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Capítulo 03:
Após as invasões dóricas a metalurgia do ferro sucede à do bronze.
Pg 18: “(...) nessa arte despojada, reduzida ao essencial, reconhece uma atitude de
espírito, que, segundo ele, marca igualmente as outras inovações do mesmo período:
os homens já tomaram consciência de um passado separado do presente, diferente
dele (a idade de bronze, a idade dos heróis, contraste com os tempos novos, votados
ao ferro) (...)”
Pg 19: “ O primeiro testemunho dessas transformações é a língua. De Micenas a
Homero, o vocabulário dos títulos, dos postos, das funções civis e militares, da
tenência do solo desaparece quase completamente. (...) Entretanto, o quadro de um
pequeno reino como Ítaca, com seu basileus, sua assembleia, seus nobres turbulentos,
seus demos silencioso em segundo plano, prolonga e esclarece manifestamente certos
aspectos da realidade micênica.”
Página 19: “ Entre essas forças opostas (comunidades aldeãs e aristocracia guerreira),
liberadas pelo desmoronamento do sistema palaciano, que se vão chocar às vezes com
violência, a busca de um equilíbrio, de um acordo, fará nascer, num período de
desordem, uma reflexão moral e especulações políticas que vão definir uma primeira
forma de ‘sabedoria’ humana. Esta sophia aparece desde a aurora do século VII: está
ligada a plêiade de personagens bem estranhos aureolados de uma gloria quase
lendária e sempre celebrados pela Grécia como seus primeiros, como seus verdadeiros
‘Sábios’.
Novo modelo político. Novas formas institucionais que deveriam ser conciliadas e
harmonizadas.
Pg 20: “ Mesmo supondo que a Liga jônica do século VI prolongasse sob a forma de um
agrupamento de cidade-estado independentes, uma organização mais antiga em que
reis locais reconheciam a suserania de uma dinastia reinante em Éfeso, tratar-se-ia de
uma supremacia análoga à que Agamenão exerce, na Ilíada, sobre reis que são seus
pares e cuja dependência se limita ao domínio de uma campanha feita em comum sob
sua direção.”
Em Atenas não há um rompimento completo com o modo político micênico, sendo
que existiram certas características do modelo político ateniense que foram herdadas
dos micênicos.
- pg 21: “ As lendas de Atenas descrevem um processo inverso: uma crise sucessória
que, em vez de pautar-se pela vitória de um pretendente sobre os outros e a
concentração de toda a arché em suas mãos, conduz uma divisão da soberania,
apropriando-se cada um deles exclusivamente de um dos aspectos do poder e
abandonando os outros a seus irmãos. Não se põe mais em destaque um personagem
único que domina a vida social, mas uma multiplicidade de funções que, opondo-se
uma às outras, necessitam de uma divisão, uma delimitação reciprocas.”
Citação 10, pg 22: “ V Ehrenberg verifica que há, no centro da concepção grega da
sociedade, uma contradição fundamental: o Estado é uno e homogêneo; o grupo
humano é feito de partes múltiplas e heterogêneas.”
Pg 22: “ Na guerra primeiramente: a técnica do carro desapareceu com tudo o que
implicava a centralização politica e administrativa; mas por isso o cavalo não
assegurara menos a seu possuidor uma qualificação guerreira excepcional.”
Pg 23: “ Os que se medem pela palavra, que opõem discurso a discurso, formam nessa
sociedade hierarquizada um grupo de iguais. Como Hesíodo o observará, toda
rivalidade, toda eris supõe relações de igualdade: a concorrência jamais pode existir
senão entre iguais. Esse espirito igualitário, no próprio seio de uma concepção
agonística da vida social, é um dos traços que marca a mentalidade da aristocracia
guerreira da Grécia e que contribui para dar à noção do poder um conteúdo novo. A
arché não poderia ser a propriedade exclusiva de quem quer que seja; o Estado é
precisamente o que se despojou de todo caráter privado, particular, o que, escapando
da alçada dos gene, já aparece como a questão de todos;”
Pg 23: “ Refletem o advento de um espaço social inteiramente novo. As construções
urbanas não são mais, com efeito, agrupadas como antes em torno de um palácio real,
cercado de fortificações. A cidade está agora centralizada na Ágora, espaço comum,
sede da Hestia Koiné, espaço público em que são debatidos os problemas de interesse
geral. É a própria cidade que se cerca de muralhas, protegendo e delimitando em sua
totalidade o grupo humano que a constitui (...). Esse quadro urbano define
efetivamente um espaço mental; descobre um novo horizonte espiritual.”
Capítulo IV: