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ATUALIZAÇÃO EM ANATOMIA

E BIOMECÂNICA DE
TORNOZELO E PÉ

Prof. MSc. João Barboza S. Neto


(Netter, 2007; Neumann, 2011; Nordin; Frankel, 2004)
•Tíbia, Fíbula e Tálus.

•Articulação talocrural, tibiofibular


proximal e distal.

(Neumann, 2011)
• Pé
• Grande importância para marcha estável e suave.

• Tornozelo
• Transferência de carga da extremidade inferior para o pé.

• Influencia diretamente no posicionamento do pé com o solo.

• Pé x Tornozelo
• Associação complexa da biomecânica de ambos.

(Nordin; Frankel, 2004)


•Flexibilidade
•Absorção de estresse durante atividades dinâmicas.

•Rigidez
•Resistir potencialmente as grandes forças propulsoras.

•Pé saudável
•Absorção de choque, flexibilidade e força.

•Devido interação estrutural e funcional.


•Articulações, tecidos conjuntivos e músculos.

(Neumann, 2011)
DIVISÕES DO PÉ

(Neumann, 2011)
FÍBULA
•Cabeça da fíbula
•Imediatamente lateral ao côndilo lateral da tíbia.

•Maléolo lateral
•Roldana para os tendões fibulares longo e curto.

•Faceta articular para o tálus.


•Parte da articulação talocrural.

•Transferência de 10% do peso corporal.

(Neumann, 2011)
TÍBIA
•Maléolo medial.

•Faceta articular para o tálus.


•Parte da articulação talocrural.

•Incisura fibular.
•Concavidade triangular que recebe a fíbula
distal.

•Extremidade distal rodada lateralmente 20-30° em


relação ao proximal.
•Posição lateral do pé durante a posição em pé.
(Neumann, 2011)
ARCO TRANSVERSO
• Formado pelas articulações intertársicas distais.

• Articulação cuneonavicular.

• Articulação cuboideonavicular.

• Complexo articular intercuneiforme e


cuneocuboide.

• Estabilidade ao médiopé.
(Neumann, 2011)
ARCO LONGITUDINAL MEDIAL

• Característica côncava do dorso do pé.

• Principal estrutura de suporte de carga e absorção de choque


do pé.

• Princípio básico:
• Articulação talonavicular.

• Tálus, calcâneo, navicular, cuneiformes e os metatarso I, II e III.

• Auxiliam na absorção de cargas:


• Coxim adiposo plantar, ossos sesamóides e fáscia plantar
superficial.

• Manutenção da altura do ALM:


• Fáscia plantar, ligamento em mola e 1ª art. Tarsometatársica.

(Neumann, 2011)
FÁSCIA PLANTAR

• Faixa densa de tecido conjuntivo fibroso.

• O: Tuberosidade do calcâneo.
• P: Anterior.
• I: Cabeça dos metatarsos.

• Funções:
• Apoio ao arco longitudinal medial.
• Auxilia na força de impulso na corrida e nos
saltos.

(Mcpoil et. al. 2008; Andrews; Harrelson; Wilk, 2012)


FÁSCIA PLANTAR

•Composta por 3 bandas:


•Lateral;
•Medial;
•Central.

•Banda Central:
•Divide-se em 5 partes antes da cabeça dos
metas.
•Cada parte: divide-se ao meio e insere-se na
falange proximal de cada dedo.
•Alongada: Extensão dos dedos.

(Mcpoil et. al. 2008; Andrews; Harrelson; Wilk, 2012)


FÁSCIA PLANTAR X TENDÃO CALCÂNEO

(Stecco et.al., 2013; Andrews; Harrelson; Wilk, 2012)


COMPLEXO LIGAMENTAR LATERAL

(Golanó et. al., 2010)


LIG. TALOFIBULAR ANTERIOR

•Mais frequente lesado do tornozelo.

•Menor tolerância à carga, comparado


com LTaFP, LCF, LTFAI e deltoide.

•Limita deslocamento anterior do tálus


e flexão plantar do tornozelo.

•Metade das lesões são por avulsão


da fíbula.
(Golanó et. al., 2010)
LIG. CALCÂNEOFIBULAR

•O: parte anterior do maléolo lateral.


•Abaixo da banda inferior do LTaFA

•I: região posterior da superfície do


calcâneo lateral.

•Atravessado pelos t. fibulares e


bainhas.

•Mais forte e espesso que o LTaFA.

•Inversão

(Golanó et. al., 2010)


LIG. TALOFIBULAR POSTERIOR
• Intracapsular.
• Mais forte dos ligamentos laterais.
• Maior estabilidade no plano
transversal.

• O: superfície medial do maléolo


lateral.

• I:
• Superfície posterior do tálus;
• processo lateral do tálus;
• os trigonum.

• Lesão: DF, RL do pé + pronação e


rotação do membro. (Golanó et. al., 2010)
RETINÁCULO EXTENSOR E FIBULAR

•Estabilidade para tornozelo e retropé.

•Preservação retináculo extensor e


fibular melhora função eversora.

•Fibular e extensor lesados em


entorses dor crônica, instabilidade
e subluxação tendão fibular.

(Golanó et. al., 2010)


LIG. TIBIOFIBULARES

•Complexo ligamentar sindesmótico.

•Estabilidade tibía x fíbula distal

•Resiste forças axiais, rotacionais e


translacionais que tentam separar
tíbia da fíbula.

(Golanó et. al., 2010)


LIG. TIBIOFIBULAR ANTERIOR

•O: Tubérculo anterior da tíbia (5 mm acima da superf.


Art).

•I: margem anterior do ML.

•Instabilidade do tornozelo é um fator direto ligado com


a patologia do ligamento tibiofibular anterior.

(Golanó et. al., 2010)


LIG. TIBIOFIBULAR POSTERIOR

•2 componentes
•Superficial e profundo. (6 E 7)

•Componente superficial
•O: borda posterior do ML
•I: tubérculo tibial posterior

(Golanó et. al., 2010)


LIG. TIBIOFIBULAR INTERÓSSEO

•Massa densa de fibras curtas.

•Continuação da membrana distal


interóssea ao nível da sindesmose
tibiofibular.

•Principal ligação tíbia x fíbula.

(Golanó et. al., 2010)


COMPLEXO LIGAMENTAR MEDIAL

(Golanó et. al., 2010)


LIG. COLATERAL MEDIAL
•Composto por duas camadas
•Superficial e profunda.

•Multifascicular.
•O: Maléolo medial
•I: Tálus, Calcâneo e Navicular.

•Bainha do tibial posterior cobre a parte


posterior e média do ligamento.

•Tibiotalar posterior
•Tibiocalcâneo
•Tibionavicular
•Tibiotalar anterior
(Golanó et. al., 2010)
RESISTÊNCIA LIGAMENTAR

•Carga de ruptura (ATAARIAN et. al.,


1985)

•LTaFA: 139 N.

•LTaFP: 261 N.

•LCF: 346 N.

•Deltóide: 714 N.

(Nordin; Frankel, 2004)


DORSIFLEXAO/ FLEXÃO PLANTAR

(Neumann, 2011)
DORSIFLEXAO/ FLEXÃO PLANTAR

(Neumann, 2011)
DORSIFLEXAO/ FLEXÃO PLANTAR
• Dorsiflexão: 20-30°

• Flexão Plantar: 30-50°

• Eixo:
• Lateromedial

• Discrepância entre os maléolos.


• Lateral mais inferior e posterior.

• Dorsiflexão:
• Eversão e abdução.

• Flexão Plantar:
• Inversão e adução. (Neumann, 2011)
DORSIFLEXAO/ FLEXÃO PLANTAR

Cabeça da fibula posterior e medial Cabeça da fibula anterior e lateral


(Kapandji 2000)
INVERSÃO/ EVERSÃO

•Rolamento medial do calcâneo. •Rolamento lateral do calcâneo.

•Deslizamento lateral do calcâneo. •Deslizamento medial do calcâneo.


(Andrews, Harrelson, Wilk, 2012; Magee, 2005)
INVERSÃO/ EVERSÃO
• Eversão: 10°

•Fíbula superioriza.

•Cabeça da fíbula desliza anterior.

• Inversão: 20°

•Fíbula inferioriza.

•Cabeça da fíbula desliza posterior

• 1° de inversão/eversão para 1°
RM ou RL tíbia.
(Kapandji, 2000; Andrews, Harrelson, Wilk, 2012; Neumann, 2011)
ADUÇÃO/ ABDUÇÃO

• Plano:
• Horizontal.

• Eixo:
• Vertical.

• Abdução: 35°-45°

• Adução: 35°-45°

(Neumann, 2011; Kapandji, 2000)


PRONAÇÃO/ SUPINAÇÃO
•Supinação:
•Inversão, Adução e Flexão Plantar.

•Supinação CCA
•Inversão do calcâneo.
•Adução do calcâneo.
•Flexão plantar do calcâneo.

•Pronação:
•Eversão, Abdução e Dorsiflexão.

•Pronação CCA
•Eversão do calcâneo.
•Abdução do calcâneo.
•Dorsiflexão do calcâneo. (Neumann, 2011; Kapandji, 2000)
PRONAÇÃO/ SUPINAÇÃO

• MARCHA: 8°-12° supinação / 4°-6°


pronação
(Andrews; Harrelson; Wilk, 2012; Magee, 2005)
COMO ESTES MOVIMENTOS ACONTECEM?
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COMPARTIMENTO ANTERIOR

• Tibial anterior.

• Extensor longo do hálux.

• Extensor longo dos dedos.

• Fibular terceiro.

• Inervação: Nervo fibular profundo.


(Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO ANTERIOR
Fase de apoio inicial

• Ativação excêntrica: controlar flexão


plantar.
• Tibial anterior
• Controlar descida do ALM e pronação.

Fase de balanço

• Ativação concêntrica: dorsiflexão e


extensão dos dedos.
• Balanço entre:
• Extensor longo dos dedos e fibular
terceiro x tibial anterior
• Eversão x inversão (Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO LATERAL

• Fibular longo

• Fibular curto

• Principais eversores.

• Flexores plantares.

• Estabilidade ativa para região lateral


do tornozelo.

• Maléolo lateral: roldana fixa


(Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO LATERAL
• Fibular longo

• Estabiliza o 1ª metatarso
• O hálux pode migrar medialmente
• predispondo deformidade do hálux
em valgo.

• Apoio médio e terminal:


• Fibular longo: controle da inversão.

• Manutenção do 1° raio no solo.

• Impulso: neutralizar a forte


inversão gerada pelo tibial
posterior. (Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO POSTERIOR
•Grupo superficial: “Flexores Plantares”
•Gastrocnêmio
•Sóleo
•Plantar

•Grupo profundo: “Inversores”


•Tibial posterior
•Flexor longo dos dedos
•Flexor longo do hálux.

•Sóleo:
•2 x área de secção transversa do
gastrocnêmio.

•Produzem 80% do torque de flexão plantar.


(Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO POSTERIOR

(Perry; Burnfield, 2010)


COMPARTIMENTO POSTERIOR
•Túnel do tarso

•Passagem para o tibial posterior, flexor


longo dos dedos e feixe neurovascular

• Flexor longo do hálux

• Flexor longo dos dedos

• Tibial posterior

• Aumenta a estabilidade para o ALM.


• Ruptura: queda do ALM e diminuição
da altura do tálus.
(McKeon et. al., 2015; Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO POSTERIOR

•Excêntricamente
•Desacelar dorsiflexão em CCF.

•Concentricamente
•Retirada do calcanhar e dos dedos.

•Auxiliar na fase de impulso e balanço


inicial.

•FLH, FLD e intrínsecos mantêm


superfície plantar dos dedos
estendidos firmemente no solo.
(Neumann, 2011)
COMPARTIMENTO POSTERIOR

•Tibial posterior*, flexor longo do hálux e flexor longo

•Tibial posterior
•Desacelerar a pronação do retropé.

•Absorve parte do impacto da carga.

•Função reduzida: limita mecanismo de absorção de


carga.

•Pronação excessiva ou descontrolada:


•Tendinopatia do tibial posterior.

(Neumann, 2011)
MÚSCULOS INTRÍNSECOS

•Flexor curto dos dedos.


•Abdutor do hálux.
•Abdutor do dedo mínimo.

•Quadrado plantar.
•Lumbricais.

•Adutor do hálux.
•Flexor curto do hálux.
•Flexor do dedo mínimo.

•Interósseo plantar (3).


•Interósseo dorsal (4).
(McKeon et. al., 2015; Neumann, 2011)
MÚSCULOS INTRÍNSECOS

•Estes músculos tem a capacidade para controlar a


postura do pé e a rigidez do ALM.

(Luke A. Kelly, 2014)


CARGA SOBRE O PÉ

•Marcha
•1,2 vezes o peso corporal.

•Corrida
•2 vezes o peso corporal.

•Salto 60 cm
•5 vezes o peso corporal.

(Neumann, 2011)

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