Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ARQUITECTURA E PLANEAMENTO FÍSICO

História do Urbanismo I

Tema: Cidade de Micenas

DISCENTES:
Bemnica Alfredo
Fátima Levecha
Elisa Mandlate
Marco Dgedge

DOCENTE: Shabir Bhikha

Maputo, Março 2022


Introdução
Os micenas foram uma das grandes civilizações do período pre-homérico, uma das maiores e
mais ricas cidades dos micênicos. Este trabalho irá abordar acerca da cidade micênica, desde
o seu surgimento, arquitetura até a sua sitiuação atual. Com uma Arquitectura palacial e
“autoprotectora” a cidade de Micena ficou conhecida pela sua beleza e pelos traços
urbanísticos que possuía.
Enquadramento e localização
Micenas é uma cidade da Grécia, localizada cerca de 90 km a sudoeste de Atenas, no
nordeste do Peloponeso. Fica a 11 km para Sul da cidade de Argos e 48 km para Norte da
cidade de Corinto.

Surgimento dos micênicos


Os historiadores acreditam que os micênicos tenham se fixado na Península Balcânica (onde
fica a Grécia) por volta de 2000 a.C. Ainda assim, o período de 1600 a.C. e 1200 a.C. foi
estabelecido como o auge dos micênicos, foi a época em que exerceram a hegemonia
(supremacia, domínio) sobre a Grécia continental e as ilhas do Mar Egeu.

Os micênicos eram um povo indo-europeu que, assim como muitos outros, iniciou um
processo de migração e acabou estabelecendo-se na Europa (outros povos indo-europeus
estabeleceram-se no planalto iraniano e na Índia). A partir de registros arqueológicos, os
historiadores concluíram que os micênicos referiam-se a si mesmos como “aqueus”. O nome
“micênico” foi utilizado em referência à cidade de Micenas.

Cronologia

Sociedade
o reino micênico centralizava no palácio a vida social. Nesse sistema organizacional, que se
convencionou chamar de “palaciano”, o rei concentra e unifica em sua pessoa todos os
elementos de poder, todos os aspectos da soberania. Usando o título de wanaka , o rei estava
no topo da organização social.

Seu poder exercia-se em todas as esferas, era o chefe político, econômico, militar e, acima de
tudo, líder religioso. Esse último aspecto mostra-se extremamente forte. O rei tem grande
proximidade com as divindades: é de sua responsabilidade velar pelo cumprimento dos
rituais, pela realização das cerimônias em honra aos diversos deuses, determinar a realização
dos sacrifícios e as taxas das oferendas, entre outros

Como segundo na ordem hierárquica, aparece o lawagetas. É o líder do laos , geralmente


interpretado como chefe militar, mas isso não é totalmente certo. Apesar das dificuldades em
definir seu status nessa sociedade, a visão comumente aceita pelos estudiosos é a de que seria
o equivalente a um “general-chefe” (Chadwick, 1973, p.138). Por intermédio das tabuinhas é
possível saber que o lawagetas tinha outros funcionários dependendo dele diretamente
(Rodriguez Adrados, 1963, p.326). Possivelmente esse funcionário seria o eqeta. Assim como
ocorre com o lawagetas, também é difícil definir o status social do eqeta. O termo tem sido
traduzido pelos estudiosos como “seguidor” (Chadwick, 1973, p. 130) e interpretado como
referente a um oficial da corte real com funções militares (Hooker, 1997, p.14). Percebe-se
que são duas as figuras proeminentes da hierarquia social micênica: primeiro, o anax; em
seguida, o lawagetas (Hooker, 1997, p.12). Havia ainda funcionários locais chamados
basileis.

Religião
Templos e santuários são raros nos sítios arqueológicos micênicos. No entanto, o centro de
culto de Micenas parece ter sido desenvolvido posteriormente (século XIII a.C.). Pequenos
santuários foram identificados em outros territórios como em Asine, Berbati, Malthi e
Pilos, enquanto vários recintos sagrados foram localizados perto de Micenas. Os registros em
Linear B (linguagem característica da sociedade micênica) mencionam vários santuários
dedicados a uma variedade de divindades. Eles também indicam que houve várias
festividades religiosas, incluindo ofertas. Os registros nativos escritos mencionam vários
sacerdotes e sacerdotisas responsáveis por santuários e templos específicos e com papeis
relevantes nas festividades religiosas.
A religião micênica já possuía uma série de deuses que se tornaram parte fundamental da
religião da Grécia Antiga, como Poseidon.

Atividades económicas
O comércio em vastas áreas do Mediterrâneo era essencial para a economia da Grécia
micênica. Os palácios micênicos importaram matérias-primas, como metais, marfim e vidro,
e exportaram mercadorias e objetos processados feitos com esses materiais, além de produtos
locais: óleo, perfume, vinho, lã e cerâmica. O comércio da época não era conduzido apenas
por emissários palacianos, mas também por comerciantes independentes.

Com base em descobertas arqueológicas no Oriente Médio, em particular artefatos físicos,


referências textuais, inscrições e pinturas de parede, micênicos alcançaram forte interação
comercial e cultural com a maioria dos povos da Idade do Bronze que vivem nesta
região: cananeus, cassitas, mitanitas, assírios e egípcios.
O comércio com Troia também é bem atestado, enquanto as rotas comerciais micênicas se
expandiram ainda mais para o Bósforo e as margens do Mar Negro.
Arte em Micenas
A escultura foi uma modalidade pouco praticada. Destacam-se os relevos tumulares, cujos
temas eram cenas de caça e guerra, com as populares espirais interligadas; as esculturas em
pequena escala, em terracota pintada, como as "deusas do lar" nomeadamente phi e psi, assim
como as "deusas domésticas" (estatuetas femininas pintadas, de base cilíndrica, traços
estilizados e braços levantados, e pequenas figuras de animais com desenhos pintados) e
ainda as esculturas em grande escala associadas á arquitetura, é o caso da Porta dos Leões,
em Micenas, onde se vêm dois leões virados para uma coluna micénica, inseridos na muralha
defensiva na entrada da cidade.

Os micênicos faziam trabalhos em metal e outros materiais e a joalharia, que receberam


grande influência da arte minóica, no tratamento formal e na técnica; destacam-se os punhais
das espadas com incrustações, ornamentos para indumentária, diademas, broches, alfinetes,
colares e as famosas máscaras funerárias em ouro, que serviam para cobrir o rosto do
falecido.
A pintura micênica teve como principais temas a representação da vida animal como
golfinhos, pássaros, cobras, touros e principalmente felinos, como o leopardo e o leão e ainda
animais heráldicos, como grifos. Onde é regra aparecerem com as patas dianteiras e traseiras
esticadas, símbolo de movimento; cenas de caça, guerra, da vida quotidiana e procissões
rituais.

É comum também apareceram elementos da flora marítima e a espiral, elemento decorativo


muito usado, até na arquitetura; a tipologia mais usada na pintura, pela civilização micénica
foi a pintura mural a fresco, cujos temas eram cenas do quotidiano e descrições do mundo
natural; obras plenas de naturalismo, vivacidade e movimento.

Urbanismo
As casas dispunham-se de forma desorganizada com pequena distância umas das outras;
algumas tinham os mesmos detalhes arquitetônicos encontrados nos palácios: mégaro,
colunas de madeira, mais de um nível, pátio interno. Provavelmente este tipo de edificação
pertencia aos cidadãos mais ricos e influentes da sociedade micênica, assim como a aqueles
que tinham alguma função administrativa importante.

Arquitetura
A arquitetura micênica era caracteristicamente monumental e megalítica. As estruturas
palacianas da Grécia continental compartilham uma série de características comuns. O ponto
focal do aspecto sócio-político de um palácio micênico era o mégaro, a sala do trono. Estava
disposto ao redor de uma antessala circular cercada por quatro colunas. O trono era
geralmente encontrado do lado direito ao entrar na sala, enquanto o interior da sala era
ricamente decorada, exibindo imagens projetadas intencionalmente para demonstrar o poder
político e religioso do governante.
O acesso ao mégaro era provido através de um pátio, que era alcançado a partir de
um propileu. A iconografia das câmaras palaciais é notavelmente uniforme em toda a Grécia.
Por exemplo, em Pilos e Tirinto, as pinturas são focadas em motivos marinhos, fornecendo
representações de polvos, peixes e golfinhos. Ao redor da sala do trono, um grupo de pátios
se abriu em várias salas de diferentes dimensões, como armazéns e oficinas, além de salas de
recepção e salas de estar. Em geral, os palácios micênicos produziram uma grande variedade
de artefatos e afrescos fragmentários.

Características comuns adicionais são compartilhadas pelos palácios de Pilos, Micenas e


Tirinto; um grande pátio com colunatas fica bem em frente ao mégaro central, enquanto um
segundo, mas menor, também é encontrado dentro dessas estruturas. As escadas do palácio de
Pilos indicam que os palácios tinham dois andares. Os aposentos particulares dos membros da
família real estavam presumivelmente no segundo andar.

Eles também tinham o Tholos: túmulo em forma de colmeia (abóbada pontiaguda), maior e
mais bem preservado, comumente chamado de “Tesouro de Atreu” era onde enterravam os reis
depois de mostos. – câmara de alvenaria de pedra, com 14,6m de diâmetro e 13,4m de altura;
porta original bem decorada, e interior com placas de bronze;

Habitações fora da cidadela: cômodos, pátio e terraço. Fundações de pedra, cobertura plana de
madeira, pisos de barro (exceto pátio, com piso de pedra), e desenvolvido sistema de drenagem.

 Análise Volumétrica
Elementos construtivos decomposição de Micenas: muralha, portal dos leões, complexo
palaciano, outros edifícios dentro da cidadela eram as moradias de sacerdotes e outras
pessoas importantes; cisterna secreta; Circulo de Tumbas de Fossa; templos de culto;
Outras edificações fora da cidadela, prováveis habitações e ateliês dos palácios: casa dos
escudos, casa do comerciante de óleo, casa da esfinges.
A

 Análise Espacial
A muralha foi erguida no estilo ciclópico, com grandes blocos de pedra acoplados sem
argamassa.
O portal dos Leões, imponente entrada de trilito (três blocos de pedra), coroada por falso arco
preenchido por pedra triangular, na qual estão esculpidas dois leões segurando uma coluna, as
portas e trancas teriam sido de madeira e partindo desta porta, caminho até a entrada do palácio, é
acessado por escadaria monumental.
Ao redor dos palácios, no interior e do lado de fora da cidadela junto às muralhas haviam
várias casas de planta retangular e diversos cômodos, um deles habitualmente com lareira. As
paredes eram de tijolo seco ao Sol, barro comprimido reforçado com cascalho, vigas de
madeira, as fundações eram de pedra, ou de simples cascalho misturado com barro. O telhado
era provavelmente plano, composto de uma estrutura de madeira recoberta de reboco ou terra
- casas dos cidadãos mais ricos e influentes da sociedade micénica; os mais pobres viviam em
cabanas de um ou dois cômodos situadas fora das muralhas. As paredes eram de tijolos secos
ao sol ou de madeira, o chão era de terra batida e o telhado, plano, era em geral recoberto de
palha.

Nesta cidade não existiam redes de drenagem ou esgotos canalizados.


Com exceção dos templos e das muralhas, os demais edifícios eram de construção simples e
perecível, tal qual ocorria no Egito e Mesopotâmia, principalmente.

Além do seu uso como limites, que separam duas áreas diferentes de uma zona administrada
por uma mesma entidade política, as muralhas atuam como fronteiras simbólicas, pois são
construídas para impressionar a população com o poder do soberano micênico, servindo
como um símbolo de status da elite e uma fronteira simbólica entre a cidadela murada e a
área externa.

Acontecimentos relevantes em Micenas

O acontecimento mais relevante que envolve esta cidade foi a guerra de Toia. A
causa do conflito armado foi o sequestro de Helena, esposa do rei espartano
Menelau, por Páris, príncipe de Troia. Diz a lenda que ela era tão bonita, que o
irmão de Menelau, Agamemnon, rei de Micenas, juntou suas tropas para invadir as
muralhas de Troia e tentar resgatá-la.

A Guerra de Troia colocou frente a frente deuses, heróis e homens. Do lado grego,
além de Menelau e Agamemnon, estavam os poderosos heróis Ulisses, Aquiles,
Ajax e os Mirmidões, lendários soldados de Aquiles. Do alto do Olimpo, torciam pela
vitória dos gregos Atena, Hefesto, Hera, Hermes, Tétis e Posídon.
Do lado troiano lutaram: Páris, seu irmão Heitor, Cassandra, Príamo e as
Amazonas. O apoio divino veio de Afrodite, Apolo, Ares, Ártemis e Zeus.

Uma guerra de dez anos entre dois exércitos formados por humanos e heróis não
poderia terminar diferente. Quase todos os personagens principais morreram. O
cerco foi rompido depois que os troianos decidiram aceitar o famoso presente de
grego: um cavalo de madeira recheado de soldados inimigos que ficou conhecido
como Cavalo de Troia.

A cidade foi destruída. Páris, Heitor e os principais campeões morreram em


combate, assim como o melhor de todos, Aquiles, que recebeu uma flechada no
calcanhar. Menelau levou Helena de volta para Esparta.

.Decadência dos micênicos

Os micênicos iniciaram um processo de decadência por volta d


e 1200 a.C. A decadência e o fim da cultura micênica, assim como no caso dos cretenses,
podem estar relacionados a uma junção de fatores. Os historiadores sugerem que grandes
terremotos possam ter causado grande destruição nas cidades micênicas. Além disso,
acredita-se que a chegada dos dórios – outro povo indo-europeu – à região tenha
desencadeado o fim dos micênicos.

Isso porque os dórios possuíam capacidade militar superior à dos micênicos, como o uso de
armas de ferro, enquanto os micênicos ainda utilizavam o bronze. Os dórios eram um povo
que falava grego e que, muito provavelmente, havia migrado desde a região da Macedônia até
penetrar o território grego.

A decadência dos micênicos iniciou um processo de diminuição populacional em toda Grécia


que pode estar relacionado com os desastres naturais e com a invasão dórica e de ruralização,
com a formação de pequenas comunidades rurais que receberam o nome de genos.

Situação atual da cidade


Cidade fortificada de Micenas, a par do monumento da Porta dos leões e do Tesouro de Atreu
que fazem parte de uma área classificada como Património Mundial pela UNESCO designada
de Estações Arqueológicas de Micenas e Tirinte.
Conclusão
A cidade surgiu na época do bronze na europa e desapareceu devido a desastres naturais por
volta d 1400 ac, enfraquecidos pelos minoicos foram totalmente assimilados pelos gregos. A
sua principal atividade económica era o comércio, trocavam excedentes agrícolas por metais
de Chipre, Egito e cidades e usavam ligotes de pratas e ouro para com pesos predeterminados
para trocas comerciais. A principais formas de arte eram importadas de povos estrangeiros a
sua religião era matriarca (deusas femeninas e deuses masculinos) que irá influenciar na
igualdade de género, esta cidade já possuía estrutura politica organizada e avançada. A cidade
de micenas era dentetora de uma das melhores forças militares do Mediterâneo. A sua malha
urbana era composta por casa feitas de blocos e barro, edificios religiosos e um grande centro
administrativo.
BIBLIOGRAFIA

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$micenas

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/civilizacao-micenica.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/civilizacao-micenica.htm

https://m.historiadomundo.com.br/idade-antiga/civilizacao-cretense-
micenica.htm

https://escolakids.uol.com.br/historia/civilizacao-micenica.htm

https://www.youtube.com/watch?v=ytp1AjKbg8Y

Você também pode gostar