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A HISTÓRIA DE OLAUDAH EQUIANO OU GUSTAVUS VASSA

BIOGRAFIA DE OLAUDAH EQUIANO OU GUSTAVUS VASSA

"Eu acredito que existem alguns acontecimentos na minha vida que não aconteceram a muitos." Com esse
eufemismo, Olaudah Equiano começa sua narrativa interessante.
Na idade de 11, Olaudah Equiano foi raptado de sua aldeia Ibo na África Ocidental (atualmente na área de Benin) e
foi vendido como escravo. Cerca de trinta anos mais tarde, como um escravo emancipado, ele publicou sua
autobiografia.
Até o momento da sua morte, em 1797, seu livro de memórias passou por nove edições, incluindo traduções para
os leitores europeus, e foi um best-seller da época. Foi uma influência poderosa para a abolição da escravatura,
especialmente na Grã-Bretanha.
O menino Equiano estava destinado a uma vida de distinção na sua sociedade, quando traficantes de escravos o
raptaram conjuntamente com a sua irmã mais nova. Posteriormente, dela foi separado e nunca mais voltou a vê-la.
Conheceu seus primeiros senhores ainda na África, vivenciando uma "escravidão humana": ele foi muitas vezes
tratado como parte da família. Em seguida, sua vida realmente mudou. Ele foi levado para a costa para ser
transportado para Barbados. Este foi o primeiro encontro de Equiano com o homem branco. No começo, ele temia
ser morto e comido por eles.
Equiano descreve no Capítulo 2, os horrores da viagem da África para o Novo Mundo. Ele foi enviado para a colônia
de Virgínia depois de não ser vendido em Barbados. Na Virgínia, ele acabou sendo comprado por Michael Pascal,
um oficial da Marinha britânica.
Sendo um escravo de Tenente Pascal, desde cedo, Equiano obteve algumas oportunidades interessantes. Equiano
foi para a Inglaterra, e navegou com Pascal em várias excursões militares. Infelizmente, a liberdade da escravidão
que buscava, e que Pascal tinha prometido nunca aconteceu.
Equiano foi novamente vendido nas Índias Ocidentais. Combinando paciência e perspicácia nos negócios,
finalmente Equiano conseguiu comprar sua liberdade.
Por um tempo, ele trabalhou nas Índias Ocidentais, mas, em seguida, mudou-se para Londres. Suas aventuras
incluíram viagens para as Américas, Europa, Oriente Médio e até mesmo para o Ártico.
De volta à Inglaterra, em 1777, ele se tornou um cristão. Ele tornou-se um abolicionista e foi contratado pelo
governo Inglês para trabalhar no reassentamento de africanos pobres que viviam em Londres para Serra Leoa. Ele
finalmente voltou para a Inglaterra, onde ele experimentou a conversão ao cristianismo evangélico. Ele conseguiu
um emprego do governo Inglês para trabalhar na construção de uma colônia na Serra Leoa para os africanos
pobres que viviam em Londres. Esta não será uma empreitada de sucesso para Equiano. No entanto, seu desejo de
explicar por que ele não tinha sido bem sucedido, junto com o seu desejo de compartilhar suas opiniões sobre a
escravidão e suas próprias experiências de vida pessoal, resultou na publicação de seu livro de memórias.
A NARRATIVA INTERESSANTE DE OLAUDAH EQUIANO, OU GUSTAVUS VASSA, O
AFRICANO, ESCRITA POR ELE MESMO (1789)

“(...)
Por fim, quando o navio em que estávamos tinha conseguido toda a sua carga, nos
amedrontaram com ruídos, e fomos todos colocados abaixo do convés, de modo que não podia
ver como eles manobravam o navio. Essa foi a minha decepção. O mau cheiro do porão,
enquanto nós estava na costa era tão intoleravelmente repugnante, que era perigoso
permanecer lá por muito tempo, e alguns de nós tínhamos sido autorizados a permanecer no
convés para o ar fresco; mas agora que carga do navio estava completa, fomos confinados
juntos, o que tornou o porão absolutamente pestilento.
O confinamento de muitos no local, e o calor do clima, somado ao número de prisioneiros no
navio, que estava tão lotado, quase nos sufocou.
Isto produziu transpirações copiosas, de modo a que o ar rapidamente se tornou denso e a
respiração ficou difícil, devido a presença de uma variedade de cheiros repugnantes, e trouxe a
doença entre os escravos, muitos dos quais morreram, caindo vítimas da avareza imprevidente,
como posso chamá-la, de seus compradores.
Esta situação miserável foi agravada pela dor pungente causada pelos grilhões nos prisioneiros,
que se tornou insuportável; e também pela sujeira das latrinas, onde algumas vezes as crianças
caíam, sendo quase sufocadas. Os gritos das mulheres, e os gemidos dos moribundos, criavam
uma cena de horror quase inconcebível. Felizmente para mim, por pouco tempopermaneci no
porão. Foi considerado necessário manter-me quase sempre no convés; e por causa da minha
extrema juventude não fui colocado em grilhões. Nesta situação eu esperava a cada hora para
compartilhar o destino dos meus companheiros, alguns dos quais foram quase que diariamente
trazido para o convés do navio, alguns em agonia de morte. Comecei a ter esperança que em
breve iria ter fim as minhas misérias. Muitas vezes eu achei que muitos daqueles que agora
habitavam o fundo do mar eram muito mais felizes do que eu; eu invejava-lhes a liberdade que
gozavam, e quantas vezes desejei trocar a minha condição com a deles. (...)”
(Tradução e Adaptação de Marcelo Fontana do site http://www.mariner.org)
ANÁLISE DO DOCUMENTO HISTÓRICO

The Ship Brookes. Em 1789, 700 cartazes foram impressos mostrando 482 escravos amontoados a bordo. A imagem chocou as pessoas na
época e continua sendo uma das mais duradouras imagens associadas com o tráfico transatlântico de africanos escravizados.

1. O que a imagem revela sobre as condições dos navios negreiros?


2. O que a imagem não nos diz?
3. Quais são as vantagens de usar uma imagem como documento para reconstituir a Middle Passage? E
quais são as desvantagens?

ESCRITA DE FICÇÃO

Escreva na primeira pessoa um relato de um africano escravizado a bordo de um navio negreiro durante uma
rebelião.

1. Descreva as condições a bordo do navio negreiro - por que você arriscaria a sua vida para participar de
uma rebelião?
2. Descreva como você foi capaz de tramar uma rebelião.
3. Descreva como você se comunicava com outros que falavam uma língua diferente, evitando que a
tripulação do navio desconfiasse da rebelião.
4. Descreva as suas emoções durante a revolta.
5. Descreva suas emoções depois de ter superado seus opressores.
6. Descreva o destino final do navio negreiro.

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