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Laura Mariano
EXPEDIENTE
Governador de Pernambuco
Paulo Henrique Saraiva Câmara
Vice-governador de Pernambuco
Raul Jean Louis Henry Júnior
●
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO
Secretário
Milton Coelho da Silva Neto
Secretária Executiva
Marília Raquel Simões Lins
Diretora do CEFOSPE
Analúcia Mota Viana Cabral
Autor
Laura Tereza Nogueira Mariano
●
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
Secretário
Frederico da Costa Amâncio
Design Educacional
Annara Mariane Perboire da Silva
Hugo Carlos Cavalcanti
Renata Marques de Otero
Diagramação e normalização
Hugo Carlos Cavalcanti
●
Material produzido em parceria entre o Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do
Poder Executivo Estadual – CEFOSPE e a Secretaria Executiva de Educação Profissional – SEEP.
Setembro, 2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB
M333e
Mariano, Laura Tereza Nogueira.
Ética e Cidadania: Gestão de Pessoas / Laura Tereza Nogueira Mariano. – Recife: CEFOSPE,
2018.
81 p.: il.
1. Ética. 2. Cidadania. 3. Direitos humanos. I. Mariano, Laura Tereza Nogueira. II. Título.
CDU – 37.014.252:17
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2.2.14 Violência arbitrária ........................................................................................................................... 45
2.3.1 Assédio Vertical – Descendente:de cima (chefia) para baixo (subordinados) ................................... 49
2.3.2 Assédio Vertical – Ascendente: debaixo (subordinados) para cima (chefia) ..................................... 50
Referências ........................................................................................................................................... 78
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Introdução
Você está diante de um novo desafio. Este curso é uma proposta à reflexão do seu
comportamento perante a Ética, tanto no campo pessoal, quanto no campo profissional. Afinal de
contas, costuma-se dizer que a Ética não é uma tabuada, não é 2+2, nem tampouco um livro de
autoajuda. Ética é sim, um eterno pensar, uma análise das suas atitudes diante das circunstâncias
da vida.
Além da Ética, este curso tratará também da Cidadania, dos direitos e direitos do cidadão tão
fundamentais à construção de uma sociedade mais livre, justa e solidária.
PENSAR onde você enquanto cidadão, através das suas experiências de vida tem se portado
contrariando a boa-fé, a moral e os bons costumes.
E o agir?
O AGIR é o agora. É refletir se você deve continuar agindo em algumas situações de forma
oportunista, desonesta e de má-fé ou se tens tentado ser mais íntegro, mais leal e mais honesto
nas suas relações pessoais e profissionais.
E ainda vamos mais além. Reflita se você tem exercitado os seus direitos e deveres como cidadão,
ou se tem apenas cobrado resultados, sem “mover uma palha”, para que estes aconteçam.
Vamos refletir a respeito, trazendo à tona questões do dia a dia para analisá-las à luz da Ética.
Textos complementares e vídeos serão trabalhados para fixação da aprendizagem.
Você irá perceber a forma sintética dos textos, diferente de um livro, por terem sido adaptados à
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leitura para Educação a Distância, evitando tornar-se cansativo e mais lúdico.
Reserve um momento privado para a leitura e para os exercícios. Isto lhe ajudará na sua
concentração e fará com que você avalie e reflita melhor acerca das questões aqui colocadas.
Seja perseverante, não desista. Leia e releia, se necessário, responda aos exercícios que isto lhe
ajudará muito na nossa avaliação. Sua participação e motivação nesse processo é de extrema
importância.
No quadro a seguir, você vai ter acesso a uma síntese da nossa proposta, na Ficha do Curso.
FICHA DO CURSO
Explicação: Durante o curso farei o possível através de indagações, vídeos e textos que você, meu
caro aluno, exerça um pensamento crítico e reflita acerca dos seus valores e costumes na vida
pessoal, profissional, bem como da sua vida em sociedade, pois a ética não é um código de condutas,
mas sim um eterno construir, afinal, hoje o que lhe parece correto, amanhã pode não ser.
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Fontes: Este conteúdo foi adaptado do curso presencial de Ética e Cidadania do CEFOSPE, nas
experiências e aprendizagens da didática do tema ministrado ao longo de 4 anos, pela autora desta
apostila Laura Tereza Nogueira Mariano. Inclui uma seleção de textos acadêmicos e informais, vídeos
e exercícios práticos para fixação do conteúdo.
Mas atenção! A avaliação de aprendizagem para cada semana de curso terá questões objetivas que
você poderá não conseguir responder corretamente, caso não tenha feito exercícios e visto com
atenção o material apresentado, incluindo vídeos, textos e PowerPoint.
Vamos começar!?
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1.Competência 01 | Compreender o que é Ética, Moral e o que as
Diferenciam
O intuito deste capítulo é fazer com que você perceba as diferenças entre o que é ético e moral,
para que seja capaz de observar e analisar os fatos da vida cotidiana, tanto na esfera privada
quanto no ambiente de trabalho.
A ética está presente no nosso dia a dia, na nossa vida pessoal e profissional. Como podemos
perceber estamos vivenciando uma crise de valores, uma crise ética, na política, no futebol, nos
meios de comunicação e assim por diante.
É com base nessas indagações que está pautado o objetivo do nosso estudo.
Fazer com que você, meu caro aluno, exerça um pensamento crítico e reflexivo acerca dos seus
valores e costumes na sua vida pessoal, bem como na sua vida profissional e no seio da sociedade.
A Ética é um eterno construir, pois hoje o que lhe parece correto, amanhã pode não ser.
Portanto, acho importante reforçar os motivos que temos para estudar Ética:
Por que incluíram esse tema na grade de formação e capacitação dos servidores da Administração
Pública?
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É um assunto recorrente e que sempre foi de interesse do homem. As questões éticas
perpassam por todos os aspectos da vida (familiar, profissional, acadêmico, social), ao passo que
desde a antiguidade o homem nutre interesse pelo assunto;
Por conta do aumento da competitividade e do individualismo. O modelo econômico
vigente, o sistema capitalista, estimula os imperativos “cada um por si” e “os fins justificam os
meios”, o que gera várias distorções no convívio social;
Por conta da crise de valores. A corrupção está impregnada no cenário político, econômico
e social do nosso país que acaba por possibilitar perdas de referências éticas. As pequenas
corrupções e o “jeitinho brasileiro” estão entranhados na cultura brasileira, ao passo que pessoas
que se comportam eticamente às vezes são tachadas de “bobas”, enquanto que os que burlam as
leis, por exemplo, são tidas como “espertas”, gerando uma confusão entre o que é o certo e o
errado, ocasionando assim a crise de valores.
Para fortalecer ações éticas no setor público. Exatamente por conta da crise de valores,
que se faz mister, fomentar as discussões sobre a ética a fim de fortalecer as ações éticas no setor
público, além de possibilitar que as reflexões sejam conduzidas pelo(a) servidor(a) para os mais
diversos âmbitos de sua vida.
1.2 Ética
Após essa breve introdução, pergunto a você, meu caro aluno: O que é ética?
A palavra Ética deriva do termo grego, “ethos” e significa modo ser, caráter, comportamento. É um
ramo da filosofia que lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases
da moralidade social e da vida individual. Trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais
consideradas tanto no âmbito coletivo como no individual.
Para Sá (2003, p. 15), a ética “estuda os fenômenos morais, as morais históricas, os códigos de
normas que regulam as relações e as condutas dos agentes sociais, os discursos normativos que
identificam, em cada coletividade, o que é certo ou errado fazer”.
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comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada,
científica e teórica. A Ética teoriza sobre as concepções que dão suporte à moral. “É uma espécie
de teoria sobre a prática moral, uma reflexão teórica que analisa e critica os fundamentos e
princípios que regem um determinado sistema moral” (MORAIS, s.d, p.1). Em suma, é uma
reflexão sobre a moral.
O exercício de um pensamento crítico e reflexivo quanto aos valores e costumes vigentes tem
início ainda, na cultura ocidental, na Antiguidade Clássica com os primeiros grandes filósofos, a
exemplo de Sócrates, Platão e Aristóteles. Questionadores que eram, propunham uma espécie de
“estudo” sobre o que de fato poderia ser compreendido como valores universais a todos os
homens, buscando dessa forma ser correto, virtuoso, ético. O pano de fundo ou o contexto
histórico nos quais estavam inseridos tais filósofos era o de uma Grécia voltada para a
preocupação com a pólis, com a política.
Nesse contexto, a ética seria uma reflexão acerca da influência que o código moral estabelecido
exerce sobre a nossa subjetividade, e acerca de como lidamos com essas prescrições de conduta,
se aceitamos de forma integral ou não esses valores normativos e até que ponto nós damos o
efetivo valor a estes.
Segundo alguns filósofos, nossas vontades e nossos desejos poderiam ser vistos como um barco à
deriva, o qual flutuaria perdido no mar, o que sugere um caráter de inconstância. Essa mesma
inconstância tornaria a vida social impossível se nós não tivéssemos alguns valores que
permitissem nossa vida em comum, pois teríamos um verdadeiro caos. Logo, é necessário educar
nossa vontade, recebendo uma educação (formação) racional, para que dessa forma possamos
escolher de forma acertada entre o justo e o injusto, entre o certo e o errado.
Assim, a priori, podemos dizer que a ética se dá pela educação da vontade. Segundo Marilena
Chauí em seu livro Convite à Filosofia (2008), a disciplina denominada ética nasce quando se passa
a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os costumes. Nasce quando também se busca
compreender o caráter de cada pessoa. Isto é, quando se busca compreender, refletir sobre o
senso moral e a consciência moral individual.
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Figura 1 - Dilema Ético
Fonte:https://acropolejardimamerica.files.wordpress.com/2014/07/etica-e-moral-calvin-e-hobbes.jpeg.
Acessado em:24/10/2015.
Descrição da imagem: a Figura 1 trata de uma charge, na qual dois personagens conversam entre si e um
deles relata que na prova do colégio teve que decidir se colaria ou não e para isso o fez a seguinte
pergunta: “se era melhor ser honrado e reprovar, ou se era melhor copiar e passar?” E aí chegou à
conclusão de que no mundo real as pessoas se interessam mais pelo êxito que pelos princípios. E ainda
indagou: será que o mundo não é um desastre por causa disso?
O dilema ético retratado na tirinha é apenas um exemplo dentre muitos, tais como: É ou não ético
desligar os aparelhos de uma pessoa que está com uma doença terminal e que só está viva porque
as máquinas a conservam? Uma garota descobre que está grávida, mas não tem condições
psicológicas, nem materiais de criar o bebê, deve ela abortar? Um desempregado, pai de três
filhos, recebe uma proposta de emprego, mas que exige que seja desonesto e cometa
irregularidades que beneficiem seu patrão, deve ele aceitar essa oferta?
Como podemos ver, nos deparamos diariamente com vários dilemas que envolvem a ética. Umas
questões são mais simples e outras nem tanto assim. Mas de um modo geral, elas permeiam
nossas vidas. Através da ética decidimos acerca de várias questões como a escolha dos nossos
governantes, dos nossos cônjuges, das nossas amizades... Enfim, através da ética decidiremos qual
o caminho iremos trilhar.
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1.2.1 Moral
Como você pode perceber, a ética e a moral estão relacionadas, apesar de serem distintas. A ética
estuda/reflete a moral. Mas, então, o que é moral?
A palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.
A moral é o conjunto de regras que regulam as relações entre as pessoas de uma sociedade, na
busca pelo bem comum, felicidade e justiça. Estas regras são adquiridas pela educação, tradição
e cotidiano, e orientam cada indivíduo nas suas ações e julgamentos sobre o que é certo ou
errado, bom ou mau, moral ou imoral.
De acordo com Vásquez (1998), moral é um conjunto de normas, regras e valores que uma
sociedade define para si mesma. Desse modo, podemos entender que a moral não é inata,
inerente ao homem, na verdade ela é fruto da consciência coletiva, das experiências individuais e
culturais que foram se construindo durante a história da humanidade. A partir do que foi
adquirido, distingue-se o bom do mau, o permitido e o proibido. A moral surgiu da necessidade de
respostas às necessidades da vida em grupo, sendo possível somente quando o homem se tornou
um ser social e este ser social só existe se tiver regras.
Para ficar ainda mais claro para você o que é Ética e Moral, vamos apresentar as principais
diferenças entre ambos.
A Moral surgiu nas sociedades primitivas, quando o homem passou a viver em agrupamentos. A
partir dessa fase, passou a ter consciência Moral sobre o que era o bem e o mal naquele ambiente
em que vivia. A Ética surgiu com Sócrates, na antiguidade, quando existia maior capacidade
intelectual para investigar, explicar criticar e refletir sobre as normas morais.
A Ética faz com que as atitudes dos homens não se deem apenas por tradição, educação ou
hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Ou seja, enquanto a Ética é teórica e
reflexiva, a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, ao passo que o
conhecimento e a ação são indissociáveis. Eis uma das diferenças que Vásquez (1998) elencou.
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Outra distinção ocorre de o fato da Ética tender a se universalizar, enquanto que a Moral é
relativa, pois pode variar com o tempo, e/ou de sociedade para sociedade. Vejamos um exemplo
que engloba as diferenças vistas até agora:
Suponhamos que Juca pediu emprestado o livro de um colega. Como o colega não cobrou a
devolução do livro, Juca decidiu ficar para si, vendê-lo ou doá-lo a outra pessoa. Em qualquer uma
dessas ações, se o colega for religioso, ele entenderá que Juca agiu de forma contrária à moral,
pois feriu o mandamento divino de não roubar. Se o colega for uma pessoa que afirma o direito da
propriedade privada, entenderá que a ação de Juca também foi moralmente reprovável, pois
violou a lei e praticou um crime.
Note que, pessoas diferentes condenariam Juca por motivos diferentes. Cada pessoa ou grupo
tem noção de certo e errado. Umas se fundamentam na religião, outras nas leis, etc. Temos,
então, várias “morais”, em que cada uma se fundamenta em noções diferentes para dizer o que é
certo e o errado. Temos então o caráter relativo da moral.
Caso o filósofo fosse refletir sobre essa situação, iria analisar se os critérios de religiosidade é um
bom critério para definir o que é o bem, ou se a observância da lei seria o melhor caminho. E iria
fazer quantos questionamentos fossem necessários até chegar a um critério que fosse universal.
Eis o caráter reflexivo e tendência à universalidade da Ética.
Neste exemplo, Juca agiu contrário ao que socialmente é entendido como certo, logo, sua ação foi
imoral. Mas, vamos supor (de forma bem hipotética mesmo) que no país em que Juca foi criado o
costume da sociedade era de, ao pedir algo emprestado, quando o outro não cobrava, significava
que tinha doado, então, nesse caso hipotético, Juca havia agido de acordo com a moral do local
em que foi criado. Ele aprendeu que era certo agir daquela forma e apenas agiu conforme lhe foi
ensinado. Por isso que diz que a Moral é prática. Consiste na reprodução por meio de ações do
que é dito pelos costumes, valores e normas de uma sociedade como sendo certo, muitas vezes
até mesmo sem nem um tipo de reflexão.
Podemos entender com esse exemplo que, nem tudo que é moral é ético. Para Mario Sérgio
Cortella, em entrevista no programa do Jô Soares (link disponível na próxima página), este fez a
seguinte afirmação: “tem coisa que eu QUERO, MAS NÃO DEVO, tem coisa que eu DEVO, MAS
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NÃO POSSO, tem coisa que eu POSSO, MAS NÃO QUERO”. Então, agir conforme a ética reside em
agir com base nesses três pilares: DEVO, POSSO E QUERO.
Portanto, as normas morais se cumprem por meio da convicção íntima e adesão interna de cada
um dos indivíduos, já as normas jurídicas não exigem essa convicção. A pessoa que pertence
aquele contexto social deve cumprir a norma jurídica, ainda que não a ache justa, pois há o
dispositivo externo que o obriga a cumpri-la.
Ou seja, a Moral é internalizada e nos constitui como sujeito. A Ética, com suas leis, nos possibilita
compreender se a nossa moral encontra-se adequada com a sociedade, porém isso não significa
que vou concordar ou agir como a lei determina, pois a ação moral independe de ter ou não
regras. Sendo assim, podemos extrair outras diferenças, tais como: os princípios éticos possuem
obrigatoriedade em seu cumprimento, podendo acarretar, inclusive, em sanções penais; já ao que
se refere à Moral, há livre arbítrio, no máximo o que acontecerá é a desaprovação social.
Nesse ponto da discussão, vale abrir um parênteses para explicar as diferenças entre amoral,
imoral, antiético e aético.
a) Amoral – é aquela pessoa que não tem conhecimento das normas morais, não tem as condições
subjetivas necessárias agir segundo os preceitos morais. Por exemplo: uma criança que foi criada
na selva por dez anos pelos chimpanzés, e ao ser resgatada, não tinha noção de que andar nua,
roubar para comer e fazer suas necessidades fisiológicas na rua era errado.
b) Imoral – é aquele que age contra a moral, mesmo sabendo quais as regras morais da sociedade
em que faz parte. Por exemplo: um trabalhador que aceita suborno para infringir uma regra.
c) Antiético – é alguém que age contrariando a ética que um grupo compartilha e aceita.
d) Aético – pessoa incapaz de escolher, decidir e julgar, tais como: crianças ou pessoa com
deficiência mental, idoso com esclerose senil, tanto que a lei considera inimputável.
Assista ao primeiro vídeo: uma entrevista que o Prof. Mário Sérgio Cortella concedeu ao
Programa de Jô Soares na TV Globo explicando a diferença entre Ética, Moral, Imoral, Amoral,
Antiético:
Segue o link: www.youtube.com/watch?v=vjKaWlEvyvU.
Acessado em 27/07/2017.
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Como podemos perceber, são conceitos muito próximos e que para compreendê-los precisamos
ter bem definido que a Moral está relacionada com a prática, com a ação em si, com os costumes,
valores, tradições e hábitos. Já a Ética é a reflexão que se faz acerca da Moral e que tende a
formular conceitos universais, que valham em qualquer lugar, independente da Moral específica
do grupo, o exemplo mais próximo disso é a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948, que
falaremos mais adiante.
Depois de tudo que foi dito, tornou-se fácil para você perceber que em uma mesma sociedade o
que era Moral pode deixar de ser com o passar do tempo, isso demonstra o caráter temporal da
Moral. Por exemplo, há décadas atrás era inaceitável que as mulheres trabalhassem fora de casa e
se realizassem profissionalmente. Hoje, você aceitaria que uma mulher fosse proibida de
trabalhar? Enquanto que a Ética, pelo fato de buscar princípios universais, o caráter é mais
permanente.
Acreditando que você já conseguiu entender que a Ética e a Moral possuem conceitos distintos,
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apesar de fazerem parte de uma mesma realidade, vamos falar agora sobre os tipos de Ética.
Mas se você quer compreender ainda melhor estes conceitos, que muitas vezes se confundem
assista ao vídeo que segue do grande professor e filósofo Clóvis de Barros Filho, que tratará do
assunto de forma bastante didática:
Em suma, segundo Clóvis de Barros Filho estamos no campo da moral quando temos a liberdade
de escolha para decidir qual o melhor caminho a seguir, numa dimensão própria, de cada um. Já
no campo da Ética também temos a liberdade de escolha, porém, numa dimensão universal /
coletiva.
A Ética Pessoal são os princípios que norteiam a vida de um indivíduo. Por exemplo, quando você
se pergunta: Como buscarei a minha felicidade? Em quais princípios irei respaldar minhas ações?
As respostas que obtiver a esses questionamentos podem apontar para a sua Ética Pessoal. Em
outras palavras, a Ética Pessoal funciona como uma bússola que orienta indivíduo a proceder
segundo alguns princípios pré-estabelecidos por ele mesmo.
O indivíduo cria na mente uma espécie de “central de análise”, onde as situações passam por
avaliações internas que buscam moldar a concepção sobre determinado aspecto. A Ética Pessoal
pode ser influenciada/moldada positiva ou negativamente pelas experiências, educação,
treinamento e pressão de grupo.
O ideal é que a Ética Pessoal perpasse sempre pelo respeito à dignidade da pessoa humana, às
diferenças culturais, aos pontos de vistas do outro.
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Figura 3 - Qual caminho a seguir?
Fonte:http://futurodahospedagem.blogspot.com.br/2013/10/etica-na-vida-profissional.
html. Acessado em: 24/10/2015.
Descrição da imagem: A figura trata duas mãos, uma em posição “de legal” “tudo “bem”,
“positivo”, a outra o polegar está para baixo, tudo “mal”, “negativo”, e entre uma mão e
outra há uma linha, ou uma corda onde uma pessoa tenta se equilibrar sobre esta. E a
pergunta é: qual o caminho a seguir?
Essa figura denota que estamos sempre em uma linha tênue, entre o “bem e mal”, “o bom e o
ruim”, “o certo e o errado”. E você, como tem conduzido a sua vida? Para qual lado desta corda
você está mais voltado?
REFLITA!!!
Quanto a Ética de Grupo esta consiste em princípios que orientam o comportamento dos
membros de um grupo, são os padrões subculturais como a linguagem, os rituais, que são
adotados pelos integrantes. Normalmente, o novato quando chega em um setor sofre pressão do
grupo para se ajustar aos padrões. Em determinadas circunstâncias, pode haver um conflito entre
a Ética Pessoal e a Ética do Grupo, nesses casos o indivíduo precisa decidir sobre qual irá seguir.
Vale frisar que a Ética de Grupo não é necessariamente melhor do que a Pessoal, e vice-versa.
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profissionais, cultivar e preservar a imagem da instituição, visando o respeito à dignidade da
pessoa humana e a construção do bem-estar no contexto sociocultural em que o profissional está
inserido.
A Ética Profissional enquanto conjunto de normas codificadas que devem ser seguidas pelos
profissionais no exercício de seu trabalho, significa que ter ética profissional nada mais é do que o
indivíduo cumprir com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados
pela lei, pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho.
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças a
diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e
por isso são aplicáveis a qualquer atividade profissional, tais como: honestidade, integridade,
imparcialidade, coragem etc.
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal traz
orientações que servem como base para os servidores das mais diversas esferas, inclusive a
estadual, vejamos algumas:
a) O servidor deve desempenhar seu trabalho norteado pela dignidade, decoro, zelo, eficácia e
consciência dos princípios morais;
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b) Sua conduta deve ser ética, baseia-se na verdade, dispor do sigilo, zelo, disciplina, moralidade,
cortesia, boa vontade, o cuidado e o tempo necessário para o cumprimento de seus deveres;
d) O servidor deve sempre se lembrar que o seu salário é pago por meio dos tributos dos cidadãos,
inclusive ele mesmo, e que a contrapartida esperada pela sociedade é que os serviços prestados e
todo tipo de atuação seja respaldado na ética;
e) Como integrante da sociedade, o bom serviço prestado pelo servidor reflete nele mesmo;
f) Os atos e fatos da vida privada do servidor interferem na sua vida profissional, em decorrência
disso, a conduta fora do órgão público deve ser tão ética quanto durante a execução do seu
trabalho;
g) Os danos ao patrimônio público pelo servidor, tanto pela deterioração quanto pelo descuido,
constituem em ofensa a todos àqueles que se dedicaram no processo de construção;
h) São considerados danos morais: deixar o cidadão esperando longas filas, maltratar o cidadão ou
atrasar na prestação do serviço público.
Como pode ser visto, o servidor público deve respeitar os valores éticos e morais, deve respeitar
as leis, pois estes contribuem sobremaneira com a qualidade do atendimento no âmbito do poder
público, além de conjugar o respeito ao usuário.
Para finalizar este tópico, podemos elencar algumas dicas para a conduta ética do servidor
público:
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Seja transparente com suas ações;
Seja humilde para assumir seus erros, tolerante e flexível em relação ao outro e com
mudanças;
Atribua os créditos a quem merece;
Devolva o que pedir emprestado;
Se precisar corrigir alguém, faça-o em particular;
Cumpra com sua palavra;
Afaste-se de fofocas;
Aja de acordo com seus princípios, mesmo que contrarie a maioria;
Demonstre confiança e energia (conheça suas forças e fraquezas);
Conheça os aspectos legais dos seus direitos e deveres.
RESUMO:
Até aqui vimos a importância de estudar Ética. Aprendemos que Ética e Moral não são a mesma coisa,
apesar de estarem interligadas. Que a Ética é teórica e reflete a Moral; tende a ser universal e atemporal;
além de estabelecer quais os princípios que irão nortear a vida de um indivíduo. A Moral, por sua vez,
consiste nos costumes, valores, hábitos, tradições. Ela se caracteriza na prática pela relatividade e
temporalidade. Por fim, compreendemos o que é Ética Pessoal, de Grupo e Profissional.
Se possível, assista ao filme sugerido logo abaixo e veja como em determinadas situações a vida
nos prega “peças”, que nos deixam atônitos. E aí como devemos nos portar diante desses conflitos
de interesses pessoais. Você já passou por algo semelhante?
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1.2.4 Moral da integridade e moral do oportunismo
Enfim, a moral do oportunismo é aquela moral que alimenta e sacramenta a hipocrisia, pois, em
público, todos simulam ser adeptos da moral da integridade, e o indivíduo que faz uso dela é tido
como esperto. Inclusive, essa malandragem é encarada como se fosse uma travessura, como se
fizesse parte do cotidiano, ser esperto é uma forma de vencer na vida.
E o pior, quem não faz parte deste esquema é taxado de “babaca”, “ingênuo”, “mané”. Na moral
do oportunismo os interesses particulares estão acima de todos os demais, e o que importa é o
triunfo da conveniência sobre a responsabilidade social. Ou seja, é o extremo oposto da moral da
integridade. Quem costuma assumir a moral do oportunismo são aquelas pessoas que valorizam o
enriquecimento fácil e rápido.
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Podemos citar algumas das várias práticas que caracterizam a moral do oportunismo: caixa dois,
subornos de fiscais, sonegação fiscal, compra ou venda de produtos sem nota fiscal, fraudes
contábeis, formação de cartéis, superfaturamentos, exploração do trabalho infantil, contratação
de funcionários sem carteira assinada entre outros.
A moral da integridade prima-se pelo jogo limpo, pois se acredita que todos irão respeitar as
regras, o que gera confiança em pessoas de fora do grupo. Já na moral do oportunismo, não há
confiança nas pessoas de fora das “panelinhas”, pois não se tem certeza se o esquema e os
jeitinhos para obtenção de vantagens e lucros continuarão em segredo.
Infelizmente, existem muitas pessoas que oscilam entre a moral da integridade e a moral do
oportunismo. Em certos momentos ficam horrorizados com as falcatruas dos políticos, mas
quando tem oportunidade, utilizam-se logo do “jeitinho” para receber vantagens. Só é necessário
que os interesses próprios sejam ameaçados, que já se tem motivos para quebrar as regras, burlar
as normas.
Enquanto servidores públicos, nossas ações devem estar respaldadas necessariamente na moral
da integridade, pois, como se já não bastasse o caráter hipócrita da moral do oportunismo, ainda
garante ao servidor público que ele sofra sanções em decorrência do seu uso.
O ideal é que na nossa vida prática possamos reavaliar nossas ações em busca de uma sociedade
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mais justa. Precisamos ir além do discurso e demonstrar com atos a nossa vontade de melhorar
enquanto coletividade.
Esse tópico complementa o anterior na medida em que aponta as pequenas corrupções que
lidamos diariamente. Para tanto, partimos de um pronunciamento feito no mês de março de 2015
pela Presidente Dilma, que diante de tantos escândalos, se referiu à corrupção como uma
“senhora idosa”, que já vive há muitos anos entre nós. Infelizmente, desde quando os primeiros
indivíduos vagavam pelos continentes já existiam os espertos, que tiravam vantagens em
detrimento do prejuízo alheio. Basta recordamos o que ocorreu com a chegada dos portugueses
no Brasil, em 1500.
A cultura do “jeitinho”, em muitos casos, nos faz realizar ações prejudiciais ao próximo. Quando
furamos fila, sonegamos impostos, estacionamos em vaga de idoso indevidamente, dentre outras
coisas, estamos sendo corruptos. Aí você deve está se perguntado: corrupto? Sim. Porque quando
um indivíduo prejudica alguém, pouco ou muito, está na verdade fortalecendo um dos maiores
males do nosso país. Agir de forma leviana é uma prática corriqueira em todo o território
brasileiro, mesmo que algumas pessoas achem que corrupção só existe em Brasília. A corrupção
está na verdade, infelizmente, impregnada em boa parte da população.
No terreno da ética o apodrecimento dos valores éticos positivos se inicia por meio de pequenos
delitos, infrações e aceitações. Quando, por exemplo, é noticiado que os marginais soltaram
rojões para sinalizar a entrada da polícia na favela, o cidadão comum costuma reprovar tal ação.
Entretanto, esse mesmo cidadão não ver nada de mal em piscar o farol na estrada para alertar que
a viatura policial rodoviária está na outra direção. Isso se caracteriza como um relativismo ético,
que acaba por corroer toda a nossa estrutura de dignidade.
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Figura 5 - Corruptos e Corruptos
Fonte: https://oraculo-decassandra.rhcloud.com/tag/corrupcao/Acessado em 20.08.2017
Descrição da Imagem: A figura demonstra quatro personagens, a primeira é Maria que joga o
papel de bala no chão e diz que “é pequeno”. O segundo personagem é Chico que estaciona em
vaga preferencial e fala que “é rapidinho”. O terceiro é João que fura a fila na balada e diz
“ninguém vê” e o quarto personagem, Tonho desvia dinheiro público para sua conta na Suíça e
diz “só um pouquinho”.
E você, representa algum desses personagens? Qual o que você se identifica, por já ter agido como
eles em alguma situação?
Importante ter em mente que os políticos não vêem de Marte. Eles partem dessa mesma
sociedade que busca se favorecer de algum modo, “desenrolando”, mesmo correndo o risco de
prejudicar alguém. Então, até que ponto estamos contribuindo com a corrupção em nosso país?
Eis uma questão que vale a pena refletir.
Uma campanha criada pela Controladoria-Geral da União, nos anos de 2013 e 2014, intitulada de
“Pequenas Corrupções – Diga não”, visou chamar a atenção do cidadão para as pequenas
corrupções que praticamos diariamente, muitas vezes sem nos darmos conta de que estamos
alimentando toda uma rede de corrupção. Essas pequenas atitudes são antiéticas, ou até mesmo
ilegais, e costumam ser culturalmente aceitas e terem sua gravidade ignorada e/ou minimizada. A
campanha deixa claro que “a mudança por um país mais ético começa em cada um de nós”.
28
Vejamos dois dos encartes divulgados na campanha:
29
E aí caro aluno, gostaria que você refletisse: Como você tem encarado as pequenas corrupções no
seu dia a dia? Você tem evitado comportamentos antiéticos ou até mesmo ilegais?
Então você deve está se perguntando: quando morrerá a “senhora idosa”? Talvez nunca, mas
podemos controlá-la e fazer com que ela perca suas forças. É bem verdade que isso leva tempo e
requer trabalho duro, porém é possível.
Acreditamos que a ação mais importante consiste nos adultos darem exemplo as crianças. Elas
aprendem por meio do exemplo, e se queremos que no futuro os políticos e os cidadãos sejam
honestos, precisamos ser hoje aquilo que queremos ser no amanhã.
Na esfera pública, quem não tem notícia das pequenas corrupções, tais como levar material de
expediente para casa, merenda escolar, material cirúrgico, dentre outros? Além de serem atitudes
que contrariam a ética, também incorrem em crime como veremos na próxima competência.
O ideal é que possamos repensar nossas ações no ambiente de trabalho e na vida, buscando
minimizar as nossas pequenas corrupções de cada dia.
Agora ao término desta competência, sugiro você a assistir o vídeo feito pelo professor e filósofo
Mário Sérgio Cortella acerca do espanhol Ivan Fernandes Anaya, corredor de maratona, que
surpreendeu o mundo com uma atitude ética.
Dica de vídeo:
Segue o link: www.youtube.com/watch?v=_bRvG6Ohjuw. Acessado em 28/07/2017.
RESUMO:
Ao final desta competência vimos qual a conduta que deve ter um servidor público no exercício das suas
funções. Fortalecemos o conceito de que o foco do servidor deve ser sempre em garantir o bem comum,
para tanto, deve respaldar sua conduta na moral da integridade. O ideal é que, não apenas como servidor,
mas também como cidadãos possamos reavaliar nossa conduta, possibilitando maior afastamento da moral
do oportunismo, do “jeitinho brasileiro”, e das pequenas corrupções, contribuindo assim com uma nação
30
mais digna de se viver.
Mas antes disso, vamos assistir a nossa primeira Vídeoaula que tratará sobre Ética, Direito e
Justiça:
Vídeoaula 1 – Ética, Direito e Justiça.
Agora que você assistiu a nossa primeira vídeoaula e concluiu o estudo da competência 01, que
trata da Ética e da Moral, acredito que você já saiba distinguir uma da outra, bem como suas
similitudes, então vamos agora realizar o nosso primeiro Fórum de Conteúdo Temático.
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2.Competência 02 | Aspectos Jurídicos da Ética na Administração
Pública
Após a definição de ética já vista na competência anterior, analisaremos agora os princípios que
norteiam a Administração Pública, para que através destes possamos desenvolver uma postura
ética na nossa vida pessoal e profissional e que sejamos capazes de cobrar um serviço público
voltado às finalidades da Administração Pública, bem como exercer as atividades estatais com
lisura e retidão.
Segundo o administrativista e mestre Hely Lopes Meirelles a Administração Pública pode ser
entendida como: “... O conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo.
Em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em
acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios
do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração
é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à
satisfação das necessidades coletivas.”
“A Administração não pratica atos de governo; pratica, tão-somente, atos de execução, com maior
ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. (...) O
Governo comanda com responsabilidade constitucional e política, mas sem responsabilidade
profissional pela execução; a Administração executa sem responsabilidade constitucional ou
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política, mas com responsabilidade técnica e legal pela execução. A Administração é o instrumento
de que dispõe o Estado para pôr em prática as opções políticas do Governo”.
Diante dessas colocações resta clarividente que é a Administração Pública que exterioriza a
atividade do Estado, colocando em prática as decisões políticas de seus governantes. Desta forma,
para que o Estado atinja suas finalidades e promova justiça social é essencial que toda a máquina
administrativa trabalhe com eficiência, ética e responsabilidade.
São através das atividades desenvolvidas pela Administração Pública que o Estado alcança seus
fins e para que tais atividades não desvirtuem das finalidades estatais, a Administração Pública se
submete às normas constitucionais e às leis especiais. Todo esse aparato de normas objetiva a um
comportamento ético e moral por parte de todos os agentes públicos que servem ao Estado.
Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pautar seus atos pelos princípios
elencados na Constituição Federal, em seu art. 37 que prevê: “A administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
Quanto aos citados princípios constitucionais, o entendimento do doutrinador pátrio Hely Lopes
Meirelles é o seguinte:
Legalidade - A legalidade, como princípio da administração (CF, art. 37, caput), significa que
o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e
às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato
inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (...)
Impessoalidade – O princípio da impessoalidade, (...), nada mais é que o clássico princípio
da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E
o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como
objetivo do ato, de forma impessoal. Esse princípio também deve ser entendido para excluir a
33
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realizações administrativas
(...)
Moralidade – A moralidade administrativa constitui, hoje em dia, pressuposto de validade
de todo ato da Administração Pública (...). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal
conceito – da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como “o conjunto de
regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração” (...)
Publicidade - Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início
de seus efeitos externos. (...) O princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além
de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos
interessados diretos e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais (...)
Eficiência – O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa,
que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de
seus membros. (...).”
Regrinha para decorar os cinco princípios. As iniciais deles formam a palavra LIMPE!
Legalidade;
Impessoalidade;
Moralidade;
Publicidade;
Eficiência.
Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Administração Pública em nosso país passou a
buscar uma gestão mais eficaz e moralmente comprometida com o bem comum, ou seja, uma
gestão ajustada aos princípios constitucionais insculpidos no artigo 37 da Carta Magna.
Para isso a Administração Pública vem implementando políticas públicas com enfoque em uma
gestão mais austera, com revisão de métodos e estruturas burocráticas de governabilidade.
Aliada a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada com a preparação dos agentes
públicos para uma prestação de serviços eficientes que atendam ao interesse público, o que
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engloba uma postura governamental com tomada de decisões políticas responsáveis e práticas
profissionais responsáveis por parte de todo o funcionalismo público.
A nova gestão pública procura colocar à disposição do cidadão instrumentos eficientes para
possibilitar uma fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos governantes,
exemplos destes instrumentos são: as ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administração Pública
direta e indireta, bem como os Tribunais de Contas e os sistemas de transparência pública que
visam a prestar informações aos cidadãos sobre a gestão pública.
Tais instrumentos têm possibilitado aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e tutela da
ética na Administração apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções, cobrando
atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte dos agentes públicos. Ressaltando-se
que, no sistema de controle atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão
por parte de alguns agentes públicos ímprobos.
Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é necessário despertar no cidadão uma
consciência política alavancada pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla
democracia.
Tal objetivo somente será possível através de uma profunda mudança na educação, onde os
princípios de democracia e as noções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância,
antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função pública ou atingir a plenitude de
seus direitos políticos.
Pode-se dizer que a atual Administração Pública está despertando para essa realidade, uma vez
que tem investido fortemente na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para
que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes com o interesse social.
Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes públicos, a Administração Pública passou
a instituir códigos de ética para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de um
comportamento condizente com a moralidade administrativa é mais eficaz e facilitada.
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Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa tem sido a aplicação da Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar nº 101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia sua atividade
dos princípios constitucionais a que está obrigado responde pelos seus atos, possibilitando à
sociedade resgatar uma gestão sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse social.
Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública está caminhando no rumo de
quebrar velhos paradigmas consubstanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e
desvio de finalidade.
Não há mais lugar para uma gestão destoante dos fins sociais do Estado Democrático de Direito.
Resta claro que a gestão pública deve estar fundada nos princípios constitucionais que regem a
Administração Pública, ficando, os agentes públicos, sujeitos ao controle administrativo, judicial e
social em todas as suas decisões e atividades administrativas desenvolvidas no âmbito público.
Deve-se enfatizar que para a real implementação da ética na gestão pública é necessário a
conscientização da sociedade como um todo, de modo que todos os cidadãos passem a atuar
concretamente na fiscalização e cobrança de uma governabilidade eficaz e moralmente correta.
Para que se possa mudar o comportamento de toda a sociedade com vistas a atingir o objetivo
maior de obtermos uma Administração Pública totalmente ética, atuando com economia,
eficiência e acima de tudo dentro dos princípios democráticos é necessário mudar a forma de
pensar e de sentir do cidadão em geral. E, neste sentido, pode-se observar que nosso país está
começando a dar os primeiros passos, embora muito ainda esteja por fazer.
Assim sendo, é evidente que a nova Administração Pública deve, cada vez mais investir em
preparação e atualização de seus agentes públicos para proporcionar-lhes condições de conhecer
as melhores técnicas e os melhores meios de atingir um serviço público voltado ao interesse geral
da sociedade. Deve ainda, implementar e aperfeiçoar instrumentos capazes de permitir ao
cidadão um acompanhamento de toda a atividade administrativa com possibilidade de denunciar
maus gestores da coisa pública e opinar sobre possibilidades de melhoria da coisa pública.
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Por outro lado, deve-se ressaltar ainda, a importância da mudança de comportamento de todo
agente público no sentido de identificar-se com o fim social da Administração Pública e lutar para
a obtenção de todas as finalidades almejadas pelo Estado Democrático de Direito.
Nesse diapasão está o ensinamento do mestre Juan de Dios Pineda Guadarrama: “(...) Se a ética
tem a ver com a melhora das pessoas, também tem a ver com a melhora das instituições. Daí que
devem ser institucionalmente muito valorados os mecanismos que ajudem aos administradores a
comportar-se eticamente, tais como os códigos de comportamento, a aplicação das normas de
controle e os conselhos cidadãos de vigilância. A liderança, para tanto, está indissoluvelmente
unida ao comportamento ético...” “As pessoas são capazes dos maiores esforços e sacrifícios se
encontram sentido no que fazem. Transmitir esse sentido é a missão da liderança, pois uma das
condições de ser líder é sua capacidade de influência. A principal missão do líder é desenvolver
líderes ao seu redor. Líderes dispostos a defender e difundir os valores morais que sustentam a
ação empreendida na gestão pública e na ética.” (tradução livre).
Agora que vimos os princípios da Administração Pública vamos assistir a nossa segunda
Vídeoaula aprofundando um pouco mais o conhecimento deste tema, com exemplos e casos
práticos de ofensas a estes princípios que burlam a Ética e a Moral:
2 – A Ética e os Princípios que regem a Administração Pública
“Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”
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§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade
típica da Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Portanto, meus caros alunos, como vocês percebem temos uma vasta gama de crimes contra
a Administração Pública. Fiquem bastante atentos ao conceito de funcionário público na
seara penal, pois muitas vezes um servidor pode incorrer em crimes desta natureza e não
saber, por não conhecer da lei. Desta forma, aquele que exerce função pública com ou SEM
remuneração; ou mesmo aquele que a exerce de forma transitória já se enquadra neste
conceito, e por isso, pode se enquadrar em quaisquer destes tipos penais.
Agora vamos estudar todos os crimes praticados por funcionários públicos, previstos no Código
Penal Brasileiro:
2.2.1 Peculato
Art. 312 do CPB- Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
O peculato é um crime de apropriação por parte de funcionário público (daí chamarmos de crime
próprio), no qual este funcionário se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou privado de que tenha a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou
alheio. E caso não tenha a posse, vale-se da facilidade que lhe proporciona o cargo e subtrai-o ou
concorre para que seja subtraído para si ou para outrem.
Peculato é o fato do funcionário público que, em razão do cargo, tem a posse de coisa móvel
pertencente à administração pública ou sob a guarda desta (a qualquer título) se apropria, ou a
distrai do seu destino, em proveito próprio ou de outrem.
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Três são as modalidades:
2. Peculato-desvio, o funcionário público aplica ao objeto material destino diverso que lhe foi
determinado em benefício próprio ou de outrem;
Art. 313 do CPB - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por
erro de outrem:
O artigo 313 do Código Penal traz outra forma de peculato impróprio, ou seja, o peculato
mediante erro de outrem, o qual consiste em apropriar-se de dinheiro ou de qualquer utilidade
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. É o dito peculato apropriação de coisa
havida por erro (Noronha, 1988, p. 222), haja vista que “nessa espécie de delito, o funcionário não
induz a vítima em erro como no estelionato, mas se aproveita do erro em que ela sozinha incidiu
para apropriar-se do bem” (Capez, 2005, p. 408). Pune-se a má-fé do agente público.
Figura 8
Fonte:www.jusbrasil.com.br/topicos/290060/peculato.Acessado em: 20.09.
2017.
Descrição da Imagem 2.1: A figura retrata uma mão se apropriando de uma
39
quantia em dinheiro.
Art. 313-A do CPB. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
Figura 9
Fonte:http://pt.dreamstime.com/imagem-de-stock-royalty-free-homem-3d-
trabalhando-no-computador-image15052286.Acessado em: 20.09.2017.
Descrição da Imagem 2.3: A figura retrata uma pessoa na frente de um
computador.
A conduta genérica dolosa consiste em: a) inserir (incluir, fazer constar) ou facilitar a inserção
(permitir que outrem inclua) dado falso no sistema ou banco de dados da Administração Pública;
b) alterar (modificar) ou excluir (retirar, remover, eliminar) dados corretos no sistema ou banco de
dados da Administração Pública.
Exemplifica Nucci (2006, p. 982) que tais condutas podem promover “o pagamento de benefício
previdenciário a pessoa inexistente” ou “eliminar a informação de que algum segurado faleceu,
fazendo com que a aposentadoria continue a ser paga normalmente”. Exige-se o especial fim de
agir, ou seja, obter vantagem indevida (seja, ou não, patrimonial), para si ou para outrem, ou
causar dano.
Art. 313-B do CPB. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática
40
sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração
resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.
Art. 314 do CPB - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 315 do CPB – Dar as verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
2.2.7 Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Concussão é quando o servidor público exige para si ou para terceiro, dinheiro, um bem, ou um
favor para fazer ou deixar de fazer algo, ainda que fora da função, mas desde que seja em razão
desta.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
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recolher aos cofres públicos:
Art. 317 do CPB - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem:
Você sabia que o guarda de trânsito ao solicitar uma determinada quantia em dinheiro para
não multá-lo responderá pelo crime de corrupção passiva? Nesta hipótese, o guarda
responderá por este crime e ainda na modalidade consumada, mesmo que o cidadão não
pague de forma alguma a propina que lhe foi solicitada.
42
Figura 10
Fonte: http://igepri.org/news/2011/08/o-modelo-precisa-mudar/. Acessado em
10.08.2017
Descrição da Imagem 2.3: A figura retrata uma mala cheia de dinheiro. Imagem
meramente ilustrativa.
Mister ressaltar a diferença entre os dois tipos penais, pois são constantemente confundidos por
muitas pessoas, inclusive por profissionais técnicos.
43
No descaminho, o crime é relacionado ao (não) pagamento do imposto devido, como podemos
observar: “Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,
pela saída ou pelo consumo de mercadoria”.
Perceba que nada tem a ver com a mercadoria ser proibida. É aqui que reside os maiores
equívocos. Tudo, principalmente para a imprensa televisiva, é “Contrabando”, quando na verdade
é Descaminho.
2.2.11 Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
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Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.
É crime contra a Administração Pública, praticado por funcionário público que, por clemência ou
tolerância, deixa de tomar as providências a fim de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo, ou deixa de levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente, quando lhe falte autoridade para punir o funcionário infrator.
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se
da qualidade de funcionário:
O autor do fato pede algum favor para seu colega do próprio órgão público ou de outro. Usa o seu
poder funcional junto a um órgão público, sempre em favor de terceiros, nunca em proveito
próprio. Por exemplo, adiantar o dossiê de aposentadoria de sua tia, facilitar o recadastramento
eleitoral para seu primo, etc.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da pena correspondente à violência.
É um crime praticado por funcionário público, que em função do cargo, age não contra
a Administração Pública, mas contra o administrado, agredindo-o. Mesmo que grande parte da
atuação pública exija violência, são violências toleradas pela lei. O presente crime se refere à
violência ilegal, arbitrária e fora dos parâmetros permitidos.
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2.2.15 Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
É um crime praticado por funcionário público, que abandona o cargo, ou seja, não comparecer
durante determinado período relativamente longo de tempo, previsto no Estatuto como
necessário para que aconteça administrativamente o abandono. No momento em que estiver
consumada a infração administrativa do abandono, estará também consumada a infração penal
correspondente. Há crime mesmo que o abandono não resulte prejuízo nenhum para a
administração pública.
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou
suspenso:
Diferencia-se da usurpação, porque nesta o criminoso não é servidor, e se faz passar por algo que
não é. Na usurpação, encontra-se o falso médico, o falso policial, o falso professor da rede pública,
que são pessoas que nunca concursaram ou foram nomeados, ou seja, são criminosos que se
intrometeram como servidor.
46
2.2.17 Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
I – Permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o
acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração
Pública;
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de
devassá-lo:
Concorrência é uma das modalidades de licitação, logo, aquele que violar o sigilo da proposta
responderá pelo respectivo crime.
Agora iremos falar sobre um assunto super discutido nas relações de trabalho e que tem sido alvo
de muitas ações na justiça.
Dispõe sobre o assédio moral no âmbito da Administração Pública Estadual direta, indireta e
Fundações Públicas.
Para fins do disposto na presente lei, considera-se assédio moral toda ação repetitiva ou
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sistematizada praticada por agente e servidor de qualquer nível que, abusando da autoridade
inerente às suas funções, venha causar danos à integridade psíquica ou física e à auto-estima do
servidor, prejudicando também o serviço público prestado e a própria carreira do servidor público.
(Art. 2º da Lei 13.314/2007).
Figura 12
Fonte:www.sintchospir.com.br/sintchospir/ass%C3%A9dio.htm.Acessado
em: 21.09.2017.
Descrição da Imagem 2.5: A figura retrata uma carinha raivosa com uma
frase escrita: Assédio Moral Não!
Figura 13
Fonte: www.sintchospir.com.br/sintchospir/ass%C3%A9dio.htm. Acessado em 21.09.
2017.
Descrição da Imagem 2.6: A figura retrata uma pessoa com medo, possivelmente do
seu chefe que está lhe dando ordens apontando a sua mão para este. Também existe
na imagem as seguintes palavras: Isolamento, Humilhação, Deboche, Acúmulo de
Trabalho, Pressão, Ameaça.
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O assédio moral é mais comum em relações hierárquicas e autoritárias, em que predominam
condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes
dirigida a um ou mais subordinado (s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de
trabalho. Pode ser classificado em:
Proveniente do empregador, bem como qualquer outro superior hierárquico (diretor, gerente,
chefe, supervisor), que receba uma delegação do poder de “comando”; utiliza-se o poder de
chefia para fins de abuso. Ocorre quando os subordinados são agredidos pelos empregadores ou
superiores hierárquicos, e levados a aceitar tudo o que é imposto pelo empregador, para garantir
o emprego.
Principais causas: Desestabiliza o trabalhador de forma que produza mais por menos. Causa
impressão que não está atingindo os objetivos da empresa e/ou organização, a vítima fica
praticamente desamparada e desprotegida, sofrendo as piores consequências psicológicas ou
físicas.
Figura 14
Fonte:http://noticias.ne10.uol.com.br/brasil/noticia/2015/09/11/vitima-de-
assedio-moral-nao-goza-direitos-sociais-no-trabalho-diz-procurador-
567832.php. Acessado em 21.09.2017.
Descrição da Imagem 2.7: A figura retrata um homem dando ordens a uma
mulher e esta de cabeça baixa. Acima da imagem tem escrito: “Assédio
moral, não seja mais uma vítima”.
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2.3.2 Assédio Vertical – Ascendente: debaixo (subordinados) para cima (chefia)
Principais causas: Subordinados com ambição excessiva. Existe um ou dois que influenciam os
demais. O objetivo é alcançar o lugar do superior já tendo os subordinados como aliados, uma vez
que estes o ajudaram a "derrubar" a antiga chefia. Sentem-se parte do grupo de tomada de
decisões.
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Fonte:http://mentesatentas.blogspot.com.br/2012/04/transtorno-assedio-moral
.html. Acessado em 02.08.2017.
Descrição: A figura 2.9 retrata várias pessoas apontando suas mãos em cima de
uma única pessoa. Imagem típica de um assédio provocado por um grupo contra
o chefe.
É o mais percebido. Ocorre entre colegas de trabalho de mesmo grau hierárquico, ou seja, sem
ascendência funcional entre si.
Principal causa: Eliminar concorrentes, principalmente quando este indivíduo vem se destacando
com frequência perante os superiores.
2.3.4 Misto
É um caso mais raro de acontecer: quando a vítima sofre o assédio tanto dos colegas que se
encontram no mesmo nível hierárquico como também por aquele que está em um nível superior
aos demais. É mais frequente em ambientes de trabalho com grande competitividade interna e
mau gerenciamento. Torna-se um ambiente de trabalho estressante, no qual o patrão impõe um
nível elevadíssimo de exigências.
51
Principal causa: É combinado entre colegas com a omissão e a conivência de superiores
hierárquicos e alia o assédio vertical com o horizontal, conjuntamente.
Vamos agora assistir a uma entrevista com Lysiane Motta, Procuradora do Trabalho, a qual
fala sobre Assédio Moral e suas modalidades:
Segue o link: http://globotv.globo.com/rede-globo/encontro-com-fatima-
bernardes/v/lysiane-motta-assedio-moral-e-bullying-no-trabalho/2600112/. Acesso em
31.08.2017.
Como percebemos no vídeo, a procuradora do trabalho Lysiane Motta fala sobre as modalidades
de assédio já elucidadas anteriormente, agora vamos assistir ao Documentário: A dor (in) visível.
Assédio Moral no Trabalho.
www.youtube.com/watch?v=ZKGzTjljGgM
Curiosidades:
No ano de 2002 a psiquiatra francesa Marie-France Hirigoyen, publicou no Brasil o livro Mal-Estar
no Trabalho – Redefinindo o Assédio Moral. Referida obra contempla uma profunda análise do
assédio moral no mundo do trabalho.
52
Afirma ainda a psiquiatra que o assédio moral tem consequências muito danosas para a saúde:
causa stress, ansiedade, depressão, distúrbios psicossomáticos, vergonha e humilhação.
Ressalto aqui que toda empresa que vem exercendo práticas desse tipo está ferindo a Magna
Carta da República, contrariando o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio da
função social do trabalho.
Os trabalhadores que se encontram na situação descrita devem procuram orientação nos plantões
da Auditoria-Fiscal do Trabalho, no Ministério do Trabalho e Emprego.
Têm o direito de ajuizar ação de reparação de danos perante a Justiça do Trabalho. Referidos
trabalhadores não podem silenciar. Precisam narrar a sua dor. Necessitam buscar ajuda médica,
como uma medida de profilaxia, evitando a depressão ou até mesmo o suicídio.
E finalmente acabamos mais uma competência. Vamos agora participar do nosso segundo Fórum
de Conteúdo Temático:
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3.Competência 03 | Declaração dos Direitos Humanos
Os Direitos Humanos são direitos fundamentais do ser humano. Sem eles, o ser humano não
consegue participar plenamente da vida em sociedade.
Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, vantagens e prerrogativas que devem ser
reconhecidos como essência pura pelo ser humano para que este possa ter uma vida digna, ou
seja, não ser inferior ou superior aos outros seres humanos porque é de diferente raça, de
diferente sexo ou etnia, de diferente religião, etc. Os Direitos Humanos são importantes para que
a vida em sociedade não se torne um caos. São importantes para a manutenção da paz.
Os Direitos Humanos são um conjunto de regras pelas quais o Estado e todos os cidadãos a ele
pertencentes devem respeitar e obedecer.
Pode parecer que não está sendo cumprido, mas a principal função dos Direitos Humanos é a de
proteger os indivíduos das injustiças, arbitrariedades, do autoritarismo e dos abusos de poder. Os
Direitos Humanos são sinônimos de liberdade ou pelo menos deveria ser.
A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A palavra cidadania
foi usada na Roma Antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa
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pessoa tinha ou podia exercer.
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a
possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”.
A plenitude da Cidadania implica numa situação na qual cada pessoa possa viver com decência e
dignidade, através de direitos e deveres estabelecidos pelas necessidades e responsabilidades do
Estado e das pessoas.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser considerada como a maior prova existente
de consenso entre os seres humanos, pelo menos é o que defendia o nobre filósofo e jurista
italiano Norberto Bobbio (1992).
Para Bobbio (1992), a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma inspiração e orientação
para o crescimento da sociedade internacional, com o principal objetivo de torná-la um Estado e
fazer também com que os seres humanos fossem iguais e livres. E pela primeira vez, princípios
fundamentais sistemáticos da conduta humana foram livremente aceitos pela maioria dos
habitantes do planeta.
Todos os seres humanos nascem com direitos inalienáveis. Estes direitos buscam proporcionar
uma vida digna e cabe ao Estado proteger tais direitos. A liberdade, igualdade, tolerância,
dignidade e respeito – independente de raça, cor, etnia, credo religioso, inclinação política
partidária ou classe social – permite ao ser humano buscar tais direitos fundamentais.
Os Direitos Humanos são indivisíveis: e são neles englobados questões sociais, políticas e
econômicas. Tais como:
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Todas as pessoas devem ter o direito de formar a sua própria opinião e de exprimi-la
individualmente ou em assembleias pacificas;
Todas as pessoas devem ter o direito de participar no governo;
Estar livre de prisão arbitrária, detenção e tortura – quer a pessoa seja um opositor ao
partido no poder, pertença a uma minoria étnica, ou seja, um criminoso comum;
Livre expressão religiosa e uso de sua língua para manter suas tradições;
Todo ser humano deve ter a oportunidade de trabalhar, ganhar a vida e sustentar a sua
família;
As crianças merecem proteção especial.
A resposta parece ser NEGATIVA! Pois a violência banalizada, como os assassinatos, as chacinas, os
extermínios, o tráfico de drogas, o crime organizado, as mortes no trânsito e a corrupção
desenfreada, não pode ser aceita como algo normal, ou seja, devemos dizer NÃO a estas violações
dos Direitos Humanos.
Devemos acabar também com essa ideia de que “Direitos Humanos foi feito para bandidos”,
afinal, os Direitos Humanos são bem mais abrangentes do que meramente questões de segurança
pública, pois abrange diversos aspectos, como saúde, educação, etc.
O mais importante instrumento da sociedade moderna no que tange aos Direitos Humanos é a
Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Este documento, marco da nossa era,
tornou-se um autêntico paradigma defensor da ética, da moral e dos bons costumes. Mas o que
constatamos é um aumento constante da violência e total desrespeito aos Direitos Humanos.
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VIOLÊNCIA
Figura 17 - Violência
Fonte: http://f1team.leiaja.com/ong-afirma-que-violacao-aos-direitos-humanos-ainda-e-proble
ma-no-bahrein/. Acessado em: 24/08/2017.
Descrição: A figura retrata a violência praticada por vários policiais que agridem homens com
cassetetes, no Bahrein.
GENOCÍDIO
Figura 18 - Genocídio
Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/ mundo/genocidio.htm Acessado em: 24/08/2017.
Descrição da Imagem 4.2: A figura retrata o genocídio na 2ª Guerra Mundial, corpos empilhados
no crematório do campo de concentração de Dachau - AL.
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FOME
Figura 19 - Fome
Fonte:www.ultimosacontecimentos.com.br/fomes/fao-menos-de-800-milhoes-de-pessoas-passam-
fome-no-mundo.html. Acessado em: 24/08/2017.
Descrição da Imagem 4.3: A figura retrata três crianças de cócoras comendo alimentos que estão no
lixo.
FALTADEMORADIA
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E aí, diante destas imagens que fazem parte de uma realidade social cruel, triste e perversa, o que
para você significa cidadania? Quais são os seus valores básicos?
É difícil encontrar uma definição de cidadania suficientemente abrangente que seja aplicável a
qualquer lugar, situação ou momento. Primeiro porque, como acontece com outros conceitos
ligados à evolução das sociedades humanas cidadania é uma construção histórica, ou seja,
modifica-se por influência das transformações da história humana. Além disso, ela reflete o ponto
de vista e a condição social de quem a utiliza.
O conceito de cidadania teve origem na Grécia Antiga e foi utilizado para designar os direitos
relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava ativamente dos
negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto, todas as implicações
decorrentes de uma vida em sociedade. Ao longo da história, o conceito de cidadania foi
ampliado, passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de
deveres e direitos de um cidadão.
Portanto, Cidadania são os direitos e deveres do cidadão e ela pode ou não ser exercida.
Para a ética, não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos definidos nas
Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos reais, permitido a
todos cidadania plena, cotidiana e ativa. Desse modo, será possível a síntese entre ética e
cidadania, na qual possa prevalecer muito mais uma ética de princípios do que uma ética do
dever.
Sendo assim, vamos partir de um ponto comum de referência para chegarmos à definição adotada
hoje pela maioria dos países:
Todos nós temos direitos humanos universais, que devem ser respeitados em qualquer lugar do
mundo, independentemente da nossa nacionalidade. Os que estão relacionados à nacionalidade
são os direitos de cidadania. Ou seja, a cidadania é uma ligação jurídico-política que o indivíduo
tem com o Estado a que pertence e que lhe garante direitos e lhe impõe obrigações.
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Seus direitos são os de decidir e influir sobre os destinos do Estado e o de ter a sua condição
humana garantida e protegida por ele. Suas obrigações são permitir e cuidar para que todos
obedeçam às regras estabelecidas, de forma que a vida em comum transcorra em harmonia e
respeito e que os interesses coletivos sempre predominem sobre os particulares.
Por isso, ser cidadão supõe desenvolver atitudes, assumir padrões de comportamento e adquirir
hábitos que favoreçam o bom convívio com os demais e também que suas ações sejam pautadas
pela ética do cuidado, do zelo, pelo bem comum e pelo respeito à coisa pública. Ou seja, aquele
contínuo estado de alerta, de observação cuidadosa em relação à segurança, à dignidade e ao
bem-estar do outro, que nos leva a sempre respeitá-lo e a nos colocar de seu lado e defendê-lo
quando alguém não o respeitar.
Por essas razões, é nosso dever apoiar e estimular a extensão dos direitos de cidadania a todos,
assumir responsabilidades coletivas e pressionar organizações e instituições que possam
promover a melhoria das nossas condições de vida.
Valor é a palavra que dá legitimidade a uma pessoa. É a nossa conduta dentro da sociedade em
todas as áreas: na família, no meio social e no trabalho. Por exemplo: as atividades profissionais
dos diversos órgãos do governo, por estarem relacionadas com os direitos das pessoas, dependem
da observação de certos valores indispensáveis ao respeito à cidadania. Como esta atividade é
voltada para o bem comum, deve conter e até estar alicerçada em valores comuns, tais como:
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pode ser tratada como a dignidade da pessoa humana;
Reciprocidade: A reciprocidade impõe que devemos tratar as pessoas da forma como
gostaríamos de sermos tratados;
Equidade: A equidade é um valor indispensável para o exercício da atividade profissional,
pois é esse valor que exige o tratamento equitativo entre as pessoas, onde se deve buscar sempre
a igualdade. Pelo princípio da isonomia todos devem ser tratadas igualmente sem privilégios e/ou
sem discriminações.
Moderação: É importante para a busca do equilíbrio. Assim, devemos agir de forma
moderada, evitando a precipitação e a intolerância. Por exemplo, o servidor público deve ser um
profissional equilibrado, que tenha convicção da importância de sua atividade, portanto, é
importante reconhecer suas próprias limitações.
Senso de Responsabilidade: O cidadão deve viver uma vida com responsabilidade, desta
forma, o servidor público, por exemplo, tem de ter compromisso com a causa pública. A sociedade
não pode confiar os direitos e serviços prestados ao funcionário que não seja responsável e que
não esteja executando o seu serviço com assertividade e competência.
Bondade: Trata-se de um valor simples, onde uma pessoa sente prazer em ajudar outra. O
agente público deve ser uma pessoa provida de bondade. É importante que demostre satisfação
com as relações internas e externas, bem como ser útil à sociedade.
Portanto, esses valores básicos supracitados devem acompanhar sempre a conduta do
cidadão, seja na sua vida pessoal ou profissional.
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Mas havia ingenuidade no entusiasmo, havia a crença de que a democratização das instituições
traria rapidamente a felicidade nacional. Pensava-se que o fato de termos reconquistado o direito
de eleger nossos prefeitos, governadores e um presidente da República seria garantia de
liberdade, de participação, de segurança, de desenvolvimento, de emprego e de justiça social.
As coisas não caminharam tão bem, muito pelo contrário, já quase 30 anos passados desde o fim
da ditadura, problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana, o desemprego, o
analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada dos serviços de saúde e
saneamento, e as grandes desigualdades sociais e econômicas continuam sem solução, ou se
agravam, ou, quando melhoram, é em ritmo muito lento.
Fato é, que em pleno século XXI, já exista uma descrença dos cidadãos ao regime democrático de
direito, o que tem gerado um saudosismo em relação ao governo militar, onde hoje as pessoas
questionam a volta da ditadura, como que esta fosse a “salvadora da pátria” e resolvesse todos os
problemas atuais da nossa sociedade.
No entanto, a falta de perspectiva de melhoras importantes, a curto prazo, inclusive por motivos
que têm a ver com a crescente dependência do país em relação à ordem econômica internacional
é fator inquietante, principalmente pela possibilidade de retrocesso em relação a conquistas já
feitas. É importante, então, refletirmos sobre o problema da cidadania, sobre o seu significado,
sua evolução histórica e suas perspectivas.
A cidadania inclui várias dimensões e algumas podem estar presentes sem as outras. Uma
cidadania plena, que combine liberdade, participação e igualdade para todos é um ideal talvez
inatingível nos dias de hoje.
Tornou-se costume desdobrar a cidadania em direitos civis, políticos e sociais. O cidadão pleno
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seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam os que possuíssem
apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum dos direitos seriam não-
cidadãos.
São os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei. Eles se
desdobram na garantia de ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o pensamento, de
organizar-se, de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso a
não ser pela autoridade competente e de acordo com as leis, de não ser condenado sem processo
legal regular. São direitos cuja garantia se baseiam na existência de uma justiça independente,
eficiente e acessível a todos.
São eles que garantem as relações civilizadas entre as pessoas e a própria existência da sociedade
civil surgida com o desenvolvimento do capitalismo. Sua pedra de toque é a liberdade individual.
Vamos refletir?
Será que estamos exercendo soberanamente a nossa liberdade nos dias atuais ou
muitas vezes temos nosso direito de ir e vir cerceado?
Será que todos os cidadãos são tratados de forma igual como preconiza a nossa
Constituição Federal, sem distinção de raça, cor e credo?
Será que a nossa justiça é realmente “cega” ou ela faz distinção entre pessoas de
classes sociais distintas?
Enfim, será que em pleno século XXI nós temos assegurados os nossos direitos fundamentais ou
eles nada mais são do que uma folha de papel escrita na nossa Constituição?
Sim, pois estes últimos se referem à participação do cidadão no governo. Seu exercício é limitado
à parcela da população e consiste na capacidade de fazer demonstrações políticas, de organizar
partidos, de votar e ser votado. Em geral, quando se fala de direitos políticos é do direito ao voto
que se está falando. Logo, você pode exercer todos os seus direitos civis, mas não pode exercer o
direito do voto, por conta da idade, por exemplo.
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Também integram os Direitos Políticos o voto em plebiscitos e referendos, movimentação popular,
organização e participação em partidos políticos.
Entretanto, cada país pode apresentar disposições específicas sobre a formulação do conjunto dos
Direitos Políticos dos cidadãos. O que, lamentavelmente, ainda acontece, é que em regimes
autoritários persistentes no mundo, a população não goza dos Diretos Políticos, não possui o
poder de participar do processo seletivo e, tampouco, de alterar os destinos da representatividade
política.
O Brasil passou por momentos graves nos quais a população teve seus Direitos Políticos violados.
Na Primeira República, apenas uma pequena parte da população tinha direito ao voto, porém as
eleições eram fraudadas e os eleitores eram repetidamente ameaçados e forçados na escolha de
seus votos.
A década de 1930 permitiu uma ampliação do número de eleitores no Brasil, expandindo o direito
ao voto à grande parte da população. Só que em 1937, Getúlio Vargas iniciou uma ditadura e
suspendeu as eleições até 1945. Desta data até 1964, o Brasil viveu um período democrático, no
qual a população pode votar, participar politicamente, se organizar em partidos e movimentos
sociais, mas com o Golpe Militar, mais uma vez os brasileiros tiveram seus Direitos Políticos
afetados.
Por mais de 20 anos, a população brasileira ficou alheia ao processo de decisão do Presidente do
país, o que só voltou a ser assegurado com a Constituição de 1988.
E agora que encerramos mais uma competência e vimos o conceito e os valores básicos de
cidadania vamos assistir a nossa terceira vídeoaula a respeito do referido tema.
A redemocratização do país e a Constituição Cidadã.
Agora que você já assistiu a nossa vídeoaula e refletiu acerca da cidadania ao longo desta
competência, vamos pôr em prática o conhecimento adquirido realizando nosso terceiro fórum de
conteúdo temático.
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Fórum Temático 3:
Sabemos que o voto é a maior arma em favor da democracia e contra a corrupção. Com base
nisso, responda as seguintes questões, justificando a sua resposta. Escreva ao menos dois
parágrafos.
Vale ressaltar que o texto não deverá mencionar nome de qualquer político, portanto, opine
sendo imparcial e lembrando-se que você está realizando um curso de Ética e Cidadania.
a) Como a sociedade brasileira tem exercido seu direito para a escolha dos nossos
governantes? Quais são os critérios adotados pela sociedade para exercerem o exercício
pleno da cidadania, através do voto?
b) Será que os nossos governantes tem cumprido os seus papéis com ética, responsabilidade
e seriedade?
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4.Competência 04 | Mundo do Trabalho e Cidadania Organizacional
O ser humano não nasceu preparado para seguir normas de convivência e sobreviver em uma
sociedade tão complexa quanto a nossa. Para estabelecer relações sociais precisamos de quem
cuide de nós e nos eduque, transmitindo-nos as características e valores culturais da sociedade a
que pertencemos.
Desta forma, podemos dizer que o processo de socialização começa logo depois do nascimento e
segue um longo caminho. Nessa jornada, cada um de nós precisa absorver conhecimentos e
desenvolver habilidades, além de conhecer e utilizar linguagens.
Sem os produtos do trabalho não há sobrevivência humana, cultura, organização social, civilização
e história.
Durante toda a nossa vida, precisamos do nosso trabalho e do trabalho dos outros para a
produção de bens e serviços que são demandados pelo viver e pelo conviver em sociedade.
Em muitas situações, a Ética e a Cidadania são comprometidas pela atitude de um indivíduo, mas
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nem sempre o cidadão é o único responsável por isso. Nesses casos, a incompetência, a
irresponsabilidade, ignorância, displicência, desonestidade ou omissão são os comportamentos e
ações de organizações dos mais variados tipos e dos próprios governantes que colaboraram para
isso, ou foram os principais responsáveis para que isso ocorresse.
Outras perguntas também devem ser feitas quanto às implicações do governo, responsável pelo
funcionamento do posto de saúde e do qual ela era funcionária.
Ele não teve nenhuma influência no caso? Não estaria a funcionária com acúmulo de
trabalho?
Será que ela, devido a um salário baixo, estaria estressada por ter que fazer horas extras e
dar conta de mais de um emprego?
Essas perguntas revelam que nossa qualidade de vida e nosso desempenho como cidadãos,
pessoas e profissionais também dependem de como as diferentes organizações atuam ao nos
atender ou deixar de fazê-lo. No caso relatado, todos os motivos supostos para explicar o erro da
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auxiliar de enfermagem estão direta ou indiretamente relacionados com o Estado, com a política e
com a cidadania organizacional, como:
Isso também nos leva a concluir que toda a nossa vida social está impregnada de políticas diversas
(governamentais, institucionais e empresariais) e que, por isso, não somos atingidos apenas por
situações e ações políticas como também atuamos politicamente o tempo todo.
No entanto, é importante percebermos que não são apenas os indivíduos isoladamente que
precisam atuar na sociedade guiando-se pelos princípios da cidadania. As organizações também
precisam ser cidadãs.
Pessoas e organizações que não primam pela ética e não se consideram comprometidas com o
bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos, conscientemente ou não, voluntariamente ou não,
acabam, de uma ou outra forma, sendo responsáveis por perdas e danos sofridos pela sociedade.
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raramente, vale a pena a gente “melhorar de vida” sem melhorar a vida. Por isso, cabe aqui uma
citação do grande cidadão brasileiro que foi Herbert de Souza, o Betinho:
“Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu
bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem
na minha vida. Um cidadão com um sentimento ético forte e consciência de
cidadania não deixa passar nada, não abre mão desse poder de participação”.
(SOUZA, Herbert de. Ética e cidadania. São Paulo: Moderna, 1994).
Depois de todas essas indagações, proponho meus caros alunos a fazerem uma auto
avaliação, pois é preciso que nos perguntemos:
Como você lida com os instrumentos e com os recursos físicos que utiliza em seu
ambiente de trabalho, seja produzindo algo concreto ou prestando serviços? Você é
cuidadoso, parcimonioso, sensato e prudente ao usá-los?
Qual a atenção que você dá a qualidade do que oferece aos consumidores, clientes,
usuários ou a sociedade (ao público em geral)? Sabes que devemos tratá-los da
mesma forma como gostaríamos de ser tratados?
Qual a nossa disposição para trabalhar em equipe de forma cooperativa, oferecendo
e recebendo ajuda, dividindo responsabilidades, respeitando direitos e
compartilhando poder e sucesso?
Caso exerças papel de liderança você reconhece o valor da contribuição de cada um
em sua equipe?
Até muito recentemente, era raro as empresas incluírem o tema da responsabilidade social em
suas divulgações institucionais (hoje, é quase uma obrigação). O conceito se difunde
reiteradamente em sites e aqui apresentamos seus princípios básicos.
A responsabilidade social das empresas pode ser vista como parte de uma nova cultura
organizacional, de forma a produzir riquezas e desenvolvimento que beneficiem a todos os
envolvidos em suas atividades – trabalhadores, consumidores, ambiente e comunidade.
Essa visão inclui a promoção, pela empresa, dos seus valores éticos e responsáveis na sua cadeia
de fornecedores e nos mercados onde atua. Ética e responsabilidade social são palavras-chave
para as organizações contemporâneas. Pesquisa do Instituto Ethos de Responsabilidade Social
indica que os consumidores estão mais propensos a comprar um produto de uma organização que
apresente postura ética e com responsabilidade social, entendendo-se como uma empresa
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responsável socialmente aquela que:
Zela pela qualidade dos produtos e serviços que oferecem aos clientes, tendo o cuidado de
não danificar a saúde e o bem-estar das pessoas;
Mantém o respeito pelos empregados e fornecedores, estabelecendo relações baseadas
em confiança e parceria, e não em exploração;
Preocupa-se com a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, garantindo que os
empregados gozem de boas condições;
É transparente com a sociedade, provendo todas as informações de interesse público com
relação às operações e atividades da empresa ou qualidade dos produtos;
Respeita o ambiente, estabelecendo práticas que não afetem o equilíbrio ecológico e a
qualidade de vida das comunidades;
Atua com ética no que diz respeito ao trato com outras empresas ou com as pessoas
físicas, assim como no recolhimento de tributos, cumprindo todas as suas obrigações como
empresa cidadã;
Envolve-se com o crescimento econômico e social sustentado, participando de atividades
que beneficiem a sociedade;
Incentiva projetos culturais, sociais e educacionais que possam trazer desenvolvimento
para o entorno social;
Estimula em seus funcionários o compromisso social e a atividade comunitária.
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4.1 Sustentabilidade: percalços e conquistas na busca de uma cidadania planetária
A resolução dos grandes problemas que afetam nossa sobrevivência e a do planeta só pode surgir
da própria sociedade, através do estudo, do debate e da procura por soluções que incluam o
conjunto da sociedade (sociedade civil organizada, empresas e governos) e não apenas que
beneficiem alguns em detrimento de outros.
Muitos são aqueles que já estão envolvidos nessa busca, mas o ideal é que todos se envolvam. Por
isso, o debate aberto e democrático é necessário e as escolas, que têm um papel importante nesse
debate, devem também participar da construção de soluções globais.
Começamos com uma reportagem de Ian Sample no jornal The Guardian de Londres, que “O
Estado de S. Paulo” reproduziu em sua edição de 6 de agosto de 2006. A reportagem traz uma
pergunta angustiante que o célebre astrofísico britânico Stephen Hawking lançou pela internet:
“num mundo político, social e ambientalmente caótico, como a raça humana poderá se manter
por mais 100 anos?”.
Muito preocupante é a pergunta, porque o famoso cientista não quer saber como a espécie
humana poderá sobreviver por mais um milênio e sim, simplesmente daqui a 100 anos. Desde
essa reportagem já se passaram mais de 10 anos e como está a sustentabilidade do nosso
planeta?
Será que daqui a 90 anos teremos um ar limpo, capaz das próximas gerações respirarem
sem serem acometidas por danos à saúde?
Será que os nossos rios e mares também estarão em condições propícias de uso pelas
futuras gerações?
Será que teremos água potável suficiente ou a água vai ser artigo de luxo, “ouro”?
Como estará a fauna e a flora? E os desmatamentos? Será que teremos alguma vegetação?
E a Amazonas?
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questionamentos na internet e milhares de pessoas se conectaram para dar suas opiniões e
solicitaram uma resposta do cientista, que foi desconcertante, pois ele simplesmente anunciou:
“não sei a resposta. Foi por isso que fiz a pergunta”.
O desafio do grande cientista está no ar e a humanidade, nas últimas décadas, entre progressos e
regressos, está buscando responder. Os percalços que já temos enfrentado já nos revela alguma
coisa, imaginem como estará o planeta daqui a 90 anos?
Em recente artigo no “Caderno Mais” da Folha de S. Paulo, na sua edição de 25 de abril de 2010
(Folha 7), Marcelo Gleiser faz uma reflexão que vale a pena reproduzir como introdução a este
item final da nossa última competência na qual iremos falar sobre sustentabilidade. Diz ele:
“Mesmo se a vida complexa existir no cosmo – e não podemos afirmar que não
exista –, está tão distante daqui que, na prática, estamos sós. E, se estamos sós e
temos a habilidade de pensar, somos raros e preciosos; somos como o Universo
reflete sobre si mesmo. Portanto [...] temos de adotar uma nova ética que nos
eleve acima da moralidade tribal que vem dominando a história da civilização por
milênios. Precisamos preservar a vida a todo custo, transformando-nos em
guardiões deste mundo. Não temos outra opção.”
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pluralidade que marca o povo e a paisagem brasileira.
Como se percebe já enfrentamos muitos problemas e iremos enfrentar ainda mais, caso a
humanidade não se conscientize desta problemática.
O tema responsabilidade social começou a se difundir nos anos 1990, à medida que setores da
sociedade civil passaram a questionar as crescentes distorções sociais e a degradação ambiental.
Antes disso, houve a ação de alguns poucos homens e mulheres, até mesmo pequenos grupos que
atuaram de maneira localizada.
Veja o caso do Greenpeace, organização que surgiu nos anos 1970, no Canadá, e teve como ponto
inicial a luta contra testes nucleares norte-americanos no Alasca (conheça o trabalho desse grupo
no site http://www.greenpeace.org/brasil/pt/).
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4.2 A cidadania e o combate á corrupção
A palavra corrupção veio do latim corruptione, que dá a ideia de corromper, que pode significar
decomposição, putrefação, desmoralização, suborno. De acordo com o Escritório das Nações
Unidas para Combate ao Crime Organizado e às Drogas, a “corrupção é um complexo fenômeno
social, político e econômico que afeta todos os países do mundo”.
No Brasil, um dos principais atores no combate à corrupção é o Ministério Público Federal (MPF),
que detém legitimidade para propor ações criminais e ações por ato de improbidade
administrativa contra aqueles que desviam e aplicam indevidamente recursos públicos federais.
Além desses meios, existem os dois canais de televisão da Câmara e do Senado, duas valiosas
ferramentas de que podemos nos valer para conhecer as atividades do político que elegemos para
o Congresso Nacional. Os dois canais focam tanto os bons quanto os maus políticos, fato que
facilita o nosso questionamento na hora de votar.
Portanto, temos à nossa disposição esses caminhos para voltar a sonhar o sonho que a corrupção
insiste em querer transformar em pesadelo e, quem sabe, tornar a acreditar na atividade política.
Pelo menos naqueles que não compactuam das distorções morais dos que fazem da corrupção
uma norma de conduta e da falta de ética um meio para atingir propósitos inconfessáveis.
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É fundamental acompanhar, cobrar e fiscalizar as ações daqueles que ajudamos a eleger para
evitar as falcatruas e a corrupção desenfreada que tomaram conta da esfera política brasileira em
todos os níveis. Se as autoridades constituídas não desenvolvem mecanismos para prevenir a
corrupção, que nós o façamos. E o voto é uma arma poderosa para combater esse campo minado.
Hoje em dia, dispomos de recursos que nos permitem sermos observadores privilegiados, sem nos
deixar levar por promessas vãs, ao contrário de outros tempos, quando ficávamos de fora, sem
saber o que se passava nos bastidores da política, sem ter como cobrar as promessas de
campanha, tampouco saber se o nosso candidato participava ou não de atos indecorosos. AGORA
NÃO!
Temos ao nosso dispor vários instrumentos para o exercício da cidadania, inclusive as redes
sociais, portais de transparência, Lei de Acesso à Informação, dentre outros mecanismos.
Votar consciente, portanto, já é um bom começo. Se excluirmos da vida pública quem troca de
partido, quem recebe propinas e pactua com o crime organizado, quem discursa sem dizer nada,
quem apoia os poderosos de plantão em troca de favores, quem vota leis em benefício próprio,
quem emprega parentes, quem rouba dinheiro público, quem faz parte da “bancada do silêncio”,
quem prefere a penumbra para encobrir negócios escusos, quem tem “ficha suja” e tantas outras
falcatruas.
Portanto, vamos contribuir para livrar o país dessa gente que insiste em se manter em estado
larvar, manchando a imagem do país e nos envergonhando perante as outras nações.
Para começar, vamos deixar de lado o desencanto com a política, vendo-a como uma prática
menor. Uma clara inversão semântica do conceito aristotélico de zoon politikon “o homem político
de Aristóteles” como observa o filósofo Mario Sergio Cortella (Política para não ser idiota, 3ª ed. 7
Mares, 2010, p.34). É Cortella quem propõe repensar tais conceitos e encarar a política como coisa
séria porque o que nos torna mais humanos, diz ele, “é justamente a capacidade do exercício da
política como convivência e como conexão de uma vida” (id.ibid, p.38).
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Portanto, comecemos já, nas próximas eleições!
A teoria política de Aristóteles já pregava: “O homem é um ser político e social, por natureza”.
Agora meus caros alunos, não adianta encaramos a corrupção visando apenas a questão política,
pois como bem sabemos e como já foi comentado ao longo desse estudo que também existem as
pequenas corrupções; a corrupção que começa em cada um de nós, através das nossa atitudes no
dia a dia, no nosso ambiente de trabalho, diante da nossa família, dos amigos e até mesmo dos
nossos cônjuges ou companheiros.
Só vamos exercer plenamente a cidadania política quando considerarmos o voto como uma arma
capaz de mudar os rumos da nossa nação e deixarmos de ignorá-lo, pois ele é um dos principais
atores de um Estado Democrático de Direito.
Analisem se vocês se consideram pessoas aptas a cobrar ética e seriedade dos nossos políticos.
Analisem se vocês estivessem no lugar deles com prestígio, status e poder, quais os rumos que
vocês dariam a Nação Estado. Analisem o papel que vocês têm desempenhado perante a
sociedade como agente transformador da ética.
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E agora que encerramos a nossa última competência e que vimos a cidadania organizacional e
planetária vamos assistir a nossa quarta e última vídeoaula, a respeito do referido tema.
Os três pilares da sustentabilidade.
Agora que você já assistiu a nossa vídeoaula e refletiu acerca da cidadania planetária e
organizacional ao longo desta competência, vamos pôr em prática o conhecimento adquirido
realizando nosso quarto fórum de conteúdo temático.
E finalizando este caderno de Ética e Cidadania deixo aqui um pensamento do grande e saudoso
jurista Rui Barbosa. Um forte abraço a todos, que trilhemos os nossos objetivos dentro de
princípios éticos.
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Referências
BARROS FILHO, Clóvis de; POMPEU, Júlio. A filosofia explica grandes questões da humanidade. São
Paulo: Ed. Livro Falante, 2015.
______. Somos todos canalhas: filosofia para uma sociedade em busca de valores. Rio de Janeiro:
Ed. Casa da Palavra, 2015.
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Minicurrículo da Tutora Conteudista
Graduação em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (2006); Pós Graduação pela
Universidade Gama Filho em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho (UGF-RJ.); Advogada com
atuação na área Cível e Trabalhista na Companhia Editora de Pernambuco - CEPE (De 2007 a
2010); Escrivã da Polícia Civil de PE (De 2011 aos dias atuais); Instrutora do Centro de Formação
dos Servidores do Estado de PE, (2014 (Aos dias atuais) lecionando as seguintes disciplinas: -
Noções Básicas de Direito Administrativo; - Noções Básicas de Direitos Humanos; - Ética e
Cidadania; - Introdução ao Direito Público. Tutora e Conteudista de Educação à Distância (EAD) da
Disciplina Ética e Cidadania, do Centro de Formação dos Servidores do Estado de PE (CEFOSPE);
Instrutora do Curso de Formação da Academia de Polícia Civil do Estado de Pernambuco, das
disciplinas: Ética e Cidadania e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
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