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HISTÓRIA

Escravidão e Cultura Africana em


Pernambuco

Livro Eletrônico
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CÓDIGO:
230516289300

DANIEL VASCONCELLOS

Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade


Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas
- UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de
História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no Ensino Médio,
Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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História
Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco
Daniel Vasconcellos

SUMÁRIO
Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. O Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas. . . . . . . . . . . . . 5
2. Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco. . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1. Quilombo dos Palmares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2. Quilombo do Catucá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3. Divino Mestre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3. Crise da Lavoura Canavieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4. A Participação dos Políticos Pernambucanos no Processo de Emancipação/
Abolição da Escravatura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5. Herança Afro-descente em Pernambuco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Mapa Mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Questões Comentadas em Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

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ESCRAVIDÃO E CULTURA AFRICANA EM


PERNAMBUCO
Olá meu(minha) querido(a), tudo bem?
Bem-vindo novamente! Que nessa aula consigamos dar sequência ao seu processo de
ingresso na Polícia Militar de Pernambuco. É isso mesmo! O resultado de sua dedicação, dos
nossos bate-papos, será a sua aprovação no concurso.
Nesta aula vamos tratar de uma temática muito importante, que deixou cicatrizes
profundas na história brasileira, qual seja a prática da escravidão e seus impactos culturais,
sociais, políticos e econômicos. Todas as aulas são importantes, entretanto, preste muita
atenção nessa aula em específico por uma simples questão de estatística: a banca aplicou
nada menos do que 4 questões desta temática entre 10 colocadas no certame de 2018.
Voltemos então ao nosso mapa-mental inicial:

Se recorda do nosso exercício inicial da aula anterior? Pois bem, antes de seguirmos,
para cada tópico listado no Império, aponte o que sua memória conseguir recordar. Com
dificuldade? Volte aos mapas-mentais da aula anterior e tente descrever (O que foi, causas,
consequências) cada uma das revoltas como se estivesse contando uma história, um causo
a alguém. Conseguiu? Pode ser que tenha derrapado em um ou outro detalhe, então volte
a aula anterior e leia o que estiver lhe despertando dúvidas. Pronto! Ao fazer isso algumas
vezes, sua revisão de véspera passará apenas pelos mapas-mentais dos resumos. Qualquer
dúvida, só chamar no fórum.

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Os tópicos a serem tratados nessa aula serão:


• O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas;
• Cotidiano e formas de resistência escrava em Pernambuco;
• A Crise da Lavoura Canavieira;
• A participação dos políticos pernambucanos no processo de emancipação/abolição
da escravatura;
• Herança afrodescendente em Pernambuco.
Note, meu(minha) querido(a), que não listei estes temas em nosso mapa-mental. Isso
porque a temática desta aula passa por quase todos os períodos da História do Brasil e de
Pernambuco, desde o início da colonização até as heranças da cultura afrodescendente
presentes no nosso dia-a-dia.

1. O TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS PARA


TERRAS PERNAMBUCANAS
O tráfico negreiro para o Brasil ocorreu do século XVI ao XIX. Tratava-se de uma migração
forçada de Africanos para o país que chegou a cerca de 5 milhões de pessoas. Comerciantes
africanos, brasileiros, portugueses, holandeses e ingleses dominavam a atividade.
Como há de se lembrar, falamos sobre a escravidão nas aulas anteriores, mas enfocando
sua importância na atividade açucareira. Agora, trataremos da escravidão como atividade
econômica em si e suas consequências.
Dentro da lógica mercantilista, o escravo era uma mercadoria. Assim, embarcações
vinham das feitorias do litoral africano carregadas de pessoas escravizadas, como animais
são hoje transportados para o abate. Abaixo, uma ilustração da distribuição espacial dos
escravos nos porões dos navios negreiros. Observe:

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Eram péssimas as condições: acorrentados durante todo o tempo, se alimentavam mal


e faziam suas necessidades na frente uns dos outros. Não existiam mínimas condições de
higiene. As mulheres eram estupradas pelos tripulantes. Quando a Inglaterra, em 1846,
autorizou que seus navios abordassem e apreendessem navios negreiros (Lei Bill Arden),
afim de combater o tráfico de escravos, muitas pessoas eram jogadas ao mar, acorrentadas
umas nas outras, para que não houvesse o flagrante durante a abordagem dos ingleses.
A pressão inglesa para que fosse abolida a escravidão tinha explicação na lógica burguesa
do capitalismo industrial: o escravo não recebe salário e, portanto, não pode consumir.
Os africanos se tornavam escravos:
• por rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas;
• por serem prisioneiros de guerra;
• penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas;
• troca de um membro da comunidade por comida;
• como pagamento de tributo a outro chefe tribal

Em 1560, o primeiro navio negreiro desembarcou na Colônia Portuguesa, justamente


em Pernambuco, a pedido do primeiro donatário da capitania, Duarte Coelho. A capitania se
tornou, ao longo do tempo, um dos maiores centros mundiais de comercialização de escravos.
Durante três séculos, cerca de 1376 transportes de navios negreiros foram realizados
para o Brasil. Dos cerca de 5 milhões de escravos trazidos, segundo dados oficiais, 853.833
vieram para Pernambuco. Mesmo após a proibição do tráfico negreiro em 1850 (Lei Eusébio
de Queiroz), muitos chegaram de maneira ilegal, atracando longe dos portos para tentar
despistar a fiscalização. Então, caro(a) aluno(a), os números oficiais não conseguem dar
conta da quantidade de pessoas que foram trazidas para cá.
No Brasil, de início, tráfico era realizado por comerciantes portugueses com grande
influência na política local. Eram eles os responsáveis por aplicar o capital. Já realizavam o
comércio com sucesso em outros ramos e investiam no negócio lucrativo do tráfico negreiro.
Entre 1759 a 1788, o Marquês de Pombal, ministro da Coroa Portuguesa, entregou a
Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba o monopólio do tráfico para a região. Com
o fim do monopólio, aumentou a concorrência entre os comerciantes.
O tráfico de escravos deixou de ser exclusividade de comerciantes brancos europeus
e brasileiros. A maioria dos pumbeiros (como eram chamados os comerciantes do litoral
africano que adentravam o continente e capturava pessoas para serem vendias) era
composta de mestiços, negros livres e ex-escravos. Controlavam o comércio costeiro e até
áreas do interior. Nesse contexto, Francisco Félix de Sousa merece ser citado: alforriado
aos 17 anos, é considerado o maior traficante de escravos brasileiro.
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Sem dúvidas, o maior fluxo de chegada de escravos aconteceu no século XIX. Em


Pernambuco, entre 1801 e 1850, chegavam cerca de 5 mil escravos por ano. Para se ter
uma noção, ao longo dos séculos XVII e XVIII, a media era de cerca de 2.500 a 3.300 por ano.
De maneira didática, podemos identificar 4 ciclos do tráfico:
• Ciclo da Guiné (século XVI);
• Ciclo de Angola (século XVII): traficou bacongos, ambundos, benguelas e ovambos;
• Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século XVIII - 1815):
traficou iorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus;
• Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851). Para fugir à
fiscalização dos navios ingleses buscaram rotas alternativas ao tráfico tradicional
do litoral ocidental africano capturando escravos por exemplo em Moçambique.

Até brasileiros chegaram a ser capturados e vendidos no mercado Africano.

001. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Ao sair da província de Pernambuco, Darwin,


cientista inglês, escreveu em diário, que posteriormente daria origem ao livro “A Origem das
Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus,
nunca mais ter que visitar um país escravista.”
(Charles Darwin).

A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que
a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco,
rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas
europeias e norte-americana.
b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora
a partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes
continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto
a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma
queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
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d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico
de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar
mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania
de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos
foi a pressão internacional.

O tráfico de pessoas do continente africano se fazia mediante trocas (venda e compra) de


outros gêneros manufaturados, principalmente armas.
Letra a.

Várias crianças foram ilegalmente escravizadas em praias nos limites de alguns dos
maiores e mais tradicionais engenhos de Pernambuco. O litoral era controlado por senhores
de engenhos que estavam inseridos no topo da escala social das povoações próximas, pois
eram eles que ocupavam as posições mais altas na justiça de paz, na guarda nacional e
na polícia civil. Eram eles, portanto, os encarregados de reprimir o tráfico do qual eram
protagonistas.
Portanto, é uma bobagem falar desses senhores de engenho como vítimas dos traficantes,
aos quais estariam endividados, pois era impossível um negreiro desembarcar sua preciosa
carga humana sem estar sob a proteção do proprietário que controlava o acesso ao local
de desembarque. Esses proprietários rurais eram senhores de engenho-traficantes – uma
expressão que pode ser utilizada sem aspas, pois é um termo que define a posição relativa
deles nesse ramo de negócios, pois não eram apenas compradores de cativos recém-
chegados, mas protagonistas do processo, desde o desembarque até a escravização das
mais de 150 mil pessoas livres que vieram para a província depois de 1831 nos porões de
navios negreiros.
Esse crime, portanto, foi protagonizado pela tal “nobreza da terra”, melhor dizendo,
senhores de engenho traficantes. O maior ou menor destaque de cada um desses protagonistas
nesse ramo de negócios é matéria para a historiografia atual e futura. O que fica claro, é que
o tráfico marcaria o litoral desses imensos brasis e foi um potente instrumento de reforço
e legitimação da escravidão, ao envolver diferentes agentes, inclusive empregando muita
gente, que compunha a população livre pobre circunvizinha aos pontos de desembarque.
Claro que o tráfico sempre empregou muita gente, mas depois de 1831, era uma atividade
francamente ilegal mesmo que apoiada pelo estado brasileiro, ao menos a partir da regência
do pernambucano Araújo Lima, em 1837, cujo engenho margeava o rio Sirinhaém, que
desembocava em Ponta de Serrambi, um conhecido ancoradouro de navios negreiros
depois de 1831.

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Em outubro de 1855, um navio negreiro foi capturado em Sirinhaém, Pernambuco.


Haveria ainda algumas tentativas posteriores, mas foi em Sirinhaém o último desembarque
comprovado. O barco trazia 240 a 250 pessoas de Angola, a maioria crianças, das quais
umas 200 sobreviveram. Quase 50 desapareceram, distribuídas entre senhores de engenho
de Sirinhaém, onde havia engenhos do clã Cavalcanti e até do ex-regente Araújo Lima, o
Marquês de Olinda. Foi um escândalo político e diplomático que reverberou até o trono
atingindo as relações com a Inglaterra, que havia deixado de invadir os portos brasileiros,
passando a clamar em favor dos africanos livres ainda não emancipados e das pessoas
trazidas da África depois de 1831 e, portanto, ilegalmente escravizadas.
Esse episódio revelou as malhas que ligavam o “gabinete imperial da conciliação” com
o tráfico e algumas das fissuras no campo saquarema (conservadores) que se preparava
para enfrentar a “eleição dos círculos” de 1856.
Nos últimos anos do tráfico, alguns navios procuraram Pernambuco por ser uma rota
menos vigiada. O episódio de Sirinhaém mostra como se davam os desembarques nas
praias que margeavam alguns dos principais engenhos da província, cujos proprietários
participavam ativamente nesse ramo de negócios. Revela ainda uma parte das redes
atlânticas desse tráfico a partir de Pernambuco, que alcançava, inclusive, os Estados Unidos.
Ficaram claras, ainda, as malhas que ligavam esses senhores de engenho-traficantes à elite
imperial, chegando ao ministro da Justiça do gabinete da conciliação e seus aliados do clã
Cavalcanti, que formava uma verdadeira bancada familiar no senado imperial.
Praticado pelos maiores negociantes dessa época, o tráfico desdobrou-se, indo muito
além das praias onde ocorriam os desembarques, de tal forma que terminou alcançando
praticamente toda a escala funcional e clientelar do estado imperial, através da distribuição
de propinas e emolumentos que chegavam até os padres e capelães das povoações e
engenhos que, ao batizarem aquelas crianças e adolescentes, confirmavam a escravização
ilegal, pois o que estava expresso em um livro de batismo definia a qualidade e a condição
da pessoa, servindo como prova de propriedade.
As propinas e pagamentos que se propagavam pelo entorno dos pontos de desembarque
faziam girar a economia local. As relações clientelares estreitavam-se. A escravidão saía
fortalecida não apenas por se renovar demograficamente, mas por reforçar essa malha
clientelar, espalhar pequenos ganhos monetários entre não proprietários de cativos,
legitimando o processo diante de seus beneficiários grandes e pequenos, diretos e indiretos.

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002. (UPNET/IAUPE/PM-PE/2016) O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco,


teria sido apenas mais um dos vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse
dado errado. Tudo começou quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação
também utilizada para o tráfico atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João
Manuel de Barros Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez,
prontamente denunciou o caso às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque
na imprensa, por ter sido o último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos
africanos a bordo. (CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do
tráfico de escravos depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n. 167,julho/dezembro
2012. pp. 223-260).
Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA:
a) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam na
Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das autoridades
imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do contrabando
de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania.
b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para
frear o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante
a década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco
diminuiu de forma vertiginosa.
c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais
nada fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo
disso foi o porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio
atlântico de escravos.
d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de Sirinháem”
pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que fatos
como este fossem corriqueiros.
e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência
abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as
elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre
do exterior, principalmente a dos chineses.

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Meu(minha) querido(a), novamente uma questão muito mais relacionada à interpretação


de texto do que necessariamente de conhecimento sobre dados estatísticos do tráfico
negreiro. O desembarque de Sirinhaém foi um escândalo político e diplomático que reverberou
até o trono atingindo as relações com a Inglaterra, que havia deixado de invadir os portos
brasileiros, passando a clamar em favor dos africanos livres ainda não emancipados e das
pessoas trazidas da África depois de 1831 e, portanto, ilegalmente escravizadas. Atenção
para o autor, Marcus Carvalho, sempre fonte para a elaboração de questões da banca. Mais
adiante voltaremos a resolver outras questões para exemplificarmos. Também mais adiante
discutiremos as leis abolicionistas.
Letra a.

2. COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA ESCRAVA EM


PERNAMBUCO
Meu(minha) caro(a), onde existe escravidão existe fuga! Assim como os nativos não
aceitaram facilmente a dominação dos europeus, os africanos também resistiram.
Desde o início do tráfico de escravos, gente que aqui chegava, tentava fugir. Era raro
aquele que não tentou a fuga ao menos uma vez em sua vida. Quando chegavam o porto,
tratados como mercadoria animal, eram examinados. Os que estivessem doentes eram
levados às casas de engorda. O custo elevado dessa gente trazida a foça exigia que os
comerciantes tentassem salvar o máximo de carga. Existiam encomendas de senhores e
de comerciantes e a atividade acontecia em feiras ao ar livre, nas proximidades do porto.
A tentativa de fuga das fazendas dos senhores era arriscada. Além de enfrentarem a
caça do capitão-do-mato, geralmente um ex-escravo ou mestiço, o castigo para quem
fosse capturado era cruel. Eram açoitados com violência no pátio das fazendas ou em
praças das cidades. Existiam verdadeiras práticas de tortura que só seriam extintas com o
Código Criminal do Império, em 1842.

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Na capital da província de Pernambuco, Recife, antes mesmo de 1830 a maioria


dos trabalhadores alforriados eram mulheres negras e mulatas. Mulheres estas que se
apropriavam, ou não, das vantagens que tinham perante os escravos homens, conseguindo
mais cedo a alforria. Sua vantagem consistia na proximidade dos senhores, e de agrados
que poderiam dar e receber
Os jornaleiros, ou escravos ao ganho como são mais comumente conhecidos,
representavam uma parcela significativa dos escravos urbanos. Esses escravos realizavam
trabalhos diversos, eram artesãos, barbeiros, vendedores, quitandeiras, quituteiras,
carregadores, entre outras atividades.
O escravo ao ganho tinha um senhor, a quem pertencia como os outros escravos, mas
tinha uma certa autonomia de seu dono, não morando na mesma casa, não tendo um feitor,
podendo circular mais livremente pelas ruas e praticar um ofício que lhe garantisse o sustento
e alguma renda. No entanto, apesar da aparente liberdade, o escravo jornaleiro devia a seu
senhor uma diária, normalmente alta, que era para ele uma fonte de renda importante,
e caso não conseguisse pagá-la, poderia perder o “benefício” do ganho e sofrer castigos.
O que sobrasse do seu jornal, ou seja, da renda obtida no dia de trabalho, deveria usar na
sua alimentação, moradia, e outras despesas, o que desonerava bastante o senhor, que
economizava nos gastos com a sobrevivência do escravo. Com a ajuda das diárias, alguns
escravos conseguiram acumular a quantia necessária para a compra de alforrias.

003. (UPENET/IAUPE/PM PE / SOLDADO/2018)


“Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a
revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos
terem se formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados,
outros tantos resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por
exemplo, o caso de Palmares.”
REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.)

Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência


escrava em Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele.
Todavia, ele não foi a única forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram
em solo pernambucano.
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que
a) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um
escravo que trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade
em relação ao horário, possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono
soubesse o que, de fato, havia acontecido.
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b) o quilombo do Catucá, que se localizava nas proximidades das cidades do Recife e Olinda,
foi um dos maiores problemas para as autoridades provinciais durante quase toda a segunda
metade do século XIX.
c) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela não era praticada pelos escravos
como forma de resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de
diversão.
d) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a
religião africana praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram
os escravos que resistiam e continuavam a homenagear os orixás.
e) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a
população de Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos
moldes do que ocorreu no Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão exercida contra
os escravos rebeldes na capitania de Pernambuco.

a) Certa. os escravos que trabalhavam com alguma forma de comércio eram conhecidos
como “escravos de ganho”. Normalmente era fixado uma quantia diária que o escravo
deveria entregar ao senhor.
b) Errada. O quilombo do Catucá foi extinto antes da segunda metade do século XIX. Depois
de colocarem fim à Cabanada o governo pode focar em acabar com quilombos como o de
Catucá, que foi extinto na segunda metade da década de 1830.
c) Errada. A capoeira sempre foi uma forma de luta. a música foi introduzida para despistar
os senhores e seus capangas.
d) Errada. Muitos escravos não se converteram à fé católica. Muitas vezes adotavam atos
religiosos para não serem punidos, mas secretamente continuavam adotando suas próprias
crenças.
e) Errada. Revoltas importantes ocorreram no Rio e na Bahia. A Revolta dos Malês foi
inspirada na Revolução do Haiti, ocorreu em Salvador. A revolução no Haiti causou um
grande temor nas classes mais poderosas nos países da América do Sul, pois a tomada de
poder pela classe tida como subalterna foi possível em um país bem próximo. Essas duas
revoltas espalharam o medo nos senhores de escravo pelo Brasil inteiro.
Letra a.

Quando obtinham sucesso na fuga, buscavam encontrar outros fugidos. Foi assim que
nasceram os quilombos.
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Quilombo: a palavra possui etimologia banta referente à acampamentos de guerreiros na


mata. Em 1740, o Conselho Ultramarino de Portugal usou a definição em postagem ao rei:
“Toda habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda
que não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”. Os quilombos foram
uma resistência de trincheira, em defesa de um território.

2.1. QUILOMBO DOS PALMARES


O Quilombo mais emblemático talvez seja o de Palmares, hoje localizado no atual
estado de Alagoas, em terras que pertenciam à Pernambuco (há de se lembrar que
Alagoas foi desmembrada de Pernambuco como represália de D. João à Insurreição
Pernambucana de 1817.)

De início, Palmares era um pequeno povoado com poucos quilombolas. Entretanto, o


conflito com os holandeses acabou enfraquecendo a fiscalização e centenas de escravos
fugiram engrossando o contingente populacional. Principalmente entre 1630 e 1650 o
crescimento do número de habitantes foi vertiginoso.
Palmares, a terra das palmeiras, era formada por vários mocambos (núcleos de
povoamento), entre eles os principais foram: Subupira, Macaco e Zumbi. Com terra fértil,
era cercada por alta cerca de pau-a-pique. Produziam a cultura de milho, mandioca, feijão e
bananeiras. Caçavam, pescavam e produziam artesanatos como cestos, cerâmicas, artigos
de metalurgia. O excedente de produção era comercializado com vilarejos da redondeza.
Historiadores estimam que viviam cerca de 20 mil quilombolas em Palmares. Obviamente,
os senhores que perdiam suas “propriedades” não estavam dispostos a assumir este prejuízo.
Para se protegerem, os quilombolas criaram três guarnições com cerca de 200 guerreiros
para cada uma das três entradas.
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O primeiro rei de Palmares foi Ganga Zumba, filho de uma princesa do Congo. Em 1678,
o governador de Pernambuco, Aires Souza e Castro selou um acordo com Ganga Zumba,
decretando a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares. Esse foi o Acordo
de Recife.
Alguns quilombolas não aceitaram os termos postos no acordo. É certo que havia uma
diferenciação de status entre os quilombolas. Aqueles que chegavam aos quilombos pelos
próprios meios eram mais prestigiados enquanto que os libertados por ações de guerrilha
eram desprivilegiados e colocados em trabalhos mais pesados. Assim, Ganga Zumba foi
envenenado por opositores e Zumbi assumiu o controle de Palmares.

Zumbi governou Palmares de 1678 até 1694.

Zumbi não apoiou o Acordo do Recife e continuou recebendo escravos fugidos. A


reação da Coroa Portuguesa foi enérgica. Várias excursões militares foram realizadas até
que, em 1694, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho liderou as forças oficiais e
destruiu Palmares. Apensar de Zumbi e mais um pequeno grupo conseguirem fugir, em
20 de novembro de 1679, foi morto, degolado e sua cabeça foi enviada até o Recife como
troféu. Sua luta marca as comemorações do Dia da Consciência Negra.
Existem(iram) vários quilombos espalhados por Pernambuco, dentre eles, podemos listar:
Quilombo do Ibura, Quilombo de Nazareth, Quilombo de Catucá (extensão do Cova da Onça),
Quilombo do Pau Picado, Quilombo do Malunguinho, Quilombo de Terra Dura, Quilombo do
Japomim, Quilombos de Buenos Aires, Quilombo do Palmar, Quilombos de Olinda, Quilombo
do subúrbio do engenho Camorim, Quilombo de Goiana, Quilombo de Iguaraçu.
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2.2. QUILOMBO DO CATUCÁ


Uma dica valiosa para a sua prova. Nos últimos concursos para da PM de Pernambuco,
nada menos do que 4 ocasiões apresentaram questões sobre o Quilombo do Catucá. Antes
de apresentar um pouco de sua história, veja uma questão de 2016:

004. (UPENET/IAUPE/PMPE/2016) Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão


no Brasil, a resistência de escravos tanto de origem africana quanto de origem indígena foi
constante e tomou as mais diversas formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira
viveu seu apogeu com o maior afluxo de escravos africanos, o crescimento das cidades fez
multiplicar nelas não apenas o número de escravos, mas também as formas de resistência,
que se diversificavam cada vez mais. E, se as fugas sempre foram as mais famosas e
emblemáticas dessas formas de resistência, nunca foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de
dias melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para
o interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade
de parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850. Recife: Ed. Univer-
sitária da UFPE, 2010. P. 176)

Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA.


a) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século
XIX, caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu
beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente
nas chamadas insurreições liberais.
b) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século
XIX, cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife
e canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada
por seu predecessor, o quilombo de Palmares.
c) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se
desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas “fugas de portas a dentro”, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo
a um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.
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d) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados


santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas
de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e exescravos nas margens da sociedade
escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica.
e) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas
e assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.

Meu(minha) querido(a), a questão é uma aula. Traz uma pequena explanação das formas de
resistência à escravidão e, em seguida, um trecho da importante da obra de Marcus Carvalho,
um dos maiores estudiosos da escravidão em Pernambuco. A letra b está fazendo uma
afirmação geográfica errada. Se o Quilombo do Catucá está situado as margens de Recife,
como sua extensão poderia chegar a Palmares em Alagoas? Ademais, os dois Quilombos
estão muito separados no tempo: o grande crescimento do Quilombo do Catucá se dá no
século XIX. É muito importante que você, ao ler a questão, não deixe de se atentar para a
bibliografia. Note que Marcos Carvalho, o autor citado, fez um recorte cronológico (1822-
1850) e geográfico (Recife) de suas pesquisas. Olha o

mesmo que não tivesse conhecimento sobre o Quilombo do Catucá, o recorte geográfico e
cronológico é suficiente para percebermos o erro da associação entre Catucá e Palmares.
Letra b.

No século XIX, Pernambuco abrigou um dos quilombos mais importantes da história do


Brasil. Espalhados da margem da fronteira agrícola da Zona da Mata Norte até os subúrbios
do Recife, os integrantes do Quilombo do Catucá constituíam uma comunidade com grande
mobilidade e formada por diversos núcleos dentro das matas da floresta do Catucá, mata
que começava nos limites do que hoje é o oeste da Região Metropolitana do Recife, seguia
até os mangues e rios da Ilha de Itamaracá, cortava o povoado de Tejucupapo, em Goiana
e chegava até a fronteira com a Paraíba.
Não é possível mapear precisamente a extensão do Catucá, uma vez que ele foi um
quilombo itinerante que ocupou uma vasta extensão da província de Pernambuco. No
entanto, de acordo com os estudos historiográficos, o centro do quilombo estava localizado
entre as matas dos engenhos Timbó e Monjope, na extensão de Paratibe, em Paulista e no
Recife, em um terreno acidentado conhecido como Cova da Onça, onde hoje existe o bairro
do Curado III.
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A data de fundação do quilombo também não é precisa, mas os registros presentes


no levantamento feito pelo historiador pernambucano Marcus Joaquim M. de Carvalho,
apontam que o Catucá passou a existir às vésperas da independência, durante a Revolução
Pernambucana de 1817, quando os escravizados se refugiaram nas matas.

005. (UPNET/IAUPE/CBMPE/ 2017) Segundo o historiador Marcus Carvalho, alguns aspectos


chamam a atenção na história social do Recife, na primeira metade dos oitocentos. Um
deles é, sem dúvida, o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com a Insurreição de
1817, passa pela Confederação do Equador em 1824 e termina com a Praieira em 1848.
(CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de. Rumores e rebeliões: estratégias de resistência
escrava no Recife de 1817-1848. Tempo,Vol. 3- n. 6, dezembro de 1998).
Sobre esses movimentos, é CORRETO afirmar que
a) alguns dos participantes da Insurreição Pernambucana de 1817 foram plantadores de
algodão e cana, que circundavam o quilombo do Catucá. Ali também viveram muitos dos
plantadores, que estiveram envolvidos na Confederação do Equador. Dessa forma, uma
das consequências dessas insurreições foi a fuga de escravos para o referido quilombo.
b) por serem insurreições liberais e essa doutrina não admitir a prática da escravidão, a
abolição da escravatura e o fim do tráfico atlântico de escravos foram uma das bandeiras
defendidas por todos os seus líderes. Essa medida fez com que os cativos pegassem em
armas e lutassem contra as tropas reais.
c) na década de 1840, havia duas facções competindo pelo poder na província de Pernambuco.
O levante dos praieiros está relacionado com as disputas entre esses dois grupos das elites
locais pelo governo de Pernambuco, não existindo, assim, nenhuma conexão com as disputas
parlamentares na Corte.
d) os descontentamentos resultantes da outorga da Constituição de 1817 pela corte
foram claramente manifestados em Pernambuco. Esse fato acabou insuflando as elites
pernambucanas que proclamaram a república, adotando, provisoriamente, a constituição
estadunidense.
e) entre mortos e feridos, o saldo da Revolução Praieira foi de quase novecentas pessoas.
Mas diferente das Insurreições 1817 e 1824, a Praieira não contou com a participação da
“população”. A presença das “classes perigosas” nas duas primeiras insurreições liberais
fez com que a repressão fosse muito maior. Os rebeldes de 1817 foram esmagados de tal
forma que até padres foram executados, algo inusitado no mundo colonial lusitano e que
se repetiria em 1824.
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Mais uma questão que funciona como uma verdadeira aula. O Quilombo do Catucá, por ser
próximo a Pernambuco, cresceu se favorecendo das disputas entre as elites e de revoltas
como a Insurreição Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador de 1824. Se
aproveitando das instabilidades e da falta de fiscalização, os cativos fugiam para o quilombo
mais próximo, justamente o do Catucá.
Letra a.

Apesar da constante repressão das autoridades da província, os integrantes do Catucá


– formada em sua maioria por negras e negros escravizados e fugitivos, mas com registros
que apontam para integração também de pessoas brancas (que, para o historiador Marcus
Joaquim, podem ser pessoas pardas que, à época, se identificavam como brancas) – não
se limitaram a formar uma sociedade alternativa isolada na floresta. Catucá, portanto,
está entre os quilombos do Brasil oitocentista, que tinham por base essas cumplicidades
entre escravos de engenho, quilombolas e a população livre e liberta local, mormente os
não proprietários dos meios de produção”
Os quilombolas promoveram ataques aos engenhos, comerciantes e às casas de moradores
que ficavam próximas às matas. As ações violentas ou de rebeldia levaram as autoridades
a organizarem expedições punitivas contra os quilombolas que resultaram na morte e
na captura de muitos deles. O quilombo de Catucá, e seus diversos núcleos, viveram sob
ataques e resistência durante anos.
Uma outra questão da banca, no certame do Corpo de Bombeiros, também abordou o
Quilombo do Catucá. A autora, Ilka Boaventura Leite, também é recorrente nas provas da
banca. Vamos analisá-la.

006. (UPENET/IAUPE/CBMPE/2017)
“O quilombo constitui questão relevante desde os primeiros focos de resistência dos
africanos ao escravismo colonial, reaparece no Brasil/república com a Frente Negra Brasileira
(1930/40) e retorna à cena política no final dos anos 70, durante a redemocratização do
país. Trata-se, portanto, de uma questão persistente, tendo na atualidade importante
dimensão na luta dos afro-descendentes.” (LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil:
questões conceituais e normativas. Etnográfica, Vol. IV (2), 2000, pp. 333-354).
Em relação aos Quilombos dos Palmares e do Catucá, assinale a alternativa CORRETA.
a) A proximidade que o Quilombo do Catucá tinha do Recife, localizado entre as freguesias
do Recife, Paratibe e Paulista, permitiu aos seus moradores elaborarem uma série de táticas
de sobrevivência, que perpassavam pela cooperação da população negra livre e dos escravos
dos engenhos próximos.
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b) Segundo os historiadores, os quilombos dos Palmares e do Catucá não possuíam elementos


que os pudessem distinguir, até por que tanto as condições socioculturais que os formaram
como a estrutura da Província de Pernambuco permaneciam as mesmas.
c) A escassez de documentos que versem a respeito dos quilombos de modo geral torna
toda a literatura existente sobre Palmares e Catucá ilações dos historiadores. Não existem,
assim, informações precisas e verídicas que possibilitem se conhecerem esses locais de
resistência escrava.
d) Ao contrário do observado em Palmares, o Catucá não era um quilombo dividido em
vários grupos no meio da floresta. Além disso, o único meio de vida dos quilombolas era a
agricultura de subsistência, não praticando furtos nos engenhos e assaltos nas estradas.
e) Quando finalmente os holandeses conseguiram vencer a resistência luso-brasileira, eles
encontraram várias plantações queimadas, engenhos destruídos e escravos fugidos. Foi
justamente nesse contexto de batalha que foram criadas as condições necessárias para o
aparecimento do Quilombo dos Palmares.COMENTÁRIO
Meu(minha) querido(a), olha o bizu: o Quilombo do Catucá era próximo ao Recife, um
centro urbano, o que permitia formas de resistência diferentes das formas de resistência
de Palmares. Havia uma cadeia de contatos entre libertos e cativos, muitos quilombolas
circulavam pelas ruas de Recife se aproveitando da grande movimentação diária.
Letra a.

2.3. DIVINO MESTRE


Se os Quilombos ficaram conhecidos como forma de resistência, não foram os únicos.
Ocorreram Revoltas como a dos Malês na Bahia (Escravos de religião muçulmana que
tentaram criar uma república em salvador no dia 27 de janeiro de 1835.)
Em Pernambuco, em 1846, o Divino Mestre, perturbou as lideranças políticas religiosas.
Sobre esse tema, as palavras do historiador Marcus Carvalho (preste atenção neste nome)
elucidam claramente:

Em 1846, as autoridades policiais do Recife prenderam o negro livre Agostinho José dos Santos,
junto com outros seis negros, (...) Todos se referiam a Agostinho por “Divino Mestre”. De acordo
com o chefe da Polícia da Província, fazia cinco anos que Agostinho pregava na cidade, tentando
converter mais pessoas à sua crença religiosa. Suspeitava-se, todavia que a ‘seita’, na realidade,
não passava de um disfarce para se preparar uma insurreição, e que as reuniões promovidas por
Agostinho tinham ramificações de sociedades estabelecidas em outras províncias com o único
objetivo de promover uma rebelião de negros. (CARVALHO, 2002, p.111)

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3. CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA


Querido(a), já tratamos da economia açucareira. Se lembra, foi o primeiro tópico da
nossa segunda aula. Recordemos:
A produção e exportação de açúcar para a Europa foi a principal atividade econômica
brasileira no século XVI e parte do XVII. Como vimos, os Engenhos de Açúcar, espalhados
principalmente pelo nordeste brasileiro, geravam riqueza para os senhores, para a coroa
portuguesa(tributos) e para os comerciantes holandeses (refino e distribuição).
Ocorre que, com a expulsão dos holandeses, o controle da colônia, e, portanto, da produção
do açúcar, voltou a mão dos portugueses. Mas antes de todo esse imbróglio, como você
há de se recordar, os portugueses não refinavam e nem distribuíam o açúcar no mercado
europeu. Os holandeses, que já dominavam as técnicas de refinamento e a logística da
distribuição comercial, aprenderam todo o processo de produção quando ocuparam regiões
do Nordeste brasileiro. Quando foram expulsos, não abandonaram a atividade, passaram
a fazer concorrência com o açúcar brasileiro produzindo nas Antilhas (América Central).
Podemos assim apontar a concorrência holandesa como principal fator para a crise da
economia açucareira.
Apesar da crise que se seguiu, com a baixa dos preços do açúcar brasileiro no mercado
internacional, a produção e a exportação do açúcar continuaram como a principal atividade
econômica até o ápice do Ciclo do Ouro no século XVIII.
Acontece, meu(minha) querido(a), que, além de todos esses problemas enfrentados
pela atividade açucareira, ocorreram também uma sequência de eventos no século XIX
que contribuíram para que a economia açucareira entrasse em decadência de vez, dando
espaço a uma nova aristocracia rural, a aristocracia do café.
• Surgimento do açúcar de beterraba: com o Bloqueio Continental de Napoleão, no
início dos 1800, os navios ingleses carregados com açúcar brasileiro ficaram impedidos
abastecer a Europa. Os europeus então precisaram de uma alternativa para abastecer
o mercado interno
• Expansão da economia cafeeira: A expansão da economia cafeeira pode ser explicada
pela crise da produção cafeeira asiática, graças a pragas que tomaram as lavouras.
Além disso, a abundância de mão-de-obra escrava pôde ser deslocada do Nordeste
para o Sudeste. Ocorre que a economia cafeeira adotou o mesmo sistema de plantation
(MEL) da cana. Com a crise do açúcar, os senhores de escravos passaram a vender suas
propriedades. Muitos comerciantes de Pernambuco que eram senhores de escravos
em 1840 já não o eram mais em 1870. Até meados do século XX, Pernambuco foi o
maior produtor de açúcar do país, quando perdeu o posto para São Paulo.
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Com a crise da economia açucareira, o algodão passou a figurar em Pernambuco. A


produção comercial no País começou no século 18, nos estados da Região Nordeste. Em
1760, o Maranhão exportou as primeiras sacas de algodão para a Europa, dando início ao
plantio do tipo arbóreo perene, que tem fibras mais longas.
Além da crise do açúcar, o processo foi impulsionado pela demanda inglesa de matéria-
prima após a Revolução Industrial e a Independência dos Estados Unidos, que deixou de
abastecer o mercado da Inglaterra.
Em 1816, o maior proprietário de que se tem notícia na lavoura do algodão em Pernambuco,
era Antonio dos Santos Coelho (capitão-mór) instalado nas terras de Cimbres. Ele possuía
600 a 700 escravos e, segundo se pode concluir, dominava a produção algodoeira na região.

4. A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS PERNAMBUCANOS NO


PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
Antes de falarmos propriamente das ações de políticos pernambucanos no movimento
abolicionista, é preciso que entendamos as principais leis abolicionistas que foram surgindo
ao longo do século XIX. Vamos a elas:
Nome: Lei Feijó - “Lei pra inglês ver”:
• Data: novembro de 1831
• O que previa: proibia o tráfico negreiro para o Brasil, declarando livres os escravos
que aqui chegassem e punindo severamente os importadores. Na prática, a lei foi
uma mera satisfação à pressão dos ingleses pelo fim da escravidão já que o governo
não se empenhou em fiscalizar e punir. Isso só viria a acontecer de fato a partir de
1850 com a lei Eusébio de Queirós.
Nome: Bill Aberdeen (Lei Inglesa)
• Data: 1845
• O que previa: o parlamento inglês aprovou uma lei que permitia aos navios britânicos
atacarem navios brasileiros envolvidos com o tráfico de escravos em águas internacionais.
Nome: Lei Eusébio de Queirós
• Data: 4 de setembro de 1850
• O que previa: a lei proibia o tráfico negreiro transportado da África até o Brasil. Apesar
de sua importância, o tráfico ilegal continuou.
Nome: Lei do Ventre Livre
• Data: 28 de setembro de 1871
• O que previa: a lei declarava que os filhos de escravos nascidos a partir daquela data
eram livres. Na prática os nascidos desde então ficavam sob a tutela do senhor de
engenho até os 21 anos.
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Nome: Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-Cotegipe)


• Data: 28 de setembro de 1885
• O que previa: a lei estabelecia que os escravos com 60 anos ou mais eram livres.
Entretanto, poucos eram os que conseguiam chegar aos 60 anos. A liberdade de um
escravo idoso era um prêmio ao senhor de escravos que abandonava a responsabilidade
de alimentá-lo.
Nome: Lei Áurea
• Data: 13 de maio de 1888
• O que prevê: a lei decreta o fim da escravidão no Brasil. Entretanto, não houve um
planejamento sobre o que fazer com todos os libertos. Não se criou uma infraestrutura
de educação, moradia e emprego. Não forneceram nenhuma política social de inclusão.
Querido(a), a partir de 1831, as nações europeias influenciadas pelas ideias iluministas e
pela Revolução Francesa de 1789, começaram a pressionar a comunidade internacional pelo
fim da escravidão. A Inglaterra, em especial, sendo berço da Revolução Industrial, entendia
a escravidão como contraditória à lógica do capitalismo: um escravo não consome e os
investimentos em escravos poderiam ser deslocados para outras atividades econômicas
de interesse inglês.
A Lei de Terras de 1850 (lei n. 601 de 18 de setembro de 1850), provocou uma concentração
de terras ainda maior nas mãos dos já latifundiários. Estabelecia a compra como a única
forma de acesso à terra e proibia a posse da terra aos que nela já habitassem sem registro
de compra. Muitos posseiros, índios, escravos fugidos e alforriados acabaram expulsos de
suas terras. Ao contrário do que acontecia no Brasil, os Estados Unidos promoviam uma
grande reforma agrária, distribuindo terras no Oeste por valores simbólicos, o que favoreceu
o crescimento da economia agrícola familiar e transformou os norte-americanos num dos
maiores produtores agrícolas mundiais.
As associações abolicionistas debatiam estratégias para promover a causa e atuavam
para atrair apoio público. Entre as personalidades de destaque que atuaram pelo fim da
escravidão no Brasil podemos citar André Rebouças, Luís Gama, José do Patrocínio, Joaquim
Nabuco, Castro Alves, entre outras. Aliás, recomendo que veja o filme “Doutor Gama”,
disponível em streaming, sobre a atuação do advogado negro Luís Gama.
Entre 1878 e 1885 surgiram 227 sociedades abolicionistas. Esses grupos organizaram
conferências, comícios, panfletagem, jornais e ajudavam organizando rotas de fugas para
escravos, abrigando-os, incentivando fugas. Uma ação comum foi o transporte de escravos
fugidos para o Ceará — estado que aboliu a escravidão em 1884.
Dentre essas associações, a de maior destaque foi a Confederação Abolicionista.
Criada por José do Patrocínio e André Rebouças, em 1883, defendia uma abolição irrestrita
e imediata, sem indenização para os senhores de escravos. Essa associação coordenou
campanha abolicionista a nível nacional.
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Vários jornais abriram espaço para a publicação de artigos em defesa da abolição. Nesse
sentido, destacam-se os seguintes jornais: A Abolição, Oitenta e Nove, A Liberdade, O Amigo
do Escravo, A Gazeta da Tarde, entre outros espalhados em todo o país.
Diante da pressão internacional pelo fim da escravidão, a própria aristocracia rural
começou a inflacionar o preço dos escravos na expectativa de que o governo pagasse uma
indenização quando a previsível abolição acontecesse.
Entretanto, o governo brasileiro libertou os escravos, mas não indenizou os proprietários.
Resultado: a aristocracia escravagista começou a sonegar tributos retirando o
sustentáculo financeiro do Império. Uma grave crise tomou conta do governo, já debilitada
pelos altos gastos com a Guerra do Paraguai (1864-1870).

007. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020)


“Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento,
reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação
gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em
1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento
abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população
escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio
em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números
de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada.
Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição, embora alguns reivindicassem que os
fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.”
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos)
Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que
a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida
pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação.
b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial
o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos.
c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros
escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico
quanto social.
d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida
e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial.
e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação
da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna.
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É muito importante que você leia os textos com atenção. Note que a alternativa “e” concorda
com as afirmações: “era óbvio que a abolição estava iminente”, “O movimento abolicionista
tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras”, “segmentos da população que simpatizavam
com a causa abolicionista”, “a escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada”, “Quase
ninguém opunha-se à ideia de abolição...”
Letra e.

O movimento abolicionista brasileiro teve participação de importantes personalidades


de Pernambuco. Vamos a eles:
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco é o principal expoente do abolicionismo pernambucano.
Não é para menos. Vejamos o seu currículo. Nasceu em Recife no dia 19 de agosto de
1849 e faleceu em 17 de janeiro de 1910 em Washington, no Estados Unidos. Foi político,
diplomata, jurista, orador, jornalista. Tamanha sua importância, na data de seu nascimento
é comemorado o Dia Nacional do Historiador.
Enquanto intelectual, usou de suas obras e de suas atividades políticas para se opor
com veemência à escravidão. Escreveu obras importantes como “O Abolicionismo” e “Minha
Formação”. Nesta última, descreve a contradição de ter sido educado por uma família
escravagista e lutar pelo fim da escravidão. Liderou a bancada abolicionista na Câmara dos
Deputados em 1878 e é um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Joaquim Nabuco era um monarquista e acreditava que a abolição só viria por vias
institucionais, através do Parlamento. Atribuía à escravidão a razão do atraso econômico
e social do país. Condenava a postura da Igreja Católica em não se posicionar no combate
ao absurdo da escravidão.
Tobias Barreto de Menezes era Sergipano e chegou a Pernambuco em 1862. Estudou
Direito na Faculdade do Recife e é considerado o principal teórico brasileiro da Escola do
Recife, onde propagou os ideais do positivismo francês de Auguste Comte.
Os historiadores dividiram didaticamente o movimento abolicionista em três fases.
Vamos a elas:
• Fase Literária: Engajamento de intelectuais do Nordeste Brasileiro, com destaque
para Castro Alves (1847-1871). Essa fase é marcada pela conscientização através de
recitais, saraus, livros e jornais.
• Fase de Militância: Joaquim Nabuco liderou um movimento de grande repercussão
contra a escravidão. Jornais e revistas denunciavam diariamente os absurdos e
atrasos decorrentes da atividade. Surgiu um numero considerável de Sociedades
Abolicionistas que se reuniam para planejar ações pelo fim da escravidão.
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• Fase da Libertação: Tobias Barreto foi o maior expoente desta fase, pensando na
organização da sociedade através do trabalho livre. Nesse momento, a campanha
abolicionista ganha inúmeros adeptos. Cerca de 800 mil escravos foram libertos com
a Lei Áurea de 1888.

A influência da Escola de Direito do Recife foi enorme. Tanto que muitos abolicionistas
não pernambucanos estudaram lá. Castro Alves, Plínio de Lima, Aristides Spínola, Rui Barbosa
e Regueira Costa fundaram uma associação abolicionista de alunos.
José Mariano Carneiro, que se formou na mesma turma de Joaquim Nabuco, fundou
o jornal abolicionista A Província.
O Ceará foi a primeira província brasileira a abolir a escravidão em 1884. Logo após, foi
criada a associação emancipatória Clube do Cupim, do qual eram membros José Mariano,
Joaquim Nabuco, Alfredo Pinto, Vicente do Café, Leonor Porto, Phaelante da Câmara e
João Ramos.
Uma discussão relevante sobre o processo da Abolição da Escravidão: o Nordeste
brasileiro enfrentava a diminuição da utilização da mão de obra escrava em função da
crise da lavoura canavieira. Nesse sentido, era muito conveniente à aristocracia rural de
Pernambuco apoiar o fim da escravidão. Ademais, ainda criaram a expectativa de receber
indenizações do governo pelos investimentos em escravos, o que não aconteceu. Esse,
inclusive, será um dos fatores responsáveis pela queda da monarquia, sem apoio das elites
aristocratas rurais.

008. (UPENET/ UPE / IAUPE/PMPE/2009) Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o


território nacional. Foi um dos últimos países a libertar os escravos. Sobre a libertação dos
escravos, analise as proposições abaixo.
I – A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental para a modernização da economia
brasileira, embora a modernização tenha demandado algum tempo para começar.
II – Os escravos tiveram grandes dificuldades para se incorporarem ao mercado de trabalho
livre. Muitos deles continuaram com seus antigos senhores.
III – Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos passaram a ser considerados cidadãos
com todos os direitos concedidos pela constituição.
IV – A escravidão institucionalizada foi rompida, porém muitas das relações da época do
escravismo se mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo o manual, foi um
dos vestígios mais marcantes do tempo da escravidão.
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Está CORRETO o que se afirma em


a) I, II e III, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Querido(a), preste muita atenção. Analisemos cada uma das afirmações:


Afirmativa I: Ainda que você não soubesse o número de escravos libertos com a abolição, é
certo que a escravidão representava um atraso na dinamização da economia.
Afirmativa II: A abolição não solucionou o problema da miséria da população negra. Preferiram
imigrantes europeus, acostumados com o trabalho nas lavouras do café, do que pagarem
salários aos ex escravos. Ante essa situação, era compreensível que alguns quisessem
continuar com seus senhores.
Afirmativa III: Do ponto de vista jurídico sim. Do ponto de vista prático, obvio que não.
Afirmativa IV: Práticas racistas e discriminatórias ainda acontecem no Brasil. Também existe
uma desvalorização do trabalho manual.
Letra e.

5. HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO


Caro(a) aluno(a), os primeiros escravos africanos chegaram, vindos de diversas partes
da África, trazendo consigo seus hábitos, costumes, música, dança, culinária, língua, mitos,
ritos e a religiões.
Como já discutimos, o sincretismo religioso, a fusão da religiosidade africana com a
religião católica, é um dos melhores exemplos da influência da cultura africana na sociedade
brasileira, mas não o único.
Durante séculos, as vítimas do tráfico transatlântico de escravos traziam consigo
uma grande de diversidade étnica. Diante da violência e da exploração, das torturas e
assassinatos, a segunda maior população de negros depois da África, construiu formas de
resistência que ultrapassaram a simples fuga ou rebelião. A herança da escravidão faz com
que manifestações religiosas, culturais e artísticas representem a luta pela manutenção
da memória e de suas raízes.
Em Pernambuco, a cultura local é profundamente ligada a manifestações afro-brasileiras.
Se a escravidão deixou um legado negativo de desigualdade social e discriminação, por
outro lado há que se destacar que também deixou uma cultura pungente, tão rica que
colore as ruas da cidade de Recife. O Candomblé, a dança, a música, a comida, o sotaque
pernambucano carregado de vocábulos africanos.
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Existe uma variedade de produtos trazidos da África e que agora fazem parte da dieta
dos pernambucanos: a banana, o amendoim, o azeite de dendê, a manga, a jaca, o arroz,
a cana de açúcar, o coqueiro e o leite de coco, o quiabo, o caruru, o inhame, a erva-doce, o
gengibre, o açafrão, o gergelim, a melancia, a pimenta malagueta, etc.
A Capoeira foi trazida pelos escravos angolanos como uma dança religiosa. Entretanto,
foi transformada em luta pelos quilombolas de Palmares. As regras para transformar a
capoeira em um jogo foram publicadas em 1928, inclusive com ilustrações de golpes, passos,
defesas. Durante muito tempo o capoeirista foi tratado como um delinquente. O filme
Besouro (2009 com direção de João Daniel Tikhomiroff) conta a vida de Besouro Mangangá
(Ailton Carmo), um capoeirista brasileiro da década de 1920, a quem eram atribuídos feitos
heroicos e lendários. Em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio
Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial.
Outra contribuição da Capoeira é o Frevo. Para evitar a repressão da polícia, os
capoeiristas adaptavam os movimentos. A palavra Frevo tem origem na expressão “frevura”.
É uma dança realizada com sombrinhas coloridas que servem para o equilíbrio e a estética
das coreografias no carnaval Pernambucano.
O Maracatu é uma forma de dança carnavalesca criada pelos membros de terreiros de
Candomblé para despistar a perseguição e intolerância do estado. Os negros se disfarçam de
nobres e parecem prestar reverência à Corte Portuguesa, mas na verdade estão adorando seus
deuses. Outra dança carnavalesca é o Congado que nasceu das coroações de reis africanos.
Nos anos de 1990, um movimento de contracultura surgiu no Recife: o Manguebeat.
Altamente influenciado pelos valores urbanos da cidade, promoveram a mistura dos
tambores do maracatu, com o hip hop, o rock e a música eletrônica. Seus principais expoentes
faziam parte da banda Nação Zumbi e Chico Science considerado o principal compositor
do movimento.

009. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se


caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que a cidade foi palco de mais de trezentos anos
de escravidão de populações africanas e seus descendentes... [Mas], parece que a história
da escravidão e da cultura negra, herança da diáspora, permanece invisibilizada na cidade.
Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja um jovem estudante ou turista, encontrará
parcas referências à história da escravidão e da cultura negra na região metropolitana do
Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no Pátio de São
Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora
do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados em praças na cidade... E pouco
nada mais do que isso.”
(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lugaresdeme-
moriadaculturanegraguillen.pdf)

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Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa


CORRETA.
a) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados
e libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro-
brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de
xangô.
b) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século
XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas.
c) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga
carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os
atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do
século XIX.
d) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação
entre os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros
terem sido feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do
século XIX.
e) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa
liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.

a) Certa. Claramente influenciado pelo sistema divino de ascendência africana, o Xangô


de Pernambuco é uma religião marcada pela adoração a vários orixás, santos e deuses
ligados à cultura ioruba. Entre as várias entidades adoradas, podemos destacar as devoções
prestadas à Iemanjá, Iansã, Orixalá Nana, Ogum, Ode, Exu. Além desses santos, devemos
salientar o culto a Orumilá, senhor do jogo de búzios que determina a vontade dos deuses
em relação aos homens.”
b) Errada. Indícios históricos apontam que o maracatu surgiu em meados do século XVIII, a
partir da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana. Ela se origina
da instituição dos Reis Negros, já conhecida nos países da França e Espanha, no século XV
e em Portugal, no século XVI.
c) Errada. Há dois tipos de maracatu: o maracatu nação... também chamado de Baque
Virado... e o maracatu rural.”
d) Errada. Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta.
Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando
a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um
instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.”
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e) Errada. Segundo Jefferson Evandro Machado Ramos quando os escravos chegavam ao


“Brasil, que possuía o Catolicismo como religião oficial, não foram autorizados a praticarem
seus cultos religiosos de origem africana. Muitos senhores de engenho, inclusive, obrigavam
os escravos a irem às missas à igreja ou capela para se batizarem e até praticarem os rituais
católicos.”
Letra a.

Estimado, chegamos ao final da apresentação de conteúdos. Na sequência, estude o


resumo, os mapas mentais e faça todos os exercícios. Todas os gabaritos estão discutidos
na secção Gabarito Comentado.
Ah, não se esqueça de avaliar esta aula, ok!?
Nos encontramos na nossa próxima aula.
Abraços,
Professor Daniel

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RESUMO

TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS


• Sec. XVI a XIX: 5 milhões de pessoas para o Brasil
• Mercantilismo: comércio dominado pelos portugueses.
• Navios negreiros: tumbeiros.
• Pernambuco: 1560 – primeiro navio negreiro da colônia. A pedido do donatário da
capitania Duarte Coelho
• Segundo dados oficiais, 853.833 vieram para Pernambuco, fora os não oficiais.
• Ciclo da Guiné (século XVI);
• Ciclo de Angola (século XVII): traficou bacongos, ambundos, benguelas e ovambos;
• Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século XVIII - 1815):
traficou iorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus;
• Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851). Para fugir à fiscalização
dos navios ingleses buscaram rotas alternativas ao tráfico tradicional do litoral
ocidental africano capturando escravos por exemplo em Moçambique.
• Desembarque de Sirinhaém: Foi a apreensão de um navio negreiro que desembarcou
ilegalmente com escravos em 1855. Escândalo político e diplomático atingindo as
relações com a Inglaterra, que havia deixado de invadir os portos brasileiros, passando
a clamar em favor dos africanos livres ainda não emancipados e das pessoas trazidas
da África depois de 1831 e, portanto, ilegalmente escravizadas.

COTIDIANO E FORMAS DE RESISTÊNCIA ESCRAVA EM PERNAMBUCO


• Resistência cotidiana: fugas, comércio, assalto, práticas religiosas, capoeira, auxílio
á fugas, revoltas, quilombos.
• Tortura: Código Criminal do Império de 1842.
• Escravos de ganho: trabalhos diversos, eram artesãos, barbeiros, vendedores,
quitandeiras, quituteiras, carregadores, entre outras atividades.
• Quilombo: local escondido, ger. no mato, onde se abrigavam escravos fugidos.
Povoação fortificada de escravos negros fugidos da escravidão, dotada de divisões
e organização interna (onde tb. se acoitavam indignas e eventualmente brancos
socialmente desprivilegiados).
• Quilombo dos palmares: surgiu em 1597 e ao longo de todo o século XVII resistiu às
expedições portuguesas e contou com cerca de 20 mil habitantes. Zumbi dos Palmares
foi um dos grandes líderes do Quilombo dos Palmares e liderou a luta de resistência
contra os portugueses.
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• Quilombo do Catucá: Acredita-se que surgiu durante a Revolução Pernambucana de


1817. Entre as matas dos engenhos Timbó e Monjope, na extensão de Paratibe, em
Paulista e no Recife, em um terreno acidentado conhecido como Cova da Onça, onde
hoje existe o bairro do Curado III. Diversos núcleos. Táticas de sobrevivência: Ataques
a engenhos, comerciantes e moradores. Cooperação da população negra livre e dos
escravos dos engenhos próximos.
• Seita do Divino Mestre (1846): Seita religiosa liderada pelo negro Agostinho José
dos Santos. Prisão de vários membros por receio de que fosse uma organização de
revolta escrava.

CRISE DA LAVOURA CANAVIEIRA


• Século XVIII: Concorrência holandesa nas Antilhas.
• Século XIX: Açúcar de beterraba; Expansão cafeeira.
• Surgimento da economia do algodão em Pernambuco.

A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS PERNAMBUCANOS NO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/


ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA
• Leis abolicionistas:
• Lei Feijo (1831): lei para inglês ver.
• Lei Bill Aberdeen (Lei Inglesa de 1845): atacar navios negreiros.
• Lei Eusébio de Queirós (1850): proibiu o tráfico negreiro no Brasil.
• Lei do Ventre Livre (1871): livres os nascidos a partir da lei. Contudo, o nascido ficaria
sob os cuidados do senhor até os 8 anos de idade.
• Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-Cotegipe de 1885) Liberdade para os maiores
de 60 anos.
• Lei Áurea (13 de maio de 1888): Abolição.
• Lei de Terras de 1850: concentração latifundiária.
• Associações e clubes abolicionistas: assessoria jurídica, coleta de doações, panfletagem,
jornais, palestras.
• Joaquim Nabuco (1849-1910): Escritor, político, diplomata, jurista, orador e jornalista.
Liderou a bancada abolicionista na Câmara dos Deputados. Um dos fundadores da
Academia Brasileira de Letras. Defendia que a abolição viria através do parlamento.
• Tobias Barreto: Sergipano, chegou a Pernambuco em 1862. Estudou Direito na
Faculdade do Recife e é considerado o principal teórico brasileiro da Escola do Recife,
onde propagou os ideais do positivismo francês de Auguste Comte.
• Castro Alves, Plínio de Lima, Aristides Spínola, Rui Barbosa e Regueira Costa fundaram
uma associação abolicionista de alunos.
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• José Mariano Carneiro, que se formou na mesma turma de Joaquim Nabuco, fundou
o jornal abolicionista A Província
• associação emancipatória Clube do Cupim, do qual eram membros José Mariano,
Joaquim Nabuco, Alfredo Pinto, Vicente do Café, Leonor Porto, Phaelante da Câmara
e João Ramos.

HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO


• Sincretismo religioso: fusão de religiosidades, com destaque para as matrizes africanas
e cristãs.
• manifestações religiosas, culturais e artísticas representem a luta pela manutenção
da memória e de suas raízes.
• Capoeira, Candomblé, Xangô, Frevo, Maracatu, Congado, a dança, a música, a comida,
o sotaque pernambucano carregado de vocábulos africanos.

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MAPA MENTAL

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LEIS ABOLICIONISTAS
“Lei para Inglês ver” 1831 Proibia o Tráfico Negreiro para o Brasil.
Bill Aberdeen (Lei Inglesa) 1845 Permitia navios britânicos atacarem navios negreiros.
Eusébio de Queirós 1850 Proibiu de fato o tráfico negreiro para o Brasil.
Lei do Ventre Livre 1871 Libertava todo filho de escravo nascido a partir da data.
Lei do Sexagenário 1885 Libertava os escravos com mais de 60 anos.
Lei Áurea 1888 Assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão.

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

001. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Ao sair da província de Pernambuco, Darwin,


cientista inglês, escreveu em diário, que posteriormente daria origem ao livro “A Origem das
Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus,
nunca mais ter que visitar um país escravista.”
(Charles Darwin).

A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que
a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco,
rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas
europeias e norte-americana.
b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora
a partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes
continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto
a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma
queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico
de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar
mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania
de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos
foi a pressão internacional.

002. (UPNET/IAUPE/PM-PE/2016) O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco,


teria sido apenas mais um dos vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse
dado errado. Tudo começou quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação
também utilizada para o tráfico atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de
João Manuel de Barros Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua
vez, prontamente denunciou o caso às autoridades. A notícia acabou ganhando grande
destaque na imprensa, por ter sido o último negreiro apreendido na costa brasileira com
cativos africanos a bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos depois de 1831.
Revista de História, São Paulo, n. 167,julho/dezembro 2012. pp. 223-260).

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Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco
Daniel Vasconcellos

Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA:


a) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam na
Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das autoridades
imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do contrabando
de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania.
b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para
frear o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante
a década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco
diminuiu de forma vertiginosa.
c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais
nada fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo
disso foi o porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio
atlântico de escravos.
d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de Sirinháem”
pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que fatos
como este fossem corriqueiros.
e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência
abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as
elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre
do exterior, principalmente a dos chineses.

003. (UPENET/IAUPE/PM PE / SOLDADO/2018) “Embora não tivessem sido as únicas formas


de resistência coletiva sob a escravidão, a revolta e a formação de quilombos foram das
mais importantes. Apesar de muitos quilombos terem se formado aos poucos, através da
adesão de fugitivos individuais ou agrupados, outros tantos resultaram de fugas coletivas
iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por exemplo, o caso de Palmares.”
REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.)

Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência


escrava em Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele.
Todavia, ele não foi a única forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram
em solo pernambucano.
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que
a) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um
escravo que trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade
em relação ao horário, possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono
soubesse o que, de fato, havia acontecido.
b) o quilombo do Catucá, que se localizava nas proximidades das cidades do Recife e Olinda,
foi um dos maiores problemas para as autoridades provinciais durante quase toda a segunda
metade do século XIX.
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c) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela não era praticada pelos escravos
como forma de resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de
diversão.
d) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a
religião africana praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram
os escravos que resistiam e continuavam a homenagear os orixás.
e) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a
população de Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos
moldes do que ocorreu no Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão exercida contra
os escravos rebeldes na capitania de Pernambuco.

004. (UPENET/IAUPE/PMPE/2016) Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão


no Brasil, a resistência de escravos tanto de origem africana quanto de origem indígena foi
constante e tomou as mais diversas formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira
viveu seu apogeu com o maior afluxo de escravos africanos, o crescimento das cidades fez
multiplicar nelas não apenas o número de escravos, mas também as formas de resistência,
que se diversificavam cada vez mais. E, se as fugas sempre foram as mais famosas e
emblemáticas dessas formas de resistência, nunca foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de
dias melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para
o interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade
de parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850. Recife: Ed. Univer-
sitária da UFPE, 2010. P. 176)

Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA.


a) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século
XIX, caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu
beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente
nas chamadas insurreições liberais.
b) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século
XIX, cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife
e canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada
por seu predecessor, o quilombo de Palmares.
c) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se
desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas “fugas de portas a dentro”, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo
a um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.
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d) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados


santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas
de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e exescravos nas margens da sociedade
escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica.
e) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas
e assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.

005. (UPNET/IAUPE/CBMPE/ 2017) Segundo o historiador Marcus Carvalho, alguns aspectos


chamam a atenção na história social do Recife, na primeira metade dos oitocentos. Um
deles é, sem dúvida, o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com a Insurreição de 1817,
passa pela Confederação do Equador em 1824 e termina com a Praieira em 1848.
(CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de. Rumores e rebeliões: estratégias de resistência escrava no Recife
de 1817-1848. Tempo,Vol. 3- n. 6, dezembro de 1998).

Sobre esses movimentos, é CORRETO afirmar que


a) alguns dos participantes da Insurreição Pernambucana de 1817 foram plantadores de
algodão e cana, que circundavam o quilombo do Catucá. Ali também viveram muitos dos
plantadores, que estiveram envolvidos na Confederação do Equador. Dessa forma, uma
das consequências dessas insurreições foi a fuga de escravos para o referido quilombo.
b) por serem insurreições liberais e essa doutrina não admitir a prática da escravidão, a
abolição da escravatura e o fim do tráfico atlântico de escravos foram uma das bandeiras
defendidas por todos os seus líderes. Essa medida fez com que os cativos pegassem em
armas e lutassem contra as tropas reais.
c) na década de 1840, havia duas facções competindo pelo poder na província de Pernambuco.
O levante dos praieiros está relacionado com as disputas entre esses dois grupos das elites
locais pelo governo de Pernambuco, não existindo, assim, nenhuma conexão com as disputas
parlamentares na Corte.
d) os descontentamentos resultantes da outorga da Constituição de 1817 pela corte
foram claramente manifestados em Pernambuco. Esse fato acabou insuflando as elites
pernambucanas que proclamaram a república, adotando, provisoriamente, a constituição
estadunidense.
e) entre mortos e feridos, o saldo da Revolução Praieira foi de quase novecentas pessoas.
Mas diferente das Insurreições 1817 e 1824, a Praieira não contou com a participação da
“população”. A presença das “classes perigosas” nas duas primeiras insurreições liberais
fez com que a repressão fosse muito maior. Os rebeldes de 1817 foram esmagados de tal
forma que até padres foram executados, algo inusitado no mundo colonial lusitano e que
se repetiria em 1824.
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006. (UPENET/IAUPE/CBMPE/2017) “O quilombo constitui questão relevante desde os


primeiros focos de resistência dos africanos ao escravismo colonial, reaparece no Brasil/
república com a Frente Negra Brasileira (1930/40) e retorna à cena política no final dos anos
70, durante a redemocratização do país. Trata-se, portanto, de uma questão persistente,
tendo na atualidade importante dimensão na luta dos afro-descendentes.”
(LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas. Etnográfica, Vol. IV (2),
2000, pp. 333-354).

Em relação aos Quilombos dos Palmares e do Catucá, assinale a alternativa CORRETA.


a) A proximidade que o Quilombo do Catucá tinha do Recife, localizado entre as freguesias
do Recife, Paratibe e Paulista, permitiu aos seus moradores elaborarem uma série de táticas
de sobrevivência, que perpassavam pela cooperação da população negra livre e dos escravos
dos engenhos próximos.
b) Segundo os historiadores, os quilombos dos Palmares e do Catucá não possuíam elementos
que os pudessem distinguir, até por que tanto as condições socioculturais que os formaram
como a estrutura da Província de Pernambuco permaneciam as mesmas.
c) A escassez de documentos que versem a respeito dos quilombos de modo geral torna
toda a literatura existente sobre Palmares e Catucá ilações dos historiadores. Não existem,
assim, informações precisas e verídicas que possibilitem se conhecerem esses locais de
resistência escrava.
d) Ao contrário do observado em Palmares, o Catucá não era um quilombo dividido em
vários grupos no meio da floresta. Além disso, o único meio de vida dos quilombolas era a
agricultura de subsistência, não praticando furtos nos engenhos e assaltos nas estradas.
e) Quando finalmente os holandeses conseguiram vencer a resistência luso-brasileira, eles
encontraram várias plantações queimadas, engenhos destruídos e escravos fugidos. Foi
justamente nesse contexto de batalha que foram criadas as condições necessárias para o
aparecimento do Quilombo dos Palmares.

007. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020) “Por volta da década


de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo
de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas
de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para
os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível
nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com
uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que
simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas.
A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à ideia
de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela
perda de seus escravos.”
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos)

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Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que
a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida
pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação.
b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial
o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos.
c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros
escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico
quanto social.
d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida
e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial.
e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação
da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna.

008. (UPENET/ UPE / IAUPE/PMPE/2009) Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o


território nacional. Foi um dos últimos países a libertar os escravos. Sobre a libertação dos
escravos, analise as proposições abaixo.
I – A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental para a modernização da economia
brasileira, embora a modernização tenha demandado algum tempo para começar.
II – Os escravos tiveram grandes dificuldades para se incorporarem ao mercado de trabalho
livre. Muitos deles continuaram com seus antigos senhores.
III – Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos passaram a ser considerados cidadãos
com todos os direitos concedidos pela constituição.
IV – A escravidão institucionalizada foi rompida, porém muitas das relações da época do
escravismo se mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo o manual, foi um
dos vestígios mais marcantes do tempo da escravidão.
Está CORRETO o que se afirma em
a) I, II e III, apenas.
b) I e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

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009. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se


caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que a cidade foi palco de mais de trezentos anos
de escravidão de populações africanas e seus descendentes... [Mas], parece que a história
da escravidão e da cultura negra, herança da diáspora, permanece invisibilizada na cidade.
Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja um jovem estudante ou turista, encontrará
parcas referências à história da escravidão e da cultura negra na região metropolitana do
Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no Pátio de São
Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora
do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados em praças na cidade... E pouco
nada mais do que isso.”
(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lugaresdeme-
moriadaculturanegraguillen.pdf)

Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa


CORRETA.
a) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados
e libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro-
brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de
xangô.
b) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século
XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas.
c) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga
carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os
atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do
século XIX.
d) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação
entre os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros
terem sido feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do
século XIX.
e) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa
liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.

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EXERCÍCIOS

010. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,
em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova
ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
No permanente processo de construção da identidade nacional, a determinação legal para
a introdução da história da África nos currículos escolares é mais uma conquista no esforço
de resgatar e reconhecer a importância capital dos africanos e de seus descendentes para
a configuração da sociedade brasileira.

011. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,
em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova
ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os
níveis de ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão.

012. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020) “Por volta da década


de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo
de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas
de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para
os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível
nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com
uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que
simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas.
A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à ideia
de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela
perda de seus escravos.”
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Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que
a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida
pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação.
b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial
o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos.
c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros
escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico
quanto social.
d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida
e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial.
e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação
da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna.

013. (VUNESP/ESFCEX/CONHECIMENTOS GERAIS P/ TODOS OS CARGOS- 1º SIMULADO/2020)


DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador
Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos,
que tendo-Nos requeridos o Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós quanto antes
jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que haviamos offerecido ás suas
observações para serem depois presentes à nova Assembléa Constituinte mostrando o
grande desejo, que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do Imperio, por
lhes merecer a mais plena approvação, e delle esperarem a sua individual, e geral felicidade
Política: Nós Jurámos o sobredito Projecto para o observarmos e fazermos observar, como
Constituição, que dora em diante fica sendo deste Imperio a qual é do theor seguinte:
CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituic ao/Constituicao24.htm >, acesso em: 10 jul. 2020, às 17h27.

Sobre a Constituição de 1824, analise as afirmativas.


I – Estabelecia o voto indireto e censitário (Votantes [100 mil réis] – Eleitores [200 mil] –
Deputados [400 mil] – Senadores [800 mil]).
II – O catolicismo foi oficializado como religião do Estado e qualquer outra só poderia ser
exercida em culto doméstico.
III – Criados de servir, menores de 25 anos e libertos podiam votar se comprovassem a
renda de 200 mil réis.
Marque a alternativa correta.
a) Somente a alternativa I está correta.
b) Somente a alternativa II está correta.
c) Somente as alternativas I e II estão corretas.
d) Somente as alternativas I e III estão corretas.
e) Todas as alternativas estão.
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014. (UPNET/IAUPE/PMPE/SOLDADO/2016) Leia os textos a seguir:


Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um repertório
inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais dinâmicos e
em ambientes sociais desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós.
Recife: Bagaço, 2007. p. 39.

Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem
direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada
por vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda
a história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E
sim, anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”.
Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas
toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós.
Recife: Bagaço, 2007. p. 11.

Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
b) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
c) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a
esse Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
d) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só
foi possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e
partilham esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa
da identidade e do respeito à diversidade cultural.
e) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis
e rainhas do congo.
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015. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – HISTÓRIA/2016)


Leia os fragmentos a seguir.
I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós
Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras
encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu
bordo escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades,
ou pelos Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que
não tiverem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que
se encontrarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente
apprehendidas, e consideradas em tentativa de importação de escravos.
(Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)

II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella
Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do
Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço de
embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados no
serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangeira,
os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do Brazil.
Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos escravos,
com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscalisar-se na visita
da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que forem achados
depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem reexportados.
(Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)

Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente,


a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen.
b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó.
c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco de Araújo.
d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz.
e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó.

016. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR – HISTÓRIA/2014) Leia a notícia a seguir:


“E se alguém te dissesse que o Brasil está longe de ser um país multiétnico? – e que a
Copa do Mundo evidencia isto de uma maneira muito simples? Em um texto publicado na
última terça- feira no jornal inglês The Guardian, o repórter Felipe Araújo faz uma reflexão
sobre a torcida brasileira na Copa do Mundo: ‘Cobrindo a Copa do Mundo como jornalista
me encontrei participando de um jogo similar ao ‘Onde Está Wally?’, o problema é que a
pergunta agora era mais séria: onde estão os negros? Passei por cinco cidades-sede até o
momento e em todas elas a pergunta para a resposta estava distante de ser respondida –
eu até perdi lances de gol enquanto procurava por negros nas torcidas.’”
(Onde estão os negros? Texto do The Guardian. Pragmatismo político [on-line], 4 jul. 2014.)

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A reportagem publicada no jornal inglês abordou, com estranhamento, a flagrante discrepância


entre o número de negros na população brasileira e a quantidade de negros presentes na
torcida brasileira nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014.
Desse ponto de vista, o campeonato futebolístico evidencia que o Brasil é um país racista,
porque a desproporção apontada é consequência histórica da
a) marginalização econômica da maioria da população negra.
b) restrição física ao ingresso de brasileiros negros nos estádios.
c) hostilidade de torcidas organizadas contra negros nas arquibancadas.
d) segregação étnica realizada nos meses anteriores à Copa.
e) cultura de cordialidade entre negros, vítimas de racismo, e seus agressores brancos e
pardos.

017. (IPAD/2010/PREFEITURA DE GOIANA – PE/ADMINISTRADOR DE REDES – 1) O abolicionismo


encontrou no Norte do país um amplo campo de atuação, a partir do exemplo e das ações
de homens como Joaquim Nabuco. No contexto goianense, a função principal do Clube
Abolicionista era
a) lutar pela aprovação de leis contrárias à escravidão.
b) oferecer assistência jurídica a escravos e a ex-escravos.
c) organizar rebeliões escravas.
d) realizar conferências e conseguir donativos para alforrias.
e) recuperar escravos feridos.

018. (ESPCEX/2019) Ideias republicanas estavam presentes entre os brasileiros há tempos.


No século XVIII, inspiraram movimentos contra o domínio português. Em 1870, um grupo
de políticos lançou, no Rio de Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episódios,
ocorridos na segunda metade do século XIX, abalaram o Império Brasileiro. Considerando
os seguintes fatos:
I – Questão Militar.
II – Questão de Fronteiras.
III – Questão Religiosa.
IV – Questão da Cisplatina.
V – Questão Abolicionista.
Assinale abaixo a alternativa em que todas as proposições estão corretas no que se refere
às questões que contribuíram para o fim do período Imperial Brasileiro.
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e V.
d) III, IV e V.
e) IV e V.
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019. (UPE/VESTIBULAR/2017) Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil viveu um


período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais emergiam diante de uma
estrutura política, que não atendia aos interesses de um grupo, a nova burguesia urbana,
que ascendia no cenário político da época, buscando representação e participação na vida
política brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até então.
A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e escravista – via-se, então,
em processo de desestruturação, sendo alvo de pesadas críticas. CARVALHO, Mariana Nunes
de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime monárquico. Fonte: http://www.
encontro2008.rj.anpuh.org/resources/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA-
ANPUH-2008.pdf
Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político brasileiro, as
quais tinham entre suas bandeiras
a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão.
b) a instituição do trabalho compulsório e da República.
c) o início da industrialização e a ampliação da escravidão.
d) o apoio à política migratória e a defesa do sistema parlamentar.
e) a reforma no modelo político e a demarcação das terras indígenas.

020. (INÉDITA/2023) É correto dizer que o tráfico negreiro transatlântico contou, em grande
parte, com a participação decisiva:
a) dos nativos africanos que, voluntariamente, ofereciam-se ao processo de escravidão.
b) dos poderosos reinos africanos, que já praticavam a escravidão há séculos.
c) dos poderosos reinos pré-colombianos, que já haviam dado início à escravização de
africanos antes mesmo do descobrimento da América.
d) dos chineses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em
suas plantações de soja.
e) dos japoneses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em
suas plantações de arroz.

021. (FATEC/VESTIBULAR/2012) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei


Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em
decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, “a Lei de Terras”.
Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta.
a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a
chegar ao Brasil.
b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros
libertos o acesso a elas.
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c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no “Act
Homesteade” americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais
pobres.
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua
força de trabalho para os cafeicultores.
e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das
dezenas de quilombos que existiam no Brasil.

022. (INÉDITA/2023) Além da política que estimulava a imigração de europeus para o Brasil,
um dos efeitos do fim do tráfico negreiro transatlântico foi:
a) o início da negociação de escravos entre o Brasil e o Sul dos Estados Unidos.
b) a intensificação da atividade da Ku Klux Klan em solo brasileiro.
c) a intensificação do tráfico negreiro interprovincial em solo brasileiro.
d) a intensificação do processo de alforria em massa dos escravos negros nascidos no Brasil.
e) a ação de traficantes clandestinos (piratas) que vendiam os negros em um mercado
paralelo.

023. (FUVEST/VESTIBULAR/2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados


momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar
problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha
importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento,
transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do
sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes
a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é,
o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio
colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim,
os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia,
com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de
africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos,
engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor
“adaptação” do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro
que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário.
(Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979. p; 105.
Adaptado).

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Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:


a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso
a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.
b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas,
o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a
obtenção, na África, daqueles trabalhadores.
c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos
preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto outros
os consideravam uma “mercadoria”.
d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente
para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na
lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.
e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta
precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável
comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de
colonização.

024. (ENEM/2013) O quilombo dos Palmares se transformou em um importante fato histórico


através do qual, atualmente, o movimento negro brasileiro buscar manter viva a memória
da resistência dos africanos escravizados contra a exploração vivenciada durante toda a
história de ocupação do território que hoje chamamos de Brasil. Sobre os fatos relacionados
ao quilombo dos Palmares, indique a alternativa abaixo que está incorreta:
a) Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais
começaram a impor a desarticulação de Palmares.
b) O governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Zumbi, importante líder palmarino,
assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”.
c) A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram
uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos
que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a
destruição definitiva de Palmares.
d) Instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas, Palmares se transformou em uma
espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade.
e) Pelo acordo de Recife, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os
negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região
norte de Alagoas em troca da promessa de que o quilombo não recebesse mais nenhum
africano fugido.
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025. (UNIFESP/VESTIBULAR/2011) Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária


no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que:
a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes,
foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda,
tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação
de animais para atender o mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de
trabalho livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer
tentativa de comparação entre ambas.

026. (INÉDITA/2023) Leia as afirmações abaixo e selecione a alternativa INCORRETA:


a) A Abolição da Escravatura no Brasil não veio acompanhada de nenhuma política que
possibilitasse o desenvolvimento econômico dos negros libertos.
b) A Lei Saraiva, de 1881, fez parte de uma reação conservadora que, prevendo o decreto
da Abolição, criou mecanismos para impedir o voto dos analfabetos.
c) A Lei do Ventre Livre determinava que todo filho de escravo nascido após 1871 deveria
ser liberto imediatamente sem nenhum tipo de indenização.
d) A Lei Saraiva-Cotejipe, também conhecida como Lei dos Sexagenários, libertava os
escravos com mais de 60 anos de idade após três anos de serviço.
e) A Lei Áurea foi realizada como forma de as elites barrarem o avanço do debate sobre a
reforma agrária.

027. (PUC-RIO/2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial da América


portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a.
a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização
dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-obra.
b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava
africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o nordeste açucareiro a partir do
final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.
c) A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra escrava africana, a escravidão
indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa.
d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de
seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios
agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”.
e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo
mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”.
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028. (FUVEST/2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão
que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a
trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento
da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a
escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus
senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade,
pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição
de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de
jornadas de trabalho excessivas.
(Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.)

Com base no texto, considere as afirmações abaixo:


I – O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II – O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III – A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na
história do Brasil.
IV – A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento
do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V – As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas
de escravidão pela legislação brasileira atual.
São corretas apenas as afirmações:
a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V

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029. (PUC-RIO/2007)

Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade


brasileira, durante o século XIX.
Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento acerca da
escravidão, assinale a única opção que NÃO apresenta uma característica correta.
a) Os escravos especializados em algum ofício usufruíam de melhores condições de trabalho;
viviam, nas cidades, como homens livres, e evitavam fugas ou revoltas.
b) O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer
critérios de distinção entre trabalhadores libertos (forros) e escravos.
c) A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no
Brasil, distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado, trazido pelo tráfico.
d) As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria,
em áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos de matizes raciais.
e) As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos proprietários
como a perda de um bem constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela
captura.
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030. (UDESC/2009) Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados
pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da
Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe
meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque:
Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno
e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de
café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31)
Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre
os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se
relacionavam com a escravidão da seguinte forma:
I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário.
Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente
inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.
II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que
os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens
àquilo que não consideravam justo, mesmo dentro do sistema escravista.
III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos.
O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só
permite uma única interpretação: barbárie social.
IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na
iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de
seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo
seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.
V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o
texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia
tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem
suas próprias ações.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

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031. (ADVISE/2009) A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas
a seguir, qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?
a) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era
muito pequena.
b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame
escravidão.
c) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando,
quase quarenta anos (1850-1888).
d) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo.
e) Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum
cabedal compravam a sua liberdade.

032. (UFPB/2008) O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do
Brasil: a escravidão.
“O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma máquina
de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os
engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os
cofres dos traficantes de homens.”
(Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112).

Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar:


a) As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850.
Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico inter­continental
e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões.
b) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em
atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente
às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café.
c) A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão,
só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa
proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos.
d) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta
de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram
tornar-se grandes proprietários de terras.
e) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África
para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com
isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino.
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033. (ENEM/2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil,
muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma
guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma
revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população
livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças
das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim
da escravidão no Brasil, no qual
a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais
c) optava pela via legalista de libertação
d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
e) antecipava a libertação paternalista dos cativos

034. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2020) Com o objetivo de promover


pouco a pouco a substituição do braço escravo na lavoura de café, recorreu-se, nos meados do
século XIX, à colonização estrangeira, sob sistema de parceria. Pretendia-se, dessa maneira,
conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais de povoamento com as necessidades do
latifúndio cafeeiro. Contava-se com a experiência dos núcleos coloniais de povoamento
cuja criação desde a vinda da Corte de D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada. A
partir de então, havia se rompido definitivamente com as tradicionais restrições à fixação
de estrangeiros na colônia. Estimulava-se a vinda de imigrantes.
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação Editora
da UNESP, 1999)

O trecho acima aponta um primeiro motivo para o incentivo à imigração: a substituição do


trabalho escravo. Outros motivos pertinentes para se estimular a migração foram:
a) a questão demográfica, reconhecendo-se a necessidade de povoamento do país, e o
branqueamento da população que, à época, era composta majoritariamente por negros e
indígenas.
b) a chegada da família real com sua corte, o que trouxe a necessidade de mão de obra
excedente, e a dificuldade de se controlar a população escrava.
c) a crise do modelo agrário brasileiro, com a expulsão dos proprietários de suas terras
tradicionais, e a falta de trabalhadores no vasto território do Império.
d) a pluralização de povos, que estava nos planos imperiais de miscigenação da população,
e a alta mortalidade da escravaria do campo.
e) os problemas econômicos do Império, que já não possuía mais recursos para a compra de
escravos africanos, cada vez mais caros, e o aumento da população de escravos e indígenas,
que ameaçava os domínios de Pedro II.
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035. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorporadas


à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início dos
tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica
econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo.
Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança
africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar,
sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte
do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas
da África são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos
essenciais da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”.
Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos
significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como
da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item.
Na formação histórica do Brasil, as relações processadas via Atlântico são de tal ordem
essenciais que se pode afirmar que “o Brasil também começa na África, e a África se prolonga
no Brasil”.

036. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorporadas


à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início dos
tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica
econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo.
Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança
africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar,
sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte
do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas
da África são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos
essenciais da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”.
Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos
significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como
da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item.
Após longo período de esquecimento do significado da presença de vários grupos africanos
no Brasil, espera-se que os professores identifiquem práticas sociais que atravessam o
cotidiano escolar, mas que nunca estiveram no interior da escola.

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037. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,
em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova
ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
Diferentemente do ocorrido no Brasil, a escravidão africana praticamente inexistiu nas
demais regiões da América.

038. (AOCP/IFB/PROF. DE HISTÓRIA/2016) No que diz respeito à história da África e aos


primórdios do tráfico de escravos para Portugal e América, assinale a alternativa correta.
a) Durante séculos, a África esteve praticamente isolada do comércio com outras regiões, à
exceção do seu Norte. A partir do final do século XV e em um crescendo, ela foi incorporada
ao novo sistema geoeconômico orientado para o Atlântico, ligando a Europa, a África e a
América, naquilo que ficou conhecido como comércio triangular.
b) Até a chegada dos portugueses à África, seus habitantes viviam em formas comunitárias
de sociedade, desconhecendo a escravidão e praticando um comércio de escambo. Com
a vinda dos portugueses, isso se alterou, com o surgimento de tribos especializadas na
captura de africanos para transformá-los em escravos e na pilhagem.
c) Ao chegarem à África, os portugueses apoderaram-se das saídas das grandes rotas do
comércio de ouro e de escravos, que haviam sido estabelecidas há séculos. Impedidos de fazer
seu comércio com outros povos e necessitando de uma série de bens que não conseguiam
produzir, os africanos foram obrigados a fornecer escravos para os portugueses.
d) Durante o século XV e o início do XVI, os portugueses estabeleceram inúmeras feitorias
na costa ocidental, fazendo alianças com a população local e com seus chefes, para que
participassem do comércio com os europeus, principalmente ouro e escravos.
e) De início, os portugueses pretendiam instalar-se na África, organizando uma produção
destinada à exportação para a Europa, mas a resistência dos africanos e a dificuldade em
fazer alianças com os chefes tribais levou-os a optarem pelo Brasil, tornando o continente
africano uma região fornecedora de braços para as propriedades agrícolas da América.

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039. (AVANÇA SP/PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA – SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO


BÁSICA - PEB II – HISTÓRIA/2022) Leia as afirmações abaixo sobre a história africana e suas
relações com o Brasil e, a seguir, assinale a alternativa correta:
I – muitos dos escravizados trazidos para o Brasil e que foram trabalhar em Minas ou Goiás
vieram de regiões do interior do continente africano, das savanas e das bordas dos desertos.
II – poucos dos escravos trazidos para o Brasil vieram de regiões do litoral do continente
africano.
III – No território brasileiro, reis e nobres africanos, vendidos por seus desafetos como
escravos, buscaram, algumas vezes, reconstruir as estruturas políticas e religiosas das
terras de onde haviam partido.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As afirmativas I e III estão corretas.

040. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do


período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir.
A luta dos escravizados pela liberdade ocorreu tanto pela fuga e formação de quilombos,
que representaram uma alternativa concreta à ordem escravista, quanto pela negociação:
os escravos reivindicaram momentos livres para se dedicar a seus afazeres, a sua cultura
e religiosidade, e a suas famílias, recebendo eventuais concessões.

041. (CESPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2018) Tendo em vista


que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna,
que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação
primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) os itens a seguir, acerca das
características básicas da produção brasileira no período colonial.
No período em apreço, em que predominava a pluricultura de produtos, a produção aurífera
mineira era voltada para a metrópole, e as indústrias básicas, como a metalurgia, empregavam
uma pequena parcela de trabalhadores livres.

042. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do


período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir.
A concessão de alforria aos descendentes de africanos escravizados enfraqueceu as rebeliões
escravas ao tornar-se mecanismo de distinção entre negros escravizados e negros e mulatos
livres.
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043. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do


período imperial do Brasil, julgue o item a seguir.
Para conter as rebeliões escravas, a Coroa portuguesa enrijeceu as leis que proibiam a reunião
de escravos e institucionalizou a figura do capitão do mato, medidas que se mantiveram
até o período Imperial quando a Revolta dos Malês, na Bahia, abalou a estrutura do sistema
escravista de maneira semelhante à do quilombo de Palmares.

044. (CESPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Julgue os itens a seguir, com relação aos traços gerais
da organização e da formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação
do Brasil ao império português.
No âmbito do império português, a associação entre monocultura da cana-de-açúcar,
trabalho escravo e grande propriedade surgiu no Nordeste brasileiro, com o custeamento
da coroa.

045. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2012) No século XVII, no atual território


do estado de Alagoas, ocorreu a maior revolta de escravos realizada no Brasil e que se tornou
célebre pela capacidade de estruturar economicamente a comunidade de libertos e de
resistir ao cerco dos senhores e das autoridades. Esse importante fato histórico corresponde
a) à Revolta de Penedo, cujo líder foi Duarte Coelho.
b) à Revolta dos Emboabas, sob a liderança Caramuru.
c) ao surgimento do Quilombo de Trindade, cujo líder foi Arariboia.
d) à Revolta dos Malês, cujo líder foi Ganga.
e) ao surgimento do Quilombo dos Palmares, cujo líder foi Zumbi.

046. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2017) No início do século XV, a expansão


marítima correspondia aos interesses diversos de classes, grupos sociais e instituições que
compunham a sociedade portuguesa. Para os comerciantes, era a perspectiva de um bom
negócio; para o rei, era a oportunidade de criar novas fontes de receita; para os nobres e os
membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus cristianizando “povos bárbaros” resultava
em recompensas e em cargos cada vez mais difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da
Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar significava, sobretudo, emigrar, tentar uma vida
melhor. Daí a expansão ter-se convertido em uma espécie de grande projeto nacional ao
qual todos, ou quase todos, aderiram e que atravessou os séculos.
Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 23 (com adaptações).

Considerando o contexto histórico da época Moderna apresentado no texto precedente,


julgue os próximos itens.
A produção dos engenhos das Alagoas na Capitania de Pernambuco voltava-se essencialmente
ao consumo interno da população urbana que surgia na região, apesar da importância do
açúcar para o comércio internacional da metrópole portuguesa.
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047. (AOCP/PREFEITURA DE CAMAÇARI/PROF. DE HISTÓRIA/2013) O ensino da história e


da cultura afro-brasileira e da africana proporciona reflexões importantes, uma delas é o
termo “escravo”. Assinale a alternativa correta a respeito de tal termo.
a) É corretamente atribuído ao negro africano.
b) É corretamente atribuído a determinada condição de trabalho.
c) É utilizado no Brasil colonial para designar as pessoas subalternas.
d) Tem o mesmo significado tanto no Brasil colonial quanto na Grécia Antiga.
e) Não tem utilidade no presente, já que não existe mais escravidão.

048. (AOCP/PREF. MUNICIPAL DE LAGARTO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Conhecido


desde a Antiguidade, o trabalho escravo foi responsável pelo desenvolvimento econômico
do Brasil em sua fase de colonização. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
a) A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos.
b) Os escravos vinham em busca de uma vida melhor.
c) A Lei do Ventre Livre colocou fim na escravidão.
d) Os ingleses sempre foram favoráveis à escravidão no Brasil.
e) O tráfico negreiro gerou riquezas visíveis para a África.

049. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012) O autor da imagem ao lado foi o


artista francês Jean-Baptiste Debret, que veio ao Brasil em 1816, como integrante da Missão
Francesa, promovida por D. João VI. Sua estada foi longa, pois ficou no Brasil até 1831. Isso
permitiu que ele produzisse uma grande quantidade de desenhos e pinturas sobre o povo e
as paisagens brasileiras, além de interessantes relatos. Publicou os seus trabalhos no livro
Viagem pitoresca e histórica do Brasil. Sobre a sociedade imperial retratada no quadro de
Debret é possível afirmar que:

a) Todos os escravos viviam em condições bastante semelhantes.


b) Os senhores de escravos defendiam mais participação política dos seus escravos.
c) A mulher tinha um papel de destaque na família patriarcal.
d) Havia uma forte hierarquia na sociedade escravista que se expressava na vida cotidiana.

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050. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR/SUPERIOR/2012)


Canto das três raças
Paulo César Pinheiro
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
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Esta composição de Paulo César Pinheiro imortalizada pela voz de Clara Nunes representa
um lamento em relação ao fato lamentável da escravidão no Brasil. Sobre esta assinale a
única alternativa INCORRETA:
a) A mão-de-obra escrava foi a base de sustentação da economia colonial e imperial.
b) A identificação de escravos como crioulos revelava a sua condição de nascido no Brasil,
diferente do africano que era o recém-chegado, trazido pelo tráfico.
c) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pelo uso dos
índios como mão-de-obra.
d) A escravidão africana teve início com a descoberta do ouro na primeira metade do século
XVIII na região, que hoje, chamamos de Minas Gerais.

051. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012)


Leitor, se não tens desprezo
De vir descer às senzalas,
Trocar tapetes e salas
Por um alcouce cruel,
Que o teu vestido bordado
Vem comigo, mas ... cuidado ...
Não fique no chão manchado,
No chão do imundo bordel.
Este é um trecho do poema “tragédia no lar” do poeta romântico Castro Alves. Conhecido
como poeta dos escravos. Castro Alves se destacou por combater a escravidão no Brasil
inspirando muitos abolicionistas. Sobre a Abolição no século XIX é possível afirmar que:
a) Houve um processo gradual de abolição da escravidão a partir de 1850 com o fim do
tráfico negreiro.
b) O Movimento abolicionista surgiu na segunda metade do século XVIII, mas se ampliou
durante o século XIX.
c) O Brasil foi um dos primeiros países a abolir a escravidão na América.
d) A promulgação da Lei Áurea contou com o apoio irrestrito dos grandes proprietários de
terras.

052. (UPENET/ IAUPE/CBMPE/2017) Leia com atenção o texto abaixo:


Posso sair daqui pra me organizar (x2)
Posso sair daqui pra desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama (x2)
o homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu vi um chié andando devagar
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E um aratu pra lá e pra cá


E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue e virou gabiru
Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia e pegou a minha cenoura
“Aê minha véia deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia eu não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me desorganizando posso me organizar.
Da lama ao caos, do caos à lama
o homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
o homem roubado nunca se engana
Chico Science & Nação Zumbi. Da Lama Ao Caos. 1994.

Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA.


a) O texto faz referência ao ecossistema dos mangues como símbolo da miséria e da pobreza
e ilustra a necessidade de se proporem alternativas para sua extinção, na medida em que
colaboram com a desorganização da cidade do Recife e dificultam o desenvolvimento.
b) Da lama ao caos, do caos à lama é uma obra, que exemplifica o movimento Manguebeat,
ocorrido na década de 70, na cidade do Recife, no sentido de resgatar a desvalorização da
cultura local, influenciando movimentos culturais externos.
c) No trecho do texto: “Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça”, o autor sinaliza a sua
insatisfação com as heranças e influências culturais deixadas por Josué de Castro, Mestre
Salustiano, Ariano Suassuna no surgimento do movimento Manguebeat, na década de 90.
d) O texto ilustra um movimento de renovação e valorização da cultura pernambucana,
denominado de Manguebeat, nascido na década de 90, na cidade do Recife, pautado na
mobilização e na contestação social, e traz a ideia de caos como referência às desigualdades
e aos conflitos sociais.
e) No texto, o caranguejo e o aratu representam a abundância dos recursos da natureza
presentes nos manguezais, sendo esses recursos os responsáveis pela redução da fome e
da miséria e por significativos avanços sociais, vistos na década de 70, momento em que
nascia o Movimento Manguebeat.

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GABARITO

1. a 35. C
2. a 36. C
3. a 37. E
4. b 38. d
5. a 39. e
6. a 40. C
7. e 41. E
8. e 42. C
9. a 43. E
10. C 44. E
11. E 45. e
12. e 46. E
13. c 47. b
14. d 48. a
15. b 49. d
16. a 50. d
17. d 51. a
18. c 52. d
19. a
20. b
21. d
22. c
23. e
24. b
25. d
26. c
27. c
28. b
29. a
30. d
31. b
32. e
33. c
34. a

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GABARITO COMENTADO

010. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,
em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova
ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
No permanente processo de construção da identidade nacional, a determinação legal para
a introdução da história da África nos currículos escolares é mais uma conquista no esforço
de resgatar e reconhecer a importância capital dos africanos e de seus descendentes para
a configuração da sociedade brasileira.

A obrigatoriedade do ensino da História da África contribui para esse resgate.


Certo.

011. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,
em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova
ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os
níveis de ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão.

De acordo com a legislação deve-se abordar questões culturais, sociais e políticas,


ultrapassando o mero estudo estereotipado do negro como escravo.
Errado.

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012. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020)


“Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento,
reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação
gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em
1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento
abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população
escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio
em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números
de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada.
Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição, embora alguns reivindicassem que os
fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.”
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos)

Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que
a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida
pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação.
b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial
o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos.
c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros
escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico
quanto social.
d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida
e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial.
e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação
da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna.

É muito importante que você leia os textos com atenção. Note que a alternativa “e” concorda
com as afirmações: “era óbvio que a abolição estava iminente”, “O movimento abolicionista
tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras”, “segmentos da população que simpatizavam
com a causa abolicionista”, “a escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada”, “Quase
ninguém opunha-se à ideia de abolição...”
Letra e.

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013. (VUNESP/ESFCEX/CONHECIMENTOS GERAIS P/ TODOS OS CARGOS- 1º SIMULADO/2020)


DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador
Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos,
que tendo-Nos requeridos o Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós quanto antes
jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que haviamos offerecido ás suas
observações para serem depois presentes à nova Assembléa Constituinte mostrando o
grande desejo, que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do Imperio, por
lhes merecer a mais plena approvação, e delle esperarem a sua individual, e geral felicidade
Política: Nós Jurámos o sobredito Projecto para o observarmos e fazermos observar, como
Constituição, que dora em diante fica sendo deste Imperio a qual é do theor seguinte:
CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Constituic ao/Constituicao24.htm >, acesso em: 10 jul. 2020, às 17h27.

Sobre a Constituição de 1824, analise as afirmativas.


I – Estabelecia o voto indireto e censitário (Votantes [100 mil réis] – Eleitores [200 mil] –
Deputados [400 mil] – Senadores [800 mil]).
II – O catolicismo foi oficializado como religião do Estado e qualquer outra só poderia ser
exercida em culto doméstico.
III – Criados de servir, menores de 25 anos e libertos podiam votar se comprovassem a
renda de 200 mil réis.
Marque a alternativa correta.
a) Somente a alternativa I está correta.
b) Somente a alternativa II está correta.
c) Somente as alternativas I e II estão corretas.
d) Somente as alternativas I e III estão corretas.
e) Todas as alternativas estão.

A alternativa III está incorreta porque, mesmo com renda, os criados de servir, os menores
de 25 anos e os libertos foram excluídos de participação. Vale ressaltar que as mulheres
eram excluídas de direitos políticos pelas normas sociais.
Letra c.

014. (UPNET/IAUPE/PMPE/SOLDADO/2016) Leia os textos a seguir:


Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um repertório
inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais dinâmicos e
em ambientes sociais desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós.
Recife: Bagaço, 2007. p. 39.

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Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem
direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada
por vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda
a história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E
sim, anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”.
Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas
toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós.
Recife: Bagaço, 2007. p. 11.

Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
b) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
c) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a
esse Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
d) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só
foi possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e
partilham esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa
da identidade e do respeito à diversidade cultural.
e) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis
e rainhas do congo.

A história de resistência da população negra se deu das mais variadas formas, com as
manifestações e tradições culturais sendo exemplo disto.
Letra d.

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Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco
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015. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – HISTÓRIA/2016)


Leia os fragmentos a seguir.
I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós
Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras
encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu
bordo escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades,
ou pelos Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que
não tiverem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que
se encontrarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente
apprehendidas, e consideradas em tentativa de importação de escravos.
(Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)

II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella
Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos
do Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço
de embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados
no serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação
estrangeira, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados
para fóra do Brazil. Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo
do numero dos escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos
mesmos, e fiscalisar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou.
Os escravos, que forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e
retidos até serem reexportados.
(Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)

Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente,


a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen.
b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó.
c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco de Araújo.
d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz.
e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó.

Muito fácil! Listei, inclusive, os parágrafos da Lei Feijó no corpo do texto sobre a Questão
Abolicionista. Tenha em mente que você deverá saber identificar cada uma das leis
abolicionistas. Na seção Mapas Mentais, encontrará uma tabela resumindo essas leis.
Letra b.

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016. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR – HISTÓRIA/2014) Leia a notícia a seguir:


“E se alguém te dissesse que o Brasil está longe de ser um país multiétnico? – e que a
Copa do Mundo evidencia isto de uma maneira muito simples? Em um texto publicado na
última terça- feira no jornal inglês The Guardian, o repórter Felipe Araújo faz uma reflexão
sobre a torcida brasileira na Copa do Mundo: ‘Cobrindo a Copa do Mundo como jornalista
me encontrei participando de um jogo similar ao ‘Onde Está Wally?’, o problema é que a
pergunta agora era mais séria: onde estão os negros? Passei por cinco cidades-sede até o
momento e em todas elas a pergunta para a resposta estava distante de ser respondida –
eu até perdi lances de gol enquanto procurava por negros nas torcidas.’”
(Onde estão os negros? Texto do The Guardian. Pragmatismo político [on-line], 4 jul. 2014.)

A reportagem publicada no jornal inglês abordou, com estranhamento, a flagrante discrepância


entre o número de negros na população brasileira e a quantidade de negros presentes na
torcida brasileira nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014.
Desse ponto de vista, o campeonato futebolístico evidencia que o Brasil é um país racista,
porque a desproporção apontada é consequência histórica da
a) marginalização econômica da maioria da população negra.
b) restrição física ao ingresso de brasileiros negros nos estádios.
c) hostilidade de torcidas organizadas contra negros nas arquibancadas.
d) segregação étnica realizada nos meses anteriores à Copa.
e) cultura de cordialidade entre negros, vítimas de racismo, e seus agressores brancos e
pardos.

Questão exige conhecimento acerca do processo da abolição da escravatura. Como vimos,


não houve uma política social para os ex escravos após o fim da escravidão. Essas políticas
sociais somente surgiram em finais do século XX, com o programa Bolsa Família de Fernando
Henrique Cardoso e com o sistema de cotas, já no Governo Lula.
Letra a.

017. (IPAD/2010/PREFEITURA DE GOIANA – PE/ADMINISTRADOR DE REDES – 1) O abolicionismo


encontrou no Norte do país um amplo campo de atuação, a partir do exemplo e das ações
de homens como Joaquim Nabuco. No contexto goianense, a função principal do Clube
Abolicionista era
a) lutar pela aprovação de leis contrárias à escravidão.
b) oferecer assistência jurídica a escravos e a ex-escravos.
c) organizar rebeliões escravas.
d) realizar conferências e conseguir donativos para alforrias.
e) recuperar escravos feridos.
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Os clubes ou associações abolicionistas tinha suas atuações voltadas para a libertação dos
escravos. No caso específico do clube abolicionista de Goiana, realizavam conferências para
conseguir donativos para as alforrias.
Letra d.

018. (ESPCEX/2019) Ideias republicanas estavam presentes entre os brasileiros há tempos.


No século XVIII, inspiraram movimentos contra o domínio português. Em 1870, um grupo
de políticos lançou, no Rio de Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episódios,
ocorridos na segunda metade do século XIX, abalaram o Império Brasileiro. Considerando
os seguintes fatos:
I – Questão Militar.
II – Questão de Fronteiras.
III – Questão Religiosa.
IV – Questão da Cisplatina.
V – Questão Abolicionista.
Assinale abaixo a alternativa em que todas as proposições estão corretas no que se refere
às questões que contribuíram para o fim do período Imperial Brasileiro.
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e V.
d) III, IV e V.
e) IV e V.

A monarquia perdeu o apoio ideológico da igreja, o apoio financeiro dos senhores de escravos
que esperavam uma compensação pela abolição, e o apoio do exército, influenciado pelos
ideais positivistas republicanos.
Letra c.

019. (UPE/VESTIBULAR/2017) Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil viveu um


período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais emergiam diante de uma
estrutura política, que não atendia aos interesses de um grupo, a nova burguesia urbana,
que ascendia no cenário político da época, buscando representação e participação na vida
política brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até então.
A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e escravista – via-se, então,
em processo de desestruturação, sendo alvo de pesadas críticas.
CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime monárquico. Fonte: http://
www.encontro2008.rj.anpuh.org/resources/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA-ANPUH-2008.
pdf

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Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político brasileiro, as


quais tinham entre suas bandeiras
a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão.
b) a instituição do trabalho compulsório e da República.
c) o início da industrialização e a ampliação da escravidão.
d) o apoio à política migratória e a defesa do sistema parlamentar.
e) a reforma no modelo político e a demarcação das terras indígenas.

b) Errada. Ao contrário, queriam o fim e não a instituição do trabalho compulsório (escravo).


c) Errada. Restrição da escravidão.
d) Errada. Defendiam, no período, o sistema republicano.
e) Errada. Não havia nenhuma discussão acerca da demarcação de terras indígenas.
Letra a.

020. (INÉDITA/2023) É correto dizer que o tráfico negreiro transatlântico contou, em grande
parte, com a participação decisiva:
a) dos nativos africanos que, voluntariamente, ofereciam-se ao processo de escravidão.
b) dos poderosos reinos africanos, que já praticavam a escravidão há séculos.
c) dos poderosos reinos pré-colombianos, que já haviam dado início à escravização de
africanos antes mesmo do descobrimento da América.
d) dos chineses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em
suas plantações de soja.
e) dos japoneses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em
suas plantações de arroz.

A escravidão no continente africano, assim como nos continentes europeu e asiático, remonta
à Idade Antiga. Antes mesmo do contato com muçulmanos e europeus, os reinos africanos
subjugavam tribos inteiras e tornavam seus membros escravos. A prática de fornecimento
de escravos a reinos fora do continente africano, por parte de reinos como Benin, Angola,
Mali e Songhai, já era muito expressiva antes da colonização europeia da América. A entrada
de portugueses e espanhóis no tráfico inaugurou a fase mais predatória e lucrativa de um
negócio que já existia.
Letra b.

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021. (FATEC/VESTIBULAR/2012) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei


Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em
decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, “a Lei de Terras”.
Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta.
a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a
chegar ao Brasil.
b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros
libertos o acesso a elas.
c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no “Act
Homesteade” americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais
pobres.
d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua
força de trabalho para os cafeicultores.
e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das
dezenas de quilombos que existiam no Brasil.

A Lei de Terras, implementada em 1850, objetivava redefinir a questão sobre a posse de


terras no Brasil, contrabalançando-a com a questão do fim da participação do país no tráfico
negreiro transatlântico e a questão da chegada de imigrantes europeus. Parte do projeto
original da lei foi vetado pelos políticos ligados à elite cafeicultora, a quem não interessava o
acesso fácil à terra tanto por parte de ex-escravos quanto por parte de colonos imigrantes.
Letra d.

022. (INÉDITA/2023) Além da política que estimulava a imigração de europeus para o Brasil,
um dos efeitos do fim do tráfico negreiro transatlântico foi:
a) o início da negociação de escravos entre o Brasil e o Sul dos Estados Unidos.
b) a intensificação da atividade da Ku Klux Klan em solo brasileiro.
c) a intensificação do tráfico negreiro interprovincial em solo brasileiro.
d) a intensificação do processo de alforria em massa dos escravos negros nascidos no Brasil.
e) a ação de traficantes clandestinos (piratas) que vendiam os negros em um mercado
paralelo.

Um dos efeitos mais evidentes do fim do tráfico negreiro transatlântico foi a intensificação do
tráfico interprovincial, isto é, entre as províncias do Império do Brasil. Essa nova modalidade
de negociação de escravos deu sobrevida não apenas ao trabalho escravo em si, mas também
à renda que se obtinha com a própria atividade dos traficantes.
Letra c.

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023. (FUVEST/VESTIBULAR/2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados


momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar
problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha
importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento,
transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do
sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes
a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é,
o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio
colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os
ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os
colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos,
entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados
no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação”
do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode
entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. (Fernando Novais. Portugal e
Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979. p; 105. Adaptado).
Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa:
a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso
a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis.
b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas,
o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a
obtenção, na África, daqueles trabalhadores.
c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos
preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto outros
os consideravam uma “mercadoria”.
d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente
para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na
lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas.
e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta
precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável
comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de
colonização.

A lucratividade do tráfico negreiro foi a principal motivação para que houvesse a substituição
da mão de obra escrava indígena pela negra.
Letra e.

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024. (ENEM/2013) O quilombo dos Palmares se transformou em um importante fato histórico


através do qual, atualmente, o movimento negro brasileiro buscar manter viva a memória
da resistência dos africanos escravizados contra a exploração vivenciada durante toda a
história de ocupação do território que hoje chamamos de Brasil. Sobre os fatos relacionados
ao quilombo dos Palmares, indique a alternativa abaixo que está incorreta:
a) Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais
começaram a impor a desarticulação de Palmares.
b) O governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Zumbi, importante líder palmarino,
assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”.
c) A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram
uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos
que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a
destruição definitiva de Palmares.
d) Instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas, Palmares se transformou em uma
espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade.
e) Pelo acordo de Recife, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os
negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região
norte de Alagoas em troca da promessa de que o quilombo não recebesse mais nenhum
africano fugido.

O quilombo dos Palmares se transformou em um importante fato histórico através do qual,


atualmente, o movimento negro brasileiro buscar manter viva a memória da resistência
dos africanos escravizados contra a exploração vivenciada.
Letra b.

025. (UNIFESP/VESTIBULAR/2011) Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária


no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que:
a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes,
foram as que mais usaram escravos.
b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda,
tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre.
c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação
de animais para atender o mercado interno.
d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de
trabalho livre e de trabalho compulsório.
e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer
tentativa de comparação entre ambas.
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a) Errada. Não diferencia a pecuária como atividade realizada por força de trabalho livre;
b) Errada. Afirmar que a técnica era rudimentar em ambas, sendo que na produção do
açúcar, as técnicas eram sofisticadas;
c) Errada. A afirmação não considera que na produção do açúcar a mão de obra era
essencialmente escrava;
e) Errada. É sim possível fazer comparação entre os dois tipos de economia.
Letra d.

026. (INÉDITA/2023) Leia as afirmações abaixo e selecione a alternativa INCORRETA:


a) A Abolição da Escravatura no Brasil não veio acompanhada de nenhuma política que
possibilitasse o desenvolvimento econômico dos negros libertos.
b) A Lei Saraiva, de 1881, fez parte de uma reação conservadora que, prevendo o decreto
da Abolição, criou mecanismos para impedir o voto dos analfabetos.
c) A Lei do Ventre Livre determinava que todo filho de escravo nascido após 1871 deveria
ser liberto imediatamente sem nenhum tipo de indenização.
d) A Lei Saraiva-Cotejipe, também conhecida como Lei dos Sexagenários, libertava os
escravos com mais de 60 anos de idade após três anos de serviço.
e) A Lei Áurea foi realizada como forma de as elites barrarem o avanço do debate sobre a
reforma agrária.

A Lei do Ventre Livre, decretada em 1871, não estipulava a alforria imediata para os filhos
de escravos nascidos a partir de 1871. Ela determinava que os filhos de escravos seriam
retidos até os 8 anos de idade e, caso libertos, seu antigo dono deveria ser indenizado. Mas
se o “senhor” optasse, ele poderia permanecer com esse escravo até os 21 anos e, após
isso, seria obrigado a libertá-lo. Nesse caso, não havia indenização estipulada.
Letra c.

027. (PUC-RIO/2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial da América


portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a.
a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização
dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-obra.
b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava
africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o nordeste açucareiro a partir do
final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.
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c) A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra escrava africana, a escravidão


indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa.
d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de
seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios
agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”.
e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo
mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”.

A escravidão indígena continuou ocorrendo, inclusive, na colônia portuguesa.


Letra c.

028. (FUVEST/2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão
que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a
trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento
da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a
escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus
senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade,
pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição
de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e
de jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho
escravo, 2007.)
Com base no texto, considere as afirmações abaixo:
I – O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição.
II – O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea.
III – A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na
história do Brasil.
IV – A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento
do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão.
V – As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas
de escravidão pela legislação brasileira atual.
São corretas apenas as afirmações:
a) I, II e IV
b) I, III e V
c) I, IV e V
d) II, III e IV
e) III, IV e V
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Afirmativa II: Incorreta. Apesar da abolição pela Lei Áurea (1888), ainda hoje é possível
encontrar casos de trabalho escravo, sejam em fazendas mais isoladas, até casos de
trabalhadoras domésticas.
Afirmativa IV: Incorreta. Deixar uma pessoa presa a um trabalho em razão de uma dívida é
sim caracterização de trabalho escravo.
Letra b.

029. (PUC-RIO/2007)

Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade


brasileira, durante o século XIX.

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Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento acerca da


escravidão, assinale a única opção que NÃO apresenta uma característica correta.
a) Os escravos especializados em algum ofício usufruíam de melhores condições de trabalho;
viviam, nas cidades, como homens livres, e evitavam fugas ou revoltas.
b) O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer
critérios de distinção entre trabalhadores libertos (forros) e escravos.
c) A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no
Brasil, distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado, trazido pelo tráfico.
d) As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria,
em áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos de matizes raciais.
e) As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos proprietários
como a perda de um bem constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela
captura.

Apesar de os escravos especializados serem mais valorizados pelos senhores, não viviam
como homens livres, fugiam sim e participavam de revoltas.
Letra a.

030. (UDESC/2009) Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados
pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da
Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe
meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque:
Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno
e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de
café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31)
Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre
os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se
relacionavam com a escravidão da seguinte forma:
I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário.
Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente
inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor.
II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que
os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens
àquilo que não consideravam justo, mesmo dentro do sistema escravista.
III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos.
O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só
permite uma única interpretação: barbárie social.
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IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na


iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de
seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo
seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc.
V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o
texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia
tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem
suas próprias ações.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Afirmativa I: Falsa. A afirmativa desconsidera as lutas e a resistência empreendida por


essas populações escravizadas.
Afirmativa III: Falsa. A afirmativa é preconceituosa, denotando que a luta e a resistência
contra a escravidão era uma delinquência.
Letra d.

031. (ADVISE/2009) A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas
a seguir, qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro?
a) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era
muito pequena.
b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame
escravidão.
c) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando,
quase quarenta anos (1850-1888).
d) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo.
e) Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum
cabedal compravam a sua liberdade.

A maioria dos escravos foi aculturada. Ademais, muitos temiam os castigos que poderiam
receber caso fossem pegos fugindo ou auxiliando alguém a fugir.
Letra b.

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032. (UFPB/2008) O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do
Brasil: a escravidão.
“O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma máquina
de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os
engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os
cofres dos traficantes de homens.”
(Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112).

Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar:


a) As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850.
Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico inter­continental
e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões.
b) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em
atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente
às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café.
c) A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão,
só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa
proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos.
d) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta
de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram
tornar-se grandes proprietários de terras.
e) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África
para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com
isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino.

a) Errada. As pressões inglesas aumentaram a partir de 1850 para acabar com o tráfico de
escravos.
b) Errada. Lembre-se dos Escravos de Ganho.
c) Errada. Poderiam ter quantos escravos quisessem.
d) Errada. A maioria das alforrias ocorreram no século XIX. Ainda, os libertos não se tornaram
proprietários de terra.
Letra e.

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033. (ENEM/2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil,
muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma
guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma
revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população
livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças
das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim
da escravidão no Brasil, no qual
a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais
c) optava pela via legalista de libertação
d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
e) antecipava a libertação paternalista dos cativos

Questão interpretativa. No texto, Joaquim Nabuco defende a política e as negociações


para conseguir-se o fim da escravidão. Nesse sentido, defendia a mudança na legislação
para alcançar a abolição.
a) Errada. O modelo haitiano é o da revolução (Revolução Haitiana de 1791 que resultou
numa república de ex-escravos).
b) Errada. Apesar de a alforria como via legal de liberdade, defendia uma mudança na lei
para extinguir a escravidão.
d) Errada. Não priorizou a indenização, e sim a mudança na legislação.
e) Errada. A afirmação não faz sentido.
Letra c.

034. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2020) Com o objetivo de promover


pouco a pouco a substituição do braço escravo na lavoura de café, recorreu-se, nos meados do
século XIX, à colonização estrangeira, sob sistema de parceria. Pretendia-se, dessa maneira,
conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais de povoamento com as necessidades do
latifúndio cafeeiro. Contava-se com a experiência dos núcleos coloniais de povoamento
cuja criação desde a vinda da Corte de D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada. A
partir de então, havia se rompido definitivamente com as tradicionais restrições à fixação
de estrangeiros na colônia. Estimulava-se a vinda de imigrantes.
(Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação Editora
da UNESP, 1999)

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O trecho anterior aponta um primeiro motivo para o incentivo à imigração: a substituição


do trabalho escravo. Outros motivos pertinentes para se estimular a migração foram:
a) a questão demográfica, reconhecendo-se a necessidade de povoamento do país, e o
branqueamento da população que, à época, era composta majoritariamente por negros e
indígenas.
b) a chegada da família real com sua corte, o que trouxe a necessidade de mão de obra
excedente, e a dificuldade de se controlar a população escrava.
c) a crise do modelo agrário brasileiro, com a expulsão dos proprietários de suas terras
tradicionais, e a falta de trabalhadores no vasto território do Império.
d) a pluralização de povos, que estava nos planos imperiais de miscigenação da população,
e a alta mortalidade da escravaria do campo.
e) os problemas econômicos do Império, que já não possuía mais recursos para a compra de
escravos africanos, cada vez mais caros, e o aumento da população de escravos e indígenas,
que ameaçava os domínios de Pedro II.

A política de “branqueamento” foi estimulada pelo Estado, acreditando em teorias de que


o “sangue” branco, por ser superior, suplantaria a raça negra com o passar das gerações.
Além disso, a ideia de vazio demográfico, que desconsiderava os territórios dos povos
indígenas, buscava legitimar a invasão destas áreas pelo Estado. A solução foi a imigração
de europeus, que chegavam ao Brasil em grandes quantidades, fugidos das guerras e da
fome na Europa no ultimo terço do século XIX.
Letra a.

035. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017)


África e América foram incorporadas à história ocidental a partir do expansionismo comercial
e marítimo europeu do início dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses
continentes seguiu a lógica econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do
feudalismo ao capitalismo. Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se
evidente que a herança africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar,
os modos de sentir, pensar, sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul
dos Estados Unidos ao norte do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as
contribuições culturais herdadas da África são visíveis por toda parte; em certos casos,
chegam a constituir os fundamentos essenciais da identidade cultural de alguns segmentos
mais importantes da população”.
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Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos
significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como
da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item.
Na formação histórica do Brasil, as relações processadas via Atlântico são de tal ordem
essenciais que se pode afirmar que “o Brasil também começa na África, e a África se prolonga
no Brasil”.

Os laços culturais que envolvem a África e o Brasil, e não só ele mas o continente americano,
permitem o argumento da afirmativa.
Certo.

036. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017)


África e América foram incorporadas à história ocidental a partir do expansionismo comercial
e marítimo europeu do início dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses
continentes seguiu a lógica econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do
feudalismo ao capitalismo. Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se
evidente que a herança africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar,
os modos de sentir, pensar, sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul
dos Estados Unidos ao norte do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as
contribuições culturais herdadas da África são visíveis por toda parte; em certos casos,
chegam a constituir os fundamentos essenciais da identidade cultural de alguns segmentos
mais importantes da população”.
Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos
significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como
da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item.
Após longo período de esquecimento do significado da presença de vários grupos africanos
no Brasil, espera-se que os professores identifiquem práticas sociais que atravessam o
cotidiano escolar, mas que nunca estiveram no interior da escola.

A ideia é fazer com que os alunos se identifiquem com essas práticas ou as reconheça como
legítimas.
Certo.

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037. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,
em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova
ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
Diferentemente do ocorrido no Brasil, a escravidão africana praticamente inexistiu nas
demais regiões da América.

Muito fácil! A escravidão africana existiu na maior parte do continente americano.


Errado.

038. (AOCP/IFB/PROF. DE HISTÓRIA/2016) No que diz respeito à história da África e aos


primórdios do tráfico de escravos para Portugal e América, assinale a alternativa correta.
a) Durante séculos, a África esteve praticamente isolada do comércio com outras regiões, à
exceção do seu Norte. A partir do final do século XV e em um crescendo, ela foi incorporada
ao novo sistema geoeconômico orientado para o Atlântico, ligando a Europa, a África e a
América, naquilo que ficou conhecido como comércio triangular.
b) Até a chegada dos portugueses à África, seus habitantes viviam em formas comunitárias
de sociedade, desconhecendo a escravidão e praticando um comércio de escambo. Com
a vinda dos portugueses, isso se alterou, com o surgimento de tribos especializadas na
captura de africanos para transformá-los em escravos e na pilhagem.
c) Ao chegarem à África, os portugueses apoderaram-se das saídas das grandes rotas do
comércio de ouro e de escravos, que haviam sido estabelecidas há séculos. Impedidos de fazer
seu comércio com outros povos e necessitando de uma série de bens que não conseguiam
produzir, os africanos foram obrigados a fornecer escravos para os portugueses.
d) Durante o século XV e o início do XVI, os portugueses estabeleceram inúmeras feitorias
na costa ocidental, fazendo alianças com a população local e com seus chefes, para que
participassem do comércio com os europeus, principalmente ouro e escravos.
e) De início, os portugueses pretendiam instalar-se na África, organizando uma produção
destinada à exportação para a Europa, mas a resistência dos africanos e a dificuldade em
fazer alianças com os chefes tribais levou-os a optarem pelo Brasil, tornando o continente
africano uma região fornecedora de braços para as propriedades agrícolas da América.
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Esta questão, em particular, pode levar o candidato a entender que a alternativa A estaria
correta. Entretanto, a África não esteve isolada do comércio com outras regiões, realizando
interações com variados povos que atracavam seus navios no litoral. A alternativa correta
é a letra D, pois os portugueses somente conseguiram empreender o comercio de escravos
construindo feitorias e realizando acordos com chefes tribais locais.
Letra d.

039. (AVANÇA SP/PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA – SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO


BÁSICA - PEB II – HISTÓRIA/2022) Leia as afirmações abaixo sobre a história africana e suas
relações com o Brasil e, a seguir, assinale a alternativa correta:
I – muitos dos escravizados trazidos para o Brasil e que foram trabalhar em Minas ou Goiás
vieram de regiões do interior do continente africano, das savanas e das bordas dos desertos.
II – poucos dos escravos trazidos para o Brasil vieram de regiões do litoral do continente
africano.
III – No território brasileiro, reis e nobres africanos, vendidos por seus desafetos como
escravos, buscaram, algumas vezes, reconstruir as estruturas políticas e religiosas das
terras de onde haviam partido.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas a afirmativa III está correta.
d) As afirmativas I e II estão corretas.
e) As afirmativas I e III estão corretas.

Afirmativa II: Incorreta. A maioria dos escravos que foram trazidos para o Brasil vieram do
interior do continente africano.
Letra e.

040. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do


período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir.
A luta dos escravizados pela liberdade ocorreu tanto pela fuga e formação de quilombos,
que representaram uma alternativa concreta à ordem escravista, quanto pela negociação:
os escravos reivindicaram momentos livres para se dedicar a seus afazeres, a sua cultura
e religiosidade, e a suas famílias, recebendo eventuais concessões.

Exemplo dessas concessões dadas aos escravos são os festejos e celebrações religiosas,
além da prática da capoeira.
Certo.

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041. (CESPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2018) Tendo em vista


que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna,
que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação
primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) os itens a seguir, acerca das
características básicas da produção brasileira no período colonial.
No período em apreço, em que predominava a pluricultura de produtos, a produção aurífera
mineira era voltada para a metrópole, e as indústrias básicas, como a metalurgia, empregavam
uma pequena parcela de trabalhadores livres.

Muito errada e com pegadinhas. No período não predominava a pluricultura e não existiam
indústrias, proibidas pela coroa portuguesa para não competir com os produtos produzidos
na metrópole.
Errado.

042. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do


período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir.
A concessão de alforria aos descendentes de africanos escravizados enfraqueceu as rebeliões
escravas ao tornar-se mecanismo de distinção entre negros escravizados e negros e mulatos
livres.

Uma estratégia utilizada pela coroa portuguesa para enfraquecer os movimentos de revolta
de escravos era criar condições para que uma minoria conseguisse sua liberdade através
das cartas de alforria.
Certo.

043. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do


período imperial do Brasil, julgue o item a seguir.
Para conter as rebeliões escravas, a Coroa portuguesa enrijeceu as leis que proibiam a reunião
de escravos e institucionalizou a figura do capitão do mato, medidas que se mantiveram
até o período Imperial quando a Revolta dos Malês, na Bahia, abalou a estrutura do sistema
escravista de maneira semelhante à do quilombo de Palmares.

São inúmeras informações erradas. A coroa não institucionalizou a figura do capitão do


mato. Ela existia, mas não em algum regramento documentado pela Coroa. Além disso, a
Revolta dos Malês não teve tanta ressonância quanto a de Palmares.
Errado.

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044. (CESPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Julgue os itens a seguir, com relação aos traços gerais
da organização e da formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação
do Brasil ao império português.
No âmbito do império português, a associação entre monocultura da cana-de-açúcar,
trabalho escravo e grande propriedade surgiu no Nordeste brasileiro, com o custeamento
da coroa.

A afirmação está correta até a última oração, pois a criação das Capitanias Hereditárias
visava justamente terceirizar a atividade açucareira, sem custos para a Coroa Portuguesa.
Errado.

045. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2012) No século XVII, no atual território


do estado de Alagoas, ocorreu a maior revolta de escravos realizada no Brasil e que se tornou
célebre pela capacidade de estruturar economicamente a comunidade de libertos e de
resistir ao cerco dos senhores e das autoridades. Esse importante fato histórico corresponde
a) à Revolta de Penedo, cujo líder foi Duarte Coelho.
b) à Revolta dos Emboabas, sob a liderança Caramuru.
c) ao surgimento do Quilombo de Trindade, cujo líder foi Arariboia.
d) à Revolta dos Malês, cujo líder foi Ganga.
e) ao surgimento do Quilombo dos Palmares, cujo líder foi Zumbi.

O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo estruturado em território brasileiro. Resistiu a
inúmeras investidas dos senhores e das autoridades da Coroa Portuguesa até sua derrocada.
Letra e.

046. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2017) No início do século XV, a expansão


marítima correspondia aos interesses diversos de classes, grupos sociais e instituições que
compunham a sociedade portuguesa. Para os comerciantes, era a perspectiva de um bom
negócio; para o rei, era a oportunidade de criar novas fontes de receita; para os nobres e os
membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus cristianizando “povos bárbaros” resultava
em recompensas e em cargos cada vez mais difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da
Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar significava, sobretudo, emigrar, tentar uma vida
melhor. Daí a expansão ter-se convertido em uma espécie de grande projeto nacional ao
qual todos, ou quase todos, aderiram e que atravessou os séculos.
Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 23 (com adaptações).

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Considerando o contexto histórico da época Moderna apresentado no texto precedente,


julgue os próximos itens.
A produção dos engenhos das Alagoas na Capitania de Pernambuco voltava-se essencialmente
ao consumo interno da população urbana que surgia na região, apesar da importância do
açúcar para o comércio internacional da metrópole portuguesa.

A produção dos engenhos visava exclusivamente o mercado externo, de acordo com o


interesse da Coroa Portuguesa.
Errado.

047. (AOCP/PREFEITURA DE CAMAÇARI/PROF. DE HISTÓRIA/2013) O ensino da história e


da cultura afro-brasileira e da africana proporciona reflexões importantes, uma delas é o
termo “escravo”. Assinale a alternativa correta a respeito de tal termo.
a) É corretamente atribuído ao negro africano.
b) É corretamente atribuído a determinada condição de trabalho.
c) É utilizado no Brasil colonial para designar as pessoas subalternas.
d) Tem o mesmo significado tanto no Brasil colonial quanto na Grécia Antiga.
e) Não tem utilidade no presente, já que não existe mais escravidão.

Atenção concurseiro(a)! Essa é uma questão de interpretação da realidade. Você não pode
associar o termo escravo ao negro africano pelo simples fato de que ser negro não é igual à
condição de escravo. Escravo é termo corretamente atribuído a uma condição de trabalho.
Outro detalhe é que, na Grécia Antiga, existia a escravidão por dívida.
Letra b.

048. (AOCP/PREF. MUNICIPAL DE LAGARTO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Conhecido


desde a Antiguidade, o trabalho escravo foi responsável pelo desenvolvimento econômico
do Brasil em sua fase de colonização. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
a) A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos.
b) Os escravos vinham em busca de uma vida melhor.
c) A Lei do Ventre Livre colocou fim na escravidão.
d) Os ingleses sempre foram favoráveis à escravidão no Brasil.
e) O tráfico negreiro gerou riquezas visíveis para a África.

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a) Certa. A escravidão durou de 1530 a 1888.


b) Errada. Os escravos vieram forçados.
c) Errada. A lei áurea pôs fim a escravidão.
d) Errada. Os ingleses pressionaram o Brasil pela abolição.
e) Errada. É perceptível hoje a miséria africana decorrente da escravidão e do imperialismo.
Letra a.

049. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012) O autor da imagem ao lado foi o


artista francês Jean-Baptiste Debret, que veio ao Brasil em 1816, como integrante da Missão
Francesa, promovida por D. João VI. Sua estada foi longa, pois ficou no Brasil até 1831. Isso
permitiu que ele produzisse uma grande quantidade de desenhos e pinturas sobre o povo e
as paisagens brasileiras, além de interessantes relatos. Publicou os seus trabalhos no livro
Viagem pitoresca e histórica do Brasil. Sobre a sociedade imperial retratada no quadro de
Debret é possível afirmar que:

a) Todos os escravos viviam em condições bastante semelhantes.


b) Os senhores de escravos defendiam mais participação política dos seus escravos.
c) A mulher tinha um papel de destaque na família patriarcal.
d) Havia uma forte hierarquia na sociedade escravista que se expressava na vida cotidiana.

Querido(a), é importante que você consiga interpretar documentos iconográficos. Pela


imagem, é possível perceber a hierarquia da sociedade escravista. Numa fila indiana, em
primeiro lugar vem o senhor, depois usa filhas, o que se imagina a esposa e, ao final os
escravos.
Letra d.

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História
Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco
Daniel Vasconcellos

050. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR/SUPERIOR/2012)


Canto das três raças
Paulo César Pinheiro
Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor
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Esta composição de Paulo César Pinheiro imortalizada pela voz de Clara Nunes representa
um lamento em relação ao fato lamentável da escravidão no Brasil. Sobre esta assinale a
única alternativa INCORRETA:
a) A mão-de-obra escrava foi a base de sustentação da economia colonial e imperial.
b) A identificação de escravos como crioulos revelava a sua condição de nascido no Brasil,
diferente do africano que era o recém-chegado, trazido pelo tráfico.
c) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pelo uso dos
índios como mão-de-obra.
d) A escravidão africana teve início com a descoberta do ouro na primeira metade do século
XVIII na região, que hoje, chamamos de Minas Gerais.

Querido(a), essa é pra gabaritar! Lembre-se do mapa mental sobre os ciclos econômicos.
Pela ordem cronológica: pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, café. Também se lembre do MEL
(monocultura, escravidão, exportação, latifúndio) da economia açucareira. Agora basta um
mero exercício de lógica: a alternativa afirma que a escravidão começou com a descoberta do
ouro, no entanto, se o açúcar surgiu antes e utilizava da mão de obra escrava, a alternativa
D só pode estar errada.
Letra d.

051. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012)


Leitor, se não tens desprezo
De vir descer às senzalas,
Trocar tapetes e salas
Por um alcouce cruel,
Que o teu vestido bordado
Vem comigo, mas ... cuidado ...
Não fique no chão manchado,
No chão do imundo bordel.
Este é um trecho do poema “tragédia no lar” do poeta romântico Castro Alves. Conhecido
como poeta dos escravos. Castro Alves se destacou por combater a escravidão no Brasil
inspirando muitos abolicionistas. Sobre a Abolição no século XIX é possível afirmar que:
a) Houve um processo gradual de abolição da escravidão a partir de 1850 com o fim do
tráfico negreiro.
b) O Movimento abolicionista surgiu na segunda metade do século XVIII, mas se ampliou
durante o século XIX.
c) O Brasil foi um dos primeiros países a abolir a escravidão na América.
d) A promulgação da Lei Áurea contou com o apoio irrestrito dos grandes proprietários de
terras.
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a) Certa. A abolição da escravidão no Brasil ocorreu de maneira lenta e gradual a partir da


proibição do tráfico negreiro em 1850, apesar de o tráfico ilegal continuar existindo até a
abolição.
b) Errada. O movimento abolicionista surgiu na segunda metade do século XIX.
c) Errada. O Brasil foi o último país a abolir a escravidão.
d) Errada. Os grandes proprietários de terra se sentiram lesados pelo império que não os
indenizou.
Letra a.

052. (UPENET/ IAUPE/CBMPE/2017) Leia com atenção o texto abaixo:


Posso sair daqui pra me organizar (x2)
Posso sair daqui pra desorganizar
Da lama ao caos, do caos à lama (x2)
o homem roubado nunca se engana
O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu vi um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um caranguejo andando pro sul
Saiu do mangue e virou gabiru
Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça
Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia e pegou a minha cenoura
“Aê minha véia deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia eu não consigo dormir”
E com o bucho mais cheio comecei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me desorganizando posso me organizar.
Da lama ao caos, do caos à lama
o homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
o homem roubado nunca se engana
Chico Science & Nação Zumbi. Da Lama Ao Caos. 1994.

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Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA.


a) O texto faz referência ao ecossistema dos mangues como símbolo da miséria e da pobreza
e ilustra a necessidade de se proporem alternativas para sua extinção, na medida em que
colaboram com a desorganização da cidade do Recife e dificultam o desenvolvimento.
b) Da lama ao caos, do caos à lama é uma obra, que exemplifica o movimento Manguebeat,
ocorrido na década de 70, na cidade do Recife, no sentido de resgatar a desvalorização da
cultura local, influenciando movimentos culturais externos.
c) No trecho do texto: “Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça”, o autor sinaliza a sua
insatisfação com as heranças e influências culturais deixadas por Josué de Castro, Mestre
Salustiano, Ariano Suassuna no surgimento do movimento Manguebeat, na década de 90.
d) O texto ilustra um movimento de renovação e valorização da cultura pernambucana,
denominado de Manguebeat, nascido na década de 90, na cidade do Recife, pautado na
mobilização e na contestação social, e traz a ideia de caos como referência às desigualdades
e aos conflitos sociais.
e) No texto, o caranguejo e o aratu representam a abundância dos recursos da natureza
presentes nos manguezais, sendo esses recursos os responsáveis pela redução da fome e
da miséria e por significativos avanços sociais, vistos na década de 70, momento em que
nascia o Movimento Manguebeat.

Querido(a), procure ver clipes de Chico Science & Nação Zumbi. A banca costuma cobrá-lo
em suas provas. Tanto que seguirão questões sobre a temática na lista de exercícios ao
final desta aula. Foi um movimento de contracultura com letras de músicas que retratam
o cotidiano urbano do Recife e denunciam questões sociais. Também foi caracterizado pela
ressignificação de ritmos como o maracatu e o rock.
Letra d.

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