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Araranguá
2019
GIOVANNA MARIA CANONICO SOTTILE
Araranguá
2019
À minha mãe Rosa e meu pai Alessandro que
sempre me deram apoio em todos os momentos,
amor incondicional e sempre acreditaram em
mim. Ao meu lindo noivo, e quase esposo, Lu,
por todo companheirismo, incentivo, amor e
conselhos que me dá todos os dias. Ao meu
irmão Lucas por toda confiança e risadas. Aos
meus amigos, principalmente à minha amiga
Lúcia, que me acompanhou e me incentivou
durante todo trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e aos meus pais por todo apoio e amor que me dão
todos os dias, e que mesmo com a distância estão sempre comigo.
Ao meu, em breve, marido que em todos os momentos está ao meu lado, me
ajudando e aconselhando, além de todo amor, carinho, alegria e incentivo que me dá todos os dias.
Ao meu irmão pela confiança e risadas que me proporciona.
A todos os meus familiares, de sangue ou de coração, que me trouxeram momentos
de alegria e muito companheirismo.
À minha orientadora Prof. Nádila Hassan, que sempre esteve disposta a me ajudar,
buscando o melhor desempenho possível, com muita paciência, conhecimento e compreensão.
“Deve haver algum lugar onde o mais forte não consegue escravizar quem não
tem chances.” (Renato Russo).
RESUMO
The present monograph aims to identify what is considered contemporary slavery in Brazil,
its main causes, who are the victims affected and how these conditions violate the norms
inserted in the Brazilian legislation, highlighting the constitutional principles. Initially a brief
historical analysis of slavery is made. Following with the presentation of some concepts,
analyzing the profile of the victims of slave labor and highlighting the characteristics of
slavery in the Brazilian contemporary. Subsequently, some international treaties and
conventions that are important in the struggle against slave labor are followed, following the
study of constitutional labor standards and insfraconstitutional legislation infringed by
conditions similar to slave conditions. Finally, the most relevant measures to combat slave
labor, both governmental and social, are identified and the main challenges faced in the search
for the eradication of contemporary slavery in Brazil are identified. The study of all the work
is based on bibliographical and legislative research. It is concluded that in order to achieve the
objective of extinguishing slave labor in the country, it is necessary to implement the norms
and foundations contained in the Federal Constitution, in addition to the respect and
application, in fact, of the laws envisaged infraconstitucionalmente, through public measures
directed to the reduction of social inequalities, taking into account that lack of education,
knowledge, misery and unemployment are the main contributors to the subjection of the
individual to slavery.
ART- Artigo
CP – Código Penal
IN - Instrução Normativa
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 10
2 O TRABALHO ESCRAVO NO TEMPO ...................................................................... 12
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA ESCRAVIDÃO ........................................................... 12
2.1.1 Da escravidão na antiguidade .................................................................................... 12
2.1.2 Breve histórico da escravidão no Brasil .................................................................... 13
2.1.3 O período abolicionista ............................................................................................... 15
2.2 A ESCRAVIDÃO NA CONTEMPORANIEDADE BRASILEIRA .............................. 16
2.2.1 Conceitos sobre a escravidão contemporânea .......................................................... 16
2.2.2 As vítimas da escravidão contemporânea ................................................................. 18
2.2.3 As condições análogas à escravidão ........................................................................... 20
2.2.4 Restrição de locomoção em razão de dívida e Retenção no local de trabalho ....... 21
2.2.5 Trabalho forçado ......................................................................................................... 24
2.2.6 Jornada exaustiva........................................................................................................ 25
2.2.7 Condições degradantes ............................................................................................... 26
3 A ESCRAVIDÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO NACIONAL E
INTERNACIONAL ................................................................................................................ 28
3.1 NORMAS INTERNACIONAIS ...................................................................................... 28
3.1.1 Principais Convenções e Tratados Internacionais ................................................... 28
3.2 ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO ............................................................... 32
3.2.1 Os valores socias do trabalho e a livre iniciativa ...................................................... 32
3.2.2 A função social da propriedade.................................................................................. 33
3.2.3 O direito à igualdade ................................................................................................... 35
3.2.4 O direito à liberdade ................................................................................................... 36
3.2.5 A dignidade da pessoa humana .................................................................................. 37
3.2.6 Legislação infraconstitucional – Código Penal ......................................................... 39
4 AS MEDIDAS DE COMBATE AO TRABALHO ESCRAVO.................................... 42
4.1.1 Os principais mecanismos governamentais de fiscalização e combate................... 43
4.1.2 As organizações não governamentais ........................................................................ 45
4.1.3 A assistência e inclusão do trabalhador na sociedade.............................................. 48
4.1.4 Os desafios da erradicação da escravidão contemporânea ..................................... 49
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 52
ANEXO A – LISTA SUJA ..................................................................................................... 62
10
1 INTRODUÇÃO
Silva (2002, p. 79) expõe que o surgimento da história escravista pode ser
associada à domesticação de animais no período Neolítico. Com o desenvolvimento da
agricultura e o início de conflitos entre povos, certos grupos passaram a aplicar em seus
prisioneiros de combate os mesmos processos e instrumentos que utilizavam em animais,
como a coleira, o curral, a chibata e até mesmo a marcação com ferro em brasa para se
distinguir a posse. No entanto, o autor também sugere a inversão do argumento, dizendo que
seria provável o homem ter tomado a servidão primeiramente de outro ser humano, ao invés
de colocar a seu serviço um animal, excluindo-se talvez o cão.
No Império Romano, os escravos marcaram presença por todo período, “todos
aqueles que pertencessem a cidades hostis eram moralmente indignos, agiam injustamente e
logo eram passíveis de serem derrotados e escravizados” (JOLY, 2005, p. 41).
O escravo não era considerado um cidadão. A população romana possuía a ideia
de que portavam superioridade aos trabalhadores dominados. A superioridade significava o
poder de ter o indivíduo como bem e usar do mesmo como propriedade: “Meu pai, escreve
Galeno, “sempre me ensinou a não encarar tragicamente as perdas materiais; se me morre um
boi, um cavalo ou um escravo não faço disso um drama” (DUBY, 2006, p. 61).
Na época, era considerado natural a existência de homens dispostos a mandar,
como também naturalmente haviam homens que nasceram para obedecer (ARISTÓTELES,
1997 apud TOSI, 2003, p. 80), era algo comum e fazia parte da rotina dos moradores.
Independentemente do local em que a escravidão ocorria, o indivíduo sempre foi
excluído da comunidade cidadã, não possuindo liberdade e o mínimo de direitos. Seu papel
era apenas o de servir de acordo com a vontade de seu senhor.
Pinsky (2011, p. 76) ainda complementa ao dizer que também haviam surras
programadas e públicas que ocorriam muitas vezes sem nenhuma razão, sendo proibida
qualquer manifestação de rebeldia. A tortura era avisada antecipadamente, gerando uma
aglomeração de pessoas nas praças, que buscavam encontrar o melhor lugar para assistir o
sofrimento alheio.
A condição era tão degradante que muitos escravos se suicidavam. Algumas
mulheres, quando engravidavam, provocavam abortos para que seus descendentes não
passassem pelo mal da escravidão quando nascessem. (A ESCRAVIDÃO..., 2016, p. 1).
15
Não demorou muito para os escravos reagirem aos maus tratos e passassem a lutar
contra a dominação dos senhores brancos através de rebeliões, fugas e criação de quilombos,
“localidade povoada por negros que haviam fugido do cativeiro, sendo dividida e organizada
internamente; geralmente, também havia índios ou brancos” (QUILOMBO, 2019, p. 1).
Segundo Mattoso (1988, p. 176), um dos quilombos mais conhecidos na história
foi o Quilombo dos Palmares, que chegou a ter cerca de vinte mil refugiados, sob os cuidados
de Zumbi, chefe dessa república. Os escravos que conseguiam permanecer ali eram
considerados livres e montavam grupos de resgate para salvar outros escravos. Essas pessoas
viviam de pesca e de alimentos ali cultivados.
Contudo, mesmo após diversos movimentos de resistência, o primeiro ato
abolicionista de fato ocorreu apenas em 1826.
ainda continuassem nas fazendas em que eram escravizados por falta de escolha,
conhecimento e oportunidades. A liberdade e igualdade de todos os homens propostas pela
Lei, não passaram de meras declarações formais:
Após a abolição do trabalho escravo formal pela Lei Áurea de 1888, muitas
pessoas permaneceram trabalhando em condições precárias.
A admissão de que ainda existia trabalho escravo no Brasil ocorreu apenas em
1995 pelo governo federal juntamente com a Organização Internacional do Trabalho, fazendo
com que o país se tornasse uma das primeiras nações mundiais a reconhecer, de forma oficial,
a escravidão contemporânea em seu território. Todavia, mesmo após este reconhecimento, o
trabalho escravo perdura até a atualidade, fazendo que com o passar do tempo houvesse a
criação de novas expressões relacionadas ao trabalho escravo, tais como trabalho análogo ao
de escravo, trabalho escravo contemporâneo e trabalho forçado (OIT BRASÍLIA, 2019, p.1).
Neste contexto, torna-se necessário, primeiramente, a apresentação de alguns
conceitos para maior entendimento e em seguida, identificaremos o perfil das vítimas, as
principais características da escravidão contemporânea e suas diferentes formas.
Conceituar trabalho escravo não vem a ser uma tarefa fácil devido as constantes
mudanças sociais. Um dos entendimentos mais completos disponíveis é o do autor Sakamoto
(2007, p. 17) ao dizer que
17
Cabe ressaltar que, no ano de 1930, a OIT aprovou a Convenção sobre Trabalho
Forçado, também conhecida como Convenção 29. A mesma, conceitua trabalho forçado ou
obrigatório dizendo que “para os fins da presente convenção, a expressão ‘trabalho forçado
ou obrigatório’ designará todo trabalho ou serviço exigido de um indivíduo sob ameaça de
qualquer penalidade e para o qual ele não se ofereceu de espontânea vontade”.
18
I - Trabalho forçado;
II - Jornada exaustiva;
III - Condição degradante de trabalho;
IV - Restrição, por qualquer meio, de locomoção em razão de dívida
contraída com empregador ou preposto, no momento da contratação ou
no curso do contrato de trabalho;
V - Retenção no local de trabalho em razão de:
a) cerceamento do uso de qualquer meio de transporte;
b) manutenção de vigilância ostensiva;
c) apoderamento de documentos ou objetos pessoais (BRASIL, IN, 2019).
de serviço informado pelo empregador, além de não receberem qualquer remuneração, ainda
são submetidas à violência, gerando até a morte em alguns casos. Silva (2009, p. 52)
determina que essa situação ocorre quando um devedor se compromete a fornecer seus
serviços a outra pessoa com maior autoridade, como forma de garantir o pagamento de sua
dívida.
O ambiente rural é o local mais comum para se encontrar trabalhadores forçados a
prestar seus serviços em consequência de dívidas obtidas. Acontece principalmente por
intermédio dos chamados “gatos”, os quais aliciam pessoas para mão-de-obra, aproveitando
do desespero ou ignorância, fazendo com que inconscientemente se endividem. Nesta
perspectiva, Sakamoto (2007, p. 27) se refere ao fato dizendo:
De acordo com Simón (2007, p. 108), podemos diferenciar a submissão por dívida
do trabalho forçado ao analisar o vício de consentimento no momento do ocorrido e seu
alcance. O vício de consentimento no trabalho forçado se dá desde o início da relação jurídica,
pois o indivíduo não concordou com a contratação ou em permanecer laborando, nas quais
derivam de uma coação financeira, física ou moral. Já na servidão por dívida, o mesmo ainda
que tenha concordado em trabalhar, ao iniciar seus serviços ou durante a sua prestação é
obrigado à adquirir dívidas, configurando-se figura jurídica da lesão, disposta no art. 157 do
24
Código Civil: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação
oposta” (BRASIL, CC, 2019).
Pode-se dizer que a principal diferença entre a servidão por dívida e o trabalho
forçado, se torna mais clara em relação a forma em que o indivíduo é abordado e convencido
a trabalhar, pois na primeira o trabalhador, apesar de iludido, aceita a proposta, já na segunda
o referido não possui ao menos opção de escolher se oferece seus serviços ou não, gerando
vício de consentimento.
Essa espécie de trabalho escravo pode ser cometida pelo Estado, por empresas
privadas ou por indivíduos que possuem o apetite e o poder de impor aos trabalhadores duras
25
privações, como violência física ou abuso sexual. O trabalho forçado pode incluir práticas que
restringem o movimento do indivíduo; a retenção de salários ou documentos de identidade
para forçar a permanência do emprego; ou envolvê-lo em dívidas fraudulentas. É tido como
crime e uma violação brutal dos direitos fundamentais (OIT, 2011, p. 11).
O trabalho forçado priva o trabalhador de liberdade, deixando apenas a escolha de
desempenhar a função para qual foi incumbido, sendo pressionado a laborar por jornadas de
trabalho extremamente exaustivas e fazendo com que sua mobilidade seja cerceada e posto à
serviço do empregador.
Ela não significa tão somente jornada prolongada, mas também caracteriza aquelas
circunstâncias em que o trabalhador está submetido a um grau tão extremo de
superexploração de sua força de trabalho em que suas energias não são repostas
devidamente, ocasionando danos à sua saúde física e/ou mental. A alta rotatividade
existente em muitos setores de atividade econômica e a superexploração da força de
trabalho que caracteriza o capitalismo dependente brasileiro dá-nos a real dimensão
do quanto essa forma de execução de trabalho escravo pode ser comum em nosso
país.
O ordenamento jurídico brasileiro é formado por vários institutos que tratam sobre
a escravidão contemporânea, seja de maneira direta ou indiretamente. Nesta esfera temos a
Constituição Federal de 1988, as convenções internacionais ratificadas pelo país, as leis
ordinárias e atos infralegais.
Neste capítulo, serão apresentadas as principais normas do combate ao trabalho
escravo contemporâneo, presentes no ordenamento jurídico brasileiro e também no
ordenamento internacional.
No primeiro momento, temos a arguição das principais Convenções e Tratados
Internacionais, em especial os ratificados pelo Estado brasileiro, os quais possuem enorme
importância na história da abolição da escravatura moderna no mundo.
Posteriormente, passamos a estudar o trabalho escravo moderno pela visão
constitucional de 1988, passando pela valorização do trabalho e da livre iniciativa, a função
social da propriedade, o princípio da dignidade da pessoa humana e o direito à liberdade. E
por fim, há uma breve análise sobre a legislação infraconstitucional, mais precisamente do
Código Penal.
Em geral, tem sido dito que o escravo possui três características definidoras: sua
pessoa é a propriedade de outro homem, sua vontade está sujeita à autoridade do seu
dono e seu trabalho ou serviços são obtidos através da coerção (DAVIS apud
COSTA, 2017, p. 12):
a) qualquer trabalho ou serviço exigido em virtude das leis sobre o serviço militar
obrigatório e que só compreenda trabalhos de caráter puramente militar;
b) qualquer trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais dos
cidadãos de um país plenamente autônomo;
c) qualquer trabalho ou serviço exigido de um indivíduo como consequência [sic] de
condenação pronunciada por decisão judiciária, contanto que esse trabalho ou
serviço seja executado sob a fiscalização e o controle das autoridades públicas e que
dito indivíduo não seja posto à disposição de particulares, companhias ou pessoas
privadas;
d) qualquer trabalho ou serviço exigido nos casos de força maior, isto é, em caso de
guerra, de sinistro ou ameaças de sinistro, tais como incêndios, inundações, fome,
tremores de terra, epidemias, e epizootias, invasões de animais, de insetos ou de
parasitas vegetais daninhos e em geral todas as circunstâncias que ponham em
perigo a vida ou as condições normais de existência de toda ou de parte da
população;
e) pequenos trabalhos de uma comunidade, isto é, trabalhos executados no interesse
direto da coletividade pelos membros desta, trabalhos que, como tais, podem ser
considerados obrigações cívicas normais dos membros da coletividade, contanto,
que a própria população ou seus representantes diretos tenham o direito de se
pronunciar sobre a necessidade desse trabalho.
Artigo 4º
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5º
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
[...]
Artigo 13º
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a
este regressar.
Artigo 23º
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições
justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória,
que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a
dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção
social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para
proteção de seus interesses (ONU, DUDH, 1948).
Artigo 1º
Cada um dos Estados Membros à presente Convenção tomará todas as medidas,
legislativas e de outra natureza, que sejam viáveis e necessárias, para obter
progressivamente e logo que possível a abolição completa ou o abandono das
instituições e práticas seguintes, onde quer ainda subsistam, enquadrem-se ou não na
definição de escravidão assinada em Genebra, em 25 de setembro de 1926:
§1. A servidão por dívidas, isto é, o estado ou a condição resultante do fato de que
um devedor se haja comprometido a fornecer, em garantia de uma dívida, seus
serviços pessoais ou os de alguém sobre o qual tenha autoridade, se o valor desses
serviços não for equitativamente [sic] avaliado no ato da liquidação da dívida ou se a
duração desses serviços não for limitada nem sua natureza definida. (ONU, 1956).
Por meio dela, o Estado Parte assume o compromisso de tomar medidas para obter
gradativamente acabar com as instituições e práticas análogas à escravidão. “Como também
prevê que o ato de escravizar uma pessoa ou de incitá-la a alienar sua liberdade ou a de
31
alguém na sua dependência, para escravizá-la deve constituir infração penal” (COSTA, 2017,
p. 14). No Brasil este tratado foi promulgado pelo Decreto 58.563/66.
Em 1957, a Convenção nº 29, foi aditada pela Convenção nº 105, destacando o
pacto firmado pela busca da extinção da escravidão. Incorporada no ordenamento jurídico
brasileiro pelo Decreto n.º 41.721/57, assim como a primeira. Segundo Costa (2017, p. 15), “a
característica preponderante dessa norma internacional reside no fato dela estabelecer
medidas úteis mais específicas no combate ao trabalho escravo, nas quais os países signatários
se comprometem a diversas iniciativas.”
Anos depois, em 1969, foi editada a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), adquirido pelas leis brasileiras através do
Decreto nº 678/92, proibindo expressamente, no art. 6º, a escravidão, a servidão e o tráfico de
escravos em mulheres: “Ninguém pode ser submetido à escravidão ou a servidão, e tanto
estas, como tráfico de escravos, como o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas
formas” (BRASIL, Decreto nº 678, 1992).
Enfim, o Protocolo de Palermo, inserido no ordenamento jurídico do Brasil, por
meio do Decreto 5.077/2004, aborda o tráfico de pessoas, muito usado por empregadores que
buscam utilizar formas de trabalho análogas à escravidão.
Insta salientar que, o Mercosul, na Declaração Contra o Tráfico de Pessoas e o
Trabalho Escravo, feita em 2015, tendo como signatários (Argentina, Brasil, Paraguai,
Uruguai e Venezuela), também trata das vítimas de trabalho forçado. No documento, os
países se comprometem a estimular políticas regionais em matéria de combate, prevenção e
buscar formas de reinserir as vítimas no mercado de trabalho (COSTA, 2017, p. 16).
De acordo com o The Global Slavery Index, promovido pela ONG internacional
Walk Free Foundation, é estimado que 45,8 milhões de pessoas no mundo estão submetidas a
alguma forma de escravidão moderna (OIT, 2017, p.1).
A intensa abordagem sobre a escravidão nas principais instituições internacionais,
vem nos mostrar como esta é uma preocupação que coincide, de maneira ilegal, com o
capitalismo. Embora sobreviva movida pela ganância de alguns cidadãos e pela proteção
dada por alguns governos à produção barata de bens de consumo, ou de fato pela simples falta
de interesse governamental, ainda continua a ser combatida mundialmente, nos dando
esperança em ver sua abolição real no futuro.
32
Os mesmos ainda são encontrados no art. 170 do mesmo dispositivo: “Art. 170. A
ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios [...]” (BRASIL, CF, 2019).
Os valores sociais do trabalho e a livre iniciativa, para Novelino (2008, p. 203-
294), significam que o Estado não pode aceitar privilégios econômicos abusivos, levando em
consideração que apenas o trabalho possui a capacidade de promover a dignidade da pessoa
humana, pois a partir do momento que o indivíduo identifica que está contribuindo para o
progresso social, se sente respeitado e útil. O mesmo autor, ainda diz que sem uma
remuneração justa e condições de trabalho íntegras, o indivíduo tem a sua dignidade violada.
Já a ordem econômica, busca assegurar a existência digna. Por esse motivo, a liberdade de
33
iniciativa só irá ser considerada legítima se exercida com essa finalidade, e não buscando
apenas o lucro a todo custo (NOVELINO, 2008, p. 203-204).
Pereira (2014, p. 36), no mesmo contexto, relata que o texto constitucional
determina que “o resultado dos empreendimentos privados deva ser a concretização da justiça
social, o que exige, entre outras coisas, a valorização do trabalho humano.” O trabalho
humano deve ser colocado no topo dos elementos de produção, buscando sempre sua
valorização.
Diante disso, verifica-se que o trabalho escravo contemporâneo não se encaixa no
que é pregado pelos princípios, pois, deve-se impulsionar a dignificação do homem por meio
de um labor decente. É necessário que a empresa cumpra com sua função social (art. 170, II
da CF/88), uma vez que a ordem econômica é firmada na valorização do trabalho humano e
na livre iniciativa, possuindo a meta de garantir uma existência digna para todos os cidadãos.
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade (BRASIL, CF, 2019).
privada, a Constituição limita o seu direito, a fim de garantir a propriedade como instrumento
de realização do bem-estar de todos” (MIRAGLIA, 2011 apud PEREIRA, 2014, p. 37).
Ainda de acordo com a autora, esse direito de propriedade não pode ser
considerado absoluto. A própria Constituição Federal diz que este só se fundamenta na
medida em que se atinge o seu propósito social, tornando banal o emprego dos direitos
individuais pelos interesses difusos da sociedade, destacado o trabalho como valor
fundamental da República. Desta maneira, a propriedade deve ser usada de maneira
consciente, não devendo, por exemplo, o proprietário da terra mantê-la improdutiva.
(PEREIRA, 2014, p. 38). No art. 186 da Norma Suprema, encontramos:
apenas o interesse pessoal do dono do imóvel. Ao tratar o trabalhador como uma mercadoria,
expondo-o a condições degradantes, o proprietário não está buscando, de maneira alguma, o
bem-estar social, mas sim, cometendo algo ilícito.
A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu artigo 5º, caput, sobre o princípio
da igualdade, também conhecido como princípio da isonomia, nos seguintes termos: “Art. 5º.
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes” (BRASIL, CF,
2019).
A interpretação desse princípio, de acordo com Silva (2009, p.1), deve levar em
consideração a existência de desigualdades e as injustiças, pois na verdade, o mesmo por
vezes supõe o tratamento legal desigual, para “compensar” as desigualdades reais, gerando
uma maior igualdade efetiva.
Se torna importante, para maior entendimento, destacar a inserção do presente
princípio no âmbito do direito do trabalho, conforme expõe Silva (2009, p. 1):
pessoa por outra, também fere este princípio, pois todo indivíduo possui valor próprio e
ninguém pode afirmar-se superior aos demais. (PEREIRA, 2014, p. 41).
Analisando o contexto do artigo 5°, inciso XLVII, alínea c, podemos ver que nem
mesmo o Estado possui o poder de forçar alguém a trabalhar, pelo contrário, visa proibir o
trabalho forçado:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
c) de trabalhos forçados;
Logo, o trabalhador que é forçado a permanecer em seu local de trabalho, seja por
meio de restrição de locomoção, bem como por detenção de documentos ou cobrança de
alguma dívida por meio de trabalho, tem a sua autonomia de vontade e liberdade individual
roubadas por seu empregador, gerando um grande desrespeito à norma e ao indivíduo.
Neste âmbito, se torna importante salientar que, além da norma constitucional,
outro grande instrumento que classifica a liberdade como direito fundamental, é a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, em seu art. 23º, deixando claro que “toda pessoa possui
direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de
trabalho e à proteção contra o desemprego” (ONU, DUDH, 1948).
O princípio da dignidade da pessoa humana está previsto no art. 1º, inciso III, da
Constituição Federal. É considerado fonte primária de todos direitos fundamentais e valor
supremo sobre o qual se alicerça a sociedade brasileira. Partindo dessa ideia, Barroso (2010,
p. 253) esclarece que
Previsto no capítulo VI, dos crimes contra a liberdade individual, parte especial do
Código Penal, o art. 149 do Código Penal possui extrema importância ao falar sobre a
escravidão contemporânea. Sua atual redação foi proposta pela alteração na Lei nº
10.803/2003 e ampliada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Instrução
Normativa SIT/MTE nº 139/2018.
Nele está contida a determinação do crime de exploração de trabalho análogo ao
de escravo e suas quatro condutas tipificadas, a submissão do trabalhador a trabalhos
forçados; submissão do trabalhador a jornada exaustiva; sujeição do trabalhador a condições
degradantes de trabalho; restrição de locomoção em razão de dívida contraída; retenção no
local de trabalho em razão de cerceamento do uso de qualquer meio de transporte e vigilância
ostensiva ou apoderamento de documentos ou objetos pessoais, como exposto no primeiro
capítulo do presente trabalho. Essas condutas possuem o objetivo de contemplar os princípios
constitucionais elencados acima, resguardados pela dignidade da pessoa humana (BRASIL,
CP, 2019).
Ainda, é de responsabilidade do Ministério Público identificar essas situações nas
quais ocorre o trabalho escravo. Após essa identificação, prioritariamente liberta-se as pessoas
escravizadas e posteriormente aplicadas as devidas sanções ao infrator (SOARES, 2016, p. 1).
A pena prevista para a prática é de dois a oito anos, multa e pena adicional correspondente à
violência praticada sobre o trabalhador. Ademais, a pena é aumentada de metade, se o crime
for cometido contra menores de idade ou por motivos discriminatórios, seja pela etnia, cor,
religião ou origem (BRASIL, CP, 2019).
Outra questão relevante que possui relação a caracterização do trabalho escravo,
relaciona-se ao tipo de atividade exercida e a anuência do trabalhador. Entende-se que no
trabalho escravo existe uma condição evidente de vulnerabilidade e hipossuficiência. Nesta
circunstância não é plausível legitimar uma possível anuência ou consentimento. Não é
justificável que o trabalhador permita aquelas condições, levando em conta que sua dignidade
é inalienável. Outrossim, a condição de trabalho escravo não possui restrições de atividade,
40
pode ocorrer em qualquer situação, tanto na área rural, quanto em ambiente urbano
(DIREITOS BRASIL, 2019, p. 1).
Para o STF, para configurar o crime previsto no art. 149 do CP, não é necessária a
violência física, sendo suficiente que haja “a coisificação do trabalhador, com a reiterada
ofensa a direitos fundamentais, vulnerando a sua dignidade como ser humano” (BRASIL,
STF, INQ nº 3564. Relator Min. Ricardo Lewandowisk).
Com relação a competência para julgamento do crime de exploração de trabalho
análogo ao de escravo, a atual jurisprudência atribui à Justiça Federal:
Insta salientar que, além do art. 149, o Código Penal ainda trata especificamente
do trabalho escravo contemporâneo e suas punições no art. 203:
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação
do trabalho:
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade
do território nacional:
inspeção do serviço, não podendo reincidirem no crime, além de ter todas as multas, débitos
trabalhistas e previdenciários quitados (MTE, 2019, p. 1).
De acordo com Bocchini (2019, p. 1), a última atualização dos cadastros ocorreu
no dia 4 de abril deste ano e foi divulgada pelo Ministério da Economia:
Nela consta denuncia de 187 empregadores, entre empresas e pessoas físicas, por
praticarem o crime disposto no art. 149 do CP. O total de trabalhadores submetidos a
condições análogas à de escravo foi de 2.375. Na lista estão presentes empregadores
que foram cadastrados entre os anos de 2017 e 2019. A maioria dos casos está
relacionada a trabalhos praticados em fazendas, obras de construção civil, oficinas
de costura, garimpo e mineração.
tem sido uma das principais organizações a atuar no combate ao trabalho escravo no
Brasil e a pautá-lo na mídia e nos debates da opinião pública. A Repórter Brasil atua
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Possui como meta agir contra todo tipo de injustiça e ofensas aos direitos
fundamentais do indivíduo, insurgindo-se em desfavor da degradação dos recursos naturais e
do meio ambiente. Além de
primeira grande denúncia foi em 1984, trata-se do caso da fazenda da Vale do Rio
Cristalino, da Volkswagen, no Sul do Pará. Os peões conseguiram escapar a pé da
fazenda e foram parar em São Félix do Araguaia. Houve mobilização e a idéia de
flagrar os responsáveis foi frustrada. Na época, o governador do Para era Jader
Barbalho. Não se conseguiu fazer o flagrante, então convocou-se a imprensa
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Como se não bastasse, assim que assumiu o Estado, o presidente Jair Bolsonaro,
pela Medida Provisória 870, acabou com o Ministério do Trabalho, um dos principais atuantes
desta batalha, dividindo-o entre os ministérios da Cidadania, Economia e Justiça, causando
ainda mais prejuízos à fiscalização do trabalho escravo, ligada atualmente ao Ministério da
Economia. Tal situação acaba gerando conflito de interesses, pois, presume-se que o poder
econômico tem como objetivo proteger os interesses das empresas e não de seus funcionários.
Essa redução deixou o Ministério do Trabalho sem qualquer autonomia e até o momento
ainda não se tem notícias de como ficará a Divisão de Radicação do Trabalho Escravo
(MARCO ZERO, 2019, p.1). Murari (2019, p.1) comenta o assunto dizendo que
O infeliz fato, deixa claro o quanto a impunidade pode inverter uma situação em
que a busca é pelo combate das condições análogas à escravidão e acabar por influenciar o
crescimento do trabalho escravo contemporâneo.
Ainda neste sentido, Sakamoto (2006, p. 105), salienta que apesar do número
crescente de trabalhadores libertados no decorrer dos anos, os casos de condenação pelo
artigo 149 do Código Penal se encontram muito abaixo do esperado, “além disso, nenhum dos
condenados, cumpriu pena na prisão.”
5 CONCLUSÃO
morte. Como se não bastasse, podem ainda ter seus documentos recolhidos pelo empregador,
com a finalidade de manter o obreiro no locar de trabalho, e sofrer com as horas exaustivas ou
ininterruptas de serviços prestados. Essas e as demais características que configuram as
condições análogas a de escravo, estão elencadas no art. 149 do Código Penal e na Instrução
Normativa SIT/MTE nº 139/2018.
No ramo internacional, explorou-se os principais Tratados e Convenções,
sobretudo os aderidos pelo Estado brasileiro, que visam desde o início da batalha, até a
atualidade, erradicar com o trabalho escravo contemporâneo no mundo.
Foi demonstrado no decorrer da monografia, que o trabalho exercido em
condições análogas à escravidão, ofende vários princípios fundamentais elencados na
Constituição Federal.
Os valores socias do trabalho, da livre iniciativa e da função social da propriedade
são feridos pelos praticantes do trabalho escravo ao explorarem o trabalhador, visando a
obtenção de lucro a qualquer custo, deixando de impulsionar a dignificação do homem por
meio de um labor decente. Uma vez que o direito de propriedade não é absoluto, o trabalho
deve servir ao bem-estar comum e não restritamente ao de seu proprietário.
Outros princípios agredidos ao sujeitar o indivíduo às condições degradante, são:
a igualdade, o direito à liberdade e sobre tudo a dignidade da pessoa humana. O trabalhador
escravo deixa de ser igual aos demais trabalhadores, a partir do momento em que é
escravizado e lhe são negados seus direitos trabalhistas assegurados pela CF e CLT. O direito
à liberdade é desrespeitado quando o obreiro é obrigado a permanecer em seu local de
trabalho, devido a diversos fatores, tendo sua autonomia de vontade e liberdade individual
roubadas por seu empregador. Por fim, ao subordinar o empregado às condições de trabalho
desumanas, o empregador fere o princípio da dignidade da pessoa humana, tido como fonte
primária de todos direitos fundamentais e valor supremo sobre o qual concretiza a sociedade
brasileira.
No estudo da norma infraconstitucional, foi observada a enorme importância do
artigo 149 do Código Penal, ao determinar o crime de exploração de trabalho análogo ao de
escravo e suas quatro condutas tipificadas, a submissão do trabalhador a trabalhos forçados;
submissão do trabalhador a jornada exaustiva; sujeição do trabalhador a condições
degradantes de trabalho; restrição de locomoção em razão de dívida contraída; retenção no
local de trabalho em razão de cerceamento do uso de qualquer meio de transporte e vigilância
ostensiva ou apoderamento de documentos ou objetos pessoais.
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