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Em oposição a este pressuposto há historiadores que defendem a hipótese de que os

conhecimentos de Martin Behaim teriam sido decisivos para salvaguardar a "Terra


Firma" (os territórios do Brasil) das ambições espanholas, delineando uma
estratégia astuciosa de despiste a fim de os dissuadir de tal pretensão: abrindo-
lhes as portas à exploração na América do Sul de espaços de menor interesse do
Estado (ver: Colonização de exploração). Estavam cientes de que os territórios do
Brasil eram bem mais frutuosos. O negócio da tal madeira vermelha não era, nem de
perto nem de longe, o que maior interesse tinha.[3][4][5][6]

De 1500 a 1530, o contato dos portugueses com o Brasil pareceu limitar-se a


expedições rápidas para coleta e transporte de pau-brasil e também de patrulha. Já
devia ter ocorrido, no entanto, algumas tentativas de colonização, pois em 15 de
julho de 1526 o rei D. Manuel I autorizou Pero Capico, "capitão de uma capitania do
Brasil", a regressar a Portugal porque "lhe era acabado o tempo de sua capitania".
A Capico, que era técnico de administração colonial, tinha sido confiada a Feitoria
de Itamaracá, no atual estado de Pernambuco.[7][8]

Em 1531, devido à ameaça francesa, o rei Dom João III designou o fidalgo Martim
Afonso de Sousa para comandar uma expedição ao Brasil. No ano seguinte, é fundada a
vila de São Vicente. Também em 1532, Bertrand d'Ornesan, o barão de Saint
Blanchard, tentou estabelecer um posto de comércio em Pernambuco. Com o navio A
Peregrina, pertencente ao nobre francês, o capitão Jean Duperet tomou a Feitoria de
Igarassu e a fortificou com vários canhões, deixando-a sob o comando de um certo
senhor de La Motte. Meses depois, na costa da Andaluzia na Espanha, os portugueses
capturaram a embarcação francesa, que estava atulhada com 15 mil toras de pau-
brasil, três mil peles de onça, 600 papagaios e 1,8 tonelada de algodão, além de
óleos medicinais, pimenta, sementes de algodão e amostras minerais. E no exato
instante em que A Peregrina era apreendida no mar Mediterrâneo, o capitão português
Pero Lopes de Sousa combatia os franceses em Pernambuco. Retomada a feitoria, os
soldados franceses foram presos e La Motte foi enforcado. Após ser informado da
missão que A Peregrina realizara em Pernambuco, Dom João III decidiu começar a
colonização do Brasil, dividindo o seu território em capitanias hereditárias.[9]

Descobrimento e exploração
Ver artigo principal: Descobrimento do Brasil

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro no ano de 1500. Óleo sobre tela
de Oscar Pereira da Silva (1922).
O litoral norte brasileiro foi visitado por Vicente Yáñez Pinzón e Diego de Lepe em
janeiro e fevereiro do ano de 1500, respectivamente. Segundo algumas fontes,
Pinzón, teria sido o primeiro europeu a chegar ao território agora chamado Brasil,
atingindo o Cabo de Santo Agostinho no litoral de Pernambuco em 26 de janeiro de
1500.[10][11] Apesar das controvérsias acerca dos locais exatos de desembarque dos
navegadores espanhóis, os seus contatos com os índios potiguares foram violentos.
Contudo, a navegação de navios espanhóis ao longo da costa americana não produziu
consequências. A chegada de Pinzón pode ser vista como um simples incidente da
expansão marítima espanhola.[12]

A terra de Vera Cruz, que hoje corresponde ao Brasil, foi reivindicada pelo Império
Português em 22 de abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por
Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro.[13]

A primeira expedição com objetivo exclusivo de explorar o território localizado por


Cabral foi a frota de três caravelas comandadas por Gonçalo Coelho, que zarpou de
Lisboa em 10 de maio de 1501, levando a bordo Américo Vespúcio (possivelmente por
indicação do banqueiro florentino Bartolomeu Marchionni), autor do único relato
conhecido dessa viagem e que até poucas semanas antes servia os Reis Católicos da
Espanha.[14]
Legado do período
Ver também : Ciclo do pau-brasil
Indiretamente, a concorrência entre franceses e portugueses deixou marcas na costa
brasileira. Foram construídas fortificações por ambas as facções nos trechos mais
ricos e proveitosos para servir de proteção em caso de ataque e para armazenamento
do pau-brasil à espera do embarque. As fortificações não duravam muito, apenas
alguns meses, o necessário para que se juntasse a madeira e embarcasse. Obrigados a
trabalhar como escravos até a morte, os nômades eram feitos reféns de suas próprias
armas. A exploração do pau-brasil era uma atividade que tinha necessariamente de
ser nômade, pois a floresta era explorada intensivamente e rapidamente se esgotava,
não dando origem a nenhum núcleo de povoamento regular e estável. O ciclo do pau-
brasil foi o primeiro ciclo econômico do país.[15]

E foram justamente a instabilidade e a insegurança d

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