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02/09/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

 
 
ÉTICA EMPRESARIAL E
RESPONSABILIDADE
SOCIOAMBIENTAL
AULA 1

Prof.ª Olívia Carolina de Resende

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02/09/2021 UNINTER - ÉTICA EMPRESARIAL E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

CONVERSA INICIAL

Você
já se perguntou como seria viver em uma sociedade na qual cada indivíduo faz o
que bem

entende, da maneira que pensa ser melhor para si próprio, ou faz apenas
aquilo que lhe traz

benefício sem pensar no outro ou nas consequências que suas


atitudes trazem para a vida de outro
indivíduo? Ou como seria uma sociedade em
que as pessoas em suas atitudes e ações individuais

pensem no coletivo, no
outro, na comunidade, antes de fazer algo? Em uma sociedade com equidade

e
harmonia?

Nesta
aula, vamos discutir esses questionamentos na sociedade ao longo do tempo e o

desenvolvimento de teorias que tentam contribuir para que a vida em comunidade


seja boa para

todos, com ética, moral e direitos de cada cidadão.

Vamos começar? Bons estudos!

CONTEXTUALIZANDO

Para
o convívio em sociedade, a Ética é um assunto importante e cada dia mais
difundido e

necessário. São frequentes as queixas acerca da falta de ética na


sociedade, na política, nas empresas

e até mesmo nos meios culturais e


religiosos.

Segundo
Alencastro (1997), na sociedade contemporânea valorizam-se comportamentos que

praticamente excluem qualquer possibilidade de cultivo de relações éticas, como


o consumo. Para o

autor, é fácil verificar que o desejo obsessivo na obtenção,


possessão e consumo da maior

quantidade possível de bens materiais é o valor


central na nova ordem estabelecida no mundo e que

o prestígio social é
concedido para quem consegue esses bens. Na contramão de atitudes éticas que

respeitem a individualidade, o companheirismo, entre outros, o sucesso material


passou a ser

sinônimo de sucesso social e o êxito pessoal devendo ser adquirido


a qualquer custo. Prevalece o

desprezo ao tradicional, o culto à massificação e


mediocridade que não ameaçam e que permitem a

manipulação fácil das pessoas.

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Por
exemplo, em uma sociedade cada vez mais inserida em redes sociais através da
internet, fica

nítido o que o professor e autor Mário Alencastro afirmou em


1997, quando o acesso à internet

estava começando no Brasil. Nessa sociedade


hoje conectada, podemos perceber indivíduos

alienados, agressivos, que prezam o


ter e muito pouco o ser, ostentando nas redes sociais, viagens,

festas, coisas,
fruto da busca por “curtidas”.

Nesta
aula, buscaremos refletir sobre a etimologia, o conceito e como se
desenvolveram os

estudos da ética ao longo dos tempos, apresentando os


principais filósofos que se preocuparam com

o assunto. Além disso,


apresentaremos a sociedade contemporânea e suas transformações sob um
olhar ético,
analisando os atores sociais presentes, seus conflitos, interesses, valores e

posicionamentos ideológicos e discutiremos os dilemas éticos. Para tanto,


buscaremos responder as

seguintes perguntas:

O que é ética e o que é moral?

O que é ser essencialmente humano?

A ética faz diferença na vida dos indivíduos?

Para
responder a estas e outras perguntas, começaremos abordando a distinção entre
ética e

moral e alguns aspectos filosóficos e históricos sobre a ética.

TEMA 1 - ETIMOLOGIA, HISTORICIDADE E O CONCEITO DE ÉTICA

O
que quer dizer ética?

Posso
dizer que ética é igual à moral?

A
palavra ética pode ter duas origens distintas e são abordadas por
diferentes autores. A

primeira é a palavra grega “ethos”, com “e“ curto,


que pode ser traduzida por “costume”. Em

contrapartida, a segunda também se


escreve “ethos”, porém, o “e” é longo e tem o significado de

“propriedade
de caráter”. As duas são importantes e contribuem para o que abordaremos nesta
aula.

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Na
Roma antiga, o termo foi traduzido do grego “ethos” para o latim “mos”
(ou no plural

“mores”), que expressa costume, dando origem à palavra


moral. A primeira que pode ser traduzida

como costume, entende-se que serviu de


base para a tradução latina de Moral. Já no que diz respeito

à segunda,
propriedade de caráter é o que de alguma forma orienta a utilização atual que
tem a

palavra Ética (MOORE,1975, p. 4).

Percebe-se,
portanto, que tanto “ethos” (caráter) quanto “mos” (costume) referem-se ao

comportamento propriamente humano. Destarte, ética e moral, segundo sua


etimologia e

historicidade, estão relacionadas a uma realidade essencialmente


humana, construída de forma social

nas relações entre os seres humanos,


norteando toda a vida em sociedade, desde o nascimento até a

morte.

“Ética é a investigação geral sobre aquilo que é bom”


(MOORE, 1975).

Podemos
também expor a definição de Motta (1984) sobre a ética, que para o autor pode
ser

entendida como um bloco de valores que conduz o comportamento humano na


sociedade, com fins

de garantir o bem-estar geral.

Segundo
Cortella (2007), ética é um conjunto de valores e princípios que as pessoas usam
para

decidir três grandes questões importantes, que são: quero, devo


e posso. Ética é o conjunto de

valores apropriados para cada indivíduo,


a fim de definir essas questões e os princípios da sociedade,

sendo esses
valores religiosos ou não, por meio de padronizações.

Portanto,
segundo a etimologia e historicidade das palavras ética e moral, ambas estão

relacionadas a uma realidade essencialmente de percepção da conduta humana,


suscetível de

qualificação do ponto de vista do bem e do mal. Mas mesmo que


haja uma relação entre ética e

moral, essa relação não iguala as duas


terminologias, sendo ética diferente de moral.

A
moral que aqui abordamos tem sua base na obediência a normas, mandamentos,
costumes e

tabus, em uma dimensão um pouco mais religiosa. E a ética busca dar


fundamento ao bom modo de

viver, entre humanos em sociedade.

No
estudo da filosofia clássica com relação à etimologia da palavra ética, vemos
que essa

terminologia não se resumia ao conceito de moral (entendida como


"costume" ou "hábito", vindo do

latim “mos”, ou do
plural “mores”), pois investigava a fundamentação teórica para encontrar
o melhor
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modo de viver e conviver em sociedade, ou seja, procurava um melhor


estilo de vida dentro da

sociedade, tanto na vida pessoal quanto na vida pública.

A
filosofia moral ou a ética nasce quando, além das questões sobre os costumes,
também se

busca compreender o caráter de cada pessoa, isto é, o senso moral e a


consciência moral individuais”

(CHAUI, 2008, p.310).

Assim,
o estudo da ética incluía diversas disciplinas que não eram contempladas no
estudo da

física, da retórica, da dialética nem da estética e da lógica.


Portanto, a ética ganhava abrangência nos

mais diversos campos filosóficos, os


quais hoje conhecemos como: psicologia, pedagogia,

antropologia, sociologia,
entre outros. São áreas que estão direta ou indiretamente ligadas à nossa

maneira de viver e ao nosso estilo de vida.

Devemos
ter cuidado para não confundir ética com lei, mesmo que, geralmente, a lei
encontre

na ética suas bases e seus princípios.

Com
a moral e a ética instaurou-se também o direito, que são as regras obrigatórias
de

determinada sociedade. Para entendermos melhor, vamos analisar as relações


entre a Ética, a Moral e

o Direito, determinando a ação do indivíduo.

Figura 1 – Relações entre a Ética, a Moral e o Direito

Fonte: Adaptado do site da UFRGS. Disponível em <http://www.ufrgs.br/bioetica/fundamen.htm> Acesso em 13/04/2016.

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Pense
por um momento no local onde você trabalha: alguém fundou essa empresa (e esse

alguém pode ter sido você mesmo, caso seja autônomo ou empresário), que hoje
atende uma série

de clientes, lida com diversos fornecedores e consegue gerar


receita. Essa receita paga salários que

serão usados para comprar outras coisas


e pagar por outras contas, gerando receita também para

outras pessoas. Assim,


no local em que você trabalha, existe a preocupação ética de todos os

envolvidos no processo? Ou seja, o que justifica a ação? Ou apenas a


preocupação moral, por

adesão? Ou apenas se cumprem as leis do direito, as


regras obrigatórias? Tanto a ética e a moral
quanto o direito estão intimamente
ligados à ação do indivíduo. Adiante, entenderemos um pouco

mais das caraterísticas


e focos da ação ética.

Leitura obrigatória

Para aprofundar seus estudos,


faça a leitura indicada a seguir:

SILVA, R. N. da. Ética e paradigmas: desafios da psicologia


social contemporânea. In: PLONER, KS.

et al., org. Ética e paradigmas


na psicologia social. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas
Sociais, 2008. pp. 39 a 45. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/qfx4x/pdf/ploner-97885996628

54.pdf>. Acesso em 13/04/2016.

Saiba mais

E a corrupção é uma atitude


ética? O jeitinho brasileiro é ético? Como contribuir para uma
sociedade mais
ética? Vamos conhecer o que o Professor Mário Cortella pensa sobre o assunto no

vídeo indicado a seguir:

<https://www.youtube.com/watch?v=BoPp_SLOm7k>

TEMA 2 - ASPECTOS FILOSÓFICOS E HISTÓRICOS SOBRE A ÉTICA

Dentro
dos aspectos filosóficos e históricos sobre a ética, podemos entender que
surgem teorias
éticas em diferentes sociedades como resposta aos dilemas das
relações entre as pessoas. Segundo

Mário Alencastro (2013), na condição de


indivíduos, os humanos realizam sua existência na
convivência com os outros,
pois, já ao nascerem encontram-se sempre diante de uma comunidade já

constituída, e para seu desenvolvimento não podem dispensar o apoio dessa


comunidade
(ALENCASTRO, 2013, p. 29).

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Assim,
o estudo da ética não é novo, sua historicidade é marcada por fatores
importantes,

através dos quais se percebem diversas condições morais em


inúmeros dados do passado, com forte
apelo na contemporaneidade. Alencastro
(2013) afirma que, já na Grécia Clássica, Sócrates (470-399

a.C.) afirmava que


a pergunta “como devemos viver nossas vidas?” era a principal questão a
ser
respondida pela filosofia. Assim, um dos pontos fundamentais da
historicidade da ética está na

Grécia Antiga, com as teorias dos séculos IV e V


a.C. Continue a leitura para saber mais sobre elas!

PÓLIS, CIDADE-ESTADO

A pólis
foi uma importante forma de organização, conhecida como cidade-estado, e que

motivou entre os gregos a formação de experiências políticas e sociais das mais


diversas. O
surgimento da pólis marca um dos mais importantes aspectos do desenvolvimento
da civilização

grega.

Nas
pólis, os cidadãos viviam e participavam de forma ativa na vida das pessoas,
dando início a
uma dimensão mais clara de sociedade, que seria a base da
civilização ocidental, sendo um modelo

das antigas cidades gregas. Marcou o


início da organização política, desde o período arcaico até o
período clássico.
O que significava naquela época, para o grego, viver em uma pólis?

Segundo
Moraes (2012), significava poder conviver com os outros da maneira mais livre
possível.

O cidadão grego que vivia na pólis não deveria se ocupar com a sua
sobrevivência. Por outro lado,
viver em uma pólis significava, positivamente,
viver entre iguais. Isso indica que ninguém estava

obrigado a prestar
reverência a ninguém, que ninguém necessita colocar-se a serviço de ninguém, a
não ser em época de guerra. Isso fazia com que todos os assuntos fossem
tratados por meio do

diálogo e da persuasão. Essas duas condições são até hoje


dificílimas de serem satisfeitas em
qualquer época histórica.

OS SOFISTAS

Foram
os sofistas que quebraram com a tradição pré-socrática dos filósofos da
natureza e
iniciam ataques e críticas aos costumes e tradições até então
praticados na sociedade ateniense. Para
eles, o ser humano não deve se moldar a
padrões externos de beleza, de comportamento, de

crenças. O homem só deve se


moldar a sua própria personalidade, ou seja, a sua liberdade. Para os
sofistas,
a moral e a lei somente serviam para bloquear o livre desenvolvimento do homem.

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Os
sofistas foram os primeiros a defender a filosofia do relativismo, negando a
existência da
verdade absoluta. Além disso, também criticavam tudo aquilo que
não era natural ao ser humano.

Para eles, a existência das leis e do Estado


eram algo completamente antinatural ao homem e,
portanto, deveria ser
destruído. Para os sofistas, o que existe são opiniões boas e más, melhores e

piores, mas jamais falsas e verdadeiras. Assim, a ética também não é absoluta
e, sim, relativa,
segundo a qual, o valor mais elevado para qualquer cidadão
era atingir o prazer supremo. Os sofistas

consideravam que a ética não passava


de mera convenção social.

SÓCRATES

Sócrates
é considerado o “pai da ética”, pois revelou uma necessidade de se refletir, de
forma
sistemática, sobre conceitos que antes eram dados de forma automática,
como o bem, a virtude a

justiça.

Para
Sócrates, a identidade entre os interesses individuais e os comunitários era o
caminho para

a felicidade. Defendia a moderação dos apetites, a busca pelo


conhecimento e a bondade como um
dom que merecia ser valorizado.

Sócrates
trouxe à tona os ideais de uma cidade que fosse moralmente perfeita. Isso
incluía

harmonia entre os diversos interesses, tanto individuais quanto


coletivos. Assim, entendia que os
princípios éticos que deveriam reger as
instituições eram aqueles que continham elevados valores de

cidadania.

Os
sofistas defendiam o relativismo, Sócrates, ao contrário, defendia a ideia de
valores eternos.
Suas pesquisas iniciais giraram em torno do núcleo da alma
humana. Para ele, todas as pessoas

tinham a obrigação de procurar o


conhecimento, pois dotadas de conhecimento acerca do bem e do
mal, buscam fazer
o bem, sendo justas umas com as outras e vivendo em sociedades regidas pelos

valores éticos.

PLATÃO

Platão
foi adepto de Sócrates e mestre de Aristóteles, sendo um dos principais
filósofos gregos

da Antiguidade. Defendia o bem como valor supremo e afirmava


que as pessoas deveriam ir em
busca da razão, desprezando seus instintos e
paixões.

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Em
uma época de mudanças, entre os valores antigos e um novo mundo que emergia,
Platão

conseguiu absorver e gerar uma riqueza de ideias sem igual. Abordava os


mais diversos temas, com a
força da paixão e da criatividade artística sem
levar muito em conta a lucidez da razão.

Para
o filósofo, a sociedade então vigente deveria ser reorganizada e o poder
confiado aos

sábios, evitando, portanto, que a ignorância prevalecesse e


corrompesse as almas, sendo assim
dominadas pelos instintos e paixões.

ARISTÓTELES

Na
medida em que seu mestre Platão trabalhava com construções sociais imaginárias,
utópicas,
por projeções sobre qual o melhor futuro para a humanidade,
Aristóteles tratou das coisas reais, dos

sistemas políticos existentes na sua


época. Assim, os revolucionários e doutrinários da sociedade
perfeita foram
inspirados por Platão, já os grandes juristas e pensadores políticos, mais
inclinados à

ciência e ao realismo, foram influenciados por Aristóteles. Como


Platão, Aristóteles apresentou a
necessidade de “reorganizar a sociedade”.
Deste modo, a ética e a política caminhariam sempre
juntas.

Para
Aristóteles, o homem tem por finalidade a busca pela felicidade e apresentou a
questão do
valor supremo da felicidade. Para tal, o indivíduo deveria seguir
sua própria natureza, evitando os

exageros, caminhando pela justa medida, uma


vez que nenhuma pessoa consegue ser feliz sozinha.

Leitura obrigatória

Continue ampliando seus


conhecimentos com a leitura do capítulo 1 – Ética, do livro indicado a
seguir.
Esse capítulo também servirá de base para os estudos dos outros temas desta
aula.

ALENCASTRO, M. Ética Empresarial na prática: liderança,


gestão e responsabilidade
corporativa. Curitiba: Intersaberes, 2013. pp. 25-55.
Disponível na Biblioteca Virtual.

Saiba mais

Entenda um pouco mais dos aspectos


filosóficos e históricos sobre a ética com os vídeos a

seguir:

<https://www.youtube.com/watch?v=809bdDKp1BA>

<https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw>
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<https://www.youtube.com/watch?v=kkHJce9-oLE>

TEMA 3 - ÉTICA E MORAL SOCIAL, ÉTICA E VALORES HUMANOS

Iniciaremos
este tema expondo a anedota que a professora Andréa Vieira Zanella escreveu em

seu artigo intitulado Reflexões sobre a pesquisa em psicologia, método(s) e


“alguma” ética.

A
professora expõe a seguinte pergunta: “por que o frango cruzou a estrada?” e
nos apresenta

respostas, advindas de interlocutores variados espacialmente e


temporalmente.

Para Zanella (2008), assim respondem:

Professora primária: “Porque queria chegar do outro lado da estrada”.

Poliana: “Porque estava feliz”.


Platão: “Porque buscava alcançar o bem”.
Aristóteles: “É da natureza dos frangos cruzar a estrada”.

Nelson Rodrigues: “Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado”.
Marx: “O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de

cruzarem a estrada”.
Moisés: “Uma voz vinda do céu bradou ao frango: “Cruza a estrada!” E o frango cruzou a

estrada e todos se regozijaram”.


Maquiavel: “O frango cruzou a estrada. A quem importa o porquê? Estabelecido o fim de cruzar

a estrada, é irrelevante discutir os meios que usou para isso”.


Darwin: “Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados

naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzarem estradas”.
Einstein: “Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto

de vista. Tudo é relativo”.


Kant: “O frango seguiu apenas o imperativo categórico próprio dos frangos. É uma questão de

razão prática”.
ACM: “Estava tentando fugir, mas já tenho um dossiê pronto, comprovando que aquele frango

pertence a Jorge Amado. Quem o pegar vai ter que se ver comigo!”.
Sócrates: “Tudo o que sei é que nada sei”.

Dorival Caymmi: “Eu acho (pausa)... — Amália, vai lá ver pra onde vai esse frango pra mim,
minha filha, que o moço aqui tá querendo saber”.

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Nesta
anedota que a Professora Andréa escreveu, fica claro que diante de uma ação,
pessoas em

diferentes lugares e tempos, pensam diferente.

Assim
como vimos, questões éticas são discutidas a séculos e hoje a discussão ainda é
forte.
Com acesso à internet e mídias sociais, os indivíduos julgam as
situações conforme o que acreditam,

dentro do que lhes é colocado em distintas


situações. Cabem aqui algumas perguntas:

Nos dias atuais, fala-se muito em ética. Você sabe por quê?

Há distinção entre ética e moral?

A ética e/ou moral afetam nosso cotidiano?

Pode-se
entender a ética como uma reflexão sobre o agir humano e abarca a moral, pois
lhe é

mais ampla. A ética existe como referência para os indivíduos que vivem
em uma determinada

sociedade, possibilitando que a sociedade possa se tornar


cada vez mais humana. Assim, o indivíduo
deve possuir um senso ético, pois como
humanos, vivemos em comunidade e somos continuamente

avaliados e julgados por


nós mesmos e pelos outros, a fim de identificar em nossas ações atitudes

boas
ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

A
moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma

determinada sociedade, um povo, uma religião, tradição cultural etc. Estabelece


os valores efetivos a
serem seguidos por determinada sociedade. É, portanto,
provisória, muda com o passar do tempo,

pois os costumes e hábitos de um povo


mudam também (SIMON, 2009).

As
relações dos indivíduos na sociedade, são reguladas por um conjunto de normas,
leis,

costumes e hábitos. Mas o que é esse conjunto de normas, leis, costumes e


hábitos? Podemos

afirmar que esse conjunto de regras é a moral.

As
sociedades mudam constantemente e, historicamente, podemos observar que uma
sociedade

sucede a outra. Da mesma maneira, as morais concretas de uma


sociedade, se sucedem umas às
outras. Por exemplo, na sociedade feudal, que
tinha como perspectiva de horizonte ético a salvação

da alma e a preparação
para a vida eterna e cujas explicações baseavam-se na religião e na fé, cede

lugar à sociedade moderno-burguesa, cujos valores fundamentais são ligados a


questões materiais e

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cujas explicações têm como fundamento o próprio homem,


concebido como ser dotado de
racionalidade, e capaz de autodeterminar-se sem
interferência externa.

A
moral pode variar em determinado tempo e lugar. As regras morais são
determinadas pelas
formas como as pessoas organizam sua convivência e conforme
estabelecem as condições de

sobrevivência e trabalho.

As
normas morais podem estar estabelecidas de forma escrita, ou podem aparecer
como

costumes arraigados na cultura, por exemplo, as decisões de um indivíduo


baseando-se única e

exclusivamente em normas preestabelecidas, tais como não


ultrapassar o sinal vermelho, não se
atrasar em seus compromissos, não furar fila,
não estacionar na vaga preferencial. São tidas como

uma decisão ou ato moral,


que geralmente são os deveres que o sujeito deve cumprir em seu dia a

dia.

 De acordo com Vasquez (2000): “A função social da


moral é a de regular as ações dos indivíduos

nas suas relações mútuas, ou as do


indivíduo com a comunidade, visando a preservar a sociedade no
seu conjunto ou,
no seio dela, a integridade de um grupo social”.

Cada
indivíduo, comportando-se moralmente, se sujeita a determinados princípios,
valores ou
normas morais, sendo que o indivíduo não pode inventar os princípios
ou normas nem modificá-los

por exigência pessoal. O normativo é algo


estabelecido e aceito por determinado meio social. Na

sujeição do indivíduo a normas


estabelecidas pela comunidade se manifesta claramente o caráter
social da moral
(VASQUEZ, 2000).

O
comportamento moral é tanto comportamento de indivíduos quanto de grupos
sociais
humanos. Mesmo quando se trata da conduta de um indivíduo, a conduta tem
consequências de

uma ou outra maneira para os demais, sendo objeto de sua


aprovação ou reprovação. Mas, os atos

individuais que não têm consequência


alguma para os demais indivíduos não podem ser objeto de

uma qualificação
moral.

O
campo da ética é um pouco mais amplo do que isso. A ética procura estabelecer
uma reflexão
sobre o agir humano que ultrapassa o simples cumprimento do que
está escrito.

Saiba mais

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Leia a notícia a seguir sobre


os atentados que ocorreram em Paris em novembro de 2015, e

tente relacionar com


os conteúdos lidos até agora.

<http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/11/1706236-policia-francesa-registra-tiroteio-e-ex

plosao-em-paris.shtml>

TEMA 4 - ÉTICA, MORAL, DIREITO E SEUS DILEMAS

Atuamos
em sociedade conduzidos por uma reflexão sobre o que é certo ou errado, ou sob
algo

que nos obriga constantemente a agir corretamente e que nos pune em caso
de deslizes? Em outras

palavras, é a ética ou a lei que orientam as nossas


ações corretas? (ALENCASTRO, 2013, p.45)

Antes
de respondermos a estes questionamentos, precisamos entender alguns conceitos.

São
nas relações sociais que ideias e normas se desenvolvem em sintonia com uma
necessidade

social. Para Vasques, a função social da moral consiste na


regulação das relações entre os homens

visando manter e garantir uma


determinada ordem social, ou seja, regular as ações dos indivíduos
nas suas
ações mútuas ou as do indivíduo com a comunidade, visando preservar a sociedade
no seu

conjunto e a integridade de um grupo social.

Segundo
Oliveira e Azevedo, os valores morais são aqueles ligados à natureza do

comportamento moral dos homens. Um comportamento moralmente aceitável é


definido por um

código de conduta de grupo. Esse código muitas vezes está


implicitamente gravado na memória
coletiva em função da cultura, do meio e da
história de um povo. Outras vezes, esse código de

comportamento está também


estabelecido nas leis de uma nação. Kohlberg (1969) acredita que o

desenvolvimento moral é baseado primariamente num raciocínio moral e segue uma


série de

estágios.


o direito garante o cumprimento do estatuto social em vigor através da
aceitação voluntária
ou involuntária da ordem social juridicamente formulada,
ou seja, o direito garante a aceitação

externa da ordem social. A moral tende a


fazer com que os indivíduos harmonizem voluntariamente,

de maneira consciente e
livre, seus interesses pessoais com os interesses coletivos (VÁSQUEZ, p.69,

2000).

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No
que se refere à ética, esta tem um caráter mais generalizado do que a moral e o
direito,

sendo empregada para justificar e legitimar as normas morais e


jurídicas, bem como criticá-las em

caso de não estarem adequadas às reais


necessidades da sociedade. Sendo assim, ela sempre indaga
sobre o que é o
certo, o bom e o obrigatório, preocupando-se em desenvolver e fundamentar tais

conceitos, tomando-os como princípio geral, retirando ao assim proceder os


juízos normativos.

Figura 2 – Nível do plano normativo

Podemos
entender de maneira mais simples, fazendo uma analogia com círculos
concêntricos,
conforme mostra o professor Mário Alencastro. Por exemplo, a
discussão sobre a idade penal e a

corrupção que são assuntos de natureza ética


mais abrangente, mas que têm implicações no campo

da moral e do direito.

O
que podemos perceber é que com o avanço da liberdade individual e das
conquistas do

homem, há, hoje, uma geração muito preocupada com os seus


direitos em detrimento dos seus

deveres.

Os
valores individuais são importantes para que o indivíduo adote uma postura, e
entende-se
que valores são um conjunto de procedimentos, atitudes, e até mesmo
visão de mundo

(influenciados ou não pela cultura, herança familiar e meio) que


faz o indivíduo agir e interagir com o

mundo em que vive.

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Araújo
(2002) define valores como sendo as qualidades presentes nas coisas e que pode
ser

essencial para a existência dessas coisas. Podem ser acidentais,


secundárias e muitas vezes as

próprias coisas em si. São valores, uma vez que


são essenciais para a existência, não só do homem,

mas para a existência do


universo.

Assim,
os valores éticos são determinantes para as atitudes humanas, cabendo ao
direito a ação
sobre atitudes que não condizem com o que a sociedade necessita.

Saiba mais

Entenda um pouco mais dos


conceitos de ética, moral e direito num exemplo aplicado à

administração
pública. Assista ao vídeo a seguir:

<https://www.youtube.com/watch?v=NVdgp7XZl2w>

TEMA 5 - A VERDADE, A RESPONSABILIDADE, A LIBERDADE E OS


VALORES ÉTICOS

O
filósofo contemporâneo espanhol Fernando Savater expõe em seu livro
intitulado Ética para

meu filho, a seguinte questão: o que é


ética? Aqui, vamos trabalhar sobre a verdade, a
responsabilidade, a
liberdade e os valores éticos de uma forma gostosa na leitura de um breve
trecho

da resposta do autor para seu filho adolescente.

 “Há
ciências que estudamos por simples interesse de saber coisas novas; outras,
para adquirir

uma habilidade que nos permita fazer ou utilizar alguma coisa; a


maioria, para conseguir um trabalho

e ganhar a vida com ele. Se não sentirmos


curiosidade nem necessidade de realizar esses estudos,

poderemos prescindir
deles tranquilamente. Há uma infinidade de conhecimentos muito
interessantes,
mas sem os quais podemos nos arranjar muito bem para viver. Eu, por exemplo,

lamento muito não ter nem ideia de astrofísica ou de marcenaria, que dão tanta
satisfação a outras

pessoas, embora essa ignorância nunca me tenha impedido de


ir sobrevivendo até hoje. E você, se
não me engano, conhece as regras do futebol,
mas é bem fraco em beisebol. Não tem maior

importância, você desfruta os


campeonatos mundiais, dispensa olimpicamente a liga americana e

todo o mundo
sai satisfeito.

O
que eu quero dizer é que certas coisas a pessoa pode aprender ou não, conforme
sua

vontade. Como ninguém é capaz de saber tudo, o remédio é escolher e aceitar


com humildade o
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muito que ignoramos. É possível viver sem saber astrofísica,


marcenaria, futebol e até mesmo sem
saber ler e escrever: vive-se pior,
decerto, mas vive-se. No entanto, há outras coisas que é preciso

saber porque,
por assim dizer, são fundamentais para nossa vida. É preciso saber, por
exemplo, que

saltar de uma varanda do sexto andar não é bom para a saúde; ou


que uma dieta de pregos
(perdoem-me os faquires!) e ácido prússico não nos
permitirá chegar à velhice. Também não é

aconselhável ignorar que, se dermos um


safanão no vizinho cada vez que cruzarmos com ele, mais

cedo ou mais tarde


haverá consequências muito desagradáveis. Pequenezas desse tipo são

importantes. Podemos viver de muitos modos, mas há modos que não nos deixam
viver.

Em
resumo, entre todos os saberes possíveis existe pelo menos um imprescindível: o
de que

certas coisas nos convêm e outras não. Certos alimentos não nos convêm,
assim como certos
comportamentos e certas atitudes. Quero dizer, é claro, que não
nos convêm se desejamos continuar

vivendo. Se alguém quiser arrebentar-se o


quanto antes, beber lixívia poderá ser muito adequado, ou

também cercar-se do
maior número possível de inimigos. Mas, de momento, vamos supor que

preferimos
viver, deixando de lado, por enquanto, os respeitáveis gostos do suicida.
Assim, há coisas
que nos convêm, e o que nos convém costumamos dizer que é
“bom”, pois nos cai bem; outras, em

compensação, não nos convêm, caem-nos muito


mal, e o que não nos convém dizemos que é “mau”.

Saber o que nos convém, ou


seja, distinguir entre o bom e o mau, é um conhecimento que todos nós
tentamos
adquirir – todos, sem exceção – pela compensação que nos traz.

Como
afirmei antes, há coisas boas e más para a saúde: é necessário saber o que devemos
comer, ou que o fogo às vezes aquece e outras vezes queima, ou ainda que a água
pode matar a

sede e também nos afogar. No entanto, às vezes as coisas não são


tão simples: certas drogas, por

exemplo, aumentam nossa energia ou produzem


sensações agradáveis, mas seu abuso contínuo

pode ser nocivo. Em alguns


aspectos são boas, mas em outros são más: elas nos convêm e ao mesmo
tempo não
nos convêm. No terreno das relações humanas, essas ambiguidades ocorrem com
maior

frequência ainda. A mentira é, em geral, algo mau, porque destrói a


confiança na palavra – e todos

nós precisamos falar para viver em sociedade – e


provoca inimizade entre as pessoas; mas às vezes
pode parecer útil ou benéfico
mentir para obter alguma vantagem, ou até para fazer um favor a

alguém. Por
exemplo, é melhor dizer ao doente de câncer incurável a verdade sobre seu
estado, ou

deve-se enganá-lo para que ele viva suas últimas horas sem angústia?
A mentira não nos convém, é

má, mas às vezes parece acabar sendo boa. Procurar


briga com os outros, como já dissemos, em
geral é inconveniente, mas devemos
consentir que violentem uma garota diante de nós sem

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interferir, sob pretexto


de não nos metermos em confusão? Por outro lado, quem sempre diz a
verdade –
doa a quem doer – costuma colher a antipatia de todo o mundo; e quem interfere
ao estilo

Indiana Jones para salvar a garota agredida tem maior probabilidade


de arrebentar a cabeça do que

quem segue para casa assobiando. O que é mau às


vezes parece ser mais ou menos bom e o que é

bom tem, em certas ocasiões,


aparência de mau. Haja confusão! [...]

Resumindo:
ao contrário de outros seres, animados ou inanimados, nós homens podemos

inventar e escolher, em parte, nossa forma de vida. Podemos optar pelo que nos
parece bom, ou seja,
conveniente para nós, em oposição ao que nos parece mau e
inconveniente. Como podemos

inventar e escolher, podemos nos enganar, o que não


acontece com os castores, as abelhas e as

formigas. De modo que parece prudente


atentarmos bem para o que fazemos, procurando adquirir
um certo saber-viver que
nos permita acertar. Esse saber-viver, ou arte de viver, se você preferir, é o

que se chama de ética.”

Assim,
podemos perceber que quando se fala em comportamento humano, no que diz
respeito

às escolhas a serem feitas entre o bem e o mal, o certo e o errado, o


permitido e o proibido, há o

envolvimento de questões éticas, morais e de


direitos que devemos nos atentar, fazendo com que a

verdade, a responsabilidade
a liberdade e os valores, sejam cerceados pelos três conceitos.

Saiba mais

Para
complementar seus estudos, leia o artigo A liberdade em Jean-Paul Sartre:
responsabilidade, angústia e má-fé, disponível a seguir:

<https://colunastortas.wordpress.com/2015/08/20/a-liberdade-em-jean-paul-sartre-responsabili

dade-angustia-e-ma-fe/>

NA PRÁTICA

Para
entender como esses conhecimentos funcionam na prática, vamos analisar um caso
recente

que envolve a política brasileira.

Leia
a reportagem[1]
a seguir de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara

Eduardo
Cunha, acolhe o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma
Rousseff.

Cunha aceita pedido de impeachment contra Dilma


Rousseff

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O
presidente da Câmara Eduardo Cunha acolheu, no final da tarde de hoje, o pedido
de

impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento foi


protocolado pelos juristas Hélio
Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal
no último dia 21 de outubro.

A
decisão aconteceu algumas horas depois que a bancada do PT na Câmara optou por
votar em
favor do prosseguimento do processo de cassação do mandato de Eduardo
Cunha, que é acusado de

quebra de decoro parlamentar por supostamente mentir na


CPI da Petrobras sobre a titularidade de

contas na Suíça.

O
peemedebista nega, contudo, que o acolhimento do processo de impeachment
seja motivado

por razões políticas. Segundo ele, o parecer técnico foi


concluído no último sábado. "Não há
condições para postergar mais",
afirmou o presidente da Câmara. "Não tenho nenhuma felicidade de

praticar
esse ato. A decisão é de muita reflexão e de muita dificuldade".

Em
resposta, a presidente Dilma Rousseff partiu para o ataque em pronunciamento. 
"Não paira

contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público, não


possuo conta no exterior", disse

em clara referência às suspeitas que


pairam contra Eduardo Cunha.

Em
2015, o Brasil enfrentou uma série de problemas ligados à corrupção na
política. Com base
na reportagem lida, reflita sobre a seguinte questão:

Acatar o impeachment da presidenta Dilma por


parte do Deputado Eduardo Cunha foi um
retalhamento ao PT. A retaliação foi uma
atitude ética?

Comentário

Para
entender a questão, devemos levar em consideração o que Cortella (2007) entende
por

ética, que é o conjunto de valores e princípios que as pessoas usam para


decidir três grandes

questões importantes que são: quero; devo; e posso. Ética


é o conjunto de valores apropriados para

cada indivíduo, a fim de definir essas


questões e os princípios da sociedade, sendo esses valores
religiosos ou não,
por meio de padronizações. E, ainda, como diria o mesmo filósofo no vídeo que

vocês assistiram no primeiro tema, matar veneno com veneno não é normalmente
algo que tenha

uma solução tão adequada. Cunha utilizou-se do “jeitinho


brasileiro” numa tentativa de driblar as

denúncias sobre ele, caracterizando um


atalho do que deveria ser correto. O correto seria acatar o
impeachment
se tivesse provas cabíveis das denúncias, deixando de ser uma saída e passando
a

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caracterizar um agravo da situação. Sendo sua atitude caracterizada como retaliação


e, assim,

antiética, Cunha tomou sua decisão porque era boa para ele, não
porque era certo fazê-lo.

SÍNTESE

Estudamos
neste material didático alguns aspectos da ética, da moral e do direito.
Entende-se

que a convivência em sociedade deve ocorrer em ordem. Para tanto,


devem existir regras, leis e
normas que regulem o relacionamento humano e sirva
de orientação quanto ao que é certo ou

errado, justo ou injusto, lícito ou


ilícito, permitido ou proibido. Vários filósofos se preocuparam com a

Ética,
tendo sido Sócrates o que deu início a uma reflexão sistemática da virtude e da
justiça.
Fechamos com o filósofo contemporâneo Fernando Savater, que aborda a
verdade, a liberdade e os

valores éticos com uma resposta para seu filho


adolescente.

REFERÊNCIAS

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Ética Empresarial na prática: liderança, gestão e responsabilidade corporativa.
Curitiba: Intersaberes, 2013.

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CORTELLA, M. S.
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[1] Fonte: Revista


Exame. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/cunha-aceita-

pedido-de-impeachment-contra-dilma> Acesso em 13/04/2016.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/21

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