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América Portuguesa

Colonização

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O começo de tudo
• O território que hoje equivale ao Brasil foi reivindicado pelos portugueses
em 1500, com a chegada da tropa de Cabral.
• O primeiro contato entre portugueses e nativos foi registrado na Carta de
Pero Vaz de Caminha a D. Manuel, rei de Portugal.
• Quando os portugueses chegaram no Brasil, encontraram um litoral
baiano disputados por dois grupos: os tupinambás e os tupiniquins.
• Durante o começo da colonização brasileira, os tupiniquins apoiaram os
portugueses, enquanto os tupinambás apoiaram os franceses (que
tentaram inúmeras vezes se apossar da América Portuguesa).
• Essa presença europeia incentivou mais ainda o ódio entre as tribos.

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O primeiro contato com os nativos
• O primeiro contato dos nativos com os portugueses aconteceu no navio de Cabral.
Segundo a Carta de Caminha, o próprio navegador teria convidado os nativos para
o barco.
• Lá, para o estranhamento dos portugueses, os índios não diferenciaram os
tripulantes de forma hierárquica e sofreram um grande choque cultural.
• Os nativos não reconheciam nenhum dos animais da embarcação, exceto o
papagaio do capitão. Segundo Caminha, os nativos reconheceram ouro e prata da
embarcação, tomando grande atenção a um fio de ouro e um castiçal de prata.
• Por conta disso, os portugueses inicialmente acreditavam que havia muito ouro e
prata nessas terras.
• Porém, o próprio Caminha admite que não sabe se os índios realmente indicaram
que lá havia esses metais ou que o desejo dos navegadores por eles era tão
grande que eles não conseguiam entender diferente.
• Hoje sabemos que foi a segunda opção. PÚBLICA
Os nativos e o cristianismo
• Os nativos que entraram em contato com os portugueses despertaram
interesses nos rituais e objetos cristãos, como contas de Rosário e com a
primeira missa.
• Isso foi um primeiro indicativo para os portugueses de que a conversão
desses nativos seria fácil.
• Contudo, eles logo perceberam que o interesse vinha muito mais de uma
curiosidade do que um interesse de fato, e tiveram que repensar seus
métodos de catequese.

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Américo Vespúcio visita o Brasil
• Após reivindicar o Brasil, Cabral segue para as Índias.
• Sabendo das notícias da conquista do Brasil, D. Manuel, rei de Portugal
da época, envia a primeira expedição de reconhecimento do território
brasileiro, em 1501, comandado por Gonçalo Coelho.
• A expedição contava com nomes renomados da navegação, como
Américo Vespúcio, responsável por 3 expedições para as Américas e a
origem do nome do continente.
• Foi ele o único que escreveu relatos sobre essa viagem.

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Interesse inicial
• Inicialmente, o interesse português de habitação e estabelecimento de
povoamentos não era tão grande.
• Durante os primeiros 30 anos, os portugueses estabeleceram
essencialmente feitorias pelas costas, explorando especialmente o pau-
brasil do litoral do Nordeste.
• Essa madeira típica do Brasil era utilizada na Europa para tingir tecidos e
construir móveis e casas.
• Como essa prática econômica era extrativista, a presença portuguesa era
nômade, sem ter uma necessidade de sedentarização.
• Essas madeiras eram retiradas pelos nativos, que as trocavam nas
feitorias com os portugueses por objetos úteis para eles (escambo).

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O interesse francês
• A América Portuguesa também irá chamar a atenção dos franceses, que
vão enviar diversas expedições para a costa brasileira para explorar
nossos recursos, se aliando com os tupinambás e os tamoios.
• Por conta disso, Portugal mandou expedições de policiamento da costa.
• Contudo, percebendo que era impossível policiar uma costa desse
tamanho e com medo de perder suas terras para os franceses, D. João III
decide colonizar o território, enviando para cá uma expedição
colonizadora, de Martim Afonso de Souza.
• A partir disso, surge a primeira vila do Brasil (São Vicente – SP), onde é
construído o primeiro engenho de açúcar do Brasil.

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As capitanias hereditárias
• Para garantir a posse das terras na América e dar continuidade à
colonização, D. João III decide dividir as terras continentais da América
em quinze faixas de terra, chamadas de capitanias hereditárias, e as
entregou a doze homens através da carta de doação.
• O sistema já havia sido testado antes nas ilhas da Madeira e em Cabo
Verde, assim como na Ilha de São João (cedida a Fernão de Noronha em
1504).
• Os indivíduos que receberam essas terras do rei eram pequenos nobres
de Portugal

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Capitania Limites aproximados Donatário
Maranhão 1 Ilha de Marajó (PA) – foz do rio Gurupi Aires da Cunha e João de
(PA/MA) Barros
Maranhão 2 Foz do Gurupi (PA/MA) – Parnaíba (PI) Fernando Álvares de Andrade
Ceará Parnaíba (PI) – Fortaleza (CE) Antônio Cardoso de Barros
Rio Grande Fortaleza (CE) – Baía da Traição (PB) João de Barros e Aires da
Cunha
Itamaracá Baía da Traição (PB) – Igarassu (PE) Pero Lopes de Sousa
Pernambuco ou Igarassu (PE) – foz do Rio São Francisco Duarte Coelho
Nova Lusitânia (AL/SE)

Baía de Todos os Foz do Rio São Francisco (AL/SE) – Francisco Pereira Coutinho
Santos Itaparica (BA)

Ilhéus Itaparica (BA) – Comandatuba (BA) Jorge de Figueiredo Correia


Porto Seguro Comandatuba (BA) – Mucuri (BA) Pero do Campo Tourinho
Espírito Santo Mucuri (BA) – Itapemirim (ES) Vasco Fernandes Coutinho
São Tomé Itapemirim (ES) – Macaé (RJ) Pero de Góis da Cunha
São Vicente (dividia 1º Lote: Macaé (RJ) – Caraguatatuba (SP) Martim Afonso de Sousa
em dois lotes) 2º Lote: Bertioga (SP) – Cananeia (PR)

Santo Amaro Caraguatatuba (SP) – Bertioga (SP) Pero Lopes de Sousa


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Santana Cananeia (PR) – Laguna (SC) Pero Lopes de Sousa
Deveres e direitos de um donatário
• Os deveres dos donatários eram:
• Desenvolver o cultivo de cana-de-açúcar na capitania;
• Expandir a fé cristã;
• Organizar a defesa militar;
• Estimular a ocupação portuguesa da terra
• Para realizar esse trabalho, o donatário realizava, por conta própria, os
serviços governamentais, assim como cobrando imposto dos colonos e
repassando parte do dinheiro arrecadado para o rei.
• A posse dessa capitania podia ser passada a seus filhos.
• Além disso, esses donatários deveriam conceder sesmarias, que eram
terras para quem comprovasse ter recursos para produzir riquezas na
região e a colonizar.
• Além disso, o donatário próprio recebia uma sesmaria de 20 a 70
quilômetros na extensão da costa da sua capitania.
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O fracasso das capitanias
• Com exceção da Capitania de Pernambuco e São Vicente, todas as demais
capitanias foram consideradas não exitosas no seu desenvolvimento.
• Alguns donatários nem chegaram à suas terras devido as várias
dificuldades postas na coordenação de uma capitania hereditária. Os
principais motivos eram:
• A difícil adaptação às condições climáticas e a um tipo de vida diferente do europeu;
• O alto custo de investimento e a demora para o retorno financeiro;
• A falta de recurso humanos para desenvolver os lotes;
• A incapacidade de formar alianças com os povos nativos locais;
• Os ataques de tribos locais e corsários estrangeiros;
• Disputas internas pelo poder e dificuldade da aplicação da Justiça;
• Falta de comunicação entre as capitanias e com a Metrópole;
• Ausência de uma autoridade central que amparasse as capitanias.

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O Governo-Geral
• Com o fracasso das capitanias, o rei de Portugal decide centralizar a
administração, criando, em 1548, o Governo-Geral.
• A partir de então, uma parte do poder dos donatários passou para o
governador-geral. Em geral, homens influentes que tinham prestado
serviços à Coroa na África ou no Oriente ou parentes de pessoas
influentes.
• Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral, chega no Brasil em 1549,
acompanhado de toda uma equipe de administradores, soldados e
religiosos.
• Assim que chegam, guerreiam com os povos locais e fundam, na terra
recém apossada, a primeira capital do Brasil, a cidade de São Salvador,
na Bahia.

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Duarte da Costa (1553-1558)
• Duarte da Costa, o segundo governador-geral, trouxe consigo mais
colonos e jesuítas.
• Entre esses jesuítas estava o padre José de Anchieta, que fundou, em
1554, o Colégio de São Paulo, que irá originar a vila e a futura cidade.
• O filho de Duarte da Costa, o D. Álvaro da Costa, liderou uma guerra
contra os tupinambás no litoral baiano, a chamada Guerra de Itapuã.
• Através dela, os portugueses se apossaram de novas terras para
construir novos engenhos de açúcar.
• Durante seu governo, Duarte da Costa deu pouca atenção para às
capitanias ao sul.

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França Antártica (1555)
• Aproveitando-se disso, os franceses irão invadir a Baía da Guanabara e
fundar uma colônia comercial chamada França Antártica, ficando por lá
mais de 12 anos, graças a ajuda dos tamoios e tupinambás.
• Para isso, irão invadir uma expedição secreta de reconhecimento,
comandada por Nicolas Durand de Villegagnon, que vai visitar
secretamente a região de Cabo Frio.
• Antes mesmo disso, os franceses já tinham visitado a Baía de Guanabara
algumas vezes e conseguiram formar uma aliança com os tupinambás,
nativos da região que impediam os portugueses de se fixar na região.

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França Antártica (1555)
• A ideia dos franceses era criar uma colônia permanente na Baía de
Guanabara, a França Antártica.
• Com tudo preparado, Villegangon volta para o Brasil, chegando em 31 de
outubro na 1555 na região de Búzios.
• Alguns dias depois, chegam a Baía de Guanabara e lá constroem uma
fortificação na Ilha de Gerigipe (atual Ilha de Villegangon).
• Em 1556, criam a primeira colônia em terra firme, a Henriville, onde hoje é
a Praia do Flamengo.
• Em 1557, chegavam na França Antártica um grupo de protestantes
franceses fugidos, que celebram o primeiro culto protestante das
Américas.

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Mem de Sá (1558-1572)
• Terceiro governador-geral do Brasil, organizou expedições de assalto à
Guanabara, com o objetivo de expulsar os franceses.
• Mesmo vitorioso na primeira batalha, os franceses não abandonavam a
região. Por conta disso, seu sobrinho, Estácio de Sá, ganha a
responsabilidade de expulsar definitivamente os franceses da região.
• Para assegurar o controle da região, Estácio de Sá ergue a Fortaleza de
São João, que junto dos fortes de Niterói, triangulam a Baía de
Guanabara.
• A partir desse forte, surge a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro,
atual Rio de Janeiro.

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Araribóia e Niterói
• Nesses embates para assegurar a Baía de Guanabara e expulsar os
franceses, surge Araribóia, chefe dos temiminós, a tribo rival dos tamoios.
• Crescido em uma tribo catequizada pelos jesuítas, Araribóia (ou Martim
Afonso de Sousa, nome cristão que adotou após sua conversão) se aliou
a Mem de Sá, reforçando seu efetivo com cerca de 8000 nativos.
• Sua presença foi fundamental na vitória portuguesa, com Araribóia
pessoalmente abrindo o caminho para os ataques.
• Após derrotar os tamoios, Araribóia recebeu dos portugueses uma região
no atual bairro de São Cristóvão. Contudo, as terras do outro lado da
Baía, que haviam sido prometidas, não foram entregues.
• Inconformado, Araribóia cerca os territórios portugueses e os obriga a
entregar às terras da sesmaria de São Lourenço dos Índios, atual Niterói.
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O açúcar
• Para dar início à exploração da América Portuguesa, o rei de Portugal
escolheu a cana-de-açúcar. Isso se deu por 3 motivos:
• A geografia favorável;
• O conhecimento português da produção através do seu trabalho na Ilha da Madeira
e no Cabo Verde;
• O alto lucro da venda de açúcar na Europa
• Inicialmente, o capital investido nos primeiros engenhos vieram de
empréstimos holandeses, italianos e portugueses. Com a estabilização do
mercado, os próprios senhores de engenho já conseguiram produzir com
seus recursos.
• Inicialmente, a mão-de-obra utilizada era a de escravos indígenas.
• Para isso, o governo-geral ajudou a promover diversas “guerras justas”
contra os nativos. Assim, os portugueses conseguiam terras e escravos
para utilizar nos engenhos. PÚBLICA
A substituição da mão-de-obra escrava
• Na passagem do século XVI para o XVII, no Nordeste, os senhores de
engenho começaram a comprar escravizados africanos, em vez de
nativos. Isso se deu por algumas razões:
• O interesse missionário na catequização, que levou na oposição desse grupo à
escravização de indígenas;
• A interiorização dos nativos, que levou uma falta de potenciais escravos na costa;
• A experiência dos africanos na produção de açúcar nas plantações portuguesas do
Cabo Verde e Madeira;
• O interesse no comércio de africanos pelo Atlântico
• A maioria dos africanos trazidos para o Brasil entre o século XVI e XVII
eram bantos.

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América Portuguesa: um grande canavial?
• Além da exportação de açúcar, a América Portuguesa também tinha sua
dinâmica própria e muito diversificada.
• Internamente, além do açúcar, também eram produzidos fumo, algodão,
cacau, castanha-do-pará, guaraná, couro, mandioca, feijão, milho etc.

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A sociedade colonial
• A América Portuguesa era muito diversas, tendo várias regiões
econômicas, com dinâmicas sociais próprias para cada uma.
• Nesse momento, vamos nos atentar para a sociedade colonial açucareira.

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A nobreza da terra
• O grupo social de maior prestígio na sociedade açucareira era o dos
senhores de engenho. Eram eles os donos das terras, do maquinário e
dos escravizados.
• Muitos deles descendiam dos primeiros colonizadores portugueses e se
consideravam a nobreza da terra.
• Essas relações eram reforçadas através dos casamentos e expandiam
para além do mundo rural, com esses homens ocupando cargos
importantes nas Câmaras Municipais das vilas e cidades coloniais.
• Em volta deles, viviam homens livros, conhecidos como “lavradores de
cana”. Esses homens possuíam terras, cultivavam cana, mas dependiam
do senhor de engenho para moer esse açúcar.

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Comerciantes
• As maiores fortunas do Brasil estavam concentradas nas mãos dos
comerciantes de escravos, seguido dos comerciantes de produtos do
estrangeiro, e por último do comerciante de produtos locais.
• Muitos comerciantes utilizavam do dinheiro para se tornarem senhores de
engenho ou se casaram com a filha de um.

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Trabalhadores assalariados
• Dentro dos engenhos existiam muitos assalariados. Alguns ganhavam por
tarefa, enquanto outros recebiam por ano.

Ofício O que fazia


Feitor-mor Administrava o engenho
Mestre de açúcar Controlava o trabalho de beneficiamento do açúcar
Purgador Trabalhava na purificação do açúcar
Caldeireiro Trabalhava nas caldeiras
Oficial de açúcar Auxiliava o mestre de açúcar
Feitor de campo Vigiava e castigava os escravos

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Escravizados
• Grande parte da população colonial era formada por africanos
escravizados e seus descendentes.
• Todo o funcionamento da economia colonial dependia deles.
• Os escravizados moravam nas senzalas, palavra banta que significa
“povoado” ou “comunidade”. Em geral, eram construções sem cômodos
feitas de pau a pique e cobertas de sapê.

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