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FISIOTERAPIA

MUSCULOESQUELÉTICA DO
QUADRANTE INFERIOR
Profª Luciana de Oliveira Gonçalves, Drª
luciana.o.goncalves@unisociesc.com.br
TÓPICOS GERADORES
AVALIAÇÕES
CONCEITOS BÁSICOS

• Biomecânica
• Cinesiologia
• Movimento Humano: Cinética e cinemática
• Osteocinemática
• Artrocinemática
• Planos e eixos de movimento
• Posição anatômica
• Tipos de articulações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HOUGLUM, P. A; BERTOTI, D. B. Cinesiologia Clínica de


Brunnstrom. 5. Ed. Manole: 2005. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885204497
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KISNER, C; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e


técnicas. 5. Ed. Manole: 2010. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885204487
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MAGEE, D. Avaliação musculoesquelética. 5. Ed. Manole: 2010.


E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885204519
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SERGE, T. Atlas de anatomia palpatória do membro inferior. Manole:


2009. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520454817

HAMILL, J.; KNUTZEN, K. M.; DERRICK, T. R. Bases biomecânicas do


movimento humano. 4. ed. Manole: 2016. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520451311/

MOREIRA, M.; RUSSO, A. F. Cinesiologia clínica e funcional. Atheneu:


2010. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/180415

BARROS FILHO, Tarcísio Eloy Pessoa de e LECH, Osvandré e CRISTANTE,


Alexandre Fogaça. Exame físico em ortopedia. . São Paulo: Sarvier. 2017.
COLUNA LOMBAR
EPIDEMIOLOGIA DA DOR LOMBAR

A dor lombar é uma condição que pode atingir até 65% das
pessoas anualmente e até 84% das pessoas em algum momento
da vida, apresentando uma prevalência pontual de
aproximadamente 11,9% na população mundial, o que causa
grande demanda aos serviços de saúde (Nascimento PRC, Costa
LOP, 2015).
EPIDEMIOLOGIA DA DOR LOMBAR

...relacionam a presença da dor lombar a um conjunto de causas,


como, por exemplo, fatores sociodemográficos (idade, sexo,
renda e escolaridade), estado de saúde, estilo de vida ou
comportamento (tabagismo, alimentação e sedentarismo) e
ocupação (trabalho físico pesado, movimentos repetitivos).

Entretanto, em uma revisão sistemática conduzida por Vollin


(1997), foi verificado que nos países desenvolvidos onde a
demanda física no trabalho é menos intensa, a prevalência da dor
lombar é duas vezes maior, quando comparada à população dos
países de baixa renda, onde a exigência física laboral é maior.
"às tendências de crescimento e envelhecimento populacional".

Tabagismo, obesidade e trabalho


Os autores apontam o tabagismo, a obesidade e a falta de ergonomia no trabalho
como os principais fatores de risco — embora não os únicos — que desencadeiam
a dor lombar. O risco de dor lombar atribuído ao uso de tabaco foi maior entre os
homens de meia-idade e menor entre as mulheres de 15 a 49 anos, enquanto a
influência das posturas de trabalho foi mais forte entre os homens adultos jovens
(15 anos a 49 anos) e menos em mulheres com mais de 70 anos. O risco de dor
lombar por ter um alto índice de massa corporal foi maior em mulheres de 50 a
69 anos.
Coluna Lombar
Junções e curvaturas
Coluna Lombar
Estrutura vertebral
Corpo vertebral: grande, com largura maior do
que altura. Superfícies superior e inferior
achatadas ou levemente côncavas. Superfície
posterior também côncava.
Arco vertebral: formado por um par de
pedículos e um par de lâminas que envolvem o
forame vertebral
Processos/facetas articulares superiores e
inferiores: processos superiores com superfície
côncava voltada medialmente e inferiores com
superfície convexa voltada lateralmente.
Processos transversos: longos e delgados
Processo espinhoso: único, com orientação
posterior e inferior e forma quadrilátera
Processo transverso da vértebra lombar Processo espinhoso da vértebra
Características específicas

A quinta vértebra lombar (L5) é


significativamente diferente das demais
vértebras desse segmento.

- Seu corpo possui formato em cunha,


mais alto anteriormente do que
posteriormente, permitindo articulação
com as proeminências sacrovertebrais.
- Além disso, seu processo espinhoso é
mais curto, a distância entre os processos
articulares inferiores é maior e os
processos transversos são mais espessos
e curtos, o que também ocorre com seus
pedículos.
Coluna Lombar Ligamento Longitudinal Anterior
Ligamentos (ligamento de corpo vertebral)

Da base do crânio ao cóccix – limita o movimento de EXTENSÃO da coluna


Coluna Lombar Ligamento Longitudinal Posterior
Ligamentos (ligamento de corpo vertebral)

De C2 ao sacro – limita o movimento de FLEXÃO da coluna.


Coluna Lombar Ligamento Amarelo
Ligamentos (ligamento de arco vertebral)

Região posterior do arco vertebral. Abertura entre os espaços vertebrais.


Contentor da parte posterior do arco. + rico em elastina.
Coluna Lombar
Ligamentos

Ligamentos longitudinal anterior, posterior e amarelo –


fazem reforço á posição anatômica dos discos
Coluna Lombar Ligamentos Intertransversários
Ligamentos (entre os processos transversos)
Coluna Lombar
Ligamentos Ligamento Inter espinhoso
(entre os processos transversos)
Ligamento Supra espinhoso
(liga os processos espinhosos)
Coluna Lombar
Ligamentos Ligamento Ílio lombar
Une lombar (L4-L5) até a asa do osso ilíaco)
Coluna Lombar
Ligamentos Ligamentos sacro ilíaco anterior e posterior
(Da lateral do corpo de L5 ao sacro e ilíaco) Superior

Inferior

Ligamento Sacro ilíaco anterior Ligamento Sacro ilíaco posterior


Coluna Lombar - Nervos
• A medula espinal se estende até a vértebra L2.
• Abaixo do nível de L2 é cauda equina.
• As raízes da cauda equina deixam o canal vertebral pelos
forames intervertebrais.
Coluna Lombar –
Nervos
Coluna Lombar - Nervos
Coluna Lombar – Disco intervertebral
Lâmina Cartilaginosa – Entre o disco e a face
articular do corpo vertebral. É permeável e
realiza o transporte de água e nutrientes entre
o núcleo e osso esponjoso do corpo vertebral.

Anel Fibroso – estrutura aneliforme composta


por camadas concêntricas de colágeno
interligadas por matriz de proteoglicanos
na forma de gel. 70% água. Fibras paralelas e
obliquas – forma de treliça.
Colágeno tipo I – resistente à forças de
tensão e compressão.
Colágeno tipo II – resistente à força de
Compressão,
Coluna Lombar – Disco intervertebral

Núcleo Pulposo – Constituído por gel semi


Fluído, ocupa 40%-60% do volume do disco,
é contíguo ás lâminas superior e inferior
- Colágeno tipo II + gel proteoglicano/água,
com algumas fibras elásticas.
- Constituído 70%-90% de água.
Coluna Lombar – Disco intervertebral

Relativa alteração de tensão (ou carga) sobre L3 Nachemson, 1976.


Coluna Lombar – Disco intervertebral

Relativa alteração de tensão (ou carga) sobre L3 Nachemson, 1976.


NOTAS CLÍNICAS!!! Hérnia Discal Lombar
NOTAS CLÍNICAS!!! Hérnia Discal Lombar
Coluna Lombar – Canal Vertebral Lombar

É importante lembrar que os vasos sanguíneos que acompanham a medula e suas


meninges e as raízes nervosas com seus envoltórios durais (dura máter) também podem
ser afetados.
O movimento dos membros também pode comprometer o tecido neural – elevação da
perna estendida.
Coluna Lombar – Canal Vertebral Lombar

NOTAS CLÍNICAS!!!
Estenose do Canal Vertebral
NOTAS CLÍNICAS!!!

A ESPONDILÓLISE é definida como uma descontinuidade óssea que ocorre nas


partes articulares, uma região situada entre os processos articulares superior e
inferior de uma vértebra.

A maior parte das espondilólises ocorre na vértebra L5, devido à maior sobrecarga
mecânica nesta vértebra.

A espondilólise é considerada uma das causas da espondilolistese, que é definida


como o desalinhamento entre dois corpos vertebrais adjacentes.
NOTAS CLÍNICAS!!!

A ESPONDILOLISTESE pode ser chamada de anterolistese, quando um corpo


vertebral se desloca anteriormente em relação ao corpo vertebral inferior, ou
retrolistese, quando um corpo vertebral se desloca posteriormente em relação ao
corpo vertebral inferior.

Outra importante causa de espondilolistese são as alterações degenerativas das


articulações interapofisárias, formadas pelos processos articulares das vértebras
adjacentes.
MOBILIDADE ARTICULAR
MOBILIDADE ARTICULAR
NOTAS CLÍNICAS
Alterações da lordose lombar
NOTAS CLÍNICAS
Alterações do plano sagital - Escolioses
Coluna Lombar - Músculos Lombares
• Latíssimo do dorso
• Serrátil posterior e inferior (m. respiratórios)
• Longuíssimo torácico
• Ílio costal lombar
• Espinal torácico
• Multífidos
• Quadrado lombar
• Interespinhosos
• Intertransversários laterais e mediais
• Transverso abdominal
• Psoas menor
• Psoas maior
• Diafragma – pilares lombares (D – L1, L2, L3 E – L1, L2)
LATÍSSIMO DO DORSO
SERRÁTIL INFERIOR

• O músculo serrátil posterior inferior se origina nos processos


espinhosos das vértebras T11 à L2, e se insere nas bordas
inferiores da 9ª à 12ª costelas.
• A função dos músculos serráteis posteriores é auxiliar na
respiração ao elevar as costelas durante a inspiração (serrátil
posterior superior) e deprimi-las durante a expiração (serrátil
posterior inferior).
LONGUÍSSIMO TORÁCICO
ÍLIO COSTAL LOMBAR

O iliocostal do lombo origina-se nos


processos transversos de L1, L2, L3 e
L4. Segue inferiormente para se inserir
na crista ilíaca.

Realiza a extensão da coluna vertebral


e da cabeça; controle da flexão da
coluna vertebral se estendendo
gradativamente.

Unilateralmente: flexão lateral da


coluna vertebral.
ESPINAL TORÁCICO
O músculo espinal do tórax situa-se
medialmente ao músculo longuíssimo (e
frequentemente se funde indistinguivelmente a
ele) e profundamente aos músculos serrátil
anterior, inferior, latíssimo do dorso, e à face
inferior do músculo trapézio.

FUNÇÃO - age sinergicamente com os outros


músculos eretores da espinha para executar
duas funções principais. A contração
unilateral dos eretores da espinha resulta
na flexão lateral (ipsilateral) e
na rotação das colunas
cervical, torácica e lombar.
MULTÍFIDOS LOMBARES

ORIGEM: processos mamilares das vértebras


lombares, região posterior do sacro, espinha
ilíaca póstero-superior (EIPS) do ílio e ligamento
sacroilíaco.
INSERÇÃO: Região lateral das extremidades dos
processos espinhosos das vértebras, 2-5 níveis
acima de sua origem.

AÇÃO: Contração bilateral: Extensão da coluna


Contração unilateral: flexão lateral da coluna
(ipsilateral), rotação da coluna (contralateral)
QUADRADO LOMBAR
É um músculo da parede abdominal posterior,
encontrado dorsalmente ao iliopsoas. É o
músculo mais profundo da parede abdominal
posterior.

ORIGEM: Crista ilíaca e ligamento iliolombar


INSERÇÃO: 12ª costela e processos
transversos das vértebras lombares L1 a L4.
AÇÃO: Contração bilateral: fixa a 12ª costela
durante a inspiração, extensão do tronco
Contração unilateral: flexão lateral do tronco
(ipsilateral)
INTERESPINHOSOS
ORIGEM: Aspectos superiores dos processos espinhosos das vértebras L2-L5.
INSERÇÃO: Aspecto inferior dos processos espinhosos das vértebras lombares L1-
L4.
AÇÃO: Extensão da coluna cervical e lombar.
• TRANSVERSO ABDOMINAL

ORIGEM: Superfícies internas das cartilagens


costais das costelas 7-12, fáscia toracolombar,
dois terços anteriores da crista ilíaca, arco
iliopectíneo.

INSERÇÃO: Linha alba, aponeurose do oblíquo


interno do abdome; crista púbica, linha
pectínea do púbis.

AÇÃO: Contração bilateral - Comprime as


vísceras abdominais, expiração.
Contração unilateral - Rotação do tronco
(ipsilateral).
• PSOAS MENOR E MAIOR
PSOAS MAIOR PSOAS MENOR
ORIGEM: Corpos vertebrais de T12-L4, ORIGEM: Corpos vertebrais de T12 e L1.
discos intervertebrais T12-L4, processos INSERÇÃO: Eminência iliopúbica, linha
transversos das vértebras L1-L5. pectínea.
INSERÇÃO: Trocânter menor do fêmur. AÇÃO: Flexão fraca do tronco.
AÇÃO: Articulação do quadril: flexão da
coxa e do tronco; rotação externa da coxa;
flexão lateral do tronco.
• PSOAS MENOR E MAIOR
• PSOAS MENOR E MAIOR
• Diafragma – pilares lombares (D – L1, L2, L3 E – L1, L2)
• Diafragma – pilares lombares (D – L1, L2, L3 E – L1, L2)
Diafragma é o principal músculo da respiração e está localizado entre o
tórax e o abdômen. É um músculo que se fixa nas costelas e na lombar,
através dos pilares diafragmáticos (como um tendão).

Se, ele está encurtado ou em estado de tensão ele poderá exercer


influência em posicionamento de costelas e da coluna e interferir na
função das vísceras que são inervadas pelo vago.

Ou seja, a função de estômago, fígado e intestino podem ser afetadas.

Existe ainda uma outra ligação entre as vísceras e o diafragma que é


dado pelas fáscias, um tecido que conecta essas estruturas.
• Diafragma – pilares lombares (D – L1, L2, L3 E – L1, L2)

Há uma relação entre diafragma e fígado e diafragma e esôfago. Por


isso que muitas vezes alterações no diafragma e/ou na coluna onde o
diafragma se insere podem gerar alterações como por exemplo o
refluxo.

Na coluna ele pode tracionar as vértebras lombares através da


inserção do seu tendão nas vértebras lombares. Uma tração
constante sobre a coluna pode acarretar em aumento da lordose na
região tóraco-lombar e alterar as regiões de pressão da própria
coluna.

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