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1
ÍNDICE
2
LOCAIS DE PESQUISA E FONTES CONSULTADAS
Literatura e iconografia.
Literatura e iconografia.
4. Líber
3
BIBLIOGRAFIA
Páginas 20-21
1
Nota de número 13 - Dag. Notulen de 21 de março de 1652, ARA, OWIC 75.
Houthain substituíra Jacob Stachhouwer morto no mês anterior.
2
Nota de número 14 - Generale Missiven ao Conselho dos XIX, Recife 21 de maio e
30 de junho de 1653, ARA, OWIC 67.
3
Nota de número 15 - Dag. Notulen de 27 de dezembro de 1653, 4 e 6 de janeiro de
1654, ARA, Criminele papieren, maço 5252 portef. C. Os indígenas, que formavam
duas companhias, foram levados para os fortes de Afogados e Altená, embora se
reconhecesse <<que essa nação não se acomoda a ficar encerrada nos fortes,
preferindo dispor de espaço e de saída>>. O Alto Governo tentou, também, trazer o
próprio Houthain para o Recife, com novo reforço de 200 soldados (dos quais 50
índios), mas se convenceu da impossibilidade de fazê-lo, em conseqüência do
bloqueio marítimo. A Paraíba devia ficar então sob o comando do Capitão Gijsbert de
Tint, com gente do West Friesland; moradores e soldados fariam a guarnição do Forte
Margarida: Dag. Notule de 18 de janeiro de 1654, idem, e nas cartas do Alto Governo
a Houthain, Recife 18 e 19 de janeiro de 1654, ARA, Criminele papieren cit.
4
Bartel Brant), que cruzava no litoral nordestino, levou um navio
português que se dirigia ao Oriente <<ricamente carregado>>,
tomando prisioneiras as 44 pessoas que nele iam embarcadas 4 .
(...) Segundo Francisco de Brito Freire, os holandeses tinham
nessa altura na Paraíba quatro fortificações: <<as fortalezas do
Norte, da Aldeia, de Santa Margarida e do Reduto>> 5 . A do
Norte, chamada pelos portugueses de Santo Antônio, estava na
margem setentrional do rio; a da Aldeia era provavelmente o
reduto que existia na aldeia de Gargaú, a que já nos referimos; a
de Santa Margarida, ou antes, Margarida era a do Cabedelo e o
Reduto seria a pequena fortificação no Varadouro 6 .
4
Nota de número 16 - Dag. Notule de 24 de janeiro de 1654, idem. Parece tratar-se
da naveta <<Nossa Senhora da Penha de França>>: Comandante Antônio Marques
Esparteiro, Catálogo dos Navios Brigantinos (Lisboa, 1976) p. 10.
5
Nota de número 17 - Virgínia Rau, <<Relação inédita de Francisco de Brito Freire
sobre a capitulação do Recife>>, Brasília vol. IX, (Coimbra, 1954) p. 203. Publicada
aqui como Apenso I.
6
Nota de número 18 - O Inventário das Armas 2°. Ed. (Recife, 1940) pp. 66/68
menciona cinco locais onde havia artilharia.
5
MENEZES, José Luís Mota; RODRIGUES, Maria do Rosário Rosa.
Fortificações Portuguesas no Nordeste do Brasil. Séculos
XVI, XVII e XVIII. Recife: Pool Editorial, 1986.
(Biblioteca Central (UFPE) - 725.18 M543f / Biblioteca Centro de
Artes e Comunicação - 725.18 M543q ESP)
Página 36
6
“No momento, em restauração mas, como as demais fortificações
sem uso nenhum”.
“Os outros fortes existiam na costa da Paraíba e por serem de
terra e depois inúteis, desapareceram sem deixar vestígios”,
Páginas 43-44
Contagem de fortificações
7
Construção = CON
Localização = LOC
Arquitetura = ARQ
Artilharia e Guarnição = A.G.
Ocupações = OCU
Diversos = DIV
Páginas 72-78
8
LOC Estava situado na margem esquerda da foz do
rio Paraíba defronte da ilha da Conceição
aproximadamente uma légua acima do forte de
Santo Antônio.
OCU Várias vezes, ao longo deste ano os índios e os
piratas franceses atacaram o forte, tendo sempre
sido repelidos.
1585 Os seus defensores, sem condições de
resistência, incendiaram-no e retiraram-se para
Pernambuco, não sem antes terem deitado toda
a artilharia ao mar. Os franceses ocuparam
então o forte.
1880 Já não existiam vestígios deste forte.
9
1980 Não restam vestígios.
10
1597 OCU Os franceses atacaram o forte, desembarcando
350 soldados de 13 navios, mas foram
repelidos pelos 20 homens e 5 canhões
existentes no forte.
DIV Passou a chamar-se de Santa Catarina.
11
canal por onde sobem as embarcações, porem
todas as podem alcansar a artelharia da dita
fortaleza por quanto della a ilha não avera mais
distancia, como de São Roque ao outro da
Boavista.
Esta fortaleza pode ser socorrida de dentro da
cidade por terra de gente de pé e cavallo dentro
em três horas, porque quando ha ocasião de
enemigos se tira huma pessa de rebate, que se
ouve muito bem na cidade, e se pode conhecer
por ella que ha enemigos na barra (...).
He capitão desta fortaleza proprietario por Sua
Majestade João de Matos homem antiguo de
idade de 80 annos, e que criou ali ha muitos
annos, e que se criou ali ha muitos annos (sic) e
se achou em todas as guerras que ouve na
Paraiva com os indios, porem hoje serve em seu
lugar, e assiste na fortaleza Simão de
Albuquerque de Mello seu genro homem fidalgo
de idade de 30 annos deligente e capaz do cargo
que tem como mostrou o anno de 627 em
defensao de hum navio de Viana, que se
socorreo a fortaleza perseguido de quatro navios
de enemigos, que a fortaleza fez retirar. E o
remedio que tem os navios perseguidos de
enemigos he acostar se 5 fortaleza em que
ordinariamente assistem 20, 30 homens das
companhias da ordenança afora os
bombardeiros, e alguns soldados pagos por el
rey, que poderão ser perto dos dez, ou doze, e o
capitão sempre assista com elles de morada com
sua molher e filhos".
12
portugueses morrendo no combate Jerônimo de
Albuquerque. Mas os holandeses são obrigados a
retirar.
13
de canhões de grosso calibre, ainda assestados
às respectivas canhoneiras, sobre velhas
carretas. Grande parte dos armeiros e baluartes
estão desmoronados para o lado do mar e as
peças, em grande parte, rolaram pelos taludes
abaixo ou se acham espalhadas ao longo da
praia e sepultadas na areia. Sobre os parapeitos
e ameias existem ainda cerca de 60 canhões,
alguns de bronze, com belos ornamentos em
relevo e inscrições diferentes. Na bateria sul
existem um canhão de bronze, de grosso calibre,
com o brasão de armas dos Filipes de Castela,
tendo em cima a coroa real de Espanha. Outros
dos canhões têm as armas de Portugal; alguns
destes têm a seguinte inscrição sobre a culatra:
"ANNO DOMINI - 1622”.
1634 OCU O General Segismundo-Van-Scklopp, auxiliado
por Calabar, e com 32 navios e 2.400 homens,
chegou a Cabedelo onde desembarcou gente
dando inicio a um apertado sítio, intercalado por
uma série de mortíferos combates contra este
forte, o de Santo Antônio e a Bateria de São
Bento. No dia 16 de Dezembro o capitão do
forte, Antônio de Albuquerque, é obrigado a
render-se, aceitando as propostas do chefe
batavo, o que permitiu aos portugueses
abandonar a praça com as suas armas e
bandeiras.
1637 O forte foi reconstruído e ampliado por ordem de
M. Nassau, passando a chamar-se Forte
Margaret em homenagem a sua antepassada.
1641 Fernandes Vieira tentou apoderar-se do forte,
corrompendo o seu comandante, o Coronel
Blandeck, mas que, denunciado, foi substituído
pelo General Lange.
1654 Foi reocupado pelos portugueses, chefiados pelo
Mestre de Campo Francisco Figueiroa. Foram-lhe
feitos melhoramentos.
1689 As condições em que se achava o forte são-nos
dadas através do seguinte documento, de 15 de
Maço de 1689:
14
“Carta de El-Rei ao Governador da capitania de
Pernambuco, enviando o que escreveu Amaro
Velho Cerqueira, Capitão-mor da Paraíba, acerca
de haver ido aquela capitania o engenheiro José
Pais Estevens, para ver a obra que se devia fazer
na reedificação da fortaleza do Cabedelo, como
se mandou ordenar ao Governador Fernão
Cabral, e que tornando o dito engenheiro com a
notícia se não tratou da reedificação e se arruína
toda a fortaleza é maior o dispêndio, e
ordenando se acuda pela Fazenda Real, por
convir muito a sua conservação".
1 capitão - (vago)
1 tenente - Luis de Lima (comandante)
1 alferes - Francisco Róiz Barbosa
1 sargento do número - Antônio de Melo Moniz
1 sargento supra - Joam Ignácio da Rocha
1 condestável - Joam Figueiredo de Moraes
1 tambor
42 soldados fuzileiros
20 soldados artilheiros
“A guarnição desta fortaleza he pertencente à
mesma e nela se acham efectivamente servindo
independente das companhias que guarnecem a
cidade de Parahiba”
CON O forte não está acabado em algumas partes,
onde lhe faltam os parapeitos.
15
1778 A.G. Tinha a seguinte guarnição, com 139 homens:
1 capelão
1 capitão
1 tenente
1 alferes
1 sargento
1 furriel
1 porta-bandeira
1 condestável
4 cabos
1 tambor
10 soldados artilheiros
47 soldados
69 praças.
Montava 122 peças, com os seguintes calibres:
calibre 4 - 2 peças de ferro
calibre 6 - 3 peças de ferro
calibre 8 - 6 peças de ferro
calibre 16 - 1 peça de ferro
calibre 16 - 6 peças de bronze
calibre 18 - 2 peças de bronze
calibre 18 - 7 peças de ferro
calibre 20 - 8 peças de ferro
calibre 20 - 1 peça de bronze
calibre 24 - 8 peças de bronze
calibre 24 - 8 peças de ferro
calibre 26 - 1 peça de bronze
16
1798 ARQ Documento do governador Fernando Delgado
Freire de Castilho, datado de 20 de Setembro,
e em que dá conta do estado do forte e dos
meios para reparar e conservar:
"As muralhas tem todas falta de reboque para
sua conservação e estão sem parapeito, nem
canhoneiras para livremente laborar a
artelharia. A Ponte do Fosso está toda
arruinada por se achar a madeira da estiva
toda podre e melhor se achão faltas de piras, o
que faz com ella seja huma passagem
arriscada. O Fosso se achou em partes
entulhado fazendo impedimento ao curso água
que deve receber. O Portão principal acha-se
todo arruinado com o macho da dobradiça da
parte esquerda quebrado, e huma das
dobradiças da parte direita de todo fora, assim
como duas mais da mesma parte despregadas
sustentando somente pelos últimos pregos em
razão da madeira estar toda podre e não poder
sustentar prego algum, o que faz que só com
risco se possa feixar.
Não tem portão interior suposto se achar lugar
para o haver.
A Capella tem todas as tampas das sepulturas
podres, e algumas já desbaratadas, e as
paredes denegridas.
O Telhado do Corpo da Guarda necessita
melhorado por chover em todo elle, e evitar a
ruina da madeira.
Acha-se quebrada a feixadura da porta da
cocheira e juntamente despregada huma
dobradiça, pelo que se não pode feixar.
O Palacio, ou caza dos Governadores, tem o
telhado demolido em duas partes e vai
continuando a sua ruina por se achar a
caibraria toda podre, assim como o assoalhado
e portas e sobreportas do interior, e cinco
traves; a mais madeira (...) está boa, porem
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ficará totalmente arruinada, e sem prestimo
algum se brevemente se não reparar.
A Caza dos Comandantes necessita retalhada,
e o seu fogão, e chaminé estão arruinadas com
huma trave já no chão, e huma também de
menos no portão do interior.
O Primeiro Quartel, onde se achou alguma
polvora, preciza ser retelhado e o segundo da
mesma serventia tem a feixadura e dobradiças
quebradas. O outro quartel tem tão bem huma
dobradiça quebrada e igualmente preciza ser
retelhado.
O Primeiro Quartel da esquerda acha-se com a
tarimba falta de algum soalho, tem suas
goteiras assim como todas as mais.
O corredor que vem para o portão esta todo
minado de grandes formigueiros, o que lhe tem
feito grandes entulhos de terra, o que
totalmente impede elle e o que o arruinará a
mesma porta e mais paredes.
A porta principal de caza da polvora está toda
podre e huma dobradiça. Esta caza he bastante
humida em razão de hum pequeno triangulo,
que fas a contramuralha com a parede da
rampa e soitão da mesma caza onde recebem
alguma agoa devendo ser entulhada para
evitar hum semelhante prejuizo e a ruina da
mesma caza.
Acha-se tão somente a cortina da Fortaleza
que olha para o mar com explanada, assim
como somente duas rampas lageadas, e outras
duas totalmente escavacadas pelas
inundaçoens conduzindo as mesmas agoas
entulhos para a Praça d'Armas.
A Guarita que nella houve e que ficou no
Baluarte do Norte preciza a abobada toda
emborada pelo muito que nella chove.
Esta Fortaleza he a unica que ha em toda esta
capitania, e a que defende a entrada do Rio
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Paraiba. Tem rendimento proprio para (?)
reedificação que he hum cruzado que paga
cada caixão de assucar, cujo rendimento se
tem aplicado para a mesma fortaleza; porem
como elle emporta em muito pouco em
proporção das ruinas referidas, e a demora do
seu reparo caminha a largos passos para a sua
total destruição não podendo de sorte alguma
ser remedenda unicamente com o proprio
rendimento, he precizo que huma vez que se
queira conservar a dita Fortalleza se arbitem
pela Real Fazenda consignaçõens (?) e
proporcionadas, com que se possa acudir ao
seu reparo e reedificação, incluindo nas
mesmas consignaçõens o rendimento
mencionado, e podendo depois dela reparada e
reedificada hir indemnizando a Fazenda Real
com as rendas da sobredita Fortalleza todas as
vezes que não forem de absoluta necessidade
para ella mesma".
Existe, no Arquivo Histórico e Ultramarino, um
mapa do forte com a seguinte legenda: "Planta
exacta da Fortaleza de Sta. Catharina do
Cabedelo, cituada huma legoa da Barra do Rio
da Parahiba do Norte, na América meridional, e
Portuguesa, tirada por Antonio Jozé de Lemos
Capittam de Infantaria da Capitania de
Pernambuco".
Petipé de 60 palmos, com 654 x 483 mm.,
colorida.
A se encontrava em decadência.
FORTE DO INHOBIM
19
1980 Não restam vestígios.
FORTIM DO VARADOURO
20
"(...) Tem junto ao mar dous fortes hum com
dez pessas, e outro com oito de ferro coado
ficando hum sobre o outro a modo de duas
andaimos de artelharia afastado hum do outro
trinta passos de modo que o de dez pessas,
que he de pedra de cantaria com, suas
Trincheiras fica ao lume d'aguoa, e outro que
he terra pleno de barro fica por sima
senhoreando o de baixo, e cada hum destes
fortes tem seu capitão, e artilheiros, mas nao
pagos por el rey, porque o de baixo fez hum
senhor de emgenhos chamado Manoe Pirez
Correa a sua custa, ha cinco ou seis annos, e
outro fez o capitão mor a custa d'el-rey havra
hum anno, que está acabado com pessas
mandadas de Lisboa.
Por maneira que com artelharia destes dous
fortes, e trincheiras, que estão de huma parte
e da outra pera mosqueteria se pode defender
a desembarcação, e tudo o mais de huma
parte e da outra só arvoredos que entrão no
mesmo rio adonde se não podem desembarcar
em nenhum tempo.
(...) Tirada do original feito judicialmente por
ordem do governo o anno de 1630. Ainda
existiram outros dois fortes na Paraíba, e que
são os seguintes:
- Bateria da Barra de Lucena, construída por
Flores Valdez e abandonada pouco tempo
depois.
- Forte Velho, construído pelos franceses na
margem do rio Guia, em frente da ilha da
Conceição; em 1586 foi ocupado e destruído
pelos portugueses.
21
SANTOS, Paulo. Formação das Cidades no Brasil Colonial. 1a
Edição. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2001.
(Instituto Ricardo Brennand)
Páginas 101-102
22
uma montanha, na margem oposta do rio (à direita), três léguas
acima da sua barra, a cidade daquele nome, que Fruttuoso
Barbosa, inspirado no nome do forte que fundara, batizou de
cidade Filipéia ou cidade Filipéia de Nossa Senhora das Neves,
mais tarde Paraíba - hoje João Pessoa. Na construção dela
aparece, citado pelo padre Simão Travassos e depois por frei
Vicente do Salvador, um certo Cristóvão Lins (ou Linz), oficial
alemão, que o catálogo genealógico de Jaboatão informa ter-se
radicado na capitania de Pernambuco desde o tempo da sua
fundação e que nessa jornada teria sido o construtor do último
citado forte, erigido num sítio escolhido com a opinião favorável de
Manuel Fernandes, “mestre das obras de el-rei”; Lins seria
também, segundo Ferreira Pinto, citado por Afonso Arinos, o
primeiro urbanista da cidade de Paraíba - que teve sua Câmara,
cadeia, açougue, armazéns de açúcar, e em que rapidamente se
teria tornado a rua “que ainda hoje é conhecida com o nome de
Nova”.
Barlaeus - cujo livro - de 1647 - mostra-nos todas as instalações
existentes no rio Paraíba (p. 158-159) à época de Nassau (Tábua
XVIa): na foz, a margem esquerda, um “Monumentum S. Atitony”;
à margem direita, uma fortificação, a “Arx Margarete” (de que
mostra, noutra gravura, também a elevação: “Castrum
Margarete”); ao centro, numa ilha, a “restinga”, com a indicação
de mais outra construção; longe da foz, na margem direita, a
“Frederica Civitas” - que tal passou a ser o nome da cidade ao
tempo dos holandeses. Nesta se salienta a leste o “Coenobium”,
em forma de ferro de engomar, cidadela amuralhada em que se
ergue o forte que domina a cidade, e de onde parte a rua principal,
que se prolonga na estrada que ganha o sertão. A cidade é aberta,
sem muralhas. Seu traçado apresenta certa regularidade, talvez já
introduzida pelos holandeses: uma grande praça, outra menor, e
edificação de forma geométrica (C, L, I) com grandes quintais. O
prospecto da cidade, já então muito edificada, aparece no livro de
Santa Teresa (1698), com o nome de “Cittá de Paraíba”, vendo-se
também indicados o “Convento di P. P. Franciscani” e a “fortaleza
di pietra situata alla rua del fiuime” - rua do rio -, nome a que
antes aludimos como sendo a principal.
O desenvolvimento da cidade pode ser acompanhado nas plantas
do Livro que dá razão do Estado do Brasil em 1612 e na História...,
de Barlaeus.
23
FONTES IMPRESSAS
24
fosso, trincheira, parapeito, quatorze canhões de bronze e
quarenta e dois de ferro; o da Restinga, que se ergue na praia,
com sua paliçada, com quatro peças de bronze e duas de ferro; o
de Santo Antônio do Norte, quase sorvido pelo mar, e que se reduz
a uma torre protegida por uma cerca e sua artilharia. A
Fredericópole serve de fortaleza o convento dos franciscanos,
cingido de trincheira. Reforçam-no meias-luas, fossos, estacadas e
dez bocas de fogo. Também aí existe uma torre para segurança do
porto”.
25
DE LAET, Joannes. História ou Annaes dos feitos da
Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu
começo até o fim do anno de 1636. Vol 38. Rio de Janeiro:
Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional, 1920.
Páginas 216-217
Página 217
A assembléia dos XIX, ainda nas suas últimas cartas, que foram
lidas para esse fim no conselho, ordenava com insistência que
fizessem o possível para desalojar Albuquerque do seu arraial,
situado tão perto das nossas fortificações, ou que por todos os
meios se apoderassem da Paraíba, pois os do próprio conselho e
outros oficiais expunham de tal fôrma a situação, que não
julgavam a empresa tão difícil. Só restava agora resolver qual dos
dois projetos (visto que deviam satisfazer aos superiores) podiam
26
realizar mais facilmente. Os principais do exército, sendo
consultados, declararam que bater e desalojar o inimigo do Arraial,
o que antes fora considerado muito difícil, agora era quase
impossível, pois aquele se achava atualmente provido de todo o
necessário e fora reforçado, havia pouco tempo, por muitos
veteranos experimentados.
A conquista do forte da Paraíba não julgavam pudesse ser
vantajosa à companhia, mas antes prejudicial, pois, apoderando-
se daquela praça, estariam situados numa ponta de areia, sem
refresco algum e como que separados da
Página 218
27
Vriessche Jagher. O Windt-hondi (digamos de passagem) tinha no
dia 22 deste mês dado caça, ao norte do cabo de Santo Agostinho,
a uma caravela espanhola, a qual destruiu. No dia 1º de Dezembro
guardaram o dia de preces, para rogar ao Todo Poderoso que
abençoasse a empresa.
E, como receassem que, à vista da estação do ano, os navios
facilmente fossem desviados da costa, se navegasse além da
Paraíba, isto é, mais ao norte, fizeram um aditamento à resolução
precedente, a saber: os chefes da expedição não deviam ir com o
grosso das suas forças ao norte da Paraíba; mas, se chegassem
informações e avisos do Rio Grande ou de outros lugares em que
houvesse probabilidades de se tentar qualquer coisa, em tal caso
poderiam mandar para lá 100 ou 150 homens; ao sul da Paraíba,
porém, lhes era dada autorização de empreender tudo que
achassem conveniente ao serviço da Companhia.
No dia 3, ao alvorecer, fizeram-se à vela e acharam-se no dia
seguinte, ao pôr do sol, junto a Itamaracá, e antes do meio dia o
almirante fez um sinal chamando a bordo do seu navio todos os
capitães de terra e mar. Foi então aberta pelo conselheiro
Carpentier a carta com as instruções e anunciada claramente a
empresa contra a Paraíba; e, depois que cada um se declarou
satisfeito e animado, foram postos em discussão dois pontos sobre
Página 219
28
também estabeleceram regras para as chalupas e botes; como os
mesmos não pudessem levar mais de sete companhias, o resto
devia ir nos yachts pequenos e mais ligeiros. No dia 5 pela manhã
acharam-se ao longo do cabo Branco, três léguas ao sul da
Paraíba; mantendo-se perto da costa e depois de navegar algum
tempo, começaram a passar a gente para os botes, e. continuando
a navegar, surgiram um pouco antes do meio dia diante do rio
Paraíba. Estando todos os botes carregados, dirigiram-se ao
mesmo tempo para dentro do recife. O tenente-coronel, que
seguira na chalupa do chefe da equipagem esperou lá dentro pelas
outras chalupas e botes, nos quais estavam, juntamente com a
companhia do coronel, as do major Redinchoven, Meppelen e
Cloppenburgh. Chegando perto da costa, viram 12 bandeiras
postadas na praia e a gente do inimigo, entrincheirada, deu várias
descargas sobre os nossos, antes que pudessem desembarcar;
mas, vendo que apesar disso saltavam corajosamente em terra,
abandonou as trincheiras, refugiando-se no mato donde continuou
a escaramuçar com os nossos, de sorte a perderem estes 40
homens entre mortos e feridos. Enquanto o tenente-coronel estava
ocupado com essas tropas do inimigo, encarregou o engenheiro
Dreyis de ir explorar com o major Berster o forte e a situação ao
redor. Eles, indo ao longo da praia e até à distância de meio tiro de
mosquete, puderam ver o forte perfeitamente erguido com seus
quatro baluartes feitos de terra e estacas e com 25 ou 26 canhões.
Voltando e dando conta de sua comissão o coronel pôs em
deliberação o que seria melhor que se fizesse: dar assalto ao forte
ou obrigá-lo pelo assédio a render-se. Visto não ser o primeiro
projeto exeqüível com tão pouca gente, ficou resolvido o segundo
por todo o conselho de guerra (pois nesse ínterim as restantes
nove companhias haviam desembarcado) e tanto mais quanto
supunham que toda a gente do inimigo se retirara, o que depois
viram não ser exato. À tarde montaram o acampamento, provido
com uma boa trincheira contra qualquer assalto que o inimigo
fizesse: à noite, depois que a gente descansara um pouco, o
coronel resolveu começar a fazer os aproxes e mandou 700
homens trabalharem neles. Fizeram primeiro dois corpos de
guarda, ligados um ao outro por uma linha; e essas obras ficaram
consolidadas e completas no dia 6. No mesmo dia aprisionaram
um português, o qual informou que na véspera, quando os nossos
deram desembarque, estavam na praia uma companhia
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30
atirando balas de 12 libras, e junto a ela construíram uma linha
com um corpo de guarda do quartel até os dois primeiros, pelo
receio de que o inimigo assaltasse entre o quartel e os aproxes. No
dia 8 a bateria ficou pronta, e, como os fuzileiros houvessem visto
na véspera, no mato, a cerca de um tiro de canhão do quartel,
algumas faxinas, que o inimigo fizera para seu uso, mandaram
uma força buscá-las, mas ele já as levara todas e, quando viu a
nossa gente, veio com alguma tropa para trás do acampamento e
atirou fortemente do mato sobre os nossos, ferindo cinco ou seis e
retirando-se depois. Mais tarde começaram a trabalhar fortemente
contra os nossos aproxes e do outro lado do rio atiraram com 2
canhões sobre eles. Pela tarde foram levados os dois canhões para
a bateria e a nossa gente fez mais uma linha com um corpo de
guarda em direção ao forte. No dia seguinte, como o inimigo
houvesse dado uns 150 tiros sobre as nossas obras, foi preciso
reparar-se a
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31
porta do forte, visto estar provida de bom hornaveque. Também
precisavam, para a ocupação e conservação dos aproxes, baterias
e corpos de guarda, empregar continuamente seis ou sete
companhias (o que era impossível) e atacar igualmente o inimigo
com aproxes de ambos os lados, enquanto os mesmos julgam
obter reforços, como realmente recebem todos os dias, pelo rio,
em botes; 3º Demais, o inimigo tem tão grandes canhões de
bronze e de ferro, que não é de presumir que os possamos
desmontar com as nossas peças; 4º Compondo-se a nossa força
apenas de 1.500 soldados, não é possível continuar em clima tão
quente com tal fadiga de guardas e outros inconvenientes (que
não eram poucos), e, além disso, não há outros refrescos a não
ser alimentos em conserva e salgados; 5º Havendo tido em quatro
dias mais de 200 baixas, entre mortos, feridos e doentes, as
tropas naturalmente enfraqueceram. Por essas e outras razões, o
conselho de guerra julgou que o melhor seria retirarem-se em
tempo e procurarem a sua salvação em outro lugar. Em virtude
dessa resolução, no dia 10, de manhã muito cedo, o engenheiro
mandou levantar um cômodo reduto, a fim de fazer a retirada e
para que o inimigo não percebesse e embaraçasse o nosso projeto.
Também o coronel e os outros oficiais acharam conveniente
atacar, às 11 horas da noite, as obras externas do inimigo com
seis companhias, e. se fosse possível, expulsá-lo dali, pois não
sendo dia, o forte estaria fechado, e isso para abater o ânimo do
inimigo e facilitar a retirada.
As companhias mandadas para essa empresa foram as do major
Redinchoven, do capitão Meppelen, Cloppenburgh, Schenck, Bijma
e Coeck, formando duas divisões. Com as suas companhias, o
major Redinchoven, Meppelen e Coeck marcharam encobertos por
detrás do acampamento, em direção ao bosque, para caírem em
cima do inimigo por outro ponto do rio; atravessando o mato,
encontraram algumas cabanas, cavalos selados e vários
portugueses, os quais foram repelidos para as suas trincheiras. O
major Berster, com as companhias
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32
repelido finalmente dos seus redutos e perseguido até junto ao
forte, de sorte que os nossos quase entraram nele envolvidos com
os mesmos, não o fazendo, por ter o inimigo alcançado a tempo a
porta, que fechou, deixando fora uma parte de seus soldados.
Destes, alguns, não sabendo para onde se deveriam dirigir, se
esforçarem por trepar pelas muralhas do forte e foram tirados dali
pelos nossos com piques e fuzis e repelidos pela sua própria gente,
que supunha que fossem os nossos misturados com eles (visto
como alguns dos nossos também estavam trepando); outros, não
podendo entrar ou chegar até ao forte, correram ao redor, caindo-
nos nas mãos, e foram aniquilados, e muitos se atiraram n'água,
morrendo afogados. Calculou-se que morreram do inimigo uns 100
homens; os nossos tiveram mais de 20 mortos, entre os quais dois
tenentes, e cerca de 50 feridos. Voltaram os nossos ao
acampamento, e o inimigo logo depois aos seus postos, sem
prosseguir, entretanto, em qualquer obra.
À noite, nossa gente começou a embarcar e, para que o inimigo
não desconfiasse, atirou continuamente com um canhão da bateria
até 9 horas. As companhias tinham tirado a sorte, afim de ver
quais as que deviam ir primeiro para bordo, e caiu a sorte nas do
coronel, dos dois majores, do barão Schenck, Hellingh,
Cloppenburgh, Bijma e Coeck; nos aproxes deixaram ainda três
companhias, as do capitão Huyghens, Levijn e Everwijn, e no
acampamento duas, as de Meppelen e Palmer. Os que ficaram nos
aproxes colocaram algumas estacas para fingir sentinelas,
pregando nelas mechas acesas, e foram depois para o
acampamento e daí para bordo com o coronel. Foi essa uma triste
e infeliz expedição, em que os nossos perderam no espaço de
cinco dias uns 180 homens, entre mortos e feridos. No dia 12
fizeram-se à vela e no dia 13 chegaram sem contrariedade alguma
ao Recife.
Tendo a expedição voltado sem haver conseguido coisa alguma, foi
novamente posto em deliberação pelo governador e conselho o
que se devia empreender agora. Os oficiais do exército
propuseram outra vez Itamaracá, e pouco faltou para que esse
parecer fosse aceito; mas, ao considerarem que o inimigo,
achando-se tão perto, devia estar bem prevenido e muito animado
pela expedição infrutífera da Paraíba, não podiam ver
probabilidade de êxito por meio de assalto e muito menos, por
assedio, pelo que a expedição a Itamaracá foi por ora posta de
lado. Finalmente no dia 13 de Dezembro ficou resolvido partir uma
expedição para o Rio Grande...
33
DE LAET, Joannes. História ou Annaes dos feitos da
Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu
começo até o fim do anno de 1636. Vol 41/42. Rio de Janeiro:
Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional, 1925.
Páginas 11
34
o exercito tinha de se estabelecer sem ter continuamente de
passar pelas baterias do inimigo. De sorte que finalmente as
atenções recaíram sobre a Paraíba, cuja conquista fora tão
freqüentemente ordenada da República e sem à qual não era de
esperar que alcançássemos a ocupação pacifica da região do Norte
do Brasil; ali parecia haver menos dificuldades que em qualquer
outro lugar especialmente si a expedição fosse planejada e
executada da forma que se segue.
O inimigo havia pouco tempo montara um forte no lado Norte do
rio da Paraíba, quase direito na entrada, mas (conforme os nossos
estavam avisados) estava em parte aberto, e quase sempre
guarnecido com pouca gente, porque o inimigo mal imaginava uma
surpresa e em caso de assalto poderia ser facilmente socorrido
pelo forte do Sul ou pela cidade por meio do rio. Suspeitavam ao
mesmo tempo e também estavam informados que havia facilidade
para desembarcar as tropas e levar ao exercito em botes por
dentro do recife ao Norte tudo que fosse preciso. Pelo que
resolveram atacar em primeiro lugar esse forte, e sendo bem
sucedidos ver depois se haveria facilidade para apossarem-se do
forte do Sul, como alguns haviam proposto. Mas primeiro que tudo
deviam se apoderar de certa ilhota, situada no meio do rio um
pouco acima dos fortes, tomada a qual ou entrando ali com alguns
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35
ponto em que ele se bifurca, formando essa Ilha, e ficarem
vigiando, para impedir a passagem por ali.
A segunda divisão compunha-se dos seguintes navios: Overijssel,
como capitania, na qual devia ir o Sr. Jean Gijsselingh. Diretor
Delegado, o Sr. Sigismundo van Schuppen, Coronel Servais
Carpentier, Conselheiro Político, além do Swol, como almiranta,
Fortuyn, como Vice-almiranta. Deventer, como Sota-almiranta,
Campen, Domburgh, Mercurias, Gondt-Vinck, Phoenix, Nachtegael
e Spreeuw. Essa divisão devia hastear o estandarte do Príncipe e
levar as companhias do Tenente Coronel Bijma. (ele mesmo ficava
no Recife comandando as forças ali e dirigindo tudo no caso que o
inimigo, durante essa expedição, tentasse qualquer coisa) do
Major Steven de Vries, Charles de Tourlon Junior, Claude Prevost,
Alexander Picard, Davidt Wildtachut, Jan Everwijn, Hendrick
Fredrick, chamado Mausveldt, Jan Gilbert e um contingente de
soldados; a divisão devia desembarcar as tropas meia légua ao
Norte do forte e depois ficar protegendo o exército.
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tropa, o Coronel resolveu ir imediatamente para o forte para ver a
sua situação e onde poderia produzir maior dano ao inimigo ou
tirar às pressas alguma vantagem e par tio com 150 homens,
deixando ordem ao Major de Vries de segui-lo com os restantes
logo que desembarcassem, o que se fez em muito boa ordem, indo
também à terra o Sr. Gijsselingh e Carpentier.
O Coronel nesse interim aproximando-se do forte Sto. Antônio
mandou alguns adiante para reconhecer a posição do inimigo, os
quais encontraram um reduto ao redor cheio de paliçadas,
estendendo-se uma ao longo da praia até dentro do rio. A tropa
atacou intrepidamente a fortificação, mas como não estivesse bem
provida de machados e picaretas pouca vantagem teve e retirou-
se com a perda de dois homens e, de alguns feridos. A força
estando agora toda reunida acampou nessa noite no mato. No dia
seguinte de manhã cedo começou o inimigo a atirar violentamente
do forte centra os nossos, mas causou pouco dano, porque
estavam protegidos pelo mato.
Como o sol estivesse já bem elevado no horizonte e o inimigo no
forte do Sul (que se conservara quieto até então, imaginado que a
outra esquadra desembarcaria alguma gente ao Sul) notou-se
agora ou calculou-se que o desígnio era apenas contra o forte do
Norte e que os navios não podiam entrar por causa do vento
contrario, atravessou em barcas com grandes forças, para o lado
do Norte. Podia-se vê-los marchar com grande tropa para o reduto
do forte do Norte, e levarem para lá alguns canhões puxados a
bois, que montaram imediatamente e atiraram violentamente
contra o bosque.
Os nossos estavam a princípio bem resolvidos a se fortificarem ali
o mais depressa possível e mandaram o Sr. Carpentier à praia
para tirar dos navios e trazer tudo o que fosse necessário; mas
antes que pudessem executá-lo, o inimigo trouxe um reforço tão
grande do outro lado que suspeitaram que o
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proverem com uma meia lua o lugar onde a gente desembarcara e
devia re-embarcar, para garantir assim a retirada. À tarde
partiram com toda a tropa e à noite embarcaram.
Esta retirada descontentou muito aos nossos e não quiseram
depois das despesas feitas, voltar com uma esquadra tão bem
provida sem realizar alguma coisa de vantagem; julgaram que o
inimigo tendo ouvido que os nossos se dirigiram à Paraíba,
houvesse retirado alguma gente do forte do Cabo para mandar
para a Paraíba e que assim achariam agora aquela praça muito
fraca. E ainda que não pudessem garantir de se apossar do forte
de Nazareth, tinham, entretanto boa esperança de poder tomar o
Pontal e o reduto inferior, pelos quais se impediria o inimigo a
utilizar-se tão facilmente do porto (que lhe era tão útil e
necessário).
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ao mais era uma planície aberta, as casas colocadas em duas
fileiras e mais adiante espalhadas aqui e acolá; que viram poucos
soldados e a maioria do povo era gente pobre.
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(...)
A expedição à Paraíba tendo ficado resolvida, como já dissemos
antes e havendo-se provido cuidadosamente do que era preciso no
mar como em terra, foi empreendida finalmente no dia 24 de
Novembro sob o comando do Coronel Sigismudus van Shuppe;
juntamente com o Coronel Christofel Artichofski e os dois
conselheiros políticos D. Servais Carpentier e Jacob Stachouwer.
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Zelândia, Sparwer de Dordrecht, Sout-bergh, Vleer-muys e o bote
Elburgh; nos quais estavam embarcados 409 homens. Depois da
expedição precedente na ilhota, situada dentro do rio, chamada
Ilha dos Frades, o inimigo montara uma bateria ou reduto (aberto
no lado posterior) para impedir que os nossos entrassem no rio
tirando-lhe aquela vantagem (sendo avisado sem duvida alguma
por um ou outro desertor, ou vendo o desígnio dos nossos na
expedição anterior), pois assim como da outra vez procurariam
ocupar aquela posição, pelo que agora eram quase forçados a
tomai-a ao inimigo antes de se poder garantir o êxito da empresa.
Para executar isso melhor havia, como já dissemos, muitos
soldados na divisão que devia entrar no rio. A esquadra havendo
saído do porto de Pernambuco no dia determinado, foi tão
atrasada por ventos contrários que só no dia 4 de Dezembro ponde
chegar ao ponto de destino. Na noite anterior depois do primeiro
quarto, estando umas 10 ou 12 léguas fora da costa, mas
calculando que haviam alcançado a latitude da Paraíba, viraram
para a costa com vento em popa, e mandaram na frente dois dos
navios mais veleiros para avisar em tempo a esquadra quando
tivessem de lançar ferro. E sendo avisados pelos mesmos, de
madrugada antes do raiar do dia, mantiveram-se por ali até
amanhecer: Acharam-se pouco abaixo donde pretendiam
desembarcar a gente e pararam imediatamente ali. Depois de
fazerem a oração e de tomarem uma refeição, todos os navios
grandes fundearam em oito braças e dando-se o sinal combinado,
os yachts, chálupas e botes dirigiram-se para junto dos navios,
cada um se dirigindo para o navio que lhe fora marcado. Ventava
rijo, pelo que a maior parte da gente foi trasladada nos yachts e
nos botes grandes, assim como nos dos navios, tantos quantos o
tempo permitia fazê-lo sem perigo. O yacht Phenix foi nesse,
entretanto despachado na frente, para fundear perto da costa, em
tal lugar,
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de repente, mas sem haver perda de gente. Ainda que não se
pudesse estar completamente certo da informação do capitão, o
Coronel Shuppe entretanto resolveu (para não dar tempo ao
inimigo) avançar para a costa, tanto mais quanto se via com força
do Sul e do Norte; já era portanto tempo de desembarcar alguma
gente em terra, antes que o inimigo pudesse impedi-lo. Chegando
à costa, ele foi o primeiro a saltar em terra e a gente seguiu-o com
tanta bravura que em pouco tempo 600 homens chegaram à praia
e foram colocados em ordem de batalha. O inimigo vendo isso e
não tendo forças suficientes para atacar os nossos, deteve-se e
com receio dos tiros que os yachts disparavam ao longo da praia,
recuou imediatamente alguns passos. Os botes não poderiam
desembarcar mais gente ali naquele dia, por causa da agitação do
mar, mas os yachts desembarcaram as tropas um pouco adiante
ao Sul, muito comodamente e sem se molharem, depois que as
duas companhias mandadas para ali pelo Coronel, sob o comando
do Coronel Artichofski, fizeram o inimigo retirar-se de lá. Depois
do meio dia o Coronel Shuppe mandou atacar por algumas
companhias o inimigo postado logo acima da praia e o atacaram
com tanto valor que depois de haver perdido nove mortos e muitos
feridos, fugiram, atirando fora grande quantidade de armas. Os
nossos fizeram ali três prisioneiros e não faltou muito para que o
Governador Antônio de Albuquerque fosse um deles, mas os
soldados enganaram-se e seguraram a um outro que estava ao
seu lado. A nossa gente teve de ficar todo o dia na praia e também
pernoitar ali até que o resto da gente pudesse desembarcar; na
primeira viagem logo quatro botes grandes encalharam devido à
arrebentação, mas foram trazidos depois e reparados. O
Governador da Paraíba, Antônio de Albuquerque, que estava com a
maior parte da sua gente atrás do cabo mais próximo em direção
ao Norte, tendo percebido isso mandou duas companhias,
compostas parte de espanhóis e parte de Portugueses, as quais
enfrentaram aos nossos, mas estes as assaltaram com tanta
bravura e a repeliram de tal forma que depois de alguma luta
fugiram, deixando atrás 18 ou 20 mortos e alguns prisioneiros, e
havendo do nosso lado, apenas, oito ou dez feridos.
O inimigo deixou cair na fuga muitas armas, de sorte que depois
foram encontrados no mato pelos nossos uns 60 mosquetes e
fuzis, assim como muitos chapéus e casacos. Entre os prisioneiros
havia um Português importante, Bento do Rego, do qual se
obtiveram muitas informações que mais tarde foram muito úteis
aos nossos. O Commandeur Lichthart havia nesse, entretanto
chegado com a sua esquadra, hasteando o pavilhão vermelho em
41
frente à barra, mas era impedido de entrar, porque o vento era
Sueste e Sueste quarta de Leste, e o rio estende-se para dentro
acima do forte a Sul quarta de Sueste e Sul-Sueste; de
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sorte que foi preciso fundear um pouco para fora, abaixo dos
outros navios. No dia seguinte continuaram a desembarcar a tropa
e estando tudo pronto encetaram a marcha para o forte Cabedelo
ou Sta. Catarina, situado ao lado Sul da foz do rio Paraíba.
O Coronel Shuppe dividiu a sua gente em três tropas e o Coronel
Artichofski em duas; a vanguarda e retaguarda levava cada uma
dois canhõezinhos leves de bronze de nova invenção. Marcharam
primeiro até um lugar chamado Cambohyna, (onde suspeitavam
ser o ponto mais estreito da península em que está situado o
forte) a distância cerca de uma légua do forte e depois que a força
se refrescou e descansou um pouco, seguiram avante até o rio.
onde se podiam ver bem ambas as fortalezas, assim como a
bateria na ilhota situada no meio do rio, e também ali se
encontrou um caminho batido de carro de boi, o qual, segundo os
prisioneiros declararam, se dirigia ao forte; o capitão Ley foi
mandado com três companhias por este caminho e o resto do
exército seguiu pela margem do rio.
Encontraram muitas trincheiras, abertas por detrás, mas todas
sem guarnição, não havendo, portanto, resistência. Logo que os do
forte souberam da chegada dos nossos pelo barulho dos tambores,
(porque devido ao mato não os podiam ver) começaram a atirar
tão violentamente e com tanto resultado que era bem de suspeitar
que podiam ver algum dos nossos, pois que mataram e feriram
alguns. Os coronéis foram examinar o forte e ver um lugar cômodo
para assentar o acampamento e acharam uma boa posição para co
locar a gente onde ficava protegida do inimigo pelo mato. Nesse
entretanto o capitão Gaspar van Ley tendo chegado com os seus
ao longo do caminho até perto do forte, acampou atrás de um
montículo situado cerca de um tiro de arcabuz das muralhas, e tão
alto como essas e admiravelmente cômodo para se construir ali
uma bateria.
No mesmo dia foi dada ordem para que todos os yachts de menor
calado passassem para dentro do recife (que se estende aqui era
frente à praia) tão perto quanto pudessem do acampamento, mas
42
que os navios grandes (depois de trazer à terra víveres e bebidas
para oito dias) fundeassem em frente à barra. No dia seguinte o
inimigo atirou muito violentamente e atingiu de quando em
quando a algum dos nossos; começou-se a trabalhar no
acampamento do Coronel Shuppe, o qual ele colocou no lado
esquerdo até o rio, assim como na noite antecedente já haviam
começado a montar uma bateria na colina. Também se fechou por
detrás certo reduto abandonado pelo inimigo, alteado e aparelhado
pelos nossos para depósito de vitualhas e outras necessidades,
sendo colocada nele uma companhia para a sua defesa. O Coronel
Artichofski acampou ao lado direito até o mar, justamente em
frente ao inimigo e sem trincheiras. Podia-se ver bem deste
acampamento toda a situação e disposição do rio, pelo que o
Commandeur Licht-hart. que não pudera ainda realizar a sua
empresa, foi chamado, para reconhecer tudo melhor pelos seus
próprios olhos, e tomar a conveniente rota. Chegando ao
acampamento e tendo observado que o fone situado recebia todas
as espécies de viveres, de gente e demais recursos e continuaria a
receber, enquanto o inimigo estivesse
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valentemente o inimigo fugiu por uma angra, ao lado Norte do rio,
saltou em terra e abandonou os barcos no rio, os quais os nossos
apanharam, vindo muito a propósito, porque foram mais tarde
arrebentados e aproveitados para as plataformas da bateria. A
nossa força tendo desembarcado sem demora alguma na ilhota, o
Maior em Descars partiu com a gente que levava, juntamente com
o Commandeur Lichthart com 100 marinheiros (providos de
machados e outras coisas necessárias para demolir as paliçadas)
através do mato e direito para a bateria ou fortim. Mas chegando
ao fim das árvores acharam que aquele como que estava separado
da ilhota e cercado d'água, de sorte que lhes era muito difícil ir até
lá antes que a maré tivesse atingido quase a máxima vazante;
deitaram-se portanto no mato aguardando a ocasião. A maré
estando quase vazia saiu de lá dois Portugueses para espiar a
nossa gente, e os nossos tendo visto isso assaltaram o fortim com
muito ardor e apesar de lhes descarregar duas peças com
metralha, matando a três e ferindo a alguns, o inimigo ficou tão
desconcertado por este assalto inesperado e os nossos
acometeram com tal intrepidez que em pouco tempo ficaram
senhores da praça; mataram a todos que encontraram em armas,
entre outros um artilheiro, natural de Amsterdã, o qual depois de
haver cometido grandes faltas desertara e prometera grandes
serviços ao inimigo; já tendo começado a prestá-los. Só fizeram
prisioneiro a um capitão e uns poucos se atiraram n'água e foram
salvar com um bote pelo forte do Norte; ficaram mortos ali 31
espanhóis. Acharam dois canhões de bronze, atirando 10 e 16
libras de ferro e quatro de ferro, e como munições desses uma boa
quantidade de balas e dois barris de pólvora. Esse lugar era
chamado pelos Portugueses Cabeça Seca ou também Restinga. Os
nossos havendo-se apoderado dele reforçaram bem e repararam-
no para atirar em ambos os fortes. Também o Commandeur
mandou quatro botes ficarem de guarda à noite para impedir
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dia chegou ali o yacht Kemp-haen, vindo do Rio Grande, com a
notícia que os Tapuias haviam chegado com uma força de cerca de
300 homens sob o comando de dois chefes e que cerca da metade
dessa gente e 130 dos nossos tanto a pé como a cavalo, partiram
para Cunhaú, onde acompanharam no engenho de açúcar, mas
que os selvagens vendo que não os levavam os lugares onde
houvesse muito que saquear, estavam muito descontentes e
queriam regressar. Os nossos compreendendo bem quão
necessário era que esses selvagens ficassem para o terror no
inimigo, despacharam depressa o mesmo yacht para lá e
ordenaram ao capitão Garstman que empregasse todos os meios
possíveis para reter ali os selvagens até que executassem a
empresa na capitania da Paraíba. Este dia se passou com poucos
tiros de ambos os lados, e da parte dos nossos só com mosquetes,
porque a bateria não estava ainda preparada, trabalhando-se bem
nessa noite para melhorá-la e fazer um reduto pequeno com uma
plataforma para montar nele os morteiros; de sorte que no dia
seguinte trouxeram para a bateria um canhão atirando 12 libras de
ferro e à tarde dois morteiros com as suas granadas para a praça
que esteve pronta. À noite a bateria foi prolongada por mais
alguns pés de extensão, porque não havia bastante espaço para
entrar nela os canhões. No dia seguinte foram atiradas pelos
morteiros cinco granadas, mas explodiram no ar e só uma caiu no
forte. O inimigo atirou muito pouco, ainda que recebesse alguns
batalhões com reforço do lado do Norte, porque os nossos botes
não podiam manter-se de dia entre os dois fortes e como
apareciam de quando em quando próximo à Terra Vermelha
resolveram que os navios continuassem por ali. À noite foram
lançadas mais duas granadas, caindo apenas uma no forte, o
Commandeur Lichthart subiu o rio, capturou dois botes dos
Portugueses e pôs um a pique. No dia seguinte foram lançadas
outras quatro granadas, mas debalde, pelo que o artilheiro queria
que a bateria que já estava a 600 passos do forte fosse colocada
mais perto. A tripulação dos botes trouxe um canhão de calibre
mediano para a bateria sem sofrer dano.
O inimigo recebendo novamente três botes com gente e pólvora,
recomeçou a atirar violentamente, de sorte que os nossos tiveram
de aumentar a bate ria que não estava bem provida de gaviões e
defendê-la com um parapeito. O Coronel Shuppe aproximou-se
muito com as suas trincheiras e teve alguns feridos, mas o Coronel
Artichofski não pode durante todo esse tempo avançar muito com
as suas obras, porque não tinha livres, além das forças que
estavam ocupando a praia e os armazéns, mais de cinco
45
companhias, e não tinha consigo um major, recaindo tudo sobre
ele, pelo que nomearam Major ao capitão Hinderson para ir ajudá-
lo. À noite foram lançadas ainda três granadas, das quais duas
caíram no forte, causando grande dano ao inimigo, e as
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voltou trazendo presos dois campônios portugueses e quatro
negros, pelos quais souberam que a gente moradora no campo,
fugira toda; que os fortes estavam mal providos de pólvora; e que
o Conde de Bagnuolo chegara à cidade da Paraíba com 600
homens. Foi depois resolvido fazer mais uma bateria ao Norte do
forte e um pouco mais perto do que a anterior, numa certa
elevação que se apresentava ali. À noite os do forte atiraram
violentamente contra as trincheiras dos nossos e estes nada lhe
ficaram devendo nesse ponto. No dia seguinte, apesar de todos os
tiros dos nossos, três botes do inimigo atravessaram o rio e
chegaram ao forte, de sorte que os nossos, para impedir melhor
que lhes chegassem esses reforços, resolveram montar duas
columbinas à margem do rio. Atiraram galhardamente de ambos
os lados e especialmente da nossa bateria, pelo que uma parte do
parapeito do inimigo ficou destruída. Os navios Katte, Mercurius e
Weseltjen, estiveram colocados até agora em frente à Costa
Vermelha, tiveram ordem de levantar ferro e ir cruzar um pouco
mais
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mas o inimigo, mostrando-se ainda muito orgulhoso, a repeliu e
não quis ouvir ou ver a carta, pelo que se recomeçou com o
canhoneio e bombardeio. À noite chegou o Coronel Shuppe com as
suas trincheiras até a paliçada, de sorte que a podiam segurar com
as mãos, e o Coronel Artichofski aproximou-se também do outro
lado, desde a margem até a muralha. No dia seguinte pela manhã
atiraram violentamente de ambas as nossas baterias, ficando os
parapeitos quase todos destruídos, e foram mandadas ainda três
granadas para dentro do forte. Isso fez amortecer tanto o orgulho
da véspera que pediram a suspensão de hostilidades e mandaram
alguns dos seus para parlamentarem com os nossos. Sendo aceita
a proposta saíram do forte dois capitães e foram trazidos ao
acampamento do Coronel Shuppe, sendo um deles velho e
comedido e o outro jovem e fogoso; chamava-se o último D.
Gaspar. Observaram que só tinham ordem de desculpar-se
polidamente por terem repelido sem ouvir na véspera o tambor e
procurar saber o que diziam na missiva. Depois de lida a carta e
de lhes perguntarem qual era a sua missão, o velho disse
finalmente que estavam encarregados de entrar em negociações
com os nossos e combinar as condições pelas quais renderiam o
forte. Exigiram que os deixassem sair com todas as suas armas,
com as bandeiras despregadas, morrões acessos bala em boca,
etc, levando também o estandarte do rei, todos os canhões e as
competentes munições e que lhes fossem dados botes para os
transportarem à cidade. Mas os nossos recusaram absolutamente
que levassem o estandarte e os canhões e permitiram somente na
saída com as honras militares e que fossem transportados pelos
nossos navios às Antilhas, Terceira ou outro lugar. Não ficaram
satisfeitos com essas condições, entretanto regressaram ao forte
com a promessa de que trariam antes de 5 horas da tarde uma
resposta sobre se as aceitavam ou não. Voltando à tarde pediram
ainda o estandarte do
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das mãos do companheiro e devolveu-o ao Coronel. Este, não
podendo suportar aquela arrogância, rasgou o documento e disse-
lhes que com a espada os forçaria dentro de pouco a falar n'outro
tom; mas o orgulho de Gaspar abateu tanto que pediu com as
lagrimas nos olhos que escrevessem de novo a capitulação e
perdoassem a sua incivilidade. O Coronel Shuppe deixando-se
finalmente comover pelo humilde pedido do velho capitão e pelo
arrependimento de D. Gaspar, assinou de novo o papel e
entregou-lhes.
Indo com a mesma para o forte voltaram depressa com a
aceitação e o pedido que em lugar de 50 ficassem 100, tanto
oficiais como a maior parte dos homens que morassem e tivessem
bens na capitania e transportassem os restantes, o que lhes foi
concedido, dando-lhes ordem de trazer no dia seguinte de manhã
uma lista dos que queriam ficar. Durante as negociações o forte do
Norte deu alguns tiros, como querendo exortar o outro à firmeza
ou avisar alguma coisa e veio ao mesmo tempo uma canoa do
outro lado com duas pessoas; mas os do forte do Sul (sendo
intimados pelos nossos de fazê-los retroceder ou que os
impediriam de aproximar-se) atirou contra eles e tiveram de
voltar. Os nossos, além disso, montaram guarda junto ao forte
para impedir que alguém entrasse lá. Às sete horas da manhã
vieram outra vez os capitães com a lista pedida, e depois que o
comandante do forte, Simão de Albuquerque, entregou as chaves
nas mãos do nosso Coronel em chefe, entraram três das nossas
companhias. Depois disso ordenaram a saída da gente que devia
ser transportada nos nossos navios, segundo o acordo, e saíram
primeiro 340 bravos soldados e foram acampados na praia. Dois
frades, que estavam no forte, notando que havia ainda mais gente
no forte do que fora estipulado que ficassem no país e entre eles
alguns estrangeiros pediam para ficar, preveniram os nossos e
expuseram que era melhor para nós que ficassem os habitantes,
os quais se entregariam à lavoura, do que os soldados, que não
deixariam de tomar armas contra nós. Os nossos tomando em
consideração este aviso, e antes de tudo impondo-lhes a promessa
de não pegarem em armas contra os nossos, durante seis meses,
deixaram partir para o interior em primeiro lugar os oficiais com os
seus criados e depois todos que tinham casas e famílias no país,
ao todo em número de cerca de 150 porque o número dos
habitantes era tão grande e pediram tão humildemente que os
nossos por favor ampliaram tanto o número estipulado; os
soldados restantes foram trazidos à praia: de sorte que eram 300
e nos 50 excedentes foram encontrados alguns que deviam ser
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transportados para fora do país, o que era uma vantagem que não
havia sucedido ainda aos nossos lá, o de se verem livres de tão
grande número de soldados
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marchar sem perda de tempo para a cidade, tanto mais quanto
apoderando-se delia todo o país até Goiana ficaria aberto aos
nossos. Mas para se poder realizar essa empresa era preciso
reconhecer bem a situação do país e estudar o melhor caminho
para a cidade; pois, pelo caminho direto e ordinário, que era o do
carro de bois, tinha de se encontrar uma pequena lagoa ou
pântano, chamada Lagoinha pelos Portugueses, e do outro lado
dessa, num monte chamado Caminho de Boissons, o inimigo tinha
um entrincheiramento, podendo poucos homens ali reter a muita
gente. Souberam finalmente pelos prisioneiros e especialmente por
Bento do Rego, que uma angra chamada Tambuja Grande
penetrava duas léguas pelo campo e ia terminar no caminho que
segue para a cidade, acima daquele entrincheiramento; e que se
mantendo neste caminho, deixando o outro à esquerda, chegava-
se à cidade sem empecilho algum.
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esperando conseguir alguma coisa útil daí, pois ainda não tinham
um só homem do outro lado e tinham muito que fazer no forte
desmantelado e no arrasamento dos aproxes; além disso,
consideravam o forte do Norte melhor do que o do Sul, pois era
todo cercado d'água e quase inacessível. Entretanto. Deus incutiu
tal medo naquela gente que mandavam emissários para negociar a
rendição do forte. Os habitantes e os soldados saltaram pelas
muralhas e fugiram contra a vontade do capitão, apesar de lhes
fazerem fogo, tal era o medo de serem mandados para as Índias.
A exigência do emissário foi que não lhes retirassem o estandarte
do rei para poderem melhor defender a sua honra, e que fizessem
cerimônia como si fossem obrigados pela força; disseram que
atirariam com canhões contra os nossos, mas tão alto que não
poderiam causar dano; e garantiram que não havia mais de sete
homens no forte. Tudo isso era muito suspeito e os nossos
julgavam que o inimigo queria iludi-los, porquanto na véspera
viram marchar pela praia uns centenares de homens, e o tambor
ou vira os do forte dizer que o Conde de Bagnuolo estava no mato
com a sua tropa (o que era também exato, mas a sua gente tinha
tanto medo que vendo a presteza de nossos botes imediatamente
puseram-se a fugir). Em todo o caso os nossos resolveram que o
Coronel Artichofski fizesse um reconhecimento com três
companhias no outro lado do rio, indo juntamente o Sr.
Stachouwer e o Commandeur Lichthart; chegaram lá com os botes
ao escurecer.
Os do forte percebendo-os deram desordenadamente alguns tiros
e não acertaram propositalmente, querendo dessa forma encobrir
a sua vergonha, e fazer crer aos do interior que se bateram
valentemente. O Coronel acampou na praia e cuidou mais de
repelir a força que estava
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52
disseram com 10 homens e como não fosse aceita essa proposta,
fixaram o número em 20, para assinar a capitulação. O
Commandeur Lichthart aceitou a comissão de entrar no forte, mas
o Coronel, receando qualquer traição e para pregar-lhes uma peça,
tomou a resolução de fazer entrar também a sua companhia e
quando os 20 homens estavam dentro aproximando-se do
Commandeur e do emissário, a sua companhia irrompeu pela
porta a dentro e depois também a do Maior Hinderson, e aí
pararam com a capitulação. Eles se queixaram disso, mas o
Coronel atribuiu-lhes a culpa, pois que aparecera mais gente na
muralha do que haviam declarado.
No entretanto foi mantido tudo que desejaram: foram buscar o
estandarte do rei e entregaram-lhes; e permitiram-lhes sair com
as suas armas e bagagens, podendo ir para onde quisessem. Eram
em número de 36 homens com o Comandante Magalhães, dos
quais só 12 quiseram ir para o interior e 24 para as Índias
Ocidentais.
Este forte tinha cinco bons canhões de bronze e 19 de ferro,
pólvora, balas, morrões feitos de plantas do país, e, além disso,
farinha de mandioca. Os Portugueses chamavam-no forte de Sto.
Antônio e fora construído havia pouco tempo com muita arte e à
moda moderna e estava tão perto da angra que não tinha praia
junto à base; também o montaram sem olhar às despesas. O
Coronel Artichofski tendo colocado sua guarnição no forte, e
deixando tudo em boa ordem, voltou ao outro lado do rio com o
resto da gente: e nessa mesma noite os dois Coronéis subiram o
rio com cerca de 1.600 homens até a Tambia Grande (uma angra
situada a meio caminho entre a cidade e o forte do Sul) onde
desembarcaram a gente e marcharam ao amanhecer do dia 23
para a cidade. O inimigo, receando ou sendo informado da vinda
dos nossos, fugira, de sorte que não encontraram um só homem
no entrincheiramento que fizeram (o inimigo abandonara-o às
pressas); havia atirado três canhões de ferro para fora dos
baluartes e alguns outros que faltavam nos baluartes, segundo
disseram os habitantes, lançaram-nos ao rio. Chegaram ao meio
dia na vila, não encontrando lá ninguém, todos haviam fugido e
carregado tudo que puderam. Os oito canhões que haviam sido
colocados antes nas entradas da cidade não foram achados no
lugar, nem também os cinco canhões montados na bateria do
porto; alguns haviam sido lançados ao rio. O Commandeur Licht-
hart depois de desembarcar a tropa subira mais o rio com os botes
em direção a cidade, encontrando à margem do rio um re duto ou
53
fortim, do qual o inimigo deu ainda oito ou dez tiros; mas vendo
que a nossa gente havia chegado à cidade por um outro caminho,
fugiram tão depressa quanto puderam. Ali foram encontradas
quatro columbinas, duas no
Página 61
54
Inventário das armas e petrechos bélicos que os holandeses
deixaram em Pernambuco e dos prédios edificados ou
reparados até 1654. Recife: Imprensa oficial, 1940.
55
MORENO, Diogo de Campos. Relação das Praças Fortes do Brasil
(1609). In: Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico Pernambucano. Recife: Vol. LVII, 1984, pp. 185-
246.
(IAHGP)
Página 191
7
Embora não assinalada no abecedário da cartela do mapa das terras ribeirinhas do
Paraíba, está indicada, na margem norte dele, fronteiro ao Forte do Cabedelo, a
Igreja de Nossa Senhora da Guia. Deve ser correta a Informação de Frei Agostinho
de Santa Maria, no seu Santuário Mariano de que a igreja “a fundaram os primeiros
povoadores da Paraíba logo que a descobriram”: P.A. Peretra da Costa, A Ordem
Carmelita em Pernambuco (Recite, 1976) p. 179. Os mapas da Paraíba constantes do
“Livro da Razão” ao indicar sob letra “D” o “sítio onde esteve o primeiro forte” permite
a suposição que nesse mesmo sitio é que veio a ser levantada aquela Igreja.
56
Página 192
Tem duas barras por entre uns recifes, uma ao Sul outra ao Norte
deles; a do Norte tem mais de duas braças de fundo e assim
entram por ela navios de bom porte, que vão seis léguas pelo rio
acima até à Cidade e até às fronteiras que chamam de Iniobi,
donde estão os engenhos e lá começam de tomar carga 8 .
8
Inhobi é pequeno rio no Município de Santa Rita que despeja à margem esquerda do
Rio Paraíba. Aí existiu um forte a cuja construção faz referência Frei Antônio de Santa
Maria Jaboatão, Novo Orbe Seráfico II p. 73 e que foi abandonado ao tempo do
governo de Diogo Botelho por estar já o local povoado e com fazendas e engenhos:
“Correspondência de Diogo Botelho”, RIHB vol. 73, 1ª. parte (Rio 1910) pp. 49/51.
57
Fazem de gasto à fazenda de Sua Majestade estes soldados e seus
oficiais, com os demais da fazenda do dito Senhor que alí
assistem, e ordinários dos conventos e paga do vigário 2.091$800
réis, como se verá das folhas que ora se introduziram neste
Estado, donde se verá bem claro, e pelo miúdo 9 .
Página 193
Na cidade, que está pelo rio acima, como fica dito, a quatro léguas
do porto, chamada Filipéia de Nossa Senhora Neves, estão para
defensa daquele sitio três peças pequenas junto às casas do
9
A despesa referida no “Livro da Razio”(1612) montava a ...... 1:841$760: edição
Sluiter p. 558. Vale registrar a referência de que as folhas de receita eram então de
recente introdução no Estado. Iniciativa da administração filipina: carta régia ao Bispo
Pedro de Castilho, 13 de malo de 1605, Biblioteca da Ajuda (Lisboa), 51-VIII-8 fls. 27
verso.
10
Esse ataque francês sucedeu no ano de 1596 e a ele se refere Feliciano Coelho de
Carvalho em cartas ao Rei de 20 de agosto de 1597, publicada na Hakluyt’s
Collection, na qual diz que 13 navios franceses “bateram com artilharia o forte do
Cabedelo e desembarcaram 350 soldados, continuando a bateria desde sexta-feira até
a segunda-feira seguinte, tanto de terra como do mar, sendo mortos grande número
de franceses, inclusive dois capitães. Do nosso lado morreu o Capitão e dois
portugueses foram feridos... Havia somente vinte portugueses no forte e cinco peças
de artilharia”: vol. 14 (Londres 1811) pp. 216/217. Paul Gaffarel não identifica os
responsáveis pela tentativa francesa contra Cabedelo: Histoire du Brasil Français
(Paris 1878) pp. 363/364.
58
Capitão-mor donde antigamente houve um forte de terra contra o
gentio. Também estão noutro sitio cinco falconetes de bronze.
11
Sobre as aldeias debaixo da doutrina dos Frades de São Francisco ver Jaboatão,
Novo Orbe Seráfico II p. 71 e Fr. Venâncio Willeke, “Missões da Custódia de Santo
Antônio, 1585-1619”, Provincia Franciscana de Santo Antônio do Brasil. Edição
comemorativa do Tricentenário (Recife 1957) pp. 270/280 e, do mesmo, Missões
Franciscanas no Brasil (Petrópolis 1974) pp. 45/53. O Padre Manuel de Morais
menciona a existência aí de seis aldeias, que relaciona uma a uma: J. de Laet,
Iaerlyek Verhael IV, 129/130. Servaes Carpentier menciona sete: Iaerlyck Verhael IV,
p. 123.
12
A altura da invasão holandesa os conventos do Carmo e de São Bento ainda
estavam por concluir, assim como a Matriz e a Misericórdia: Elias Herckmans,
“Descrição Geral da Capitania da Paraíba”, RIAP vol. 5 nº. 31 (Recife 1886) pp.
2451/246. Com relação ao Convento de São Francisco foi o mesmo projetado pelo
arquiteto Fr. Francisco dos Santos em 1590: Novo Orbe Seráfico II p. 303 e 2ª. parte
pp. 353 e ss. A documentação respeitante ao Mosteiro levantado pelos Beneditinos na
Paraíba, desde a carta de doação inicial das terras feita por Feliciano Coelho de
Carvalho na Cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves em 23 de Janeiro de
1595, encontra-se na Revista do Arquivo Público ano II nº. III (Recife 1947) pp. 56 e
ss. Sobre as demais igrejas veja-se Cônego Florentino Barbosa, Monumentos
Históricos e Artísticos da Paraíba (Paraiba 1953).
13
A essa fonte, cuja “água é remédio notável contra o mal da pedra” refere-se o
“Livro da Razão” (1612) cit. p. 557.
59
Página 194
caças nos matos; nos rios e costa do mar grande número de bons
peixes, em particular o peixe-boi, que é tal que se guisa como
carne de todos os modos e tem o mesmo cheiro, gosto e parecer,
depois de cortado, que é cousa de admiração a quem o não
conhece.
60
14
o de Antônio de Valadares .
Página 195
14
Desses senhores de engenho três eram cristão-novos: Francisco Tomás, João de
Paz e Ambrósio Fernandes Brandão, este o autor dos notáveis Diálogos das Grandezas
do Brasil, um dos textos mais importantes para a história do Nordeste no início do
século XVII (1618).
61
que estes não sendo admitidos a lho darem sendo entrando
carregados de outras cousas, como se costuma 15 .
15
Razão ed. Sluiter p. 556.
62
NIEUHOF, Joan. Memorável viagem marítima e terrestre ao
Brasil. São Paulo: Liv. Martins, 1942.
63
Página 28 Sobre o Forte Santo Antonio. "[Forte Santo Antônio] O
forte a que os portugueses deram o nome de Santo Antônio fora
construído sobre uma ilhota separada da Ponta Norte por estreito
braço. É este o único remanescente da série de quatro grandes
fortalezas quadrangulares anteriormente construídas pelos
portugueses e que mais tarde foram arrasadas pelos holandeses
sendo as ruínas arrastadas pela correnteza do rio. O Forte Santo
Antônio é cercado de paliçadas e de um fosso abastecido pelo já
citado braço de rio. As muralhas são fortíssimas e, numa bateria,
instalaram-se seis peças de ferro. Pode ser defendido pela
artilharia tanto da cidade de Paraíba como do forte Margarida que
lhe fica oposto, do lado meridional, razão pela qual sempre foi
escassamente guarnecido pelos portugueses".
64
esquadras, a primeira compreendendo 21 navios que levavam, ao
todo, 1945 homens e a outra 11 iates com 409 soldados.
Schkoppe foi o primeiro a desembarcar com 600 homens,
avançando contra o inimigo que tratou de se retirar abandonando
armas e bagagens. Antônio Albuquerque, o general que os
comandava, com dificuldade conseguiu escapar. Nesse ínterim,
tendo o restante da tropa alcançado a terra, três companhias sob
as ordens de Kaspar Ley marcharam diretamente contra o forte
Margarida e entrincheiraram-se junto a ele enquanto Schkoppe se
mantinha ao longo da costa e Arciszewski formava, com sua força,
a ala direita à vista da guarnição. Ao mesmo tempo Lichthart
atacava o forte da ilhota Restinga, que tomou de assalto, passando
a guarnição a fio de espada. Por esse tempo Schkoppe havia
assestado uma bateria contra o forte, castigando de tal forma a
guarnição que o comandante Simão de Albuquerque resolveu
capitular. A seguir, intimado a render o forte Santo Antônio, seu
comandante, Magalhães, pediu três dias de prazo para entregar a
praça. Conseguida a tolerância, Magalhães fugiu durante a noite,
abandonando a Lichthart a posição, que dispunha de cinco grandes
canhões de bronze e 19 de ferro".
65
Página 59 Medidas tomadas na Paraíba para evitar uma revolta
dos moradores contra a Companhia. "[Assegurada a posse da
Paraíba.] Sendo, porém, de temer que os habitantes de Paraíba,
muito endividados, se revoltassem antes do resto, Paulus de Linge
foi imediatamente despachado para lá, na qualidade de Diretor,
com plenos poderes para agir tanto lá como na Capitania do Rio
Grande, segundo os interesses da Companhia e levando ordens
expressas de desembarcar, logo depois de sua chegada, 100
homens da guarnição dos navios, com provisões suficientes, a fim
de guarnecer o forte de Santa Margarida, não só para defendê-lo
como também para manter a população em obediência".
66
medidas tomadas para a defesa da região. "Cartas ao Conselho
Vindas de Paraíba. Por sua carta datada de Paraíba, 22, o Senhor
Linge comunicou ao Conselho que, depois da notícia que lhe fora
transmitida da derrota do Coronel Haus, julgara conveniente
remover a guarnição e o povo de Frederica para os fortes.
Informava, ainda, o Senhor Linge, que os portugueses
continuavam calmos e que toda sua força consistia em 400
soldados, 100 civis e 50 brasileiros, entre os quais havia bom
número de doentes e feridos. Dizia mais, que os tapuias haviam
assassinado 12 ou 14 camponeses. Não havia muito tempo que o
Major Hoogstraeten, Ley e Hek informaram o Conselho terem
incendiado todas as casas, principalmente o armazém e a igreja,
fora do forte, para facilitar sua defesa e que o inimigo se havia
instalado no morro do Cabo e na Ilha que lhe ficava ao sul".
67
Linge o mensageiro foi feito prisioneiro e enforcado no dia
seguinte. Dessas ocorrências Linge enviou notícias ao Conselho a
16 de setembro. Nesse ínterim, (de acordo com a carta do Senhor
Linge, datada de 16 de setembro) chegaram à Paraíba mais cinco
companhias inimigas que, reforçadas pelos mais valentes dentre
os civis, se colocaram perto do Tiberí onde tinham afixado uma
proclamação intimando todos a que reparassem seus engenhos,
sob pena de perdê-los".
68
baixassem ordens ao Senhor Dortmont, para que mandasse de
Itamaracá para o Rio Grande 60 soldados e 100 brasileiros sob o
comando do Tenente Welderen, nas barcas especialmente
remetidas para esse fim. Na mesma ocasião determinou-se ao
Senhor Linge, Comandante do forte Santa Margarida, na Paraíba,
que enviasse para o Rio Grande igual número de homens sob o
comando do Tenente Bransma, a fim de encontrar com as demais
forças. Tais tropas, compostas de 120 soldados e 200 brasileiros,
consideradas suficientes para cercear os planos do inimigo no Rio
Grande, para lá zarparam a 19 de Janeiro".
69
SCHMALKALDEN, Caspar. Brasil Holandês Volume I. A Viagem de
Caspar Schmalkalden de Amsterdã para Pernambuco no Brasil.
Rio de Janeiro: Editora Index, 1998.
Páginas 108-114
70
FONTES MANUSCRITAS
71
Enfim, recebemos agora a ordem, há tanto esperada, de
abandonar a cidade; cumprimo-la, embora demasiado tarde,
porque as melhores ocasiões passaram, e enquanto foi tempo e a
oportunidade suficientemente boa, não se pode obter uma
resolução. Entrementes, o socorro da Espanha chegou, os
açúcares são transportados e as cidades providas de fortificações.
O que nos impediu, de começo, em diferentes épocas, de
tentar alguns progressos foi o que se segue: falta de tropas, de
munições de guerra, de víveres, necessidade de toda espécie de
materiais, os ataques contínuos do inimigo, os pontos abertos que
tínhamos de prover de guarnições, o tamanho e a irregularidade
da cidade, os meses chuvosos extraordinários, do que tudo dei
notícia repetidamente.
A boa ocasião e a ordem tardia de deixar a cidade deram ao
inimigo tempo para fortificar-se nesse meio tempo, para conservar
seus açúcares, esperar o socorro, enquanto se fazia crer nos
Paises Baixos que nenhum socorro se preparava para ele, e isto
sem nenhum outro intuito senão o de nos roubar o tempo,
retardar o socorro de Pater e procrastinar o abandono da cidade.
Chegada aqui, enfim, a frota da Holanda, já passara a estação,
o inverno tornava por toda arte impossível o ‘desembarque; além
disto, as tropas não chegaram juntas, mas em épocas diferentes,
umas após as outras.
Acresce a isto a promessa que nos foi feita, segundo a qual só
os nossos acampamentos teriam uma guarnição de 4.000 homens,
sem falar no subsídio das nove companhias que viriam com Pater,
cada uma de 150 homens (a maioria, entretanto, não contém este
número), com as quais devíamos atacar em primeiro lugar ao
norte e ao sul a frota espanhola (no que consistia toda a nossa
sorte) e, a seguir, em terra, algumas cidades; todavia, nossa fora
jamais excedeu de cerca de 4.100 homens, inclusive doentes e
feridos, e, o que mais é, inclusive as nove companhias
mencionadas. Com esta pequena tropa (apesar de eu haver tão
freqüentemente e por diversas vezes demonstrado nossa fraqueza
e pedido mais tropas) tivemos de fazer tudo para dar, de algum
modo, a prova da nossa boa vontade, ao mesmo tempo que
tivemos, além disso, de fornecer as guarnições necessárias a
cidade (que, por causa de sua extensão irregular, tem uma
guarnição de cerca de 1.600 a 1.700 homens), a fortaleza de
Tamarica (400 homens), no recife, em Antonio Vaaz e as
72
fortalezas circundantes; por aí poderá todo o mundo julgar se,
com tais meios, se teria podido fazer alguma cousa mais.
Aqui chegando, a frota espanhola foi atacada, mas sem os
convenientes preparativos; em seguida, findo o inverno,
preparamo-nos para abandonar a cidade, de acordo com a ordem
recebida, e atacar algumas cidades situadas ao Norte, mas tudo
isto inoportunamente, quando, pelo socorro recém-chegado, o
inimigo fora reforçado na Bahia, em Porto Calvo, no Cabo de Santo
Agostinho, no seu quartel-general em Tamarica, em Paraíba e
outros lugares, com tropas e munições de guerra e de boca.
Todavia, após o abandono da cidade, julgamos de bom aviso ir
com 13 companhias e 2 majores, ao todo 1.600 homens, sem
marinheiros, sob a direção do tenente-general Steyn Callenfels,
atacar Paraíba, o que foi executado como se segue.
A 3 de dezembro todos os navios e “yatchs”, em número de
14, tendo a bordo os soldados acima citados, fizeram-se à vela
daqui e chegaram a Paraíba a 5 do mesmo mês, mas, ao
desembarcar, viram muitas bandeiras e soldados atrás de uma
trincheira levantada ao longo da costa, e fizeram duas formidáveis
descargas de mosquetes; apesar disso, os nossos tendo, enfim,
desembarcado, expulsaram-nos dali, tendo vários dos deles e dos
nossos tombado no local e tendo dois brasileiros sido feitos
prisioneiros.
Daí, marchando avante, ao longo da costa, foram os nossos
perseguidos pelo inimigo, sempre fazendo descargas contra eles
(ocasião em que o major Redinckhoven recebeu uma bala na
perna); assim, avançamos até a fortaleza, a cerca de 1.000 passos
de lá, aproximando-nos cada dia mais da fortaleza, enquanto o
inimigo, neste comenos, se aproximava também mais de nós (sic).
Ao cabo (vendo os nossos que o inimigo era muito mais forte em
campo aberto do que eles e que, além disso, a fortaleza era
provida de 4 muralhas, de um antemuro a entrada e de obras de
tenalha, estando sempre aberta de um lado, por forma que o
inimigo podia receber tropas e viveres a vontade, o que os nossos
com sua reduzida tropa não podiam impedir, como Vossos Altos
Poderes poderão verificar pela carta inclusa), a 10 do mesmo mês
o tenente-general acima citado ordenou que 7 companhias se
lançassem contra as aproxes do inimigo, dos quais o repeliram, de
maneira que houve 150 mortos, entre os quais 6 capitães, sem
contar os feridos, segundo informação de um índio que se passou
para o nosso campo, vindo do acampamento de Albuquerque;
73
entre os nossos tivemos 50 mortos, 140 feridos e 40 que ficaram
cegos em razão dos golpes recebidos; assim, na noite seguinte,
retiramo-nos em boa ordem (sem ter feito nada), não deixando o
que quer que fosse empós.
Como todas as tentativas sempre falhassem, não prouve a
Deus permitir que alcançássemos a vitória, se bem que Ele não
nos deixasse faltar prudência. Foi em seguida resolvido que nos
dirigíssemos para o Rio Grande com 10 Companhias, cerca de
1.200 homens, sem contar os marinheiros, sob a mesma direção
acima citada, na esperança de que, com o auxílio dos Tapues (sic),
se pudesse executar algo de proveitoso. Daí aguardamos a todo
momento notícias de nossas tropas. No entretanto (para obedecer
a ordem severa e freqüentemente reiterada e em virtude dela),
privamo-nos de tal forma de tropas e meios que a região
conquistada foi posta inteiramente em perigo, nossas obras se
acham com guarnição bem fraca para poder defender-se, e nos
vemos expostos a um sítio completamente inesperado e súbito,
embora Suas Graças o considerem de pequena importância,
precisamente como, em outra época, consideraram a vinda do
último socorro, o que, todavia, foi absolutamente contrário a sua
opinião.
Eu tinha uma opinião mais segura, formada pelos oficiais
superiores, sobre a maneira por que procederíamos antes de ir a
Paraíba, mas, como os Senhores Diretores, ao mesmo tempo que
atiravam sobre os militares todas as dificuldades da empresa,
somente lhes outorgaram um voto consultivo, os Senhores dos
Conselhos, decidindo por si sós, tomaram outra resolução; porque,
aqui só se resolve executar as ordens de Suas Graças pela
pluralidade dos votos dos Senhores dos Conselhos; mesmo no que
respeita a fortificação (se bem que eu não possa resolver por
mim), jamais empreendi nada sem prévia aprovação do conselho
político, o parecer dos oficiais militares e o dos engenheiros, com
os quais sempre deliberei sobre o que seria mais útil e vantajoso,
decidindo assim de comum acordo; não foram as fortificações,
porém, que nos estorvaram, mas antes, como já o observei, a
falta de tropas é que nos tem impedido de realizar quaisquer
progressos.
Não obstante, Suas Graças jamais puderam resolver-se
relativamente ao abandono da cidade (com cuja guarnição se
pudera ter tentado alguma cousa); mesmo assim (com a
exposição da verdade nua e crua de que conservar a cidade fora
impedir todo e qualquer progresso) Suas Graças respondem-me
74
que nos fora ordenado conservar a cidade, que, além disso,
recebêramos, de quando em quando, ordem para tentar
progressos em direção ao norte, assim como para desalojar o
inimigo; mas facilmente nos convenceremos de que das três
ordens as duas últimas não poderiam jamais ser obedecidas sem
inevitavelmente infringir-se a primeira.
Ora como a primeira, isto é, conservar a cidade, nos era dada
tão categoricamente, e nos impunha, em nome de nossa honra e
de nosso juramento, fora de todos os limites de quaisquer
considerações, não abandoná-la, mas procurar por todos os meios
conservá-la, é muito natural que não pudéssemos infringir tal
ordem, enquanto não tivéssemos autorização para agir de forma
diversa.
Além disso, enquanto tratávamos de demonstrar a Suas
Graças a inutilidade e a desvantagem de conservar a cidade, bem
como os grandes interesses que, guardando-a, tínhamos de
descuidar, consoante também informou a Suas Graças o tenente-
general Elst, no mesmo sentido, em sua resposta, acusaram-nos
de temor ou pusilanimidade segundo as aparências, tal como se
houvéssemos tentado fugir da cidade para o recife, tendo
acrescentado que não compreendiam os motivos que nos impeliam
a agir assim — o que provará suficientemente nossa liberdade de
abandonar a cidade e ir fazer um ataque em outro lugar. A
situação do inimigo ficará bem clara para Suas Graças em minha
última carta, que continha as informações de um certo Pedro
d’Albuquerque, que fizemos prisioneiro nos Effogados; a força da
frota do inimigo e o auxílio que recebeu serão conhecidos pelas
informações também mandadas em minha última, e que todas se
acham mais ou menos em contradição com as que Suas Graças
haviam recebido anterior-mente.
Diariamente, as declarações de prisioneiros confirmam a
notícia de que um exército temível aparecerá aqui a fim de sitiar-
nos, mas, como quer que seja o inimigo nesta conjuntura se acha
tão bem provido, que com nossas tropas atuais nada podemos
contra ele, nem em campo aberto, nem atacando suas fortalezas.
Toda sorte depende de evitá-lo; pudéssemos-nos, antes que
ele enviasse tropas para aqui, obter da mãe pátria uns seis mil
homens bem adestrados, dentro em pouco estaríamos senhores
das cidades interiores e exteriores de toda a Capitania; o que
antes, a época propícia, ter-se-ia podido fazer com poucos meios,
deve agora ser executado por uma corajosa resolução com forças
75
consideráveis; isto feito, poder-se-á recambiar os soldados e
guardar as fortalezas com pequenas guarnições; oferecem-se aqui
bastantes oportunidades para diminuir os gastos, obter lucros e
manter as guarnições, bastando que nos assenhoreemos do país.
Quanto a praça aqui, acha-se agora (graças a Deus) em tal
estado, que (se formos secundados apenas de maneira
conveniente por Suas Graças), venha o inimigo com uma força
temível, esperamos ter com que resistir-lhe. Há aqui algumas
obras que seria necessário reforçar, mas, por falta de dinheiro,
nada se faz.
Sem mais,
Antônio Vaaz, janeiro 1632.
76
Coleção José Hygino (Dagelijkse Notulen van den Hoogen en
Secreten Raad in Brazilië – Nótulas Diárias do Conselho Supremo e
Secreto do Brasil, 1635-1654) que contém informações sobre a
Paraíba.
Vol. 2
Período: 3 de janeiro a 23 de setembro
Ano: 1636
Nótulas:
77
projeto”, visto que a Companhia devia alguma soma por serviços
anteriores.
78
Restinga e do Forte do Sul (Cabedelo). Ele recebeu um total de
2820 florins pelo serviço. As obras não tinham sido concluídas
Vol. 3
Período: 28 de janeiro a 30 de dezembro
Ano: 1637
Nótula:
79
Primeiramente em relação ao requerimento de uso da igreja
matriz, que parecia ter sido abandonada por nós, por que nós não
predicamos mais no edifício e passamos a utilizar o convento
franciscano, fico resolvido de se responder de acordo com a
resolução do conselho dizendo que nós não planejamos sair da
igreja Matriz, mas, que nossos Pastores continuarão a predicar
naquele local, ao lado disto nós indicamos esta igreja para uso
próprio como está descrito no contrato e os católicos não em
autorização de utiliza-la novamente. Também a comunidade não
pode se queixar de que nós tomamos mais uma vez uma outra
igreja da mesma, por que mesmo levando em conta que nós
fomos obrigados pelo inimigo de tomar o convento franciscano
para nossa própria defesa e da prefeitura de Paraíba. Assim eles
devem levar em conta que nós no primeiro contrato que indicado
São Gonçalvo para uso próprio, mas depois lhe devolvemos o
prédio, de modo que eles tem a mesma quantidade de igreja como
tinha sido combinado. Quanto o requerimento de restituição do
convento beneditino, que ocupamos e fortificamos, de onde
evacuamos e destruímos as fortificações, visto que agora nos
encontramos no convento franciscano, foi decidido que eles
poderão se apossar de novo do mesmo, visto que o convento para
nós não é um local adequado e debaixo de nossa responsabilidade,
com o tempo, iria cair em ruínas. Eles não somente irão manter o
prédio mais adequadamente mais também ampliaram as
construções, e caso todos monges tenham falecidos, eles nos
deixarão uma boa casa o que não é agora. Eles ficaram
encarregados de nos fazer um registro da ordens dos monges para
saber a quantidade existente. E para que possamos saber quem
parte ou morre qual grupo se acabou”;
Vol. 4
Período: 4 de janeiro a 31 de dezembro
Ano: 1638
Nótula:
80
“19 de fevereiro Sua Excelência relatou que ele havia visitado as
fortificações em Paraíba. Quanto ao forte Cabo Dellio ele mandou
alguém concerta-lo e manter-lo durante o período de um ano por
uma soma de 3300 florins por (...) e o forte se chama agora
Margarita de Nassau. Quanto a fortificação "noorderoord" foi
decidido deixar-la cair em ruínas, porque ela já está bem acabada
e porque iria custar muito para reconstruir-la e foi decidido de se
manter somente um reduto em funcionamento o que já se
considera o suficiente. O forte Restinga ficará e se encontra em
bom estado. Os soldados construirão uma paliçada ao seu redor.
Na cidade é necessário de se construir uma trincheira para se
reparar o convento que o senhor Hartmans e o Major Bongarçon
ficaram encarregados de mandar fazer. Também se mandou fazer
aprofundar com 4 pés a vala do forte Margarita e aumentar-lo com
6 'roeder' em todo seu redor. Com a arreia que irá ser retirada da
vala irá se construir uma pista ao redor do forte o que parece
maior do que o orçamento”.
81
FONTES ICONOGRÁFICAS
82
06 Frans Post. Parayba. c.a. 1637-1645. Gravura que ilustra o livro
de Barlaeus (BARLAEUS - 1647), estampa nº 27. Exemplar da
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. (In: REIS FILHO, Nestor
Goulart. Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial. São
Paulo: Edusp/Imprensa Oficial, 2002. CD-ROM).
83
20.10.1638 datiert. (In: León Krempel (Hg.). Frans Post (1612-
1680) - Maler des Verlorenen Paradieses. Michael Imhof Verlag,
2006, kat. 1, p. 65).
84
19 Commelyn. 1651. AFBEELDINGHE VAN PARIBA ENDE FORTEN.
Gravura 28 x 36 cm.
(In: Mapas: Imagem da Formação Brasileira. Rio de Janeiro:
Fundação Emilio Odebrecht, 1993, p. 155).
85
MS 45 x 35 cm
(In: Mapas: Imagem da Formação Brasileira. Rio de Janeiro:
Fundação Emilio Odebrecht, 1993, p. 160).
86
LISTAS ELABORADAS
PESSOAS
87
Bulhões, Fernão Rodrigues de (Secretário da Justiça da Paraíba)
Caavaraya, Francisco (Capitão de Aldeiamento)
Cabel Hendrick
Cadena, Geronimo (Proprietário do engenho-canavial - Inhobij)
Cardoso, Antonio de Matos (Eleitor)
Carneiro, Manoel Coresma (Proprietário do Engenho)
Carpentier Servaes (Diretor da Capitania da Paraíba – 1635-6)
Carvalho, Rafael
Codde, Dirck
Coets, Piter (Eleitor da Paraíba; Escabino)
Cornelisz, Willem (Comandante da Paraíba)
Correia, Manuel Pires (Proprietário do moinho Espírito Santo)
Cunha, Paulo da (Líder guerrilheiro)
D'Almeida, Paolo (Proprietário de armazém)
Davids, Thomas (Eleitor)
Day (Capitão)
Dias de Oliveira, Cristóvão (Eleitor)
Domingos Silves (Proprietário do Engenho do Meio)
Dionijs, Gijsbert
Doncker (Comissário)
Doreslaer, Davi (Doreslaan, Davi; Predicante de indígenas)
Doornick (Dornick; Predicante)
Dortmont, Baltasar van (Conselho de Finanças)
Dourado, Gaspar Fernandes (Escabino)
Duarte Gomes da Silveira (Proprietário do engenho-canavial -
Inhobij)
Duarte Pereira Pinto (Tabelião, Secretario dos juizes dos órfãos;
Escrevente das medidas das propriedades)
Duarte, Saraiva
88
Duynkercker (viúva / Arrendadora de armazém na Paraíba)
Fernandes, Antonio (Partido no engenho Jongeneel)
Figueiredo, André Dias de (Morador; Proprietário de engenho)
Francês, Manoel da Costa (Capitão de Milícia)
Fransen, Menno (Menso France / Escabino; Proprietário de canavial
no Engenho Santo André)
Gerards, Samuel (Samuel Geeraerts) (Eleitor)
Ghijselm, Johan
Goopeka, Francisco (Capitão de Aldeiamento)
Hardy, Robert (Capitão)
Harmannius, Henrikus (Ministro da igreja protestante)
Hartmans (Envolvido em reformas nas fortificações da Paraíba)
Herckmans, Elias (Harckmann, Elias; Diretor da Capitania da
Paraíba)
Henderson (Participação no ataque a Capitania de 1634)
Hoogeveen (Diretor da Capitania da Paraíba – 1638)
Javaraty, João (Capitão de Aldeiamento)
Jongeneel, Jan Cornelis (Eleitor)
Lantman (Pastor do Forte Magareta)
Lely, Hendrick Adriaens (Tenente de milícia)
Ley, Kaspar van der(Participação no ataque a Capitania de 1634)
Linge, Paulus (Diretor da Capitania da Paraíba 1645)
Loenen, Anna (Prostituta)
Loose, Arnout van (Secretario dos escabinos; Notário)
Louissen, Hans Willem
Lueijsen, Cornelis
Luiz Sebastião da Cunha (Eleitor; Escabino)
Magalhães (Comandante do Forte Santo Antonio em 1634)
Malburg (Capitão)
89
Malpas (Capitão)
Manibassu (Capitão de Aldeiamento)
Marichal, Johannes (Escolteto)
Melling (Capitão)
Mendes, Geraldo (Escabino)
Mendez, Luis (Partido no engenho Jongeneel)
Mendonza, Antonio Pinto de (Partido no engenho Jongeneel)
Mercado, Abraham
Michielsen, Jan
Morais de Albo Fernando de (Secretário dos juizes dos órfãos;
Escrevente das medidas das propriedades)
Muniz, Francisco Gomes de (Escabino)
Munninckhoven, Eduard van (Escabino)
N. Andréas (Major)
Navarro, Moisés (Contratante do dízimo do açúcar)
Negreiros, André Vidal de
Neesen, Jack van der (Eleitor e Juiz dos Órfãos)
Nicolaas, Hans (Militar)
Olen, Cornelis van (Eleitor)
Oigen (Capitão)
Ool, Jan van
Paes, Manuel Neto (Eleitor; Juiz de Órfão)
Pais, Pedro Manoel (Partido de cana no Engenho do Frango
Camels)
Paulo, João (Secretário)
Pereira, Jorge Rodrigues (Partido no engenho Jongeneel)
Pestana, Manoel Correia (Partido no engenho Jongeneel)
Phiboll, Jacob (Escabino)
Picard (Major)
90
Pinto, Jorge Homem (Escabino; Proprietário de Engenho)
Poel, Cornelis van der (Pastor)
Pol, Jan van (Escabino)
Poti, Pedro (Chefe indígena de grupos do distrito da Paraíba)
Printz, Sedneum De (Major)
Quarido, Belchior Manoel (Viearis General de Paraíba)
Rassière, Isaac de (Escabino; Proprietário de canavial no Engenho
Santo André; Capitão de Cavalaria miliciano)
Rathelario, Samuel (Predicante de holandeses)
Rego, Bento
Rodrigues, Manuel (Alcaide)
Rouff, Abraham de (Escolteto)
Schkoppe
Seignoro, Manoel de Queseiros de
Semlaer (Participação no ataque a Capitania de 1634)
Siqueira, Manuel de Queiroz (Escabino)
Siquiera, Manuel Geneiro (Eleitor)
Solpher, Caspar van (Escabino)
Souto, João de (Proprietário de canavial no Engenho Santo André)
Stachouwer (Participação no ataque a Capitania de 1634)
Stalpaert (Capitão)
Stetten, Jodocus (Predicante)
Sulphen, Jasper van (Eleitor)
Taelboom, Johan (Capitão)
Tolck (Mestre de equipamentos)
Tonneman (Alferes da milícia)
Tonneman, Pieter (Eleitor)
Tourlon, Charles de (Capitão)
Ursinius, Michiel (Morador)
91
Valadares, Antonio Carreira (Proprietário de canavial no Engenho
Santo André)
Valscasar, Francisco Camelo de
Vaz, Manoel (Partido no engenho Jongeneel)
Venne, Michiel van der (Eleitor; Juiz de Órfão)
Von Lingen, Paulo (Paulus de Linge; Diretor da Capitania da
Paraíba – 1645)
Walbeeck (Walbaecq)
Wijden, Pieter ter
Wijntjes, Balthazar
With, Gijsbert De (Witt, Gisberto; Diretor na Paraíba)
TOPÔNIMOS
Localidades diversas
Majoupi
Cidade Frederica
Tiberí (Povoação)
Niobi
Cambohyna
Restiga (Cabeça seca; Ilha dos frades)
Tambuja Grande (Tambia Grande; angra)
Caminho de Boissons
Lagoinha (Lago; Pântano)
92
Engenhos
Inhobij (Inhobi)
Engenho do Meio
Engenho Santo André
Engenho do Frango Camels
Jongeneel
Tiberij (Tibery)
Engenho do Frango Camels
Gargau (Gargou; Gargau; Gamgahoe; Gorogao)
Barreiras
Meso
Engenho Velho
Espírito Santo
Fortificações
93
Igreja de Duarte Gomes (fortificada)
Santo Antonio (Arraial)
Portos ou barras
Baia da traição
Barra da Paraíba
Cabo Branco
Porto Lucena
Barra Konguon (Konayo)
Baia Pernambuco
São Bento
São Francisco
Carmo
Sé
Aldeiamentos
Tapucarama
Pindaúna (Pinda-Una; Pindauna)
Juaraguaçu (Equararaca; Eguararaca)
Jacuigh
Yapoan (Igapuan)
Tapoa (Vrekutuwa)
Jaocoça
94
Rios
Paraíba
Tenhaha
Mamanguape (Manguangape; São Domingo; Mongoape)
Rio Jan de Sta (Estau)
Rio Konguon (Konayo)
Tambiá Grande
Riachos
Gramame
Tapoa
Tiberí
Ingeby
Monguape
Inererí
Camaratuba (limite norte)
Inhobi
Gargau
Taperabu (limite sul)
Outras construções
95