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RODRIGUES, José Wasth – Tropas Paulistas de Outrora. Coleçao paulistica, v.

X 1978

INTRODUÇÃO POR JOSE DE BARROS MARTINS

Um artista do documentário

 P. 08: “ (...) é que numa coleção histórica deste poste, não fosse esquecido José Wasth
Rodrigues. E, louvando-se a inclusão de um trabalho seu nesta serie, seja realçado o
valor da excelente iniciativa do Governador Paulo Egydio Martins ao fazer editar esta
‘Paulística’.”
 P. 19-20: “ Os grandes conhecimentos adquiridos por Wasth, o abundante material por
ele colhido e pesquisado, seu amor ao estudo, aos poucos são trazidos a publico: com
muito cuidado, Wasth vai lançando uma serie de trabalhos que marcam uma época na
nossa historiografia. São coleções preciosas de desenhos, que revelam ao Brasil um
passado esquecido, favorecendo um renascimento do interesse nacional pela nossa
arte, assunto ate então circunscrito a museus, bibliotecas e a reduzido numero de
especialistas. / Entre esses muitos trabalhos, devemos citar, em primeiro lugar, o
Documentário Arquitetônico relativo à antiga construção civil no Brasil: são 160
pranchas, das quais dez a cores, reproduzindo velhas casas, igrejas e chafarizes, com
todos os seus detalhes, isto é, suas plantas, muros e janelas, portas com suas
guarnições, sacadas e cornijas, grades e suportes de luminárias, trincos e fechos de
porta, grades de ferro, portais, vidraças antigas, azulejos...enfim tudo.”
 P. 20-1: “ A vasta obra pictórica de Wasth está espalhada por museus, instituições
oficiais e particulares e inúmeros colecionadores. Dadas as suas características, ela se
concentra no Museu do Ipiranga, onde se encontram quase cinquenta trabalhos entre
óleos, aquarelas, guaches, nanquim, avultando os quatro painéis do peristilo, relativos
a D. Joao III, Martim Afonso, Tibiriçá e Joao Ramalho.”
 P. 21-2: “ Tropas Paulistas de Outrora foi escrita por Wasth Rodrigues para publicação
em 1954, no numero especial d’ O Estado de São Paulo, comemorativo do IV
Centenario da Fundaçao de São Paulo, colocando-se na mesma categoria de pesquisas
e estudos que formam a sua obra. A apresentação desse trabalho em livro tornava-se
necessária, podendo assim a nossa historiografia contar com mais um valioso subsidio,
agora de fácil consulta. / Da rude historia dos tres primeiros séculos, conseguiu Wasth
o levantamento completo da formação das tropas paulistas e do seu comportamento
militar, em minucioso estudo que abrange um mundo de ordenanças ordens regias e
alvarás, incluindo os figurinos de uniformes, num acervo notável de informações em
que se conserva seu estilo sóbrio e erudito.”

TROPAS PAULISTAS DE OUTRORA

 P. 31: “ Após o dominio espanhol, restaurado o Reino de Portugal em 1640, um dos


primeiros atos de d. Joao IV foi a formação do novo exercito em três escalões de forças
permanentes: 1) O Exercito de linha; 2) os Auxiliares; 3) as Ordenanças, nas quais eram
alistados homens de 16 a 60 anos.”
 P. 33: “ Ao apresentar este ensaio sobre as tropas de São Paulo de outros tempos,
recomendamos que não se perca de vista a questão de magna importância da sua
divisão em três linhas, ou seja, como já foi dito: a primeira, de tropas pagas, a segunda,
de auxiliares, e a terceira, de ordenanças. Esta disposição foi constante em Portugal e
no Brasil durante dois séculos e meio e, entre nós, so foi alterada na Regencia com a
substituição das 2 e 3 linhas pela Guarda Nacional, em 1831.”

TROPAS PAGAS OU DE PRIMEIRA LINHA

 P. 36-7: “ A partir da segunda metade do século XVIII, muitas companhias foram


levantadas em São Paulo, como veremos, para acorrer às lutas no Sul ou guarnecer
fronteiras./ Uma companhia de ‘Aventureiros’ foi organizada por Cristovão Pereira de
Abreu, criada por ordem de Gomes Freire de Andrade a 16 de janeiro de 1752, para
integrar a expedição ao Rio Grande de São Pedro, por motivo da execução do tratado
de Madrid. Gomes Freire partiu de São Paulo com duas companhias de Santos, ao todo
104 homens, e a Companhia de Aventureiros Paulistas que, com os Lagunenses,
somaram 162 homens, sob o comando do capitão Mateus Camargo.”

 P. 38: “ Iniciada a luta no Sul contra os Castelhanos, motivada pelas hostilidades


destes, chefiados por Vestiz y Salcedo, ordenou o Conde da Bobadela a 28 de março de
1762 ao Governador de Santos, Alexandre Luis de Souza Menezes, que subisse a S.
Paulo e formasse um corpo de 200 homens. / Informa Rio Branco que a 1 de janeiro de
1763, foi tomada ‘ a trincheira espanhola do arroio de Santa Bárbara (Rio Grande do
Sul) pelo Capitão Francisco Pinto Bandeira, à frene de 230 Dragoes do Rio Grande e
Aventureiros Paulistas.”
 P. 39: “ O Conde da Cunha que substituiu Gomes Freire (conde de Bobadela) no
governo do Brasil e no da capitania de S. Paulo, em outubro de 1763, determinou ao
governador de Santos, que fossem levantadas 4 companhias de Aventureiros, em todo
o território paulista, com 60 homens cada uma, formando-se em Santos um núcleo de
exercito sob o comando do cel. Mexia Leite. As companhias deviam socorrer o
‘continente do Viamão’, pois, diz o Vice- Rei em sua carta, ‘ estou persuadido que os
Paulistas são os mais próprios homens que o Brasil tem para vida militar.”
 P. 41-2: “ Em 1772, três companhias de Aventureiros figuram na guarnição do forte ou
presidio do Iguatemi. Este forte, situado à margem do rio Iguatemi, perto da foz do rio
das Bogas, no Sul do Mato Grosso, foi fundado em 1765 pelo capitão Joao Martins de
Barros, por ordem de D. Luís Antônio, para conter as incursões espanholas. Suas
defesas, formadas de cinco baluartes e dois meios baluartes em terra batida e faxina,
so terminaram em 1770, sendo armadas com 14 canhoes. / A guarnição foi composto
de cinco companhias de Aventureiros Paulistas e uma artilharia do Rio de Janeiro, num
total de 300 homens.”
 P. 43-4: “ Com relaçao aos uniformes dos aventureiros, vejamos o que contém a
missiva de 26 de novembro de 1775 do Marquês do Lavradio ao governador de S.
Paulo, Martim Lopes Lobo, então preocupado com o vestuário e armamento dos
Voluntarios Reais: ‘quando os Paulistas fizeram as grandes conquistas dessa Capitania,
da de Goiás, Mato Grosso, e em todas as outras partes deste nosso Brasil, foi
animando-os e deixando-os obrar livremente. Nunca foram vestidos regularmente;
eram armados à sua fantasia, alguns iam descalços, as selas dos cavaleiros eram uns
couros; assim atravessando os pântanos, os rios; subiam e desciam serras; atacavam
os inimigos e se faziam formidáveis’. Referindo-se especialmente aos aventureiros
escreve: ‘ Sempre que estes homens foram chamados ao Rio Grande nas companhias
de aventureiros, iam quase em igual desordem; assim trabalhavam; e alguma coisa
que por la se fez de boa quase sempre se lhe deveu a eles’”
 P. 44: “ Quando, em 1777, Martim Lopes Lobo projetou criar uma companhia de
aventureiros caçadores, para enviar ao general Bohm, esclareceu a 14 de abril, que
iriam ‘descalços dando-lhes so um calção e véstias muito curtas a que lhes chamam
jaleco, de baeta, para menor despesa e rapidez na confecção.’”

LEGIÃO PAULISTA

 P. 46-7: “ A Legiao foi levantada em vista da campanha no Sul e para substituir as


companhias irregulares de Aventureiros, ficando pronta a 1 de dezembro daquele ano.
(...)Para seu comandante efetivo foi nomeado o paulista José Pedro Paes Leme,
capitão de granadeiros do 2 Regto. De Infantaria do Rio de Janeiro. (Era filho de Pedro
Dias Paes Leme, neto de Garcia Rodrigue Paes e bisneto de Fernando Paes Leme)”
 P. 47-8: “ Pelas instruções aprovadas, os soldados podiam ser brancos, mulatos ou
índios, ‘ contanto que fossem fortes e desembaraçados, casados ou não’. (...) Cuidou-
se com a máxima urgência de instruir, armar e vestir os soldados para seguirem o seu
destino: o Rio Grande de São Pedro. Faltou tudo, armas, barracas, equipamento e
pano para as fazendas. Apesar das deficiências e ‘para evitar despesas’, seguiram em
novembro de 1775 algumas companhias de infantaria e de cavalaria, parte por terra e
parte por mar, e que chegaram ao Sul em meados de 1776. Os que seguiram por terra
foram, em grande parte, vitimas da varíola, tanto em São Paulo como em Santa
Catarina, tendo o mal dizimado não so estas companhias como outros corpos.
 P. 48-9: “ Sobre o estado em que se apresentaram as 3 companhias de cavalaria ao
chegarem, diz o General Bohm em carta de 18 de junho de 1776 a Martim Lopes Lobo,
que os cavalos estavam arruinado, o armamento e o arreamento imprestáveis, ‘ uns
com selas, outros com selins, uns com pistolas, outros sem elas, uns com espadas,
outros com terçados; sem capotes, sem mochilas, sem barracas e sem calçadeiras’.
Enfim, incapazes de servir, necessitando descanso e reorganização. E foi assim, nesta
precariedade, que a Legião Paulista ao lado dos Dragões do Rio Grande e de outros
corpos, entrou na linha de resistência aos ataques de Ceballos.”
 P. 49: “ Serenada a luta, sugeriu o General Bohm, em fins de 1776, que a Legiao
voltasse a São Paulo para descansar, retornando depois para o Sul, com o que não
concordou o governador Martim Lopes pelos inúmeros inconvenientes de sua jornada;
no que teve razão, pois no ano seguinte deram os espanhóis nova investida ocupando
a Ilha de Santa Catarina.”
 P. 50: “ Em sua correspondência com o vice-rei, escreveu d. Bernardo que ninguém
excedia os paulistas em fidelidade e amor à Soberana’. Em carta de 20 de fevereiro de
1789 conta o seguinte fato: ... ‘ eu mesmo vi na recruta que tenho feito, vinham os
pais e algumas mães trazendo os seus filhos, e diziam chorando que tinham saudades
deles mas que s. majestade estava primeiro que tudo’ (...) ‘ com toda a verdade digo a
v. exa, que são os melhores soldados da América’”
 P. 51-2: “ Os soldados da Legiao eram divididos em duas classes: os Permanente os
Licenciados. Os primeiros eram soldados que serviam efetivamente; os segundos,
apenas três meses por ano, período em que deviam residir no quartel recebendo soldo
e fardamento, e efetivamente licenciados os nove meses restantes. Nesta classe
estavam compreendidos os proprietários, os filhos de agricultores, os artistas e os que,
exemplarmente, se distinguissem pela disciplina e morigeração.”
 P. 53-4: “ Seu ímpeto combativo e sua bravura foram, então, reconhecidos pelo
próprio general Alvear comandante em chefe do exercito argentino, conforme a
palavra insuspeita de I.M Todd, oficial argentino que diz em seus ‘Recuerdos del
Exercito em operaciones contra el Emperador del Brasil’ (...) ‘ Estabamos admirados de
encontrar una resistência á la que no estábamos acostumbrados; pero despoes nos
explicamos esto, quando supimos que habiamos combatido com los paulistas
nombrados, que constituíam la mejor caballeria enemiga’”
 P. 56: “ Diz o Padre Luís Gonçalves dos Santos que o general Lecor tinha reforços de
‘tropas do país e de S. Paulo visto serem os continentistas e os Paulistas homens
práticos destes terrenos e peritos no modo de pelejar dos insurgentes espanhóis e dos
índios seus aliados que fazem a guerra à maneira dos tártaros, sem ordem nem
disciplina, atacando sempre de improviso e pondo-se em fuga debandada, logo
tornam a voltar, quando menos se espera; manejando com sua destreza a lança e laço
e bolas’”
 P. 57: “ Osório, que na cavalaria da antiga Legiao Paulista iniciou sua fulgurante vida
militar, tinha nela o posto de alferes e a idade de 19 anos ao bater-se no Passo do
Rosário, em 1827. Lembrou-se de sua mocidade quando, em 1865, em Corrientes, com
comandante em chefe, passa diante do 7 de Voluntarios e diz: ‘ Estes são soldados. E
devem sê-los, pois os paulistas, seus antepassados, foram bravos, como certifica a
historia’. Depois, palestrando como os oficiais, recordou: ‘ Entre os paulistas fui cadete
do exercito; muito os apreciei, com eles vivi ligado no mais amplexo e estreito laço de
fraternidade; com eles partilhei mais de uma vez a vida de campanha’”
 P. 58: “ ~ Uniformes. Ao criar o Corpo de Voluntarios Reais a 27 de maio de 1775,
escreveu o Marquês do Lavradio a Martim Lopes Lobo, que o corpo teria armas e
uniformes, que lhe seriam dados e ao com as que estavam acostumados ate então (os
antigos aventureiros). E que devia sujeita-los à obediência e disciplina dando-lhes
conselhos, pois os Paulistas eram conhecidos pelo orgulho e pela vaidade.”
 P. 61: “ [Os paulistas] Não usavam lança, pois sua arma preferida foi sempre um largo
e pesado sabre.”
 P. 61-2: “ Arago esteve no Brasil por volta de 1820 e descreve os paulistas com hábitos
e trajes dos gaúchos, porem, com requintes na elegância e preciosismos nos
pormenores: chapéu largo de feltro fino preso sob o queixo por fita de veludo, poncho
de pano castanho, azul ou branco, calção de couro, botar e cinturão enfeitados com
desenhos de diversas nuanças, ‘ curiosos e sedutores à vista’”
 Cit 7 Arago (M.J.E) Souvenirs d’um Aveugle, Voyage autor de Monte. Paris, 1839, v. 1.
P. 157
 P. 62: [ CRÔNICA DO AUTOR CITADO ACIMA] “ Chegado do Rio de pouco, um coronel
polonês, lanceiro da velha guarda imperial, so ouvia falar dos paulistas, com os mais
exaltados elogios, como exímios laçadores. Decidiu-se o lanceiro a uma prova e
publicou nos jornais um desafio para um encontro entre a lança e o laço. No dia
seguinte, recebeu um estranho visitante. / É o senhor o coronel, que publicou ontem
uma nota nos jornais? – Sim senhor, por que está interessado por ela? / - Eu sou
paulista. / - E então aceita minha proposta? / - Porque não. / - Mas o sr. Só tem cinco
pés de altura! / - E o sr. Não chega a seis (...)”
 P. 63-4: “ Na hora certa, tocou uma musica militar anunciando os contendores. O
coronel entrou primeiro, montado num magnifico alazão, que manejava com graça, e
se precipita a galope de lança em riste. Um grito geral de admiração e palmas
reboaram. Eis, porem, que entra o paulista, curto, magro, amarfanhado, mas cujos
olhos lançavam faíscas sob o largo bordo do chapéu de feltro; seu cavalo era pequeno
mas vivo. Cumprimenta uma dúzia de camaradas e se dirige lentamente para seu
adversário, ao qual saúda com a cabeça. – É José! Dizem uns; e outros, que teriam
preferido Fernando, ou Antonio, ou Pedro! Não importa, as apostas são apregoadas,
mas não a favor do polonês. / - Coronel, estou às suas ordens. / - Temi que o sr. Não
fosse exato. / - Um paulista não se faz esperar; e ainda não bateu nove horas. / Mas o
sr. Não tem sela? / Não é necessário. Trago o meu laço. / - Quanto a mim vou
substituir o ferro da minha lança por um tampão de couro. / - Por quê? / - É que eu
poderia mata-lo! / - Impossivel. Para matar alguem é preciso tocá-lo, e o sr me não vai
tocar. / - O sr brincando sempre! / - Sempre. Mesmo diante de uma onça.”
 P. 64: “ Os campeões vao lançar-se, o coronel de ferro em riste, o paulista agitando
sobre a cabeça o laço perigoso.../ - Ah, ah! Grita este, para se ligar aos seus hábitos de
guerra. Ah!Ah! E se precipitam um sobre o outro. O lanceiro errou o golpe. José não
procurou laçar o contendor, como se tivesse querido negacear uma primeira vez; o
coronel é arrancado da sela e rola na poeira sem poder desprender-se do nó que o
aperta. O povo quer aplaudir, mas o paulista faz sinal, pois não é delicado, e ei-lo
levantando seu adversário.”

REGIMENTO MEXIA

OUTROS CORPOS DA PRIMEIRA LINHA DE INFANTARIA, DE CAVALARIA DE ARTILHARIA


CORPOS DE AUXILIARES, DE MILICIAS OU DE SEGUNDA LINHA

 P. 86-7: “ O Estado Militar da Capitania em 1767, conforme carta do Governador ao


Vice-Rei, era o seguinte: 1 Corpo de Dragoes de S. Paulo e Vilas do Sul de Serra acima,
com 384 homens em 6 companhias, aquarteladas, duas em S. Paulo e as restantes em
Conceição, S. Bernardo, Santo Amaro, Cotia, Parnaíba, Itu, Sorocaba, Jundiaí, Mogi
Guaçu e Mogi Mirim. / 2 Corpo de Cavalaria de Guarantiguetá e Vilas do Norte de serra
acima, com 384 homens em 6 companhias, distribuía-se entre Facão (Cunha),
Pindamonhangaba, Taubaté, Jacareí e Mogi das Cruzes, (esta, criada a 28 de junho de
1766). Ambos os corpos estavam às ordens do sargento-mor Dr. José de Macedo Sotto
Maior. / 3 Corpo de Infantaria de S. Paulo e Vilas de serra acima: 975 homens em 15
companhias distribuídas entre a Capital, Juqueri, Conceição, S. Bernardo, Santo Amaro,
Cotia, Atibaia, Nazaré, Parnaíba, Itu, Sorocaba, Jundiaí, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, e
Jaguari, nesta ultima, os granadeiros. / 4 Corpo de Infantaria de Guaratinguetá e Vilas
do Norte: 390 homens em 6 companhias, compreendendo Guaratinguetá, Piedade,
Pindamonhangaba, Taubaté, Jacareí e Mogi das Cruzes. Os dois corpos sob o comando
do Sargento-mor Manuel Caetano Zuniga. / 5 Corpo de Infantaria da Marinha de
Santos e Vilas do Norte, 520 homens em 8 companhias./ 6 Corpo de Infantaria da
Marinha em Paranguá e Vilas do Sul, com 715 homens em 10 companhias (Iguape,
Cananéia, S. Francisco, Laguna, etc.)/ As três companhias de Ussares de Curitiba, de 80
homens cada uma, somando com os oficiais 252 homens, estavam, as 1 e 2 em
Curitiba, e a 3 nos Campos Gerais. Comandava-as o mesmo sargento-mor Francisco
José Monteiro, nomeada naquele ano para comandante da infantaria de Paranaguá. /
Formavam todos os corpos, inclusive oficiais, 21 companhias de cavalaria e 40 de
infantaria num total geral de 4.004 homens.”

 Regimento de Dragoes Auxiliares da Cidade de SP. Figurino autêntico de 1788, no


Museu Paulista
 P. 94: “ Um novo corpo surge em 1798: o Regimento de Sertanejos de Itu. Em carta de
26 de abril daquele ano ao Vice-Rei, diz D. Antonio de Melo e Castro que criou ‘ por
respeito aos sertões daquela vizinhança onde vem desembarcar a estrada do Sul ou
Curitiba, como para domesticar e fazer estes homens, sujeitando-os à disciplina dos
seus respectivos Cabos, com o que serão de grande importância na ocasião de algum
rompimento de guerra’”
 P. 95-6: “ Por ato de 29 de agosto de 1808, resolveu o Principe Regente dar nova
organização às milicias da Capitania, não so para atender às novas lutas contra os
castelhanos no Sul como para ocupação dos Campos de Guarapuava. Estes Campos, no
atual Estado do Paraná, que tinham sido atravessados pelos bandeirante em épocas
remotas, foram explorados em 1770 pelo tenente Cândido Xacier de Oliveira e Sousa
e, no ano seguinte, por outra expedição chefiada por Afonso Botelho de Sampaio./
Para a expedição aos ditos Campos, deu-se inicio à criação de um corpo de voluntários
de milicias a cavalo, com 502 homens, que deveria ser formada com elementos dos
três regimentos existentes na Capitania e um esquadrão de curitibanos, devendo ser
designado seu Comandante, o Sargento-mor do Regto. De Cavalaria de Curitiba, Diogo
Pinto de Azevedo Portugal. / Na realidade, o Corpo veio a ser formado
diferentemente, pois o conde de Linhares determinou ‘que se formasse do maior
numero de curitibanos que fosse possivel’. Entraram também na sua composição
outros milicianos da Capitania assim como soldados de linha e ordenanças, ao todo
200, e mais o pessoal civil, todos de Santos, Curitiba, Lapa e Castro. Os civis e os
soldados do Regto. De Caçadores de Santos foram requisitados pelo próprio Diogo
Pinto deixado seu comando em 1816. / Para a manutenção, foi criado um tributo por
10 anos, de 200 reis, sobre toda a cabeça de gado que passasse pelo registro de
Sorocaba. Facilitou-se também com isenção de pagamento de dividas à Fazenda Real e
dízimos aos que quisessem ir povoar os campos de Guarapuava. Os índios que fossem
aprisionados seriam cativos por 15 anos.”
 CIT 23 Vieira dos Santos (Antônio) – Memorias Historicas, etc, da Cidade de Paranaguá
e seu Municipio, Curitiba, 1950

COMPANHIAS E TERÇOS DE ORDENANÇAS OU TERCEIRA LINHA

CAPITANIA E PROVINCIA DE SÃO PAULO

 P. 106: “ Em 1660, Gabriel de Lara foi feito Capitao-mor de Ordenanças, Ouvidor e


Alcaide-mor de Paranaguá. Em Iguapé, já havia, em 1699 a ‘companhia dos homens
casados e a dos reformados’, denominações que indicam tratar-se de ordenanças. A
partir de 1700, intensifica-se a criação de companhias em todas as vilas e povoados,
sendo constante, desde então, a distribuição de patentes de coronéis, capitães-mores
e capitães de ordenanças tanto em São Paulo como, depois de 1707, nos distritos de
Minas.”

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