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RESUMO DO FICHAMENTO MONTEIRO R.

RODRIGO: TERRITORIALIDADE E MEMORIA, UNESP,


2013

INTRODUÇAO

 Tropeada Paulista Anual feita entre Itararé e Sorocaba


 Jornal Cruzeiro do Sul
 Academia Sorocaba de Letras
 Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba

CAPITULO 01

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE TROPEIRO NO BRASIL

 RAFAEL STRAFORINI, 2001


 O transporte de pessoas e oura em ombro escravizado, era um meio de transporte
caro, ineficiente e oneroso. Os escravizados foram sendo transferidos em maior
numero para o trabalho de extração aurífera a medida que o transporte para as
regiões mais centrais do Brasil foi sendo executado por muares vindos da região de
Viamao.
 Articulaçao das terras meridionais às áreas mineradoras
 A cidade de Sorocaba era um caminho intermediário entre as regiões sul e a região das
minas. A cidade também era um posto de abastecimento para os viajantes vindo de
direções opostas, onde este podiam se convergir e fazer negócios.
 Tropas xucras e tropas cargueiras.
 Nas tropas xucras, a madrinha exercia papel principal
 Divisao territorial do trabalho onde cada região se especializa em alguma atividade
que se ligava ao tropeirismo (p. 34)
 Divisão espacial do trabalho (repartição de tarefas em diferentes regiões que
permitiam a viabilidade da rota de animais)
 P. 36: “ . Primeiramente, cabe mencionar que a vinda da família real ao Brasil em 1808
já causa uma grande alteração nos destinos dos muares, sendo que o Rio de Janeiro
passa a se configurar, então, como um importante centro de afluência desses animais.
Também, a expansão da atividade canavieira por São Paulo, notadamente na região
sudoeste do mesmo, passa a demandar um grande numero de animais. O sudoeste
paulista passa a se configurar, então, como um grande consumidor dos muares vindos
do sul, fazendo com que a atividade tropeira se tornasse ainda mais dinâmica.
(STRAFORINI, 2001).”
 Seguindo a logica de transporte e articulação do tropeirismo, diversas áreas foram
conectadas por meio dos caminhos e territorialização.
 P. 37: “ Antonio Filho (2009) mostra a importância dos tropeiros e dos caminhos da
região do Vale Historico da Serra da Bocaina para, incialmente, transporte do ouro,
mas que posteriormente serviu também para o escoamento do café produzido na
região do Vale do Paraiba. O autor mencionado também discute a proliferação de
serviços ao longo desses caminhos para atender o fluxo tropeiro que passava para a
região, dinamizando os núcleos populacionais que se encontravam ao longo desses
caminhos percorridos pelas tropas.”
 P. 38: “ Porém, o autor (STRAFORINI, 2001) afirma que não pode se afirma que esta
forma de transporte tenha se sobreposto ao troperismo. Isso porque que as linhas
ferroviárias são fixas e não passam por todas as áreas produtoras, sendo que os
muares passaram a ser bastante utilizados para escoar a produção das áreas
produtoras para os troncos principais das linhas férreas.”
 Após a expansão das linhas ferroviárias no Brasil, o tropeirismo deixa de ser uma
atividade subsidiaria. Da mesma forma, com a Republica há uma descentralizaça o
administrativa e os estados conseguem a começar a ter suas próprias criações de gado
e a criação de animais se expande pelo território. (p. 38 , MATTOS 1984 PROCURAR O
AUTOR)

O TROPEIRISMO E SEU LEGADO CULTURAL

 O tropeirismo atua como uma amalgama de diferentes regiões brasileiras antes


desconexas e fragmentadas, permitindo o propagação de costumes e usos entre
espaços do território, como, por exemplo, formas de falar, arte e religião.
 O tropeirismo como um elo entre diferentes regiões. Irradiação e solidificação da
cultura tropeira.
 P. 47-8: “ Ainda, durante as festividades do Divino, aconteciam as Cavalhadas. Essa era
a principal comemoração da festa, que se realizava principalmente na cidade de
Sorocaba, onde aconteciam no Largo da Matriz, local da atual praça Fernando Prestes.
Nessa festividade, os participantes se dividiam em dois grupos que representavam os
Cruzados e os Mouros, que lutavam de forma simbólica para representar a derrota dos
Mouros. Em seguida, começavam as provas que buscavam demonstrar as habilidades
dos cavaleiros nas montarias. A prova mais esperada era a da argolinha, na qual o
cavaleiro deveria arrebatar uma argola que se encontrava em uma corda que
atravessava a arena, devendo, então, deposita-la, com a lança, no colo de uma dama.
Essa, por sua vez, retribuía com uma joia de ouro.”

CAPITULO 02

TERRITORIALIDADE DA ATIVIDADE TROPEIRO EM SÃO PAULO

 P. 54: “ ‘ territorializar-se, desta forma, significa criar mediações espaciais que nos
proporcionem efetivo ‘poder’ sobre nossa reprodução enquanto que é sempre
multiescalar e multidimensional, material e imaterial, de ‘dominaçao’ e ‘apropriaçao’
ao mesmo tempo.”
 Complexo fazenda-rancho-comercio
o Exploraçao da terra, atração de compradores e venda de produtos
o MAPA DE RAFAEL STRAFORINI P. 66
 JOB, 1999
 A territorialidade tropeira marca as regiões que estavam localizadas na rota das
tropas.
CAPITULO 03

NO CONTEXTO DO TROPEIRISMO

 As terras onde depois se formaria a vila de Sorocaba foram doadas a Baltazar


Fernandes pelo seu irmão, André Fernandes. Em 1664, Baltazar chega à região.
 Sorocaba exerce a função concentradora e distribuidora das bandeiras, assim como
tem o papel de intermediaria entre diferentes zonas geográficas (p. 84, cit LECOCQ-
MULLER, 1952)
 Com a abertura do Registro em 1750, Sorocaba se insere no ciclo do tropeirismo e
aumenta sua importância.
 O documento mais antigo que faz referencia à feira de Sorocaba é de 1788
 Encosto era o nome dado a um local apertado entre dois rios, entre rios e montanhas,
barranco ou matados. Essa forma de organização no pouso das tropas evitada o
extravio de animais. (p. 88. Cit Vieira 1984)
 Ao redor de Sorocaba, campos naturais favoreciam a instalação das tropas para a
doma e a engorda. Itapetininga fica famosa por essa atividade.
 P. 90-1: “ Quando encontrava uma tropa que o agradasse, geralmente se informava
com os peões sobre o dona da tropa, aquele responsável por fechar o negocio, e o
encontrava na cidade para tabular o negocio./ A venda da tropa poderia ser feita de
diversas maneiras, sendo que o comprador poderia escolher, por exemplo, apenas os
melhores animais. Porem, uma pratica bastante peculiar e que foi largamente utilizada
na época consistia no corte. Esta pratica consistia no trotear e rodar da tropa pela
ordem do tropeiro, o que fazia com que ela se misturasse, permitindo que os animais
bons e ruins se distribuíssem de maneira equitativa. Quando já encontravam-se
bastante remexidos, fazia-se com que mula madrinha levasse os animais em fila de
forma a passar pela frente do tropeiro e do comprador, que a tudo assistiam. Isso
permitia que o comprador pudesse contar a quantidade de mula que desejasse,
distribuídas aletoriamente. Quando atingia-se o numero desejado de mulas, procedia-
se com o corte, que desviava as mulas restantes para o outro lado do pasto,
separando-as dos animais que o comprador estava adquirindo (VIEIRA, 1984).”
 VER VIEIRA 1984
 P. 92: “ Assim, as matronas sorocabanas e suas escravas cozinhavam os mais ariados
quitutes e enviavam seus escravos para vende-los pelas ruas da cidade. Havia uma
variedade bastante grande de quitutes sorocabanos. De salgados, podemos citar o
cuscuz de guaru, os bolinhos de peixe do rio Sorocaba, os bolinhos de arroz, entre
outros. De doce, haviam as balas caseiras, as brevidades, os sequilhos, as rosquinhas
de polvilho, e principalmente, o alfenim de coco (VIEIRA, 1999)”
 Os animais na feira de Sorocaba circulavam pelas ruas que hoje recebm o nome
General Carneira, Penha, 13 de maio, São Bento, XV de novembro e Avenida São Paulo

O JORNAL CRUZEIRO DO SUL

 Fundado em 12 de junho de 1903


 Pertence a Fundaçao Umbaldino do Amaral (FUA), criada em 31 de julho de 1964
o A fundação foi criada por 21 maçons, entre o eles o patrono Umbaldino do
Amaral Fontoura
 30 mil exemplares e 33 mil exemplares aos domingos
 Localizado no Bairro Bela Vista, em Sorocaba e impressões também estão disponíveis
no meio digital
 O acervo pode ser acessado pela internet
 Série “ Alguns Tropeiros Sorocabanos’’, publicada no jornal em 1976, por Aluísio de
Almeida.
 MEU: O IDEAL DO HOMEM DO INTERIOR. O IDEAL DO HOMEM SOROCABANO
 “ Semana do Tropeiro”, festividade que acontece anualmente em maio para a
valorização da cultura tropeira.
 Construçao do tropeirismo
o Ciclo econômico (tropeiro como plantador de cidades)
o Héroi tropeiro

ACADEMIA SOROCABANA DE LETRAS

 Fundada em 6 de maio de 1979


 Associaçao civil sem fins lucrativos
 Centro de pesquisa e divulgação
 Geraldo Bonadio, presidente da Academia Sorocabana em 2018, publicou um estudo
chamado “ O tropeiro e a integração geográfica e cultural do Brasil”
 MARIO MATTOS (1984)
o “ Fases de prosperidade e de declínio do tropeirismo”
o “ Tropeirismo e a Identidade Cultural da Regiao de Sorocaba”
 ADOLFO FRIOLI “ A FEIRA DE MUARES DE SOROCABA “ (1983) E “ O QUOTIDIANO DO
TROPEIRISMO PELO BRASIL” (1984)
 P. 109 ROGICH VIEIRA “ O PAPEL DO TROPEIRISMO NA INTEGRAÇAO CULTURAL DO
BRASIL” E “ A FEIRA DE MUARES DE SOROCABA”
 P. 110 SERGIO COELHO DE OLIVEIRA “ O TROPEIRISMO APÓS AS FEIRAS DE
SOROCABA” (1983) E “ A MEMORIA DO TROPEIRISMO NOS BAIRROS RURAIS DA
REGIAO DE SOROCABA” (1984)
 P. 110 VERA RAVAGNANI JOB “ ORIGENS E IMPORTANCIA DO CICLO DO TROPEIRISMO”
(1983) E “ ALGUMAS CONSIDERAÇOES SOBRE O CICLO DO OURO E O TROPEIRISMO”
(1984

INSTITUTO HISTORICO, GEOGRAFICO E GENEALOGICO DE SOROCABA – IHGGS

 Fundado por Luiz Castanho de Almeida (Aluisio de Almeida) em 3 de março de 1954

CAPITULO 4

O CAMINHO ITARARÉ-SOROCABA

 P. 127: “ O caminho paulista das tropas ‘demarcou Itararé como marco zero, o inicio
do caminho, pois Itararé é a divisa do estado de São Paulo com o Paraná. Então o
caminho paulista das tropas envolve dez cidades ‘ (TORTELLI, 2013
 GLOBO RURAL, SERIE SOBRE TROPEIRISMO EM 2006
o A serie resgata e da folego à memoria da tradição e cultura tropeiro,
principalmente no que se refere às tropeadas.
o MEU: O meio das tropeadas é normalmente exclusivista. Os participantes
estão envolvidos no ambiente rural de cria/doma de cavalos desde criança,
fazendo parte de uma herança familiar. A celebração da herança histórica se
dá primeiramente diante a celebração da herança familiar. Também há uma
preocupação dos participantes em propagarem essa cultura para frente entre
seus netos e filhos, sendo que quando há adesão à cultura, isto é causa de
grande orgulho para o transmissor.
 P. 149: “ ‘ É, veja bem, antes meus pais participavam porque era necessidade, meio de
transporte deles era isso. Hoje nós fazemos um turismo porque a gente gosta, porque
tá no sangue, mais não é um compromisso que a gente tem que fazer todo dia.
Antigamente não, o meu avô trazia boiadas para Sorocaba, o meu pai a profissão dele
com o meu avô era cortar lenha no sitio e levar de carroça para a cidade. Levava
carroça de lenha todo dia pra Sorocaba. Entao, a nossa vida foi toda mexendo com
criação, o meio de transporte era carroça, charrete (...) Minha mae levava a gente no
posto de saúde, benzedeira na época era 16 km e eu minha irma na garupa e no colo
andando a cavalo.” (GRIFOS MEUS
 P. 169- 170: “ Afirmou que na região de Pilar do Sul as crianças estão cada vez se
interessando mais, isso pelo trabalho que é feito de incentivo. Com as palavras do
entrevistado, ele diz que estão ‘puxando eles pro lado da gente, principalmente a
molecada que tá meio desandada pro lado errado, a gente tá puxando ele pra uma
coisa boa. Porque o tropeirismo é companheirismo. Se um tropeiro fala que é tropeiro,
ele é companheiro’.(PEREIRA, 2013)” (GRIFOS MEUS)
 P. 190: “ É uma tradição e um gosto que passa de pai para filho”
 Relaçao dialética entre memoria e territorialidade nas tropeadas (p. 194)
 P. 203: “ Percebe-se, então, que são essas memorias do tropeirismo que levam a esse
resgate cultural. As memorias tropeiras impulsionam um movimento das tropeada
pelos antigos caminhos das tropas. Essas obedecem a certa territorialidade, que pela
memoria, busca refazer e recuperar experiencias ao longo desses espaços marcados
pelo tropeirismo no passado.”

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