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As conquistas anglo-saxãs da Grã-Bretanha celta

Ver artigo principal: Inglaterra anglo-saxã

Reinos e tribos na Grã-Bretanha, por volta do ano 600


Próximo ao ano de 495, na Batalha do Monte Badon, os britânicos infligiram uma
severa derrota a um exército invasor anglo-saxão que interrompeu o avanço anglo-
saxão para oeste por algumas décadas. Evidências arqueológicas recolhidas de
cemitérios pagãos anglo-saxões sugerem que alguns dos seus assentamentos foram
abandonados e a fronteira entre os invasores e os habitantes nativos foi recuada
por algum tempo por volta do ano 500.

A expansão anglo-saxã foi retomada no século VI, embora a cronologia de sua


evolução não seja clara. Um dos poucos eventos individuais que emerge com alguma
clareza antes do século VII é a Batalha de Deorham, em 577, na qual uma vitória dos
saxões ocidentais levou à captura de Cirencester, Gloucester e Bath, trazendo o
avanço anglo-saxão para o Canal de Bristol e separando os britânicos do West
Country dos de Gales. A vitória do Reino da Nortúmbria na Batalha de Chester, em
torno de 616, pode ter tido um efeito semelhante separando os britânicos de Gales
dos britânicos da Cúmbria.

A expansão gradual dos saxões pelo West Country continuou através dos séculos VII,
VIII e IX. Enquanto isso, em meados do século VII, os anglos haviam empurrado os
britânicos de volta para os limites aproximados do País de Gales atual, no oeste,
para o rio Tamar, no sudoeste, e expandido para o norte até o rio Forth.

Hierarquia e cristianização

Reinos da Grã-Bretanha por volta do ano 800


Ver artigos principais: Nortúmbria, Mércia, Heptarquia e Cristianização da
Inglaterra anglo-saxã
A cristianização da Inglaterra anglo-saxã começou por volta do ano 600,
influenciada pelo cristianismo céltico a partir do noroeste e da Igreja Católica
Romana a partir do sudeste. Agostinho, o primeiro Arcebispo de Cantuária, assumiu o
cargo em 597. No ano de 601, ele batizou o primeiro rei anglo-saxão cristão,
Etelberto de Kent. O último rei anglo-saxão pagão, Penda de Mércia, morreu em 655.
O último rei juto pagão, Arvaldo da Ilha de Wight, foi assassinado em 686. A missão
anglo-saxã no continente decolou no século VIII, levando à cristianização de
praticamente todo o Reino Franco por volta do ano 800.

Durante os séculos VII e VIII o poder oscilou entre os maiores reinos. Beda cita
Etelberto de Kent como sendo dominante no final do século VI, mas o poder parece
ter se deslocado em direção ao norte para o reino da Nortúmbria, que foi formada a
partir da junção de Bernícia e Deira. Eduíno da Nortúmbria provavelmente manteve o
domínio sobre grande parte da Grã-Bretanha, embora a influência de Beda na
Nortúmbria deva ser considerada. Crises sucessórias significavam que a hegemonia
nortumbriana não era constante e Mércia mantinha-se como um reino muito poderoso,
especialmente no reinado de Penda. Duas derrotas essenciais terminaram com o
domínio nortumbriano: a Batalha do Trent em 679 contra Mércia e a Batalha de
Dunnichen em 685 contra os pictos.

A chamada "Supremacia Mércia" dominou o século VIII, embora ela não tenha sido
constante. Etelbaldo e Offa, os dois reis mais poderosos, alcançaram status
elevado, na verdade, Offa foi considerado o chefe supremo do sul da Grã-Bretanha
por Carlos Magno. Offa conseguiu reunir os recursos para construir o Dique de Offa,
esta é a prova do seu poder. No entanto, a ascensão de Wessex e os desafios de
reinos menores colocaram o poder de Mércia em cheque, e no início do século IX a
"Supremacia de Mércia" tinha terminado.

Este período tem sido descrito como a Heptarquia, embora este termo atualmente
tenha saído do uso acadêmico. A palavra surgiu com base nos sete reinos,
Nortúmbria, Mércia, Kent, Ânglia Oriental, Essex, Sussex e Wessex, que eram as
principais organizações políticas do sul da Grã-Bretanha. Estudos mais recentes têm
mostrado que outros reinos também eram politicamente importantes neste período:
Hwicce, Magonsaete, Lindsey e Ânglia do Meio.

As invasões vikings
A Crônica Anglo-Saxônica registra a incursão de 793 contra o mosteiro de
Lindisfarne como ponto de partida na longa história de ataques viquingues contra a
Grã-Bretanha.

Após um período de saques e incursões, os viquingues começaram a colonizar a


Inglaterra e ali comercializar. Chegaram em barcos com bons exércitos, em sua
maioria dinamarqueses, e tomaram para si praticamente todos os reinos ingleses, que
eram independentes. A partir do fim do século IX, governavam parte considerável do
território inglês, no que era conhecido como o Danelaw.

Alfredo, o Grande impediu a invasão dos viquingues em seu reino, Wessex, por meio
da construção de diversas fortalezas. Seu sucesso contra as incursões viquingues e
a reorganização do reino por ele empreendida fizeram com que a história lhe
outorgasse o epíteto "O Grande".

O desafio viking e a ascensão de Wessex


Ver artigos principais: Danelaw, Era Viking e Alfredo, o Grande

Inglaterra em 878
De acordo com as Crônicas Anglo-Saxãs, o primeiro ataque viking na Grã-Bretanha
ocorreu em 793 no mosteiro de Lindisfarne. Entretanto, nesta época, os vikings já
se encontravam, quase com certeza, bem estabelecidos em Orkney e Shetland, desta
forma, é provável que muitos outros ataques (não registrados) tenham ocorrido
antes. Registros mostram que o primeiro ataque viking em Iona ocorreu em 794. A
chegada dos vikings, em especial do grande exército dinamarquês, desorganizou a
geografia política e social da Grã-Bretanha e da Irlanda. A vitória de Alfredo, o
Grande na Batalha de Ethandun, em 878, estancou o ataque dinamarquês, entretanto,
naquela altura Nortúmbria tinha se transformado em Bernícia e um reino viking,
Mércia tinha sido dividida ao meio e Ânglia Oriental tinha deixado de existir como
uma organização política anglo-saxônica. Os vikings tiveram efeitos semelhantes
sobre os vários reinos escoceses, pictos e, em menor grau, galeses. Certamente, no
norte da Grã-Bretanha os vikings foram uma das razões por trás da formação do Reino
de Alba, que viria a originar a Escócia.

A conquista da Nortúmbria, noroeste da Mércia e Ânglia Oriental pelos dinamarqueses


difundiu assentamentos dinamarqueses nestas áreas em larga escala. No início do
século X, os governantes noruegueses de Dublim assumiram o controle do reino
dinamarquês de Iorque. Assentamentos dinamarqueses e noruegueses tiveram impacto
suficiente para deixar marcas significativas na língua inglesa, muitas palavras
fundamentais do inglês moderno são derivadas do nórdico antigo, apesar das 100
palavras mais usadas no inglês moderno serem, em sua grande maioria, originárias do
inglês antigo. Da mesma forma, muitos nomes de lugares em áreas de colonização
dinamarquesa e norueguesa possuem raízes escandinavas.

Ao final do reinado de Alfred, em 899, ele era o único rei inglês remanescente,
tendo reduzido Mércia a uma dependência de Wessex, governado por seu genro
Etelredo. A Cornualha (Kernow) estava sujeita ao domínio de Wessex e os reinos
galeses reconheceram Alfredo como seu suserano.

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