Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
L.A. Creative
Diagramação
Katherine Salles
Livro Digital
1ª Edição
Aline Damasceno
Todos os direitos reservados © Aline Damasceno.
É proibido o armazenamento ou a reprodução de qualquer parte
possessivo não contava que desejaria mais e mais que aquele casamento de
mentirinha se tornasse real, e que Isis fosse sua mulher para sempre!
Capítulo Um
mais baixa do que eu, saiu de trás da mesa da sua sala situada em um prédio
longos com tanta força que tive que dar um pequeno passo para trás para
não irmos ao chão. Mais firme, abracei-a de volta, sentindo o cheiro doce
apressado.
Fazendo beicinho, fitou-me com os seus olhos azuis que tinham feito
o maior magnata da Grécia decidir que ela seria dele assim que os viu.
disfarçar.
— Uma semana é muito tempo para ficar sem ver a sua mãe, Aquiles
— emitiu um suspiro profundo —, fora que nesse tempo todo você não me
ligou para dizer se estava tudo bem.
Mágoa surgiu em seus olhos e uma pontada de culpa me invadiu.
— Estava ocupado com uma viagem de negócios, mãe — justifiquei-
movimentos.
— Isso não é desculpa, filho, poderia ter tirado alguns minutos no seu
dia para me ligar — ralhou, dando tapinhas nas minhas bochechas, algo que
ela sempre fazia. Fez uma pausa, dando um suspiro, antes de continuar. —
Fora que a sua assistente pessoal me disse que você já tinha voltado dois
dias atrás.
Sufoquei um som baixo e profano que não deveria ser emitido na
funcionária há mais de dois anos, mas também por ela ser comprometida
com um bosta qualquer que não tinha a mínima intenção de conhecer. Era
perceptiva e curiosa, e sua expressão me dizia que ela já havia me lido mais
do que gostaria.
Merda!
— Como você não me atendia e eu estava preocupada… — falou em
um tom inocente e continuou a acariciar o meu rosto. — Isis foi um
Arqueei a sobrancelha.
— Mesmo?
— Sim. — Balançou a cabeça para enfatizar sua fala. Seus olhos
azuis cintilavam. —Fico feliz que pelo menos você dá satisfação a alguma
mulher, filho.
Um calafrio percorreu toda a minha coluna com a implicação das suas
palavras e Agatha sorriu maliciosamente para mim. Dessa vez, tive que me
conter para não soltar os palavrões que estavam na ponta da minha língua.
— Curioso, não? — Continuou. — Como sua secretária te conhece
Tudo o que consegui fazer foi me virar na direção dele, com o cenho
franzido, tentando decifrar sua fala. Por que raios eles me pressionariam?
embora nos negócios ele seja tão rígido quanto eu. Além de extremamente
paciente, ele complementava bem o temperamento dramático da minha
mas possessivo, que, como sempre, ela retribuiu, enlaçando o seu pescoço.
Eu apenas balancei a cabeça, resignado. Os dois tinham como hobby a
Como isso era demais para mim, passei por eles e fui me sentar na
cadeira em frente à mesa da minha mãe e tirei o celular do bolso, checando
milhões fez com que eu sorrisse. Não havia nada que eu gostasse mais do
que a chance de aumentar meu patrimônio. Bem, havia algo que eu poderia
vir a gostar mais e isso envolvia uma loira de olhos azuis nua e…
— Como foi a viagem, filho? — meu pai perguntou em um tom
presidente, como uma rainha, enquanto Kaius estava de pé, acariciando seus
ombros, como se fosse o seu vassalo. E ele era. Eternamente. Meu pai não
— Ótimo!
Minha mãe bateu palminhas entusiasmada, mas logo a sua
meu pai, que a encarou. Foi um olhar breve, mas estava ciente de que
naqueles poucos segundos várias coisas foram ditas.
voz.
chata, além de ser mimada e não conseguir aceitar bem uma rejeição. Ela
tinha tentado de tudo para me seduzir nas festas que fui obrigado a
participar, porém nunca tive o mínimo interesse por ela, e, se for honesto,
por nenhuma outra mulher, por mais bonita que fosse. Queria Isis, apenas
ela.
tona.
— Apesar de ter sido uma cliente difícil, pelas mudanças constantes
feitas até o último minuto, você sabe que a minha equipe fez o melhor para
nossos esforços, ainda assim, Chloe foi nas suas redes sociais e criticou o
meu trabalho.
volátil. Odiei aquela garota ainda mais por ferir a minha mãe.
— Pode até ser — suspirou —, mas você sabe quanta influência e
dinheiro ela tem, ainda mais agora que conseguiu se casar com um
bilionário.
— Nada que você também não tenha, tem mais até do que ela —
disse suavemente.
hoje — murmurou. Apesar de ser uma mulher extremamente rica, ela era
orgulhosa dos seus feitos. — Com apenas uns stories, ela fez com que
algumas pessoas influentes cancelassem os contratos conosco, fora que as
— Sinto muito, mãe. — Fiz uma pausa e completei: — Isso não ficará
assim.
dar a volta por cima ao organizar o maior e mais luxuoso casamento que já
— Não?
— Você!
Capítulo dois
— O quê? — Meu tom saiu alguns decibéis mais alto.
determinado, o mesmo que muitas vezes usou e que fez com que tanto eu
— Não fale com a sua mãe dessa forma, Aquiles — Kaius foi severo
ao brigar comigo, como se eu não tivesse feito algo mais do que
Não deveria estar chocado com essa resposta. Meu pai sempre
Voltei a andar.
— Vocês estão loucos — murmurei entre dentes, passando a mão pela
minha cabeça. Se meus cabelos fossem um pouco mais compridos, com
na frente do corpo.
— Estamos mais do que cientes disso, já que faz tempo que não nos
ninguém.
— Sério, mãe? — Estava surpreso por ela procurar saber da minha
Deu de ombros.
Não respondi. Além dela estar ciente de que eu não costumava manter
demais.
— Está mais do que na hora de você começar a construir a sua
demais, e ter uma segunda poderia ter sido fatal para ela e o bebê. Só não
entendia porque eles nunca pensaram em adotar.
viril… — Bateu seus dedos sobre a mesa, impaciente, e eu fiz uma careta
com o uso da palavra "viril". — Também acho que deve ter puxado algo do
Estendeu a mão para ele que, com um olhar malicioso, pegou os dedos finos
e, cavalheirescamente, os levou aos lábios. A mulher deu uma risadinha,
comentário a respeito sobre o quão mestre nas artes da sedução meu pai era.
Pigarreei, quando a impaciência me dominou. Amava os dois, mas a
ideia absurda tinha mexido com o meu brio.
logo depois.
Era um sorriso maquiavélico, como se ela tivesse um plano.
perigoso.
Minha mãe, no entanto, não precisava de defesa, pois ela continuou
seu discurso:
— Como aparência não é a coisa mais importante em um
relacionamento, separamos as moças pelas características que possam te
atrair em uma companheira e…
Loucos!
Para quem havia se casado por amor, minha mãe estava abordando o
assunto de maneira bastante cínica e fria. Poderia esperar isso de mim, mas
não dela. Contive-me, não feriria a sensibilidade de Agatha, não quando
isso culminaria em mais drama. Só de pensar no quanto ela falaria, senti
de vocês dois para encontrar uma esposa. — Ainda que tivesse tentado
imprimir suavidade ao meu tom, fui arrogante, explodindo. — Acho que
sou perfeitamente capaz de, sozinho, escolher alguém que eu queira passar
indicavam que ela tinha calculado a minha reação e que o objetivo dela era
me deixar contra a parede, dando corda para que eu me enforcasse por
Ela riu também, mexendo com o meu brio, com minha libido.
Euforia se espalhou pelo meu corpo, e não era por que ela finalmente
Fiz uma careta. Não suportava a mulher, que só fazia com que eu
perdesse o meu tempo, mas era melhor ouvir suas ideias infrutíferas do que
estivesse achando aquilo estranho, principalmente por eu ter dito que iria
— Okay.
Com um até breve, encerrei a ligação, guardando o celular no bolso.
despedir.
sua testa.
— Deveria ter te ensinado que é muito feio mentir para a mãe,
Aquiles. — Fez drama, fitando-me com sagacidade. Abri a boca para dizer
— Por mais que você tente fugir, o gios mou[7], você não conseguirá
expectante.
— Claro. — Sorri, evitando pensar que eu teria que enfrentar o
europeus, o clube grego era uma das paixões do meu pai e as partidas
ombros, rindo da sua própria piada, o que fez minha mãe bufar. Pelo menos
Eu estava ferrado!
Capítulo três
— Não pode ser — sussurrei, deixando o teste de gravidez positivo
resultado, torcendo para que desse negativo, agora deslizavam quentes pela
sentir ainda mais péssima. Também me sentia culpada pelo bebezinho que
seria mãe. Tinha que estar dando pulos de alegria, chorando de emoção, de
mais do que pronta para o cargo que ele me ofereceu, mas que eu tinha
Não que tivesse sido descuidada nas minhas transas, pelo contrário,
por mais que Benedict insistisse, o que ocorreu várias vezes, sempre usei
proteção. Infelizmente, a camisinha tinha saído quando ele estava gozando
mais.
nada muito além disso, já que eu me sentia cansada até mesmo para ficar no
celular.
Ser pupila de Aquiles Mavridis não era nada fácil, exigindo grande
flexibilidade e proatividade, uma vez que o meu chefe às vezes pedia que
fizesse hora extra, algo que se tornou mais recorrente ultimamente, pois o
que muitas vezes falávamos sobre nossas preocupações, porém ele não se
futuro, que era apenas uma diversão para ambas as partes, uma brincadeira
que, nesse momento, eu considerava bastante tola, apesar de não ter nada de
atenção esporádica que o Ben me dava. Agora não importava, minha vida
estaria ligada à dele para sempre.
— Você não tem nenhuma culpa pela escolha errada da mamãe —
fortemente para que o enjoo não fosse uma constante. Depois de limpar a
boca e lavar o rosto, peguei o teste caído no chão. Provavelmente, Ben iria
querer ver com os seus próprios olhos os dois riscos. Sem o exame em
mãos, nem eu mesma acreditaria no meu estado. Só me restava torcer para
— Senti sua falta, baby — o homem de cabelos compridos falou
tentando beijar os meus lábios, porém, antes que ele conseguisse, virei o
uma careta, mas logo abriu um sorriso lento e sedutor, o mesmo que por
muitas vezes eu achei sexy, mas não dessa vez. Estava enjoada. Culpei o
nervosismo que sentia pelo que eu tinha que falar. — É um novo tipo de
jogo em que você torna as coisas mais difíceis para mim? Sabe que eu gosto
disso.
Tentou me tocar, porém recuei outra vez.
mim.
Quis fazer uma careta com a arrogância dele. Antes isso não tinha
sido um empecilho para ir para a cama com ele.
porta. — Não tenho ideia do que temos de tão importante para falarmos que
não podia ser dito por telefone.
Ben aceitasse a minha gravidez melhor do que eu tinha ido pelo ralo.
Não respondi.
Senti mais raiva diante do fato dele achar que, se não fosse para
transar, eu era uma grande perda de tempo. Eu não o amava, mas isso não
me impedia de me sentir como se fosse um lixo, um objeto descartável.
Uma idiota.
Quis bater palmas irônicas para mim mesma. Eu era uma imbecil.
Novamente senti minha boca encher de fel. Dessa vez, o amargor era
Abriu e fechou a boca várias vezes, mas ele não conseguiu emitir
nenhum som.
porém não iria chorar na frente do meu ex-amante. Eu não tinha pensado
muito em como a nossa relação ficaria depois disso, mas agora eu tive a
certeza de que não queria mais nada com ele. Ben estava me enojando de
— Não é uma piada, Benedict. — Minha voz saiu mais falha do que
gostaria, revelando o quanto, pouco a pouco, ele me abalava. Meus
cara de nojo para mim como se tivesse falado para ele tocar na minha urina,
mas, ainda assim, se inclinou sobre o objeto e franziu o cenho.
Bufou.
— Eu tenho vinte e três anos, tenho muitas coisas para viver antes de
ser pai.
— E eu não? — Cruzei os braços na frente do corpo.
— Você já é formada, madura… mais velha — cuspiu.
Tombei minha cabeça para trás e uma risada grossa, seca, sem um
pingo de diversão, deixou os meus lábios, o som era estranho até mesmo
para os meus próprios ouvidos. Não estava acreditando que ele estava me
— Até então eu não era tão velha para trepar com você — retruquei.
— Não, não era — admitiu ao dar de ombros —, mas agora é
diferente. Não estou preparado para me amarrar a você por algo que você
não preveniu.
Mais uma pontada de culpa me assolou.
Antes que concluísse, desferi um tapa forte em seu rosto, que fez com
que minha palma ardesse com o impacto. Nunca na minha vida tinha
agredido alguém e fiquei em choque enquanto ele me olhava atônito. Estava
sido ruim, a dele, mil vezes pior. Toquei o meu ventre, como se eu pudesse
proteger meu bebê dele, das suas palavras.
farei nada.
poderia abandonar meu filho. Meu bebê era alguém a quem eu aprenderia a
amar cotidianamente e sentia que eu o protegeria com todas as minhas
forças. E pensar que o pai queria se desfazer dele, como se fosse algo
instantes em silêncio.
— O que tivemos juntos foi muito bom enquanto durou, Isis, mas…
ofegante. Meu peito se apertou pelo meu bebezinho; meu coração bateu
dolorosamente por ele. — Mesmo que em partes a culpa tenha sido minha,
você não pode simplesmente fingir que ele não existe e…
demais para esse tipo de responsabilidade. Quero viver, curtir, não trocar
fraldas. Se você quiser essa criança, o problema é seu, não conte comigo
para nada.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, girou a maçaneta e saiu,
batendo a porta atrás de si. Não tive forças para ir atrás dele naquele
momento para implorar. A dor era pungente demais, e a única coisa que
conseguia fazer era chorar, não por mim, mas pela sementinha que crescia
indesejado.
nos seus olhos davam-me quase cem por cento de certeza. Lutaria pelos
direitos dessa criança, mas, por mais que eu insistisse e procurasse por
Benedict, ele não estaria ali para cuidar, para amar, e para fazer o seu papel
de pai, para me apoiar nos momentos que eu precisasse dele; que o nosso
filho precisasse. A maternidade seria bastante difícil e solitária sem o apoio
que só então percebi que caia, o som das gotas batendo contra o vidro da
janela.
— Eu não sei o que farei — minha secretária disse em um tom fraco.
rude escutar a conversa dos outros, mas eu não tinha nenhum escrúpulo em
relação a Isis. Ainda assim, a possibilidade de ela estar chorando, triste, fez
Toda oportunidade que minha mãe tinha, ela trazia à tona o assunto
“noivado”. Pensei que com o passar do tempo, vendo que não cederia aos
seus caprichos, Agatha acabaria desistindo de fazer o meu casamento.
Deveria ter imaginado que ela não abandonaria o seu intento da mesma
forma que eu não me renderia, ainda mais que a maldita socialite e suas
minha mãe. Sugeri processá-las por calúnia, mas Agatha não me escutou.
O som abafado de pranto me trouxe de volta para a realidade, toda a
A irritação me invadiu. Não pela mulher que chorava, mas pelo quer
que fosse que a deixava naquele estado.
Há dois dias, Isis parecia apática, seus olhos sem o brilho costumeiro.
tristeza que havia nela, que não conseguia mascarar por completo sob a
fachada de profissionalismo.
importantes para mim. Sentia falta dos seus sorrisos e do bom humor. Disse
para mim mesmo que ver minha funcionária contente, sorrindo, era algo
hesitar.
Independentemente da situação, eu a apoiaria da mesma maneira que
ela tinha feito, várias vezes. As duas mulheres, que estavam abraçadas, se
nos olhos azuis, como se eu fosse repreendê-la pelo fato de estar chorando,
traços latinos que fazia a limpeza do meu escritório e que parecia bastante
Voltando sua atenção para mim, Isis engoliu em seco e passou a mão
pelo seu rosto molhado, como se quisesse destruir qualquer rastro de
confortá-las, engolindo a frustração que sentia por não ter o direito de tocar
Isis, de cheirá-la, de ter o seu corpo de encontro ao meu. — Não por isso,
ainda mais que está quase terminando o expediente.
Sorri para as duas, mesmo que falsamente. A mulher mais velha deu
tom que deixava claro que era uma ordem. — Vou esperar você no meu
escritório.
que não fosse o mais radiante de todos, deixou-me agitado —, será apenas
uma conversa.
lealdade.
— Vou ao banheiro com você — murmurou e fez uma vênia. —
— Gomez…
Sorri e, assentindo, dei um último olhar para a minha secretária, como
se quisesse me certificar de que ela ficaria bem, algo completamente tolo,
então virei as costas para elas e entrei no meu escritório, a porta se fechando
suavemente atrás de mim.
Com um suspiro cansado, caminhei até a enorme janela panorâmica
miseravelmente.
— Pare já com isso, homem! — Bati os punhos na vidraça,
impulsos sombrios.
A batida na superfície de madeira fez com que eu afastasse aqueles
pensamentos da mente e o instinto protetor, que nem sabia que tinha com
relação a Isis, tomou cada pedaço do meu corpo, e com ela, novamente, a
vontade súbita de ferir quem a machucou.
direção à porta.
Era como se Isis tivesse um imã que sempre me atraía para ela, que
Bufei perante a tolice sem sentido e passei a mão pelo meu maxilar,
por uma mecha loira sedosa, assim que entrou, parecendo um pouco mais
ciente que todas as suas curvas deliciosas estavam ainda mais ressaltadas
pelo vestido preto de gola alta e mangas longas que parecia moldar a sua
pele.
Merda!
— Sente-se, Isis — ordenei suavemente, apontando para a pequena
não olhar para as nádegas dela, dei as costas para a mulher e caminhei em
direção ao aparador; precisava de uma dose de ouzo para enfrentar aquela
Com o canto do olho vi que ela estava sentada ereta no sofá, olhando
para as próprias mãos. Não gostei de vê-la tão vulnerável, parecendo
perdida.
— Isis? — insisti.
Franzi o cenho.
Diferentemente de muitos que achavam o licor bastante forte, a
estranho a recusa.
posição lânguida que era contrária ao meu estado de alerta que capturava
Eu deveria parar com aquela minha maldita obsessão por ela, e não
levar tudo para aquele lado. Maldito! Ela olhar meu corpo não significava
eletrizado.
uma pontada de dor atingiu o meu peito. Lutei para não estender a mão e
impedisse-os de se moverem.
Theós, ela não sabia o quão linda ficava fazendo esse gesto.
— Só acha? — provoquei-a, minha voz saindo rouca. — Eu tenho
certeza.
tristeza que tomava a sua feição. O choro ainda continuava. Eu poderia dar
uma boa soma de dinheiro para tê-la para mim, mas pagaria o triplo para
certo fascínio. Eu era pura força, ela tão delicada quanto uma rosa branca,
flor que estava associada a Afrodite, a deusa grega do amor, do desejo e da
beleza. Quis torcer meus lábios com a comparação poética que nada tinha a
senti vivo, eufórico, excitado, coisas que eu não deveria sentir por aquela
mulher proibida, mas que, ainda assim, eu desfrutava sem pudor.
murmurei.
Não temi dizer aquela verdade, que antes me seria bastante
exasperante.
preocupação.
— Estou grávida! — confessou em um sussurro depois de um silêncio
Apesar de ser uma mulher forte, Isis era doce demais para estar chorosa e
triste por conta de uma gravidez. Imaginava que ela ficaria radiante, ainda
mais que ela sempre gostava de brincar com as crianças nas festas da
Mavridis.
Sem pensar muito, desvencilhando as nossas mãos, ergui-me do meu
assento, me sentei ao lado dela e envolvi seus ombros em um abraço. O
encaixe entre nós era tão perfeito que fechei os olhos por alguns segundos.
Ter o seu corpo contra o meu arrancou de mim um suspiro longo, profano, e
eu respirei fundo, sentindo o cheiro suave que vinha dos seus cabelos.
— Descobrir que vai ser mãe de um bebezinho não deveria ser algo
tão ruim, ángelós mou — girando meu rosto para fitá-la em meus braços,
meu coração batia com força no peito. Estava hipnotizado pelos seus
movimentos suaves, adoráveis, e peguei-me lutando para não tocar o ventre
dela.
o restante.
— O pai dele não o quer, Aquiles. — Mesmo em meio ao pranto,
submundo que ele pagaria caro por isso. Quis rir perante a minha
Movido por instintos sombrios, eu queria proteger não apenas Isis, mas
também o bebê que ela carregava em seu ventre.
— Benedict teve a coragem de insinuar de que o filho é seu —
saiu.
A perspectiva de eu ser o pai da criança que ela estava gerando não
me soou tão mal assim, para o meu desconcerto e exasperação.
Ou talvez fosse a perspectiva de fazer um bebê com Isis que deixava a ideia
mais atraente. Seria bastante prazeroso ter aquele corpo nu, quente e suado
de encontro ao meu, sentindo os músculos dela oferecendo cada vez mais
— Talvez. — Sussurrou.
Um silêncio pesado caiu sobre nós, momento em que fiquei
acariciando o braço dela. O toque acabou me acalmando.
— Essas coisas acontecem, Isis — não soube o que dizer além disso.
Sabia que era uma bomba de hormônio no corpo de uma mulher, e
também não sabia se era justo colocar todo o peso da responsabilidade
sua cabeça loira no meu peito. Não a impedi. — Me sinto ainda pior por
saber o tipo de pai que eu dei para o meu filho. Deveria ter imaginado que
um cara avesso a compromisso iria acabar pulando fora. Deus, sou uma
bastante paciente para descobrir cada ponto que a fazia estremecer, ofegar e
que a levaria ao orgasmo, e a trataria com bastante carinho e devoção,
cultuando-a como a deusa que ela era. Sorri de forma predatória, inalando a
fragrância dela.
A excitação me percorreu de cima a baixo por saber que agora eu
tinha alguma chance com a minha secretária, e eu aproveitaria aquela
depois dele magoá-la, fez com que eu colocasse fim naqueles pensamentos.
Fiz uma careta.
olhos brilhando, irritados. Fiquei bravo comigo mesmo por ter afugentado
Isis com a minha babaquice, com meu ciúme e possessão descabidos.
Panáthemá se[10].
uma mola, depois de ver a notificação em seu celular. Baixou o vestido, que
havia subido um pouco, e meu olhar instantaneamente recaiu sobre as
pernas longas cobertas pela meia-calça. — Creio que você gostará de olhar
a pauta que encaminhei para o seu e-mail e também checar como foi o
fechamento da bolsa.
— Claro — respondi roucamente, mesmo que aquilo não fosse o que
gostaria de fazer.
— E também de se vestir adequadamente.
Apontou para o meu peitoral, depois para os meus braços desnudos, e
— Nada de álcool para mim por um bom tempo, até o bebê desmamar
por completo — disse, parecendo mais animada enquanto seu olhar pousava
sobre a barriga.
Assenti, anotando mentalmente para não pedir nada alcoólico no
nosso jantar.
— Por que não pega um táxi e vai direto para casa tomar um banho
quente e relaxante de banheira? — Sugeri, começando a abotoar a camisa,
sabendo que ela teria que enfrentar um metrô lotado até chegar ao seu
apartamento em Yorkville.
— Ótima ideia! — Sorrindo, se aproximou de mim e continuou em
alheia ao que causava em mim, como uma esposa, ela começou a fazer o nó
na minha gravata. Meu pomo de Adão subiu e desceu quando engoli em
seco com o gesto íntimo. Choques de prazer me percorreram de cima a
baixo e eu lutei para não a tocar, para não puxar seu corpo de encontro ao
meu, quebrando a distância. Porra, eu estava faminto por ela!
— Coloque na conta da Mavridis — forcei-me a dizer, respirando
— Boa noite.
Dando-me um sorriso, se virou e caminhou lentamente para fora do
escritório. Acompanhei seus movimentos, olhando seus quadris e suas
nádegas deliciosas, até que a porta se fechou atrás dela.
— Tem certeza que não quer subir, Aquiles? — insisti.
Mesmo que o grego fosse bastante tolerante com atrasos, fiquei muito
sem graça por estar atrasada. Tinha demorado mais do que deveria no
— Estou bem, mas quem sabe mais tarde... — A voz do meu chefe
soou abafada no interfone.
culpada.
— Okay. — Obedeci.
Nunca tinha imaginado que Aquiles era capaz de sugerir algo tão
sensível quanto um jantar para comemorarmos a minha gravidez.
nos negócios, que davam a impressão de que ele não era capaz de gestos tão
Talvez fosse exagerado da minha parte afirmar isso, mas ainda que
meu chefe havia conseguido fazer com que eu enxergasse o fato de estar
esperando um bebê não como algo triste, mas, sim, sublime. Mesmo que ele
não tivesse nenhuma obrigação comigo, senti que não estava sozinha,
principalmente quando ele me abraçou na sua sala. Eu tinha o apoio de
Pam, mas com o grego as coisas eram um pouco diferentes. Amparada
contra seu corpo forte, quente e musculoso, foi impossível não me sentir
protegida e acolhida pelo meu chefe. Eu era muito grata a ele pela sua
amizade.
com o modo como eles se abriram, fiz uma maquiagem leve, tomando
cuidado para não se destacar mais do que o vestido verde escuro de cetim
de alças finas, que abraçava todas as minhas curvas e deixava parte do meu
adequada ou não para jantar com o meu chefe, mas assim que ele tinha
sugerido que eu vestisse algo elegante, pensei nessa peça que eu nunca
nossa reserva.
restaurante poderia ser chique e caro, mas não deixaria que Aquiles pagasse
a minha parte. Mesmo que agora precisasse economizar pelo meu bebê,
trabalhava muito e podia me dar ao luxo de uma única noite de
extravagância. Joguei meu celular na bolsa e depois a chave, assim que
soprou no meu rosto e eu fiz uma careta. A onda de calor intensa que
assolava Nova Iorque estava insuportável. Definitivamente, eu era muito
mais o frio, embora a baixa temperatura ocasionasse inúmeros problemas,
com o grego.
Quando estava a alguns passos de distância dele, como se pressentisse
— Obrigada. Você também está muito bonito, mas deve saber disso
— retribuí a gentileza dele, e ele arqueou a sobrancelha.
Deu de ombros, e o movimento chamou a minha atenção para aquela
região, que parecia tensa. Isso fez com que eu recordasse o quão irritadiço
Aquiles andava. Tinha dito a mim mesma que não iria insistir, mas quem
pausa, apenas para adotar um tom divertido que contrastava com o seu
humor irritadiço: — Tenho certeza de que está ciente que é mais do que
linda.
Fiz um gesto de mão, tirando a importância do seu comentário.
— Nem sempre, há várias coisas que eu gostaria de mudar. — Sorri.
Torceu os lábios em desagrado e me senti adulada por Aquiles, mais
do que deveria.
— Como o quê? — perguntou em um tom suave, curioso.
que devorava meu chefe com os olhos como se ele fosse uma peça
suculenta de carne, com um aceno de cabeça. Percebi que fez uma careta
quando o grego foi completamente indiferente a ela, já que toda a sua
disparei quando a expressão dele deixava mais do que claro que não sairia
dali sem uma resposta.
aliviar um pouco a tensão que caiu sobre nós, não queria estragar a nossa
— Obrigada, Aquiles.
Deslizei pelo banco e peguei o cinto. Depois que fechou minha porta,
ele deu a volta no carro e entrou. Enquanto ele se ajeitava na frente do
— Sua colônia?
Torci para que o som do motor de não sei quantos cavalos que ouvi
quando ele deu a partida tivesse abafado a minha pergunta imprópria e ele
não tivesse escutado.
força.
— Nunca — insistiu quando não disse nada, quase como uma ordem.
mortificada.
— Não quis correr o risco de que você ficasse enjoada — falou
olhos, mas eu não iria chorar. Por mais que eu não conseguisse controlar,
Aquiles me acharia uma tola. — Li em algum lugar que é comum as
— Talvez…
Meu cenho se franziu com a sua resposta e eu olhei para ele.
importada?
— Touché!
Nossa gargalhada ecoou pelo carro, dando leveza à tensão súbita.
acariciei o local.
— Infelizmente só tinha data para semana que vem na clínica que o
Lutei contra as lágrimas outra vez, mas uma sorrateira deslizou pela
minha bochecha. Aquiles me estendia a mão enquanto o pai do meu bebê
senti feliz pela atenção dele estar no trânsito da 79TH East St.
— Confesso que não sei, mas acho que alguns dias não deve fazer
muita diferença — murmurei, a incerteza me dominando.
desejava, ele sempre conseguia. Ignorei o fato de que isso era dar a ele um
pouco de controle sobre a minha vida, mais do que o grego tinha direito.
Apeguei-me ao fato de que era a forma dele de cuidar de mim. Fazia muito
frustração. Removi o cinto e ia abrir a porta para deixar o veículo, mas ele
se adiantou e a abriu para mim. Virei-me para ele, arqueando a sobrancelha
em questionamento.
força que havia nele, sensação que se tornou maior quando ele ficou tão
próximo a mim, como se fosse o meu guarda-costas. Mesmo sendo alta,
senti-me pequena, mas protegida. Algumas pessoas que passavam por nós,
todos os meus membros. Tive que me concentrar para não cair dos saltos
das minhas sandálias, já que minhas pernas estavam bambas. Meu pulso
estava acelerado, e eu me controlei para não ofegar.
mesma que deveria ser um hábito dele. Também não tentei me afastar, nem
mesmo quando seu toque pareceu possessivo demais. No entanto, o contato
garçom, e eu não contive uma risada que me pareceu imprópria para o local,
mas que felizmente soou baixinha. Fizemos nossos pedidos. Rapidamente o
sabores em que eu poderia facilmente me viciar, pena que meu bolso não
concordava com isso, eu perdia a noção do tempo. O ambiente não mais me
oprimia, pois o homem à minha frente me fazia esquecer daquele detalhe.
Tinha que concordar com quem disse que o importante era a companhia.
— Posso te fazer uma pergunta pessoal, Aquiles? — questionei,
tomando coragem de entrar em um campo “proibido”, depois de mastigar
mais uma garfada do lagostim com creme de trufas e cogumelos que, sem
que eu pudesse me conter, tinha arrancado vários gemidos de mim.
mas eu tinha escutado esse tom várias vezes para poder reconhecer que
escondia vários perigos. Ele não gostava de ser contrariado.
— Compreendo — cochichei.
acariciando o meu dorso. —Melhor, não quando você expôs seus medos,
sua insegurança em relação à maternidade, e também a raiva do seu ex.
— Verdade, desculpe a minha tolice, Aquiles.
minha mão.
— O que quer me perguntar, Isis? — questionou roucamente depois
de um tempo.
passar a mão livre sobre a barba que costumava usar um pouco menos
cumprida. — Na verdade, o que tem me estressado é algo completamente
absurdo.
alto.
— Sabe que a minha mãe tem uma empresa de organização de
casamentos — começou, seu tom expressando a raiva que ele parecia
sentir.
Fiz que sim com a cabeça, recordando umas fotos que tinha visto em
bem do trabalho da mãe dele. Sabia o quanto a família era importante para o
grego, até mais do que os seus negócios.
Eu achava linda a relação que ele tinha com os pais, e confesso que
sentia uma pontinha de inveja. Minha mãe havia me deixado muito cedo e
meu pai... bem, o fato de eu não falar com ele há anos dizia muita coisa.
Não quis pensar no que o homem severo faria caso descobrisse que estava
grávida sem estar casada. Ele provavelmente me chamaria de puta, ou coisa
pior, se é que não tentaria me agredir.
Afastei Abraham da minha mente. Continuar a pensar no meu pai
— questionou de forma séria e percebi que havia não apenas uma pontada
de curiosidade, mas também certa ponderação no seu tom e nas suas
feições.
— Se eu tivesse dinheiro, por que não? — Dei de ombros, afastando a
minha mão da dele, que olhou para baixo, antes de segurar os talheres para
cortar um pedaço de lagostim, mas logo voltou a me fitar. — Mas como não
tenho milhares de dólares à minha disposição, não há a mínima chance de
isso acontecer.
— Não?
— Uma das clientes da minha mãe, uma influencer, fez um vídeo
difamando-a, e, com isso, os negócios tiveram uma queda.
não?
— Infelizmente?
— Sim — deu um sorriso amargo que me foi incompreensível,
líquido. Encarei seu semblante sério, transfigurado pela fúria, e abri e fechei
a boca para dizer alguma coisa, porém, estava perplexa demais para falar
algo. Não sei quanto tempo havia se passado, só sei que eu acabei rindo
mais alto do que era apropriado para o ambiente. Lágrimas se formaram em
meus olhos, minha barriga chegou a doer.
Pigarreei.
— Realmente não tem graça.
— Não, não tem. — Levou o garfo a boca, mastigando devagar.
tudo. — Até onde eu sei, você não tem namorada, não tem saído com
ninguém…
Fiz outra pausa, pensativa. Teria sido um erro sair para comemorar a
— Ou tem?
— Não, não tenho, o que torna tudo um grande absurdo. — Sua voz
— Ela e Kaius acham que estou ficando velho e que tenho que
começar a formar uma família e dar a eles netos.
Fiquei em silêncio. Estranhamente, conseguia entender as duas partes
envolvidas mesmo que meu chefe ainda fosse novo, mas se casar e ter
filhos era uma escolha de Aquiles, não deles.
— Porra, eles até mesmo querem me ajudar a encontrar uma esposa,
precisasse disso.
Voltou a soltar um som irritado, seu maxilar parecendo rígido com a
fúria.
família, mas… — fez uma pausa e soltou outro som frustrado. — Droga, eu
me sinto pressionado, mais do que imaginei ser possível.
— Compreendo — estiquei o braço e voltei a tocar a sua mão —, não
Levou a xícara aos lábios, tomando o café que lhe foi servido. Não
me passou despercebido que ele ainda parecia tenso. Quis fazer algo para
ajudá-lo, porém não havia nada que eu pudesse fazer. Também, quem era eu
para falar sobre relacionamentos, ou dar algum conselho na situação em que
me encontrava? Sem contar que ele mesmo tinha dito que não gostaria de
nenhuma opinião sobre o assunto casamento.
— Um dos melhores que já comi — completou ele.
— Sim, estava maravilhoso, como os outros dois pratos — concordei,
sorrindo —, mas sorvetes sempre foram o meu ponto fraco.
Removi uma cúpula, revelando o potinho.
gemido.
A risada alta e grossa de Aquiles pareceu ecoar pelo salão e com o
canto do olho percebi que várias cabeças se voltaram para nós. Dei de
ombros e dei outra colherada.
— Terá todo o sorvete que quiser, ángelós mou — disse suavemente e
sorriu para mim, antes de fazer um gesto para o garçom.
ficando apenas com o café. Para a minha vergonha, acabei pedindo mais
duas bolas de sorvete.
— Essa noite foi maravilhosa, não me lembro qual foi a última vez
que me diverti tanto — disse, virando-me para Aquiles assim que
alcançamos a entrada do meu prédio, já que o grego tinha feito questão de
curioso o fato dele não ter tido nenhum compromisso de negócios nessa
noite. — No entanto, duvido muito que você encontre tempo na sua agenda
apertada.
Bufou.
— Isso não será um empecilho. — Soou convicto.
pontas dos pés. Estava ciente do calor do seu corpo, do seu cheiro natural,
da sua masculinidade, do seu autocontrole, bem como da minha ousadia de
me aproximar tanto. Meu seio havia roçado no seu braço, o que sabia que
era impróprio.
— Obrigada, Aquiles. Recordarei de tudo o que você vem fazendo
— Atende, Benedict — murmurei para o telefone, mas quando a
Deveria ter imaginado que meu ex-ficante não iria aparecer na minha
deixando mais do que claro que realmente não queria ter nada a ver com a
minha gestação, porém, ainda assim, eu insistia, fazia isso pelo meu bebê.
Talvez ele tivesse mudado de telefone só para não falarmos mais do
assunto.
O único ponto positivo disso, se é que poderia ser considerado dessa
maneira, era que não lutaríamos ferrenhamente pela guarda dele ou dela,
mas previa que o pedido de pensão alimentícia — algo que não abriria mão,
nem mesmo se eu tivesse muito dinheiro, o que não era bem o caso —, me
daria uma grande dor de cabeça. Ainda assim, isso não me impedia de
impedia de estar ao meu lado agora era uma reunião de última hora com um
parceiro de negócios, no Brasil. Ele quis cancelar, porém eu sabia o quão
ele não fosse. Convencê-lo disso não foi nada fácil. Quando ele queria, o
grego era bastante genioso, e não duvidava de que ele iria ficar de cara feia
eram tocantes. Não consegui sentir inveja delas, algo que seria natural na
minha situação, principalmente por nunca ter tido uma mãe que fosse vibrar
por um neto, senti apenas felicidade por elas, e também ansiedade.
acreditar que deveria ter aceitado a proposta do meu chefe de ele me pagar
uma consulta particular. Ele havia teimado bastante, mas eu insisti que não
atrás de mim.
Fiz o que ela pediu, sorrindo para a mulher que parecia gentil. Pelo
menos não havia esperado horrores para não gostar de cara da pessoa.
— É a sua primeira consulta com um obstetra? — perguntou e
doença?
— Não que eu saiba, doutora…
— Não — respondi.
— Sente dor de cabeça regularmente, cansaço ou outro sintoma?
— Não.
— Okay. — Digitou mais rápido.
que a médica tinha pedido, foi impossível não me sentir ansiosa pelo que
estava prestes a acontecer. Meu coração parecia que a qualquer momento
vista estivesse embaçada, embalada pela doce melodia que era o coração
dele batendo, senti que o amor pulsava dentro de mim com força. Soube
que, independentemente do que acontecesse, aquele sentimento potente era
Estava sendo egoísta, mas desejei não ter insistido para Aquiles não
cancelar a reunião, e que ele estivesse aqui, ao meu lado. De alguma forma,
sentia que ele compreenderia o que eu estava sentindo, por mais que não
tivesse ideia se meu chefe tinha afinidade com crianças, mas não era algo
impossível…
— Ele está na posição correta dentro do seu útero e tem três
— Mãe. — Atendi a ligação no segundo toque.
sensível e emotiva, essa não era a primeira vez que ela me ligava aos
Sua resposta foi chorar ainda mais, e cada segundo escutando seu
pranto me deixava ainda mais preocupado.
Olhei meu relógio de pulso, constatando que passava pouco das duas
da manhã.
Merda! Ela nunca havia me ligado naquele horário. Com certeza era
algo urgente, não um problema que seria de fácil solução, como das vezes
coração se apertando.
Pensar que poderia ter acontecido algo com eles era dilacerador. Não
estava pronto para lidar com a possibilidade de perdê-los.
Seu choro tornou-se mais convulso e o breve alívio que senti tornou-
— Eu…
alto-falante.
— Muito bem. Novamente. Mais uma vez. — Fez o que pedi. —
— Sim — choramingou.
— Tá.
— Isso, agápi mou — escutei a voz do meu pai e ele parecia calmo.
— Oi, filho. Tentei consolar a sua mãe, mas ela está desesperada.
me acalmar.
— Não é pequeno, Kaius! — Ela deu um gritinho angustiado. — É a
minha ruína.
— Bobagem, doçura. — Meu pai soltou um suspiro. — Você não teve
culpa de nada.
— Quem irá querer meus serviços agora? — lamuriou. — Aquela
influencer estava certa. Eu sou uma péssima profissional.
parecia interessante era a “lua de mel”. Se bem que, para passar dias
prazerosos em uma cama, em um local paradisíaco ou isolado, não era
necessário se casar.
Não soube o que dizer. Eu achava isso uma grande bobagem, longe de
ser o fim do mundo, mas quem era eu para zombar dos sonhos dos outros?
Minha ambição poderia ser mais concreta, mas isso não significava que
coisas “imateriais” fossem desprezíveis, fora que realizar esses eventos era
a vida da minha mãe. Eu daria um soco em mim mesmo se tivesse tal
atitude tão insensível e Kaius ajudaria a me bater. Ele poderia ter quase
sessenta anos, mas o grego corpulento era forte. Com raiva, não duvidava
que ele fosse capaz de fazer um belo estrago no rosto de qualquer um.
— Gabi pode não querer me processar como é o certo, mas eu falhei,
mais de duas semanas que Agatha não tinha sequer mencionado a palavra
“casamento” para mim, milagrosamente. Depois que contei que levei Isis
para jantar, ela não havia falado mais sobre isso, mas, ainda assim, a
sufocado.
A palavra casamento parecia uma guilhotina sobre a minha cabeça e
nunca é um erro.
família, de compartilhar a vida com alguém, amar e ser amado... — fez uma
pausa, e o nó se tornou ainda maior. — Carregarei esse peso para sempre
em meus ombros…
minha mãe, isso fez com que uma lâmina caísse naquele momento sobre
minha cabeça. Provavelmente era pressão psicológica dos dois, mas,
surpresa.
Suspirei, passando a mão pelo queixo, pensando no meu atual
contra mim. Eu empurraria o tecido para cima, até deixá-la somente com a
calcinha minúscula igualmente branca e uma cinta-liga combinando.
desgosto ela queria aumentar, estariam nus, os bicos clamando por sentir
minha boca, e eu os excitaria com sopros, deixando-os duros com meu
hálito, até que ela se oferecesse para mim. Não hesitaria em sorvê-los, ao
e do meu pai, acabei deixando escapar, para o deleite da minha mãe, o nome
da minha secretária…
Capítulo nove
— Aquiles? — Não escondi minha surpresa, nem a sonolência, ao
cozinha, que era acoplada com a pequena sala de estar e jantar, e constatei
dele, temi as consequências de brincar dizendo que não, já que o que mais
queria era voltar para cama, me enfiar debaixo dos meus edredons e dormir.
Aquiles não acharia nenhuma graça nesse momento, diferente das vezes que
a um bocejo.
— Duzentos e dois.
Não havia mais nenhum som, então eu coloquei o interfone na base,
— Poderia perguntar se você está bem, mas vejo que não — eu disse
Não apenas via irritação, mas também cansaço no semblante dele, como se
houvesse passado a noite em claro.
— É — passou a mão pelo queixo —, imagino que devo estar
péssimo.
apertou por ele. Mesmo assim, pude perceber seu olhar deslizando pelo meu
corpo, detendo-se alguns segundos nas minhas pernas nuas, antes de voltar
Dei um passo para o lado para que ele passasse pelo batente, que
encolher quando ele entrou, mas disse a mim mesma que era uma besteira, a
presença dele não mudava o fato do meu quarto e sala ter menos de trinta
metros quadrados, o que era um verdadeiro luxo visto o valor que se pagava
para morar em Manhattan.
— Só não repare na sujeira, tinha planos de limpar mais tarde... —
Senti vergonha pelo estado da minha casa, que estava tomada pelo pó.
— Não se preocupe, você não estava esperando visitas… — disse em
um tom doce.
— Bem, não... — Fui sincera, colocando uma mecha do cabelo
embolado atrás da orelha, e os olhos dele brilharam. — Fique à vontade
para se sentar.
Apontei para a poltrona e caminhei em direção a cozinha.
rude com Aquiles só porque não conseguia lidar com as sensações absurdas
que ainda percorriam o meu corpo. Também, o ato de passar a bebida
acalmaria meus nervos que estavam para lá de estranhos.
Ele soltou uma risada que soou bem próxima. Virei-me, encontrando
Aquiles sentado na banqueta alta, seus antebraços desnudos apoiados no
estarem lá.
— Sim, irei — respondi e toquei minha barriga, que estava
bunda e se demorava nela, como se apreciasse o que visse. Queria dizer que
era apenas coisa da minha cabeça, mas acabei flagrando-o várias vezes
nessa contemplação, e em uma delas, para o meu desconcerto, Aquiles
tamanho.
— Não é tão terrível assim...
Mexeu-se, claramente desconfortável, e nossas pernas se encostaram
sem querer. Meus pelos se eriçaram, mas, outra vez, desprezei as sensações
que me percorreram com aquele roçar, dizendo a mim mesma que meu
corpo estava bastante sensível pelas transformações que estavam ocorrendo.
Recuei no meu assento e arqueei a sobrancelha para ele.
— Sempre…
Voltou a levar a porcelana aos lábios e eu senti uma pontada de inveja
de Aquiles, que parecia nos céus ao beber café. Senti minha boca salivar,
— Você não veio até aqui para discutir minha abstinência, não é
— Entendo.
Deslizei meu dedo pela borda da xícara. Uma buzina fez com que eu
pressão exercida pela matriarca dos Mavridis para vê-lo casado, era mais do
que óbvio para mim que aquele assunto ainda aborrecia Aquiles. O grego
não precisava dizer isso em voz alta, estava mais do que claro na sua
linguagem corporal, no modo como vinha conduzindo seus negócios, ainda
mais irascível.
— Não estou compreendendo qual é o problema, Aquiles — falei
Você disse que não iria ceder aos desejos da sua mãe nesse assunto.
— Infelizmente acabei concordando — murmurou, cerrando as
pálpebras.
— Por que você está tão nervoso? — insisti, impaciente, mas acabei
adotando um tom divertido, brincando com ele: — lembre-se de nunca
Dessa vez não riu, apenas ficou mais sério, antes de soltar em um tom
rouco, parecendo temeroso:
Se eu estivesse bebendo o meu chá, eu teria cuspido ele todo,
dele.
— Você o quê? — Minha pergunta soou vários decibéis mais alto do
que eu gostaria.
frente. Porém, diante daquele absurdo que eu rezava para ter ouvido errado,
não achava a mínima graça.
— Aquiles…
e me encarou.
realmente havia falado para a mãe dele que nós iríamos nos casar.
Merda! Por que meu chefe tinha feito isso? Procurei na expressão
fixamente, que era somente quebrado pelo som de alguns pássaros que
Meu coração se condoeu pela mulher, mas não disse nada, deixando
que o meu chefe continuasse.
amaria como Aquiles amava a mãe dele. —Sabe que ela vem enfrentando
cruel.
Balançou a cabeça e tomou um gole do café, que já deveria estar frio.
chance para tentar se reerguer… Ela lutou tanto pela empresa dela...
o meu pai. Não a ajudar quando eu posso seria a minha maior desonra como
filho.
— Compreendo. — Foi a minha vez de suspirar baixinho e fazer uma
pausa. — Mas porque eu, Aquiles, e não uma mulher com quem você já
esteja saindo?
mou — falou com a voz aveludada, perigosa. — Se quer mesmo saber, Isis,
faz muito, mas muito tempo mesmo, que eu não me satisfaço…
cada uma das etapas. — Quando ela voltou a “listar” as candidatas, falando
das minhas ex, a mentira acabou saindo.
orelha.
Peguei a minha xícara e tomei um longo gole. Fiz uma careta,
— Por favor! —suplicou. — Sei que fingir ser minha noiva não será
nada fácil…
pudesse contê-la.
— Você está falando sério? — questionei quando ele não riu.
Deu de ombros, parecendo subitamente tenso.
Enquanto eu ponderava sobre todos os pontos negativos daquela
ideia, que para mim estava fadada ao fracasso desde o início, pequenos
flashes de como o homem à minha frente, que agora parecia extremamente
um sorriso no rosto...
Não, eu não poderia ser egoísta com o meu amigo, virando as costas
Jogou a cabeça para trás e riu, parecendo eufórico e, por que não
dizer, aliviado.
Rimos ainda mais, até que eu fiz um gesto de chega, sentindo dor na
barriga e as lágrimas escorrendo.
mim mesma.
— Nunca — sua voz saiu rouca, seus olhos brilharam misteriosos,
— Estou muito orgulhoso de você, meu filho — meu pai falou
deixado furioso.
Era impossível não perceber o quanto era irônico o fato de que eu ter
sido um bom filho a vida inteira, ser um homem íntegro, nunca ter passado
a perna em nenhum concorrente, e isso não ter nenhuma relevância caso eu
me recusasse a me casar.
— Obrigado, pai.
tinha visto esse olhar antes, não uma, mas várias vezes e em situações
diferentes, porém, nunca com tal intensidade.
Merda!
Bom, eu estava animado, mas não pelo motivo que meu pai achava.
Por mais que a minha intenção tenha sido disfarçar meu escrutínio,
não tive forças para mascarar o meu desejo, nem a minha fome por ela.
Nem mesmo pude evitar dizer coisas de duplo sentido e também de caráter
pessoal.
Eu tinha que parabenizar o meu autocontrole, que me impediu de
colocá-la em cima do balcão da sua pequena cozinha e fazer sexo com ela
Se o meu pai soubesse que tê-la era minha motivação para esse
ansioso, mas foi o medo de ser recusado por ela, algo que estava ciente que
perturbava.
mulher certa.
Caralho!
Fingir era mais difícil do que eu pensava, pois tudo o que eu queria
era fazer uma careta com o pensamento conservador. Não deveria me
surpreender. Meu pai poderia ter vindo morar nos Estados Unidos para
fazer muito mais dinheiro que já tinha, mas ele não deixava de ser um grego
tradicional.
apreciação.
Estranhamente, não agradeci o fato de ter herdado um pingo da veia
dramática da minha mãe, pois mesmo que meu tom tenha soado
extremamente rouco, não havia nenhuma mentira em minha fala. Eu a
admirava por todas essas características, talvez até mais do que o corpo que
eu estava louco para provar…
— Está mais do que claro para mim que ela é perfeita para você,
filho. — Meu pai pareceu ficar ainda mais satisfeito. — Somente uma
mulher com ambição em progredir na sua carreira, independente, e também
sussurrou, com a voz embargada. — Pensei que não estaria vivo para ver o
meu único filho subir ao altar e me dar netos… Estou ficando velho…
Tive que me controlar para não engolir em seco. Meu pai sempre foi
para mim uma figura que representava força e determinação. Era frágil só
em relação a minha mãe, então ver o medo dele de partir me desconcertava.
— Bobagem, papai. — Foi a minha vez de dar tapinhas nos seus
ombros, procurando dar à conversa um tom mais leve. — O senhor está
ótimo, melhor do que eu, que já estou cheio de cabelos brancos.
— Isso porque você não os pinta. — Fiz uma careta e Klaus arqueou
uma sobrancelha para mim, desafiando-me a zombar dele, como não o fiz,
sobre o casamento. Se não fosse por ela e sua insistência, eu não teria
conseguido entender os meus sentimentos pela mulher que está há dois anos
vendas?
— Você nunca se cansará de me perguntar isso, Aquiles? —
— Me admira muito o fato de a mamãe não ter tentado ter feito isso ainda.
— Sua mãe é muito mais esperta do que você, já que ela sabe que o
Bufei.
que tinha.
— Isso é o que mais gosto nela…
todos os meus dentes para ele. — Pois a mim não parece. No domingo
passado, se eu não me engano, vi um certo alguém apalpando a bunda da
— Por Hades, eu não preciso ouvir a intimidade dos meus pais que
que eu tinha dado a ele. Fiz de tudo para não estremecer perante a algo tão
tolo.
— Mas se quer saber, filho, torço para que aconteça o mesmo com
você... — Fez uma pausa dramática, seu sorriso ficando ainda mais
maldoso, e eu me senti amaldiçoado. — Que você vire um maldito
obcecado, que conta os segundos do seu dia para colocar as mãos na sua
esposa.
— Eu já sou — deixei o pensamento escapar, mas, por sorte, foi tão
como ela está. Tenho certeza de que Agatha está precisando relaxar…
“Pena que não posso fazer o que eu quero com Isis ainda”, completei
em pensamentos.
minha frustração.
— Deus! — Kaius soltou um grito e eu fiquei preocupado quando vi
instantâneo.
— Precisa que eu veja algum documento antes de eu ir ou assine
algum lugar?
— Não. Estou com ele no bolso.
direção.
— O que é isso? — Peguei o estojo.
guardamos o anel de noivado que foi da minha mãe e também da sua para
que, quando chegasse o momento, você o desse a sua escolhida.
Sem saber o que dizer, com os dedos trêmulos, abri a caixa, revelando
uma meia-aliança prata com um pequeno topázio, que era bastante simples,
sem nenhum diamante, e voltei a fitar o meu pai.
Não tinha ideia que eles guardaram um anel por tanto tempo para que
vagamente minha mãe falar em algum momento da vida que era comum
— Fez uma pausa, parecendo inseguro. — Ele pode não ser valioso em
termos financeiros, mas todas que usaram esse anel foram felizes em seus
casamentos, e não há nada que desejamos mais, não só para ela, mas
— E então?
certeza que sua mãe ficará muito contente em saber que você concordou em
problemas da festa.
la pessoalmente. Uma pontada de mim estava feliz com isso, mas a outra
comportamento estranho e nem o fato de eu não ter ido embora com ele,
“peso”, seu significado. A única certeza que tinha era que aquela joia
parecia tornar a “farsa” ainda mais difícil de se manter.
Merda!
Capítulo doze
— Isis — murmurei, surpreso, quando a encontrei sentada na sua
do coque.
uma careta.
— Está tudo bem? — questionou, seu cenho se franzindo.
gestação.
— Nós precisamos conversar, Aquiles — murmurou e sua expressão
A sentença fez com que um frio percorresse a minha espinha. Ela não
tinha mudado de ideia, não é mesmo?
Porra! Torci para que não fosse isso. Se sim, estaria ainda mais fodido
meu tom diversão, o que não sentia, e sabia que havia falhado no meu
intento.
— Precisava fazer alguma coisa para me manter ocupada enquanto
isso. — O suspiro dela foi audível e eu pressenti que era um péssimo sinal.
— Certo.
— Primeiro as damas.
Fiz uma espécie de mesura e minha secretária sorriu para mim,
tensa. — Eu irei entender caso você não queira seguir com o nosso
casamento de mentira.
Infelizmente, não tinha por que adiar o inevitável.
irá mudar entre nós. Eu não perderia uma funcionária maravilhosa como
você, a futura presidente de uma das minhas empresas, ainda mais quando o
único culpado dessa merda sou eu.
Ela pareceu ferida com a minha fala e eu quis me socar. Não havia
nada mais importante para ela — tirando o seu bebê —, que a sua
acabei descobrindo ter por grávidas, pois nenhuma outra tinha me atraído,
nem mesmo me excitado, mas o toque carinhoso despertava em mim
ternura e outros sentimentos difusos que não queria denominar.
— Posso compreendê-lo. Não se preocupe, irei continuar com essa
sua loucura.
A confirmação fez com que o alívio me banhasse da cabeça aos pés.
que era fodidamente sexy. Meu sangue correu veloz pelas veias, incidindo
diretamente no meu pau. Sempre me surpreendia o fato de que bastava um
— Como iremos conseguir manter essa farsa sem nos trair? — Sua
voz estava um pouco estrangulada, quase ofegante. — Ela com certeza irá
perceber se a gente não se comportar como um casal apaixonado. Sua mãe
tem experiência demais para perceber se nós realmente nos amamos ou não.
— É, realmente, teremos que ser bem criativos, ainda mais quando
ela é completamente louca pelo meu pai, e agem sem pudor. — Escondi a
minha diversão, bem como a minha euforia, com o assunto.
de segundo.
“Fogoso” poderia ser a palavra mais adequada, mas descobri que não
e ofegante.
— Não vejo por que não iria — tentei animá-la.
— Você é o meu chefe!
Bufei, baixinho, sentindo-me irritado com a sua fala. Foda-se se eu
— Como vou conseguir beijar, tocar e olhar para você como uma
mulher apaixonada? Ela nunca vai acreditar que há intimidade entre nós
dois, Aquiles… — Parecia desesperada, e eu voltei a bufar. — Nossa farsa
irá acabar em poucos minutos, assim que pousar os olhos sobre nós.
eufórico.
temerosa.
Dei de ombros.
— Bom… — fiz um gesto displicente e me ergui. — Podemos
sua pele.
maliciosamente cada pedaço dela, dos cabelos loiros aos seus ombros
mais difícil. Eu estava ofegante. Não conseguia disfarçar a ânsia que sentia
por ela.
Fiz o caminho inverso, imaginando como seriam as minhas mãos, não
percorrê-la.
Sim! Nas minhas fantasias, ela viria trabalhar sem calcinha todos os
dias, me deixando rígido durante todo o expediente. Seria uma tortura, mas
eu a teria tantas vezes quanto eu a quisesse, deixando nossos corpos
— Você finge bem — ela falou tão baixo, que por pouco não a
escutei.
deliciosa de assistir.
— Tanto que não faço ideia de como conseguirei resultado similar —
Ela tentou parecer mais recomposta, mas olhando outra vez cada
pedaço dela, vi que o seu corpo a traía. O desejo parecia se sobrepor até
mesmo a vergonha.
— Obrigada.
Sorriu e eu retribuí. Comecei então a puxar a camisa social de dentro
peitoral.
— O que está fazendo? — ofegou.
vacilaram perante o escrutínio dela. Acho que nunca minhas mãos ficaram
senti, sim, mais afoito por ela, louco para sentir o calor do seu corpo de
encontro ao meu.
Quando desabotoei o último botão, removi meus braços das mangas e
— Olhe para mim, Isis. — Encarei seus olhos, que ficaram fixos nos
meus, e dei a ordem, meu tom exalando pura luxúria: — Esqueça que você
é minha funcionária e pense que nesse momento você é apenas uma mulher
que deseja, mais do que a própria vida tocar, beijar, lamber, cada parte do
homem a sua frente. Do seu homem.
chamas. Meu peitoral subia e descia enquanto meu coração parecia que iria
sair pela boca a qualquer momento.
— Eu sou o seu homem, Isis, o seu futuro noivo — falei com a voz
lufada de ar.
ao meu ver, desnecessária, e eu quis mais do que tudo mostrar que ela não
precisava se sentir hesitante. Porra! Meu pênis esticava contra o tecido da
acostumar com o corpo um do outro para que isso não nos traia… para que
não pareçamos surpresos ou… enojados.
Senti meu maxilar travar depois de dizer aquela palavra. Traguei o ar
com força e acariciei o meu queixo. Apesar da minha futura noiva não ter
me repelido das vezes em que a toquei, e no momento ela estar bastante
participativa no meu “experimento”, pensar nela sentindo aversão ao meu
toque me deixou irritado. Não queria aquele sentimento nocivo entre nós,
não vindo dela.
voltar a crescer nela. — Meu Deus, que pergunta besta, está mais do que
óbvio.
vibrando com a perspectiva de ser acariciado pelas suas mãos, e quem sabe
seus lábios. — Ficará difícil fazer isso com você sentada.
— Oh! Claro.
por ela.
— Aquiles — voltou a chamar o meu nome.
mãos lentamente pelos meus braços, tentando conhecer cada um dos meus
músculos.
Quando Isis começou a subir os dedos, tocando a parte interna dos
me sentia cada vez mais tenso, mesmo assim, eu morreria se ela parasse de
me acariciar.
Voltando a tocar os meus ombros, ela os contornou antes de deslizar
seus dedos pelo meu peitoral. Como um tolo apaixonado que era acariciado
pela primeira vez pela mulher que amava, arfei, cada vez mais perdido e
preso naquele mar de sensações. Fechei os olhos quando uma mão
espalmou onde meu coração batia forte, enquanto com a outra ela dedilhava
o meu abdômen, me fazendo retesar ao seu contato.
Gemi outra vez quando ela alcançou a região bem próxima ao cós da
minha calça, brincando com aquela área que não sabia que era tão sensível,
me deixando expectante, mesmo que soubesse que ela não iria muito além.
Sem cerimônia, acariciou a minha lombar, subindo cada vez mais
pelas minhas costas, mapeando cada pedaço de pele, cada músculo, fazendo
com que um som gutural escapasse da minha garganta, eu não conseguia ter
— Certo.
Com um suspiro, voltou a acariciar os meus braços e apertou os meus
bíceps, levando-me novamente para o meu paraíso e o meu inferno.
Explorou por minutos a fio o meu torso nu, arrancando vários sons baixos
de mim. Outra vez, inconscientemente, fechei os meus olhos, desfrutando
da sensação deliciosa de ter suas mãos pequenas por toda a parte, de sentir o
calor dela, que me mantinha quente com seu sorriso lindo e o brilho dos
seus olhos.
— Está tudo bem, Isis? — perguntei, receoso, mesmo que visse uma
centelha de desejo em sua expressão.
Não deixei de acariciá-la ali, por mais que fosse uma região sensível.
— Sim — falou em meio a um suspiro.
— Bom.
Um som de contentamento deixou os meus lábios e, com carinho,
acariciei sua nuca enquanto que com a outra mão acarinhava seu braço,
subindo e descendo.
Deus, essa mulher era tão macia, tão deliciosa, tão responsiva... Eu
enquanto com a outra mão enrolava uma mecha dos cabelos dela nos meus
dedos.
Ela jogou um pouco a cabeça para trás.
— Oleosos.
Fiz uma careta, e soltando o seu cabelo, segurei o seu rosto, para que
ela não desviasse o olhar.
— Por que você gosta tanto de depreciar as partes do seu corpo,
ángelós mou?
Deu de ombros.
— Por Hades, você sabe que é uma mulher bonita, uma das mais
me quisesse em sua vida, eu estaria ali por ele ou ela. Ainda assim, eu não
conseguia controlar essa possessividade. Era algo profundo, violento, ao
ponto de novamente sentir a minha mão tremer.
Mesmo que Isis sentisse a instabilidade dos meus dedos, acariciei sua
barriga sem comedimento, repetindo os gestos que muitas vezes tinha visto
ela fazer e voltei a olhar nos olhos dela, que pareciam refletir os mesmos
ponta do dedo para traçar a linha da minha coluna. Meu pênis tornou a
ganhar vida, bem como a fome que sentia por ela.
— Por ser tão doce.
meu corpo, com a outra, agarrei-a pela nuca com firmeza. Segurei-a na
posição que queria, seu rosto ficando a milímetros do meu, ao ponto de
nossas respirações se mesclarem. Os olhos azuis se arregalaram, ao mesmo
experimento — interrompi-a.
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, baixei meus lábios sobre
única palavra para eu saber que se sentia poderosa por me deixar trêmulo.
Permanecemos naquele beijo casto por vários minutos, nossas bocas
subterfúgio de um experimento.
Sem pudores, Isis mordiscou, puxou, e usou a língua para lamber os
meus lábios, antes de voltar a me beijar, me fazendo afundar cada vez mais
na irracionalidade e em desespero.
— Abra a boca para mim, Isis — ordenei com a voz áspera em meio a
um ofego quando ela sugou o meu lábio.
sua boca. E eu não hesitei em saborear essa mulher, conhecendo cada canto
da cavidade morna, deixando que o gosto dela ficasse impregnado em
minha língua.
Caralho! Ela era gostosa demais! O seu gosto me intoxicava,
— Acho que devemos nos beijar outra vez só para termos certeza que
estamos fingindo direito — menti, antes de voltar a colar nossos lábios,
tragando o gemido dela quando nossas línguas voltaram a se encontrar.
Dessa vez, não tive pressa em meu ataque. Enquanto acariciava
suavemente o rosto dela, imprimi ao contato um ritmo lento, nos permitindo
respirar, o que fez Iris choramingar contra a minha boca. Seu corpo roçando
no meu, suas mãos deslizando freneticamente pela minha pele, pedia que
intensificasse nosso beijo, e eu cedi a sua vontade, não tendo forças para
não dar aquilo que ela desejava de mim.
Nossas bocas se moviam furiosamente uma contra a outra e,
envolvendo meu pescoço com os braços, minha futura “noiva” fechou os
olhos, deixando-se levar pelas sensações que produzíamos juntos.
O gemido gutural que escapou dela quando suguei seus lábios, antes
de tornar a saquear sua boca morna e deliciosa, fez com que eu perdesse a
Meu erro, pois ela pareceu ficar consciente de para onde a ânsia nos
levava, e seus olhos se arregalaram tanto que pareciam uma imitação de
personagem dos desenhos animados.
— O que estamos fazendo, Aquiles? — sussurrou, envergonhada,
espalmando as duas mãos no meu peitoral, indicando-me para me afastar.
Não respondi, minha secretária não iria gostar nada da minha
certeza que a sensação de ter o corpo dela por debaixo do meu iria me
assombrar por um bom tempo. — Mas por hambúrguer.
Franzi o cenho.
— Hambúrguer?
— Sim. — Ergueu-se, ajeitando a saia. — Com bastante cheddar.
— Tá — grunhi. — E refrigerante?
— Relaxe, Isis — Aquiles falou em um tom tranquilo, depois de
passarmos todo o percurso até a mansão dos pais dele em Valley Stream,
em Long Island, praticamente em silêncio. — Não há nada que possa dar
errado.
ficava ainda mais tensa, uma tensão que, apesar de ter um pouco a ver com
o encontro de daqui a pouco, não era a principal.
Tudo bem que agradar a família dele, mais do que nunca, era
Sei que ele tinha tido boas intenções, mas, em algum momento, as
coisas saíram do controle.
O que era para ser inocente e apenas fingimento, tornou-se real, pelo
mentira.
Suspirei novamente.
Tentei esquecer o ocorrido, fingindo que nada tinha acontecido,
Quando sem querer ele resvalou o dedo bem próximo a minha virilha
grega não queria que a mocinha se casasse com um estrangeiro, e como ele
era o único herdeiro dos Mavridis, imaginava que eles desejariam que ele se
não chegam a ser tão ridículos, para não dizer outra coisa.
em desagrado, porém não disse nada, nem precisava, pois a frustração dele
de alguma forma, pareceu alimentar a minha.
Fechei os olhos.
Deus! O que estava acontecendo com a gente?
Recordei-me de o grego ter-me dito que fazia bastante tempo que não
transava e, como me mostrei fácil, eu deveria ser uma ótima presa, já que
dificilmente ele se envolveria com alguém prestes a entrar em um
imaginei.
Torci os lábios para mim mesma. Deus! Eu estava com ciúmes do
meu chefe!
Disse para mim mesma que era porque não queria ser taxada de
“corna”.
algum momento, havíamos passado por um portão, ou guarita, não sei dizer.
Com certeza, a mansão tinha aquele tipo de segurança.
— Sério?
Passou o polegar pelos meus lábios e, como sempre, estremeci.
— Sim! — sussurrei contra o seu dedo.
— Por que não acredito nisso?
— Sei lá.
— Diga-me — ordenou, aproximando seus lábios dos meus, seus
Eu não ligo, se você for discreto o suficiente para não aparecer na mídia.
— Caralho, mulher! — interrompeu-me. — Não! Não me envolverei
Enquanto você estiver em uma relação comigo, mesmo que falsa, você é
minha.
— Claro.
pele do meu pescoço quando a sua boca deixou os meus lábios. Caramba,
eu era muito fácil!
— Nós precisamos ir — murmurei, quando a razão sobrepujou o
desejo.
Fiz que sim com a cabeça, apesar do meu estômago ter revirado com
a palavra “teatro”.
da minha bolsa e, com a mão livre, ajeitei o meu cabelo, colocando-os para
trás.
Sem dizer nada, meu chefe segurou os meus quadris com pressão,
meu ouvido.
Para a minha maior vergonha, uma mulher, que reconheci ser a minha
sogra de mentirinha pelas fotos que tinha visto dela, abriu a porta no
momento em que seu filho deslizava a sua boca pela minha bochecha, com
seus dedos subindo pelas minhas costelas, chegando bem próximo aos meus
seios.
Capítulo quatorze
Engoli um gemido de desalento, olhando a expressão divertida e
seus olhos.
Quis fazer uma careta diante do exagero dele, mas forcei-me a entrar
no meu papel. Inclinando um pouco o rosto para cima, olhei para o “meu
extremamente melódico.
— Obrigada…
seus dois braços finos. A abracei de volta, me sentindo tocada pelo calor e
alegria genuína que havia nela, ao mesmo tempo que me sentia culpada por
eu estar a enganando.
dia para a noite, acabei não perguntando como faríamos para contar sobre a
minha gravidez, que com o tempo nada seria capaz de disfarçá-la, nem
mesmo a blusa mais solta do mundo. Como Agatha tinha descoberto, já que
a minha barriga poderia ser confundida com pneuzinhos, não sabia dizer,
precisava dizer uma única palavra para coagir-me a continuar com aquela
farsa, que estava mais do que claro de que iria machucar várias pessoas,
inclusive a mim mesma. Eu não tive coragem de apagar a euforia que via no
rosto dos pais dele.
colocou no chão, com uma voz meio embargada e meio esbaforida pelos
rodopios.
Eu chorava pela ternura daquela mulher que achava que a criança que
eu carregava era o neto dela, pelo meu bebê que não teria uma avó amorosa
como Agatha, e também por mim mesma, já que não merecia aquele
carinho que me era dispensado.
Minhas lágrimas tornaram-se mais grossas quando ela deixou um
também.
— Oh! Claro!
Agatha sorriu e, passando a mão pelo rosto, foi para os braços do
satisfeito tomava os seus lábios, deixando suas feições mais leves como
nunca vi antes.
Por um momento, nossos olhares se cruzaram, e a intensidade que vi
em Aquiles era perturbadora. Primeiro pela sua força; segundo, por não me
oferecer nenhuma pista do que ele realmente pensava daquele fingimento,
nem mesmo das minhas lágrimas. Ele era uma máscara ilegível.
Desviei o olhar para o patriarca grego. Encarar o homem mais velho
diante da mentira, estava muito mal por ele me considerar daquela maneira.
Diante da falta de afeto dos meus próprios pais, estava mais ciente do
quanto o carinho dispensado tanto por Kaius, quanto por Agatha, era algo
precioso e que deveria ser valorizado, mas eu estava pagando com traição.
— E muito mais por descobrir que recebi esse doce presente, um neto
ou neta — murmurou e beijou a minha testa.
— Obrigada.
— Se alguém tem que agradecer, sou eu. — Sorriu e os olhos dele
fazia, mas usei todas as minhas forças para não demonstrar ao grego o
você não tenha sido displicente em dar atenção a sua vida pessoal.
pulseiras tiritando com os movimentos das mãos. — Está ficando frio e não
é bom que você pegue vento, não queremos que você fique doente.
nós.
Merda! Não sabia que ele era tão possessivo! Enxuguei minhas
lágrimas como pude e segui para dentro da casa.
— Aquiles me disse que a vista que vocês têm do State Park é linda
peças clássicas e também azuis roubou o meu fôlego. Mesmo que já fosse
casas dos Estados Unidos. — Não é nada demais, nada tão lindo como a
vista que temos do Mar Jônico na nossa villa em Corfu, na Grécia. Faz
soube que o pai de Aquiles sabia jogar tão sujo quanto o filho.
Kaius deu um tapinha na bunda da mulher, que soltou uma risadinha,
meu corpo e também no calor dele, que parecia se infiltrar nos meus ossos.
— Isis poderá ir conosco — Agatha sugeriu.
respeito e também a química que havia entre eles era algo palpável.
Suspirei.
o seu papel.
ativamente delas.
— Mas só no verão? — Fiz beicinho.
— Talvez nós duas possamos fazer essa viagem juntas, para fortalecer
ideia. Já teria que passar um tempo a sós com a mulher para organizar os
detalhes da minha “futura” cerimônia de casamento, fortalecer laços com
terminasse.
que nem você ir para praia sozinha para que um bando de marmanjos
ainda mais.
Depois de termos passado por vários cômodos, finalmente
apenas sorri.
mesa não era tão grande, e tornava-se ainda menor quando ele estava ao
meu lado. Havia uma tensão enorme entre nós, não apenas pelo fingimento,
mas puramente sexual. Ela crepitava, consumindo-nos.
— Está mais do que certa, minha filha, você é o braço direito dele e,
pelo que me contou, ajudou-o a fechar bons negócios também— Kaius
falou e eu ignorei a pontada incômoda no peito por estar enganando os
dois.
— Isso é verdade, mas confesso que essa é a minha parte favorita do
— Você precisa ver a sua cara, filho — Kaius gracejou, fazendo com
que o filho grunhisse, irritado.
Continuei a gargalhar e os pais dos meus noivos prosseguiram com as
que ela dizia, o que era um erro, já que estava ali para agradá-la.
— Quer suco de quê, ángelós mou? — Aquiles voltou a sussurrar na
minha orelha, e eu voltei a estremecer.
para fazer um suco para você. — Agatha arqueou uma sobrancelha para
mim, parecendo divertida.
Olhei para o rapaz, que nem havia percebido a presença, antes de
som exasperado. Agradeci por termos tido a sensatez de criar uma história.
— Aquiles, nada de tratar assim a sua mãe… — O pai dele chamou
sua atenção em um tom severo.
Era muito ciente de que isso era raro, e ainda mais raro quando
durava, já que muitos relacionamentos não passavam de um fogo que se
extinguia depois de um tempo. Também sabia que, provavelmente, eu não
funcionário trouxe, em uma bandeja, não apenas uma jarra de suco, mas
também vários aperitivos que enchiam os olhos pela sua aparência.
Servi-me, colocando um de cada no pratinho, diante da insistência do
falei.
— Claro, nunca negaria algo à minha “filha”, a mãe do meu
agapiménos engonós[16].
Bebericou o suco e estendeu um braço na minha direção, segurando a
minha mão, apertando-a suavemente, e eu quis chorar com a doçura dela.
— Obrigada… — sussurrei.
— E então? Como vocês descobriram que estavam apaixonados? —
insistiu, depois de mordiscar um pedaço de queijo feta com azeitona.
— Mãe…
— Não acho que estou pedindo muito, afinal, quase três meses atrás,
dele, para defender Agatha, pigarreou. A relação deles era hilária, tanto que
tive que sufocar uma risada, pegando mais um “bolinho” de tomate para
disfarçar.
— Apenas não quis admitir que estava apaixonado por Isis há meses,
mamãe, e que eu era um covarde, escondendo meus sentimentos… —
Contou a mentira com tanta convicção que, se eu não soubesse que era um
sempre foi comigo, pela atenção que sempre me deu, mas tive medo, afinal,
eu era apenas uma funcionária, e você, o CEO da empresa.
— Bobagem! — Kaius falou suavemente. — Apesar do meu filho ser
quanto eu tive que lutar para não demonstrar o meu ciúme, mitéra[17].
— Deve ser mal de família. — Moveu a mão, fazendo as pulseiras
balançarem mais uma vez, sua expressão ficando cômica.
— A mulher certa faz com que percamos a cabeça. Não sabe a raiva
que senti de um palerma idoso que cortejava a sua mãe quando eu a conheci
— o patriarca disse em tom de diversão, depois de mastigar seu petisco.
Bom que seu pai viu que eu era bem melhor partido do que aquele idiota.
Se ele tivesse dado a sua mão para ele…
Ele deu um soquinho na mesa, indicando o que gostaria de fazer com
coisas mais…
— Obrigada, mas era difícil para mim não acreditar que você não
estava saindo com ninguém no momento — disse. Fiquei um pouco
Sem pensar muito, inclinei meu rosto um pouco para o dele e deixei
um selinho em seus lábios. Seus dedos fizeram mais pressão na minha coxa.
— Precisamos conversar, Aquiles — murmurei depois de passarmos
algum tempo caminhando pela estufa enorme, quando tive certeza que
estávamos a sós.
Agatha estava certa, aquele lugar era tão romântico quanto o seu
Eu tinha que voltar para a realidade, para o grande problema que ele
tinha causado ao se proclamar o pai do meu bebê. Poderíamos viver a
mentira que seria o nosso noivado e casamento, mas aquilo era ir longe
demais.
— Você me ouviu? — falei mais alto, pensando que ele não havia me
nos seus olhos verdes, era um sentimento que eu não sabia decifrar.
— Mas…
e musculoso, deixei que minha mão vagasse pelas suas costas, acariciando-
o, permitindo que a sua boca fizesse o que quisesse da minha, lutando para
minha boca e eu senti que meu coração batia ainda mais forte. — Téleios[18].
— O quê? — Olhei para ele, confusa, sem compreender a palavra
murmurada em grego.
Cheirou o meu pescoço, como se estivesse sedento, e eu me contorci
contra ele.
— Não minto quando digo que poderia dizer várias coisas sobre você,
Isis…
Deslizou seus lábios outra vez pela minha boca e eu pensei que daria
o beijo que o meu corpo todo ansiava, porém, ele não me deu o que eu
queria.
— Eu não posso passar mais nem um minuto sequer sem ter a
certeza…
Por uns segundos, fiquei chocada demais por ver aquele homem que
parecia nunca se curvar a ninguém se colocar de joelhos por alguém. Meu
coração pareceu prestes a sair pela boca de tão acelerado que ficou com o
que ele estava prestes a fazer. Meu corpo parecia convulsionar de tanto que
tremia.
— Oh, meu Deus! — murmurei quando Aquiles colocou a mão no
bolso da calça.
Levei a mão aos lábios, incrédula, sem acreditar que meu chefe estava
Não deveria, ainda mais por saber que era de mentira, mas sem
conseguir me conter, senti as lágrimas se formando em meus olhos. Os
hormônios da gravidez estavam fazendo estragos em mim.
cada segundo, dela? Deixe que pelo resto da minha vida você seja a
primeira coisa que eu veja quando acordo e a última quando eu for dormir.
— Eu… — Mal consegui escutar a minha própria voz.
novo.
— Deus! — Foi a única coisa que consegui dizer, atordoada.
instantes. — Você me aceita, com todos os meus defeitos, com o meu jeito
autoritário e meu vício em trabalho?
— Eu aceito, meu amor — sussurrei, sem me dar conta das minhas
palavras.
Caralho ele era um bom ator. Muito bom mesmo. Eu estive por um
triz de acreditar.
— Me dê a sua mão — pediu, ainda ajoelhado.
— O quê?
— A aliança… — Uma sobrancelha se arqueou, irônica.
antes de se levantar.
Eu fiquei paralisada. Tinha sido um gesto tão delicado da parte dele
que eu não soube como reagir. Aquiles já havia acariciado minha barriga
sentindo o gosto de sal das minhas lágrimas que ainda caíam, misturado ao
imaginava que um homem poderoso como Aquiles daria para uma noiva,
mas a delicadeza da pedrinha em contraste com a prata era graciosa.
Poderia ser considerado um exagero, mas era mil vezes mais deslumbrante
como se hesitasse.
uma peça tão preciosa para uma noiva de mentira, algo que deveria ser dado
com a sua pele aumentou o reboliço que sentia no meu estômago —, mais
do que você possa imaginar. Só estou surpresa.
pele.
— É uma joia de família, algo que você deveria dar para a sua futura
esposa.
Colocou uma mecha do meu cabelo que havia caído sobre o meu
— É da cor dos seus olhos, e minha mãe não é a única que gostará de
Por um momento tive a falsa esperança de que sim, mas logo as suas
Ferida, sentindo-me uma tola por ter me levado pelas palavras dele,
mas mantendo um sorriso fraco nos lábios, dei um passo para trás,
desfazendo-me do contato.
— Vamos voltar para o solário. Tenho certeza de que a sua mãe irá
adorar o fato da estufa dela ter sido o palco de um pedido de casamento.—
doloroso no peito.
— Droga, Isis! — Segurou o meu braço, chamando a minha atenção.
O agarre não era tão forte, mas ainda assim, eu parei. — Eu…
sair.
— Você mente muito mal, agápi…
estamos fazendo…
estufa em silêncio.
Fingir felicidade para os pais dele quando não havia nenhuma, apenas
decepção, foi a coisa mais difícil que eu tinha feito, e pareceu exaurir parte
por vir.
Capítulo quinze
Segurei o volante com força e com o canto do olho observei a minha
noiva brincar com o anel que eu havia dado a ela, parecendo imersa em
pensamentos. Desde que deixamos a casa dos meus pais, Isis não fez
A noite tinha sido perfeita, meus pais a adoraram, mas temia ter
fodido com tudo quando inventei aquela merda da mídia gostar da ideia
dela usando o “anel” de família, com medo da minha própria reação por
triste. Era como se ela esperasse algo além de mim, mas eu não sabia muito
bem o quê.
Se eu fosse honesto comigo mesmo, nem eu tinha certeza do que eu
queria, a única certeza que tinha era que Isis parecia naquele momento
que eu reagisse.
que sempre adotava para falar da criança que carregava no seu ventre.
Desviei meu olhar do trânsito, leve pelo horário, e novamente flagrei-
— Isis…
— É muita coisa para processar ao mesmo tempo, a gravidez, o
casamento de mentira…— disse baixinho.
— Entendo.
Agatha é terrível.
— Mas também um doce de pessoa…
retrucou.
— Não…
voz. — Que bom que treinamos. Nunca iríamos convencer seus pais da
nossa farsa se não tivéssemos feito isso.
— É…
Outra vez contive a vontade de dizer que não era uma farsa, que eu
realmente a desejava, mas duvidava muito que ela fosse acreditar em mim
— Cedem…
— Também… — Pisei um pouco mais no acelerador, incomodado
com o modo como ela disse a palavra ceder, então preferi me apegar um
assunto mais seguro. — Foi por isso que não deu certo, por eu ser
complicado.
— Besta!
Não consegui mais conter a gargalhada quando ela deu um tapinha no
meu braço.
— Mas se quer mesmo saber, nada de desilusão…
— Hm…
Ouvi o batucar dela no assento, como se estivesse impaciente, porém
Sorri, mesmo que por dentro eu quisesse bufar pela noite ter acabado.
— Agora você pode descansar… Não sei como não dormiu durante o
me conter, apoiei uma mão na sua coluna enquanto ela caminhava até a
meus beijos com fome e desejo, me repelia pelas minhas merdas. Porém, ao
mesmo tempo, o fato de não ter estremecido ou sua coluna ter arqueado
mim.
Mesmo que eu fosse uma visita e seria uma falta de educação, esparramei-
— Não finja que não sabe, Aquiles. — Sua voz era séria.
barba e emitiu outro som cansado. — Não tenho como fugir, não é mesmo?
— Não. — Balançou a cabeça em negativa, e suas mãos acariciaram
sua barriga de forma mais protetora. — Por que você fez isso, Aquiles? Por
que você deixou que os seus pais acreditassem que você me engravidou?
pior dos homens por fazê-la sofrer, por ter sido o causador das suas
lágrimas não derramadas. Eu não era melhor que o babaca que a tinha
abandonado.
— Não, não tinha — admiti. Era a única coisa que podia dizer.
Isso só causará dor para todos, principalmente quando essa farsa acabar —
Deus, seus pais ficaram apaixonados pela ideia de serem avós! — Balançou
a cabeça em negativa.
— Isis…
merda toda, mas um lado sombrio dentro de mim não gostou de ela falando
que nunca seria o pai do seu bebê. A razão? Não iria a fundo para
não.
— E o que será de mim e do meu bebê? — Falou tão baixo, tão para
que eu fosse capaz de ter algum pensamento coerente, saltei do meu assento
frente.
— Isis, me escute — pedi com a voz grossa, e segurei o seu rosto
molhado pelas lágrimas gentilmente, e ela se virou para mim —, meus pais
falar essas palavras —, mas o amor que meus pais já sentem pelo seu bebê
não é. Deixe Agatha e Kaius amá-lo. Não negue isso a eles, por favor.
— Eu…
Não sabia mais o que dizer para convencê-la de que manter a farsa era
a melhor alternativa para todos. Eu sabia que estava sendo um cretino, que
estava usando o ponto fraco dela contra ela, mas havia tanta coisa em jogo
é me odiando.
No fundo, sabia que merecia e muito a acusação, e poderia até ser
— Desprezível…
Arqueei a sobrancelha.
voltou a chorar.
— Isis?
— Por quê, agápi? — falei contra o dedo dela, já que não era otário
de me privar de seu contato.
— Obrigado.
Peguei o meu casaco, mas não o coloquei.
— Te vejo amanhã? — Olhei para ela inseguro.
Sabendo que eu não tinha mais desculpas para ficar, deixei um beijo
no rosto dela, dei as costas e parti. Assim que a porta se fechou atrás de
mim, nem um minuto depois que saí, eu encostei na parede e me deixei
— Muito obrigada por ter vindo me encontrar aqui, filha — disse ao
me abraçar apertado.
— Não precisa agradecer, Agatha — falei, enquanto ela deixava um
inesperada.
Embora eu devesse me sentir nervosa por encontrar a mãe de Aquiles
sugerisse algo do tipo. Se fosse honesta comigo mesma, ela até havia
culpa por mentir para alguém que me recebeu tão bem, que parecia
realmente me querer como uma filha. Tentei colocar a sensação de lado,
— Sendo sincera? Estava doida para encontrar uma desculpa para sair
mais cedo do trabalho hoje… — continuei em um cochicho, como se
terrível…
para cima.
— Não, não — sorri —, mas já o diretor executivo da empresa de
— Posso imaginar…
— E Aquiles não é louco para jogar o seu mal humor sobre mim —
pisquei para ela, e adotei um tom malicioso: — não quando eu posso me
vingar dele…
— Você está certa, querida, temos que mostrar quem manda em quem
da frente para mim, e eu obedeci, colocando minha bolsa sobre o meu colo.
Foi a vez de ela piscar para mim, e eu acabei rindo também, mesmo
que não deveria. Primeiro: eu e meu chefe estávamos bem longe de ter o
ele me deixasse arfando. Muitas noites, mesmo que a minha libido devesse
estar baixa pelas mudanças hormonais no meu corpo, pegava-me
— Verdade.
Contive a vontade de colocar uma mecha atrás da orelha,
— Onde estávamos? Ah, o café. Por que não pode beber, querida?
— O bebê — murmurei. — Estou tentando seguir as recomendações
da médica.
— Théos, me esqueci dessa restrição. — Bateu a mão na testa e
pareceu culpada. — É tão natural para mim marcar todos os encontros para
tomar café, um hábito, já que sempre usamos a bebida como ocasião para
socializar.
Foi a minha vez de esticar o meu braço e tocar a mão dela.
— Está tudo bem, querida — sussurrei.
— Vou cancelar.
— Não é necessário se privar de algo só porque eu não posso. Aquiles
mesmo não tem nenhum pudor em beber várias xícaras na minha frente, eu
só fico assistindo, babando. — Sorri para ela.
meus ombros e apertou o meu peito, tanto que respirar tornou-se tão difícil
me deixar levar pela ideia sedutora de dar uma “família” para o meu bebê,
mas ali, diante da minha futura sogra, vendo a alegria dela em ser avó, me
assim, ficar em silêncio. Queria dar ao meu bebê algo que não tive e que só
então me dei conta que tinha me feito falta: convivência com avós
carinhosos, e pelo olhar da mãe do grego, eu sabia que eles dariam o mundo
me dado até então. O grego não era o pai do meu bebê e nunca seria, ele
não tinha obrigação nenhuma para comigo, e nem com essa criança.
Eu era puro caos e a situação toda parecia tornar tudo mais caótico.
Obriguei-me a comer um pedaço do meu cheesecake, como se com
bem.
Comi outro pedaço do meu doce.
Pareceu saudosa.
— Felizmente, náusea não é um problema para mim, mas a
— A gestação do meu filho foi bastante difícil, de risco, tanto que não
pude ter outros filhos.
— Sinto muito…
Meu coração se doeu pela mulher, que provavelmente queria ter tido
muito mais crianças correndo pela casa. Sem pensar, querendo confortá-la,
estendi a mão para ela, que aceitou.
assunto. — Fungou.
— Eu também… — Era verdade. Não porque eu estava sensível, mas,
— Mas o que importa é que agora terei outro bebezinho para amar —
sussurrou.
— Sim…
sabe três.
— Vinte e sete…
— Muito jovem — bebericou seu café —, e criar um filho só é
bastante ruim.
filho dela, tantas que eu comecei a ficar zonza. Minha sogra era bastante
que Aquiles havia me dado, sentindo novamente o aro pesar em meu dedo.
— Sei que o meu filho já fez o pedido e que muitos noivos optam por
Deus! Eu me achava ainda mais tola por me sentir ferida por Aquiles
ter quebrado a magia do pedido de casamento com a verdade de que não
estávamos apaixonados.
sangue gelar ao pensar que o meu bebê estaria no meio disso tudo.
suspiro.
— Verdade…
meu pranto.
— Obrigada, Agatha, por tudo — falei, mais recomposta. Eu teria que
aceitar que a culpa seria algo recorrente em minha vida e fruto das minhas
próprias escolhas.
— Eu que agradeço, Isis.
de provocação, e minha futura sogra estalou a língua para mim, antes de nós
duas cairmos na risada.
Ficamos discutindo alguns detalhes por quase uma hora, até que
Kaius ligou para ela. Pelo rubor que coloriu o rosto dela, a proposta tinha
sido bastante indecorosa e também irresistível, já que ela estava um pouco
desnorteada. Sugeri então que nós nos encontrássemos outro dia, pois eu
estava cansada e louca por um banho, e ela acabou concordando.
Pagamos a conta e nos despedimos com beijinhos no rosto antes de
ela pegar um táxi.
Assim que entrei no meu e passei o endereço para o motorista, apoiei
— Posso entrar, Aquiles? — Isis perguntou, batendo na porta.
se fossem minhas mãos e não meus olhos, percorri lentamente o seu corpo,
insatisfeito.
Os beijinhos e os pequenos toques que trocávamos nas farsas não me
ansiava que ela removesse a minha roupa, tocasse minha pele com os seus
lábios, e colocasse um fim na minha angústia.
baixinho.
Olhei para seu rosto, que embora continuasse lindo e angelical, tinha
várias linhas de cansaço.
atenção, muito menos a sensação que se espalhava pelo meu peito. Era uma
que esse instinto protetor tomasse conta de mim, o que quer que isso
significasse.
esconder um bocejo.
— Demais — concordei em um sussurro, acariciando a minha barba.
As duas semanas foram um verdadeiro caos. Por mais que nós dois
tenhamos deixado a organização da festa de noivado nas mãos da minha
mãe, havia muitos detalhes que nunca imaginei que existiam. Toda hora,
outro bocejo.
— Ah, o smoking que você me pediu para enviar para a lavanderia
não chegou. — Olhou para o relógio de pulso e fez uma careta. — Já era
para estar aqui, mas vou ligar para ver se eles vão demorar muito. Você
— Mesmo, Isis?
— Você sabe que sim… — falou baixinho, parecendo mais para si
que fosse um elogio sutil, era um elogio no final das contas, e eu adorava o
fato de ela confessar que me achava bonito, apesar de que a parte mais
devassa de mim adoraria ouvi-la me chamar de “gostoso”. Um dia eu
ouviria isso, já que estava longe de ter desistido de ter Isis para mim.
— Entendo… — sussurrei —, mas não vou precisar de nenhum deles.
bom acréscimo aos negócios, eles não tentariam negociar com o Morozova.
Diferentemente do meu pai, eu não tinha tanta paciência para esperar
uma resposta e nem gostava de ser deixado de lado, por mais que isso
significasse perder uma chance de fazer ainda mais dinheiro.
— Acho que vale a pena tentar, afinal, não seria um valor desprezível
Porra! Essa mulher não precisava fazer mais nada para me deixar
ainda mais louco por ela.
— Podemos marcar uma reunião final com eles ainda esse mês —
concedi.
— Théos!
Bufei, passando a mão pelo meu queixo, sentindo os pelinhos me
pinicarem.
fala, olhando para seu decote, que só me deixava ver um pouquinho de pele.
Na minha opinião, estávamos muito longe de sermos o casal que ela
falava, pois tudo o que eu mais queria era ter o corpo nu dela colado ao
estado de alerta.
— Mesmo assim…
— Minha obstetra disse que é comum no final do primeiro trimestre,
sofreria.
para casa.
— Gostei…
Abriu um sorriso que foi estragado por um bocejo, que não deu tempo
de disfarçar.
— Vamos para o meu apartamento… — completei.
— Não vou deixar você sozinha quando está passando mal, ángélos…
— Minha voz era sedosa, mas igualmente perigosa.
— E o neto dela!
não a compreendi.
— Mas eu saberei, Isis — fiz uma pausa e a vi engolir em seco —, e
eu não me perdoarei por isso, muito menos conseguirei dormir sabendo que
tensos.
— Por que pareço não ter vontade própria perante você? — disse
baixinho.
Não gostei muito de ouvir aquelas palavras saindo dos seus lábios,
— Obrigada.
ficar um tempo a mais com Isis, mas sem envolver trabalho e nem a farsa,
mas falhei miseravelmente, tanto quanto fracassei de conter o meu sorriso
abobado.
Capítulo dezoito
— Quer mais um pouco? — perguntei ao colocar duas conchas de
Bebericou o suco de melão, que ela disse que era bom para a azia
segundo viu na internet, e encarou o meu torso desnudo. Mesmo que Isis
tentasse disfarçar, seus olhos azuis cintilavam em admiração.
sorrir de regozijo.
— Está deliciosa…
— Mentirosa… — provoquei-a
preparar algo mais leve para ela comer, que não prejudicasse ainda mais o
seu estômago. Embora minha primeira tentativa na cozinha não tenha saído
de toda ruim, estava longe de ser um prato que pudesse ser chamado de
apetitoso.
expressão de prazer no rosto dela. Além do sono, ela vinha tendo bastante
apetite.
algo assombroso, já que as roupas cobriam toda a sua pele e também eram
largas, não deixando nenhuma curva em evidência, mas eu sabia que era a
mulher que havia dentro daquelas peças de flanela que era sedutora. Isis
— Claro.
— Não exagera, me caiu muito bem, tanto que a azia parou um pouco
Seu olhar voltou a percorrer meu torso, antes que ela voltasse a
atenção ao suco.
Aqueles breves segundos avivaram aquela chama que me consumia
gestação e devo ficar fora por uns dois meses. — Seu tom foi suave e
imaginei que acariciava “seu bebê” outra vez.
— Pouco tempo não? — Depois de jogar o restante da comida fora,
remuneração. — Suspirou.
Estalei a língua. Eu nunca havia pensado muito sobre licença
maternidade/paternidade, já que, até então, eu deixava esse assunto nas
Grécia.
— Você pode tirar mais tempo, afinal você será uma Mavridis…. —
meu sobrenome, era que Isis deixaria algumas coisas dela na minha casa,
para deixar a história mais crível.
tempos depois.
Meu sangue esfriou, o desejo morrendo instantaneamente. Eu senti
— Claro que não, ángelós, mas acho que você deveria secar seus
cabelos primeiro. — Sorri.
— Eu os secarei para você, não quero que você fique doente, não se
chamou atenção, ainda que eu não soubesse lidar com essas emoções.
— Vamos? — insisti.
— Vamos!
Sem esperar uma resposta, como um garoto afoito, segurei a mão dela
e fui em direção ao meu quarto, indo direto para o banheiro da suíte.
— Uau!
— Hum…
— De fato.
hidromassagem.
convidando para me juntar a ela, mas dessa vez, com ela bem ali, a imagem
tornou-se tão forte que eu senti o meu corpo todo se retesar. Pensar que
provocou-me.
excitação que se tornava maior, ao ponto do meu pau começar a ganhar vida
quando pensei nos nossos corpos unidos em meio a uma nuvem de vapor.
Eu a beijaria com a minha alma enquanto me afundava no seu calor
substituir a enrolada na cabeça dela. Por mais desesperado que esteja por tê-
la, não iria estragar aquele momento tendo uma ereção. Queria cuidar dela,
nada além disso. Mais do que ninguém, ela merecia ser cuidada, paparicada,
e reuni tudo o que eu iria precisar ao alcance das minhas mãos. Pus-me
atrás dela, a uma distância que a deixaria confortável. Coloquei uma toalha
era a primeira vez que eu manuseava o aparelho. Com as pontas dos dedos,
eu desembaraçava alguns fios embolados.
Nunca imaginei que sentiria tanto prazer executando uma tarefa tão
simples, um prazer que nada tinha a ver com sexual, mas era uma satisfação
poderia ficar horas deslizando meus dedos pelos cabelos dela. E o cheiro...
Porra, a fragrância que emanava dela me embriagava e eu sabia que estava
perdido. Fodido!
Soltei um bufar com o seu comentário, fazendo com que ela risse
baixinho.
possível aquele momento, sentindo meus dedos ficarem cada vez mais
trêmulos.
— Isso é bom…
olhos.
alguém.
— Entendo…
Tirei a escova dos dedos dela e pus sobre a bancada.
— O que foi?
Peguei a mão dela outra vez.
— Vamos, agápi.
— Onde vamos?
— Para sala. Você vai ganhar o melhor cafuné da sua vida — soei
convicto.
— Você é…
— Seu amigo — não a deixei completar, guardando para mim o “seu
futuro marido”.
— É, mas…
— Entendo se não quiser… — Senti uma pontada de decepção e uma
dorzinha absurda no peito.
arregalados.
— É estranho — sussurrou, movimentando-se, e eu dei uma risada.
Rindo, removi alguns fios que caiam sobre a sua face, e não me
passou despercebido o fato dos meus dedos estarem trêmulos outra vez,
muito menos o contraste entre a minha mão forte e a curva delicada do
rosto dela.
Enterrando suavemente uma mão nos seus cabelos, comecei a fazer
carícias suaves, arrancando dela um som suave.
cabeludo.
— E o seu estômago, como está?
— Melhor.
— Hm.
Ficamos em silêncio. Bem, não tão em silêncio, já que suspiros e sons
baixos deixavam nossos lábios.
Meu coração que antes batia rápido, desacelerou. Achava que iria
ficar tenso por tê-la deitada no meu colo, porém tudo o que sentia era um
estado de relaxamento que fazia muito tempo que não dominava e, como se
fosse possível, me senti mais terno e protetor com relação a ela e o bebê.
Apreciei cada segundo da sensação de tê-la em meus braços e de
poder acariciar seus cabelos até que ela pegasse no sono.
E, mesmo que não fizesse sentido, desejei poder ficar assim, para
sempre…
Capítulo dezenove
— Estou tão empolgada! — Agatha falou em um tom animado.
mulher fosse até o apartamento dele para uma primeira consulta, porém, eu
demorado para escolher uma data. Eu poderia prever que surtaria com
— Não que seja para todas as mulheres, mas para mim é. Sempre me
— Com essa barriga que vai crescer ainda mais? — Acariciei o meu
— Se esse for o seu sonho, que mal tem? Dinheiro não é problema.
Acho que não combino mais com as ideias de quando tinha quinze anos.
— Nunca se sabe, você tem que experimentar — enganchou seu
braço no meu, animada, e praticamente me arrastou.
Ainda que provavelmente não fosse a minha escolha, não podia negar
atendimento.
Sem dúvidas era muito luxuoso, mas toda a minha atenção estava nos
funcionária perguntou.
— Senhorita?
— Estou bem assim, obrigada. — Sorri para ela, que assentiu, antes
de se retirar.
— Vocês estão esperando mais alguém, ou serão apenas as duas? —
A estilista perguntou.
— Só eu e minha sogra — murmurei, olhando para ela.
Infelizmente, minha amiga Pam não pôde vir comigo, ainda que
Aquiles a tenha liberado para vir conosco. Houve um problema na casa dela
que era mais urgente do que me ver escolhendo vestidos.
começou.
Tentei responder as perguntas, mas confesso que travei nas que
Ela não tinha me dado nenhuma pista do que estava pensando para a
cerimônia religiosa, que teria lugar na St. Nicholas Greek Orthodox Church.
Olhei para Agatha, sem saber o que dizer; ela que estava cuidando
desse aspecto.
ficar mais acentuado. — Você tem alguma preferência de corte, estilo, tipo
de cintura? De cor?
é claro.
Levei as mãos à minha barriguinha que ainda não era um empecilho,
— Não sei.
Passei os dedos pelo bordado do corpete, depois deslizei as mãos pela
saia volumosa de tule e renda. Era lindo, mas não sabia se eu gostava ou
não sentir certa emoção usando-o. Eu me sentia uma noiva nele, mesmo que
pequenos passos que dei foram o suficiente para eu ver que não ficaria tão
confortável assim.
certa dificuldade.
um bom começo.
— Sim.
— Vamos para o próximo então — a estilista falou, batendo uma
ficando um pouco frustrada por nenhum deles fazer o meu coração disparar
no peito, ou me levar às lágrimas. E minha futura sogra parecia concordar
comigo, pois ela apontava uma série de coisas também, que iam desde o
seria real, mas, de alguma forma, eu queria estar linda no dia. Linda aos
olhos de Aquiles.
Estava sendo tola, mas eu desejava que o homem que vinha mexendo
Desde que Aquiles cuidou de mim no dia em que eu estava com azia,
melhor, desde a descoberta da minha gravidez, algo pareceu mudar dentro
fingíamos na frente dos outros, e até mesmo quando eu tentava colocar uma
distância segura entre nós, impedindo beijos e toques fora da farsa, porém,
pelo homem afetuoso que Aquiles era comigo e o meu bebê, estragando
nossa amizade.
mostrou.
— Qual?
— Por que não nos sentamos para discutir o que você gostou ou não
que você quer ou não no seu vestido. Quando se sentir preparada, só marcar
— Obrigada.
Rapidamente, me troquei e nos despedimos da estilista, que
Rimos.
— Foi um prazer fazer isso por você, Isis. — Acariciou o meu rosto.
— Você é a minha filha de coração. Eu que tenho que agradecer a você por
irmos ao cinema?
divertidíssimo.
Capítulo vinte
— Isis… — Escutei uma voz me chamar, mas me pareceu mais um
A voz repetiu, de modo que quase não pude ignorar, mas, ainda
suavemente.
dólares seriam realizados ali. Tinha pensado seriamente em não ir, mas o
grego acabou me convencendo a acompanhá-lo, ainda mais que ficaríamos
comer algodão doce, olhei para o grego que, além de estar impecavelmente
vestido no seu terno preto bem cortado, me encarava com diversão. Senti
uma pontada de inveja por ele parecer tão bem depois de um voo de várias
horas.
— O que foi?
baixar.
imaginando que eu deveria estar descabelada, com remela nos olhos, cara
amassada e a roupa, que embora fosse elegante, amarrotada.
— Sou suspeito, ángélos. — A voz dele soou pastosa. Deu de
ombros.
— Merda! — choraminguei, passando a mão na minha calça, que
Para provar o seu ponto, os olhos verdes passearam pelo meu corpo, e
não fui capaz de pronunciar nenhuma palavra.
Eu poderia estar horrorosa, mas aquele olhar lascivo fez com que eu
me sentisse, além de quente, a mulher mais sexy que ele tinha visto, tanto
que eu fiquei ofegante, e me senti excitada, algo que vinha se tornando cada
Não era exagero falar que eu estava quase subindo pelas paredes.
Poxa, eu gostava de sexo e estava há muito tempo na seca; me masturbar ou
usar brinquedos não resolviam mais o meu problema. Então, por mais que
minha consciência dizia que eu não devia me envolver com o grego, pois
isso só tornaria a nossa situação mais complicada, meu corpo estava mais
do que disposto a sentir o do Aquiles, dando vazão a ânsia que me
consumia.
Estar ciente de que o meu chefe também não estava transando com
Olhando para ele, tinha certeza que Aquiles lidaria muito bem com o
resultado dessa catástrofe. O homem era arrogante, autoconfiante, e, bem...
poderia me substituir facilmente.
aparência é tudo.
— Claro — falou ironicamente e eu ignorei.
— Ainda mais diante de tantas mulheres bonitas que circularão no
— Mentiroso… — acusei.
Removeu o cinto e ficou na minha frente.
também…
Seu nariz roçou na curva do meu pescoço e o grego inspirou fundo,
me deixando mole. Arfei.
— Mas nenhum deles faz jus a você, Isis, não no meu ponto de vista.
Uma Deusa que me manteve acordado várias noites e madrugadas pensando
no que eu poderia fazer com ela — ronronou.
— Não duvide do poder que você exerce sobre mim, théa mou[21]. Os
outros homens podem não concordar comigo, mas estou pouco me fodendo
dele. A única coisa que estava ciente era que o meu peito subia e descia,
acelerado.
O olhar dele não me ajudava em nada em acalmar o meu sangue, que
retirei o cinto.
Deus! Não tinha a mínima ideia de como sobreviveria esses dias sem
Respirei fundo e, sentindo o cheiro da maresia impregnando as
banho. Porém, eu me apaixonei pelo lugar assim que acordei e meus olhos
pousaram nas ondas de águas cristalinas, que quebravam em uma praia de
areia fina e branca, com pequenas árvores de folhas enormes, tanto que não
longos demais.
Poderia parecer bizarro, mas minha cabeça estava tão cheia de coisas
lado dele, ainda mais quando as palavras do meu chefe sobre o “poder” que
eu tinha sobre ele ainda martelavam na minha mente, deixando-me
excitada, em alerta.
aquele pequeno pedaço de paraíso, que tão cedo eu poderia desfrutar, mas
minha mente não me dava trégua, melhor: Aquiles e aquilo que ele poderia
fazer comigo não me deixavam em paz.
fez com que o prazer se espalhasse nas minhas veias como se fosse uma
algum alívio, clímax que, ainda que estivesse sozinha no quarto, eu não me
— Droga!
Fiquei mais alguns minutos ali, até que outro tipo de necessidade me
invadiu.
aparados.
Engoli em seco e o desejo, que sentia minutos atrás, voltou a me
controlar, só que mais intenso, muito mais. Meus pelos ficaram todos
arrepiados, e eu fiquei nervosa, muito nervosa. Respirar ficou difícil.
Imagens dos meus dedos acariciando o pênis dele, estimulando-o,
minha direção.
Sabendo que estava fazendo papel de tola, segurando as minhas saias,
prestes a mijar na calcinha, baixei a peça que estava úmida, por uma outra
razão, e sentei-me no sanitário. O alívio de sentir o líquido saindo de dentro
da minha bexiga conflitava com o constrangimento em usar o banheiro ao
mesmo tempo que ele, e Aquiles me pegar olhando para o seu pau,
percebendo com certeza a ânsia que ardia dentro de mim.
descia em direção a sua pelve. Outra vez fitei o pênis dele, que lentamente
começava a ganhar vida sobre o meu escrutínio, e meus batimentos
cardíacos ficaram frenéticos.
Senti meu sexo pulsar, querendo ser preenchido por Aquiles, e eu
fiquei mais ofegante, vermelha e quente. Minha boca e garganta estavam
cada vez mais secas, e eu passei a duelar comigo mesma, tentando
Manter-me parado enquanto Isis me olhava daquela maneira,
cobiçando o meu pau, era um verdadeiro inferno, mas temia que, a qualquer
movimento, aquele feitiço se quebrasse e ela saísse correndo de mim, me
achava sexy pra caralho. Eu não pararia para refletir se a minha atitude
seria questionável ou não.
Poderia ir atrás dela, seduzi-la, mas eu queria que ela viesse até mim,
que fosse Isis a dar o primeiro passo, que ela destruísse os próprios pudores,
sensação de que, por mais que nós dois quiséssemos a mesma coisa, nunca
iríamos passar dos beijos e toques inocentes que compartilhávamos na
farsa, carícias que nunca seriam suficientes para aplacar meu desespero.
Dei um sorriso amargo e, cerrando o meu punho, dei um soco
Merda! O maior problema disso tudo não era ela fingir que não havia
nada entre nós, de ela me rejeitar, mas, sim, o fato de que não tinha a
mínima ideia de como continuaria a lidar com a minha obsessão por Isis,
parte de trás do meu ombro, soube que não era uma fantasia criada pela
na minha pele, fazendo com que eu ficasse mais tenso, mais ereto.
norte. Movido pelo desejo acumulado pelos vários meses agonizando por
excitado e molhado.
do seu corpo por cima do vestido úmido, que era como uma segunda pele
nela e que me excitava tanto quanto se ela estivesse nua. Talvez fosse a
perspectiva de despi-la que intensificava o meu desejo, deixando-me ainda
mais duro.
Só os Deuses sabiam o quanto me imaginei nesse momento, no
quanto minhas mãos estavam sedentas por remover cada peça, o quanto a
minha pele queria sentir a dela sem nenhuma barreira.
— Tem certeza de que quer isso, ángélos? — perguntei, durante um
ombro.
— Tem certeza que me quer, Aquiles? — retrucou, ofegante.
com que ela gemesse baixinho e se contorcesse contra mim. — Não há nada
que eu deseje mais do que você, Isis.
garras sobre mim, mas a excitação era tão forte, que tudo o que eu senti foi
prazer.
Percorri o caminho de volta, deixando vários beijinhos, até alcançar
Toquei o seu queixo ao ver que ela queria fugir do meu escrutínio,
impedindo-a de olhar para algo que não fosse meus olhos.
Quando ela disse outra vez o meu nome, senti meu pau ficar melado
com o pré-gozo, que escorreu pela ponta e deslizou por toda a extensão.
poderia me submeter ao que ela quisesse. Bem, quase tudo… nunca estaria
disposto a dividi-la nem ser divido com ninguém.
— Você, Isis, nenhuma outra… — continuei, tentando focar nas
— Nunca trairia o desejo que sinto por você, agápi, prefiro me esvair
nos meus dedos, pensando que estou com você, como venho fazendo há
acariciando, agora…
Fechei os olhos, visualizando a cena e blasfemei:
— Theós!
— Mas já esperamos tempo demais… — murmurou, os olhos azuis
cintilando.
Concordei. Dando um comando para fechar o registro, a prensei ainda
mais contra a parede com o meu corpo, querendo me colar mais a ela, o que
era impossível, já que a pequena curva da sua barriguinha e a roupa dela
nos impedia.
Enquanto deslizava minhas mãos por seus braços, subindo e
descendo, em uma carícia suave, baixei a minha cabeça em direção ao rosto
dela que, inclinado, oferecia seus lábios em um convite que não hesitei em
aceitar.
Nossas bocas começaram a se mover lentamente, acompanhando a
os bicos do meu peito ficaram excitados com o roçar dos nossos corpos,
nunca imaginei que eu sentiria tantas ondas de prazer irradiando daquele
ponto.
Meu pau latejava contra o corpo dela... Com certeza, pediria que ela
usasse a língua para me estimular ali, mas deixaria esses pensamentos para
mais tarde.
gostoso.
pelve contra pelve, que me deixava mais sedento por sentir os músculos
deixar-se levar primeiro, aproveitei que a cabeça dela não estava rente a
parede e, com uma mão, enterrei meus dedos nos seus cabelos e trouxe o
forma que sabia que ela gostava, com a minha mão livre, que passeava
freneticamente pelas suas curvas sem dar atenção a algum ponto específico,
alcancei a barra do seu vestido. Dando um pequeno passo para trás, não
levemente o cenho.
— Isso — Ergui minha mão para mostrar a ela como estava trêmulo.
satisfação por me deixar bambo —, acho que terei que te ajudar então.
mas, ainda assim, fiquei ali assistindo, com o coração saltando pela boca,
particular.
Sentia a minha boca secar a cada pedaço de pele que ela desnudava.
Quando ela revelou a calcinha vermelha, mesmo que fosse uma comum, eu
pensei que iria passar vergonha na frente dela, gozando antes da hora.
Olhei para o seu rosto, percebendo que minha noiva estava bem
ciente da reação do meu pau a ela, tanto que mordeu os lábios para me
provocar. Logo minha atenção voltou para as suas mãos, que subiam e
Fiz que não, queria ter o prazer de tirar uma peça dela.
seios, que mesmo pequenos, porra, eram lindos. As pintinhas em sua pele
pediam pelos meus beijos, os bicos túrgidos pareciam clamar pelos meus
lábios, e eu logo os teria, morreria se eu não os sentisse em minha boca, se
instante.
curta. Estava obcecado por eles, tanto quanto estava pelo abdômen dela.
— Polý nóstimo[24].
lábios. — Se você quiser mesmo, pode até colocar silicone para aumentá-
los, mas seria uma pena, pois são lindos do jeito que são.
— Mesmo?
deixando-o mais teso ao meu toque, fazendo com que Isis emitisse um som
baixinho de deleite. Com o dorso da mão livre, eu brincava com a lateral do
outro seio dela, sentindo que aquela era uma região erógena. Tive a certeza
disso quando ela tomou meu lábio inferior entre os dentes e o puxou até que
estalasse enquanto sua mão alcançava a minha lombar e tentava me puxar
parede, arfando.
Isis nunca esteve tão linda, e isso foi o meu combustível para querer
devorá-la.
seios. O gemido dela ecoou por todo o box, e tornou-se mais alto quando eu
fiz o caminho inverso. Não contive o meu grunhido quando ela estufou os
peitos na minha direção e, segurando um dos mamilos, tracei pequenos
círculos pela aréola, sentindo-o ficar mais duro sob meu tato. Enquanto ela
mantinha seu olhar pousado sobre mim, capturei o bico do seio entre meus
lábios e comecei a sorver lentamente, aumentando a pressão quando ela
suspirou.
— Isso! — sussurrou quando levei a mão ao outro peito e passei a
friccioná-lo. — Caralho, Aquiles!
puxou a minha cabeça em direção ao seu seio, como a deusa que era,
apoiando a mão no meu ombro, como se estivesse mole. Eu me banqueteei
nela, beijando, mordendo, enquanto minhas mãos passaram a percorrer o
até alcançar o bico, penetrei Isis, encontrando-a tão úmida que meu dedo
deslizou com facilidade para o seu interior. Arquei-me para frente, não
conseguindo conter um gemido ao perceber que minha mulher estava tão
excitada.
Movimentei meu dedo dentro dela, fazendo com que ela se
tenso. Olhei para o seu rosto, e o sorriso malicioso que me deu me fodeu.
Voltei a acompanhar seus movimentos e a observei abaixar a calcinha
até a metade das coxas cremosas, as pontas dos dedos dela chamando a
minha atenção para a sua vagina.
Minha boca encheu d’água, desejosa por sentir o gosto de Isis direto
do seu sexo, mas arfando, esperei o que ela iria fazer. Grunhi, pensando que
completa da gema do dedo dela traçando círculos pela sua carne inchada,
principalmente quando assisti sua vagina mover-se contra o seu dedo.
Sem pensar duas vezes, quando Isis ronronou e procurou por mais
apoio na parede, parecendo ficar bamba com o desejo, me coloquei de
joelhos na frente dela. Com os dedos trêmulos, a ajudei a remover por
acariciar lentamente.
Ver o dedo dela trabalhando em si mesma e escutar os suspiros
prazerosos que ela emitia ao estimular o ponto certo, ao mesmo tempo que
era uma verdadeira tortura, me deixava tão ereto e excitado que eu peguei-
me gemendo junto a ela, como se Isis estivesse me tocando, não a si
própria. Parei de acariciá-la, para apenas assistir, sendo voyeur da minha
mulher. Eu era o homem mais sortudo do mundo e não tinha dúvidas disso.
Meu pau duro latejava. Eu estava pronto para sentir aquele calor
úmido envolvendo meu pênis, pronto para sentir Isis pela primeira vez. Em
breve, disse para mim mesmo.
Ela se estimulava sem pudor, passando a adotar um ritmo acelerado,
minha outra mão acariciou a polpa da bunda deliciosa, fazendo com que ela
rebolasse suavemente contra a minha palma.
estava tão sensível, que eu sabia que teria que usar toda a minha força de
vontade para que eu não cedesse ao próprio desejo outra vez.
Enquanto eu distribuía carícias e tapinhas na sua bunda, que faziam
Isis se esfregar contra mim, ela brincava com o seu ponto de prazer,
alternando o ritmo dos seus toques, aumentando e diminuindo, construindo
lentamente o próprio orgasmo.
estivesse tomada pela urgência, e isso alimentou ainda mais a minha fome
por aquela mulher, desejo que parecia se tornar mais forte ao imaginar sua
expressão enlevada, extasiada.
Dei mais um tapinha e enterrei meus dedos na banda da sua bunda,
— Perfeita! — Minha voz soou rouca. Quando a senti ficar mais tensa
sob o meu toque, ordenei: — Goze para mim, Isis.
usava para se abrir para mim, e cravou suas unhas com força no meu
ombro, como se tivesse medo de cair.
Mantive minhas mãos firmes sobre ela, segurando-a, não contendo
meus próprios gemidos e minha ânsia. Ela se acariciou um pouco mais até
que, colando-se ainda mais na parede, seus dedos pararam de se mover e o
corpo todo dela começou a estremecer com o orgasmo.
nem mesmo o brilho nos olhos azuis quando alcançou o ápice. Prometi a
mim mesmo que, na próxima vez, eu estaria não só olhando para o seu
rosto, mas também fazendo-a estremecer ao ser preenchida pelo meu pau.
— Gostosa…
Acariciei as nádegas dela e deixei um beijinho no interior das suas
coxas. Minha barba a arranhava suavemente, e isso fez com que Isis
beijando suavemente a boca cálida e sempre ávida por mim, sugando seus
lábios. Com um gemido baixinho, enlaçou o meu pescoço com os dois
braços, e eu encontrei a língua dela em um beijo moroso que Isis
urgente, ao passo que as suas mãos percorriam toda a extensão das minhas
costas, parecendo tão ávida quanto a sua boca.
— Está longe demais, agápi — ronronei, estremecendo ao sentir as
— Então o que você está esperando para me fazer gozar outra vez?
Suas palavras atearam fogo nas minhas veias e voltei a pressioná-la
ela se mantivesse naquela posição que me daria mais acesso ao seu canal.
Por mais que eu quisesse explorá-la, minha mão livre agarrou o quadril dela
para controlar os nossos movimentos.
Encaixando meu pênis na entrada dela, penetrei-a num tranco, e o
percorresse cada uma das minhas células, mas quando Isis movimentou sua
pelve contra a minha, com um grunhido de prazer, sem me tirar
completamente, impulsionei meus quadris para frente e a invadi lentamente,
sentindo cada um dos músculos dela envolverem o meu pau. Gemi alto.
Quando tirei alguns centímetros e voltei a penetrá-la, fiz Isis
choramingar e suas unhas rasparam a minha pele. A carícia era selvagem,
mas foi um afrodisíaco no meu corpo, e outra vez me, deixando a minha
cabeça dentro dela, apenas para repetir os meus movimentos, sentindo a
tensão se acumulando nela a cada fricção.
Foi instintivo para mim segurar a sua coxa com mais força ao voltar a
me mexer, contendo-me para não acelerar demais, não queria que
terminasse rápido, não quando esperei tanto tempo para tê-la. Desejava
segurou meu rosto com as duas mãos e puxou minha cabeça de encontro a
sua, me beijando suavemente.
Suspirei contra a boca dela, fascinado pelo seu beijo, e acariciei sua
coxa, como se quisesse presenteá-la, e ela fez um barulhinho de deleite que
me fez estremecer.
Nossos lábios se moviam em sincronia, moldando-se perfeitamente,
produzindo pequenos estalos, que acompanhavam o entrar e sair do meu
pau no canal dela, cada vez mais úmido.
Me apoiando nos ombros de Aquiles, baixando a perna que ele
meu coração que parecia prestes a explodir, e senti uma gota de suor
escorrer por toda a minha coluna. Meus sentidos ainda estavam embotados,
mas estava bem consciente dos beijos dele na minha pele, sua barba me
seu pênis que ficava flácido dentro de mim, mas que logo ele removeu.
Não sei quanto tempo permaneci naquele torpor, até que Aquiles
Meu corpo ganhou vida contra o dele novamente quando sua língua
mordiscou o meu pescoço, sentindo o meu corpo todo vibrar com a carícia,
disse pausadamente enquanto subia com os lábios até pairar sobre a minha
boca.
— Fala isso só para me adular, Aquiles… — provoquei-o, mas por
dentro me sentindo poderosa por ele dar tanta importância assim ao que
— Não estou brincando, Isis. — Sua voz era séria. — Você foi
Ergueu sua mão e segurou o meu rosto em concha com os seus dedos
trêmulos, e eu acabei suspirando com a reação dele a mim, suspiro que se
beijo carinhoso, o que fez com que lágrimas se formassem em meus olhos.
cima a baixo. Por breves segundos, imaginei como seria se as coisas entre
nós fossem diferentes, que houvesse algum sentimento além do carnal, mas
logo tratei de colocar esse pensamento para o fundo da minha mente e
apenas deixei-me levar pelo beijo, pelo roçar suave das pontas dos dedos de
Aquiles não tinha me forçado a nada, eu fiz sexo com ele porque quis.
Não houve promessas, apenas um prazer indescritível para ambas as partes,
então não fazia sentido eu me comportar como uma tola, ainda mais quando
já tive minha quota de transas casuais. E não seria diferente com o meu
chefe, seríamos um caso um para o outro e nada além disso. Ignorei o peso
do aro de prata no meu dedo anelar, aquele anel nada significava, além da
mentira que vivíamos.
soube o que sentir em relação àquela carícia, muito menos quando ele
pareceu estremecer e olhou para mim, os olhos verdes parecendo
insondáveis.
— Eu te machuquei, agápi? — perguntou, parecendo inseguro,
dar um sorriso e também adotar um tom brincalhão: — Ele ou ela está bem
protegido pelo colo do meu útero. E dizem que fazer sexo é algo bem
saudável.
— Mesmo…?
Não respondi de imediato, apenas enlacei o pescoço dele com os dois
braços, fazendo com que os meus seios ficassem achatados contra o seu
peitoral, prendendo as duas mãos do grego entre os nossos corpos. O
gemido que Aquiles não conseguiu conter foi música para os meus ouvidos.
Dei um sorriso provocante, me sentindo poderosa pela excitação que
fazia com que ele sentisse.
peitoral nas minhas costas. O pau semiereto roçando nas minhas nádegas
fez com que eu me espichasse contra ele, o desejo no meio das minhas
Chiei, fazendo o grego rir mais ainda quando passou por mim.
Pegando um frasco de xampu e um sabonete, dando um comando de voz,
enfiou-se debaixo do chuveiro.
Eu apenas encarei as nádegas brancas dele, incrédula e igualmente
desesperada.
— Você não vem, agápi? — Girou o tronco, passando o sabonete na
dois passos, alcancei-o. Ele deixou o sabonete cair e me puxou contra seu
corpo, e eu, como uma tola, não o impedi de me dar um selinho, depois
outro, como se fôssemos um casal bobo de namorados.
segundo, não podia negar que daquela vez que Aquiles tinha secado os
meus cabelos, tinha sido bastante relaxante, mesmo que tivesse me deixado
tensa na mesma proporção. Por mais que eu não devesse, gostava da
torvelinho.
que o meu amante não iria recusar. Apoiando os cotovelos contra o colchão,
baixou seu corpo contra o meu e me penetrou com um tranco firme,
dando-me aquilo que eu desejava quando me fez gozar pela terceira vez.
Capítulo vinte e quatro
— Não precisamos ir, sabia, ángelós? — Aquiles murmurou ao me
bem cair.
— E esse quarto está bastante interessante…
ele.
— Nós viajamos até aqui para fechar negócios — fui pragmática,
começando a passar o batom nos meus lábios —, e já estamos há tempo
— Olha o que você fez, Aquiles! — Dei um grito digno da mãe dele e
a boca dele, faminta. O gemido baixo e rouco que emitiu quando toquei o
céu da boca dele foi combustível para a minha excitação. Suas mãos me
Deslizou sua boca pela minha bochecha, ao passo que seus dedos
— Mesmo?
Fiz que sim.
— Mulher gananciosa…
demaquilante.
Riu da minha cara e eu revirei os olhos.
— Agora vá, temos uma aparência para manter — ordenei, e Aquiles
— E quem disse que vou querer que você pare? — Minha voz soou
rouca.
— Caralho de mulher gostosa — rosnou.
Me desviei dele quando tentou raspar os dentes na minha pele
novamente. Foi a vez de Aquiles emitir um som irritado.
Ficamos nos encarando através do espelho até que ordenei outra vez
que ele fosse se arrumar, argumentando que estávamos atrasados. Ele saiu
pisando duro.
convidados interagiam.
Senti que ficava vermelha com os olhares curiosos sobre nós, mas
obriguei-me a erguer o meu queixo, como se eu e o grego não tivéssemos
falando dos milhões que Aquiles tinha, o que não era diferente da situação
dele.
— Não. — Continuou naquele tom desprovido de humor.
Aquiles.
— Sem dúvidas, terão muitas fraldas para comprar. — A mulher foi
abdômen —, mas não poderia estar mais feliz por termos um bebê.
dele. Quando ele começou a acariciar minha barriga com ternura, fitando-a,
nossa união.
— Sim! — Aquiles murmurou e eu escutei um suspiro apaixonado,
que você conheça uma pessoa que tem interesse em contratar os seus
serviços.
Parecia que só havia esses dois assuntos para se falar comigo. A minha
decisão de ajudar Aquiles a fechar um bom negócio estava indo para o ralo,
pelo jeito.
Olhei para o meu “futuro marido” e vi que ele continha uma carranca,
com certeza queria que eu estivesse próxima para passar a mão em mim
e desejei ter escutado Aquiles e ter permanecido com ele no quarto até o
final da viagem, ainda que pudesse ser considerado falta de educação nossa.
Sem dúvida, ser beijada e devorada pelo grego teria sido muito mais
— Obrigada por nos convidar, filha — minha mãe falou
Tentei acalmá-la, dizendo que estava tudo bem, mas na cabeça da minha
noiva era como se meus pais fossem descobrir que eu não era o pai, questão
lidar com a minha mãe e sua obsessão pelos mínimos detalhes da cerimônia
insaciável, mas que era tudo o que eu poderia querer em uma parceira.
Exaustos e ofegantes, ficávamos abraçados, nossas pernas entrelaçadas,
caindo no sono.
Embora nenhum de nós falasse no futuro, ele estava mais do que claro
para mim.
altar e me casaria com Isis. A ideia que tinha me gerado repulsa no início,
agora era capaz de fazer o meu coração bater acelerado e, se fosse honesto,
me pegava ansioso pela data e, por que não dizer, pela lua de mel, que seria
que me deixava confuso em relação aos meus sentimentos. Toda vez que
uma ânsia dentro de mim por algo que não tinha certeza se conseguiria
explicar, meus instintos de proteção pareciam vir à tona, bem como uma
tanto quanto o fato de saber que ela ainda tentava contato com o bosta do
pensamentos, e com o canto do olho, vi que Isis conversava com o meu pai.
reflexo do meu.
Meu coração disparou, bombeando tão forte que a qualquer momento
— Sim, mamãe — minha voz saiu rouca —, ainda mais que será a
primeira vez que vou vê-lo e escutar o seu coraçãozinho.
sisuda. — É um absurdo você não ter ido em nenhuma consulta com a sua
futura esposa.
— Eu sei — concordei com Kaius pela milésima vez, assumindo a
minha culpa.
Isis já teve duas ou três consultas, mas, em todas elas, mesmo que eu
tenha dito à “minha noiva” que eu estaria sempre ao lado dela, não pude
comparecer, preso em uma reunião ou em algum compromisso.
Ainda que Isis nunca tivesse me culpado ou reclamado, dizendo que muitas
gestantes iam desacompanhadas, ficando grata só pelo fato de eu querer
saber sobre a saúde dela e da criança, o mínimo que podia fazer, eu deveria
ser mais companheiro dela, o amigo que tinha dito que era, o homem dela
ombros.
As palavras dele eram como receber um soco na boca do estômago,
estranho.
— Sim, por que não estaria?
Arqueou a sobrancelha para mim.
Covarde!
— Mesmo?
Olhei para Agatha, atônito por ela ter dito isso em voz alta.
baixinho para que meus pais não ouvissem, fitando o rosto de Isis.
Apertou minha mão com mais força e me deu um sorriso que fez com
que eu voltasse a respirar, algo que nem sabia que tinha parado de fazer.
Não sei como lidaria se a resposta dela fosse negativa. Éramos amigos,
amantes, mas será que somente esses fatos justificavam minha ansiedade
por estar presente na consulta dela? Por ela sentir os meus dedos trêmulos?
na outra.
quisesse que ela relaxasse, sendo que era eu quem necessitava me acalmar.
Minha respiração ficava mais curta a cada instante, meus dedos ainda mais
trêmulos. Temia ter uma síncope.
Olhei para o meu pai e percebi que ele me fitava, curioso. Meu
do bebê.
Minha mãe ficou eufórica, e meu pai riu.
— Claro.
Abriu a bolsa e puxou de lá um envelope, entregando para a médica,
— Sua vitamina D está excelente, mas o seu nível de Ferro está bem
aquém do que o recomendado — comentou.
bebê poderá nascer com um peso baixo ou com anemia. — Fez uma pausa.
Pela primeira vez, senti certo peso por ter mentido que aquela criança
era minha, mas logo a sensação foi massacrada quando o sentimento de
meu olhar alternava entre minha noiva e a tela onde o ultrassom seria
mostrado.
ouvido.
joelhos.
Quando minha mãe comentou sobre aquele momento, achava que era
Olhei para ela, que estava apoiada no meu pai, a maquiagem ainda
— O quê? — sussurrei.
— É um menino!— Fungou. — Você terá um lindo menininho e eu
um lindo netinho!
mim, e olhei para Isis que sorria e chorava ao mesmo tempo, extasiada; essa
imagem dela ficaria gravada na minha alma. Achei que nunca a veria mais
linda do que quando estava em êxtase nos meus braços, mas, outra vez,
estava enganado. Isis nunca ficaria tão espetacular como estava agora. Bem,
talvez quando tivesse seu filho nos braços superasse esse momento.
terminar.
Ela abriu os lábios surpresa, como se fosse dizer algo, mas apenas
sorriu.
O ultrassom terminou rápido demais na minha visão, mas o meu
queria, parou Isis no hall e a abraçou com força, seus soluços convulsivos
chamando ainda mais a atenção dos presentes que, desde que chegamos, já
Balancei a cabeça. Minha mãe era assim e não havia como mudar
isso.
— Precisamos comemorar — Kaius praticamente gritou, o que me
surpreendeu.
Diferente de Agatha, meu pai sempre foi bastante controlado, para
contrapor o temperamento de mamãe, mas, em relação ao neto, ele mais
próximo daqui.
— Esqueceu, homem? — minha mãe deu um tapa no ombro dele,
balançando a cabeça em negativa. — Isis não pode com cafeína.
— Er… Confeitaria?
— Excelente! — Agatha soltou uma risadinha entusiasmada.
— Não há nada que eu gostaria mais de comer agora do que uma fatia
de bolo — minha noiva falou maliciosamente e levou a mão à barriga,
acarinhando o seu bebê. — Me deu um desejo súbito por doce...
Gargalhando, esperamos Isis passar na recepção para marcar a
a sós. Com o canto do olho, a vi fitando sua barriga antes de levar as mãos
ao abdômen, imersa em si mesma.
— Não sei como a sua mãe consegue lidar com isso — falei pela
milésima vez, ao sair do banho de banheira, que embora tenha sido bastante
gostoso, não me deixou completamente relaxada.
poltrona com um jornal na mão, que ele logo pousou na mesinha, sua
atenção voltando-se para o meu corpo, devorando-me e deixando-me
vários arrepios na minha pele. Ainda que estivesse cansada demais para
fazer sexo hoje, era incrível a forma como ele conseguia começar a me
excitar só com o mero roçar das pontas dos dedos sobre mim, como o meu
desejo por Aquiles não diminuía mesmo depois de termos transado várias
por ser a cerimonialista e mãe do noivo. Fora que ela tem as outras noivas
também para cuidar… — Quando o dedo dele roçou na lateral do meu seio,
gosta muito. — Deslizou a boca pelo meu queixo e eu não resisti mais, me
esfregando nele. — Sem as “noivas” dela, acho que minha mãe ficaria
insuportável.
— Hm.
Não respondi quando a mão que estava no meio seio deslizou para
como um filho?
Eu sabia que era ir longe demais e fantasiar com algo que nunca
aconteceria. Então por que eu sentia uma pontada de dor no peito? Certa
decepção?
Não poderia exigir nada de Aquiles, não quando ele já me deu muito
mas não sei quantas vezes vou ter que ir experimentar o vestido. Ele é o
sonho de qualquer mulher, mas sua mãe sempre acha algum defeitinho.
— Ela consegue ser muito perfeccionista quando quer, eu que o diga!
Uma esperança tola, que não fazia o menor sentido, ganhava força em
meu interior, mas tentei fazer de tudo para reprimi-la, dizendo a mim
mesma que era uma reação natural, principalmente o silêncio dele. Que
amante gostaria de ter a pessoa com quem você está transando falando de
fina, no pênis dele, que, embora não estivesse ereto, começava a ganhar
vida debaixo de mim.
apenas uma massagem relaxante e alguns beijinhos. Nada de sexo por hoje!
— Esse é comestível? — perguntou, subindo em cima da cama e
— Hum!
minha cabeça, uma habilidade que ele vinha se mostrando cada vez mais
preciso.
— Mesmo?
da gotinha.
— Minha única queixa é não ter pedido para você fazer isso antes —
resmunguei.
Gargalhou baixinho e continuou a massagem, percorrendo cada
seguinte.
Não queria saber da lista de mulheres que foram afagadas por ele,
ainda que tivesse a minha lista de homens.
— Em lugar algum…
— Não quero nem ver como será quando treinar mais... melhor, quero
— É…
mim.
arrancavam não apenas suspiros e gemidos, mas também faziam com que
ondulasse meu corpo em direção a boca e a barba de Aquiles. Eu sentia
cada centímetro tenso, meus seios subiam e desciam cada vez mais rápido e
que eu queria.
parou abruptamente.
— Por que parou? — Chiei um protesto.
ordenou.
— Aquiles? — disse depois de me levantar para olhar para ele.
Meu coração começou a retumbar no peito. Várias emoções
convencido disso, e eu torci para que ele não insistisse. Como eu falaria
para o grego que eu desejava que ele amasse o bebezinho que havia dentro
de mim como se fosse seu próprio filho? Que estava me apaixonando por
ele e que viver aquela farsa de noivado e casamento seria a minha ruína?
— Quando você se sentir segura para me dizer, estarei aqui para
alto.
— Salada Caesar?
— E frango grelhado?
Apenas sorri para ele e, com um último selinho, ele rolou para o lado
e saiu da cama, indo para fora do quarto, para pegar seu celular e fazer o
pedido da comida; ele tinha certa mania de deixar o aparelho em outro lugar
ainda que eu não mais chorasse, não consegui diminuir a minha ânsia de
que as coisas pudessem ser diferentes entre mim, Aquiles e o meu bebê.
Capítulo vinte e sete
— Acorda, Aquiles…
conhecido por eles como Mati, para tirar o mau olhado, e o sabor seria de
língua pelos meus lábios e saquear a minha boca. Sem vontade própria,
completo.
Sua língua controlava a minha, sua boca exigia tudo que eu tinha para
dar, enquanto seus dedos espalhavam calor por onde tocava. Protestei
O cretino sabia que tinha muito poder sobre meu desejo e meu corpo.
seu braço era quase uma barra de ferro contra a minha cintura.
beijinho na ponta do meu nariz e deslizar seus lábios pelo meu maxilar.
Inconscientemente, eu ofereci meu pescoço para ele, que riu antes de
deixar uma série de beijos e mordidas pela minha pele, baixando a cabeça
lentamente.
beijos, dos toques, até que eu pedisse que ele me preenchesse, ainda que
meu corpo quisesse justamente isso.
do meu pequeno.
Senti uma comichão me varrer de cima a baixo quando me deu o que
Ele grunhiu, rodopiando a língua pelo mamilo que sua boca dava
atenção, ao passo que ele beliscava, traçava círculos lentos e me fazia
deixando mais tensa, sua sucção no meu seio era igualmente lenta.
Quando aumentou um pouco mais a intensidade da sua chupada e das
preenchendo, e agora.
— Aquiles… — Arranhei o grego novamente, impulsionando os
meus quadris para frente, roçando na ereção dele, fazendo com que ele
soltasse um gemido abafado contra o meu peito.
contraindo, e, sem precisar implorar ainda mais para ter o seu pau dentro de
mim, ele se posicionou de um jeito que a minha barriga não fosse uma
barreira aos nossos movimentos.
mas ainda sem mergulhar dentro de mim. Eu sabia que deveria interrompê-
lo, que nós dois passaríamos vergonha por chegarmos atrasados no
beijos dele, segurei o rosto dele e trouxe sua boca para a minha, tragando o
dele em meu interior. O suor parecia impregnar a minha pele e a dele, e nos
fazia deslizar um pelo outro, exigindo de nós mais energia. Minha mente
ficava embotada ao receber suas investidas e meu corpo movia-se pelo mais
pela minha. Meus dedos ganharam vida percorrendo o corpo forte e, com o
meu tato, eu senti os músculos dele ficarem tensos à medida que nós dois
nos amávamos, as penetrações tornando-se mais urgentes.
Não quis pensar no fato de que ele também levava pedaços do meu
coração a cada segundo que passava; apenas, mais uma vez, me doei a ele
de corpo e alma, devorando sua boca, tomando aquilo que Aquiles tinha
para me oferecer.
Ele retribuiu o beijo, e nossos lábios, mãos e corpos passaram a se
meio do caminho, os sons dos nossos gemidos ecoavam pelo quarto. Nossas
para si, devorando os meus lábios com a mesma fome com a qual entrava e
saía de mim, mas faltava algo. Eu estava bem próxima do precipício, mas
não conseguia me jogar nele. Meu corpo todo antecipava por esse
ganhando uma nova posição que roubou o meu fôlego. Seu pau roçando no
meu clitóris fez com que eu mordesse os lábios com força, e não pensasse
em mais nada além de alcançar o êxtase.
ritmo mais forte, ajudando Aquiles a entrar e sair, mas a fricção no meu
ponto de prazer me deixava bamba e roubava as minhas forças, tanto que eu
agradeci aos céus pelo grego ser um bom amante e fazer todo o trabalho
para mim. Me deslizava pelo seu pau, fazendo com que gemêssemos até
a mão, para acariciar o meu abdômen redondo, como vinha fazendo com
mais recorrência depois de eu ter dito que eu senti o Philippos se mover
dentro de mim. Aquiles estava doido para sentir o bebê chutar, ainda mais
que a doutora tinha dito que os chutes seriam perceptíveis para pessoas
externas. Eu não conseguia lidar com essa ânsia dele, muito menos com as
sensações e os anseios que isso causava em mim.
daquela conversa há duas semanas, não conseguiria fugir pela segunda vez.
Abri os olhos e, sorrindo para Aquiles, dei um beijo longo nele, me
travesso.
horas, saí do abraço dele com um giro e peguei o celular sobre a mesa de
cabeceira.
Aquiles riu e, antes que eu pudesse me levantar, ele me trouxe para si.
— Você ouviu o que eu disse? — ralhei quando o grego continuou a
gargalhar.
— Fora que podemos pular o café da manhã, não vamos ter que
dentes e o puxou.
Suspirei, sentindo as labaredas voltarem a crepitar no meu baixo-
ventre.
— Deus!
Gargalhou.
— Estou apertada… — contei uma mentirinha.
conseguir fazer xixi, prova viva disso eram as vezes que escapava um
pouco de urina sem querer.
— Tem certeza de que não querem subir? — perguntei para os meus
sogros, que tinham me dado uma carona de volta para o meu apartamento
depois da prova do menu e me acompanharam até a entrada do prédio. —
engraçados.
para os dois, dando uma desculpa que beirava o ridículo, dizendo que o
que Aquiles tinha no rosto que deixou mais que claro que o motivo era
— Sei… — murmurei.
carinho.
mal de mim.
minha sogra respondeu ao virar-se para ele e apoiar as duas mãos no peito
largo.
Meu sogro segurou-a pelo pescoço com uma mão e, baixando o seu
rosto, a beijou como se não houvesse mais ninguém além dos dois ali.
gritinho.
— Aqui, não, Kaius — a voz dela era ofegante ao deixar tapinhas nos
começou a me incomodar. Eles amavam tanto o meu bebê que a culpa por
e eu retribuí.
— Se precisar, pode me ligar, filha. Estou sempre à disposição de
você e do meu neto. — Kaius deixou um beijo na minha testa.
— Obrigada.
Me senti tocada pelas suas palavras. Saber que poderia contar com
nos uniam eram fortes, principalmente com a matriarca grega. Ela era para
mim a mãe que nunca tive, uma amiga que, infelizmente, eu não podia
confidenciar tudo…
— Claro.
— Então até logo. — Jogou beijinhos no ar.
os meus pés.
— Bem melhor assim — falei comigo mesma, movimentando os
dedinhos.
Descalça, caminhei até a cozinha para resolver o meu outro problema,
que Aquiles estivesse ali para me fazer uma massagem nos meus pés, mas
como ele estava resolvendo um problema urgente na seguradora, uma
possível fraude milionária que um dos segurados estava tentando aplicar na
empresa, o que me deixou com a decisão de escolher todo o menu que seria
composto por vários pratos típicos gregos.
Fiquei naquele torpor até que o som do interfone fez com que eu
parasse de declarar o meu amor pelo serzinho na minha barriga.
— Sim?
— Isis? — Escutei a voz de Benedict.
Dei um passo para trás, chocada por ele estar ali.
O que ele estava fazendo no meu prédio?
fazer isso? De insistir que você fizesse o mínimo? Depois de você rejeitar o
seu filho? — Dei uma gargalhada. — Você está brincando comigo, não é?
Soltando um som resignado, fui abrir a porta para ele. O olhar dele,
que me percorreu de cima a baixo, como se ele tivesse esse direito, me
enojou. Engolindo a onda de náusea, dei um passo para trás, e fiz um gesto
para que ele entrasse. Como se estivesse na própria casa, foi direto para o
meu sofá, sentando-se nele, sem esperar ser convidado. Revirei os olhos.
— Então, sobre o que você quer conversar? — Fui direto ao ponto ao
meu bebê.
Pensei que homens como ele fossem mais espertos. Que otário!
— Se você veio aqui apenas para me ofender, Benedict, pode ir
Deveria ter imaginado que ele não viria me ver por finalmente criar
vergonha na cara e querer cumprir o seu papel de pai, mas se dar o trabalho
tanto, tanto, que estava quase chorando. A careta que ele fez era impagável.
— Acha mesmo que aceitaria uma proposta sua?— É um tolo. —
— Você não tem escolha, Isis. — Jogou alguns fios de cabelo para
— Eu...
— Dê-me um milhão de dólares, ou eu vou convocar a mídia e falar
Deu de ombros.
— Sem dúvidas você consegue manipulá-lo, afinal nós dois sabemos
que é muito boa de cama, só não sei continua tendo a mesma performance
com essa barriga. — Acariciou a barba, parecendo pensativo.
à tona. — Vá embora!
Balançou a cabeça em negativa.
saber pelas revistas de fofocas que o pai do “netinho” querido dela é outro
homem?
nas veias. Não sabia se era coisa da minha cabeça, mas o meu bebê pareceu
mais agitado. Forcei-me a respirar devagar, fazendo com que o meu coração
demais.
— Que o filho dele não passa de um bastardo? — acrescentou.
O comentário de Benedict deu forças para que eu fosse até ele e
desferisse um tapa forte no seu rosto, deixando uma marca vermelha na sua
— Isis…
dele.
— Ele não é seu! — sussurrei.
até de mim mesma e das mentiras que vivia mergulhada nos últimos meses.
— Você não o quer, e nunca quis. Você pode o ter gerado, mas
Philippos é meu!
— De qualquer forma, as coisas não estão boas para você, Isis. Você
não tem escolha a não ser me dar o dinheiro, baby. Um milhão de dólares
não é nada para esse cara. Não são vocês que estão dando uma festa
— Acha que sou idiota, Benedict? — Mal reconheci a minha voz, que
Rosnei, enfurecida.
Erguendo a mão como se estivesse se rendendo, ele se moveu pelo
queimar.
Não sei quanto tempo fiquei ali, me sentindo derrotada, com uma dor
absurda apertando meu peito, sentindo aquele gosto amargo da culpa, de ter
traído duas pessoas boas, até que, respirando fundo várias vezes, tentando
ficar bem pelo meu bebê, me levantei e, após dar descarga, lavei a minha
Capítulo vinte e nove
minha intolerância a erros, mas Roberto, que trabalhava para mim há anos e
era um dos meus melhores funcionários, já havia se acostumado com meu
jeito. Se havia uma palavra que poderia defini-lo era competência, e eu
gostava muito de pessoas competentes, por isso o respeitava.
— Senhor?
de uma carga peixes, que gerou a perda da mercadoria, ainda tinha uma
infinidade de outros contratempos para resolver.
Não podia negar que muitas vezes adorava o trabalho frenético, mas
os e-mails que tinha que responder e a atenção que tinha que dar para a
resolução de problemas, nesse momento que vivia, não me apetecia, não
quando a essa hora, eu poderia estar na cama com a minha mulher,
acariciando os seus cabelos, deixando beijos pelo seu corpo, ouvindo a sua
risada e tocando a sua barriga, torcendo para sentir o primeiro chute do meu
bebê, mas não, tudo o que eu tinha eram essas porras para resolver, que me
obrigariam a ficar no escritório até tarde.
Merda! Talvez eu devesse ouvir o meu pai e…
Antes que eu pudesse completar o pensamento, o meu ramal que faz a
não é?
Fiquei ainda mais nervoso quando, sem cerimônia, meu pai girou a
maçaneta e abriu a porta, deixando uma Agatha chorosa, fungando, passar
primeiro. Kaius tinha uma expressão severa na face, uma que indicava que
ele não estava no melhor dos humores.
— O que aconteceu? — perguntei, me erguendo de um salto, sem
áspera. Ao fitar os seus olhos, vi aquele olhar amargo que nunca imaginei
ser direcionado a mim.
Engoli em seco, e como um garoto assustado, eu desviei o olhar em
— Como você pôde fazer isso? — meu pai continuou naquele tom,
mas, que se tornou mais fraco à medida que falava. — Eu te criei para ser
um homem, filho, não um covarde… um mentiroso.
— Entendo.
— Só irá dizer isso em sua defesa? — Meu pai bateu o punho na
mesa com força. — É menos homem do que eu imaginava…
— O que você quer que eu diga, pai? — falei. — Eu me sentia
pressionado a me casar e eu acabei soltando a mentira de que eu estava me
envolvendo com Isis. Vocês não foram nada sutis em me levar ao limite.
do que aquilo.
— Sei que errei, não apenas por te pressionar a algo que você não
queria, mas também por te levar a mentir e fazer com que Isis mentisse
Levou as duas mãos ao rosto e chorou ainda mais, sentindo dor pela
mulher que agora considerava como filha. Meu pai envolveu os ombros
estreitos da minha mãe, que apoiou a cabeça contra ele, e Kaius deixou
vários beijinhos no topo da cabeça dela.
— Isis nunca esteve sozinha, mãe, sempre estive ao lado dela —
bastante doloroso.
Porra! Eu amava o meu pai, mas eu pagaria pelo meu erro, ou melhor,
pelo acerto, considerando que minhas mentiras me deram Isis e um filho.
Ainda assim, seria doloroso não poder mais conversar com ele e ver jogos
do Panathinaikos nos domingos, mas eu merecia essa punição.
— Sim — concordei outra vez —, deveria…
— O que você disse? — Senti meu sangue congelar nas veias e meu
corpo ficar instantaneamente rígido.
— Ela pediu para cancelar todos os preparativos do casamento — me
Eu não queria acreditar nos meus ouvidos. Não! Isis não podia estar
colocando um fim no nosso relacionamento.
— Mesmo que vocês não estejam mais juntos e que você não seja o
pai, Philippos será o meu neto e nada mudará isso… — Minha mãe
continuou a falar, mas eu não processava suas palavras.
— Não, nada mudará. Philippos será um Mavridis. Ele pode não levar
o meu sobrenome, mas ele será o meu neto e sempre considerarei Isis como
— Não, não estou bem... — Minha voz saiu rasgada. Meu coração
parecia se partir ao meio.
Colocando os cotovelos sobre a mesa, apoiei a minha cabeça nas
minhas mãos.
Caralho! Não me recordava se alguma vez senti tanta angústia, tanta
dor.
sempre? A perspectiva era tão amarga, e, como se fosse possível, senti mais
dor.
— Não está feliz por estar solteiro? Afinal, você não precisa mais se
casar — continuou ele.
— Droga, pai! — Uma sobrancelha dele se ergueu. Talvez eu tivesse
falado alto demais com ele, fodendo mais a minha situação, mas não era
mais um garotinho. — Sabe que estou sofrendo, eu…
pronunciei. Não estava apenas apaixonado, paixão era uma palavra fraca
para descrever o que sentia por ela e por Philippos.
— Eu amo a Isis e o meu bebê — continuei. — E eu preciso dos dois
muito menos porque ela não conversou com você ainda, mas se disser a ela
como se sente, talvez você tenha uma chance… — completou.
— Eu… — A esperança pareceu crescer dentro de mim, ao mesmo
tempo que, pela primeira vez, eu senti medo. Tinha medo que a mulher que
eu amo me rechaçasse.
—, mas não me decepcione outra vez não sendo o homem que eu te criei
para ser. Não seja um covarde, não deixe de lutar para ter a sua família,
Aquiles, com medo de um não que pode nem vir a acontecer — disse, com
voz firme. Deu vários tapinhas em mim e fitou-me com um semblante sério.
— Sim…
sempre.
Não precisei de nenhum outro incentivo. Pegando a minha carteira na
gaveta da mesa e a colocando no bolso da calça, levantei-me. O abracei e
Foda-se o dinheiro, foda-se tudo o que não fosse Isis e o meu bebê.
Enquanto o elevador descia, senti meu coração bater acelerado,
minhas palmas suarem com o nervosismo, por isso decidi não ir com meu
Me encolhi em posição fetal, ignorando a pontada nas costas,
sentindo o meu peito doer como nunca antes e as lágrimas deslizarem pela
minha bochecha, incontrolavelmente. Sabia que contar a verdade para
Agatha seria difícil, mas machucou muito mais ter a compreensão dela, ao
vê-la chorar por mim ao escutar minha história. Ouvi-la dizer que,
independentemente das mentiras que contei, que estaria ao meu lado, que
laços de sangue não importavam para ela e que Philippos seria para sempre
o seu netinho do coração, insistindo que eu não tivesse dúvidas, que tanto
ela quanto Kaius iriam querer participar da vidinha dele, me emocionou por
demais.
Eu não tinha direito de receber tamanha generosidade dos dois, sabia
que não era digna, mas meu bebê merecia tê-los em sua vida. Ao mesmo
tempo que o meu coração sangrava por ter brincado com os sentimentos
deles, eu sentia mais carinho por eles, melhor, amor. Agatha e Kaius eram
Aquiles…
Pensar no grego fez com que eu chorasse ainda mais, e eu senti como
se houvesse um ácido no meu estômago, que subia por todo o meu esôfago
a mentira, e também colocar um fim na nossa relação, mas era uma covarde
que não estava pronta para ficar sem os beijos dele, sem o seu abraço, sem o
Suspirei dolorosamente.
— E quando ele encontrar outra pessoa?
O pensamento foi como uma facada no peito, que roubou
momentaneamente o meu ar.
minha mente. Mesmo que não devesse, já odiava todas elas. — Tola.
— Não acredito que Agatha largou tudo só para vir me consolar, mas
ajudando.
Deus! Como eu não queria que o fim chegasse, mas o destino parecia
Ele não falou mais nada, então forcei-me a caminhar até a porta. Dava
passos vacilantes, me sentia como se estivesse indo para o cadafalso. Mal
abri a porta e os braços do grego me envolveram, me abraçando com força.
molhado com as duas mãos, me puxou para um beijo cheio de urgência. Sua
língua movia-se contra a minha desesperadamente, seus lábios exigentes.
Deixei-me levar por aquele último beijo como se fosse morrer sem ele,
ainda que o gosto de Aquiles fosse agridoce. Minhas mãos passaram a tocá-
lo, memorizando a sua musculatura.
assim, agápi.
Mais dor.
— Não podia mais viver uma mentira, Aquiles — falei baixinho. —
Deixou vários beijinhos no meu rosto e eu quis rir da sua fala, era
tudo, menos corajosa.
que me deixaram mal por ele. Odiava ver o homem que amava sofrendo,
mesmo que não compreendesse por que Aquiles parecia tão infeliz.
— Não precisamos mais viver uma mentira, Isis — seu tom era
— Eu te amo, Isis. Eu te amo e acho que sempre te amei, mas era tolo
demais para admitir, para aceitar. — Acariciou a minha face e meu coração
pareceu bater em uma sintonia diferente da causada pela dor. — Eu tentava
convencer a mim mesmo que era uma obsessão, apenas desejo, mas nunca
foi apenas isso. Há tantas coisas que admiro em você, tantas que quero em
você, tantas que desejo compartilhar com você, agápi. O meu maior anseio
é compartilhar todos os malditos segundos da minha vida com você.
beijo no queixo barbeado. — Eu te amo como o amigo que você sempre foi
para mim, te amo como o meu amante, e amo ainda mais pelo homem que
você é.
Ele riu, parecendo eufórico.
— Isso é um sim? — Olhou-me, expectante. — Você aceita ser a
minha esposa, minha mulher de verdade, Isis? Você quer passar toda a sua
vida ao lado de um homem idiota que demorou demais para enxergar os
próprios sentimentos? Que precisou de uma mãe enchendo o saco para que
ele se casasse, que necessitou fingir um noivado e um casamento de mentira
para enxergar o que sentia? Que quase perdeu a mulher que ama pela
própria burrice?
Eu quis dizer que sim mil vezes. Na verdade, embriagada pelas
sensações de descobrir que eu era amada por Aquiles, o sim estava na ponta
da minha língua, porém contive-me a tempo. Não era justo aceitar, não sem
Sabia que não havia uma maneira fácil de contar, e que ele não
gostaria.
— Benedict esteve aqui hoje — comecei.
— Mesmo? E o que ele queria? — O tom dele soou frio, mas sabia
que sua raiva não era direcionada a mim, mas àquele canalha. Semicerrou
os olhos, fazendo cara de poucos amigos, antes de começar a andar pelo
hall comum dos apartamentos. Até então, nem tinha percebido que estava
— Gamó! — Não precisava saber grego para entender que ele falava
um monte de palavrões.
Aquiles espumava de raiva, ao andar de um lado para o outro. Evitei
— Era melhor ela saber por mim do que pela mídia. Seria ainda mais
humilhante seus pais descobrirem por meio de um site de fofocas que o tão
Não disse nada, apenas voltou a andar. Depois de uns segundos, parou
pode fazer escândalo e dizer o que quiser, nada irá apagar o amor que sinto
por essa criança, agápi. Ele pode não ter o mesmo sangue que o meu, mas
eu sou e sempre serei o pai dele. Serei eu quem levantará de madrugada
quem irá levá-lo para escola quando ficar mais velho, será eu que darei
Envolvi o pescoço dele com mais força, tentando me colar mais a ele,
e ele segurou a minha cintura.
a sua testa na minha. — Fiquei apavorado perante a ideia de não ter mais
vocês dois ao meu lado, de não ter a minha família.
esposa? Eu prometo te amar até que minha pele fique enrugada, minhas
de algo: — A gente não começou essa mentira por conta disso? Digo, por
causa da reputação da empresa da sua mãe?
— Não, e tenho certeza de que meus pais não dão a mínima para os
— Seu pai…?
— Você o conhece, ele não vai querer se indispor com a minha mãe.
— Sorriu, sem vergonha.
— Fato!
— Temos que ligar para a sua mãe para não cancelar o casamento.
— Duvido muito que ela tenha cancelado algo, agápi, sabe como ela
Voltamos a rir.
biquinho.
— Massagem?
Emitiu uma risada rouca, que fez o meu corpo todo estremecer, e eu
não precisei de mais nada para dar a mão para ele e puxá-lo em direção ao
meu quarto.
Eu estava mais do que ansiosa para ter o meu corpo beijado pelo meu
homem, porque eu sabia que Aquiles não iria resistir, e muito menos eu.
Capítulo trinta e um
— Vamos ver um filme, agápi mou, no noticiário e nesses programas
alcançou os meus joelhos, sorrindo por saber que há muito tempo ele já me
chamava de amor.
— Sabe que de vez em quando gosto de ver tv.
falando com uma criança teimosa —, mas você vem se estressando sem
necessidade.
Franzi o cenho e emiti um som de desagrado, que se tornou um
— Deixe esse cara para lá, ángélos — pediu —, ele não pode nos
atingir. Esse babaca é um verme que só quer um minuto de fama.
— É…
Fazia três dias que Benedict havia dado uma primeira entrevista a um
programa sensacionalista falando da paternidade do meu bebê, o que gerou
cada vez mais absurdas dele, que fazia o papel de vítima. Até mesmo alegar
era um grande absurdo, ainda mais que várias foram as vezes que insisti na
presença dele.
Mavridis, ainda mais quando ele for processado em milhões por calúnia e
agitado ao toque dele. Poderia ser um pensamento idiota o meu, mas era
— Mesmo?
Acabei retribuindo o sorriso e, sem saber se conseguiria sentir meu
de Aquiles e o beijar.
Um calor gostoso surgiu no meu corpo quando, moldando nossas
bocas suavemente, a língua dele invadiu a minha boca e tornou o beijo mais
profundo.
Sua mão alcançou meu mamilo e seus dedos roçaram na curva do
meu peito. Gemi contra os seus lábios quando Aquiles estimulou o bico do
meu seio, deixando-o duro e dolorido.
— Por que não foca no fato de que em alguns dias você será a minha
mulher? — Seu tom era provocante ao mudar de estratégia.
queixo.
— Isis… — Semicerrou os olhos.
toa — ronronou.
— Posso removê-la…
— Seu homem precisa de um descanso, nóstimo…
— Não parece.
— Théos, mulher…
Não respondi.
— Agápi…
Gargalhei estridentemente.
encarar o grego.
com você.
— Programação infantil fará parte da minha vida, então acostume-se
dinheiro para comprar uma casa nem se eu desse meu apartamento como
entrada e financiasse o restante em várias prestações.
— Moussaka?
— Me deu vontade de comer um bom pedaço de moussaka…
— Hm.
— Baklava também…
Senti a minha boca salivar ao pensar na massa folhada recheada de
nozes e canela.
— Uhum…
— Seu desejo é uma ordem, ángélos — adotou um tom brincalhão e
—, nunca vou cansar de ouvir você dizendo que me ama, da mesma forma
— Não precisa ficar nervosa, filha, vocês já são casados aos olhos de
Deus — minha sogra falou num tom de voz mais alto, tentando vencer o
som das buzinas dos carros que faziam parte do cortejo até a igreja em
grego forte —, muitas pessoas se casam várias vezes. Minha tia materna,
por exemplo,…
— Menina! — minha sogra gritou com ela, interrompendo-a. — Não
fale assim!
— Só estou tentando ajudar, tia… — Deu de ombros e nós duas
vermelha com alguns objetos de prata que ela me apresentava, mas eu não
sobre a minha barriga —, você está uma noiva linda, filha. Meu filho vai
remela nos olhos, com a cara amassada, com os pés inchados, que para
Aquiles, eu sempre seria desejável.
isso…
que as duas falavam. Olhei pela janela, percebendo que já estávamos quase
chegando à Catedral, que teve que ser reconstruída, já que ela tinha sido
destruída pelos ataques de 11 de setembro.
estacionou. Não respondi, pois sabia que era uma provocação, já que,
Ainda que a saia do meu vestido não fosse muito volumosa, um dos
tios do Aquiles, Dante, me ajudou a sair do veículo e deixou um beijo em
cada uma das minhas bochechas.
déssemos nossas mãos. Ele repetiu uma espécie de bênção três vezes, que
não compreendi nenhuma palavra, e, em seguida, nos orientou a segui-lo
línguas pelos cinco padres. Não prestei atenção nos ritos litúrgicos, só
estava consciente do homem ao meu lado, no calor da sua palma contra a
minha, da felicidade daquele momento em que eu me tornava cada vez mais
nos meus lábios. Não contive uma risadinha antes de me virar novamente
para o sacerdote.
você é minha. Essa fita representa que estamos unidos, para sempre, de
corpo e alma — sussurrou contra a minha orelha, e eu tive que me conter
marido.
Pisei no pé de Aquiles, e ele emitiu um som abafado.
convidados ouvissem.
A risada deles ecoou por todo o ambiente. Eu e o amor da minha vida
quando dei por mim, estávamos sendo conduzidos pelos sacerdotes para dar
três voltas em sentido anti-horário no altar. Quando completamos a última,
paramos de frente ao religioso, que fez a benção final, sendo seguido pelos
fosse um homem faminto. E ele era, fazia mais de doze horas que nós não
fôlego. A única coisa que me fez parar foi o fato de ele agarrar a minha
beijo, dessa vez, muito mais suave e contido, mas que foi capaz de
frases bonitas para me declarar, mas acho que essas três palavras são fortes
mostrar com gestos cada uma dessas palavras no nosso para sempre.
Voltou a me beijar, selando o nosso futuro, que seria repleto de amor.
Pam, que não quis ser a minha madrinha por achar que ela destoaria
das pessoas chiques, o que era uma besteira, se aproximou e me deu um
abraço apertado, e eu fui às lágrimas novamente. Ela era uma das poucas
pessoas que convidei, já que não fazia questão de ter meus parentes ao meu
lado.
Sob uma chuva de arroz, de gritos e música animada, quase uma hora
— Tem um pouco de arroz aqui, agápi… — Aquiles murmurou
chão do carro.
— Está infestada!
meus movimentos.
— Aquiles! — sussurrei o nome dele, sabendo que deveria estar
— Fica linda de qualquer jeito, Isis, mas muito mais após ser bem-
amada por mim — segurou-me pelo queixo e me deu um sorriso lascivo.
Segurei nos ombros dele quando o carro deu uma freada, que mesmo
não sendo tão brusca, me pegou de surpresa, pois tudo em mim se derretia
com o beijo do meu marido. Seu braço me enlaçou com força, dando-me
firmeza, ao passo que a sua boca se tornou mais exigente. Eu me abri para
um caminho de beijos e lambidas pela minha pele; não pude negar que
cabeça para trás, apreciando os arrepios provocados pelo calor dos seus
lábios contra o friozinho do ar-condicionado.
meu mamilo.
O som do mundo à minha volta ecoou nos meus ouvidos. Como fui
— Estamos no carro!
— Que que tem?
— O motorista… — sussurrei, envergonhada ao pensar que tínhamos
para mim essa comemoração. Eu não posso chegar mais amassada do que já
estou. — Meu tom era ofegante
minha cabeça.
Fiquei vermelha.
— Veja só o que você fez com ela! — Agatha se virou para o filho e
também tinha sido uma participante ativa para estar nesse estado desastroso.
— Esses Mavridis… — minha sogra emitiu um som indignado,
fazendo não apenas com que Aquiles risse, mas Kaius também.
mas logo foi retirado do local pelos seguranças. A cara irritada da minha
sogra me fez prever que o homem iria pagar caro pela audácia. Percorremos
os cômodos que já conhecia muito bem, e percebi que eles estavam todos
suave, indo até mim para dar uns tapinhas na minha mão.
— Esse eu poderia ter evitado…
meu vestido, não houve nada que eu pudesse fazer a não ser aceitar que
ficaria amarrotada. Aproveitamos e paramos para tirar mais fotos.
gramado, o som de uma linda música infiltrou-se nos meus ouvidos. Sorri,
abobada. Coloquei a mão na boca, surpresa, sem acreditar naquilo que os
espalhados por todo o teto. A luz amarela que incidia sobre os cristais os
faziam parecer pequenas estrelas cintilando sob o céu, que, por falar nisso,
se tornava cada vez mais escuro com o chegar da noite. Todo o espaço
estava decorado com arranjos de bronze com uma profusão de rosas brancas
uma festa, ela, hoje, dava provas do quanto estavam enganados. Cada
detalhe parecia surreal, até mesmo as mesas redondas forradas com uma
parte.
no seu tom.
Virei-me para ela, olhando-a atônita.
— Me adula, querida.
A risada estridente de Agatha chamou a atenção de todos e eu acabei
sorrindo. No fundo, ela sabia que tinha feito a maior festa do ano. Ela
acariciaram.
— Vocês demoraram demais, estava quando indo atrás das duas! —
canto dos meus lábios apenas para, com um olhar malicioso, lamber-me ali,
Não podia negar que estava adorando cada segundo daquela animação
corpo pela gravidez não pareciam me afetar ainda, mas sabia que, mais
tarde, cobraria o seu preço.
apareceu com umas notas de dinheiro coladas uma na outra, que esperava
de coração que fossem falsas, formando uma espécie de colar, e colocou em
nós.
— É para atrair prosperidade durante a nossa primeira dança, e
também exibir nossos presentes — meu marido sussurrou, deixando um
típico de uma canção folclórica, tocada pela banda grega, ecoou nos meus
ouvidos.
— Relaxe, ángélos — disse olhando-me nos olhos. Aquiles me deu a
bufares dele.
Comecei a me mover, tentando acompanhar os movimentos de
Aquiles, que realmente pareciam não ser tão coordenados.
— Só sinta!
Pegando-me desprevenida, girou-me desajeitadamente, fazendo a saia
do meu vestido rodar, até que eu parasse em seus braços, arfando. Apoiei
rapidamente minhas mãos no peitoral firme. O sorriso dele para mim fez
com que eu acabasse soltando uma gargalhada e colocasse toda a minha
boca ficou seca, clamando por água, mas não se passou nem meia hora, e eu
já estava me movendo nos braços do meu amado outra vez.
Capítulo trinta e quatro
Acordei com o estardalhaço feito por um pelicano branco e com o
dormir na beirada da cama, quase caindo dela. Quando não senti o calor da
pele macia, muito menos escutei o resmungo sonolento por odiar ser
acordada, encarei o vazio e bufei.
Poderia ser uma reação patética da minha parte, até mesmo ridícula,
já que nem sempre estaríamos juntos, mas a minha mulher sabia que
gostava de ser ela a primeira coisa que eu via ao despertar. Voltei a
praguejar.
Passando a mão no meu queixo, sentindo a minha barba, que voltava
imersa na vista do Mar Egeu. Eu não dava a mínima para a paisagem, toda a
minha atenção estava na calcinha pequena, que não cobria nada da bunda
dela e a deixava sexy pra caralho, e na rendinha de uma cinta-liga que
Eu babava por ela, e a cada segundo que passava comendo Isis com
os olhos, eu ficava mais duro.
coisas, já que preferia que ela estivesse toda nua, mas talvez devesse rever
cobria.
esposa.
— Perfeita…
tom provocante.
Infelizmente, tivemos que adiar a nossa viagem por dois dias, já que,
depois de dançar bastante durante a festa, minha esposa acabou um pouco
estivesse para ela conhecer minha villa, nunca a faria viajar se não estivesse
completamente bem.
movimento dos seus quadris enquanto levava a mão ao meu pênis e dava
algumas bombeadas, querendo um pouco de alívio para a minha rigidez.
Ela subiu no colchão e veio para cima de mim, me dando uma visão
privilegiada dos seus seios. Deixei um beijo na pele exposta e ela pegou o
De alguma forma, meu corpo e minha mente intuíram o que ela iria
fazer, tanto que não ofereci resistência, pelo contrário, tudo em mim ficou
prazer que atiçou o meu lado selvagem que desejava mais do que tudo
beijá-la, tocá-la e fazer amor com ela. Tentei me erguer, porém as algemas
uma posição tão vulnerável, e eu não sabia se gostava ou não. Por um lado,
tinha a adrenalina da situação e a antecipação do que poderia acontecer, por
ainda mais tensos, e novamente mexi minha pelve, querendo suas paredes
úmidas me comprimindo.
que tinha, sua língua enroscando na minha com urgência, dando-me o que
queria.
combustão.
— Caralho, Isis!
pulsar contra a sua mão, ficando mais dura. Gemendo, passei a erguer e
descer meus quadris, pedindo com o meu corpo que ela aumentasse o ritmo
e a fricção das suas carícias. Por um momento, continuou com a cadência
lenta, que me era uma espécie de tortura que só me colocava mais aflito. E
— Caralho!
Estremeci ao sentir a língua dela substituir seus dedos e Isis brincar
meu líquido foi como atear fogo nas minhas veias. Sentia-me cada vez mais
Mantendo meus quadris suspensos, rocei meu pau nos lábios dela e,
costas do colchão. Arqueei a minha pelve contra a sua boca quando ela
seguir.
Meu peito parecia prestes a explodir, cada respirar queimava os meus
pulmões.
quadris, tentando adotar o meu próprio ritmo, embora fosse difícil sem
sabendo que eu estava por um fio, passou a sugar-me com mais intensidade,
alternando com lambidas, enquanto sua mão voltou a rodear meu pênis.
Aplicando mais pressão, o que fez com que mais líquido saísse pela
minha ponta, seus dedos passaram a subir e descer pela minha extensão.
Nossos gemidos se tornaram mais altos, acompanhando o estalar do meu
que pôde e, segurando-o pela base, começou a subir e descer, até que, não
tomou todo meu gozo, sem cuspir, e caí na cama, todo molhado de suor,
Como uma gatinha, ela subiu pelo meu corpo, friccionando sua
vagina no meu pau, emitindo um som ofegante de prazer. Deitou-se sobre
o meu pau.
Os olhos azuis dela brilharam.
— Não sei…
Fez uma cara inocente e voltou a rir quando minha expressão se
— Gamó! — grunhi.
— Muito sexy — falou, voltando a se inclinar para beijar o meu
pescoço.
— Isis…
— E me dá várias ideias…
ela se oferecia para mim. Com a mão liberta, aproveitei para tocar a pele
sedosa dela, deixando vários beijinhos nela, roubando a sua concentração.
cintura dela e, tomando cuidado com Philippos, tombei seu corpo contra o
meu, fazendo os olhos azuis dela se arregalaram de surpresa.
Enterrando meus dedos nos fios úmidos pelo suor, antes que Isis
que tinha feito comigo, deixando selinhos que só a excitariam ainda mais.
Acariciando seu couro cabeludo, até mesmo dando puxões e
Diminuí a intensidade do beijo, bem como das carícias que fazia nos
seus cabelos, e senti as unhas dela ficando na minha pele, sua boca tentando
acelerar nosso ritmo, porém não deixei.
— Malvado!
Ri, então, provocando-me, esfregou-se em mim e eu mordisquei o
queixo dela, deixando uma trilha de beijinhos pelo seu rosto enquanto subia
um voyeur do desejo dela, mas ela não parecia concordar comigo, pois
levou a minha mão ao seu peito, me fazendo participar da sua busca cega
pelo ápice, algo que nunca poderia negar.
Sua pele ficava cada vez mais suada, a cinta-liga na sua coxa
escorregando a cada movimento, seus cabelos ficando emaranhados. Os
olhos azuis, que nem por um momento deixaram de me fitar, pareciam
carne entre seus dedos, fazendo a minha boca salivar, ao mesmo tempo que
sangue se acumulava na minha ereção.
Théos! A cada segundo ela me surpreendia e, outra vez, Isis roubava
o meu controle.
Quis mais do que nunca a fazer gozar apenas com a fricção dos
nossos corpos. Segurando-a mais firme, sentindo que minha esposa ficava
mole em cima de mim, adotei um ritmo insano, fazendo com que o sexo
dela deslizasse contra a minha ereção.
deixando-a mais tensa com o atrito no meu pênis. Para minha surpresa, com
uma pressão mais suave, minha mulher estremeceu, deixando-se de se tocar,
e alcançou o clímax.
Não contendo mais o meu desejo por afundar-me nela, encaixei meu
pau na sua fenda e penetrei-a com um impulso. Um grunhido selvagem
escapou pelos meus lábios ao sentir a lubrificação dela e todos os músculos
— Caralho, mulher!
— Hm!
Segurei-a pelas nádegas enquanto aquela deusa rebolava no meu pau,
continuamos a nos mover. Como conseguimos, eu não sabia dizer, mas logo
nossas bocas estavam coladas, nossas línguas se provando e provocando,
tão urgentes quanto nossos corpos suados e ofegantes.
Aquele beijo, em meio a fusão dos nossos corpos, parecia ser tudo o
que precisávamos, para que, com mais uma penetração, chegássemos juntos
no ápice do prazer.
Capítulo trinta e cinco
Suspirei, me movendo contra a espreguiçadeira, ao contemplar a vista
da villa grega do meu esposo. A piscina de borda infinita parecia fluir para
as águas cristalinas do mar Egeu que, exageradamente, meu marido falava
que era da cor dos meus olhos, o que estava muito longe de ser verdade,
ainda mais uma semana pela frente, mas, para mim, aqueles dez dias seriam
imaginava.
Era impossível não ficar suspirando quando eu e Aquiles
soube que na ilha havia um bairro cheio de casinhas do século XVIII, que, à
noite hospedados lá, mas temia que ele achasse que eu não gostava da
pelo amor que sentia por Philippos, que começou a chutar freneticamente
dentro de mim.
incomodavam.
que batia sobre a minha pele, ouvindo os barulhos das ondas batendo nas
ventre.
O som de passos me tirou daquele transe e eu fitei o meu marido, que
caminhava até mim, com aquele sorriso safado e olhar faminto, carregando
uma bandeja.
Senti minha boca salivar, e não era pelo homem gostoso, mas, sim,
que ele trazia. Esperava que ele não tenha esquecido de comprar o de
homem, franzindo o cenho ao ver que a única coisa que cobria seu corpo
era uma sunga preta que marcava bem seu pau. — Espero de verdade que
— Assim como?
Arqueei a sobrancelha para ele, vendo seu pênis endurecer sob o meu
olhar.
— Vestido assim. — Apontei para a peça, sentindo uma pontada de
ciúmes infantil.
— Algum problema? — perguntou em um tom neutro.
pequeno, e não precisava olhar para o seu rosto para saber que ele encarava
cada centímetro de pele, meus pelos se arrepiando, inconscientemente, eram
prova disso.
— Claro que não. — Seu tom baixo e perigoso fez com que eu
voltasse a encarar o seu rosto.
comer determinada coisa. Aquiles tinha satisfeito cada uma delas, menos
dessa vez.
— Não fique chateada, agápi, experimente esse — deixou um beijo
minha boca.
O olhar malicioso provocou-me vários calafrios. O desejo entre nós
dois pulsava e parecia não ter um fim.
como uma criança. Ele pegou a minha mão e deixou um beijo no dorso.
— Tenho uma ideia, agápi…
— Mesmo? — Não escondi a minha esperança.
Fez que sim com a cabeça, dando-me um sorriso arrogante, de quem
tinha a autoconfiança nas alturas.
— Eles têm várias franquias espalhadas por Atenas, tenho certeza que
ainda mais.
— Eu…
— E o que você planeja fazer? — Ergui meu rosto para encarar a face
dele, encontrando apenas lascívia.
— Nadar, é claro.
o meu corpo, meus lábios e minha alma com os seus beijos, com os olhares
quentes e fome. Enquanto seu pau deslizava para dentro de mim, a agitação
da água oferecendo um estímulo a mais, acabei esquecendo-me da minha
— Tome, filho, uma dose vai te fazer bem — meu pai falou, parando
de whisky.
retrucou no mesmo volume que eu, emitindo uma risada que fez com que
eu fechasse a cara.
Não ajudou em nada para aplacar minha irritação Agatha falar o
olhar.
Ignorando-o, caminhei com passos pesados até onde Isis estava
desespero, fazia umas duas horas que ela tinha começado a sentir as
contrações. Por mim, já estaríamos na maternidade, mas tanto ela quanto a
minha mãe temiam que fossem contrações falsas, como tinha acontecido
anteontem, e aguardavam para saber se ficariam mais frequentes, indicando
— Você está bem? — Toquei o rosto dela, que estava bastante sereno,
enquanto a outra mão deslizava carinhosamente pelo seu abdômen.
Mesmo que fosse a quinta vez que eu perguntava isso, precisava ter
certeza.
falou em um tom suave, mas que não escondia sua advertência. Desprezei o
comentário.
mão.
O gesto me dava um pouco de conforto, mas nem tanto.
Minutos se passaram, até que ela fez uma careta de dor, que atingiu a
porque, para o desgosto da minha mãe, eu tinha voltado a andar pela sala
eufórico do meu pai, virei meu corpo em direção a Isis, vendo a calça dela
molhada.
de dor.
— Não vá desmaiar, filho — meu pai ordenou, dando tapinhas nos
meus ombros, o que me tirou do transe. — Vá ajudar sua esposa.
dores, minha mulher não precisou tanto de mim. Sem dúvidas, quando eu
estivesse mais calmo, eu me acharia um grande palerma por ter me
minha mão com força, porém sabia que era muito pouco. Tudo o que mais
queria era tomar o sofrimento e incômodo dela para mim.
lado para o outro para iniciar o parto, eu poderia muito bem ter uma
síncope.
para tocá-lo...
— Beijá-lo… — completei.
— Sim! — Abriu um sorriso sonhador, e eu estremeci com a
contorceu um pouco, eu tomei a sua dor para mim. Era como se fosse eu
sendo rasgado ao meio, não a minha esposa. Usei todas as minhas forças
sua dor.
— Está vindo, mamãe — a obstetra falou, e eu vi uma onda de alívio
percorrer as suas feições enquanto eu ficava mais trêmulo.
que se passava comigo, e isso que nem havia olhado para o seu rostinho
— Falta pouco, meu amor. — Levei a mão dela aos lábios quando ela
inspirou e expirou fundo outra vez, voltando a focar na mulher que amava.
escutar o coração dele batendo no ultrassom foi algo mágico, aquele som
que representava o início de uma vida, a vida de um serzinho tão amado por
e o comprimento.
— Por favor!
na sua testinha, e eu soube que eternizaria essa imagem dos dois para
cabecinha, a expressão franzida pelo choro e ainda sujo dos líquidos, ele era
realmente lindo, muito lindo. E eu poderia cair de joelhos perante a ele. O
gios mou[28]!
— Tão lindo quanto a mãe — sussurrei.
insegura, e eu não gostei muito do temor dela com relação a isso. Deixou
outro beijo na testa de Philippos.
homem, um completo.
primeira mamada, o que seria bom para ambos. Tentei prestar atenção nas
esposa, bem como o sorriso bobo dela, levou-me às lágrimas outra vez.
Querendo fazer parte daquele momento poderoso, deixei um beijo na
— Eu…
— Aquiles?
— Sim… — meu tom soou embargado.
mais.
Capítulo trinta e sete
— A água está boa, Kaius? — questionei meu marido que, enquanto
— Está perfeita!
— Ok.
Me senti um pouco sem graça, principalmente quando, depois de
deitar meu neto no suporte, com o canto do olho, vi que ele tinha pegado até
mesmo cotonete.
Comecei a remover a roupinha do Philippos. Estava bastante
empolgada em poder dar meu primeiro banho nele, e talvez estivesse sendo
exagerada com o meu zelo. Essa tarefa poderia parecer pouco significativa,
mas, para mim, era bastante especial já que através dela eu me conectava
ainda mais com o meu neto. Meu amor por ele se tornava ainda mais forte a
cada dia.
Mesmo que minha nora ainda estivesse se recuperando do puerpério e
eu não deixava ninguém chegar perto, então sabia que ela nos dar essa
sempre à beira das lágrimas com a emoção, fora que também tinha um quê
Virei-me para meu marido e pisquei para ele, que riu baixinho e
deixou um beijo estalado na minha bochecha.
anos, mas eu tinha certeza de que ainda continuaria amando aquele homem,
Ele poderia não ter o meu sangue, mas o menininho era um pedaço de
mim, e não havia nada no mundo que eu não faria por ele.
Assim que descobri que seria avó, soube que daria minha vida por
ele, e depois de tê-lo pegado no colo, dias atrás, tive ainda mais certeza
disso, da mesma forma que não tinha dúvidas que Kaius também faria o
mesmo.
Sem perder mais tempo com divagações, pegando Philippos no colo
como o pacotinho precioso que era, levei-o até a banheirinha, não contendo
um sorriso apaixonado ao ver as mãozinhas dele se mexendo.
Contive minha vontade de beijar os dedinhos e iniciei o banho pela
minha nora falou que poderia ocorrer, mesmo que o banho já fizesse parte
da rotina dele, mas ele apenas continuou a agitar as mãozinhas.
meu marido.
— Espero que eles nos deem uma casa cheia de netos — murmurei,
limpando suavemente as dobrinhas dele.
— Algo me diz que sim, ainda mais quando os dois estão
meu neto.
Com o canto do olho, o vi dar de ombros.
— Não menti em nenhum momento, agápi mou, seu plano foi de
gênio, mas não é novidade nenhuma para mim, tudo em você é brilhante —
prosseguiu naquele tom de companheirismo.
— Muito!
Embora a festa tenha sido um sucesso, sendo comentada bastante por
todos, atraindo vários novos clientes pelo mundo para minha agência, e
o resto da vida.
— Embora o plano do nosso filho também tenha sido excelente —
falou.
— Demais… — balancei a cabeça em negativa —, mas eu fico feliz
que, no fim, ele acabou se apaixonando de verdade e ganhou uma família
linda…
Nem por um momento imaginei que Aquiles fosse fingir um noivado
agradasse mais.
— Eu mais… — Antes que pudesse completar a frase, nossa conversa
foi interrompida pelo choro baixinho do nosso netinho.
com ele.
Pouco tempo depois, seco, de fralda e roupinha limpa, entreguei meu
netinho para Isis, e eu e meu marido ficamos contemplando Philippos
— O tempo passa tão rápido... — minha sogra comentou ao ver
Aquiles e Kaius correndo atrás das crianças e dos cachorros, que brincavam
e gritavam no imenso gramado da villa deles em Corfu, que era tão bonita
havíamos comprado uma enorme mansão em Long Island, que ficava bem
próxima a casa dos vovôs corujas, que tentavam participar ativamente da
não foi fácil, mas, com o apoio e mentoria do meu marido, acabei me
dois anos.
Mesmo com as birras do grego e suas alfinetadas em Kaius, eu não
Philippos, para o deleite não apenas meu e de Aquiles, mas também do meu
busca de gêmeos na família, que, para decepção dela, havia aos montes.
amiga.
que tinha também uma pontada de esperança. — Quem sabe tentar até
Fez biquinho.
depois.
fitá-la. Provavelmente não gostaria muito do que Agatha falaria, já que ela e
esse homem como uma sombra na nossa felicidade, tínhamos que pensar só
na nossa família.
jardim.
— Vó, vó — o pequeno Lysandros começou a gritar por Agatha,
Philippos e Lysandros.
— E eu? Não vou ser convidada? — Fiz um bico enorme ao me
levantar.
— Sim, mamã. — Ícaro veio até mim e estendeu os bracinhos na
minha direção.
— Obrigada, meu amor — falei.
passaríamos juntos.
Agradecimentos
essa história, ou me pedir mais um capítulo, mas o amor que você sente por
mim me dá forças para continuar essa jornada. De algum lugar, sei que você
está torcendo por mim e comemorando cada uma das minhas pequenas
vitórias.
Amanda, irmã, não sei o que seria da minha vida sem você. As
palavras não conseguem definir o quanto te amo, o quanto eu sou grata por
você estar, dia após dia, me oferecendo consolo, me abraçando nas crises de
pânico, e também por ler o meu trabalho mesmo odiando esse tipo de
história. Você e minha mãe são os meus maiores amores.
Ana, Fadinha, que entrou na minha vida junto com o Pedro. Eu não
agradeço apenas o carinho enorme que você tem pelo meu trabalho, mas,
sim, o fato de você ser minha amiga. Sua amizade é a coisa mais importante
para mim. Sua torcida, seu carinho, seu abraço, são valiosos. Te amo,
amiga.
Nedja, Débora, Cristina, Ionara, Glei, Yslai, Ju, Leila, Thaty, Wilzanete,
Helenir, Helineh, Tatiane, Talita, Rosi, Eryka, Mari, Roseane, Elisângela,
Dri, Vânia, Thais A., Valéria, Jennifer, Ellen, Caroline C., Mônia, Athina,
Roseane, Nay, Rose, Adriana, Edi, Beeh, Sirleni, Kaká, Jéssica Luiza,
Vanessa, Paulinha, Fabi, Erika, Juhh, Thamy, Sueli, Lizzi, Cami, Kelly,
Naiane, Vera, Isis, Ariane, Naira, Fátima, Fernanda, Eugênia, Lara, Eliaci,
Danielle Viegas Martins pelo apoio, por ouvir meus desabafos e várias
Por fim, meu muito obrigada a você, leitora, que se interessou por
essa história, que gosta da minha escrita, que me manda mensagens nas
redes sociais, que vem bater um papo no direct. Vocês me motivam a trazer
mais mocinhos cadelas e apaixonados!
Leia também
Link ==> https://amzn.to/3JLKdlt
Sinopse:
teve uma relação conturbada com o seu avô, Leôncio Fontes, um homem de
coração ruim que plantava maldade onde pisava.
menino o amor pela terra, pelos animais e pelas pessoas, o garoto quase
cometeu uma besteira, mas é impedido pelo bondoso homem. Nesse mesmo
dia, o adolescente jurou, em meio a despedida, que faria de tudo pelo seu
pai de coração. O que o milionário não esperava era que essa promessa iria
ser cobrada, nove anos depois, por uma garota que fugiu com uma bebê que
não era dela e que precisava da sua proteção, muito menos que ao oferecer
Atenção: Livro independente com começo, meio e fim, sem gancho para outra história.
Sobre a autora
Mineira, se apaixonou por romances há alguns anos, quando
supermercado. Após aquela leitura, não parou mais de comprar livros e ler.
Encontrou no mundo da literatura um lugar de prazer e refúgio. E agora se
[1]
Meu amor
[2]
Meu filho.
[3]
Deus
[4]
Meu anjo.
[5]
Prato feito com berinjelas, tomates e carne de cordeiro dispostos em camada em um refratário,
cobertas com molho branco. A moussaka é conhecida como lasanha grega.
[6]
Meu anjo.
[7]
Meu filho.
[8]
Caralho.
[9]
Analogia a tragédia grega Medeia, em que, cega pela rejeição do pai dos seus filhos que queria
casar com outra mulher, mata os filhos que teve com ele para se vingar.
[10]
Maldito!
[11]
Expressão francesa para designar composição de cores e elementos variados. No caso, é um prato
assado em que as cores e cortes dos legumes, frutas, ou frutos do mar, combinam entre si,
construindo uma composição harmônica de visual e sabor.
[12]
Pai.
[13]
Mãe.
[14]
Estou completamente louco por você, meu anjo.
[15]
Vovô.
[16]
Neto amado.
[17]
Mãe.
[18]
Perfeita.
[19]
Caralho.
[20]
Inferno, mulher.
[21]
Minha deusa.
[22]
Cristo.
[23]
Gostosa.
[24]
Muito gostosa.
[25]
Que inferno
[26]
Gostosa.
[27]
Espécie de lasanha feita com beringela, carne de cordeiro e especiarias.
[28]
Meu filho.
[29]
Papai te ama.
[30]
Vovó.