de pele localizada lateralmente a lâmina
(VIANA, 2005, p. 09).
Sobre o dorso das falanges distais dos dedos
encontra-se a unha, esta, portanto, correspon- A maior parte do aparelho consiste no corpo da
dente ao espessamento da camada córnea. A unha propriamente dito, as bordas laterais, a
região espessada da camada basal (germinativa) prega proximal, a lunula (correspondente a por-
é denominada matriz ungueal, nesta ocorrem cao mais distal da matriz da unha), o eponiquio
mitoses (divisão celular), portanto, as células (também conhecido como cutícula), o hiponiquio
anteriormente formadas que já se corneificaram (logo abaixo da porção mais distal do corpo,
são empurradas para frente, dando assim, o entre e o vale da unha (BEGA, 2014, p. 17).
crescimento da unha. O leito da unha é composto
pela camada basal (germinativa), esta camada é A extremidade proximal da lâmina é formada
espessada abaixo da extremidade proximal da pelo eponíquio e sua função é de proteção contra
unha, formando uma região esbranquiçada em agentes externos. A lúnula é a meia-lua de cor
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branca que se localiza na base ou na extremida- comuns estão associadas com anormalidades na
de proximal da unha, apresenta-se lisa, achatada concentração e na secreção de insulina, resistên-
e brilhante. A borda livre é a parte da lâmina cia celular a ação da insulina e com anomalias
ungueal que se projeta descolada, fora do leito vasculares, tais como espessamento de membra-
ungueal. Já o hiponíquio é a área localizada abai- na basal. Entretanto, o diagnostico e baseado o
xo da margem livre da borda ungueal, isto é, achado de glicemia persistentemente anormal
onde o leito se desprende da lâmina ungueal. em algum momento da vida (BARKER, BURTON,
Área com grande quantidade de terminações ner- ZIEVE, 1993, p. 833).
vosas, por este motivo bastante sensível (JUSTI-
NO; JUSTINO; BOMBONATO, 2011, p. 30). Diabetes mellitus tipo 1 também chamado de
insulinodependente, surge bruscamente e aco-
O crescimento da unha varia de 2 a 4 mm por mete com mais freqüência os indivíduos menores
mês, podendo ser afetado por distúrbios hormo- de 30 anos. O diagnostico é feito geralmente,
nais, nutricionais e por doenças sistêmicas entre 11 e 13 anos de idade, porém 32% dos
(DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004, p. casos são diagnosticados após 32 anos de idade
1051). (BEGA, 2014, p. 258).
Segundo Gardner (1998), o leito ungueal é irri- O diabetes mellitus tipo 1 caracteriza-se pela
gado por dois arcos arteriais, os quais são anas- destruição das células beta do pâncreas, este e
tomoses entre as duas artérias laterais dos subdividido em dois tipos, o diabetes imunologi-
dedos das mãos e pés. Vasos sanguíneos de camente mediado do tipo 1A e o diabetes idiopá-
tamanho médio ligam-se da dobra ungueal até a tico do tipo 1B, acredita-se que o diabetes tipo 1
articulação interfalangiana proximal. Outras ter- seja decorrente de uma predisposição genética.
minações nervosas podem ser vistas nas papilas As manifestações clinicas do diabetes inclui poli-
dérmicas e, provavelmente, terminam entre as úria, polidipsia e polifagia. A poliúria e a micção
células epiteliais. aumentada, a polidipsia e a sede aumentada e a
polifagia e o aumento do apetite. Os outros sinto-
2.6 Diabetes mas englobam a fadiga, a fraqueza, alterações
súbitas da visão, pele seca, formigamentos ou
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença endó- dormência nas mãos ou pés, lesões que se
crina caracterizada por um grupo de desordens curam de forma lenta e infecções recorrentes
metabólicas, incluindo elevada glicemia de jejum (BRUNNER E SUDDARTH, 2002, p. 933).
(hiperglicemia) e elevação das concentrações de
glicose sanguínea postprandial, devido a uma O tratamento requer a aplicação de insulina
menor sensibilidade insulínica em seus tecidos externa, pois o pâncreas reduz (ou para) a produ-
alvo e ou por reduzida secreção de insulina. ção de insulina. E possível um período de melho-
Existem quatro classificações de Diabetes ra ser seguido de retorno a produção de insulina,
Mellitus: tipo 1 ou insulino-dependente (DM1); descrito como lua de mel, pois após algum
tipo 2 ou não insulino-dependente (DM2); gesta- tempo desaparece, e o quadro de diminuição de
cional; e secundário a outras patologias. produção de insulina recrudesce (BEGA, 2006, p.
Independente da classificação, a principal carac- 247).
terística do Diabetes Mellitus é a manutenção da
glicemia em níveis acima dos valores considera- O Diabetes Mellitus tipo 2 refere-se a uma con-
dos normais (ARSA, 2009, p. 103). dição heterogênea que descreve a presença de
hiperglicemia em associação a deficiência relati-
De acordo com Silva (2009), o Diabetes va de insulina. Os indivíduos com diabetes tipo 2
Mellitus é uma síndrome de etiologia múltipla, são, em sua maioria de idade mais avançada e
decorrente da falta de insulina e/ou da incapaci- estão acima do peso. Todavia, recentemente o
dade da mesma de exercer adequadamente seus diabetes tipo 2 tornou-se uma condição mais
efeitos, resultando em resistência insulínica. comum em adolescentes e crianças com obesi-
Caracteriza-se pela presença de hiperglicemia dade (PORTH;MATFIN, 2010, p. 1080).
crônica, freqüentemente, acompanhada de disli-
pidemia, hipertensão arterial e disfunção endote- O tratamento atual do DM2 visa manter o con-
lial. trole glicêmico adequado, seja com dieta hipoca-
lórica, aumento da prática de exercícios físicos
Diabetes Melitus é uma condição caracterizada ou uso de medicações. Existem no momento
por anormalidades na utilização de glicose, asso- diversas opções terapêuticas, que podem ser uti-
ciadas com elevação de sua concentração san- lizadas isoladamente ou em associações. A
guínea. As variedades de diabetes melitus mais importância do controle glicêmico na prevenção
www.revistapodologia.com 23
Figura 9: Sintomas da Diabetes
Fonte: https://static.tuasaude.com/media/sintomas-de-diabetes.jpg
Acessado em: 23. outubro. 2018.
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Figura 11: Fisiologia do pé Diabético
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images
Acessado em: 23. outubro. 2018.
ou redução das complicações micro e macrovas- 2.7 Pé Diabético
culares. E essencial conscientizar o diabético da
sua participação no controle glicêmico, com Pé Diabético é o termo empregado para nome-
determinação de glicemia capilar, como proceder ar as diversas alterações e complicações ocorri-
em situações de hiper ou hipoglicemia, nas infec- das, isoladamente ou em conjunto, nos pés e nos
ções e na gravidez. Isto melhora o controle do membros inferiores dos diabéticos. Para tanto, é
DM e diminui a freqüência de internações hospi- primordial a disseminação do conceito de que o
talares (ARAUJO, 2000, p. 509). pé diabético é caracterizado pela presença de
pelo menos uma das seguintes alterações: neuro-
Os sintomas, entretanto, aparecem gradual- lógicas, ortopédicas, vasculares e infecciosas,
mente, chegando-se a conclusão de que a doen- que podem ocorrer no pé do paciente portador
ça já existia há muito tempo, talvez entre 9 e 12 de diabetes. Essa visão se contrapõe, de forma
anos antes do diagnostico. A maior parte dos decisiva, à visão corrente do membro em estágio
diabéticos tipo 2 são obesos. terminal, necrosado e infectado (CAIAFA, 2011,
Atualmente, as taxas de incidência em pessoas p. 32).
jovens estão aumentando, ate mesmo em crian-
ças e adolescentes, o que se deve a ma nutrição, Para Vieira (2008), pé diabético, segundo defi-
ao sedentarismo e a obesidade (BEGA, 2014, p. nição do Consenso Internacional sobre Pé
259). Diabético, é infecção, ulceração e ou destruição
dos tecidos profundos associados a anormalida-
Mediante Gross (2002), a grande maioria des neurológicas e vários graus de doença vascu-
(85%) dos casos graves que necessita internação lar periférica nos membros inferiores. Os proble-
hospitalar, origina-se de úlceras superficiais ou mas com os pés representam uma das mais
de lesões pré-ulcerativas nos pés de pacientes importantes complicações crônicas do diabetes
diabéticos com diminuição da sensibilidade por sendo a ulceração a causa mais comum de
neuropatia diabética associada a pequenos trau- amputações não traumáticas.
mas, geralmente causadas por calçados inade-
quados, dermatoses comuns, ou manipulações O pé diabético reúne três fatores que podem
impróprias dos pés pelos pacientes ou por pes- apresentar-se em conjunto ou separadamente:
soas não habilitadas. As úlceras associadas à angiopatia, neuropatia e infecções. Quando
doença vascular periférica constituem uma somadas essas três características, o paciente
menor parcela, porém requerem cuidados ime- deve ser tratado, em especial, pelo medico, e
diatos e especializados. este deve trabalhar em conjunto com outras
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Figura 12: Cuidados com o Pé Diabético
Fonte: https://static.vix.com/pe-diabetico-cuidados-png
Acessado em: 23. outubro. 2018.
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áreas da saúde, inclusive com a podologia. incluindo a neuropatia, a neuroartropatia de
Quando apenas uma das características apresen- Charcot, a ulceração do pé, a osteomielite, sendo
tar-se no pé diabético, é importante analisar se potencialmente prevenível a amputação. Os
as demais coexistem em menor grau, podendo doentes com lesões de pé diabético apresentam,
tornar-se criticas no futuro, em especial se o freqüentemente, complicações múltiplas da dia-
paciente não procurar atendimento podológico e betes (DUARTE, 2011, p. 65).
médico (BEGA, 2014, p. 260).
Oferecer atendimento especial ao paciente por-
Para Gross (1999), a detecção precoce do "pé tador de diabetes é uma das principais funções
em risco" pode ser feita facilmente pela inspeção do podologista. É enorme a variedade de podo-
e avaliação da sensibilidade através de testes patias que acompanham o diabetes, unha mal
simples e de baixo custo. O emprego dessas cortada, calo tratado de forma errônea, lesão
medidas e a educação de profissionais, pacien- provocada por um profissional e demora no diag-
tes e familiares podem reduzir em até 50% o nostico e atendimento podem ser cruciais para a
risco de amputações. formação de uma gangrena, necrose de um
Uma das complicações mais freqüentes é o pé membro de um membro e até óbito (BEGA,
diabético, caracterizado pela presença de lesões 2014, p.259).
nos pés em decorrência das alterações vascula-
res e/ou neurológicas peculiares do diabetes 2.8 Neuropatia
mellitus (MILMAN, 2001, p. 447).
A Neuropatia periférica é um distúrbio que
As úlceras diabéticas podem ser neuropáticas, afeta os nervos motores, sensoriais ou autonômi-
vasculares e mistas. As neuropáticas englobam o cos periféricos. Os nervos periféricos, por conec-
mau perfurante plantar resultante dos pontos de tarem a medula espinhal e o cérebro a todos os
pressão, associado à diminuição da sensibilidade outros órgãos, transmitem impulsos motores
protetora, a qual é causada por uma calosidade para fora, revezando os impulsos sensoriais para
plantar que acaba sendo traumática . As úlceras codificar a sensação no cérebro (BRUNNER and
neuropáticas ocorrem em áreas de distribuição SUDDARTH, 2002, p. 1679).
do peso e do atrito, especialmente sob as epífi-
ses distais do metatarso. As úlceras isquêmicas A neuropatia e um distúrbio do sistema nervo-
englobam lesões secundárias, pequenos traumas so, representado por um processo degenerativo
e escoriações (MELO, 2011, p. 44). que pode evoluir, dependendo da sua etiologia,
para a insensibilidade. O cliente portador de dia-
A expressão pé diabético é discutível, porque betes pode apresentar polineuropatia simétrica
pressupõe que o pé seja diabético sem levar em (quando acomete vários órgãos) ou neuropatia
conta o individuo como um todo. É usada para autonômica. Ocorre uma degeneração distal
definir um estado mórbido, ou seja, uma síndro- retrograda, isso significa que a neuropatia no
me, pois agrega diversos problemas sistêmicos, diabético costuma começar pelas extremidades
quais sejam: hiperglicemia, neuropatia, vasculo- (BEGA, LAROSA, 2010, p. 174).
patia, alterações osteoarticulares, musculares e
de pele, podendo se associar a infecções oportu- A neuropatia diabética (ND), no sentido mais
nistas. É que o pé do diabético não necessita for- amplo, abrange um largo espectro de anormali-
cosamente, ser um pé diabético. O pé diabético, dades, afetando componentes do sistema nervo-
em suma, é aquele que agrega no seu conjunto so periférico e autonômico. As anormalidades
alterações anatômicas e funcionais, (BEGA, neurológicas ocorrem tanto no diabetes tipo 1
2006, p. 252). quanto no tipo 2, assim como em formas de dia-
betes adquiridas. A ND não é uma entidade única
De acordo com Bortoletto (2009), entre as simples, mas sim um conjunto de síndromes
complicações do diabetes encontram se as lesõ- com variadas manifestações clínicas ou subclíni-
es crônicas nos vasos sanguíneos (vasculopatia) cas (GAGLIARDI, 2003, p. 67).
e nervos (neuropatia), afetando principalmente
rins, retina, artérias, cérebro e nervos periféricos. A neuropatia apresenta-se pela diminuição da
Estas complicações crônicas são diretamente sensibilidade ao calor, ao toque e a dor, em con-
condicionadas à duração do diabetes, à presença seqüência da morte prematura dos neurônios
de hipertensão arterial, ao mau controle glicêmi- periféricos, deixando os pés mais vulneráveis aos
co, ao tabagismo, entre outros fatores. ferimentos e incômodos não sentidos. A neuropa-
tia quando aliada aos problemas circulatórios, a
A síndrome do pé diabético engloba um núme- cicatrização e ao combate as infecções deficien-
ro considerável de condições patológicas, tes, aumenta a dificuldade de se tratar esse tipo
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de paciente, e o numero de amputações e as traumas despercebidos, por exemplo, de sapatos
taxas de mortalidade sobem (BEGA, 2014, p. apertados que produzem pontos de pressão e
261). determinam abrasões penetrantes. Os ferimen-
Neuropatia diabética (ND), é a complicação tos podem resultar da penetração de materiais
mais comum do diabetes mellitus (DM), compre- estranhos ou de lesões no corte das unhas. Alem
endendo um conjunto de síndromes clinicas que do déficit sensitivo, a fraqueza motora dos mús-
afetam o sistema nervoso periférico sensitivo, culos extensores e flexores contribui para a defor-
motor e autonômico, de forma isolada ou difusa, midade anatômica que produz pontos de pressão
nos seguimentos proximal ou distal, de instala- e conseqüentemente ulcerações (BARKER, BUR-
ção aguda ou crônica, de caráter reversível ou TON, ZIEVE, 1993, p. 857).
irreversível, manifestando-se silenciosamente ou
com quadros sintomáticos dramáticos. A com- A neuropatia diabética apresenta um quadro
plexidade da ND impõe um diagnostico de exclu- variado, com múltiplos sinais e sintomas, depen-
são com varias outras patologias (ex: hipotireoi- dentes de sua localização em fibras nervosas
dismo, anemia perniciosa, alcoolismo, hansenía- sensoriais, motoras e ou autonômicas. A neuro-
se, AIDS, porfiria, deficiências vitamínicas) (BRA- patia pode variar de assintomática ate fisicamen-
SIL, 2001, p. 72). te incapacitante (BRASIL, 2014, p. 78).
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inicia o processo fisiopatológico, levando à ulce- gos de insulina de curta ou longa duração parece
ração e à amputação. Além disso, a NP por si só ser promissora em controlar o metabolismo e a
é suficiente para causar parestesia dolorosa, ata- qualidade de vida do paciente. O tratamento do
xia sensorial e deformidade de Charcot. A detec- diabetes mellitus tipo 2 inclui as seguintes estra-
ção e identificação precoce do processo neuropá- tégias: educação, modificação do estilo de vida,
tico oferece uma oportunidade crucial para o incluindo a suspensão do fumo (se for o caso),
paciente diabético no sentido de ativamente pro- aumento da atividade física e reorganização de
curar o controle glicêmico ótimo e implementar hábitos alimentares, e, se necessário, o uso de
cuidados com o seu pé antes de a morbidade se medicamentos (CARVALHO, 2010, p. 66).
tornar significante (GAGLIARDI, 2003, p. 67).
O tratamento atual do DM2 visa manter o con-
2.9 Tratamento da Diabetes Tipo 1 e 2 trole glicêmico adequado, seja com dieta hipoca-
lórica, aumento da prática de exercícios físicos
Das condições que são comuns na pratica ou uso de medicações. Existem no momento
ambulatorial, o diabete se destaca pelo seu largo diversas opções terapêuticas, que podem ser uti-
espectro clinico, pela importância da educação lizadas isoladamente ou em associações: sensi-
do paciente e pelo manejo a longo prazo. Para bilizadores da ação de insulina (metformina, tia-
todos os diabéticos os seguintes fatores são zolidinedionas), anti-hiperglicemiantes (acarbo-
importantes: impacto da dieta sobre o diabetes; se), secretagogos (sulfoniluréias, repaglinida,
a implicação do diabetes nas atividades rotinei- nateglinida), drogas anti-obesidade e/ou insulina
ras; o reconhecimento de sinais de piora do dia- (ARAÚJO, 2000, p. 509).
betes; a importância do autocuidado com os pés;
e o esclarecimento de conceitos errados acerca O tratamento do DM tipo 1, alem da terapia
do diabetes. Para o paciente recebendo insulina, não farmacológica, exige sempre a administra-
os seguintes fatores adicionais são importantes: ção de insulina, na qual deve ser prescrita em
administração correta da insulina; as restrições esquema intensivo, de três a quatro doses de
características que a terapia com insulina provo- insulina dia, divididas em insulina basal e insuli-
ca o manejo dietético e nas mudanças de ativida- na prandial, cujas doses são ajustadas de acordo
des; o reconhecimento dos sintomas de hipogli- com as glicemias capilares, realizadas ao menos
cemia; e o ajuste da dose de insulina durante três vezes ao dia. Esse esquema reduz a incidên-
doenças intercorrentes (BARKER, BURTON, cia de complicações microvasculares e macro-
ZIEVE, 1993, p. 838). vasculares em comparação com o tratamento
convencional de duas doses de insulina dia (BRA-
O tratamento básico e o controle da doença SIL, 2014, p. 50).
consistem, primordialmente, na utilização de
uma dieta específica baseada na restrição de ali- A insulina e um hormônio produzido pelas beta
mentos ricos em carboidratos, gorduras e prote- das ilhotas de Langerhans do pâncreas. A molé-
ínas, atividade física regular e no uso adequado cula de insulina é uma proteína formada por
de medicação (6). Entretanto, a adesão a esse duas cadeias interligadas de aminoácidos, não
tratamento exige comportamentos de alguma tendo ação quando administradas por via oral.
complexidade que devem ser integrados na roti- Os efeitos da insulina consistem em reduzir os
na diária do portador de diabetes (ASSUNÇÃO, níveis sanguineos de glicose, ácidos graxos e
2008, p. 2190). aminoácidos e estimular a conversão destes para
compostos de armazenamento que são o glico-
Diante da gênese de complicações crônicas, a gênio, os triglicerídeos e as proteínas (BRASIL,
questão mais importante e desafiadora para os 2001, p. 57).
profissionais de saúde que cuidam de diabéticos
é o controle da glicemia (ARAÚJO, 2010, p. 363). 2.10 Tratamento da Neuropatia
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