Você está na página 1de 8

O MUNDO GREGO – CRETA E MICENAS

Por volta de 2500 a.C., levas de invasores pertencentes a tribos indo-


europeias começaram a ocupar o sul dos Bálcãs, a Península do
Peloponeso e as ilhas do Mar Egeu. Esses povos também fundaram
colônias na costa da Ásia Menor e na Sicília e no sul da Península Itálica,
região conhecida como Magna Grécia.

Bálcãs
Península Itálica
Península do Peloponeso

Ásia Menor
Sicília

ilhas do Mar Egeu


Seu primeiro grande polo cultural se desenvolveu na Ilha de Creta, a
maior do Egeu. A civilização cretense floresceu entre 2000 e 1400 a.C.
Nesse período, Creta dominou o comércio marítimo no Mediterrâneo e
estendeu sua influência à Grécia Continental.

Ilha de Creta

Sabemos pouco sobre como se organizava sua sociedade, mas é certo


que palácios tinham uma grande importância. Os arqueólogos
descobriram suas ruínas em Cnossos, Faístos e Malia.
O palácio era o centro da vida econômica e política. Era lugar de
residência do rei, que governava com auxílio de funcionários e de uma
nobreza. Os palácios tinham armazéns para guardar os produtos
agrícolas entregues como tributos por uma população de camponeses.

À diferença dos palácios encontrados no Oriente Próximo, aqueles de


Creta não eram circundados por muralhas, indicando a falta de
necessidade de proteção contra invasores externos.
Historiadores têm colocado questões sobre a sociedade cretense,
especialmente no que diz respeito ao status da mulher. Muitos elementos
sugerem que sua religião tinha como base o culto à Grande-Mãe, deusa
da fertilidade, considerada a mãe de todos os seres vivos. Segundo
alguns especialistas, a preponderância feminina na religião estaria
associada a uma organização social semelhante ao sistema matriarcal.

Outros, porém, acreditam que os dados iconográficos - pinturas


encontradas em cerâmicas e painéis - não são suficientes para
fundamentar essa interpretação, uma vez que nem sempre é fácil
distinguir as representações divinas e as imagens de sacerdotes,
sacerdotisas e adoradores.
DOS HERÓIS DE HOMERO AO "PERÍODO OBSCURO"
Em torno de 1400 a.C. a sociedade cretense encontrou seu fim. As
causas não são muito claras: terremotos, revoltas das populações
submetidas aos palácios e invasões de povos estrangeiros são algumas
causas apontadas.

Micenas

Creta

Muitos historiadores acreditam que Creta foi subjugada pelos aqueus,


tribos de origem indo-europeia que se estabeleceram em Micenas e em
outras cidades da Grécia Continental por volta de 1900 a.C.
Diz a lenda que o conflito resultou do rapto de Helena, a linda esposa de
Menelau, rei de Esparta, pelo príncipe Páris, filho do rei Príamo, de Troia.
A arqueologia nos traz uma outra versão: fundada em 3000 a.C., Troia era
uma rica cidade e os aqueus provavelmente empreenderam uma guerra
com motivo de saque. Em 1220 a.C. Troia foi conquistada.
Menelau Helena

Príamo

Páris
As campanhas militares contra essa cidade foram cantadas por poetas
ao longo dos séculos e, entre os séculos IX e VIII a.C., ganharam uma
forma escrita que a tradição atribui a Homero. O poema épico Ilíada (Troia
também era chamada de Ílion) narra a guerra, enquanto a Odisseia conta
as aventuras do herói grego Odisseu (Ulisses) em seu retorno para casa,
após os combates.
Desastres naturais ou uma grave crise econômica teriam levado ao fim a
cultura micênica. A agricultura e o artesanato decaíram e as armas de
bronze finamente trabalhadas foram substituídas por artefatos grosseiros
feitos de ferro. Surgiu uma cerâmica com pintura geométrica.

O sepultamento em magníficos túmulos deu lugar à cremação simples


dos corpos. A escrita e as formas artísticas ligadas à vida palaciana
desapareceram. Esse período ficou conhecido pejorativamente como
"Período Obscuro".

Você também pode gostar