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MÓDULO 1 TEMA

A CULTURA DA ÁGORA A ARQUITETURA GREGA AULA 12 1

AS ORIGENS DA ARQUITETURA GREGA


As origens da arquitetura grega encontram-se em
Creta (CULTURA MINOICA) e em Micenas (CULTURA
MICÉNICA).

ARQUITETURA MINOICA:
• Escala humanizada
• Organização espacial definindo atmosferas íntimas
e interiores requintados
Palácio de Minos, Cnossos, Creta, c. 1500 a. C.
• Preocupações pela composição arquitetónica
• A coluna de forma troncocónica assume um valor
simbólico: poder, autoridade e soberania
ARQUITETURA MICÉNICA:
• O Mégaron, a Sala do Trono do palácio dos reis
Aqueus, servindo também para cerimónias
religiosos
• A estrutura do Mégaron constituída por três
espaços: o prothyron, o prodomos e o domos.
• O valor icónico da COLUNA, associada ao poder e à
Mégaron Micénico, Micenas, Grécia, c. 1500 a. C. soberania
Paulo Simões Nunes
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AS ORIGENS DA ARQUITETURA GREGA


A estrutura física e funcional do MÉGARON
micénico deu origem aos TEMPLOS gregos.
O MÉGARON micénico tinha uma estrutura
tripartida constituída por três espaços
interiores e por três elementos da fachada:
colunas, entablamento e frontão.

PROTHYRON PRODOMOS Lareira


Pórtico de Sala de
entrada com antecâmara DOMOS
colunas in antis Sala do trono Paulo Simões Nunes
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O TEMPLO GREGO

A principal expressão da arquitetura grega foi o


TEMPLO. O templo representava a morada dos
deuses.

Além da ESTÁTUA da divindade, o templo abrigava o


TESOURO DA CIDADE constituído por oferendas dos
cidadãos aos deuses.

A estrutura do templo baseia-se num SISTEMA


Templo de Poseidon, Paestum, Itália, séc. V a. C.
TRILÍTICO: dois elementos verticais (as colunas)
suportam um elemento horizontal (a arquitrave).

O templo destinava-se a ser contemplado do


exterior como se de uma escultura se tratasse.

Devia ser projetado de acordo com as regras da


ORDEM, da PROPORÇÃO e da HARMONIA, de modo
a aproximar-se da PERFEIÇÃO e do BELO.

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Templo de Zeus (reconstituição), Olímpia, Grécia, séc. V a. C. História da Cultura e das Artes 10 | 10.º ano
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O TEMPLO GREGO

Conceitos aplicados à edificação do TEMPLO:


RACIONALISMO
Exercício da razão, da justificação lógica, da experiência
racional como acesso ao conhecimento.
ANTROPOCENTRISMO
Sistema de pensamento que considera o Homem como
centro do Universo.
IDEALISMO
Templo de Hefesto, Atenas, séc. VI a. C.
Representação das coisas de uma forma ideal, de uma
forma mais perfeita que a realidade.
• ORDEM – Organização, regularidade, regra.
• PROPORÇÃO – Concordância das dimensões
entre as partes de um objeto e o seu todo.
• HARMONIA – Acordo perfeito entre as partes
de um todo: simetria, regularidade, equilíbrio,
ordem e proporção
Templo da Concórdia, Agrigento, Itália, c. 440-430 a. C.
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O TEMPLO GREGO

A organização funcional do TEMPLO tem origem no


Mégaron micénico.

PRONAOS
Pórtico e antecâmara que precede a cella ou naos.

CELLA ou NAOS
Templo de Hera, Sicília, Itália, século VI a. C. Grande sala da divindade.

OPISTÓDOMOS CELLA ou NAOS PRONAOS OPISTÓDOMOS


Câmara do tesouro da cidade, oferendas aos deuses.

ESTEREÓBATA
Plataforma em escada
ESTILÓBATA
Superfície onde assenta o TEMPLO
PERISTILO
Perímetro de colunas em torno do edifício

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1 – EMBASAMENTO

2 – COLUNA

O TEMPLO GREGO 3 - ENTABLAMENTO

4 – FRONTÃO

5 – ESTEREÓBATA

6 – ESTILÓBATA

7 – FUSTE

8 – EQUINO

9 – ÁBACO

10 – CAPITEL

11 – ARQUITRAVE

12 – FRISO

13 – CORNIJA

14 – TRÍGLIFO

15 – MÉTOPA

16 – TÍMPANO
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AS ORDENS ARQUITETÓNICAS

FRONTÃO ORDEM ARQUITETÓNICA


• Sistema de dimensionamento relativo das várias
partes de um edifício, de modo a resultar uma
harmonia final.
ENTABLAMENTO
• Sistema normalizado de construção baseado num
traçado geométrico que regula as dimensões
CAPITEL
proporcionais de todos os elementos do edifício.

A regra da PROPORÇÃO estabelece a relação das


PARTES entre si, e das PARTES com o TODO.

COLUNA No traçado da COLUNA:


FUSTE - A ORDEM ARQUITETÓNICA determina as
dimensões proporcionais das várias partes da
coluna em função da dimensão total.
- A COLUNA tem um caráter ANTROPOMÓRFICO –
parte da configuração do corpo humano, e tem
uma ORDEM FORMAL TRIPARTIDA.
EMBASAMENTO

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A ORDEM DÓRICA

Surgiu nos templos da Grécia continental no


século VII a. C.

Apresenta um caráter robusto e sóbrio.

A coluna não tem base e a sua altura tem cerca


de seis vezes o seu diâmetro.

O fuste apresenta cerca de 20 caneluras talhadas


em aresta viva.

O capitel tem um equino simples em forma


troncocónica.

O friso apresenta uma sequência alternada de


tríglifos e métopas com baixos-relevos.
Originalmente os A ordem dórica está associada ao caráter
elementos
arquitetónicos e os masculino dos deuses e ao espírito guerreiro dos
baixos-relevos das Dórios.
métopas eram
policromados. Paulo Simões Nunes
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A ORDEM JÓNICA

Surgiu na Jónia, nas ilhas do mar Egeu e na costa da


Ásia Ocidental no século VI a. C.
Esbelta e elegante nas proporções, e com um
sentido mais decorativo do que a ordem dórica.
A coluna tem uma base e uma altura igual a cerca
de 8 vezes o diâmetro.
O fuste apresenta cerca de 24 caneluras.

O capitel tem um equino ornamentado com


volutas enroladas em espiral.
O friso é contínuo e ornamentado com motivos
Os elementos mitológicos.
arquitetónicos e os
baixos-relevos do É uma ordem associada a um caráter feminino.
friso eram
policromados.

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A ORDEM CORÍNTIA

Surge no século IV a. C. numa evolução estilizada da


ordem jónica.

As suas proporções são esbeltas e elegantes, tal


como a ordem jónica.

Apresenta decoração exuberante e um espírito mais


ornamental.

A coluna tem uma altura igual a nove vezes o


diâmetro, tem uma base e o fuste tem 24 caneluras.

A ordem coríntia foi Destaca-se pelo capitel com uma profusa decoração
muito apreciada pelos com folhas de acanto coroadas por volutas jónicas.
Romanos que a
aplicaram nos seus
A arquitrave está dividida em três níveis.
templos e expandiram
por todo o Império.
É uma ordem relacionada com o Helenismo e um
tempo marcado por um espírito mais ornamental.

Paulo Simões Nunes


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