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Biomecânica e Cinesiologia da Coluna Vertebral

Prof. Maurício Poderoso


Se estende da base do crânio até o ápice do cóccix em
formato de uma haste flexível, que constitui o esqueleto
axial (Lippert, 2014).

No adulto ela mede aproximadamente 71 a 75 cm.


Dentre os principais objetivos encontra-se (Moore,
2013):

• Proteger a medula espinal;


• Sustentação e suporte;
• Fornecer a passagem dos nervos espinais, que
emergem da medula espinal;
• Manuter a postura ereta;
• Permitir inserção de músculos e movimentos;
• Fixação das costelas no tórax.
Indispensáveis para a postura, distribuição de cargas e equilíbrio

curvaturas
secundárias

curvaturas
primárias
• Maioria (33 vértebras).
• Podem ocorrer de ter 1 -/+ em razão de
erros no desenvolvimento.
• A chance de ocorrer é de 5 a 12%.
• O aumento do número de vértebras é
mais comum em homens.
• A redução do número de vértebras é
mais comum em mulheres.

O aumento costuma ter repercussões clínicas


→ aumento da sobrecarga na lombar,
devido ao aumento da alavanca.
→ Vértebras lombares:
• Ficam na região lombar entre o tórax e sacro.
• Como o peso que sustentam aumenta em direção a extremidade inferior da coluna vertebral, as
vértebras lombares têm corpos grandes, sendo responsáveis pela maior parte da espessura da região
inferior do tronco.

→ A vértebra L5 apresenta corpo e processos transversos fortes.


• Considerada a maior vértebra que apresenta mobilidade.
• O corpo da L5 é mais alto anteriormente, sendo responsável pelo ângulo lombossacral.
Forame vertebral: maior que torácicas e menor que as cervicais.
‣ Junção intervertebral Típica da
Coluna:
‣ Processos transversos e espinhosos
(facilitadores mecânicos para o
movimento)

‣ Articulações apofisárias (responsáveis pela


orientação do movimento intervertebral,
como trilhos de um trem)

‣ Articulação intersomática (conectam um


disco no outro e absorve e distribui as
cargas)

‣ Articulações interespinhosa (Conectam os


processos espinhosos )
‣ Articulações apofisárias
Responsáveis pela orientação do movimento intervertebral, como trilhos de
um trem

Permite certos movimentos, mas bloqueia outros

ARTICULAÇÕES
SINOVIAIS PLANAS
‣ Articulações intersomáticas

Conectam um disco num par de


corpos vertebrais.

Cada articulação intersomática


contém um disco intervertebral e ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS
uma placa terminal vertebral ANFIARTROSE
‣ Articulações interespinhosa

Conectam os processos espinhosos

Um TECIDO FIBROSO DENSO


mantém os ossos juntos, permitindo
um movimento extremamente
limitado.
ARTICULAÇÕES FIBROSA
SINDESMOSE
Tendem a suporta de 20 a 25% da carga.
Quando há degeneração discal, isso passa para até 70%.
Proporcionam 40% de resistência contra forças rotacionais.
• Controlam o movimento da coluna lombar.
• Devido a anatomia das facetas → a rotação da
lombar é mínima e ocorre devido a uma força
de cisalhamento.

• Ocorre a inclinação lateral + extensão + flexão


na coluna lombar → a direção do movimento é
controlado pelas articulações facetárias.

Em geral, as articulações facetárias sustentam apenas


uma pequena quantidade de peso. Contudo, com o
aumento da extensão, elas passam a ter uma função
de sustentação de peso maior.
L5

S1

É comum o segmento sacral ser discutido na coluna lombar,


porque ele pode ter essa variação anatômica de lombarização e
gerar uma “sexta” vértebra lombar.

Em outros casos, o quinto segmento da lombar se funde ao saco,


resultando em uma sacralização.
Ligamento iliolombar, que conecta o processo transverso de
L5 a porção posterior do ilío. Ele ajuda a estabilizar L5 com ílio
e prevenir o deslocamento anterior de L5.
Representa 20 a 25% do comprimento total da coluna vertebral.

➢ Amortecedor
➢ Distribuir e absorver parte da carga aplicada a coluna
➢ Manter as vértebras unidas
➢ Permitir o movimento entre as vértebras

Com a idade, o % de
comprimento é reduzido
devido a degeneração discal
1 adulto costuma ser 1 a 2 cm mais alta pela manhã, do e perda das propriedades
que a noite. Devido a esse movimento do líquido, que hidrófilas do disco.
funciona como uma válvula de pressão de segurança
para proteger o disco.
• Apresenta 3 zonas contendo quantidade
distintas de fibrocartilagem. Ele apresenta
cerca de 20 anéis que se entrecruzam para
aumentar a sua resistência e permitir
movimentos de torção.

• É bem desenvolvido na coluna


cervical/lombar.
• Ao nascimento é constituído por um tipo de
tecido, que depois é substituído por
fibrocartilagem.
• Ao longo dos anos o núcleo pulposo se
assemelha ao anel fibroso.
• A capacidade de retenção de água reduz com
a idade → pode promover alterações
degenerativas. No início contém cerca de 85 a
90% de água e chega a reduzir p/ 65%.
• Apresenta um líquido (gel)
mucopolissacrídeos incompressível durante
movimentos (principalmente flexão*).
Enquanto que, na inclinação e extensão
apresenta certa compressão em um dos lados
do disco.
• Com o passar do anos esse gel é
gradualmente substituído por colágeno.
• O disco adere ao corpo da vertebra
através de uma placa de cartilagem
terminal.
• Essa placa tem cerca de 1mm de
espessura e permite o movimento
de líquido entre o disco e o corpo
vertebral.

• Os discos são praticamente


avasculares. Somente a periferia é
nutrido por difusão (através da
placa cartilaginosa terminal).

• Até os 8 anos de idade, os discos


apresentam alguma vascularização
que diminui com a idade.
Se torna saliente posteriormente sem ruptura do anel fibroso.
Somente as fibras mais externas do anel fibroso contêm o
núcleo.
Ocorre a perfuração do anel fibroso e deslocamento de material
discal (parte do núcleo pulposo) para o espaço entre o osso e a
Presença de fragmentos do anel fibroso e anel fibroso fora do
próprio disco.
COM RARAS EXCEÇÕES O MOVIMENTO DENTRO DE QUALQUER
ARTIC. INTERVERTEBRAL É MUITO PEQUENO

‣ Porém, se avaliados em conjunto esses pequenos movimentos podem gerar um


considerável movimento angular

3 graus de liberdade
FLEXÃO LOMBAR Aumento da
Sozinha entre 40-60º
CIFOSE

Deslizamento antero-
superior da faceta da
vertebra superior
EXTENSÃO LOMBAR Aumento da
LORDOSE
Sozinha entre 15-25º

Deslizamento
póstero-inferior da
faceta da vertebra
superior
Flexão Extensão

Compressão anterior no Compressão posterior


disco intervertebral no disco intervertebral
ROTAÇÃO - 30º

Movimentos muito
pequenos,
dificilmente
isolados

➢ Todos os elementos contribuem


para a flexo-extensão.
➢ Há uma grande limitação da
rotação (aproximadamente 1º
por nível).
Rotação excessiva
pode ser causa de
diversas queixas,
principalmente dor
lombar irradiada
FLEXÃO LATERAL
Sozinha entre 20º

Deslizamento
inferior das facetas
do lado inclinado
Raíz nervosa Músculos inervados pelas Raízes
L1 a L2 Psoas, ilíaco, sartório, grácil, pectíneo, adutor longo, adutor curto
(Flexão de quadril)
L3 Quadríceps, adutores longo, magno e curto
(Extensão de joelho)
L4 Tibial anterior, quadríceps, tensor da fáscia lata, adutor magno,
(Dorsiflexão do tornozelo) obturador externo, tibial posterior
L5 Extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos, glúteo
(Extensão do hálux) médio/mínimo, obturador interno, semimembranáceo,
semitendíneo, fibular, poplíteo
S1 Gastrocnêmio, sóleo, glúteo máximo, obturador interno, piriforme,
(Plantiflexão + exersão + bíceps femoral, semitendíneo, poplíteo, fibulares longo e curto,
extensão de quadril) extensor curto dos dedos
S2 Bíceps femoral, piriforme, sóleo, gastrocnêmio, flexor longo dos
(Flexão de joelho) dedos, flexor longo do hálux, músculos intrínsecos do pé
Ação Músculos

RETO ABDOMINAL
FLEXÃO DO TRONCO OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
TRANSVERSO DO ABDÔMEN
Ação Músculos

RETO ABDOMINAL
FLEXÃO DO TRONCO OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
TRANSVERSO DO ABDÔMEN
Ação Músculos

RETO ABDOMINAL
FLEXÃO DO TRONCO OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
TRANSVERSO DO ABDÔMEN
Ação Músculos

RETO ABDOMINAL
FLEXÃO DO TRONCO OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
TRANSVERSO DO ABDÔMEN
Ação Músculos

RETO ABDOMINAL
FLEXÃO DO TRONCO OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
TRANSVERSO DO ABDÔMEN
Ação Músculos

ERETORES DA ESPINHA
EXTENSÃO DO TRONCO MULTÍFIDOS
ROTADORES
INTERESPINHAIS
QUADRADO LOMBAR
Ação Músculos

ERETORES DA ESPINHA
EXTENSÃO DO TRONCO MULTÍFIDOS
ROTADORES
INTERESPINHAIS
QUADRADO LOMBAR
Ação Músculos

ERETORES DA ESPINHA
EXTENSÃO DO TRONCO MULTÍFIDOS
ROTADORES
INTERESPINHAIS
QUADRADO LOMBAR

o Origem: processos transversos

o Inserção: (se dirigem medialmente e


superiormente) processos espinhosos
dois a quatro níveis acima

Sacro a C2
Ação
bilateral
Ação Músculos

ERETORES DA ESPINHA
EXTENSÃO DO TRONCO MULTÍFIDOS
ROTADORES
INTERESPINHAIS
QUADRADO LOMBAR

MM. ROTADORES
o Origem: processos transversos
MM. INTERESPINHAIS
o Inserção: (se dirigem o Origem: Processo espinhoso da
medialmente e superiormente) vértebra superior
lâmina da vértebra suprajacente
o Inserção: Processo espinhoso da
Lombar a cervical
Ação vértebra inferior
bilateral Apenas em cervical e lombar
Ação Músculos

ERETORES DA ESPINHA
EXTENSÃO DO TRONCO MULTÍFIDOS
ROTADORES
INTERESPINHAIS
QUADRADO LOMBAR
Ação Músculos

ERETORES DA ESPINHA
FLEXÃO LATERAL DO TRONCO MULTÍFIDOS
ROTADORES
QUADRADO LOMBAR
OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
INTERTRANSVERSOS ou INTERTRANSVERSÁRIOS
Ação Músculos
ERETORES DA ESPINHA
MULTÍFIDOS
FLEXÃO LATERAL DO TRONCO
ROTADORES
QUADRADO LOMBAR
OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
INTERTRANSVERSOS ou INTERTRANSVERSÁRIOS
Ação Músculos
ERETORES DA ESPINHA
MULTÍFIDOS
FLEXÃO LATERALDO
ROTADORES
TRONCO QUADRADO LOMBAR
OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
INTERTRANSVERSOS ou INTERTRANSVERSÁRIOS
Ação Músculos

ROTAÇÃO DO TRONCO MULTÍFIDOS


ROTADORES
OBLÍQUO EXTERNO
OBLÍQUO INTERNO
Ação Músculos

MULTÍFIDOS (rot. mesmo lado)


ROTAÇÃO DO TRONCO ROTADORES (rot. mesmo lado)
OBLÍQUO EXTERNO (rot. lado oposto)
OBLÍQUO INTERNO (rot. mesmo lado)
• Ocorre através da interação em três sistemas:

– Sist Musculoesquelético passivo


– Sist Musculoesquelético ativo
– Sist de feedback nervoso
• Ocorre através da interação em três sistemas:
– Sist Musculoesquelético passivo
• Vértebras, articulações facetárias, disco intervertebral e
ligamentos espinhais
• Ocorre através da interação em três sistemas:
– Sist Musculoesquelético ativo
• Músculos e tendões
– Sist de feedback nervoso
• Controle da atividade muscular
– Músculos profundos controlam a postura e a relação
entre as vértebras.
• Os músculos desempenham papel importante na
estabilização da coluna
– M. transverso do abdome – disposição das fibras se
assemelha a uma cinta, aumentando a pressão intra-
abdominal e a rigidez da coluna.
• Os músculos desempenham papel importante na
estabilização da coluna
– Mm. Multífidos – sua organização permite uma
atuação no nível de cada vértebra.
• Os músculos desempenham papel importante na
estabilização da coluna
– Mm. Eretores da espinha – músculo longo, por isso tem
maior controle sobre a coluna vertebral, devido a sua
ação extensora.
• Os músculos desempenham papel importante na
estabilização da coluna
– M. Oblíquo interno – atua juntamente
com o transverso na manutenção/aumento
da pressão intra-abdominal.
• Sacro "sustenta" a coluna vertebral e é inclinado de forma se articular com L5.
• Resulta da ausência das lâminas e do processo espinhoso de S5, às vezes S4.
• O cóccix é um pequeno osso triangular, que geralmente é formado pela fusão de 4 vértebras coccígeas. Algumas
pessoas podem ter 1 a menos ou 1 a mais.
• O cóccix não participa com as outras vértebras na sustentação do peso em pé. Contudo, sentado pode sofrer alguma
flexão o que pode indicar que esteja recebendo peso. Ele permite a inserção de alguns músculos/ligamentos (parte do
glúteo máximo e isquiococcígeo + ligamento anococcígeo + parte do pubococcígeo).

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