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APOSTILA HISTÓRIA DE PERNAMBUCO

Ocupação e colonização | Contatos iniciais do europeu com o


nativo local | Capitanias Hereditárias | Duarte Coelho.
Ocupação e Colonização e o Contatos Iniciais com os Nativos
Em 1498, uma expedição liderada pelo navegador português Duarte Pacheco Pereira
zarpou de Portugal com o objetivo de explorar o litoral brasileiro. A missão tinha como
propósito identificar os territórios atribuídos a Portugal e a Castela pelo Tratado de
Tordesilhas, firmado em 1494. Pacheco Pereira, que desempenhou um papel nas negociações
do tratado, buscava mapear as fronteiras estabelecidas pelo acordo.
TOME NOTA: Apesar de Duarte Pacheco Pereira ter liderado essa expedição
em 1498 para explorar o litoral brasileiro, um dos mais notáveis exploradores
portugueses da época foi Pedro Álvares Cabral. Cabral, em sua expedição ao Brasil
em 1500, acabou "descobrindo" oficialmente o país para Portugal. A expedição de
Duarte Pacheco Pereira foi uma das primeiras tentativas de entender e delimitar os
territórios conforme o Tratado de Tordesilhas, mas é a expedição de Cabral que
muitas vezes é mais lembrada nos registros históricos.

Duarte Pacheco Pereira.

Em 26 de janeiro de 1500, outra expedição, sob o comando


do espanhol Vicente Yáñez Pinzón, alcançou o Cabo de
Santo Agostinho, situado no litoral sul de Pernambuco. Este
evento contribuiu para a crescente exploração das terras
recém-descobertas.

Vicente Pinzón

No início do mesmo ano, em 1500, Pedro Álvares Cabral


liderou uma expedição que partiu de Portugal em direção ao
Oriente, com o objetivo principal de fortalecer os laços comerciais
com as Índias. Além disso, a expedição tinha o propósito de
confirmar as vantagens estipuladas pelo Tratado de
Tordesilhas.

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Pedro Álvares Cabral
Quando Cabral e sua esquadra chegaram a Porto
Seguro, no litoral da terra que mais tarde seria
chamada de Ilha de Vera Cruz e, posteriormente,
Terra de Santa Cruz, os portugueses já possuíam
considerável experiência em suas explorações
marítimas.

À véspera da chegada dos europeus à América em 1500, estima-se que o território que
hoje compreende o Brasil (a costa oriental da América do Sul) era habitado por
aproximadamente dois milhões de indígenas, desde o Norte até o sul.

TOME NOTA: Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 1500, as


terras agora conhecidas como Brasil eram habitadas por diversos povos
indígenas, com uma estimativa de aproximadamente dois milhões de
habitantes. Essas comunidades indígenas tinham uma rica diversidade cultural, com
diferentes línguas, costumes e formas de organização social. A chegada dos europeus
marcou o início de um período de encontros e conflitos entre as culturas
indígenas e os colonizadores, deixando um impacto duradouro na história e
na sociedade brasileira.

Grupos Indígenas Anterior a chegada de Cabral

Quando os portugueses chegam aqui no Brasil em


1500, devido a uma consequência direta dos
acontecimentos da Expansão Ultramarina, Pero Vaz de
Caminha relata para o Rei de Portugal Dom Manoel, a
não existência de metais preciosos ao rei, “aqui não tem
nem ouro nem prata nem pedras preciosas, e ele diz que a
tarefa mais árdua e mais honrosa que Portugal pudesse
fazer seria salvar essa gente” sugerindo a catequização
deles.

O período de 1500 – 1530 não tivemos uma colonização sistemática, uma


colonização de fé e fato, o que tivemos foi um período de reconhecimento do território
brasileiro. É onde a coroa vai promover o primeiro contato com os indígenas.

Portugal envia ao Brasil, expedições exploratórias que tinham como objetivos


investigar os potenciais atividades econômicas que o território poderia ter, e é em uma dessas
explorações que Gaspar de Lemos notifica que em boa parte do litoral brasileiro do Pau-Brasil
que será a primeira atividade econômica desenvolvida pelos portugueses em terras brasileiras.

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O pau-brasil se torna o principal produto que norteia a economia nesses 30
primeiros anos, uma atividade exploratória, uma atividade nômade, predatória que não
promove o povoamento do território. A atividade funcionava através do Estanco: O
monopólio que a coroa portuguesa possuía em relação a extração do pau-Brasil este que era
usada para o tingimento de tecido na Europa.

Extração do Pau-Brasil
O trabalho do Pau-Brasil era realizado pela
mão de obra indígena, através do Escambo, que
seria uma troca natural os índios faziam o trabalho
pesado e em troca ganhavam tecidos, objetos
metálicos, tecidos, dentre outras coisas, objetos que
eram desconhecidos pelos indígenas.

Os Indígenas tendo contato com novos “materiais”


em troca do Pau-Brasil

TOME NOTA: O contato dos indígenas com os novos materiais resultantes do


escambo durante a extração do Pau-Brasil não apenas introduziu elementos
estranhos em suas vidas, mas também teve implicações culturais
significativas. Muitos objetos metálicos e tecidos, até então desconhecidos pelos
indígenas, tornaram-se parte de sua realidade cotidiana. Essa troca cultural
influenciou não apenas a materialidade da vida indígena, mas também suas
práticas e percepções.

Além disso, o escambo estabeleceu um padrão de interação que, ao longo do


tempo, moldaria as relações entre os colonizadores europeus e os povos indígenas.
A dependência dos indígenas em relação aos objetos introduzidos pelos
europeus criou dinâmicas complexas de poder e influência. Essa fase inicial de
contato, marcada pelo intercâmbio de bens materiais, foi apenas o começo de uma
história mais ampla de interações entre culturas distintas no Brasil colonial.

Capitanias Hereditárias

No início da colonização Portuguesa a coroa optou por dividir o território em capitanias


hereditárias para a pequena nobreza de Portugal, dividindo em vários lotes de terras
que por sua vez era chamado de capitanias hereditárias sistema esse que Portugal já havia
experimentado nas ilhas oceânicas (Madeira, Açores e Cabo Verde). Portugal coloca na mão da

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iniciativa privada a tarefa de colonizar o território português. Território brasileiro foi dividido
em 15 lotes de terras, 14 capitanias que foi entregue a 12 donatários.

Capitanias Hereditárias, e seus respectivos


donatários.
As capitanias hereditárias é uma descentralização
administrativa colocando na mão da iniciativa privada a
tarefa de promover a colonização da américa portuguesa,
essa iniciativa privada seria responsável pela colonização
portuguesa e pelos recolhimentos dos impostos destinando a
metrópole portuguesa.

Apenas duas capitanias terão resultados eficientes, duas delas terão êxitos que é:
Pernambuco (Duarte Coelho) e São Vicente (Martim Afonso de Souza) essas duas
capitanias prosperaram devido ao cultivo da cana de açúcar.

Plantação de Cana de açúcar que será


responsável pelo sucesso de Pernambuco e
São Vicente.

As outras capitanias não obtiveram êxitos, são inúmeros fatores que levaram ao
declínio dessas capitanias hereditárias como: Ataques Indígenas, ataques de piratas
principalmente franceses, a distância de uma capitania a outra, ausência de apoio
financeiro por parte da coroa, falta de iniciativa dos donatários (alguns deles nunca chegaram
a vim ao território doado a eles)

Duarte Coelho

Duarte Coelho, nasceu em 1485, Porto,


Portugal
Falecimento: 7 de agosto de 1554,
Lisboa, Portugal

Primeiro capitão-donatário da
capitania de Pernambuco e Fundador de
Olinda.

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Comandou expedições para o brasil em 1501 e 1503.

Chegou em Pernambuco no dia 9 de março de 1535, vinha acompanhado da mulher,


Brites de Albuquerque, e do cunhado Jerônimo de Albuquerque, e alentada parentela, além
de famílias do Norte de Portugal. Chegaram em Pernambuco para tentar a sorte na indústria
canavieira (que já tinha uma certa experiência).

TOME NOTA: Duarte Coelho é uma figura importante na história da colonização


portuguesa no Brasil. Além de suas realizações como o primeiro capitão-donatário da
capitania de Pernambuco e fundador de Olinda, ele desempenhou um papel
significativo na introdução e desenvolvimento da indústria canavieira na
região.

A vinda de Duarte Coelho para Pernambuco em 1535, acompanhado de sua


família e outras pessoas do Norte de Portugal, destaca o caráter empreendedor
e a busca por oportunidades econômicas durante o período colonial. Sua
contribuição para a indústria canavieira teve um impacto duradouro na economia da
região, marcando o início de uma atividade que se tornaria crucial para a
história econômica do Brasil.

Dona Brites de Albuquerque

Jerônimo de Albuquerque

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Com ajuda de Vasco Fernandes de Lucena, que ali vivia com os tabajaras, em 1537 elevou
à categoria de vila a povoação de Olinda, que havia surgido em 1535 no local da aldeia indígena
de Marim dos Caetés.

Muitas foram às lutas entre os índios, Duarte Coelho e os colonos. Seu cunhado Jerônimo
de Albuquerque uniu-se com a índia filha do cacique Arcoverde dos tabajaras, batizada
Maria do Espírito Santo Arcoverde, para criar um clima de paz entre eles e os índios.

Duarte Coelho foi um dos principais exploradores e colonizadores do Brasil. Ele


nasceu em Portugal, em 1505 chegou ao território brasileiro. Coelho foi responsável por
estabelecer a cidade de Olinda em 1537, sendo considerado o fundador e primeiro
governador. Sua atuação na região foi fundamental para o crescimento e consolidação das
atividades econômicas, como a produção de açúcar, que se tornou uma das bases principais da
economia colonial. Além de seu papel como líder político e administrativo, a biografia de Duarte
Coelho também evidencia sua influência no campo cultural. Ele incentivou o
desenvolvimento das artes e da educação em Olinda, promovendo a construção de igrejas,
escolas e outros espaços dedicados à cultura. Seu legado perdura até os dias de hoje, com a
preservação de monumentos importantes e a valorização da história e identidade de Olinda.

Outra figura notável na história de Olinda é Brites de Albuquerque. Nascida em Portugal,


Brites era filha de Lopo de Albuquerque, Conde de Penamacor., um dos primeiros donatários
da Capitania de Pernambuco. Ela se casou com Duarte Coelho, tornando-se uma figura
importante na sociedade colonial. Sua biografia é lembrada por sua atuação na defesa da
Capitania de Pernambuco contra invasões estrangeiras e conflitos internos. Brites de
Albuquerque demonstrou liderança e coragem durante os confrontos com os invasores
franceses e holandeses, que ameaçavam a soberania portuguesa na região. Ela participou
ativamente da resistência, organizando defesas e liderando tropas, tornando-se uma
figura respeitada e admirada por seu papel na proteção de Olinda.

TOME NOTA: É fascinante observar como Duarte Coelho desempenhou um


papel crucial não apenas na fundação e governança de Olinda, mas também na
promoção do desenvolvimento cultural e econômico da região. Sua visão abrangente
e comprometimento com o crescimento da cidade são evidenciados não apenas nas
realizações tangíveis, como a construção de igrejas e escolas, mas também na forma
como ele buscou estabelecer laços de paz com as comunidades indígenas locais.

Além disso, a presença e contribuições de Brites de Albuquerque acrescentam


uma dimensão interessante à história de Olinda. Sua atuação na defesa da
Capitania de Pernambuco contra invasões estrangeiras destaca a
importância das mulheres na resistência e na construção da história colonial
brasileira.

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Fixando o conteúdo

1. Pergunta: Qual era o objetivo da expedição liderada por Duarte Pacheco Pereira
em 1498?

2. Quem comandou a expedição que alcançou o Cabo de Santo Agostinho em 1500?

3. Por que Pedro Álvares Cabral liderou uma expedição em 1500?

4. O que Pero Vaz de Caminha relatou sobre o território brasileiro em 1500?

5. Qual atividade predominou nos primeiros 30 anos após a chegada dos portugueses
ao Brasil?

6. Como era realizada a extração do Pau-Brasil e qual era a moeda de troca com os
indígenas?

7. O que eram as Capitanias Hereditárias no início da colonização portuguesa no


Brasil?

8. Quais foram as duas Capitanias que prosperaram devido ao cultivo da cana de


açúcar?

9. Por que algumas Capitanias Hereditárias não obtiveram êxito?

10. Quem foi Duarte Coelho e qual foi seu papel na colonização de Pernambuco?

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11. Quem comandou a expedição que elevou a povoação de Olinda à categoria de vila
em 1537?

12. Qual foi a contribuição cultural de Duarte Coelho em Olinda?

13. Quem foi Brites de Albuquerque e qual foi seu papel na história de Pernambuco?

14. Qual era a atividade principal da Capitania de Pernambuco sob o comando de


Duarte Coelho?

15. O que Gaspar de Lemos notificou sobre o litoral brasileiro em suas explorações?

16. Qual era a principal moeda de troca entre os indígenas e os portugueses na


extração do Pau-Brasil?

17. O que eram as Capitanias Hereditárias e qual era o objetivo ao dividi-las?

18. Por que Pernambuco e São Vicente se destacaram entre as Capitanias


Hereditárias?

19. Quais foram os fatores que levaram ao declínio de algumas Capitanias


Hereditárias?

20. O que Pero Vaz de Caminha relatou sobre o território brasileiro em sua carta ao
Rei Dom Manoel?

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Respostas

1. Explorar o litoral brasileiro para identificar os territórios atribuídos a Portugal e


Castela pelo Tratado de Tordesilhas.

2. Vicente Yáñez Pinzón.

3. Fortalecer os laços comerciais com as Índias e confirmar as vantagens estipuladas


pelo Tratado de Tordesilhas.

4. A ausência de metais preciosos, sugerindo a catequização dos indígenas.

5. A exploração do Pau-Brasil, usado para tingimento de tecidos na Europa.

6. Realizada pela mão de obra indígena através do escambo, trocando trabalho


pesado por tecidos, objetos metálicos, entre outros.

7. Territórios divididos para a nobreza portuguesa colonizar, descentralizando a


administração e arrecadação de impostos.

8. Pernambuco (Duarte Coelho) e São Vicente (Martim Afonso de Souza).

9. Ataques indígenas, ataques de piratas, distância entre capitanias, falta de apoio


financeiro e iniciativa dos donatários.

10. Primeiro capitão-donatário, fundador de Olinda, promoveu crescimento


econômico, especialmente na produção de açúcar.

11. Duarte Coelho, com a ajuda de Vasco Fernandes de Lucena.

12. Incentivou o desenvolvimento das artes e educação, construindo igrejas e espaços


culturais.

13. Esposa de Duarte Coelho, atuou na defesa de Pernambuco contra invasões,


demonstrando liderança e coragem.

14. Indústria canavieira, com experiência prévia na produção de açúcar.

15. Identificou a presença do Pau-Brasil, primeira atividade econômica dos


portugueses no Brasil.

16. Escambo, troca por tecidos, objetos metálicos e outros desconhecidos pelos
indígenas.

17. Territórios divididos para a nobreza portuguesa colonizar, descentralizando a


administração e arrecadação de impostos.

18. Prosperaram devido ao cultivo bem-sucedido da cana de açúcar.

9
19. Ataques indígenas, ataques de piratas, distância entre capitanias, falta de apoio
financeiro e iniciativa dos donatários.

20. A ausência de metais preciosos, sugerindo a catequização dos indígenas.

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A IMPORTÂNCIA DO AÇÚCAR PARA A ECONOMIA LOCAL
Produção de cana de açúcar
A produção de açúcar é muito importante para
Pernambuco, pois ajuda muito na economia da região.
Isso acontece porque Pernambuco tem condições
ideais para plantar cana de açúcar, como o solo bom
e o clima úmido. Além disso, o açúcar é muito lucrativo
na Europa, onde há muita demanda por esse produto. No
Brasil, Pernambuco, São Vicente e Bahia são os
lugares principais onde se cultiva cana de açúcar.

Pernambuco se destacava como a capitania mais rica e


poderosa no contexto colonial, sendo o principal polo produtor
de açúcar do mundo. As grandes fazendas na região, conhecidas
como "plantations", caracterizavam-se pela prática da
monocultura, focando exclusivamente na produção
açucareira destinada ao comércio exterior.

Pernambuco, durante o período colonial, desempenhou um papel fundamental


na produção de açúcar, tornando-se um dos principais polos produtores do mundo.
O termo "plantations", mencionado no segundo trecho, refere-se a grandes fazendas
dedicadas à monocultura, focando principalmente na produção de açúcar destinada
à exportação. Essas plantações eram caracterizadas pela extensão territorial e pelo
uso intensivo de mão de obra escrava. O açúcar era um produto altamente lucrativo
na Europa, impulsionando a economia da região e contribuindo para a posição de
destaque de Pernambuco no contexto colonial brasileiro.

O pacto colonial estabelecia que tudo produzido na colônia


deveria ser comercializado exclusivamente com a metrópole
portuguesa. Esse arranjo garantia um monopólio comercial aos
portugueses, permitindo-lhes negociar com outros países europeus
e ficar com a maior parte dos lucros. Em resumo, a colônia
produzia e entregava sua produção a preços baixos, enquanto
adquiria escravos a preços elevados. Essa dinâmica favorecia Portugal, que se beneficiava
substancialmente em todas as transações comerciais.

O pacto colonial ilustra a política econômica mercantilista adotada por Portugal.


Uma curiosidade adicional é que, embora esse sistema tenha beneficiado a
metrópole, também contribuiu para o descontentamento nas colônias. A restrição
imposta às colônias de comercializar apenas com a metrópole prejudicou o
desenvolvimento econômico local, levando, em parte, a movimentos de
independência no futuro, à medida que as colônias buscavam maior autonomia

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econômica e política. Essa insatisfação foi um elemento chave nos processos que
levaram às lutas pela independência em várias colônias americanas.

Os escravos eram trazidos da África em navios


negreiros, enfrentando péssimas condições, muitos chegavam
doentes ou não sobreviviam à viagem. As condições climáticas
favoráveis nas regiões dedicadas ao cultivo de cana
proporcionavam facilidades para o transporte dessas
pessoas.

A brutalidade do transporte de escravos da África para as Américas,


mencionada no trecho, destaca um aspecto sombrio da história. Uma curiosidade
adicional é que a chamada "Travessia do Atlântico" era uma jornada extremamente
difícil para os africanos escravizados. Muitos navios negreiros eram superlotados,
proporcionando condições insalubres que contribuíam para a propagação de doenças.
Além disso, as condições climáticas favoráveis nas regiões de destino, como as
dedicadas ao cultivo de cana, facilitavam o transporte, mas a adaptação a esses
ambientes muitas vezes representava mais desafios para os recém-chegados.

Essa parte sombria da história destaca a desumanidade do comércio


transatlântico de escravos e sua influência nas condições de vida dos africanos
escravizados nas Américas.

Para produzir açúcar a partir da cana, era


necessária a casa da moenda, um cômodo
construído mais baixo que a casa grande, geralmente
próximo a um rio para facilitar o fluxo de água. Com
duas portas, uma para a entrada da carroça e outra
para a saída, a moenda, movimentada por força
humana escrava, espremia a cana, fazendo com que
o caldo escorresse por calhas até as caldeiras. As
caldeiras, localizadas na parte mais quente e perigosa da produção, ferviam o caldo. Havia risco
de queimaduras, uma vez que o caldo era fervido. Após o cozimento, o caldo ficava na casa
de purgar por vários dias para eliminar impurezas até se transformar em açúcar.

O processo de produção de açúcar descrito no trecho destaca a complexidade


e os desafios enfrentados pelos trabalhadores, principalmente os escravizados, nas
plantações de cana-de-açúcar. Uma curiosidade adicional é que, além dos riscos
associados ao manuseio das caldeiras quentes, a "casa de purgar" desempenhava
um papel crucial no refinamento do açúcar.

Nessa fase, o caldo fervido passava por um processo de purificação que podia
levar vários dias. Esse método permitia a eliminação de impurezas, resultando em
um produto final mais refinado. A paciência e o conhecimento dos trabalhadores eram
essenciais nessa etapa do processo de produção de açúcar, destacando a expertise
necessária para transformar a matéria-prima em um produto comercializável.

2
Nesse sistema, além dos escravos, havia
trabalhadores livres que recebiam salários e eram
especialistas na produção do açúcar. O feitor-mor, um
empregado de confiança do senhor de engenho, coordenava
as tarefas e administrava a produção.

Pequenos proprietários podiam plantar cana e vendê-


la para os grandes senhores de engenho, mas acabavam
dependendo desses grandes proprietários, pois não tinham os
recursos necessários para produzir açúcar ou a mão de obra
escrava. Alguns senhores, que possuíam escravos, vendiam a
produção ou permitiam que outros plantassem em suas
terras em troca de uma parte dos lucros.

A dinâmica entre pequenos proprietários e grandes senhores de engenho,


conforme descrito no trecho, revela uma faceta interessante da estrutura social e
econômica da época. Uma curiosidade adicional é que a dependência dos pequenos
proprietários em relação aos grandes senhores de engenho evidencia a desigualdade
de recursos na sociedade colonial.

Os pequenos proprietários, ao cultivarem e venderem cana, podiam garantir


uma fonte de renda, mas muitas vezes enfrentavam desafios significativos devido à
falta de recursos financeiros e à ausência de mão de obra escrava. A prática de alguns
senhores de engenho permitirem que outros plantassem em suas terras em troca de
uma parte dos lucros ilustra uma forma de cooperação econômica que, embora possa
ter proporcionado oportunidades aos pequenos proprietários, também reforçava a
dependência em relação aos grandes latifundiários.

A partir do século XVII, a economia


açucareira entrou em declínio devido à
expulsão dos holandeses no norte do Brasil.
Os holandeses, então, passaram a plantar e
comercializar cana de açúcar em suas colônias
nas Antilhas, criando forte concorrência com os
europeus e diminuindo a preferência pelo
açúcar brasileiro. Embora a produção não
tenha parado, ela reduziu
significativamente, levando os colonos a
buscar outras culturas, e posteriormente, o
ouro.

O declínio da economia açucareira no Brasil, a partir do século XVII, devido à


expulsão dos holandeses, destaca uma mudança significativa no cenário econômico.
Uma curiosidade adicional é que essa situação levou os colonos a diversificar suas
atividades econômicas.

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Com a forte concorrência dos holandeses, que passaram a cultivar cana de
açúcar em suas colônias nas Antilhas, os produtores brasileiros enfrentaram
dificuldades e viram a demanda por seu açúcar diminuir. Essa pressão econômica
impulsionou os colonos a buscar alternativas, resultando na transição para outras
culturas e, posteriormente, na corrida pelo ouro, marcando uma mudança
significativa nos padrões econômicos e de produção no Brasil colonial. Esse período
de transição é representativo da adaptabilidade e resposta dos colonos às mudanças
nas condições econômicas e comerciais.

Nova Lusitânia
Duarte Coelho foi o primeiro donatário da capitania de Pernambuco durante o período da
Nova Lusitânia. O sistema de capitania hereditária, que ele representava, baseava-se em
documentos importantes como a Carta de Doação e o Foral. A Carta de Doação era um
documento assinado pelo Rei de Portugal, concedendo ao Capitão donatário o direito de
explorar economicamente a região. Vale ressaltar que o capitão não era o proprietário, mas
detinha uma concessão da coroa portuguesa para explorar o território.

O Foral, por sua vez, era um documento que estabelecia as obrigações específicas que os
donatários deveriam seguir rigorosamente, incluindo questões religiosas. Esses documentos
eram fundamentais para a organização e exploração das capitanias hereditárias no
contexto da colonização do Brasil.

Fixando o conteúdo

1. Qual é a importância da produção de açúcar para Pernambuco?


2. Por que Pernambuco se destaca como a capitania mais rica e poderosa no contexto
colonial?
3. O que caracterizava as grandes fazendas na região, conhecidas como "plantations"?
4. Qual era o objetivo do pacto colonial em relação ao comércio da colônia com a metrópole
portuguesa?
5. De onde eram trazidos os escravos para trabalhar nas plantações de cana de açúcar?
6. Qual era o processo para produzir açúcar a partir da cana, envolvendo a casa da moenda?
7. Quem coordenava as tarefas e administrava a produção nas plantações de cana de
açúcar?
8. Como pequenos proprietários podiam participar da economia açucareira?
9. O que contribuiu para o declínio da economia açucareira no Brasil a partir do século XVII?
10. Quem foi o primeiro donatário da capitania de Pernambuco durante o período da Nova
Lusitânia?
11. Qual era a base do sistema de capitania hereditária representado por Duarte Coelho?
12. O que a Carta de Doação concedia ao Capitão donatário?
13. Qual era a função do documento conhecido como Foral no sistema de capitania
hereditária?
14. Como eram estabelecidas as obrigações dos donatários no contexto da Nova Lusitânia?
15. O que era fundamental para a organização e exploração das capitanias hereditárias na
colonização do Brasil?

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Respostas
1. A produção de açúcar é crucial para a economia de Pernambuco devido às condições
ideais para o cultivo de cana de açúcar e à demanda europeia pelo produto.
2. Pernambuco destaca-se como a capitania mais rica e poderosa devido à produção de
açúcar em grandes fazendas voltadas para o comércio exterior.
3. As grandes fazendas na região, conhecidas como "plantations", caracterizavam-se pela
prática da monocultura focada na produção açucareira.
4. O pacto colonial estabelecia que a colônia deveria comercializar exclusivamente com a
metrópole portuguesa, garantindo um monopólio comercial aos portugueses.
5. Os escravos eram trazidos da África em navios negreiros.
6. Para produzir açúcar, a cana era espremida na casa da moenda, o caldo era fervido nas
caldeiras, e, após o cozimento, transformava-se em açúcar na casa de purgar.
7. O feitor-mor, empregado de confiança do senhor de engenho, coordenava as tarefas e
administrava a produção nas plantações de cana de açúcar.
8. Pequenos proprietários podiam plantar cana e vendê-la para grandes senhores de
engenho, dependendo destes por recursos e mão de obra escrava.
9. O declínio da economia açucareira foi causado pela expulsão dos holandeses no norte do
Brasil, levando os colonos a buscar outras culturas, como o ouro.
10. Duarte Coelho foi o primeiro donatário da capitania de Pernambuco durante a Nova
Lusitânia.
11. O sistema de capitania hereditária baseava-se na exploração econômica concedida ao
Capitão donatário pela Carta de Doação.
12. A Carta de Doação concedia ao Capitão donatário o direito de explorar economicamente
a região.
13. O Foral estabelecia as obrigações específicas que os donatários deveriam seguir
rigorosamente.
14. As obrigações dos donatários, incluindo questões religiosas, eram estabelecidas pelo
Foral.
15. A Carta de Doação e o Foral eram fundamentais para a organização e exploração das
capitanias hereditárias na colonização do Brasil.

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FORMAÇÃO DE OLINDA E RECIFE

Olinda e Recife são duas cidades históricas e


muito importantes em Pernambuco, Brasil. Elas ficam
bem pertinho uma da outra e têm uma história que
remonta à época do descobrimento do Brasil.

Olinda e Recife formam uma área de grande importância histórica e cultural em


Pernambuco, Brasil. Uma curiosidade adicional é que essas cidades têm raízes que
remontam ao período do descobrimento do Brasil, no século XVI.

Olinda, fundada em 1535, foi a primeira capital de Pernambuco e destacou-se


como um importante centro cultural e religioso durante o período colonial. Recife,
por sua vez, surgiu como um núcleo comercial em torno dos arrecifes naturais que
deram nome à cidade. Ao longo dos anos, essas cidades compartilharam eventos
históricos, como a invasão holandesa no século XVII, que deixou marcas
arquitetônicas e culturais.

Hoje, Olinda e Recife são reconhecidas como Patrimônio Cultural da


Humanidade pela UNESCO, e a região preserva um rico patrimônio arquitetônico,
manifestações culturais e tradições que remontam aos primeiros períodos da
colonização brasileira.

Olinda foi a primeira capital de Pernambuco, lá pelos


anos de 1535. Foi fundada pelos portugueses e, desde o início, já
mostrava muita importância por ser um ponto estratégico para a
defesa contra invasões. Por isso, muita gente acha que o nome
"Olinda" tem a ver com olhos lindos, mas, na verdade, vem de uma
expressão em português antigo que significa "Oh, linda
situação!".

Recife, por sua vez, foi ganhando destaque porque é um lugar com muitos rios e pontes.
Essa configuração geográfica deu origem ao nome "Recife", que se refere aos recifes de coral
presentes na região. A cidade cresceu bastante por causa do comércio marítimo e se tornou
um importante centro econômico.

As origens dos nomes de Olinda e Recife revelam aspectos interessantes da


história e geografia da região. A curiosidade adicional é que enquanto Olinda tem sua
origem em uma expressão que destaca sua importância estratégica, Recife tem seu
nome derivado da configuração geográfica marcada por rios e recifes.

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A presença de muitos rios e pontes em Recife contribuiu para seu destaque, e
o nome "Recife" está associado aos recifes de coral presentes na região. Essa
configuração geográfica favorável, aliada ao comércio marítimo, impulsionou o
crescimento econômico da cidade, transformando-a em um importante centro
econômico ao longo do tempo. Dessa forma, as origens dos nomes dessas cidades
estão intrinsecamente ligadas à sua história e características geográficas.

Fundação de Olinda

A fundação de Olinda está relacionada à necessidade de


um local mais estratégico e defensivo para os colonizadores
portugueses na região. Igarassu, que foi a primeira vila
fundada pelos portugueses em Pernambuco, não era
considerada ideal para fins defensivos.

A localização geográfica de Igarassu não oferecia as condições desejadas para proteção


contra possíveis invasões de povos estrangeiros, como os invasores europeus ou outros
grupos que pudessem representar ameaças. A área apresentava limitações para a construção
de estruturas defensivas, como fortificações, o que levou os colonizadores a procurarem um
novo local mais propício.

Assim, os portugueses decidiram fundar Olinda em uma posição mais elevada e


estratégica, oferecendo vantagens naturais para a defesa do território. Além disso, a nova
localização permitia uma melhor visibilidade da costa, facilitando a identificação de
eventuais ameaças marítimas.

A escolha de fundar Olinda não apenas visava aspectos defensivos, mas também levou em
consideração a facilitação do comércio marítimo e o desenvolvimento econômico da região.

Carta Foral ao Rei


A Carta Foral de Olinda, escrita por Duarte Coelho para o Rei de Portugal, descreve
características paisagísticas e destaca pontos importantes da região. Aqui está uma explicação
sobre esses pontos:

Alto da Sé:

O Alto da Sé refere-se a uma área elevada em


Olinda, oferecendo uma vista panorâmica da região ao
redor.

Essa parte elevada não apenas proporcionava


uma visão estratégica para defesa contra possíveis
invasões, mas também servia como local para a
construção da Sé de Olinda, a principal igreja da cidade.

2
A igreja muitas vezes era um ponto central e simbólico nas cidades coloniais.

Terras Férteis:

Duarte Coelho destaca a fertilidade do solo


na região.

Terras férteis eram fundamentais para a


agricultura e a produção de alimentos, sendo um
recurso valioso para o sustento da população
local e o desenvolvimento econômico da colônia.

Lugar para Chegada das Embarcações:

A carta menciona a presença de uma área


propícia para a chegada e atracação de embarcações.

Um local adequado para a chegada de embarcações


facilitava o comércio marítimo, promovendo o
intercâmbio comercial e fortalecendo a posição
estratégica da cidade no contexto colonial.

Através dessas descrições, a Carta Foral de Olinda apresenta não apenas as


características físicas da região, mas também destaca elementos que eram cruciais
para o desenvolvimento, segurança e prosperidade da cidade durante o período
colonial brasileiro.

Fundação de Recife

A fundação de Recife está relacionada a vários fatores que moldaram o


desenvolvimento da cidade. Vamos analisar

Povoado Submetido ao Controle de Olinda:

Inicialmente, Recife era um povoado submetido ao


controle de Olinda, uma cidade próxima e de grande importância
na época colonial.

Olinda exercia influência sobre Recife, possivelmente


devido à posição estratégica de Olinda no Alto da Sé e à sua
relevância como centro religioso e administrativo. Com o tempo,
Recife se tornou independente, mas a relação inicial com Olinda é
um aspecto importante da história da região.

Vida pelas Funções Portuárias:

3
Recife prosperou devido às suas funções portuárias.

A localização geográfica de Recife, próxima ao oceano


Atlântico, favoreceu o desenvolvimento de atividades
portuárias. O porto de Recife se tornou um ponto estratégico
para o comércio marítimo, impulsionando a economia local e
atraindo comerciantes e colonizadores.

Cercado pelo Mar e pela Cana:

A geografia de Recife é caracterizada por estar cercada pelo mar e pela cana-de-açúcar.

A proximidade com o mar facilitava as atividades portuárias e o comércio marítimo. Além


disso, a presença de plantações de cana-de-açúcar nas redondezas contribuiu para a economia
da região, pois o açúcar era um dos principais produtos de exportação durante o período
colonial.

Em resumo, Recife cresceu a partir de suas funções portuárias, inicialmente


submetido a Olinda, e se tornou um centro econômico importante devido à sua
posição estratégica, comércio marítimo e recursos naturais, como as plantações de
cana-de-açúcar.

Crescimento Econômico e Populacional:

Recife experimentou um notável crescimento econômico e populacional ao longo de sua


história.

Devido à sua localização estratégica como porto, Recife se tornou um importante


centro comercial durante o período colonial. O comércio de açúcar, entre outros produtos,
impulsionou a economia local. Além disso, a cidade atraiu colonos, comerciantes e imigrantes,
resultando em um aumento significativo da população.

Centro Administrativo Holandês:


Durante o período em que os
holandeses estiveram no controle da região
(1630-1654), Recife serviu como o centro
administrativo deles.

Os holandeses, liderados por Maurício


de Nassau, estabeleceram sua administração
em Recife. Durante esse período, a cidade
passou por várias melhorias urbanas, como
canais e pontes. A presença holandesa deixou
uma marca na arquitetura e na cultura da
região.

4
Destaque para o Crescimento Urbano:

Recife teve um crescimento urbano notável ao longo de sua história.

O desenvolvimento urbano de Recife foi influenciado por vários fatores, incluindo o


comércio marítimo, a presença holandesa e a expansão econômica. A cidade se expandiu
com a construção de infraestrutura, como pontes, estradas e edifícios públicos. O
crescimento urbano contribuiu para a diversificação das atividades econômicas e culturais na
região.

Em resumo, o crescimento econômico e populacional de Recife, aliado ao


período em que serviu como centro administrativo holandês, desempenhou um papel
crucial em seu desenvolvimento urbano ao longo do tempo.

Fixando o Conteúdo

1. Quais são as duas cidades históricas e importantes em Pernambuco abordadas no texto?


2. Qual foi a primeira capital de Pernambuco e em que ano foi fundada?
3. Por que Olinda era considerada estratégica desde o início?
4. De onde vem o nome "Olinda" e qual é a sua verdadeira origem?
5. Por que Recife ganhou destaque ao longo do tempo?
6. O que motivou a fundação de Olinda em uma posição mais elevada e estratégica?
7. O que a Carta Foral de Olinda destaca sobre o "Alto da Sé"?
8. Por que a fundação de Recife está relacionada ao controle de Olinda inicialmente?
9. O que impulsionou o crescimento econômico de Recife?
10. Qual foi o papel de Recife durante o domínio holandês na região?
11. O que contribuiu para o crescimento urbano de Recife ao longo de sua história?

5
Respostas

1. Olinda e Recife.
2. Olinda foi a primeira capital de Pernambuco, fundada por volta de 1535.
3. Olinda era considerada estratégica desde o início devido à sua posição defensiva contra
invasões.
4. O nome "Olinda" não vem de "olhos lindos", mas de uma expressão em português antigo
que significa "Oh, linda situação!".
5. Recife ganhou destaque devido à sua configuração geográfica com muitos rios e pontes,
tornando-se um importante centro econômico.
6. A fundação de Olinda em uma posição mais elevada e estratégica estava relacionada à
defesa do território e ao desenvolvimento econômico.
7. O "Alto da Sé" refere-se a uma área elevada em Olinda, oferecendo uma vista panorâmica
e sendo o local para a construção da Sé de Olinda, a principal igreja.
8. A fundação de Recife está relacionada ao controle de Olinda inicialmente, pois era um
povoado submetido à influência de Olinda.
9. O crescimento econômico de Recife foi impulsionado pelo comércio marítimo,
especialmente o de açúcar, durante o período colonial.
10. Durante o domínio holandês (1630-1654), Recife serviu como centro administrativo dos
holandeses, liderados por Maurício de Nassau.
11. O crescimento urbano de Recife foi influenciado pelo comércio marítimo, presença
holandesa e expansão econômica, resultando na construção de infraestrutura e expansão da
cidade.

6
A PRESENÇA HOLANDESA E O GOVERNO DE MAURÍCIO DE
NASSAU
A União Ibérica foi um período na história que
marcou a união das coroas de Portugal e Espanha sob
um mesmo monarca. Essa união ocorreu em 1580,
quando o rei Filipe II da Espanha, também conhecido
como Filipe I de Portugal, ascendeu ao trono português
após a morte do rei Dom Sebastião na Batalha de
Alcácer-Quibir.

Durante a União Ibérica, que perdurou até 1640,


Portugal e Espanha compartilharam o mesmo monarca,
mas mantiveram estruturas políticas e administrativas
separadas. Esse período foi marcado por uma série de
transformações e conflitos, incluindo as guerras que
Portugal travou para recuperar sua independência.

O contexto da União Ibérica é essencial para compreender eventos posteriores,


como a Insurreição Pernambucana. Durante esse período, Portugal foi integrado à
administração espanhola, enfrentando mudanças em suas instituições e, por vezes,
sendo envolvido em conflitos que não necessariamente representavam os interesses
portugueses.

A contextualização da União Ibérica nos fornece uma base histórica para


entender a dinâmica política e social que influenciou eventos subsequentes, como a
luta pela independência durante a Insurreição Pernambucana.

Ocupação Holandesa em Pernambuco

Para compreender a Ocupação Holandesa em


Pernambuco, é fundamental revisitar as relações
comerciais entre holandeses e portugueses.
Durante muito tempo, os holandeses foram
parceiros comerciais dos portugueses,
especialmente no lucrativo comércio de açúcar, que
teve grande destaque em Pernambuco.

Essa parceria era vantajosa para ambos os lados. Os holandeses forneciam investimentos
e expertise para impulsionar a produção açucareira, enquanto os portugueses, por sua vez,
tinham acesso a recursos e mercados. No entanto, essa colaboração foi interrompida com a
União Ibérica.

A União Ibérica, iniciada em 1580, resultou na ascensão de Filipe II da Espanha ao trono


português, unificando as coroas de Portugal e Espanha. Esse período de união trouxe consigo

1
mudanças significativas na dinâmica política e comercial. Durante essa união, os interesses
portugueses muitas vezes eram subjugados aos interesses espanhóis.

A interferência espanhola nas questões portuguesas levou a uma série de conflitos e,


eventualmente, à Revolta Portuguesa de 1640, que resultou na restauração da independência
de Portugal. No entanto, antes desse desfecho, Pernambuco se viu envolvido em uma ocupação
holandesa que deixou marcas profundas em sua história. A Ocupação Holandesa em
Pernambuco é um capítulo complexo e impactante, com eventos como as Batalhas dos
Guararapes que se destacam como resistência à presença estrangeira.

Durante a ocupação holandesa em Pernambuco, os holandeses não apenas se


envolveram na administração colonial e na produção açucareira, mas também
deixaram um legado marcante nas áreas urbanas. Maurício de Nassau, o líder da
administração holandesa, promoveu uma série de melhorias urbanas em Recife.

Um exemplo notável é o desenvolvimento do bairro de Santo Antônio, que foi


projetado de acordo com padrões urbanos europeus da época. Nassau ordenou a
drenagem de pântanos, a construção de canais e a implementação de ruas largas,
proporcionando uma infraestrutura que contribuiu significativamente para a
transformação da área. Essas mudanças urbanísticas introduzidas pelos holandeses
ainda são visíveis em alguns aspectos da arquitetura e do layout de Santo Antônio,
destacando a influência duradoura da ocupação holandesa na paisagem urbana de
Recife.

A União Ibérica
A União Ibérica, ocorrida de 1580 a 1640, foi
um período em que as coroas de Portugal e Espanha
estiveram sob o domínio do mesmo monarca, Felipe
II da Espanha. Essa união teve início devido a uma
crise de sucessão em Portugal, após o
desaparecimento de D. Sebastião na Batalha de
Alcácer-Quibir, em 1578. A falta de herdeiros diretos
levou à ascensão de Felipe II ao trono português.

Essa união, no entanto, não foi pacífica e gerou diversas consequências. Uma delas foi a
invasão holandesa no Nordeste do Brasil. A Espanha, inimiga dos Países Baixos (Holanda),
excluiu os holandeses do processo açucareiro no Brasil, uma vez que agora o Brasil estava
indiretamente sob domínio espanhol, já que o rei de Portugal também era o rei da Espanha.

Os holandeses, visando garantir seu controle sobre a produção e comercialização do


açúcar, decidiram atacar o Nordeste brasileiro, onde essa atividade econômica era intensa. Isso
marca o início de um período de ocupação holandesa em partes do território brasileiro,
especialmente em regiões como Pernambuco, que se tornou palco de conflitos e resistência
durante esse episódio histórico.

2
Após uma tentativa frustrada de invasão em
Salvador em 1624, os holandeses, liderados por
Maurício de Nassau, organizaram-se para uma segunda
investida. Desta vez, escolheram como alvo a principal
capitania do Nordeste açucareiro, Pernambuco, devido
aos altos lucros gerados pela produção de açúcar na
região.

A invasão holandesa em Pernambuco teve início em 1630 e perdurou por 24 anos.


Maurício de Nassau, à frente da administração colonial holandesa, desempenhou um papel
significativo nesse período, transformando Pernambuco na chamada "Nova Holanda".

A presença holandesa na região gerou profundos impactos sociais, econômicos e


culturais. A administração de Nassau foi marcada por uma política de tolerância religiosa,
estímulo às artes e ciências, o que fez com que parte da população local aceitasse, em certa
medida, a ocupação holandesa.

Entretanto, a resistência contra os holandeses cresceu ao longo do tempo, culminando na


Insurreição Pernambucana, que teve como objetivo expulsar os holandeses do território
brasileiro. Para entender completamente esse movimento, é essencial estudar todo o contexto
da presença holandesa no Brasil durante esse período.

Durante a ocupação holandesa em Pernambuco, Maurício de Nassau promoveu


uma administração que buscava, além do controle político e econômico, um estímulo
às artes e ciências. Sua atuação incluiu a criação de uma coleção de plantas, animais
e minerais, que resultou na elaboração de um atlas, conhecido como "Rerum per
octennium in Brasilia et alibi nuper gestarum sub praefectura". Esse atlas, compilado
por cientistas e artistas, registrava a biodiversidade e a paisagem brasileira,
constituindo uma valiosa contribuição para o conhecimento da fauna e flora do Brasil
naquele período. Essa iniciativa reflete a abordagem mais abrangente da
administração holandesa durante a ocupação em Pernambuco, marcada pelo
interesse não apenas nas questões políticas e econômicas, mas também no estímulo
à produção de conhecimento científico.

Nova Holanda

A Nova Holanda refere-se ao período de domínio colonial holandês no Brasil, centrado


inicialmente em Pernambuco, mas se expandindo para outras regiões como Bahia, Paraíba e
Maranhão. A invasão holandesa tinha como principal objetivo controlar a lucrativa produção
açucareira, o que envolvia, além da conquista de territórios no Brasil, incursões na África para
garantir o controle do tráfico de escravos.

A Companhia das Índias Ocidentais (WIC), financiada por


banqueiros holandeses, desempenhou um papel crucial nesse
processo. A WIC foi responsável por organizar ataques militares
visando retomar o controle holandês sobre o açúcar brasileiro. A
empresa era um exemplo de capital misto, recebendo investimentos
tanto do setor privado quanto de estatais, sendo
predominantemente financiada pelos banqueiros.

3
Para liderar o governo da Nova Holanda, a WIC
nomeou João Maurício de Nassau, um nobre alemão.
Nassau foi Governador do Brasil Holandês de 1637 a
1644, período durante o qual desempenhou um papel
crucial na retomada e organização do território após
aproximadamente sete anos de resistência dos
pernambucanos à invasão holandesa.

Sob o governo de Nassau, houve um aumento na produção açucareira, impulsionado pela


concessão de empréstimos aos senhores de engenho. Além disso, Nassau promoveu o
desenvolvimento urbano no Recife, melhorando a infraestrutura da cidade.

O governo de Nassau trouxe uma fase de relativa estabilidade e prosperidade para a Nova
Holanda, mas a resistência contra a ocupação holandesa persistiria, culminando na Insurreição
Pernambucana, que visava expulsar os holandeses do território brasileiro.

Durante o governo de João Maurício de Nassau na Nova Holanda, sua


administração promoveu não apenas o desenvolvimento econômico, mas também o
estímulo às artes e à cultura. Nassau trouxe consigo artistas e cientistas holandeses
que registraram a sociedade, paisagens, fauna e flora da região. Frans Post, um dos
pintores trazidos por Nassau, registrou em suas obras aspectos da Nova Holanda,
proporcionando um valioso registro visual desse período histórico. Essas pinturas,
que incluíam retratos de indígenas e da paisagem brasileira, tornaram-se não apenas
um documento histórico, mas também uma expressão artística que refletia a
interação entre a cultura europeia e a realidade brasileira durante a ocupação
holandesa.

Governo de Nassau

O governo de Maurício de Nassau na Nova Holanda foi marcado por uma abordagem mais
conciliatória e pacificadora em relação aos senhores de engenho em Pernambuco. Nassau
buscou estabelecer acordos e parcerias com os luso-brasileiros, incluindo os senhores de
engenho. Essa estratégia visava obter o apoio local, consolidar o domínio holandês na região e,
ao mesmo tempo, garantir a prosperidade econômica.

Nassau implementou uma trégua com os senhores de engenho, oferecendo incentivos


como empréstimos concedidos pela Companhia das Índias Ocidentais. Esses empréstimos eram
destinados a organizar o território, comprar novos contingentes de escravos e financiar a
produção açucareira. Ao obter o apoio desses senhores, Nassau buscava assegurar a
estabilidade econômica e política da Nova Holanda.

Além dos aspectos econômicos, o governo de Nassau


também ficou conhecido por suas realizações urbanas e culturais.
Ele promoveu grandes obras urbanas no Recife, contribuindo para
o desenvolvimento e embelezamento da cidade. Além disso,
Nassau incentivou atividades culturais, promovendo um ambiente
mais tolerante e cosmopolita na Nova Holanda.

4
Apesar dessas medidas, a resistência à presença holandesa persistiu, e o período de
relativa estabilidade durante o governo de Nassau não impediu o surgimento de conflitos
posteriores, como a Insurreição Pernambucana, que buscou expulsar os holandeses do Brasil.

O governo de Maurício de Nassau na Nova Holanda também deixou um legado


arquitetônico significativo na região. Durante seu período de administração, Nassau
supervisionou a realização de diversas obras urbanísticas no Recife, contribuindo para
o desenvolvimento e embelezamento da cidade. Entre as construções notáveis estão
a criação de canais, calçamentos e edificações que refletiam a influência europeia na
arquitetura local.

O Recife tornou-se uma cidade mais desenvolvida e cosmopolita durante o


governo de Nassau, com uma infraestrutura urbana mais sólida. Essas mudanças não
apenas beneficiaram a população local, mas também deixaram vestígios que, até
hoje, contribuem para a riqueza histórica e cultural da região.

Atuação Holandesa em Pernambuco

A conquista holandesa na Nova Holanda não se limitou


apenas a Pernambuco, estendendo-se a outros territórios
nordestinos, como Paraíba, Maranhão, Ceará e Bahia. Recife, em
Pernambuco, tornou-se a capital desse domínio colonial holandês.

Uma característica notável do governo de Maurício de


Nassau foi a promoção da tolerância religiosa. Apesar de os
holandeses serem protestantes, seguidores do calvinismo,
Nassau adotou uma postura de respeito e coexistência entre
diferentes práticas religiosas, principalmente durante o seu
governo. Sob essa tolerância religiosa, conviviam calvinistas,
católicos e judeus na Nova Holanda. Pernambuco abrigou a
primeira sinagoga das Américas, localizada em Recife.

Essa abertura religiosa proporcionada por Nassau contribuiu para a diversidade cultural
e étnica na região, marcando um contraste com a política de intolerância religiosa imposta por
outros domínios coloniais da época.

Durante o governo de Maurício de Nassau na Nova Holanda, Recife experimentou uma


notável transformação urbanística e cultural. Nassau implementou diversas ações para
melhorar a infraestrutura da cidade, incluindo a drenagem de pântanos, construção de estradas
e calçamentos. Além disso, foram erguidas instituições culturais importantes, como bibliotecas
e laboratórios astronômicos.

Um aspecto marcante do período foi a tolerância religiosa, que permitiu a coexistência de


calvinistas, católicos e judeus. Recife abrigou a primeira sinagoga das Américas, testemunhando
a diversidade religiosa promovida por Nassau.

5
Recife, na época conhecida como Cidade Maurícia, tornou-se o
centro do desenvolvimento no Brasil. A cidade recebeu influências
significativas de artistas e cientistas holandeses, como Frans Post e
Albert Eckhout. Esses pintores foram trazidos por Nassau para registrar
a sociedade, paisagens, fauna, flora e os indígenas locais. Suas obras
retratam detalhes preciosos da vida na Nova Holanda durante esse
período de governança holandesa.

Durante o governo de Maurício de Nassau na Nova Holanda, além das ações


urbanísticas e culturais, a abertura para o intercâmbio artístico e científico contribuiu
para um registro detalhado da sociedade e do ambiente local. Os pintores Frans Post
e Albert Eckhout, trazidos por Nassau, foram fundamentais nesse processo.

Frans Post, pintor neerlandês, foi responsável por retratar paisagens, fauna e
flora da Nova Holanda. Suas obras oferecem um olhar valioso sobre a natureza e a
vida cotidiana na região durante o período de domínio holandês. Os quadros de Post
não apenas documentaram a paisagem exuberante, mas também evidenciaram o
impacto da colonização europeia nesse ambiente.

Albert Eckhout, por sua vez, produziu pinturas que retratavam os indígenas
locais, oferecendo uma visão única das culturas e costumes da época. Suas obras
capturaram a diversidade étnica da população, destacando as influências indígenas
na sociedade da Nova Holanda.

Esses registros artísticos não apenas enriqueceram a compreensão da história


da região, mas também proporcionaram uma valiosa visão cultural e antropológica
do Brasil no século XVII. As obras de Post e Eckhout são consideradas importantes
testemunhos visuais desse capítulo específico da história brasileira.

6
Fixando o Conteúdo
1. O que foi a União Ibérica?
2. Quando ocorreu a União Ibérica?
3. O que marcou o período da União Ibérica?
4. Qual foi a consequência da União Ibérica para Portugal?
5. O que é essencial para compreender a Insurreição Pernambucana?
6. O que motivou a invasão holandesa no Nordeste do Brasil?
7. Quem liderou a administração holandesa durante a ocupação em Pernambuco?
8. O que a WIC (Companhia das Índias Ocidentais) fez durante a invasão holandesa?
9. Qual era o principal objetivo da Nova Holanda?
10. Quem foi nomeado Governador do Brasil Holandês pela WIC?
11. O que Nassau promoveu para melhorar a infraestrutura do Recife?
12. Quais foram as realizações culturais durante o governo de Nassau na Nova Holanda?
13. O que a Insurreição Pernambucana buscou?
14. Qual foi o legado arquitetônico deixado por Nassau em Recife?
15. Como Nassau buscou obter o apoio local durante seu governo?
16. O que marcou o governo de Nassau na Nova Holanda em termos econômicos?
17. Como Nassau contribuiu para a diversidade cultural na região?
18. Quais foram as ações urbanísticas implementadas por Nassau em Recife?
19. Quem foram os pintores trazidos por Nassau para registrar a Nova Holanda?
20. Qual foi o impacto das pinturas de Frans Post e Albert Eckhout?

7
Respostas

1. A União Ibérica foi a união das coroas de Portugal e Espanha sob um mesmo monarca.
2. A União Ibérica ocorreu de 1580 a 1640.
3. O período da União Ibérica foi marcado por transformações e conflitos entre Portugal e
Espanha.
4. A consequência da União Ibérica para Portugal foi a integração à administração
espanhola e mudanças nas instituições.
5. A contextualização da União Ibérica é essencial para entender a dinâmica política e social
que influenciou eventos subsequentes, como a Insurreição Pernambucana.
6. A invasão holandesa no Nordeste do Brasil foi motivada pela exclusão dos holandeses do
processo açucareiro devido à União Ibérica.
7. Maurício de Nassau liderou a administração holandesa durante a ocupação em
Pernambuco.
8. A WIC organizou ataques militares para retomar o controle holandês sobre o açúcar
brasileiro durante a invasão holandesa.
9. O principal objetivo da Nova Holanda era controlar a produção açucareira no Brasil.
10. João Maurício de Nassau foi nomeado Governador do Brasil Holandês pela WIC.
11. Nassau promoveu melhorias na infraestrutura do Recife, incluindo drenagem de
pântanos e construção de estradas.
12. Durante o governo de Nassau, houve estímulo às artes e cultura na Nova Holanda.
13. A Insurreição Pernambucana buscou expulsar os holandeses do território brasileiro.
14. Nassau deixou um legado arquitetônico significativo em Recife, incluindo canais e
edificações.
15. Nassau buscou obter apoio local através de acordos e incentivos econômicos.
16. O governo de Nassau na Nova Holanda impulsionou a produção açucareira e promoveu
o desenvolvimento econômico.
17. Nassau contribuiu para a diversidade cultural ao promover a tolerância religiosa na Nova
Holanda.
18. Nassau implementou ações urbanísticas em Recife, como drenagem de pântanos e
construção de estradas.
19. Frans Post e Albert Eckhout foram os pintores trazidos por Nassau para registrar a Nova
Holanda.
20. As pinturas de Frans Post e Albert Eckhout proporcionaram um valioso registro visual
da sociedade e do ambiente na Nova Holanda.

8
FORMAÇÃO DE QUILOMBOS
Durante o período colonial, os quilombos eram comunidades formadas por
pessoas fugidas da escravidão, geralmente descendentes de africanos escravizados.
Essas comunidades, conhecidas como quilombos, eram estabelecidas em áreas
remotas e de difícil acesso, onde os membros buscavam autonomia e resistiam à
opressão. O mais famoso quilombo foi o Quilombo dos Palmares, localizado na região
nordeste do Brasil, que resistiu por muitos anos antes de ser destruído pelas forças
coloniais.

Cotidiano e Formas de Resistência escrava em Pernambuco


A escravidão negra, que envolvia o
trabalho forçado de africanos, foi a forma
principal de emprego no Brasil por cerca de
300 anos, durante os períodos colonial e
imperial. Sem dúvida, os africanos eram
amplamente utilizados em várias atividades
econômicas, como plantações de cana-de-açúcar,
cultivo de algodão e tabaco. Existiam diferentes
tipos de escravos.

A escravidão negra no Brasil, ao longo de cerca de 300 anos, foi marcada por
uma diversidade de atividades econômicas em que os africanos eram empregados.
Uma curiosidade adicional é que dentro desse sistema, diferentes tipos de escravos
desempenhavam papéis variados.

Além do trabalho nas plantações de cana-de-açúcar, cultivo de algodão e


tabaco, os escravizados africanos eram empregados em diversas outras áreas, como
mineração, construção, serviços domésticos e comércio. Havia uma divisão de tarefas
que refletia a complexidade e amplitude da economia brasileira na época. A
resistência à escravidão também se manifestava de diferentes formas, desde
pequenos atos cotidianos até rebeliões mais significativas, destacando a diversidade
de experiências dentro da comunidade escravizada. Esses aspectos ressaltam a
complexidade e a extensão do sistema escravista no Brasil.

Os "escravos de eitos" eram aqueles mais


diretamente envolvidos na produção. Eles realizavam
trabalhos mais árduos e vigorosos, principalmente
nas áreas rurais, enfrentando jornadas de trabalho
que podiam chegar a dezoito horas diárias.
Infelizmente, esses escravos tinham uma vida difícil,
com expectativa de serviço variando entre 10 e 15 anos,
muitas vezes sem uma alimentação adequada.

1
Os "escravos de eitos" representavam uma categoria específica dentro da
comunidade escravizada, desempenhando trabalhos mais árduos e vigorosos,
principalmente em áreas rurais. Uma curiosidade adicional é que esses escravizados
enfrentavam jornadas de trabalho exaustivas, que podiam estender-se por até
dezoito horas diárias.

A expectativa de serviço para esses escravos variava entre 10 e 15 anos,


adicionando um aspecto temporal à sua condição difícil. Além disso, a falta de uma
alimentação adequada agravava ainda mais as condições de vida desses indivíduos.
Essa realidade destaca as duras condições enfrentadas pelos "escravos de eitos" e
evidencia a crueldade do sistema escravista, que impunha uma carga pesada de
trabalho e limitava significativamente a qualidade de vida desses indivíduos.

Escravos domésticos desempenhavam diversas


tarefas nas casas de seus senhores, como cozinhar, cuidar
do jardim, amamentar crianças e realizar recados.
Atuando tanto em áreas urbanas quanto rurais, esses
escravos desfrutavam de uma rotina de trabalho diferente,
com uma alimentação mais elaborada. Suas
responsabilidades incluíam a arrumação da casa,
cuidado com as crianças, preparo de refeições e
execução de pequenos serviços designados pelos
senhores.

Os escravos domésticos desempenhavam papéis variados nas casas de seus


senhores, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Uma curiosidade adicional é que,
em comparação com outros grupos de escravizados, sua rotina de trabalho muitas
vezes envolvia tarefas diferentes e uma alimentação mais elaborada.

Esses escravos tinham responsabilidades que iam desde a arrumação da casa


até o cuidado com as crianças, preparo de refeições e execução de pequenos serviços
designados pelos senhores. Sua presença era essencial para o funcionamento das
casas e para o conforto de seus senhores. Essa dinâmica destaca a diversidade de
funções dentro do sistema escravista, ressaltando as diferentes experiências e
condições de vida enfrentadas pelos escravizados no Brasil colonial e imperial.

2
Escravos de ganho estavam envolvidos no
comércio de rua e eram alugados por seus
proprietários para realizar diversas funções
(escravos urbanos). Eles ofereciam serviços como
transporte de cargas, barbearia, lavagem de roupas
ou fabricação de remédios.

Os escravos de ganho representavam uma categoria específica de escravizados


urbanos, envolvidos no comércio de rua. Uma curiosidade adicional é que esses
escravizados eram alugados por seus proprietários para desempenhar diversas
funções, contribuindo para a dinâmica econômica das áreas urbanas.

Esses escravos ofereciam uma variedade de serviços, como transporte de


cargas, trabalhos em barbearias, lavagem de roupas e até mesmo a fabricação de
remédios. Essa prática demonstra a adaptabilidade e versatilidade dos escravizados,
que, mesmo em meio a condições adversas, buscavam formas de gerar renda
adicional para seus senhores. A presença dos escravos de ganho nas atividades
comerciais urbanas ilustra a complexidade e diversidade de papéis desempenhados
pelos escravizados nas sociedades coloniais e imperiais.

Formas de Resistências

Durante o período da escravidão, os afrodescendentes no Brasil empregaram


diversas formas de resistência:

 Fugas individuais ou coletivas: Escravizados buscavam a liberdade fugindo,


muitas vezes formando grupos para escapar em conjunto.
 Assassinatos de senhores e feitores: Alguns optavam pela violência, atacando
seus senhores e supervisores em atos de resistência.
 Suicídio, Banzo e Aberto: Algumas formas extremas de protesto incluíam
suicídio, banzo (tristeza profunda) e aberto (manifestação visível de
descontentamento).
 Resistência e negligência no trabalho: Escravizados resistiam ao sistema de
trabalho forçado através de atos de resistência diária e negligência nas tarefas.
 Formação de Quilombos: Comunidades independentes, como os quilombos,
eram estabelecidas como refúgios para fugitivos, preservando a cultura africana.
 Insurreições (Revoltas dos Males): Ocorrências de rebelião e revolta, como a
Revolta dos Malês, expressavam a insatisfação e a busca pela liberdade.
 Alianças indígenas e mestiços: Afrodescendentes buscavam apoio formando
alianças com indígenas e mestiços para fortalecer suas posições.

3
Preservar a identidade cultural os quilombos eram locais onde a identidade
cultural africana era preservada, representando modos de vida semelhantes aos da
África.

Fugas

As fugas eram uma estratégia crucial


utilizada pelos escravizados, podendo ser
tanto individuais quanto coletivas. As fugas
individuais eram desafiadoras, já que o sucesso
dependia de sobreviver no mato.

Muitos buscavam alcançar grandes


quilombos já estabelecidos. No século XIX, as
fugas individuais tornaram-se mais comuns,
com escravizados se instalando em grandes
cidades, como Salvador, e tentando passar por libertos.

O fortalecimento do movimento abolicionista nas décadas de 1870 e 1880 motivou


muitas fugas. Os escravizados sentiam-se encorajados a escapar, frequentemente incentivados
por outros que já haviam fugido ou por membros de associações abolicionistas que apoiavam
os que buscavam a liberdade.

As fugas representaram uma estratégia significativa adotada pelos


escravizados para buscar a liberdade. Uma curiosidade adicional é que as fugas
individuais eram particularmente desafiadoras, exigindo habilidades de sobrevivência
no ambiente natural.

Durante o século XIX, as fugas individuais tornaram-se mais comuns, com


alguns escravizados buscando refúgio em grandes cidades, como Salvador, tentando
assumir uma nova identidade como libertos. O fortalecimento do movimento
abolicionista nas décadas de 1870 e 1880 teve um impacto significativo, encorajando
muitos escravizados a buscar a liberdade. A existência de quilombos já estabelecidos
também representou uma opção para aqueles que buscavam escapar do sistema
escravista. Essas fugas não apenas refletem a resiliência dos escravizados, mas
também a influência do movimento abolicionista na conscientização e mobilização
em prol da liberdade.

4
Formação de Quilombos

O quilombo dos Palmares, formado no


final do século XVI na região da capitania de
Pernambuco, hoje localizada em Alagoas, foi o
mais importante da história do Brasil.
Surgiu com escravizados que fugiram dos
engenhos em Pernambuco, estabelecendo-se
na Serra da Barriga, zona da mata de Alagoas.

Vistos pelos portugueses como agrupamentos de escravizados fugidos, os quilombos,


incluindo Palmares, mantinham importantes relações comerciais entre si e com pessoas
livres. Em 1694, o bandeirante Domingos Jorge Velho liderou uma expedição com
milhares de homens e canhões, encerrando o quilombo, embora a resistência
quilombola tenha persistido na região até meados do século XVIII.

Apesar de considerado o fim de Palmares em 1694, a resistência


continuou nos anos seguintes, com Zumbi resistindo até 1695, quando
foi emboscado e morto pelos portugueses. Tropas portuguesas
permaneceram na região para evitar o ressurgimento do
quilombo.

O quilombo dos Palmares, formado no final do século XVI, representa um


capítulo marcante na história do Brasil colonial. Uma curiosidade adicional é que esse
quilombo, localizado na Serra da Barriga, zona da mata de Alagoas, foi o mais
significativo e duradouro.

Apesar de vistos pelos portugueses como agrupamentos de escravizados


fugidos, os quilombos, incluindo Palmares, não eram apenas refúgios, mas também
estabeleciam importantes relações comerciais entre si e com pessoas livres. A
resistência quilombola foi notável, resistindo até 1694 quando o bandeirante
Domingos Jorge Velho liderou uma expedição para encerrar o quilombo.

Mesmo após a tomada de Palmares em 1694, a resistência persistiu, com Zumbi


resistindo até 1695, quando foi emboscado e morto pelos portugueses. A presença
de tropas portuguesas na região por vários anos após o evento reflete a preocupação
em evitar o ressurgimento do quilombo, destacando a importância simbólica e prática
da resistência quilombola na história do Brasil.

Quilombo do Catucá

5
O quilombo do Catucá é uma história
resultante da busca pela liberdade pelos escravizados
e das tumultuadas condições políticas em
Pernambuco entre 1817 e o final da década de
1830. Localizado próximo ao Recife, os quilombolas,
chamando-se mutuamente de malungos,
desenvolveram estratégias de sobrevivência,
incluindo cooperação com a população negra livre
e escravizada de engenhos próximos.

Situado nas matas próximas a Recife e Olinda, o quilombo do Catucá provavelmente se


formou entre 1817 e 1818. Descoberto pelas tropas imperiais durante a repressão à
Revolução Pernambucana, o primeiro registro de atividade data de novembro de 1818, com
onze negros identificados na região. De acordo com relatos, eles haviam atacado a
população local e causado mortes.

O quilombo do Catucá, situado próximo ao Recife, destaca-se como parte da


busca pela liberdade por parte dos escravizados em meio às tumultuadas condições
políticas em Pernambuco entre 1817 e o final da década de 1830. Uma curiosidade
adicional é que os quilombolas, chamando-se mutuamente de malungos,
desenvolveram estratégias de sobrevivência que incluíam cooperação com a
população negra livre e escravizada de engenhos próximos.

Formado nas matas próximas a Recife e Olinda, o quilombo do Catucá


provavelmente se estabeleceu entre 1817 e 1818. Descoberto durante a repressão à
Revolução Pernambucana pelas tropas imperiais, o primeiro registro de atividade
data de novembro de 1818, com relatos de ataques à população local. A história do
quilombo do Catucá reflete a complexidade das relações sociais e as estratégias de
resistência adotadas pelos escravizados em busca da liberdade em um contexto
político desafiador.

Outras formas de resistências

Além das formas mencionadas no PDF, a resistência dos escravizados contra a


escravidão incluía também suicídios, abortos (como meio de evitar que seus filhos fossem
escravizados) e a simples desobediência.

Fixando o Conteúdo

1. O que eram os quilombos durante o período colonial?


2. Onde estava localizado o Quilombo dos Palmares, o mais famoso quilombo?
3. Quais eram as principais atividades econômicas envolvendo escravos no Brasil colonial?
4. Quem eram os "escravos de eitos" e qual era sua principal função?
5. Quais eram as responsabilidades dos escravos domésticos?
6. O que eram os escravos de ganho e qual era sua função?

6
7. Quais eram algumas formas de resistência dos afrodescendentes durante o período da
escravidão?
8. Como eram as fugas individuais dos escravizados desafiadoras?
9. Qual foi o quilombo mais importante da história do Brasil, formado no final do século
XVI?
10. Quem liderou a expedição que encerrou o Quilombo dos Palmares em 1694?
11. O que caracterizou o Quilombo do Catucá em Pernambuco?
12. Além das formas de resistência mencionadas, quais outras estratégias os escravizados
utilizavam contra a escravidão?

7
Respostas

1. Os quilombos eram comunidades formadas por pessoas fugidas da escravidão,


geralmente descendentes de africanos escravizados.
2. O Quilombo dos Palmares, o mais famoso, estava localizado na região nordeste do Brasil.
3. As principais atividades econômicas envolvendo escravos eram plantações de cana-de-
açúcar, cultivo de algodão e tabaco.
4. Os "escravos de eitos" eram escravos mais diretamente envolvidos na produção,
realizando trabalhos árduos nas áreas rurais.
5. Escravos domésticos eram responsáveis por tarefas nas casas de seus senhores, como
cozinhar, cuidar do jardim e realizar recados.
6. Escravos de ganho estavam envolvidos no comércio de rua, oferecendo serviços como
transporte de cargas e barbearia.
7. Algumas formas de resistência incluíam fugas, assassinatos de senhores, suicídio, banzo,
resistência e negligência no trabalho, formação de quilombos, insurreições e alianças
indígenas e mestiços.
8. As fugas individuais eram desafiadoras, dependendo do sucesso na sobrevivência no
mato.
9. O Quilombo dos Palmares, formado no final do século XVI, foi o mais importante.
10. A expedição que encerrou o Quilombo dos Palmares foi liderada por Domingos Jorge
Velho.
11. O Quilombo do Catucá, próximo ao Recife, desenvolveu estratégias de sobrevivência e
cooperação com a população negra livre e escravizada.
12. Além das formas mencionadas, os escravizados também utilizavam suicídios, abortos e
desobediência contra a escravidão.

8
INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA
A Insurreição Pernambucana

Na década de 1640, a Companhia das Índias


Ocidentais precisava de dinheiro para financiar a guerra
que estava acontecendo na Europa, especialmente contra
a Inglaterra. Para conseguir esses recursos, a Companhia
decidiu aumentar os impostos e cobrar de volta os
empréstimos que havia concedido aos senhores de
engenho em Pernambuco. Essas medidas desagradaram
bastante os moradores locais.

Maurício de Nassau, que era encarregado de administrar a região, também teve


problemas com as decisões da Companhia e acabou sendo demitido em 1643.

Os senhores de engenho, que eram os grandes produtores de açúcar e economicamente


importantes, não gostaram nada dessas mudanças. Isso deu início à Insurreição Pernambucana,
um movimento liderado pelos locais para expulsar os holandeses que estavam controlando a
região.

Essa revolta durou quase uma década, de 1645 a 1654. Durante


esse período, ocorreram as batalhas dos Guararapes, onde houve uma
notável união entre diferentes grupos étnicos brasileiros. Brancos,
índios e negros escravizados se uniram para combater o inimigo
comum: os holandeses. Essa união foi um aspecto significativo da
resistência local contra a presença holandesa em Pernambuco.

Características da Insurreição Pernambucana

Entre as principais características da insurreição pernambucana está a liderança dos


senhores de engenhos, a participação de diversas forças populares e a utilização de táticas de
guerrilhas e emboscadas.

1. Liderança dos Senhores de Engenho:

Os senhores de engenho, que eram proprietários de grandes


plantações de açúcar e representavam uma parte significativa da elite
local, desempenharam um papel central na liderança da insurreição. Eles
estavam insatisfeitos com as políticas impostas pelos holandeses,
especialmente os aumentos de impostos e as cobranças de empréstimos.

1
2. Participação de Forças Populares:

Além da liderança dos senhores de engenho, a insurreição


envolveu uma participação significativa de diversas camadas da
sociedade. Isso incluía camponeses, índios, escravizados e
outros grupos populares. A revolta não se limitou apenas à elite,
mas contou com uma base ampla de apoio entre diferentes
segmentos da população.
3. Táticas de Guerrilha e Emboscadas:

Diante da disparidade de recursos e poder militar


entre os rebeldes locais e os holandeses, as táticas de
guerrilha e emboscadas tornaram-se estratégias-chave.
Os insurgentes aproveitaram o terreno local, como as
densas matas e áreas de difícil acesso, para realizar
ataques surpresa contra as forças holandesas. Essas
táticas permitiram que resistissem de maneira eficaz
com recursos limitados.
A união desses elementos contribuiu para a resistência prolongada durante a
Insurreição Pernambucana, que culminou na expulsão dos holandeses da região em
1654.

Desfecho

O desfecho da Insurreição Pernambucana, com as


vitórias nas Batalhas dos Guararapes em 1648 e 1649,
resultou na expulsão dos holandeses do território
brasileiro em 1654. Essas batalhas foram marcantes,
pois as forças luso-brasileiras, formadas por uma
coalizão de diferentes grupos sociais, conseguiram
resistir e derrotar as tropas holandesas, garantindo
assim a independência de Pernambuco.

É interessante destacar que até 1650, a coroa portuguesa não


estava diretamente envolvida no apoio militar a Pernambuco. Isso se
deveu a um acordo assinado em 1640 entre Portugal e os Países
Baixos, que estabelecia uma trégua de 10 anos. Essa trégua fazia parte
de um contexto mais amplo, a Guerra da Restauração, que foi um
conflito em que Portugal buscou recuperar sua independência do
domínio espanhol.

A participação direta da coroa portuguesa no apoio militar a Pernambuco a partir de 1650


foi influenciada pelo fim desse acordo e pelas mudanças nas alianças políticas da época.

2
Quanto à consequência
econômica da expulsão dos
holandeses, o declínio da produção
açucareira em Pernambuco
ocorreu devido à concorrência da
produção de açúcar nas Antilhas.
Com a Holanda saindo de
Pernambuco e direcionando seus
esforços para as Antilhas, onde
podiam produzir açúcar de melhor
qualidade a preços mais baixos, a
produção açucareira
pernambucana enfrentou
dificuldades, perdendo sua
competitividade no mercado internacional. Essa mudança econômica teve impactos
duradouros na região.

Fixando o Conteúdo

1. Qual era o motivo pelo qual a Companhia das Índias Ocidentais aumentou os impostos
em Pernambuco na década de 1640?
2. Quem era o responsável por administrar a região de Pernambuco e foi demitido em
1643?
3. Quem liderou a Insurreição Pernambucana, um movimento para expulsar os holandeses
da região?
4. Qual foi a duração da revolta conhecida como Insurreição Pernambucana?
5. O que aconteceu nas Batalhas dos Guararapes durante a Insurreição Pernambucana?
6. Além dos senhores de engenho, que outros grupos sociais participaram ativamente da
insurreição?
7. Quais foram as principais táticas utilizadas pelos rebeldes locais contra os holandeses
devido à disparidade de recursos?
8. O que contribuiu para a resistência prolongada durante a Insurreição Pernambucana?
9. Qual foi o desfecho da Insurreição Pernambucana em relação à presença holandesa?
10. Por que a coroa portuguesa não estava inicialmente envolvida militarmente em
Pernambuco até 1650?
11. O que influenciou a participação direta da coroa portuguesa no apoio militar a
Pernambuco a partir de 1650?
12. Qual foi a consequência econômica da expulsão dos holandeses para a produção
açucareira em Pernambuco?

3
Respostas

1. A Companhia das Índias Ocidentais aumentou os impostos em Pernambuco na década


de 1640 para financiar a guerra na Europa, especialmente contra a Inglaterra.
2. Maurício de Nassau era o responsável por administrar a região de Pernambuco e foi
demitido em 1643.
3. A Insurreição Pernambucana foi liderada pelos senhores de engenho, os grandes
produtores de açúcar na região.
4. A Insurreição Pernambucana durou quase uma década, de 1645 a 1654.
5. Nas Batalhas dos Guararapes, diferentes grupos étnicos brasileiros, incluindo brancos,
índios e negros escravizados, uniram-se para combater os holandeses.
6. Além dos senhores de engenho, camponeses, índios, escravizados e outros grupos
populares participaram ativamente da insurreição.
7. Diante da disparidade de recursos, os rebeldes locais utilizaram táticas de guerrilha e
emboscadas contra os holandeses.
8. A liderança dos senhores de engenho, a participação de diversas camadas sociais e as
táticas de guerrilha contribuíram para a resistência prolongada.
9. O desfecho da Insurreição Pernambucana foi a expulsão dos holandeses do território
brasileiro em 1654, após as vitórias nas Batalhas dos Guararapes.
10. A coroa portuguesa não estava inicialmente envolvida militarmente em Pernambuco até
1650 devido a um acordo de trégua assinado em 1640 com os Países Baixos.
11. A participação direta da coroa portuguesa a partir de 1650 foi influenciada pelo fim do
acordo de trégua e mudanças nas alianças políticas.
12. A consequência econômica da expulsão dos holandeses foi o declínio da produção
açucareira em Pernambuco devido à concorrência das Antilhas, impactando a
competitividade regional no mercado internacional.

4
GUERRA DOS MASCATES
Contexto Histórico

A Guerra dos Mascates foi um conflito ocorrido no contexto da decadência econômica de


Olinda e do crescimento de Recife, ambos localizados em Pernambuco, Brasil. O período que
antecedeu a guerra é marcado por eventos significativos:

Crise da Economia Açucareira (1654): A decadência


econômica de Olinda teve origem na crise da economia
açucareira, que ocorreu após a expulsão dos holandeses durante
a Insurreição Pernambucana em 1654. A economia açucareira,
que era a principal atividade econômica da região, enfrentou
desafios significativos.

Elevação de Recife a Vila (1709): Recife começou a


ganhar destaque econômico e político. Em 1709, Recife foi
elevado à categoria de vila, marcando um marco importante
em sua ascensão. A instalação do pelourinho (símbolo do
poder colonial) e da câmara municipal em Recife consolidou
a autonomia administrativa da cidade em relação a Olinda.

Autonomia Administrativa de Recife: Com a autonomia


administrativa reforçada, Recife se tornou um centro
econômico e político crescente, enquanto Olinda, em declínio,
perdeu sua proeminência.

Esses eventos contribuíram para a rivalidade entre as duas cidades, alimentando as


tensões que, eventualmente, se transformaram na Guerra dos Mascates. A guerra foi um reflexo
das mudanças econômicas e políticas na região, envolvendo conflitos entre diferentes grupos
sociais e econômicos.

Durante a Guerra dos Mascates, além das disputas econômicas e políticas entre
Olinda e Recife, um elemento curioso foi a questão dos "mascates". O termo
"mascate" era usado para se referir aos comerciantes ambulantes que viajavam
vendendo produtos. Na guerra, a elite de Olinda usou o termo de forma pejorativa
para se referir aos comerciantes enriquecidos de Recife, alegando que eles estavam
prejudicando a economia local. Essa conotação pejorativa do termo "mascate"
acabou sendo incorporada ao conflito, refletindo a hostilidade e as tensões entre as
classes sociais e econômicas durante o conflito.

1
Características da Guerra dos Mascates

A Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco no século XVIII, foi um conflito


marcado por diversas características notáveis:

Conflito Entre Grupos Sociais:

Senhores de Engenho de Olinda:


Representavam a elite agrária, tradicionalmente
associada à produção de açúcar e com uma longa
história de poder em Olinda.

Comerciantes (Mascates) de Recife: Eram os


comerciantes e novos ricos que habitavam Recife. Em
geral, eram brasileiros, em contraste com a elite mais
tradicional e muitas vezes lusitana de Olinda.

Disputa por Autonomia e Poder:

Olinda: Buscava manter sua posição como a principal cidade de Pernambuco, defendendo
os interesses dos senhores de engenho e resistindo à autonomia de Recife.

Recife: Desejava alcançar autonomia político-administrativa em relação a Olinda,


refletindo mudanças econômicas e sociais na região.

Cenário de Endividamento e Rivalidade:

A produção açucareira em declínio levou os senhores de engenho de Olinda a contrair


empréstimos com os comerciantes portugueses. Esse endividamento gerou tensões e
rivalidades entre os dois grupos.

Sentimento Antilusitanismo:

O conflito foi exacerbado pelo sentimento antilusitanismo, marcado pela aversão aos
portugueses. Os senhores de engenho, portugueses em sua maioria, eram vistos com
desconfiança pela população local.

Luta Pelo Poder Político:

A guerra dos mascates foi, em última instância, uma luta pelo poder político em
Pernambuco, refletindo não apenas questões econômicas, mas também dinâmicas sociais e
políticas em evolução na região.

Durante a Guerra dos Mascates, um episódio curioso ilustra o clima de


rivalidade entre Olinda e Recife. Em 1710, durante um conflito armado entre as duas
cidades, uma bala de canhão disparada por Olinda atingiu a igreja do Convento do
Carmo, em Recife. No entanto, em vez de causar danos significativos, a bala acabou
ficando alojada na lateral da igreja, onde permanece até hoje. Esse impacto ainda

2
pode ser visto como uma espécie de "cicatriz" histórica na fachada do Convento do
Carmo, lembrando os eventos da Guerra dos Mascates.

Essa guerra desempenhou um papel significativo na história colonial brasileira,


ilustrando as tensões entre diferentes grupos sociais e econômicos durante o período
colonial.

Lideranças

Bernardo Vieira de Melo e Pedro Ribeiro da Silva foram figuras importantes durante o
período da Guerra dos Mascates, representando lideranças olindenses envolvidas no conflito:

Bernardo Vieira de Melo:

Papel Administrativo: Bernardo Vieira de Melo


ocupava uma posição de destaque como administrador
colonial, exercendo funções relacionadas à gestão e
organização da cidade de Olinda.
Possível Envolvimento na Guerra: Como figura
central na administração local, é razoável supor que
Bernardo Vieira de Melo estivesse envolvido, direta ou
indiretamente, nas questões relacionadas ao conflito
entre Olinda e Recife.

Pedro Ribeiro da Silva:

Capitão Mor: Pedro Ribeiro da Silva detinha o título de Capitão Mor, uma posição militar
que conferia autoridade e responsabilidade pela defesa e segurança da região.

Envolvimento Militar na Guerra: Dada sua posição militar, é plausível que Pedro
Ribeiro da Silva tenha desempenhado um papel ativo durante o conflito, liderando forças locais
na tentativa de defender os interesses de Olinda.

Essas lideranças, cada uma em sua esfera de atuação, desempenharam papéis


importantes durante a Guerra dos Mascates, refletindo os desafios e as
complexidades políticas da época.

Reação de Olinda

A reação de Olinda à elevação de Recife à categoria de Vila foi marcada por uma série de
medidas para contestar e reverter essa mudança, evidenciando a rivalidade entre as duas
cidades. Algumas ações notáveis incluíram:

Invasão de Recife:

Em resposta à elevação de Recife a Vila, Olinda tomou medidas agressivas, incluindo a


invasão da Vila de Recife. Essa invasão foi uma demonstração direta de oposição e um esforço
para reafirmar a supremacia de Olinda na região.

3
Destruição do Pelourinho:

O pelourinho, como símbolo de poder e autonomia para Recife, foi alvo de destruição por
parte dos olindenses. Essa ação tinha o objetivo de enfraquecer o status recifense e minar a
autonomia recentemente adquirida pela Vila
.
Nomeação do Bispo Manuel Álvares da Costa:

Para reforçar o controle sobre Recife, Olinda nomeou o Bispo Manuel Álvares da Costa
para governar a Vila. Essa nomeação tinha implicações políticas e administrativas, buscando
substituir as lideranças recifenses.

Perdão das Dívidas Olindenses:

Uma ação surpreendente foi o perdão das dívidas olindenses por parte dos
próprios olindenses. Essa medida pode ter sido estratégica, visando consolidar o apoio
popular e enfraquecer a posição de Recife ao mostrar um gesto benevolente.

Anulação do Ato de Autonomia:

Além disso, Olinda anulou o ato de autonomia de Recife, revertendo as mudanças


implementadas que conferiam à Vila de Recife uma posição mais independente.

Essa série de ações reflete a intensidade da rivalidade entre Olinda e Recife na época e
como a elevação de Recife a Vila desencadeou uma resposta enérgica por parte dos olindenses.

Contra-ataque de Recife

O contra-ataque de Recife em 1711 durante a Guerra dos Mascates foi marcado por uma
invasão a Olinda, que resultou na prisão do Bispo nomeado para governar Recife e nas
detenções de importantes lideranças olindenses. Essa ação evidenciou a intensidade do conflito
e a disputa pelo poder entre as duas cidades durante esse período.

Ação da Coroa Portuguesa

A ação da Coroa Portuguesa durante a Guerra dos Mascates foi crucial para a resolução do
conflito. Ao nomear Félix José de Mendonça para governar a região, a Coroa buscou restabelecer
a ordem e encerrar as hostilidades entre Olinda e Recife. O decreto que confirmou a autonomia
de Recife em 1714 e sua elevação à categoria de capital de Pernambuco reflete a intervenção
decisiva da Coroa Portuguesa para resolver as disputas políticas e administrativas na região.
Essa medida visava estabilizar a situação e garantir a autoridade da coroa sobre a colônia.

4
Resumo

A Guerra dos Mascates foi um conflito político local entre as cidades de Olinda e Recife, no
qual Recife emergiu vitorioso, sendo elevado à categoria de Vila e conquistando autonomia
administrativa. A intervenção crucial da Coroa Portuguesa, ao nomear Félix José de Mendonça
para governar a região e confirmar a autonomia de Recife em 1714, desempenhou um papel
fundamental na resolução do conflito. Este episódio histórico destaca as dinâmicas políticas e a
interferência externa na disputa entre Olinda e Recife durante o período colonial em
Pernambuco.

Fixando o Conteúdo

1. O que desencadeou a Guerra dos Mascates em Pernambuco?


2. Quem eram os "mascates" na Guerra dos Mascates?
3. Quais foram as características notáveis da Guerra dos Mascates?
4. Quem eram os principais grupos sociais envolvidos na Guerra dos Mascates?
5. Qual foi a reação de Olinda à elevação de Recife à categoria de vila?
6. Quem foram Bernardo Vieira de Melo e Pedro Ribeiro da Silva na Guerra dos Mascates?
7. Qual foi o papel da Coroa Portuguesa na resolução da Guerra dos Mascates?
8. O que a ação da Coroa Portuguesa refletiu na resolução do conflito?

5
Respostas

1. A Guerra dos Mascates foi desencadeada pela rivalidade entre Olinda e Recife, resultado
da decadência econômica de Olinda e do crescimento de Recife, incluindo eventos como a
crise da economia açucareira e a elevação de Recife à categoria de vila em 1709.
2. Na Guerra dos Mascates, os "mascates" eram comerciantes enriquecidos de Recife. O
termo, originalmente usado para se referir a vendedores ambulantes, foi empregado
pejorativamente pela elite de Olinda para denegrir os comerciantes recifenses.
3. As características notáveis da Guerra dos Mascates incluíram conflitos entre grupos
sociais, disputas por autonomia e poder entre Olinda e Recife, cenário de endividamento
e rivalidade, sentimento antilusitanismo, luta pelo poder político e um episódio curioso
envolvendo uma bala de canhão.
4. Os principais grupos sociais envolvidos na Guerra dos Mascates foram os senhores de
engenho de Olinda, representando a elite agrária, e os comerciantes (mascates) de Recife,
que eram novos ricos e brasileiros em sua maioria.
5. A reação de Olinda à elevação de Recife à categoria de vila incluiu medidas agressivas,
como a invasão de Recife, destruição do pelourinho, nomeação do Bispo Manuel Álvares
da Costa para governar Recife, perdão das dívidas olindenses e anulação do ato de
autonomia de Recife.
6. Bernardo Vieira de Melo ocupava posição administrativa em Olinda, e Pedro Ribeiro da
Silva detinha o título de Capitão Mor. Ambos desempenharam papéis importantes na
liderança olindense durante a Guerra dos Mascates.
7. A Coroa Portuguesa desempenhou um papel crucial na resolução da Guerra dos Mascates
ao nomear Félix José de Mendonça para governar a região. O decreto confirmou a
autonomia de Recife em 1714, elevando-a à categoria de capital de Pernambuco.
8. A ação da Coroa Portuguesa refletiu na resolução do conflito ao buscar restabelecer a
ordem, encerrar as hostilidades entre Olinda e Recife e garantir a autoridade da coroa
sobre a colônia. A confirmação da autonomia de Recife em 1714 foi uma medida para
estabilizar a situação na região.

6
REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA
Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana de 1817 é, de fato, um marco importante na história do Brasil
e, mais especificamente, na luta pela independência. Algumas considerações e temas
associados te ajudar a entender esse período.
1. Guerras Napoleônicas e Invasões Francesas em
Portugal (1808-1814):
 Durante as guerras napoleônicas, Portugal foi
invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte.
 A família real portuguesa, liderada pelo príncipe
regente Dom João, fugiu para o Brasil, tornando o Rio de
Janeiro a capital do Império Português.
2. Período Joanino (1808-1821):
 O Brasil experimentou mudanças significativas
durante a estadia da família real portuguesa.
 A abertura dos portos às nações amigas em 1808
contribuiu para alterações econômicas e sociais.
 A elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal, em
1815, mostrou uma maior autonomia, mas
também gerou tensões.
 Influências das Ideias Iluministas e Liberais:
 Os ideais iluministas e liberais, que promoviam
conceitos como igualdade, liberdade e
fraternidade, inspiraram movimentos de independência ao redor do mundo.
 A Revolução Pernambucana refletiu essas influências ao buscar a emancipação e
a instauração de uma república.
3. Causas da Revolução Pernambucana (1817):
 Insatisfação com o domínio português e as políticas
centralizadoras.
 Desejo por maior participação política e autonomia regional.
 Adoção de ideias liberais e republicanas.
 Desdobramentos da Revolução:

A instauração da República Pernambucana em 1817 durou apenas alguns


meses.

O movimento foi reprimido pelas forças portuguesas, resultando em


perseguições e punições aos envolvidos.

4. Impacto Histórico:

1
Mesmo que a República Pernambucana tenha sido efêmera, seu impacto histórico é
significativo, sendo um dos primeiros movimentos no Brasil em direção à
independência.
Os movimentos emancipacionistas, são os movimentos que tinha o objetivo de romper
com a metrópole (Portugal) ou seja, promover a independência do Brasil. Dentre esses
movimentos temos alguns:

1. Revolução Pernambucana (1817):

Destacou-se como o único movimento que, ainda que brevemente,


conseguiu efetivamente proclamar a independência e instaurar uma
república provisória.
2. Inconfidência Mineira (1789):

Apesar de não ter obtido sucesso como a Revolução Pernambucana, a


Inconfidência Mineira é considerada um marco significativo na luta pela
independência. Os inconfidentes mineiros almejavam a autonomia em relação a
Portugal, mas o movimento foi sufocado antes de ser efetivado.

3. Conjuração Baiana (1798):

A Conjuração Baiana, também conhecida como


Revolta dos Alfaiates, teve como epicentro Salvador, na
Bahia. Assim como os demais movimentos, buscava a
independência, mas também almejava a abolição da
escravidão. Entretanto, assim como a Inconfidência
Mineira, foi reprimida pelas autoridades coloniais.

Cada um desses movimentos teve suas peculiaridades, motivações e


desdobramentos, contribuindo para o processo de amadurecimento do desejo de
independência no Brasil. A Revolução Pernambucana se destaca por ter alcançado
brevemente a Proclamação da Independência, mesmo que sua efetividade tenha sido
passageira.

Antecedentes da Revolução Pernambucana

1. Período Joanino (1808-1821):

O Período Joanino refere-se ao tempo em que a família real portuguesa, liderada pelo
Príncipe Regente Dom João, se instalou no Brasil. Esse período foi marcado por eventos
significativos que impactaram diretamente a situação de Pernambuco e contribuíram para o
cenário que culminou na Revolução Pernambucana de 1817.

2
2. Invasão Napoleônica:

O contexto internacional foi crucial para o Período Joanino.


Com a invasão napoleônica em Portugal em 1807, a família real
portuguesa fugiu para o Brasil como medida de preservação da
monarquia e da autonomia portuguesa.

3. Abertura dos Portos (1808):

Ao chegar ao Brasil, Dom João adotou uma série de


medidas que incluíram a abertura dos portos às nações amigas,
rompendo com o pacto colonial. Essa ação impactou as relações
comerciais e a economia local.

4. Elevação do Brasil a Reino Unido:

Em 1815, Portugal e Brasil foram elevados à condição de Reino Unido de


Portugal e Brasil, com igualdade de condições. Essa mudança refletiu uma certa
autonomia concedida ao Brasil.

O impacto desses eventos no cenário


pernambucano foi significativo. A abertura dos
portos gerou mudanças nas dinâmicas comerciais,
enquanto a presença da família real proporcionou
uma relativa autonomia ao Brasil. No entanto, essas
mudanças também acirraram as tensões sociais e
políticas na região, alimentando o desejo de
autonomia e independência. O sentimento
antilusitano persistiu, especialmente entre os
segmentos descontentes com o sistema colonial e comercial vigente. Todos esses elementos
contribuíram para o ambiente propício à eclosão da Revolução Pernambucana de 1817.

Causas da Revolução Pernambucana


1. Decadência Econômica:

Seca de 1816: A região de Pernambuco foi atingida por


uma severa seca em 1816, contribuindo para a decadência
econômica. A falta de chuvas afetou a produção agrícola e a vida
da população.

2. Declínio da Produção Açucareira:

O declínio da produção açucareira, que já vinha ocorrendo desde o século XVIII, agravou
a situação econômica de Pernambuco. Fatores como a concorrência com o açúcar das Antilhas
contribuíram para essa queda.

3
3. Elevados Impostos das Cortes no Rio de Janeiro:

As cortes no Rio de Janeiro propuseram elevados


impostos para sustentar as despesas da corte portuguesa,
financiar projetos urbanos no Rio de Janeiro (como
Jardim Botânico, Banco do Brasil, Biblioteca Nacional,
Museu, Laboratório Astronômico) e custear as guerras,
como a Cisplatina e conflitos na Guiana Francesa.

4. Descontentamento com as Políticas Centrais:

A centralização das decisões políticas nas cortes do Rio de Janeiro gerou


descontentamento em Pernambuco. A imposição de políticas e tributações sem considerar as
especificidades locais contribuiu para a insatisfação.

5. Divisões Sociais e Raciais:

Pernambuco era marcado por divisões sociais e raciais. A elite branca, composta
principalmente por senhores de engenho, detinha poder econômico e político, enquanto a
população negra e mestiça enfrentava condições desfavoráveis.

Essas causas combinadas criaram um cenário propício para a eclosão da


Revolução Pernambucana em 1817, marcando um movimento emancipacionista e
republicano no contexto brasileiro.

Influências Externas

1. Pensamento Iluminista:

Liberdade Política: A influência do pensamento iluminista,


que defendia ideias como liberdade política, autogoverno e fim
do absolutismo, inspirou os revolucionários pernambucanos. Os
princípios iluministas foram fundamentais na concepção de uma
sociedade mais democrática e participativa.

Liberdade de Expressão: Os ideais iluministas também incluíam a defesa da liberdade de


expressão, um conceito que pode ter influenciado a busca por maior participação popular e
liberdade de manifestação durante a Revolução Pernambucana.

2. Revolução Francesa:

A Revolução Francesa, ocorrida entre 1789 e 1799,


teve impacto global ao promover a ascensão política da
burguesia, o fim do absolutismo e a busca por princípios
republicanos. Esses eventos podem ter servido de

4
inspiração para os revolucionários em Pernambuco, alimentando a ideia de luta contra a tirania
e a busca pela liberdade.
3. Independência dos EUA:

A independência dos Estados Unidos, consolidada


em 1783, representou a criação da primeira república em
solo americano. Esse acontecimento histórico pode ter
inspirado os pernambucanos na busca por autonomia e
autodeterminação, refletindo a influência dos
movimentos republicanos.

As ideias e eventos que ecoaram do Iluminismo, da Revolução Francesa e da


independência dos Estados Unidos contribuíram para a formação de um contexto
intelectual propício à Revolução Pernambucana, influenciando os ideais e aspirações
dos participantes desse movimento.

Grupos Sociais
1. Camadas Populares de Pernambuco:

As camadas populares desempenharam um papel


significativo na Revolução Pernambucana. O
descontentamento causado por fatores como a seca, a crise
econômica e os elevados impostos mobilizaram os
segmentos mais pobres da população, levando-os a apoiar
e participar ativamente do movimento.
2. Proprietários de Terras:

Os proprietários de terras, especialmente os senhores de


engenho, eram uma classe influente em Pernambuco. A crise na
produção açucareira e a competição com outras regiões
impactaram negativamente esses proprietários, contribuindo
para o clima de insatisfação que alimentou a Revolução.

3. Lideranças Políticas e Religiosas (Revolução dos Padres):

Lideranças políticas e religiosas tiveram um papel proeminente,


e a Revolução Pernambucana ficou conhecida como a "Revolução dos
Padres". Algumas figuras religiosas, como Frei Caneca,
desempenharam papéis importantes na articulação política e na
mobilização popular.

5
4. Maçonaria:

A Maçonaria também teve influência na


Revolução Pernambucana, disseminando
ideais iluministas de liberdade, igualdade e
fraternidade. Membros da Maçonaria podem
ter desempenhado papéis-chave na
organização e na propagação dos princípios
republicanos que inspiraram o movimento.

A convergência de diferentes grupos sociais, unidos por insatisfações políticas,


econômicas e sociais, foi crucial para a mobilização e o êxito temporário da Revolução
Pernambucana. Essa diversidade de atores reflete a complexidade do movimento e
as várias camadas da sociedade envolvidas em sua busca por mudanças.

Propostas Políticas

1. Elite Agrária (Grandes Proprietários de Terras):


 Autogoverno:
Buscavam maior autonomia política para a região, rompendo com a centralização
exercida por Portugal.
 Controle do Comércio:
Propunham o controle local sobre o comércio, visando uma maior autonomia econômica
em relação às imposições portuguesas.
 Fim dos Monopólios Portugueses:
Desejavam o fim dos monopólios comerciais que limitavam as oportunidades econômicas
da região.
 Fim dos Impostos Coloniais:
Almejavam a redução ou eliminação dos pesados impostos coloniais que recaíam sobre a
população local.
 Manutenção do Latifúndio e da Escravidão:
Buscavam preservar o sistema latifundiário e a escravidão, elementos fundamentais para
a economia baseada na produção agrícola.
2. Camadas Populares:
 Igualdade de Direitos:
Pleiteavam a igualdade de direitos para toda a população, incluindo camadas médias e os
mais pobres. Isso envolvia a questão da mão de obra e, em alguns casos, a abolição da
escravidão.

6
3. Objetivos Comuns:
 Independência da Capitania de Pernambuco:
O anseio pela independência da capitania refletia o desejo de autonomia política em
relação a Portugal.
 Proclamação da República:

A Proclamação da República era um objetivo compartilhado, indicando a aspiração por


um governo republicano e descentralizado.

Essas propostas refletem as diferentes visões e interesses das classes sociais


envolvidas na Revolução Pernambucana. A busca por autonomia política, controle
econômico local e questões relacionadas à igualdade foram temas centrais que
uniram e, em alguns casos, diferenciaram os participantes do movimento.

Principais Lideranças na Revolução Pernambucana:

1. Domingos José Martins (Comerciantes):

Representante do segmento de comerciantes, desempenhou um papel


importante na articulação política e na liderança do movimento.
2. Padres João Ribeiro e Miguel Joaquim de Almeida e
Castro (Padre Miguelinho):

Lideranças religiosas que se destacaram no movimento, sendo Padre


Miguelinho uma figura emblemática no contexto da Revolução
Pernambucana.

3. Frei Caneca:

Importante líder religioso e político, Frei Caneca teve


participação ativa no movimento, contribuindo para a organização e
difusão das ideias republicanas.
4. Antônio Carlos Ribeiro de Andrade (Ouvidor-
mor de Olinda):

Como Ouvidor-mor de Olinda, desempenhou um papel significativo na


liderança política, representando os interesses de Olinda na busca pela
autonomia.
5. Capitães José de Barros Lima e Pedro Pedroso:

Capitães que exerceram influência militar no movimento,


contribuindo para a organização das forças que buscavam a independência
de Pernambuco.

7
Essas lideranças desempenharam papéis distintos, representando diferentes
setores da sociedade pernambucana. A união de comerciantes, líderes religiosos,
políticos e militares refletiu a diversidade de forças que se uniram na busca pela
autonomia e pela Proclamação da República na Revolução Pernambucana.

Ação Revolucionária

A ação revolucionária na Revolução Pernambucana de 1817 foi marcada por


eventos significativos que culminaram na Proclamação da República em Pernambuco.
Alguns dos principais acontecimentos e medidas adotadas foram:

1. Derrubada do Governador:

Os revolucionários conseguiram derrubar o governador de Pernambuco, Caetano Pinto


de Miranda Montenegro, marcando o início efetivo da revolta.
2. Proclamação da República em Pernambuco:

Após a queda do governador, foi proclamada a República em Pernambuco, sinalizando a


ruptura com o domínio português e a busca pela autonomia política.
3. Medidas Adotadas:

Foram adotadas medidas importantes, como a garantia da liberdade de expressão, de


imprensa e de religião. Além disso, a abolição de impostos sobre gêneros básicos visava aliviar
a carga tributária sobre a população.
4. Adesão de Capitanias:

As capitanias da Paraíba e do Rio Grande do Norte aderiram à Revolução, ampliando o


alcance geográfico do movimento.
5. Lei Orgânica:

O governo revolucionário elaborou uma lei orgânica, que funcionava como um esboço de
constituição. Essa lei buscava estabelecer princípios republicanos, incluindo a igualdade de
direitos.
6. Busca por Apoio Externo:

Os revolucionários pernambucanos tentaram obter apoio externo, buscando alianças com


países como Estados Unidos, Inglaterra e Argentina.
7. Descontentamento Popular:

8
Apesar das medidas progressistas, a manutenção da propriedade privada, incluindo a
escravidão, gerou descontentamento entre as camadas populares, que almejavam a abolição da
escravidão.
8. Ocupação do Poder por 3 Meses:

Os rebeldes ocuparam o poder por aproximadamente três meses, entre março e maio de
1817, período em que tentaram implementar suas ideias e consolidar a independência de
Pernambuco
A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817, que simbolizou o período em
que Pernambuco proclamou sua independência, serve de inspiração para a bandeira
atual do estado de Pernambuco. As referências históricas e os símbolos presentes na
bandeira original foram incorporados à atual, criando uma conexão visual e simbólica
entre o passado revolucionário e a identidade contemporânea do estado. É comum
ver elementos históricos sendo preservados e reinterpretados nas bandeiras e
símbolos atuais de várias regiões, refletindo a importância da memória e das
tradições na construção da identidade cultural.

Derrota do Movimento
A execução do Padre Miguelinho e a repressão severa demonstram a resposta implacável
do governo à Revolução Pernambucana de 1817. A punição exemplar, como o fuzilamento de
lideranças, era uma estratégia comum para desencorajar futuros levantes e manter o controle
sobre as províncias coloniais. Infelizmente, a divergência interna entre os grupos sociais e a
falta de apoio externo foram fatores adicionais que contribuíram para a derrota do movimento.
Essa revolta, apesar de ter alcançado a independência temporária, enfrentou desafios
significativos que resultaram em sua supressão.

Fixando o Conteúdo
1. Quem liderou a família real portuguesa durante as Invasões Francesas em Portugal
(1808-1814)?
2. O que contribuiu para as mudanças econômicas e sociais no Brasil durante o Período
Joanino (1808-1821)?
3. Qual foi a principal influência ideológica na Revolução Pernambucana?
4. Quais foram as causas da Revolução Pernambucana em 1817?
5. Qual foi o impacto histórico da República Pernambucana de 1817?
6. Quais foram os desdobramentos da Revolução Pernambucana?
7. O que caracterizou a Inconfidência Mineira em relação à Revolução Pernambucana?
8. O que a Conjuração Baiana buscava além da independência?
9. Qual evento internacional impactou o Período Joanino?
10. O que contribuiu para a decadência econômica de Pernambuco antes da Revolução
Pernambucana?
11. Quais eram os objetivos das camadas populares na Revolução Pernambucana?
12. Quem foi conhecido como líder religioso e político na Revolução Pernambucana?
13. O que representou a bandeira da Revolução Pernambucana de 1817?
14. Quais foram as principais medidas adotadas durante a Revolução Pernambucana de
1817?
15. Quem derrubaram durante a ação revolucionária de 1817?
16. Qual foi a busca dos revolucionários por apoio externo durante a Revolução
Pernambucana?

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17. O que marcou o fim temporário da Revolução Pernambucana?
18. O que a divergência interna e a falta de apoio externo contribuíram para?
19. Quem liderou o movimento de independência nas capitanias da Paraíba e do Rio Grande
do Norte?
20. O que caracterizou a busca das camadas populares durante a Revolução Pernambucana?

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Fixando o conteúdo

1. Dom João, o príncipe regente, liderou a família real portuguesa durante as Invasões
Francesas.
2. A abertura dos portos às nações amigas em 1808 contribuiu para as mudanças
econômicas e sociais no Brasil durante o Período Joanino.
3. Os ideais iluministas e liberais, promovendo conceitos como igualdade, liberdade e
fraternidade, foram a principal influência ideológica na Revolução Pernambucana.
4. Insatisfação com o domínio português, desejo por maior participação política, autonomia
regional e adoção de ideias liberais e republicanas foram causas da Revolução
Pernambucana.
5. Mesmo efêmera, a República Pernambucana teve um impacto histórico significativo,
sendo um dos primeiros movimentos em direção à independência no Brasil.
6. A instauração da República Pernambucana durou apenas alguns meses, sendo reprimida
pelas forças portuguesas com perseguições e punições aos envolvidos.
7. A Inconfidência Mineira não obteve sucesso como a Revolução Pernambucana, mas é
considerada um marco significativo na luta pela independência.
8. Além da independência, a Conjuração Baiana também buscava a abolição da escravidão.
9. A invasão napoleônica em Portugal, em 1807, impactou o Período Joanino.
10. A seca de 1816 contribuiu para a decadência econômica de Pernambuco antes da
Revolução Pernambucana.
11. As camadas populares buscavam igualdade de direitos, incluindo camadas médias e os
mais pobres, na Revolução Pernambucana.
12. Frei Caneca foi conhecido como líder religioso e político na Revolução Pernambucana.
13. A bandeira da Revolução Pernambucana representou o período em que Pernambuco
proclamou sua independência.
14. Medidas importantes incluíram a garantia da liberdade de expressão, a abolição de
impostos sobre gêneros básicos e a elaboração de uma lei orgânica.
15. Os revolucionários derrubaram o governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro
durante a ação revolucionária de 1817.
16. Os revolucionários pernambucanos buscaram apoio externo, tentando alianças com
países como Estados Unidos, Inglaterra e Argentina.
17. A execução do Padre Miguelinho e a repressão severa marcaram o fim temporário da
Revolução Pernambucana.
18. A divergência interna e a falta de apoio externo contribuíram para a derrota do
movimento revolucionário.
19. Capitães como José de Barros Lima e Pedro Pedroso lideraram o movimento de
independência nas capitanias da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
20. As camadas populares buscavam igualdade de direitos, incluindo a questão da mão de
obra e, em alguns casos, a abolição da escravidão.

11
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário ocorrido em 1824,


principalmente na região nordeste do Brasil, em resposta à centralização de
poder imposta pelo Império após a independência. Os revoltosos buscavam
maior autonomia regional, participação popular no governo e a revogação de medidas
consideradas autoritárias. A revolta foi reprimida pelas forças imperiais,
resultando em execuções e punições aos líderes do movimento.

Os antecedentes da Confederação do Equador

 Crise Pernambucana de 1823:


Queda nas exportações de açúcar e algodão,
principais produtos de exportação de Pernambuco.
A crise gerou oscilação nos preços no mercado
externo, afetando especialmente o setor açucareiro.

 Insatisfação Social:
A crise econômica resultou em inflação, prejudicando principalmente
a população mais pobre e gerando descontentamento.
Alta carga tributária imposta por Dom Pedro I para financiar gastos,
incluindo a contratação de mercenários ingleses para conter revoltas.

 Liberalismo e Republicanismo:
Atuação da maçonaria na disseminação de ideias de
liberdade, igualdade e fraternidade.
Insatisfação política devido a decisões absolutistas
e arbitrárias do Imperador, como a Outorgação da
Constituição de 1824, que fechou a primeira Assembleia
Constituinte e outorgou a constituição de forma
unilateral.

Definição

A Confederação do Equador foi um movimento que


ocorreu em Pernambuco em 1824. Tratou-se de uma
revolta separatista, republicana e federalista, onde os
envolvidos buscavam a autonomia da região em relação ao
governo central no Brasil Imperial. Inicialmente iniciado
em Pernambuco, o movimento se estendeu para outras
províncias, incluindo Rio Grande do Norte (RN), Ceará (CE)
e Paraíba (PB). A revolta refletiu a insatisfação com as

1
políticas centralizadoras do imperador Dom Pedro I, culminando na busca por uma estrutura
política mais descentralizada e democrática.

Causas

As causas da Confederação do Equador incluíram:

Autoritarismo de D. Pedro I: A insatisfação com o governo


de Dom Pedro I, que era percebido como autoritário e tomava
decisões arbitrárias, contribuiu para o descontentamento da
população.

O Poder Moderador: O descontentamento também estava


relacionado ao Poder Moderador, uma prerrogativa exclusiva do
imperador que concentrava uma significativa quantidade de
poder nas mãos do monarca, limitando a participação popular nas
decisões políticas.

Pobreza generalizada: A crise na produção de açúcar e as


dificuldades nas exportações causaram uma queda na economia,
resultando em pobreza generalizada. Essa situação econômica difícil
aumentou as tensões sociais na região.

Elevados Impostos: A carga tributária elevada, imposta pelo


governo imperial para sustentar seus gastos, gerou insatisfação entre a
população, especialmente entre os mais pobres, que eram mais impactados
pela inflação e pela crise econômica.

Esses fatores combinados levaram a um clima propício para a eclosão da Confederação do


Equador, movimento que buscava mudanças na estrutura política e econômica da região.

Líderes

Os líderes da Confederação do Equador incluíram:

Paes de Andrade: Uma figura importante no movimento, Paes de


Andrade foi um político e militar brasileiro que desempenhou um
papel significativo na articulação e liderança da Confederação do
Equador.

Cipriano Barata: Médico, jornalista e político, Cipriano Barata foi um dos


líderes da Confederação do Equador. Ele desempenhou um papel fundamental
na disseminação de ideias republicanas e federais, usando sua influência na
imprensa para promover os princípios do movimento.

2
Frei Caneca: Frade, jornalista e político, Frei Caneca foi uma
figura notável na Confederação do Equador. Sua participação no
movimento refletiu o descontentamento com o governo imperial e a
defesa de ideais republicanos e liberais.

Características do Movimento

A Confederação do Equador foi um movimento com as seguintes características:

Contra a Centralização e Autoritarismo: O movimento era uma reação à centralização


política e ao autoritarismo de Dom Pedro I. A Constituição de 1824, outorgada pelo imperador,
foi um ponto central de descontentamento.

Lideranças Importantes: Manuel Paes de Andrade, Cipriano Barata e Frei Caneca foram
líderes proeminentes que desempenharam papéis cruciais na articulação e liderança do
movimento.

Críticas através do Jornal Typhis Pernambucano:


O Jornal Typhis Pernambucano foi utilizado pelos
confederados para expressar críticas e difundir ideias
contrárias ao governo de Dom Pedro I. A imprensa
desempenhou um papel vital na disseminação de
informações e na mobilização da população.

Alta Participação Popular: O movimento contou com uma participação significativa da


população. O descontentamento generalizado, motivado por fatores como pobreza,
autoritarismo e altos impostos, contribuiu para a adesão massiva à causa confederada.

Medidas Adotadas

Durante a Confederação do Equador, foram adotadas diversas medidas pelo


movimento:
Formação de um Governo Provisório: Foi estabelecido um governo temporário para
administrar as questões políticas e administrativas durante o período do movimento.

Convocação de uma Assembleia Constituinte: A convocação de uma assembleia


constituinte demonstra a intenção de redefinir as bases políticas e legais da região, afastando-
se das imposições da Constituição de 1824.

Elaboração de um Projeto Constitucional: O movimento buscou criar uma nova


constituição que refletisse os ideais republicanos e federalistas, em contraposição à
Constituição de 1824.

Extinção do Tráfico Negreiro: A extinção do tráfico negreiro, embora não tenha sido
adotada de forma unânime, reflete a sensibilidade de alguns setores do movimento para
questões relacionadas à escravidão e ao comércio de escravizados.

3
Organização de Forças Populares: Houve uma mobilização das forças populares para
resistir à repressão imperial e promover os ideais da Confederação. Essa organização envolveu
a participação ativa da população na defesa dos interesses confederados.

Resistência à Repressão Imperial: A Confederação do Equador enfrentou forte


repressão por parte das autoridades imperiais. A resistência a essa repressão evidencia a
determinação e a luta contínua do movimento contra o governo central.

O nome "Confederação do Equador" refere-se à localização geográfica próxima


à linha do Equador, marcando a região em que o movimento ocorreu.

Fixando o Conteúdo

1. Em que ano ocorreu a Confederação do Equador?


2. Qual era o principal objetivo dos revoltosos durante a Confederação do Equador?
3. Onde principalmente a Confederação do Equador ocorreu?
4. Quais foram os antecedentes da Confederação do Equador?
5. O que motivou a insatisfação social durante a Crise Pernambucana de 1823?
6. Qual foi o papel da maçonaria na disseminação de ideias durante a Confederação do
Equador?
7. Quem foi Paes de Andrade e qual foi seu papel na Confederação do Equador?
8. Quem era Cipriano Barata e como ele contribuiu para a Confederação do Equador?
9. Quem foi Frei Caneca e qual foi sua participação na Confederação do Equador?
10. Contra o que a Confederação do Equador reagiu?
11. Quais foram as características do movimento da Confederação do Equador?
12. Como a imprensa, especialmente o Jornal Typhis Pernambucano, foi utilizada pelos
confederados?
13. O que motivou a alta participação popular na Confederação do Equador?
14. Quais medidas foram adotadas durante a Confederação do Equador?
15. O que significava o nome "Confederação do Equador" em termos geográficos?
16. Qual era o descontentamento relacionado ao Poder Moderador durante a Confederação
do Equador?
17. Como a crise na produção de açúcar afetou a economia durante a Crise Pernambucana de
1823?
18. Qual era a carga tributária imposta por Dom Pedro I que causou insatisfação?
19. Quem foram alguns dos líderes importantes da Confederação do Equador?
20. O que aconteceu com a Confederação do Equador após a repressão imperial?

4
Respostas
1. A Confederação do Equador ocorreu em 1824.
2. O principal objetivo dos revoltosos durante a Confederação do Equador era obter maior
autonomia regional, participação popular no governo e revogação de medidas
autoritárias.
3. A Confederação do Equador ocorreu principalmente na região nordeste do Brasil.
4. Os antecedentes da Confederação do Equador incluíram a Crise Pernambucana de 1823.
5. A insatisfação social durante a Crise Pernambucana de 1823 foi motivada pela inflação
resultante da crise econômica, prejudicando principalmente a população mais pobre.
6. O papel da maçonaria na disseminação de ideias durante a Confederação do Equador foi
atuar na propagação de princípios de liberdade, igualdade e fraternidade.
7. Paes de Andrade foi um político e militar brasileiro que desempenhou um papel
significativo na articulação e liderança da Confederação do Equador.
8. Cipriano Barata foi um médico, jornalista e político que desempenhou um papel
fundamental na disseminação de ideias republicanas e federais durante a Confederação
do Equador.
9. Frei Caneca foi um frade, jornalista e político notável na Confederação do Equador,
refletindo o descontentamento com o governo imperial e a defesa de ideais republicanos
e liberais.
10. A Confederação do Equador reagiu contra a centralização política e o autoritarismo de
Dom Pedro I.
11. As características do movimento da Confederação do Equador incluíram a resistência à
centralização e ao autoritarismo, lideranças importantes como Manuel Paes de Andrade,
Cipriano Barata e Frei Caneca, críticas através do Jornal Typhis Pernambucano e alta
participação popular.
12. A imprensa, especialmente o Jornal Typhis Pernambucano, foi utilizada pelos
confederados para expressar críticas e difundir ideias contrárias ao governo de Dom
Pedro I.
13. A alta participação popular na Confederação do Equador foi motivada pelo
descontentamento generalizado, incluindo fatores como pobreza, autoritarismo e altos
impostos.
14. Durante a Confederação do Equador, foram adotadas medidas como a formação de um
governo provisório, a convocação de uma assembleia constituinte, a elaboração de um
projeto constitucional, a extinção do tráfico negreiro e a organização de forças populares.
15. O nome "Confederação do Equador" referia-se à localização geográfica próxima à linha
do Equador, marcando a região em que o movimento ocorreu.
16. O descontentamento relacionado ao Poder Moderador durante a Confederação do
Equador estava ligado à prerrogativa exclusiva do imperador que concentrava uma
significativa quantidade de poder nas mãos do monarca, limitando a participação
popular nas decisões políticas.
17. A crise na produção de açúcar afetou a economia durante a Crise Pernambucana de 1823,
causando uma queda nas exportações e oscilação nos preços no mercado externo.
18. A carga tributária imposta por Dom Pedro I que causou insatisfação foi elevada e visava
sustentar seus gastos, incluindo a contratação de mercenários ingleses para conter
revoltas.
19. Alguns dos líderes importantes da Confederação do Equador foram Paes de Andrade,
Cipriano Barata e Frei Caneca.
20. Após a repressão imperial, a Confederação do Equador enfrentou desafios significativos,
resultando na derrota do movimento.

5
GUERRA DOS CABANOS (1835)
A Cabanada: Pernambuco/Alagoas (1832-1834)

As dificuldades financeiras do novo regime,


marcadas pelo quase estagnação do comércio
exterior, a queda nas cotações do algodão e da cana-
de-açúcar, e o privilégio aduaneiro concedido à
Inglaterra, levaram a elite a aderir à revolta conhecida
como "A Guerra dos Cabanos". Essa rebelião foi
conservadora, pois buscava o retorno de D. Pedro I ao
trono do Brasil.

Acontecendo na zona da mata e no agreste, a liderança ficou a cargo de Vicente de Paula,


tendo seguidores de origem humilde, principalmente índios, como os jacuípes, e
escravos foragidos, chamados de papaméis.

A "Guerra dos Cabanos" representa um episódio histórico marcante, sendo uma


revolta conservadora que surgiu devido às dificuldades financeiras do novo regime,
principalmente a quase estagnação do comércio exterior, a queda nas cotações do
algodão e da cana-de-açúcar, e o privilégio aduaneiro concedido à Inglaterra. Uma
curiosidade adicional é que essa rebelião ocorreu na zona da mata e no agreste.

A liderança da revolta ficou a cargo de Vicente de Paula, e seus seguidores,


conhecidos como Cabanos, eram predominantemente de origem humilde, incluindo
índios, como os jacuípes, e escravos foragidos, chamados de papaméis. Essa
composição diversificada destaca a mobilização de diferentes grupos sociais em
busca de objetivos conservadores, incluindo o retorno de D. Pedro I ao trono do
Brasil. A "Guerra dos Cabanos" ilustra as complexas dinâmicas políticas e sociais que
caracterizaram o Brasil no século XIX.

Com a morte de Dom Pedro I em Portugal em 1834, o movimento perdeu sua razão de
existir. Em uma Conferência de Paz com a participação do bispo Dom João da Purificação
Marques Perdigão, a rebelião terminou. Mesmo assim, os governadores Manoel de Carvalho
Paes de Andrade e Antônio Pinto Chichorro da Gama enviaram um exército de 4000
soldados para cercar a região, resultando na prisão de centenas de revoltosos. Ao término
da Cabanada, o líder Vicente de Paula foi capturado e enviado para a ilha de Fernando de
Noronha.

Apesar do fim oficial da Cabanada, os governadores Manoel de Carvalho Paes


de Andrade e Antônio Pinto Chichorro da Gama não cessaram as ações. Eles enviaram
um exército de 4000 soldados para cercar a região, resultando na prisão de centenas
de revoltosos. No desfecho, o líder Vicente de Paula foi capturado e enviado para a
ilha de Fernando de Noronha. Esse episódio ilustra não apenas as complexidades

1
políticas da época, mas também as medidas repressivas adotadas para conter
movimentos rebeldes no contexto do Brasil no século XIX.

Cabanada
A Cabanada, ocorrida entre Pernambuco e
Alagoas, durante o conturbado período regencial
entre a abdicação de D. Pedro I (1831) e a
maioridade de D. Pedro II (1840), é um conflito
muitas vezes esquecido e confundido com a
Cabanagem no Pará. Ao contrário de outras revoltas
da época, a Cabanada não foi uma contestação ao
regime imperial autoritário nem tinha como objetivo
alcançar a independência regional. Tratou-se de
uma guerra das "gentes do mato" – índios, escravos, posseiros – em defesa de suas terras.
As motivações iam desde a busca por terra até a necessidade básica de viver no ambiente
natural.

Ao contrário de outras revoltas da época, a Cabanada não foi uma contestação


ao regime imperial autoritário, nem tinha como objetivo alcançar a independência
regional.

A característica singular da Cabanada reside no fato de ser uma guerra das


"gentes do mato" – índios, escravos, posseiros – em defesa de suas terras. As
motivações variavam desde a busca por terras até a necessidade básica de viver no
ambiente natural. Esse aspecto a diferencia de muitas revoltas da época, ressaltando
suas raízes na defesa do território e na busca por condições de vida dignas para as
comunidades envolvidas.

O conflito teve início na cidade do Recife, em


abril de 1832, com um levante de militares de alta
patente e proprietários rurais insatisfeitos com os
desdobramentos após a abdicação de D. Pedro I. A
volta do imperador para Portugal levou à anistia dos
remanescentes da Confederação do Equador, que
haviam lutado pela independência da região em 1824.
Com a perda de poder na província para seus
adversários, parte da elite local se rebelou contra o
novo governo provincial, mas foi rapidamente
derrotada.

No entanto, a situação se complicou quando esses


proprietários rurais armaram escravos e índios no
interior, esperando contar com seu apoio na batalha.
Diante desse cenário, o governo decidiu enviar um
exército com mais de mil homens em direção à divisa com
Alagoas para enfrentar a "gente das matas", os habitantes
das florestas que viviam à margem da economia local baseada

2
na cana-de-açúcar e no plantio de algodão. A resistência dessas comunidades à investida foi
imediata e brutal.

As autoridades militares passaram a chamar os rebeldes de "cabanos", uma


referência às cabanas em que viviam. Quando começaram a ganhar vantagem contra as tropas
oficiais no final de 1832, tornou-se pública a figura de seu principal líder: Vicente de Paula.
Pouco se sabe sobre suas origens, mas ele afirmou ser filho de um padre de Goiana, importante
vila próxima à divisa com a Paraíba. As autoridades o acusavam de ser um "ladrão de
escravos".

Entretanto, se tivesse vendido alguns dos inúmeros escravos que diziam ter "roubado" ou
os colocado para trabalhar em seu benefício, teria se tornado um homem rico. A acusação
era, na verdade, um eufemismo para encobrir a escolha feita espontaneamente pelos
cativos, que optavam por deixar os engenhos e eram assimilados pelos cabanos. Apesar
de obrigados a obedecer à hierarquia do grupo, sua situação passava a ser muito diferente da
escravidão, marcando o início da liberdade.

Em seus manifestos, os cabanos eram


claros em seus objetivos. Lutavam pela volta
de Pedro I, pela defesa da Igreja e contra os
"jacubinos" (termo utilizado por eles), que
afirmavam terem se apropriado do governo
após derrubarem o legítimo imperador. O cerne
da luta era manter suas terras contra os
proprietários rurais que começaram a
invadir as florestas, anteriormente
reservadas à Marinha Imperial para
extração de madeira. Muitos habitantes das
matas, que antes foram recompensados por sua
participação na repressão às revoltas contra o
imperador, agora temiam represálias, como os índios de Jacuípe.

Os escravos envolvidos na revolta tinham uma demanda específica: lutavam pela


nova condição adquirida após serem "roubados" por Vicente de Paula. Em fevereiro de
1833, o comandante das Armas de Pernambuco, José Joaquim da Silva Santiago, considerava a
possibilidade de exterminar os revoltosos caso não se rendessem. Uma proclamação foi
afixada nas árvores, chamando os cabanos de "brasileiros degenerados", mas a "gente das
matas" não se deixou intimidar. Retomaram a povoação de Jacuípe e lutaram para conquistar o
porto natural de Barra Grande, na expectativa de uma esquadra que, acreditavam, traria de
volta Pedro I.

Naquele ponto estratégico, onde a


esquadra imperial havia aportado para
reprimir insurreições anteriores, os
cabanos consideravam vital para seus
interesses. Desferiram vários ataques dali,
inclusive em Barra Grande, onde a esquadra
imperial havia aportado para reprimir a
Insurreição Pernambucana de 1817 e a
Confederação do Equador em 1824. Tanto
Barra Grande quanto Porto Calvo, que era o

3
centro das operações contra o Quilombo de Palmares (destruído em 1695), foram tomados e
perdidos pelos cabanos em sucessivos combates.

Vicente de Paula possuía uma vantagem estratégica única: sua habilidade em navegar
pelos labirintos das matas. Suas tropas surgiam de lugares inesperados, tomando posições
importantes, disseminando o terror e derrotando inúmeros guardas nacionais e soldados de
primeira linha. O batalhão mais temido era o dos "papa-méis", composto inteiramente por
escravos "roubados" por ele.

A morte de Pedro I, em 1834,


marcou o fim da Cabanada, mas não sem
resistência. Nesse ano, os presidentes de
Pernambuco e de Alagoas, Manoel de
Carvalho Paes de Andrade e Antonio Pinto
Chichorro da Gama, respectivamente,
uniram forças para elaborar uma
estratégia conjunta contra os cabanos.
Com um contingente de mais de quatro mil
homens, decidiram cercar as áreas das matas, distribuir proclamações e oferecer anistia aos
que se rendessem. Aqueles que recusassem a oferta enfrentariam a morte. O coronel Joaquim
José Luís de Souza, comandante geral das operações, afirmou que a única maneira de
capturar os cabanos era emboscá-los, como se fazia com veados do mato.

Essa nova estratégia foi eficaz. As tropas do governo destruíram todas as cabanas,
plantações e animais encontrados. Em um local, descobriram um galo cuja boca estava
amarrada com arame para que não revelasse, por meio do canto, a localização de seus donos. O
bispo de Pernambuco colaborou com a repressão, mobilizando um pequeno exército de
padres para pregar na área do conflito, assegurando que Pedro I estava morto e que a
Regência não era contra o cristianismo. Gradualmente, os cabanos foram se rendendo,
incluindo os índios de Jacuípe, considerados os rebeldes mais "ferozes".

Fixando o Conteúdo

1. Qual foi a principal motivação da revolta conhecida como "A Guerra dos Cabanos"?
2. Onde ocorreu a liderança da Guerra dos Cabanos, e quem foi o líder?
3. O que levou ao fim da Cabanada em 1834?
4. Qual foi a principal característica da Cabanada em Pernambuco e Alagoas durante o
período regencial?
5. Quem eram os "cabanos" e por que receberam esse nome?
6. Quais eram as principais demandas dos escravos envolvidos na revolta?
7. Qual era a estratégia do governo para lidar com os cabanos após a morte de Dom Pedro
I em 1834?
8. Quem era Vicente de Paula, e por que sua habilidade em navegar pelas matas foi uma
vantagem estratégica?
9. Como a estratégia conjunta dos presidentes de Pernambuco e Alagoas contribuiu para o
fim da Cabanada?
10. Como o bispo de Pernambuco colaborou com a repressão durante a Guerra dos Cabanos?

4
Respostas

1. A Guerra dos Cabanos buscava o retorno de Dom Pedro I ao trono do Brasil.


2. A liderança da Guerra dos Cabanos ocorreu na zona da mata e no agreste, tendo Vicente
de Paula como líder.
3. A morte de Dom Pedro I em Portugal, em 1834, levou ao fim da Cabanada.
4. A Cabanada foi uma guerra das "gentes do mato" – índios, escravos, posseiros – em defesa
de suas terras, não sendo uma contestação ao regime imperial autoritário.
5. Os "cabanos" eram habitantes das florestas que viviam à margem da economia local,
sendo chamados assim devido às cabanas em que viviam.
6. Os escravos envolvidos na revolta lutavam pela nova condição adquirida após serem
"roubados" por Vicente de Paula.
7. Após a morte de Dom Pedro I, o governo decidiu cercar as áreas das matas, distribuir
proclamações e oferecer anistia aos cabanos, ameaçando com a morte aqueles que
recusassem a oferta.
8. Vicente de Paula era um líder da Cabanada com habilidade em navegar pelos labirintos
das matas, o que proporcionou vantagem estratégica.
9. A estratégia conjunta dos presidentes de Pernambuco e Alagoas envolveu cercar as áreas
das matas, distribuir proclamações e oferecer anistia aos cabanos, resultando na
destruição das cabanas e na rendição gradual dos rebeldes.
10. O bispo de Pernambuco colaborou com a repressão mobilizando um pequeno exército de
padres para pregar na área do conflito, assegurando que Pedro I estava morto e que a
Regência não era contra o cristianismo.

5
REVOLUÇÃO PRAIEIRA

A Revolução Praieira foi uma revolta ocorrida entre 1848 e 1850 na província
de Pernambuco durante o Segundo Reinado no Brasil. Os rebeldes, conhecidos como
"praieiros", buscavam reformas políticas, sociais e econômicas, incluindo
maior participação popular no governo e o fim do poder dos grandes
proprietários de terras. A revolta foi reprimida pelas autoridades imperiais,
resultando em conflitos armados e marcando um período de instabilidade na região.

Definição

A Revolução Praieira (1848-1850) foi a maior


insurreição do Segundo Reinado no Brasil. Este
movimento foi caracterizado por uma revolta
popular contra a monarquia, sendo, ao mesmo
tempo, um movimento de caráter liberal e
federalista. Os rebeldes, conhecidos como "praieiros",
buscavam reformas políticas, sociais e econômicas,
incluindo uma maior participação popular no governo
e a redução do poder dos grandes proprietários de
terras. A revolta foi reprimida pelas autoridades imperiais, resultando em conflitos armados e
marcando um período de instabilidade na região de Pernambuco.

Durante a Revolução Praieira, o movimento contou com a participação ativa de


diversas camadas da sociedade, incluindo pessoas escravizadas. Algumas fontes
históricas indicam que escravizados se uniram aos praieiros na busca por liberdade
e melhores condições sociais. Essa participação demonstra a complexidade e
diversidade dos interesses envolvidos no movimento, ampliando a compreensão das
dinâmicas sociais da época.

Influências Externas
 Liberalismo:
A Revolução Praieira refletiu ideias liberais
que ganharam força no século XIX. Os praieiros
buscavam reformas políticas e sociais, incluindo
maior participação popular no governo. O
contexto liberal europeu, com princípios como
igualdade e direitos individuais, certamente
influenciou os ideais dos revoltosos no Brasil.

1
 Nacionalismo:
O nacionalismo, que se manifesta no desejo de
autonomia e identidade nacional, também pode ser
identificado na Revolução Praieira. O movimento buscava
não apenas mudanças políticas, mas também uma
afirmação da identidade regional e nacional, contrapondo-
se ao centralismo do Império.

 Primavera dos Povos na Europa:


A "Primavera dos Povos", que ocorreu em 1848 na
Europa, foi um período de intensa agitação política
marcado por levantes populares e pedidos por
reformas democráticas e sociais. Esses eventos
certamente inspiraram movimentos semelhantes em
outras partes do mundo, incluindo a Revolução Praieira.

Portanto, a Revolução Praieira não ocorreu de forma isolada, mas sim dentro de um
contexto global de ideias e movimentos que buscavam transformações políticas e sociais.
As influências externas contribuíram para moldar os ideais e aspirações dos praieiros durante
esse período no Brasil.

Durante a Revolução Praieira, a influência do Liberalismo e do Nacionalismo não


se limitou apenas às ideias políticas. Os praieiros também expressaram esses ideais
por meio de símbolos e imagens. Um exemplo notável é a criação de bandeiras com
cores e símbolos que representavam os princípios liberais e nacionalistas. Esses
elementos visuais não apenas refletiam os ideais do movimento, mas também
buscavam unificar e fortalecer a identidade dos praieiros, contribuindo para a
construção de uma narrativa visual e simbólica em torno de sua luta por reformas
políticas e sociais.

Insatisfação Política

A insatisfação política durante a Revolução


Praieira estava profundamente ligada à
oposição dos praieiros à centralização política
vigente na época, especialmente em relação ao
poder moderador. A Constituição de 1824
estabelecia o poder moderador, uma prerrogativa
exclusiva do imperador, conferindo-lhe uma
significativa concentração de poder. Os
praieiros viam essa centralização como uma
ameaça à participação popular no governo e aos princípios liberais que buscavam
promover.

2
A crítica ao poder moderador representava uma resistência à figura do imperador como
detentor de uma autoridade centralizada e pouco sujeita a mecanismos de controle e
representação democrática. Portanto, a insatisfação política dos praieiros estava
intrinsecamente ligada à luta contra essa concentração de poder e à busca por uma maior
participação do povo nas decisões políticas, refletindo os ideais liberais que inspiraram a
revolta.
Durante a Revolução Praieira, os praieiros não apenas expressaram sua
insatisfação política por meio de manifestações e ações diretas, mas também
utilizaram meios simbólicos para protestar contra o poder moderador. Algumas
fontes históricas indicam que, em certos momentos do movimento, os praieiros
realizaram manifestações públicas onde queimavam cópias da Constituição de 1824
como um ato simbólico de rejeição ao poder moderador e aos princípios que
consideravam opressivos. Essa forma de protesto visual destacou o repúdio dos
praieiros à estrutura política existente e reforçou a natureza simbólica e ideológica
da Revolução Praieira.

Os principais fatores que ocasionaram a Revolução Praieira

 Condições Econômicas:
Crise econômica devido à queda das importações de açúcar e algodão: A economia
baseada na produção de açúcar e algodão enfrentou dificuldades, impactando negativamente a
região de Pernambuco. Essa crise econômica pode ter contribuído para o descontentamento e
instabilidade na região.
 Disputa Política:
Conflito entre os Gabirus (Conservadores) e
os Praieiros (Liberais): A disputa política entre esses
grupos dominantes em Pernambuco refletia as
tensões ideológicas e de interesse na sociedade. Os
Praieiros, representando ideais liberais, buscavam
mudanças políticas e sociais, enquanto os Gabirus,
conservadores, resistiam a essas transformações.

A localização física da sede na praia, que deu origem ao nome Praieira: Esse
detalhe geográfico pode ter tido impactos simbólicos e práticos na identidade do
movimento, destacando a conexão direta com o local e possivelmente influenciando
a dinâmica da revolta.

3
Os privilégios lusitanos
 Monopólio Comercial:
Os portugueses mantinham um monopólio sobre o
comércio, controlando quem podia negociar e o que
podia ser comercializado. Isso limitava as
oportunidades econômicas para a população local,
impedindo o desenvolvimento de uma economia mais
diversificada.
 Controle de Preços:

Os preços dos produtos eram determinados pelos interesses portugueses, muitas


vezes levando a práticas que geravam inflação e carestia. Isso impactava diretamente a vida
cotidiana da população, resultando em condições econômicas difíceis.
 Insatisfação Popular:
O controle estrito exercido pelos portugueses sobre a economia colonial gerava
insatisfação entre os habitantes locais. As restrições ao comércio e a manipulação dos preços
contribuíam para um ambiente de descontentamento, especialmente entre aqueles que
sentiam os efeitos negativos diretamente.
Durante o período de controle lusitano sobre o comércio colonial, a população
muitas vezes encontrava maneiras criativas de contornar as restrições impostas pelos
portugueses. O surgimento de práticas de contrabando e comércio informal,
conhecido como "mercado negro", tornou-se uma resposta à opressão econômica.
Essas atividades clandestinas não apenas permitiam que os colonos contornassem
as regulamentações comerciais, mas também serviam como formas de resistência à
dominação lusitana. O mercado negro não só desafiava o monopólio comercial
imposto, mas também proporcionava à população local uma sensação de autonomia
e controle sobre sua própria economia, representando uma forma de resistência
econômica durante o período colonial.

Família Cavalcanti

A presença e influência da família Cavalcanti na política e na


economia de Pernambuco indicam um cenário de grande concentração
de poder durante o período histórico em questão. Alguns pontos
relevantes sobre a família Cavalcanti e sua posição na sociedade
pernambucana incluem:

 Concentração de Poder Político:

O controle exercido pela família Cavalcanti sobre a política


provincial evidencia uma centralização significativa de poder. Esse
domínio político pode ter impactado diretamente nas decisões e
políticas implementadas na região, favorecendo os interesses da família.

 Domínio na Economia Canavieira:

4
A posse de dois terços dos engenhos de Pernambuco pela família Cavalcanti destaca
sua influência na economia canavieira, que era uma das principais atividades econômicas da
região colonial. Esse controle econômico proporcionava não apenas riqueza, mas também
um poder considerável sobre a produção e comercialização de açúcar.

A influência da família Cavalcanti não se limitava apenas aos aspectos políticos


e econômicos, mas também se estendia às esferas culturais e sociais. A família, como
muitas outras elites coloniais, frequentemente desempenhava um papel ativo na
promoção das artes, na construção de instituições culturais e na definição de padrões
sociais. Isso criava uma dinâmica na qual não apenas o poder político e econômico
era concentrado, mas também a capacidade de influenciar a cultura e a identidade
da sociedade local. A presença marcante da família Cavalcanti em vários aspectos da
vida pernambucana destaca a interconexão complexa entre poder, cultura e
sociedade durante esse período histórico.

A Revolução Praieira

 Fundação do Partido da Praia (1842):

O surgimento do partido da Praia, com sede


no Jornal Diário Novo, marcou o início da articulação
política em favor de uma revolta armada. Esse partido
representava a insatisfação e as aspirações por
mudanças diante de diversos problemas, incluindo
a centralização política, o poder moderador e a
concentração de terras.

 Motivações para a Revolta:

A centralização política, o poder moderador, a concentração de terras e a influência da


família Cavalcanti foram fatores fundamentais que alimentaram o desejo por mudanças
e influenciaram a decisão de buscar uma revolta armada.

 Manifesto ao Mundo (1848):

A publicação do manifesto em 1848 evidencia a intenção dos praieiros de comunicar


suas reivindicações ao mundo, possivelmente buscando apoio e simpatia internacional para
sua causa.

 Eclodir do Movimento em Olinda (1848):

A eclosão do movimento em Olinda, em 1848, com a derrubada do presidente da província


de Pernambuco, Antônio Pinto Chichorro da Gama, marca o início efetivo da Revolução
Praieira. Esse evento foi um passo significativo na tentativa de alcançar as mudanças
políticas e sociais almejadas.

5
O Manifesto ao Mundo

O Manifesto ao Mundo dos praieiros


revela uma série de reivindicações e
demandas que refletem as aspirações e
descontentamentos desse grupo durante a
Revolução Praieira. Vamos analisar alguns
postos-chave:

 Fim da Monarquia e Adoção da República:

A proposta de acabar com a monarquia em favor da adoção de um sistema


republicano indicava uma busca por uma forma de governo mais descentralizada e alinhada
aos ideais do partido praieiro.
 Oposição à Centralização Política e ao Poder Moderador:

A crítica à centralização política, associada à influência da família real e ao poder


moderador, reflete o desejo por uma distribuição mais equitativa de poder e uma participação
mais ampla na tomada de decisões políticas.
 Reformas no Sistema de Votação:

A exigência de voto livre e universal, em contraste com o sistema censitário vigente,


demonstra a busca por maior inclusão política e oposição às restrições baseadas em poder
aquisitivo.
 Liberalismo e Nacionalismo Econômico:

A busca pela nacionalização do comércio revela um sentimento nacionalista e a


intenção de restringir a influência econômica dos portugueses, concentrada nas mãos de
alguns, em favor de uma distribuição mais ampla entre os brasileiros.
 Garantias Individuais e Liberdade de Imprensa:
O pedido por liberdade de imprensa e garantias individuais destaca a importância
atribuída às liberdades civis e à expressão de opiniões divergentes.
 Federalismo e Independência dos Poderes:

A proposta de adoção do federalismo indica uma busca por maior autonomia das
províncias. A demanda pela independência dos poderes reflete a insatisfação com a existência
do poder moderador e a busca por uma separação clara dos ramos do governo.
 Supressão dos Senadores Vitalícios:

6
A oposição aos senadores vitalícios evidencia o desejo de limitar os mandatos e
evitar o ônus financeiro de sustentar senadores vitalícios ao longo de suas vidas.
O Manifesto ao Mundo dos praieiros, além de suas demandas políticas e sociais,
também se destacou por seu estilo eloquente e persuasivo. Escrito de maneira a
sensibilizar o leitor para as causas do movimento, o manifesto tornou-se uma peça
fundamental na tentativa dos praieiros de angariar apoio tanto nacional quanto
internacional para sua causa. Sua redação cuidadosa e persuasiva contribuiu para a
projeção das aspirações dos praieiros além das fronteiras locais, alcançando um
público mais amplo e consolidando a Revolução Praieira como um episódio
significativo na história brasileira.

Líderes do Movimento
 Pedro Ivo Veloso da Silveira:
Pedro Ivo Veloso da Silveira é apontado como o principal
líder do movimento Praieiro. Ele desempenhou um papel
destacado na organização e articulação das reivindicações do
partido praieiro. Sua liderança provavelmente incluiu a mobilização
de apoiadores, a elaboração de estratégias para o movimento e a
comunicação das demandas para a população.
 Antônio Borges da Fonseca:
Antônio Borges da Fonseca é mencionado como um dos líderes
do movimento Praieiro. Suas contribuições específicas para o
movimento podem incluir atividades de organização, mobilização
popular ou defesa das demandas do partido praieiro.
 José Inácio de Abreu e Lima:
José Inácio de Abreu e Lima também é apontado como um dos líderes do movimento
Praieiro. Ele pode ter desempenhado um papel crucial na articulação política do grupo, na
formulação de estratégias e na representação do movimento em eventos importantes.

Consequências do movimento

A Revolução Praieira, apesar de ser um movimento significativo na história do


Brasil, enfrentou diversas dificuldades e, como mencionado, foi derrotada
pelas forças militares do Império. Algumas das consequências desse movimento
incluem:

 Derrota Militar:

O movimento Praieiro foi derrotado pelas forças militares do Império. O uso da


estratégia de guerrilha não foi suficiente para garantir o sucesso a longo prazo contra as forças
imperiais.

7
 Prisão e Punição:

Após a derrota, muitos dos líderes e participantes do movimento Praieiro foram presos
e enfrentaram punições. Isso incluiu prisões e condenações, refletindo a reação severa do
governo imperial contra os revoltosos.
 Repressão Política:

A derrota do movimento Praieiro foi acompanhada por uma intensificação da repressão


política por parte do Império. As autoridades imperiais procuraram consolidar seu controle
sobre a região, reprimindo movimentos dissidentes e fortalecendo o controle centralizado.
 Impacto nas Dinâmicas Regionais:

A Revolução Praieira teve impactos significativos nas dinâmicas regionais de


Pernambuco e em outras áreas onde o movimento teve influência. As consequências
políticas e sociais da derrota contribuíram para moldar o cenário local nas décadas
subsequentes.

Apesar da derrota militar e das punições, a Revolução Praieira deixou um legado


duradouro. As ideias de descentralização política, maior participação popular e
resistência contra o poder central continuaram a inspirar movimentos políticos e
sociais ao longo da história do Brasil. A Revolução Praieira é lembrada como um
episódio importante na luta por mudanças políticas e sociais, destacando a
persistência da busca por justiça e equidade.

Fixando o conteúdo

1. Quando ocorreu a Revolução Praieira e em qual região do Brasil?

2. Quem eram os rebeldes durante a Revolução Praieira e o que buscavam?

3. Qual era a influência do Liberalismo na Revolução Praieira?

4. Como a participação de escravizados durante a Revolução Praieira é descrita?

5. Quais foram as influências externas, além do Liberalismo, na Revolução Praieira?

6. O que a Revolução Praieira buscava em termos de identidade nacional?

7. Qual era a principal insatisfação política dos praieiros?

8. Além das ações diretas, como os praieiros protestavam simbolicamente contra o poder
moderador?

9. Quais foram os principais fatores econômicos que ocasionaram a Revolução Praieira?

10. Como a população contornava o controle lusitano sobre o comércio colonial?

8
11. Qual era a posição da família Cavalcanti na política e economia de Pernambuco?

12. O que marcou o início efetivo da Revolução Praieira em 1848?

13. Quais eram algumas demandas apresentadas no Manifesto ao Mundo dos praieiros?

14. Quem foi Pedro Ivo Veloso da Silveira e qual foi seu papel na Revolução Praieira?

15. Quais foram as consequências imediatas da Revolução Praieira após sua derrota?

16. Como o Manifesto ao Mundo dos praieiros contribuiu para a Revolução Praieira?

17. Além da derrota militar, o que mais contribuiu para o legado duradouro da Revolução
Praieira?

18. O que caracterizou a liderança de Antônio Borges da Fonseca na Revolução Praieira?

19. Qual foi o impacto da família Cavalcanti na economia de Pernambuco durante o período
histórico em questão?

20. Além da crise econômica, qual foi outro fator que contribuiu para a insatisfação política
dos praieiros?

9
Respostas

1. A Revolução Praieira ocorreu entre 1848 e 1850 na província de Pernambuco, durante


o Segundo Reinado no Brasil.

2. Os rebeldes, conhecidos como "praieiros", buscavam reformas políticas, sociais e


econômicas, incluindo maior participação popular no governo e o fim do poder dos grandes
proprietários de terras.

3. A Revolução Praieira refletiu ideias liberais que ganharam força no século XIX, buscando
reformas políticas e sociais, incluindo maior participação popular no governo.

4. Durante a Revolução Praieira, escravizados se uniram aos praieiros na busca por


liberdade e melhores condições sociais.

5. Além do Liberalismo, as influências externas incluíram o Nacionalismo e a "Primavera


dos Povos" na Europa.

6. A Revolução Praieira buscava não apenas mudanças políticas, mas também uma
afirmação da identidade regional e nacional, contrapondo-se ao centralismo do Império.

7. A insatisfação política estava ligada à oposição dos praieiros à centralização política


vigente na época, especialmente em relação ao poder moderador.

8. Além das ações diretas, os praieiros protestavam simbolicamente contra o poder


moderador queimando cópias da Constituição de 1824.

9. Os principais fatores econômicos foram a crise devido à queda das importações de


açúcar e algodão, e a disputa política entre os Gabirus (Conservadores) e os Praieiros
(Liberais).

10. Durante o controle lusitano, a população contornava as restrições com práticas de


contrabando e comércio informal, conhecido como "mercado negro".

11. A família Cavalcanti exercia controle político e econômico em Pernambuco, destacando-


se pela concentração de poder na política provincial e domínio na economia canavieira.

12. O início efetivo da Revolução Praieira ocorreu em 1848, com a derrubada do presidente
da província de Pernambuco, Antônio Pinto Chichorro da Gama, em Olinda.

13. O Manifesto ao Mundo dos praieiros incluía demandas como o fim da monarquia,
oposição à centralização política, reformas no sistema de votação, liberalismo e
nacionalismo econômico, garantias individuais e liberdade de imprensa, federalismo e
independência dos poderes, e a supressão dos senadores vitalícios.

14. Pedro Ivo Veloso da Silveira foi apontado como o principal líder do movimento Praieiro,
desempenhando papel destacado na organização e articulação das reivindicações

15. Após a derrota, líderes e participantes do movimento Praieiro foram presos e


enfrentaram punições, refletindo a reação severa do governo imperial contra os revoltosos.

10
16. O Manifesto ao Mundo dos praieiros contribuiu para a Revolução Praieira ao sensibilizar
leitores para as causas do movimento, projetando aspirações além das fronteiras locais.

17. Além da derrota militar, a persistência das ideias de descentralização política e maior
participação popular contribuiu para o legado duradouro da Revolução Praieira.

18. Antônio Borges da Fonseca é mencionado como um dos líderes do movimento Praieiro,
com contribuições específicas que podem incluir organização, mobilização popular ou defesa
das demandas do partido praieiro.

19. A família Cavalcanti exercia concentração de poder político, dominando a política


provincial, e econômico, controlando dois terços dos engenhos de Pernambuco.

20. Além da crise econômica, a insatisfação política dos praieiros estava ligada à oposição à
centralização de poder, especialmente ao poder moderador e à Constituição de 1824.

11
PERNAMBUCO E A REPÚBLICA
República Velha
A Primeira República no Brasil, que abrange o período de 1889 a 1930, começou
com a Proclamação da República em 1889 e terminou com a Revolução de 1930, que
levou Getúlio Vargas ao poder.

Essa fase é conhecida como a "República do Café com Leite", destacando a


alternância de poder entre as elites agrárias de São Paulo (representadas pelo café)
e Minas Gerais (representadas pelo leite). No entanto, durante esse período, alguns
aspectos políticos influentes foram o "Voto de Cabresto" e a "Política dos
Governadores".

Voto de Cabresto
O voto de cabresto foi uma prática
característica da Primeira República no Brasil,
também conhecida como República Velha ou
República do Café com Leite (1889-1930). Essa
prática limitava o exercício da cidadania, pois os
eleitores eram controlados por figuras locais
influentes, chamadas de "coronéis". O eleitor era
obrigado a votar nos candidatos indicados pelo
coronel, representando uma falta de autonomia e
uma influência abusiva. Essa prática envolvia o uso
do poder econômico na compra de votos, muitas
vezes por meio de trocas de favores. Os coronéis,
que detinham controle sobre muitos eleitores, exerciam poder na esfera local, nomeando
autoridades, funcionários públicos e influenciando diversas decisões, caracterizando um
sistema de clientelismo.

Os eleitores eram obrigados a votar nos candidatos indicados pelo coronel,


representando uma falta de autonomia e uma influência abusiva sobre o processo
democrático. Essa prática envolvia o uso do poder econômico na compra de votos,
muitas vezes por meio de trocas de favores. Os coronéis, que detinham controle
sobre muitos eleitores, exerciam poder na esfera local, nomeando autoridades,
funcionários públicos e influenciando diversas decisões, caracterizando um sistema
de clientelismo.

1
Durante a Primeira República no Brasil, o
uso da máquina estatal nas eleições era uma
prática comum. Grupos no poder utilizavam verbas
públicas para se manterem no controle. A
concentração de terras desempenhou um papel
significativo nesse contexto, contribuindo para a
centralização do poder político. Nos níveis
municipais, os coronéis, geralmente grandes
proprietários de terras, representavam o poder
político. Esses coronéis estabeleciam uma troca
pessoal, oferecendo favores em troca de votos e
fidelidade. Essa prática refletia um sistema em que os interesses pessoais e políticos se
entrelaçavam, consolidando o domínio desses grupos sobre as estruturas de poder
locais.

A concentração de terras desempenhou um papel significativo nesse contexto,


especialmente nos níveis municipais. Os coronéis, geralmente grandes proprietários
de terras, representavam o poder político. Esses coronéis estabeleciam uma troca
pessoal, oferecendo favores em troca de votos e fidelidade. Essa prática refletia um
sistema em que os interesses pessoais e políticos se entrelaçavam, consolidando o
domínio desses grupos sobre as estruturas de poder locais.

Práticas Coronelísticas

Durante a Primeira República no Brasil, o sistema eleitoral era marcado por diversas
práticas que limitavam a liberdade do eleitor e favoreciam o controle dos coronéis:

1. Voto de Cabresto: Manipulação em que o coronel controlava o voto do eleitor,


direcionando-o conforme sua vontade.
2. Voto Aberto: O voto não era secreto, sendo necessário declarar abertamente em quem
se votaria.
3. Clientelismo: Troca de favores entre o coronel e seus eleitores, estabelecendo relações
de dependência.
4. Fraudes: Ocorrência comum em eleições desse período, envolvendo manipulação de
resultados.
5. Voto de Bico de Pena: Alteração nas contagens de votos, caracterizando fraudes
eleitorais.
6. Curral Eleitoral: Manipulação de um número significativo de eleitores, refletindo o
poder e influência do coronel.
7. Coerção e Violência: Utilização de bandos de jagunços (pistoleiros armados) para impor
a vontade dos coronéis, por meio de ameaças e violência física.

Coronelismo

2
O coronelismo na Primeira
República no Brasil representava o poder
local dos grandes proprietários de terras,
frequentemente senhores de engenho
com latifúndios. As oligarquias, formadas
por alianças políticas entre diversos
coronéis, buscavam conquistar o poder
regional. Embora houvesse períodos de
cooperação entre essas oligarquias, conflitos
violentos também eram comuns.

O voto aberto e o curral eleitoral facilitavam a manipulação nas eleições. Raridades


na época eram a corrupção e a exclusão social, visto que a maioria da população não tinha o
direito de voto. A Constituição de 1891 estabelecia critérios restritivos para o exercício
do voto, limitando-o a maiores de 21 anos que fossem alfabetizados.

O voto aberto e o curral eleitoral facilitavam a manipulação nas eleições.


Raridades na época eram a corrupção e a exclusão social, visto que a maioria da
população não tinha o direito de voto. A Constituição de 1891 estabelecia critérios
restritivos para o exercício do voto, limitando-o a maiores de 21 anos que fossem
alfabetizados. Esses elementos caracterizaram o cenário político da Primeira
República, marcado por práticas que limitavam a participação democrática e
favoreciam grupos oligárquicos no poder.

A política dos governadores


A Política dos Governadores foi uma estratégia política
durante a Primeira República no Brasil, implementada por
Campos Salles. Nesse sistema, ocorria uma aliança entre o
governo federal, representado pelo presidente, e os estados,
liderados pelos "Presidentes Estaduais" (como eram
chamados os governadores). Essa política visava manter a
estabilidade política, promovendo uma colaboração entre os
diversos níveis de governo.

O funcionamento dessa política envolvia acordos entre o


governo federal e os estados, onde o presidente apoiava os interesses dos estados e, em troca,
esperava o apoio desses estados em questões políticas nacionais. Essa aliança ajudava a
controlar as rivalidades estaduais e a manter o equilíbrio político no país. No entanto, também
contribuía para a concentração de poder nas mãos das oligarquias estaduais,
aumentando as disputas internas pelo controle político.
Mecanismos de Controle Oligárquico

3
A Comissão Verificadora de Poderes (CVP) era um
mecanismo de controle do poder oligárquico durante a
República Velha. Chefiada pelo Senador Pinheiro
Machado, essa comissão, conhecida como "Degola",
atuava no Rio de Janeiro (RJ) e tinha a função de verificar a
fidelidade política dos deputados estaduais.

Quando os deputados eram eleitos e iam ao Rio de


Janeiro, precisavam jurar fidelidade ao Presidente da
República. A não realização desse juramento resultava na
não diplomação dos deputados, impedindo que
assumissem seus mandatos. A prática da "Degola" visava eliminar adversários políticos
dos presidentes da República, fortalecendo o poder executivo e limitando a autonomia
legislativa.

Ao forçar os deputados a jurarem fidelidade ao presidente, a CVP comprometia a


independência do poder legislativo, uma vez que esses parlamentares ficavam obrigados a
apoiar os projetos enviados pelo executivo. Essa prática enfraquecia a capacidade do legislativo
de propor leis e fiscalizar o poder executivo, concentrando mais poder nas mãos do presidente
da República.

Política do Café com Leite

A Política do Café com Leite foi um acordo


entre as duas maiores oligarquias do Brasil,
representadas pelo Partido Republicano Paulista
(PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM). Essa
política envolvia a alternância no poder entre São
Paulo (representando o café) e Minas Gerais
(representando o leite), as duas maiores economias
do país na época.

Essa alternância governativa visava equilibrar os interesses das duas oligarquias,


promovendo a estabilidade política e consolidando o predomínio da oligarquia cafeeira no
cenário político brasileiro durante a chamada República Velha (1889-1930).

4
PERNAMBUCO E A REPÚBLICA (ERA VARGAS)
Pernambuco Sob a Interventoria de Agamenon
Magalhães

A Interventoria de Agamenon Magalhães está inserida no contexto do Estado


Novo, um período ditatorial no Brasil liderado por Getúlio Vargas, que ocorreu de
1937 a 1945. Durante o Estado Novo, o Brasil vivenciou uma série de características
autoritárias, incluindo censura nos meios de comunicação, uma constituição com
inspiração fascista, perseguição a opositores, especialmente comunistas, e a
consolidação de empresas nacionais como a CSN e a Vale do Rio Doce. Além disso,
o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial nesse período. O entendimento da Era
Vargas (1930-1945) é fundamental para situar historicamente a Interventoria de
Agamenon Magalhães.

Contexto do Estado Novo (1937 – 1945)


1. Regime Ditatorial: O Estado Novo foi um regime ditatorial liderado por Getúlio Vargas,
caracterizado pela falta de garantias de liberdades individuais na Constituição.

2. Constituição Inspirada no Fascismo: A Constituição da época tinha características


inspiradas no fascismo e foi modelada com base na Constituição polonesa.

3. Centralização Política: Houve um agravamento da centralização política, concentrando


o poder executivo nas mãos de Getúlio Vargas.

4. Industrialização: Durante o Estado Novo, ocorreu um impulso significativo na


industrialização brasileira, com a criação de empresas estatais como a CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional) e a Vale do Rio Doce.

5. Legislação Trabalhista: A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi criada durante
esse período, apresentada por Vargas no estádio do Vasco da Gama, São Januário, em 1º
de maio de 1943.

6. Sindicatos Corporativistas: Surgiram sindicatos corporativistas ligados ao Ministério


do Trabalho, sem autonomia de ação, e greves foram proibidas.

7. Censura Política e Ideológica: O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) foi


responsável pela censura política e ideológica, buscando criar uma imagem positiva de
Vargas como "o pai dos pobres".

8. Perseguição Política: Houve uma perseguição política, especialmente contra


comunistas, e o medo do comunismo foi usado como pretexto para consolidar o poder de
Vargas, fechando assembleias e câmaras municipais.

9. Política Externa Pragmática: O Brasil adotou uma política externa pragmática,


inicialmente mantendo relações econômicas com ambos os lados (Eixo e Aliados)

5
durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1942, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo
e começou a apoiar os Aliados.

Pernambuco no Estado Novo

Pernambuco tinha a frente do seu governo no período do Estado


Novo, Agamenon Magalhães, todas as características citadas acima do
Governo Federal, vai refletir no Governo de Agamenon aqui em
Pernambuco, Agamenon Será o interventor federal de Pernambuco
durante o Estado Novo, uma característica importante é a presença
estadunidense em Recife na (2ª Guerra Mundial), sob o comando de
Agamenon Magalhães teremos transformações políticas e culturais

Sob o comando de Agamenon Magalhães, Pernambuco experimentou


transformações políticas e culturais significativas. A presença dos Estados Unidos na
região, especialmente em Recife, teve impactos profundos na economia e na cultura
local, influenciando aspectos como a música e os costumes. Além disso, as mudanças
políticas durante o Estado Novo moldaram a dinâmica política em Pernambuco, sob
a gestão de Agamenon Magalhães como interventor federal. Esse período representa
uma fase importante na história política e cultural do estado.

Construção da Verdade Autoritária


Agamenon Magalhães seguiu rigorosamente as
ideias do Estado Novo, um período de governo forte,
centralizado e ditatorial. O autoritarismo e a exclusão no
espaço público que estavam acontecendo em nível
federal também foram observados em Pernambuco
durante o governo de Agamenon. Durante esse tempo,
houve perseguição política, fechamento do
Congresso e até pena de morte para opositores.

A sociedade foi dividida em segmentos, com algumas classes sendo consideradas


inferiores ou indesejáveis. A imprensa desempenhou um papel importante na doutrinação
política, utilizando o rádio para disseminar os valores do Estado Novo. A educação também
foi usada para espalhar a ideologia do governo. Os comunistas eram considerados
inimigos, e professores que propagavam essas ideias perdiam seus empregos.

A Igreja Católica desempenhou um papel significativo como suporte do governo,


aliando-se fortemente ao Estado Novo. Os inimigos incluíam comunistas e ateus, e o governo
buscava combater o ateísmo, resultando em uma aliança robusta entre a Igreja Católica e o
governo.

O autoritarismo, a exclusão no espaço público e a perseguição política que


ocorriam em nível federal também foram refletidos no estado sob o comando de
Agamenon.

6
Durante esse tempo, houve práticas como perseguição política, fechamento do
Congresso e até pena de morte para opositores. A sociedade foi dividida em
segmentos, com algumas classes sendo consideradas inferiores ou indesejáveis. A
imprensa, especialmente por meio do rádio, desempenhou um papel importante na
doutrinação política, disseminando os valores do Estado Novo. A educação foi
utilizada para propagar a ideologia do governo, e os comunistas eram considerados
inimigos, resultando na perda de empregos para professores que propagavam essas
ideias.

A Igreja Católica desempenhou um papel significativo como suporte do


governo, aliando-se fortemente ao Estado Novo. Os inimigos incluíam comunistas e
ateus, e o governo buscava combater o ateísmo, resultando em uma aliança robusta
entre a Igreja Católica e o governo. Esses aspectos refletem as complexas dinâmicas
sociais e políticas desse período específico na história do Brasil.

O governo de Agamenon Magalhães

O governo de Agamenon Magalhães adotou uma política populista e de


centralização, seguindo as ideias de Getúlio Vargas. Essa abordagem visava o apoio das
massas trabalhadoras urbanas e a centralização do poder. Em meio à Ditadura, buscava-se
criar uma unidade social e política, destacando a preocupação com a ordem pública e
social, transmitindo a ideia de que o Brasil estava protegido contra a ameaça do
comunismo e no caminho certo.

Assim como Getúlio Vargas, Agamenon promoveu um


culto à sua personalidade, utilizando o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP) para disseminar sua imagem.
Essa prática foi estendida a Pernambuco, com a divulgação de
Agamenon Magalhães por meio de rádios e jornais,
especialmente o Jornal Folha da Manhã, que se tornou o porta-
voz oficial.

Além disso, Agamenon adotou uma política de "ruralização"


para combater a seca em Pernambuco, baseada em ideias
tradicionalistas, autoritárias e católicas. O DIP desempenhou um
papel importante, impondo censura e utilizando o jornal para
fazer propaganda política em favor de Agamenon.

Ações de Agamenon Magalhães

7
Agamenon Magalhães implementou
mudanças significativas no espaço urbano,
especialmente no Recife. Uma intensa campanha foi
conduzida contra os mocambos, que eram
habitações populares, semelhantes a favelas,
ocupadas pela população mais pobre e menos
favorecida. Esses mocambos foram alvo de
destruição para a construção de casas populares,
considerados como focos de problemas sociais e
vistos como à margem da sociedade. A população
que habitava esses locais, composta principalmente por pessoas negras e praticantes de
religiões de matriz africana, foi expulsa para dar lugar às novas construções.

A propaganda das ideias da Interventoria de Agamenon Magalhães era disseminada pelo


jornal Folha da Manhã, lido diariamente por cerca de 15 mil pernambucanos.

Além disso, o governo de Agamenon Magalhães promoveu perseguições a


diversos grupos da sociedade e adversários políticos, incluindo comunistas,
prostitutas, vadios, homossexuais, negros e judeus.

Administração de Agamenon
A administração de Agamenon Magalhães também focou
no combate ao cangaço, uma prática de banditismo no Nordeste,
especialmente nas décadas de 20 e 30, liderada por figuras como
Lampião. Ele estabeleceu centros operários e escolas, visando
controlar os sindicatos de trabalhadores, muitos dos quais eram
influenciados pelos ministérios do trabalho e chamados de "pelegos",
pois seguiam as diretrizes do governo. As escolas foram criadas com
o propósito de doutrinação do Estado Novo.

Durante o Estado Novo, todas as bandeiras estaduais foram


proibidas, sendo permitida apenas a exibição da bandeira
brasileira. Agamenon também implementou obras contra a seca,
incluindo a construção de açudes, e um programa para erradicar os
mocambos, conhecido como "Liga Contra os Mocambos".

Ideologia Estadonovista
Agamenon Magalhães era considerado o principal representante de Getúlio Vargas
em Pernambuco e um dos interventores que mais fielmente seguiu as diretrizes do Estado
Novo em todo o Brasil.

As principais ideologias do Estado Novo, seguidas por Agamenon Magalhães, incluíam:

 Nacionalismo: Promover a coesão nacional, fortalecendo a identidade e unidade


do Brasil.
 Xenofobia: Desenvolver uma aversão aos estrangeiros, ressaltando a valorização
do nacionalismo brasileiro.

8
 Anticomunismo: Considerar o comunismo como o inimigo número um do
Estado Novo, combatendo qualquer influência ou atividade comunista.
 Antissemitismo: Desenvolver uma aversão aos judeus, seguindo a ideologia
antissemita que estava presente em alguns aspectos do Estado Novo.

9
PERNAMBUCO E A REPÚBLICA (DITADURA MILITAR)
Movimentos sociais e repressão durante a Ditadura
Civil-Militar (1964-1985)

Regime Militar (1964 – 1985)

O regime civil-militar no Brasil, que


ocorreu de 1964 a 1985, representa um extenso
período de 21 anos na política brasileira. Ele é
caracterizado por um controle político que
envolve tanto setores civis quanto militares,
diferente do que algumas pessoas podem pensar.
Durante esse tempo, houve uma série de repressões
aos principais opositores, rotulados como
subversivos, sendo os comunistas o grupo mais
visado. Os comunistas, por sua vez, adotaram
diversas formas de resistência, incluindo a luta armada por meio de guerrilhas urbanas
e rurais.

Neste contexto, desenvolveu-se uma intensa luta pela democracia, liderada por
diversos setores da sociedade civil, como movimentos sindicais, feministas, parte da
Igreja Católica, movimentos artísticos, entre outros.

O Golpe Civil-Militar de 1964


O golpe de 31 de março de 1964 foi
precedido por uma crise no populismo brasileiro.
Na época, o presidente era João Goulart, conhecido
como Jango, que herdou as ideologias do populismo
e do trabalhismo introduzidas por Getúlio Vargas. O
Brasil enfrentava uma crise econômica,
caracterizada por inflação elevada, desemprego
e um aumento nas greves. Jango estava se aproximando das entidades sindicais, o que
desagradava setores conservadores.

O golpe de 31 de março de 1964 no Brasil foi precedido por uma crise no


populismo brasileiro. Na época, o presidente era João Goulart, conhecido como
Jango, que herdou as ideologias do populismo e do trabalhismo introduzidas por
Getúlio Vargas. Uma curiosidade adicional é que o Brasil enfrentava uma crise
econômica, caracterizada por inflação elevada, desemprego e um aumento nas
greves.

10
A aproximação de Jango com as entidades sindicais desagradava setores
conservadores, contribuindo para a polarização política. Essa conjuntura de
instabilidade econômica e tensões políticas criou o cenário propício para o golpe
militar de 1964, que resultou em um regime ditatorial que durou até 1985. O golpe
teve amplas repercussões na política, sociedade e cultura brasileiras, marcando um
período significativo na história do país.

As reformas propostas por João Goulart, conhecidas como


Reformas de Base, visavam implementar mudanças
significativas, como a reforma agrária, a reforma na educação
e tributária, além de alterações no sistema eleitoral para incluir o
voto para analfabetos. Enfrentando forte oposição, também havia
resistência ao Plano Trienal, liderado pelo ministro Celso Furtado,
que buscava o desenvolvimento do Brasil em três anos.

João Goulart propôs as chamadas Reformas de Base, que visavam implementar


mudanças significativas no Brasil. Estas incluíam a reforma agrária, a reforma na
educação, a reforma tributária, bem como alterações no sistema eleitoral para incluir
o voto para analfabetos. Uma curiosidade adicional é que essas propostas
enfrentaram forte oposição.

Além disso, houve resistência ao Plano Trienal, liderado pelo ministro Celso
Furtado, que buscava promover o desenvolvimento econômico do Brasil em um
período de três anos. A combinação dessas reformas e planos representava uma
tentativa significativa de promover mudanças estruturais e sociais no país, mas
também gerava resistência de setores conservadores e militares, contribuindo para
a instabilidade política que culminou no golpe militar de 1964.

Jango, acusado de ter ligações com o comunismo


devido a seus discursos e aproximação com setores
mais à esquerda, como a União Soviética, foi alvo de
políticos de direita. O temor do comunismo foi utilizado
como justificativa para a "Revolução Democrática de 1964".
Alguns jornais importantes, como "O Globo" e "Folha de
São Paulo", apoiaram entusiasticamente o golpe,
celebrando a suposta libertação do país do comunismo,
indicando que houve apoio de certos segmentos da
sociedade.

Projeto ideológico militar

11
Durante o regime militar, os militares
implementaram políticas voltadas para o
crescimento econômico do Brasil. Para
controlar os problemas econômicos, foi criado o
PAEG (Programa de Ação Econômica do
Governo) e posteriormente o PND (Plano
Nacional de Desenvolvimento). O país
experimentou um notável crescimento
econômico entre 1969 e 1973, conhecido como
"Milagre Econômico Brasileiro". No entanto,
esse crescimento estava atrelado a grandes empréstimos internacionais do FMI e Banco
Mundial, e a crise internacional de 1973, com a queda do petróleo, resultou em uma forte
desaceleração econômica.

O "Milagre Econômico" beneficiou


principalmente as camadas médias urbanas e altas
da sociedade, deixando de fora muitas camadas
sociais. Esse período também foi marcado pelo
ufanismo e patriotismo, promovidos pelo presidente
Médici, com slogans como "Brasil, ame-o ou deixe-
o". A doutrina da segurança nacional foi
implementada, visando combater adversários
políticos, resultando em cassações de mandatos e um
período de autoritarismo militar conhecido como
"Anos de Chumbo".

Medidas adotada pelo Governo Militar


Durante o governo militar, foram adotadas várias medidas, incluindo os Atos
Institucionais (AIs), sendo o AI-5 o mais conhecido e considerado um "golpe dentro do
golpe". Instituído em 13 de dezembro de 1968, durante o governo de Costa e Silva, o AI-5 é
marcado como um instrumento arbitrário que cancelava o habeas corpus para
prisioneiros políticos, oficializando a prisão e tortura no Brasil. O AI-5 estabeleceu:

 Cassação de parlamentares
 Exoneração de funcionários públicos
 Fechamento do Congresso Nacional
 Prática de tortura
 Censura nas artes e meios de comunicação
 Criação de amplo aparato de repressão, como DOPS, Operação Condor, CODI,
entre outros.
Essas medidas marcaram um período de intensificação da repressão política,
restrição de liberdades civis e censura, consolidando a natureza autoritária do regime
militar no Brasil.

Muitos políticos considerados opositores foram cassados e exonerados de seus


cargos, como foi o caso do governador de Pernambuco, Miguel Arraes.

12
Durante o governo militar, foi implementado o
bipartidarismo pelo AI-2, permitindo apenas dois
partidos no Brasil: a Arena (Aliança Renovadora Nacional),
que apoiava o governo militar, e o MDB (Movimento
Democrático Brasileiro), partido de oposição.

Nesse período, o exílio de adversários políticos era


comum. Francisco Julião, por exemplo, foi exilado no
México, Miguel Arraes foi para a Argélia, João Goulart e
Leonel Brizola foram para o Uruguai.

A aversão ao comunismo era intensa, destacada pelo


CCC (Comando de Caça aos Comunistas no Brasil), e
ocorreu a supressão das eleições diretas para presidente,
com os presidentes sendo escolhidos pelas Forças
Armadas. Foi criado e manipulado o colégio eleitoral, que
indicou os presidentes da república: Castelo Branco, Costa e
Silva, Médici, Geisel e Figueiredo. A partir de 1977, surgiram
os senadores biônicos, nomeados pelo governo militar, além de várias restrições ao Congresso
Nacional. Houve também a realização de obras de grande porte no Brasil, como a Usina de
Itaipu, a Rodovia Transamazônica e a Usina de Angra dos Reis.

Ditadura Militar em Pernambuco


Durante o regime militar, os setores de oposição enfrentavam uma intensa repressão,
sendo alvos de censura, vigilância e repressão. Apesar dessas restrições, havia uma resistência
ativa por parte de organizações sociais, partidos políticos, entidades estudantis e até mesmo da
Igreja Católica.

Mesmo diante dessa forte vigilância, a oposição não se calava e continuava lutando pelo
retorno da democracia no Brasil, resistindo à opressão imposta pelo regime militar.

Reações da Sociedade

Apesar da intensa opressão, alguns setores da sociedade buscaram formas de


resistência. A luta armada foi uma estratégia adotada por grupos guerrilheiros, atuando
tanto em ambientes urbanos quanto rurais. O movimento estudantil, mesmo na ilegalidade,
realizava manifestações públicas contra o governo. A imprensa alternativa expressava sua
insatisfação por meio de sátiras e humor. Além disso, houve passeatas populares
notáveis, como a passeata dos 100 mil, e denúncias feitas à Anistia Internacional e à ONU.

13
Dom Hélder Câmara

Dom Hélder Câmara foi um importante líder dos movimentos


sociais que lutaram pela defesa da democracia durante a
ditadura militar. Ele desempenhou um papel crucial na organização
das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e denunciou publicamente
casos de tortura contra os presos políticos. Além disso, ele foi um
defensor incansável do respeito aos Direitos Humanos.

Uma de suas contribuições significativas foi na organização das Comunidades


Eclesiais de Base (CEBs), que desempenharam um papel crucial na mobilização
popular e na promoção da justiça social.

Dom Hélder Câmara também denunciou publicamente casos de tortura contra


presos políticos, destacando-se como uma voz corajosa na defesa dos direitos
humanos e na oposição às práticas autoritárias do regime militar. Seu engajamento
e liderança contribuíram para a resistência e para a conscientização sobre as
violações dos direitos fundamentais durante esse período conturbado da história
brasileira.

Miguel Arraes

Miguel Arraes, Governador deposto pelo exército em 1964,


tornou-se um destacado defensor da volta da democracia brasileira.
Após ser preso e exilado na Argélia em 1975, retornou ao Brasil em
1979, beneficiado pela anistia aos presos políticos. Ao regressar, tornou-
se um fervoroso defensor do restabelecimento da democracia.
Participou ativamente do movimento "Diretas Já", que buscava eleições
diretas para Presidente. Em 1990, fundou o Partido Socialista Brasileiro
(PSB).

O movimento das Diretas Já

O movimento "Diretas Já" foi uma ampla


mobilização da sociedade brasileira em prol da
aprovação de eleições diretas para presidente.
Contou com a participação de diversos setores,
incluindo artistas, jogadores de futebol, políticos,
intelectuais e a população em geral. Apesar dos
esforços, a emenda que permitiria eleições diretas não
foi aprovada. Como resultado, as eleições foram
realizadas de forma indireta, culminando na
eleição de Tancredo Neves. No entanto, Tancredo
Neves faleceu no dia da posse, e quem assumiu a presidência foi José Sarney.

14
PERNAMBUCO E A REPÚBLICA (REDEMOCRATIZAÇÃO)
Processo político em Pernambuco (2001-2015)

O Governo de Jarbas Vasconcelos (1999 – 2006)

Jarbas Vasconcelos foi eleito governador de


Pernambuco em 1998, tendo dois mandatos consecutivos.
Durante seu primeiro mandato (1999-2002), apoiado pelo
presidente Fernando Henrique Cardoso, ocorreu a
privatização da CELPE (Companhia Energética de
Pernambuco) por cerca de 1 bilhão de dólares.

Já no segundo mandato (2003-2006), destacam-se a


construção do complexo portuário de Suape e do Porto
Digital. Houve um planejamento descentralizado
chamado "Governo dos Municípios" e o lançamento do
projeto Renascer, voltado para combater a pobreza rural e
reduzir os índices de pobreza em Pernambuco. Ao final de seu mandato, Jarbas Vasconcelos foi
eleito senador da república em 2006.

José Mendonça Bezerra Filho (2006)


Quando Jarbas Vasconcelos deixou o cargo para concorrer ao
Senado e foi eleito, José Mendonça Bezerra Filho assumiu como
Governador de Pernambuco. Durante seu governo, foram
implementadas iniciativas significativas, como a criação da
Universidade Democrática (UPE) e o projeto "Jovem Campeão",
que envolvia a construção de quadras escolares para incentivar
práticas esportivas no estado.

Além disso, Mendonça Filho promoveu ações de prevenção


e repressão policial. Em 2006, tentou concorrer às eleições, mas
foi derrotado por Eduardo Campos. Durante seu mandato, a
criação da UPE foi um dos marcos importantes.

15
Eduardo Campos (2007 – 2014)
Eduardo Campos foi eleito como governador de
Pernambuco em 2006, derrotando José Mendonça
Bezerra Filho. Durante seu primeiro mandato (2007-
2010), implementou projetos de obras do governo
federal e tomou medidas para reduzir os índices de
violência, incluindo ações para diminuir as tarifas de
energia elétrica.

No segundo mandato (2011-2014), Campos focou na


construção de casas populares pelo Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e na criação de
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para melhorar
o atendimento médico às camadas populares. Além disso, buscou qualificar a mão de obra para
reduzir o desemprego e integrar os cidadãos ao mercado de trabalho.

Em 2013, Campos rompeu com o governo federal devido à participação do PMDB


no governo. Ele lançou sua candidatura presidencial em 2014, formando uma aliança com
Marina Silva chamada "Nova Política". Tragicamente, em 2014, Eduardo Campos faleceu em
um desastre aéreo.

Paulo Câmera (2015 – 2018)


Paulo Câmara assumiu o cargo de governador de Pernambuco em
2015, sucedendo Eduardo Campos. Ele foi afilhado político de Campos
e venceu as eleições de 2014 com 68% dos votos válidos, sendo o
governador mais bem votado do país nesse pleito.

Fixando o Conteúdo

1. Quando começou e terminou a Primeira República no Brasil?

2. Qual era a alternância de poder destacada na "República do Café com Leite"?

3. O que era o "Voto de Cabresto" na Primeira República?

4. Quais eram algumas práticas coronelísticas durante a Primeira República?

16
5. O que representava o coronelismo na Primeira República?

6. Qual era a estratégia política da "Política dos Governadores" na Primeira República?

7. O que era a "Degola" durante a República Velha?

8. Quais eram os principais mecanismos de controle oligárquico na República Velha?

9. O que caracterizou o governo de Agamenon Magalhães em Pernambuco durante o


Estado Novo?

10. Quais eram as principais ideologias estadonovistas seguidas por Agamenon


Magalhães?

11. Quais foram algumas das medidas adotadas durante o governo militar no Brasil?

12. Quem foram importantes líderes de movimentos sociais contra a Ditadura Militar em
Pernambuco?

13. Quais foram os principais projetos e realizações de Jarbas Vasconcelos em


Pernambuco?

14. Quem sucedeu Jarbas Vasconcelos como governador de Pernambuco?

15. Quais foram os principais feitos de Eduardo Campos em seus mandatos como
governador?

16. Quem assumiu como governador de Pernambuco após a morte de Eduardo Campos?

17. Quais foram as iniciativas destacadas do governo de Paulo Câmara em Pernambuco?

18. Quem é o atual presidente do Brasil em 2023?

19. Quem foram os presidentes do Brasil após o final da Ditadura Militar em 1985?

20. Quais são os principais partidos políticos ativos no cenário brasileiro em 2023?

17
Respostas

1. A Primeira República no Brasil começou em 1889 e terminou em 1930.

2. A "República do Café com Leite" destacava a alternância de poder entre São Paulo (café)
e Minas Gerais (leite).

3. O "Voto de Cabresto" era uma prática em que os eleitores eram controlados pelos
coronéis, garantindo votos para candidatos específicos.

4. Práticas coronelísticas incluíam controle político, econômico e social exercido por


líderes locais (coronéis).

5. O coronelismo representava o domínio político de líderes regionais, especialmente no


Nordeste, durante a Primeira República.

6. A "Política dos Governadores" era uma estratégia política em que o presidente pactuava
com os governadores estaduais para garantir apoio político.

7. A "Degola" era a prática de perseguição e punição a opositores políticos durante a


República Velha.

8. Mecanismos de controle oligárquico incluíam manipulação eleitoral, clientelismo e uso


da força para manter o poder.

9. Agamenon Magalhães, em Pernambuco durante o Estado Novo, adotou políticas


autoritárias e censura.

10. Ideologias estadonovistas de Agamenon Magalhães incluíam autoritarismo e


nacionalismo.

11. Durante o governo militar, foram adotadas medidas como censura, repressão política
e desenvolvimento econômico autoritário.

12. Líderes de movimentos sociais contra a Ditadura Militar em Pernambuco incluíam


Francisco Julião e Fernando Santa Cruz.

13. Jarbas Vasconcelos em Pernambuco realizou projetos como a construção da Arena


Pernambuco.

14. João Lyra Neto sucedeu Jarbas Vasconcelos como governador de Pernambuco.

15. Eduardo Campos destacou-se por iniciativas como o "Pacto pela Vida" e obras de
infraestrutura.

18
16. Paulo Câmara assumiu como governador de Pernambuco após a morte de Eduardo
Campos.

17. Paulo Câmara em Pernambuco destacou-se por iniciativas na área de segurança e


educação.

18. O atual presidente do Brasil em 2023 é [informação não fornecida].

19. Presidentes do Brasil após o final da Ditadura Militar em 1985 incluem Sarney, Collor,
Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer, e Bolsonaro.

20. Principais partidos políticos ativos no cenário brasileiro em 2023 incluem PT, PSDB,
MDB, e outros.

19
MANIFESTAÇÕES DA CULTURA POPULAR
PERNAMBUCANA FREVO, MARACATU, CULINÁRIA,
FESTAS POPULARES.
Movimentos culturais em Pernambuco

Pernambuco, sem dúvida, destaca-se


como um estado brasileiro com uma cena
cultural vibrante, resultado da rica
contribuição de diversos grupos étnicos, como
índios, portugueses, holandeses, judeus e
africanos, entre outros. O estado é um verdadeiro
celeiro de talentos, abrigando poetas, artistas
plásticos e músicos reconhecidos
internacionalmente. Além disso, os movimentos
culturais, as festividades como o carnaval e o
São João são expressões marcantes da cultura pernambucana. Essa diversidade e
vitalidade cultural fazem de Pernambuco um lugar único no cenário cultural brasileiro.

O carnaval em Pernambuco é mais


do que uma festa local; é uma celebração
democrática que atrai não apenas os
pernambucanos, mas visitantes de todo o
país. Nas cidades e praias, o maracatu, o
caboclinho, o coco de roda, a ciranda e,
acima de tudo, o frevo dão vida à festa. O
frevo, um ritmo único que teve origem no
próprio estado, é especialmente marcante.
Além das ladeiras de Olinda e do fervor do
Recife Antigo, o Galo da Madrugada,
considerado o maior bloco de rua do mundo pelo Guinness Book, é uma atração
imperdível.

No interior, nas regiões do Sertão e do Agreste,


outros movimentos culturais também ganham
destaque. Os Caretas de Triunfo, cidade sertaneja a 600
km do Recife, e os Papangus de Bezerros, a 90 km da
capital, promovem festas vibrantes nas ruas durante o
carnaval.

Pernambuco também é reconhecido como a


terra do São João. O período junino no estado é um dos
mais tradicionais do país. Caruaru, no Agreste, se
destaca como o epicentro dos festejos, com 30 dias
de celebração ao longo do mês de junho. É uma terra
de forró, xaxado, do mestre Vitalino, da famosa Feira de

1
Caruaru, do Alto do Moura, e muito mais. Não apenas em Caruaru, mas em toda a capital e
interior, as homenagens ao Santo são numerosas e animadas.

Na Zona da Mata, tanto ao Norte quanto ao


Sul, os maracatus são o destaque, seja de baque
solto ou de baque virado. Essas manifestações
culturais, de forte influência africana, têm uma
presença significativa na região devido à grande
concentração de engenhos de cana-de-açúcar.
Durante o período colonial, os escravos trazidos
da África para trabalhar na produção de açúcar
trouxeram consigo suas tradições, muitas vezes
realizando essas expressões culturais de forma
clandestina ou na senzala. Com o passar dos anos e a conquista da liberdade pelos negros,
esses costumes foram incorporados de maneira mais aberta, tornando-se parte integral da
cultura pernambucana. Hoje, os maracatus são um dos destaques culturais da região.

Entre as cidades, Nazaré da Mata é especialmente reconhecida por concentrar


diversos maracatus, exemplificando a riqueza e diversidade cultural de Pernambuco.
Essa herança cultural é motivo de orgulho para os pernambucanos, sendo transmitida de
geração em geração e levada para todos os cantos do mundo
Cultura

A cultura pernambucana é notavelmente diversificada, resultante da influência de


indígenas, africanos e europeus. Desde os primeiros momentos de colonização no século XVI,
quando os portugueses chegaram e encontraram as populações nativas, acompanhados pelos
africanos trazidos como escravos, Pernambuco desenvolveu uma cultura única e
característica, embora extremamente variada. Sua base cultural é luso-brasileira, mas é
enriquecida por influências africanas e ameríndias significativas.

Figuras Importantes

Paulo Freire, Gilberto Freyre e João Cabral de Melo Neto são figuras destacadas nas áreas
da pedagogia, sociologia e literatura, respectivamente, e contribuíram significativamente para
o pensamento e a cultura brasileira.

1. Paulo Freire: Reconhecido internacionalmente como um dos


pensadores mais notáveis da pedagogia, Paulo Freire é um educador
brasileiro cuja abordagem pedagógica crítica teve um impacto
profundo na educação ao redor do mundo. Sua ênfase na educação
como um ato político e sua abordagem centrada no aluno foram
fundamentais para o desenvolvimento da pedagogia crítica. Ele
recebeu inúmeras homenagens, incluindo 41 títulos de Doutor Honoris
Causa de prestigiosas universidades.

2
2. Gilberto Freyre: Sociólogo e escritor, Gilberto Freyre é conhecido por
sua obra "Casa- Grande & Senzala". Nesse livro, ele examina a formação do
Brasil, destacando a importância dos escravos na construção da
identidade nacional e argumentando pela igualdade entre brancos e
negros. Sua obra é considerada um marco no estudo das relações sociais e
culturais no Brasil.

3. João Cabral de Melo Neto: Poeta e diplomata, João Cabral de Melo Neto
é uma figura proeminente na literatura brasileira. Ele recebeu o Prêmio
Neustadt, muitas vezes chamado de "Nobel Americano", e foi especulado
como forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura. Sua poesia é conhecida por
sua precisão formal e linguagem objetiva, explorando temas como o sertão
nordestino.

Além desses intelectuais, Pernambuco também se destaca em outras áreas, como nas
ciências exatas e biológicas, com figuras como Mário Schenberg na física teórica, Leopoldo
Nachbin na matemática e Correia Picanço na medicina, contribuindo para o avanço do
conhecimento em suas respectivas disciplinas.

Luiz Gonzaga e Lampião

Luiz Gonzaga e Lampião são figuras


importantes do sertão nordestino em Pernambuco.
Gonzaga, chamado de Rei do Baião, foi um artista
muito influente na música brasileira. Lampião,
conhecido como Rei do Cangaço, popularizou uma
dança típica chamada xaxado.

O Baião, estilo musical precursor do forró, foi


impulsionado por Luiz Gonzaga. Além do baião, o forró
inclui ritmos como xote, xaxado e coco. Artistas como
Dominguinhos seguiram a tradição de Gonzaga. O baião
é uma dança popular no interior do Nordeste e também
nomeia o estilo musical dessas festas.

O Xaxado é uma dança masculina originária do sertão/agreste pernambucano. Embora já


existisse na região desde 1922, Lampião a popularizou em áreas da Bahia. A dança é um
sapateado rápido e deslizado. Inicialmente, não tinha música, mas depois ganhou
acompanhamento instrumental, como zabumba, pífano, triângulo e sanfona, e passou a permitir
a participação de mulheres.

Pernambuco tem outras expressões culturais, como Bandas de Pífanos, Ciranda,


Cavalo Marinho, Pastoril, Coco, Embolada, entre outras, que enriquecem a rica
diversidade cultural do estado.

3
Culinária
Pernambuco é famoso por seus doces,
como o bolo de rolo, símbolo local, o bolo Souza
Leão e a cartola. O nego bom, também conhecido
como "bala de banana", é outro doce popular na
região.

A culinária pernambucana é uma mistura das influências portuguesa, africana e


indígena. Muitas receitas originais de diferentes lugares foram adaptadas com ingredientes
locais, resultando em combinações únicas de sabores, cores e aromas.

A Tapioca do Alto da Sé de Olinda é considerada a mais


tradicional do Brasil, sendo uma iguaria de origem indígena
que se popularizou no Nordeste e Norte do país.

Pratos famosos incluem carne de sol, queijo coalho,


arrumadinho, escondidinho, sururu, caldeirada, cozido,
caldinho de peixe ou camarão, peixada pernambucana,
chambaril, charque à brejeira, bredo de coco, quibebe,
tapioca, angu, mungunzá salgado, sarapatel, buchada e feijão de coco, entre outros. Entre
as sobremesas típicas estão o bolo de rolo, bolo Souza Leão, bolo pé de moleque, bolo de
macaxeira, bolo de mandioca, bolo barra branca, cartola, nego bom e sorvete de tapioca.
Durante o São João, comidas de milho como pamonha, canjica, bolo de milho e mungunzá doce
são populares.

Música e dança

A música e a dança desempenham papéis fundamentais


na rica cultura de Pernambuco. O frevo, um dos principais
gêneros musicais e danças do estado, é caracterizado pelo ritmo
acelerado e pelos passos que lembram a capoeira. Alceu Valença,
Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Moraes Moreira,
Armandinho, Pepeu Gomes, Antônio Nóbrega, Hermeto Pascoal,
entre outros, são músicos que se destacaram e foram influenciados
por esse gênero. O frevo, símbolo do Carnaval de Recife/Olinda, foi
reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
pela Unesco em 2012.

Outro destaque musical é o manguebeat, um gênero que


surgiu na cena underground nos anos 1990. Artistas e grupos como Chico Science, Nação
Zumbi, Otto, Lenine, Mundo Livre S/A, Cordel do Fogo Encantado, Mestre Ambrósio, Fred Zero
Quatro, entre outros, foram influenciados por essa movimentação musical. O manguebeat foi
criado pelo guitarrista Robertinho do Recife e desempenhou um papel importante na cena
cultural pernambucana.

4
Manguebeat

Nos anos 90, em Pernambuco,


surgiu um estilo musical chamado
Manguebeat. Esse movimento
mistura ritmos locais, como o
maracatu, com rock, hip hop, funk e
música eletrônica. Ele não apenas
revelou novos artistas e grupos
musicais, mas também influenciou
muitos deles no estado.

O Manguebeat é mais do que apenas música; é um tipo de contracultura que critica o


abandono econômico e social das áreas de mangue, bem como as desigualdades em Recife. Isso
reflete o descaso do Estado, não só na cidade, mas em várias regiões fora do eixo Rio-São
Paulo.

Apesar de ter começado nos anos 90, o Manguebeat


foi inventado pelo guitarrista Robertinho de Recife na
década de 1970, com álbuns como "Jardim da Infância"
(1977), "Robertinho no Passo" (1978) e "E Agora pra
Vocês... Suingues Tropicais" (1979). Chico Science, ex-
vocalista da banda Chico Science e Nação Zumbi, tornou-se
um ícone desse movimento, difundindo as ideias, ritmos e
críticas do Manguebeat. Fred Zero Quatro, vocalista da banda
Mundo Livre S/A, também desempenhou um papel
importante no crescimento desse movimento, sendo o autor do primeiro manifesto do Mangue
em 1992, chamado "Caranguejos com cérebro".

Festas Populares

O Carnaval em Olinda, integrado ao


Carnaval Recife/Olinda, é destacado como o
mais democrático e culturalmente diverso do
Brasil. Apresenta diversas formas de celebração,
desde carnaval de rua até desfiles de agremiações
carnavalescas e apresentações musicais. O Galo da
Madrugada, o maior bloco carnavalesco do
mundo, é uma atração marcante que reúne
multidões.

As festividades juninas em Pernambuco também são notáveis, com destaque para


os festejos de São João. Caruaru, no Agreste pernambucano, é conhecida por disputar o
título de Maior São João do Mundo com Campina Grande, na Paraíba. Caruaru já está
consolidada no Guinness Book como um dos maiores eventos juninos do planeta. Essas
festividades têm raízes nas tradições populares e marcam momentos importantes no
calendário cultural pernambucano.

5
O Carnaval de Olinda é reconhecido globalmente
pelos desfiles dos Bonecos de Olinda, que são bonecos
coloridos com mais de dois metros de altura e de fácil
identificação, acompanhando os foliões pelas ruas. A
história do Carnaval de Olinda está intimamente ligada à
história da folia no Recife e em Pernambuco. A festa, como a
conhecemos hoje, teve início com o surgimento de
agremiações como o Clube Carnavalesco Misto Lenhadores,
fundado em 1907, e o Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas,
de 1912, ambos ainda ativos nos carnavais contemporâneos.

O Carnaval de Olinda preserva as tradições da folia pernambucana e nordestina.


Anualmente, as ruas e ladeiras da Cidade Alta são tomadas por centenas de agremiações
carnavalescas, representando a diversidade cultural da região. Clubes de frevo, troças, blocos,
maracatus, caboclinhos, afoxés, entre outros, desfilam e mantêm vivas as raízes da festa popular
brasileira, refletindo a mistura de costumes e tradições de brancos, negros e índios que
formaram a base da cultura local.

Em Pernambuco nasceram diversas personalidades de renome nacional e


internacional, que se destacaram e se destacam em todas as áreas do conhecimento,
entre elas:

 Mário Schenberg: Renomado físico teórico, considerado o mais importante do


Brasil.
 Paulo Freire: Um dos grandes pensadores na história da pedagogia mundial.
 José Leite Lopes: Único físico brasileiro detentor do UNESCO Science Prize.
 Nelson Rodrigues: Maior dramaturgo brasileiro.
 Leopoldo Nachbin: Destaque como matemático brasileiro.
 João Cabral de Melo Neto: Único brasileiro galardoado com o Prêmio Neustadt.
 Correia Picanço: Fundador da primeira escola de medicina do Brasil.
 Manuel Bandeira: Autor do poema que abriu a Semana de Arte Moderna.
 Josué de Castro: Cientista de renome internacional.
 Gilberto Freyre: Importante sociólogo do século XX.
 Paulo Ribenboim: Único matemático brasileiro com verbete no The MacTutor.
 Cardeal Arcoverde: Primeiro cardeal da América Latina.
 José Ermírio de Moraes: Engenheiro e fundador do Grupo Votorantim.
 Norberto Odebrecht: Engenheiro e fundador da Organização Odebrecht.
 Antônio de Queiroz Galvão: Engenheiro e fundador do Grupo Queiroz Galvão.
 Frei Caneca: Líder e mártir da Confederação do Equador.
 Araújo Lima: Regente do Império do Brasil.
 General Abreu e Lima: Um dos líderes das guerras de independência na América
Espanhola.

Fixando o conteúdo

1. Quais são alguns dos movimentos culturais destacados em Pernambuco?


2. O que caracteriza o Carnaval em Pernambuco?

6
3. Qual é o maior bloco de rua do mundo, localizado em Pernambuco?
4. O que torna o período junino em Pernambuco tradicional?
5. O que são os maracatus e qual é a sua importância em Pernambuco?
6. Quem são figuras importantes da cultura pernambucana na pedagogia, sociologia e
literatura?
7. Qual é o estilo musical precursor do forró, impulsionado por Luiz Gonzaga?
8. O que caracteriza o Xaxado, uma dança popular pernambucana?
9. O que é o Manguebeat e qual é sua crítica principal?
10. Quais são algumas das festividades notáveis em Pernambuco?
11. Quais são alguns doces famosos da culinária pernambucana?
12. O que é o frevo e por que é significativo para Pernambuco?
13. Quem são algumas das personalidades importantes que nasceram em Pernambuco?

7
Respostas

1. Alguns dos movimentos culturais destacados em Pernambuco são o frevo, maracatu,


culinária local e festas populares, como o Carnaval e o São João.
2. O Carnaval em Pernambuco é mais do que uma festa local; é uma celebração democrática
que destaca o frevo, maracatu, caboclinho, coco de roda, ciranda, e o Galo da Madrugada
é considerado o maior bloco de rua do mundo.
3. O Galo da Madrugada, localizado em Recife, é considerado o maior bloco de rua do
mundo.
4. O período junino em Pernambuco é tradicionalmente celebrado com festividades em
Caruaru, destacando-se por 30 dias de celebração, forró, xaxado, mestre Vitalino, Feira
de Caruaru, e homenagens a São João.
5. Os maracatus são manifestações culturais de destaque em Pernambuco, com diferentes
tipos como o de baque solto e de baque virado, sendo fortemente influenciados pela
cultura africana.
6. Figuras importantes da cultura pernambucana incluem Paulo Freire na pedagogia,
Gilberto Freyre na sociologia e João Cabral de Melo Neto na literatura.
7. O estilo musical precursor do forró impulsionado por Luiz Gonzaga é o baião.
8. O Xaxado é uma dança popular masculina originária do sertão/agreste pernambucano,
caracterizada por um sapateado rápido e deslizado.
9. O Manguebeat é um estilo musical que mistura ritmos locais com rock, hip hop, funk e
música eletrônica, e critica o abandono econômico e social das áreas de mangue.
10. Algumas festividades notáveis em Pernambuco incluem o Carnaval em Olinda, o São João
em Caruaru, e os desfiles dos Bonecos de Olinda.
11. Alguns doces famosos da culinária pernambucana são o bolo de rolo, bolo Souza Leão,
cartola, e nego bom.
12. O frevo é um dos principais gêneros musicais e danças em Pernambuco, caracterizado
pelo ritmo acelerado e pelos passos que lembram a capoeira.
13. Algumas personalidades importantes que nasceram em Pernambuco incluem Mário
Schenberg, Paulo Freire, Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Luiz Gonzaga, entre
outros.

8
HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO
A persistência e resistência da herança afrodescendente em Pernambuco são
testemunhos da riqueza cultural que sobreviveu aos desafios da escravidão e tentativas de
apagamento. Ao longo dos séculos, os negros escravizados enfrentaram a imposição da cultura
dominante e a tentativa de cristianização, mas conseguiram preservar muitos aspectos de suas
tradições.

A diversidade religiosa é um exemplo claro dessa


resistência, com a manutenção de práticas religiosas de origem
africana, como as tradições dos malês, que tinham raízes
islâmicas. Mesmo diante das restrições, os afrodescendentes
encontraram maneiras de continuar cultuando seus orixás,
muitas vezes em segredo para evitar a repressão.

O sincretismo religioso, representado pela


substituição de imagens de orixás por santos católicos, é
uma estratégia que reflete a habilidade de adaptar as
crenças africanas ao contexto imposto pela sociedade
dominante. Essa prática permitiu que elementos
fundamentais da cultura afrodescendente sobrevivessem,
moldando a identidade única e resiliente que ainda é
evidente nos espaços físicos, na cultura, na religião, na
culinária, na língua e nas expressões corporais em
Pernambuco e em toda a região.

A resistência da herança afrodescendente em Pernambuco é evidenciada não


apenas nas práticas religiosas, mas também em expressões culturais como a
capoeira. A capoeira, originalmente uma forma de resistência dos negros
escravizados, é uma manifestação cultural que mescla elementos de dança, luta,
música e jogo.

Durante o período da escravidão, os praticantes de capoeira encontravam na


arte uma maneira de preservar sua cultura e resistir à opressão. A capoeira também
servia como uma forma disfarçada de treinamento militar, já que sua prática
disfarçava movimentos de autodefesa em uma dança aparentemente inofensiva.

Com o tempo, a capoeira evoluiu e se tornou uma expressão cultural


reconhecida em todo o Brasil e além. Sua presença em Pernambuco destaca a
capacidade de perpetuar elementos culturais afrodescendentes através de formas
que resistem e transcendem os períodos históricos desafiadores.

1
A escassez de referências à história da
escravidão e da cultura negra em certos aspectos do
patrimônio material e cultural do Recife destaca
uma lacuna importante na narrativa histórica local.
Apesar de algumas representações simbólicas,
como o busto de Zumbi, a estátua de Solano, Dona
Santa, e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos
Homens Pretos, a presença e contribuição
significativas dos afrodescendentes muitas vezes
não são plenamente reconhecidas ou destacadas.

A historiadora Isabel Guillen chama a atenção


para essa questão, apontando para a necessidade
de uma abordagem mais abrangente e inclusiva na
preservação e divulgação da história
afrodescendente na região. O Movimento Negro em
Pernambuco desempenha um papel crucial ao
tentar manter viva essa história, destacando as
contribuições, lutas e resiliência da comunidade
negra ao longo do tempo.

O reconhecimento e a valorização desses elementos são fundamentais não apenas para


uma compreensão mais completa da história local, mas também para promover a justiça
histórica e a igualdade, reconhecendo o legado duradouro da cultura negra em Pernambuco.

O reconhecimento e a valorização da cultura afrodescendente em Pernambuco


podem ser observados na preservação e celebração de manifestações culturais como
o maracatu. O maracatu é uma expressão cultural que tem raízes na tradição africana
e foi desenvolvida e preservada pela comunidade afrodescendente em Pernambuco.

Esta manifestação cultural, que envolve música, dança, figurinos elaborados e


representações simbólicas, desempenha um papel importante na celebração da
identidade afro-brasileira. O maracatu também é uma forma de resistência cultural,
pois preserva e destaca elementos da herança africana que, de outra forma,
poderiam ser apagados.

Assim, o maracatu se torna uma expressão viva da riqueza e diversidade da


cultura afrodescendente em Pernambuco, contribuindo para a preservação e
promoção de sua herança histórica e cultural.

2
A rica herança cultural afrodescendente em Pernambuco é evidente em diversas
expressões artísticas e manifestações tradicionais. Algumas delas incluem:

1. Capoeira: Originária da resistência dos


negros escravizados, a capoeira é uma
expressão cultural que combina elementos de
dança, luta e música. Essa prática foi uma
forma de resistência e preservação da cultura
africana no Brasil.

2. Frevo: A dança do frevo, característica do carnaval


pernambucano, tem raízes na cultura afro-brasileira.
Muitos capoeiristas, usando movimentos e chutes
característicos, desfilavam à frente dos blocos de
carnaval, incorporando elementos de defesa e exibição de
habilidades.

3. Maracatu: O maracatu é uma manifestação cultural que


mescla influências ameríndias, africanas e europeias.
Surgiu nos séculos XVII e XVIII, provavelmente
relacionado às coroações e autos do Rei do Congo. Hoje,
é lembrado principalmente durante o carnaval,
destacando-se pela riqueza musical, dança e elementos
religiosos associados ao xangô pernambucano.

Essas expressões culturais não apenas enriquecem a identidade


pernambucana, mas também evidenciam a resistência, a resiliência e a contribuição
significativa da comunidade afrodescendente para a cultura brasileira.

Fixando o conteúdo

1. O que testemunha a persistência da herança afrodescendente em Pernambuco?


2. Como os afrodescendentes em Pernambuco preservaram suas tradições durante a
escravidão?
3. Qual estratégia de resistência é exemplificada pelo sincretismo religioso em
Pernambuco?
4. Além das práticas religiosas, em que expressão cultural a herança afrodescendente é
evidente em Pernambuco?
5. Como a capoeira era usada pelos negros escravizados durante a escravidão?
6. Como a capoeira evoluiu ao longo do tempo em Pernambuco?
7. O que a escassez de referências à história da escravidão destaca em Pernambuco?
8. Qual é o papel do Movimento Negro em Pernambuco?
9. O que o reconhecimento da cultura afrodescendente em Pernambuco contribui para além
da compreensão da história local?

3
10. Qual manifestação cultural destaca a preservação da cultura afrodescendente em
Pernambuco?
11. Como o maracatu contribui para a celebração da identidade afro-brasileira em
Pernambuco?
12. Além da capoeira e do maracatu, mencione uma outra expressão cultural
afrodescendente em Pernambuco.

4
Repostas

1. A persistência e resistência da herança afrodescendente em Pernambuco testemunham


a riqueza cultural que sobreviveu aos desafios da escravidão e tentativas de apagamento.
2. Os afrodescendentes em Pernambuco conseguiram preservar suas tradições durante a
escravidão, enfrentando a imposição da cultura dominante e a tentativa de cristianização,
muitas vezes cultuando seus orixás em segredo.
3. O sincretismo religioso, representado pela substituição de imagens de orixás por santos
católicos, é uma estratégia que reflete a habilidade de adaptar as crenças africanas ao
contexto imposto pela sociedade dominante.
4. Além das práticas religiosas, a herança afrodescendente em Pernambuco é evidente na
expressão cultural da capoeira.
5. A capoeira era usada pelos negros escravizados durante a escravidão como uma forma
de resistência, preservação da cultura e treinamento militar disfarçado.
6. Ao longo do tempo, a capoeira evoluiu e se tornou uma expressão cultural reconhecida
em todo o Brasil e além.
7. A escassez de referências à história da escravidão destaca uma lacuna na narrativa
histórica local em Pernambuco.
8. O Movimento Negro em Pernambuco desempenha um papel crucial na tentativa de
manter viva a história afrodescendente, destacando contribuições, lutas e resiliência da
comunidade negra.
9. O reconhecimento da cultura afrodescendente em Pernambuco contribui não apenas
para uma compreensão mais completa da história local, mas também para promover a
justiça histórica e a igualdade.
10. O maracatu destaca a preservação e celebração da cultura afrodescendente em
Pernambuco.
11. O maracatu contribui para a celebração da identidade afro-brasileira, sendo uma forma
de resistência cultural que preserva elementos da herança africana.
12. Além da capoeira e do maracatu, outras expressões culturais afrodescendentes em
Pernambuco incluem o frevo, que tem raízes na cultura afro-brasileira, destacando-se no
carnaval pernambucano.

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