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SUMÁRIO

HISTÓRIA DA PARAÍBA ................................................................................................................................. 2


OS POVOS INDÍGENAS NA PARAÍBA.......................................................................................................... 2
O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS ............................................................................................... 3
PERÍODO PRÉ-COLONIAL: 1500 - 1530 .................................................................................................. 3
AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS ............................................................................................................. 4
A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DA PARAÍBA .................................................................................................... 6
HOLANDESES NO NORDESTE DO BRASIL................................................................................................... 9
INVASÕES HOLANDESAS NO NORDESTE DO BRASIL................................................................................ 10
OS HOLANDESES NA PARAÍBA: 1634 - 1654 ........................................................................................ 12
A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA: 1645-1654 ................................................................................... 13
A CRISE DO SÉCULO XVIII E A INCORPORAÇÃO DA PARAÍBA A PERNAMBUCO ........................................ 14
A ANEXAÇÃO DA PARAÍBA A PERNAMBUCO: 1755-1799 .................................................................... 15
EXERCÍCIOS ................................................................................................................................................ 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................... 20
HISTÓRIA DA PARAÍBA
OS POVOS INDÍGENAS NA PARAÍBA
A história da Paraíba, é sempre bom recordarmos, começa muito antes da conquista do
Brasil pelos portugueses em 1500 com a expedição de Pedro Álvares Cabral. O território que
hoje corresponde à Paraíba já era habitado por diversas tribos nativas que ocuparam,
primeiramente, a área litorânea. Destaque para duas etnias no local: os Tupis e os Cariris. Por
causa da agressividade destes últimos, eles foram chamados pelos outros grupos nativos de
“tapuias”, que significa “inimigos”.
Os Cariris (Tapuias), mais numerosos que os Tupis, ocupavam o interior do território,
uma área ao longo do planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e
Pernambuco. Segundo seu mito de origem, teriam surgido de um grande lago. Essa etnia
dividia-se em várias tribos: Paiacus, Icós, Sucurus, Ariús, Panatis, Canindés, Pegas, Janduis,
Bultrins e Carnoiós.
Os Tupis, por sua vez, eram divididos em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos. Deste
grupo, o mais numeroso era o dos Potiguaras, que vieram do litoral de Maranhão e se fixaram
no norte do litoral paraibano, desde a Baia da Traição até os contrafortes da Borborema. Eles
entraram em conflito com os Cariris, que fugiram e se deslocaram para regiões sertanejas. Na
segunda metade do século XVI, fixando-se na várzea do rio Paraíba, chegaram os Tabajaras
(menos numerosos) que se transformaram rapidamente em inimigos dos Potiguaras, entrando
em vários conflitos com os mesmos. Na época da fundação da Paraíba havia mais de cinco mil
pessoas, responsáveis por dar origem a muitas cidades e vilas, como: Aratagui (Alhandra),
Jacoca (Conde), Piragibe (João Pessoa), Tibiri (Santa Rita), Pindaúna (Gramame), Taquara, Acaú
e Pitimbu.
Como veremos mais adiante, estes grupos foram importantes para a história da Paraíba.
Por exemplo, os Potiguaras se tornaram grandes inimigos dos portugueses, uma vez que
resistiam bravamente às investidas feitas por eles para tentar conquistar a região. Os
portugueses, por sua vez, aproveitaram das rivalidades e disputas existentes entre Tabajaras e
Potiguaras para efetivar a conquista e a colonização da Paraíba, quando firmaram aliança com
os primeiros para, assim, conseguir forças suficientes para derrotar a resistência dos
Potiguaras.
Apesar dessa aliança, cabe destacar que a grande maioria dos nativos, durante o período
colonial de exploração e conquista dos portugueses, além de terem suas terras dominadas,
foram perseguidos, mortos, escravizados e catequizados pelos Jesuítas. Todavia, eles não
sofreram isso sem resistir. Dentre as formas de resistência podemos elencar:
➢ Fugas individuais e coletivas, seja dos engenhos ou das reduções jesuíticas (local
onde eram catequizados);
➢ Suicídio e assassinato dos senhores de engenho;
➢ Ataque a fazendas de gado;
➢ Ressignificação dos valores cristãos quando os nativos eram obrigados a se
converter ao catolicismo;
➢ Casamentos interétnicos, ou seja, uma forma de fazer aliança política.

Portanto, antes de serem passíveis a dominação, os nativos, em várias oportunidades,


adotaram práticas de resistência diante do avanço da colonização.
O SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
PERÍODO PRÉ-COLONIAL: 1500 - 1530
A esquadra de Pedro Álvares Cabral, composta por três navios, partiu de Portugal em
março de 1500, chegando em um novo território, até então desconhecido pelos europeus, em
21 de abril do mesmo ano. Neste novo lugar, primeiramente denominado “Ilha de Vera Cruz” e
depois Brasil por causa da exploração da árvore Pau-Brasil, eles estabeleceram contato com
uma série de povoados indígenas, como os Tupinambás. Neste período as terras brasileiras
eram compostas de milhares de povoados nativos.
Contudo, em um primeiro momento o novo lugar não foi colonizado pelos portugueses,
pois não encontraram o que tanto almejavam no período: os metais preciosos do ouro e da
prata. No século XV e XVI prevalecia na Europa Ocidental o sistema econômico do
Mercantilismo, correspondente ao acúmulo de metais preciosos por um Estado. A ideia era que
quanto mais ouro e prata uma nação possuísse, mais rica, poderosa e respeitada ela seria.
Assim, para fortalecer o seu poder e formar exércitos cada vez mais fortes, os reis europeus
procuravam terras para colonizar e encontrar tais metais.
Como não encontram eles no Brasil, e desprovidos de uma rede comercial, as matérias
disponíveis não eram inicialmente atrativas o suficiente para justificar altos investimentos em
infraestrutura para colonização. Além disso, os interesses dos portugueses estavam voltados
para o comércio de especiarias (cravo, canela, açafrão, anis etc.) com o Oriente, o que rendia
lucros altos quando vendas eram feitas na Europa. Entre 1500 e 1530 Portugal não efetivou a
colonização das terras brasileiras, apenas realizou expedições rápidas de reconhecimento e de
extração do Pau-Brasil, primeira matéria-prima que gerou algum interesse comercial. Essa
árvore, que já era explorada na Ásia, servia para tingir tecidos, uma vez que se extraia dela uma
tinta vermelha, além de ser usada para a fabricação de móveis, navios e instrumentos musicais.
A extração da árvore, localizada principalmente na faixa litorânea do Brasil entre o Rio
Grande do Norte e o Rio de Janeiro, bem como o transporte até as Feitorias (fortificações perto
do litoral que funcionavam como entreposto comercial nas colônias), eram feitos pelos
indígenas que, em troca, recebiam diferentes objetos, como ferramentas, roupas e outros itens
pelos quais se interessavam – prática que é conhecida como escambo.
Dessa forma, o período correspondente entre 1500 a 1530 é conhecido na história do
Brasil como “Pré-Colonial”, pois não houve efetiva colonização do território. Portugal enviava
apenas algumas “expedições guarda-costas” com o objetivo de proteger o litoral, impedindo
que outras nações europeias conquistassem as terras que a Coroa portuguesa reivindicava para
si. Contudo, esse direito dos portugueses de serem os únicos a explorar o local era muito
questionado por outros países europeus, principalmente pela França e pela Inglaterra, que não
reconheciam o Tratado de Tordesilhas de 1494, que dividia o “novo mundo” entre espanhóis
e lusitanos.

Período Pré-Colonial: 1500 - 1530


➢ Desinteresse da Metrópole (altos lucros com o comércio de especiarias no Oriente).
➢ Portugal não encontrou metais preciosos = não houve efetiva colonização do
território.
➢ Extração do Pau-Brasil = 1º Ciclo econômico Colonial
• Utilidade = Madeira tintorial;
• Localização = Litoral (RN até RJ);
• Feitorias;
• Mão de Obra Indígena (escambo);
AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
Como não aceitavam o Tratado de Tordesilhas e com o objetivo de conquistar as terras do
“Novo Mundo” das mãos dos portugueses, franceses e ingleses começaram a praticar pirataria
ao longo da costa brasileira, explorando o pau-brasil e aliando-se com tribos indígenas inimigas
de Portugal, como os Potiguaras. Para isso eles defendiam o conceito de uti possidetis, segundo
o qual a propriedade de um lugar do mundo seria do país que o ocupasse efetivamente. Essa
ameaça estrangeira foi um dos primeiros motivos que levou a Coroa portuguesa a tentar
efetivar a invasão e ocupação das terras d’além mar, pois eles percebiam o risco que corriam de
perder suas posses.
Outro motivo relacionado a isso foi a queda dos lucros do comércio de especiarias com o
Oriente. Outros países começaram a comercializar as especiarias no mercado europeu, o que
ocasionou aumento da concorrência e baixa nos preços das mesmas, pois quanto mais produto
existe no mercado menor é o seu preço. Com a queda nos lucros, ficou praticamente
insustentável a manutenção do comércio com o Oriente, uma vez que as longas distâncias e os
altos custos da manutenção desse empreendimento tornaram-no quase que impossível de ser
realizado. Com isso, a Coroa portuguesa começou a dar mais atenção a sua colônia.
Para garantir a posse das terras, afastar os invasores franceses e ingleses e explorar a
colônia, em 1532 o rei português D. João III mandou para o Brasil a primeira expedição
colonizadora comandada por Martin Afonso de Sousa, com cerca de 400 pessoas que se
estabeleceram na região do atual estado de São Paulo para a fundação da primeira vila
brasileira: São Vicente. Inaugurou-se, assim, o “Período Colonial”, que durou até o ano de 1822.
Para administrar o território, foi adotado o mesmo modelo utilizado na exploração de suas ilhas
do Atlântico: o sistema de capitanias hereditárias.

Fatores do início da Colonização – 1532

➢ Queda com o comércio de especiarias no Oriente (concorrência + longas distâncias +


altos custos de manutenção);
➢ Ameaça de Invasores (ingleses e franceses não aceitavam o Tratado de Tordesilhas).

Elas foram a primeira tentativa dos portugueses de ocupar e organizar a colonização do


Brasil. O sistema consistia em destinar aos nobres de Portugal o direito de explorar largas
extensões de terra e, em troca, de usufruírem de direitos e privilégios de sua exploração:
deveriam fundar vilas, povoar, criar infraestrutura e administrar seus territórios a fim de
garantir a posse e a proteção da terra, além de pagar os devidos impostos à Coroa. Dessa forma,
ao invés de pagar pelo processo de colonização do Brasil, Portugal resolveu passar esse ônus a
terceiros.
No Brasil as capitanias eram faixas de terras que iam do litoral até o Meridiano de
Tordesilhas. O rei português dividiu o território em 15 lotes, que foram distribuídos entre 12
donatários (aqueles que recebiam a capitania). Estes possuíam poderes políticos, jurídicos e
administrativos estabelecidos em documentos como a Carta de Doação e a Carta Foral. A
primeira assegura a posse da capitania, mas não a propriedade (a terra era da Coroa
portuguesa, portanto, não podia ser vendida ou doada) e estabelecia a responsabilidade de
desenvolver a capitania; a segunda estabelecia os direitos e os deveres que o donatário deveria
cumprir, definindo a parte da renda reservada à Coroa e a parte da renda do nobre, seus deveres
na defesa e no recolhimento dos tributos, o direito de conceder sesmarias (distribuição de
terras para pessoas morar, cobrando impostos), de aplicar a justiça e de fundar vilas.
Em seguida listamos os nomes das capitanias e de seus respectivos donatários.
Capitanias Donatários

Maranhão (lote 1) Aires da Cunha e João de Barros

Fernando Álvares de Andrade


Maranhão (lote 2)

Ceará Antônio Cardoso de Barros

Aires da Cunha e João de Barros


Rio Grande
Pero Lopes de Sousa
Itamaracá
Duarte Coelho
Pernambuco
Francisco Pereira Coutinho
Baía de Todos os Santos

Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia

Pedro do Campo Tourinho


Porto Seguro
Vasco Fernandes Coutinho
Espírito Santo
Pero de Góis da Silveira
São Tomé
Martim Afonso de Sousa
São Vicente (2 lotes)

Santo Amaro Pero Lopes de Sousa

Pero Lopes de Sousa


Santana

Apesar de alguns sucessos, o início da


colonização foi muito difícil e custoso, por
vários fatores. Podemos ressaltar: distâncias
muito grandes entre as capitanias e a
metrópole, falta de recursos humanos, a
pirataria, guerra contra os nativos, as brigas
internas, a diferença de solo e de clima, a
extensão territorial e, principalmente, a falta
de investimentos. Estas foram as principais
dificuldades enfrentadas pelos donatários
que não lograram êxito em colonizar o Brasil.
Ainda que a grande maioria das
capitanias tenha fracassado, dois casos
específicos podem ser citados como
exemplos de sucesso: a de São Vicente e de
Pernambuco comandadas, respectivamente,
por Martin Afonso de Sousa e Duarte Coelho.
Elas prosperaram economicamente em
Mapa com as Capitanias Hereditárias do virtude da produção de açúcar e das boas
Brasil. Fonte: encurtador.com.br/gvCFG relações com os indígenas da região.
Posteriormente, a capitania de Pernambuco acabou superando a de São Vicente, tornando-se o
principal centro produtor de açúcar do Brasil.
Esta situação fez a Coroa Portuguesa perceber que era praticamente impossível colonizar
apenas com capital particular e, por isso, centralizou as ações de povoamento e ocupação em
uma única instituição político-administrativa no ano de 1549, o Governo Geral. O nobre
português Tomé de Souza foi nomeado o primeiro governador-geral do Brasil. Ele era
considerado o chefe da administração colonial, tendo funções militares, administrativas, civis e
judiciárias. O objetivo deste novo tipo de organização era fortalecer o Estado português no
Brasil; fomentar a busca de riquezas no interior por meio de expedições para encontrar metais
preciosos; auxiliar os donatários e os colonos no processo de ocupação das terras; defender o
território de corsários e piratas; e lutar contra tribos nativas que, diante das tentativas de
escravização, não paravam de atacar vilas e engenhos, destruindo as plantações dos colonos.

Fracasso das Capitanias Hereditárias


➢ Baixos recursos dos donatários.
➢ Hostilidade Indígena.
➢ Pirataria.
➢ Diferença de solo e clima.
➢ Grande distância da Metrópole.
➢ Território muito grande.

Nessas capitanias foram implantados os lucrativos Engenhos de Açúcar, incialmente nas


de Pernambuco e São Vicente e, posteriormente, no norte da colônia, onde a cana de açúcar
mostrou-se mais adaptada. Entre as características que explicam o sucesso desse
empreendimento na região podemos citar: o solo massapé (terra argilosa muito fértil de cor
escura), o clima tropical e a maior proximidade da região com o mercado consumidor europeu.
Como a coroa portuguesa não possuía os recursos necessários para implementação dos
engenhos, formaram uma parceria econômica com a Holanda. Esta fornecia empréstimos para
a construção dos engenhos, além de refinar o açúcar produzido pela colônia portuguesa e
comercializá-lo no mercado europeu. Tal produção desenvolveu-se de acordo com o sistema de
plantation: latifúndio monocultor cuja produção era voltada para abastecer as necessidades
do mercado externo, utilizando a mão de obra escrava.
Portanto, a plantation foi a base do Pacto Colonial, denominação dada ao sistema em que
as colônias serviam, unicamente, para abastecer a metrópole e que se caracterizava pela ligação
entre metrópoles e colônias, com ênfase no comércio exterior. Ou seja, a colônia só poderia
comercializar (comprar e vender mercadorias e matérias-primas) para a sua metrópole: no
caso do Brasil, para Portugal.

A CRIAÇÃO DA CAPITANIA DA PARAÍBA


A capitania hereditária de Itamaracá (posteriormente Paraíba) foi doada em 1534 ao
nobre português Pero Lopes de Souza, juntamente com as capitanias de Santo Amaro e Santana,
no Sul da colônia. Contudo, ele morreu no mesmo ano e a capitania retornou à Coroa
portuguesa, sendo administrada por ela, tornando-se, assim, uma “capitania real”. Da mesma
forma que a maioria das outras capitanias da colônia, essa também não apresentou os
resultados desejados, especialmente porque os índios Potiguaras, em um grande número,
controlavam a região e comercializavam o Pau-Brasil com os franceses na região da Baia da
Traição. Por causa disso, grande parte do norte do território ficou inexplorado e sem povoação
por muitos anos.
Nesse sentido, existia uma preocupação muito grande por parte dos portugueses em
conquistar e efetivar a colonização na região, principalmente para não a deixar cair nas mãos
dos franceses. Em 1574, um episódio mudou a história da capitania: o Massacre ou Tragédia de
Tracunhaém. Índios Potiguaras destruíram e assassinaram todos os habitantes de um engenho
de nome “Tracunhaém”, cuja propriedade era de Diogo Dias.
O evento teria ocorrido devido a um desentendimento entre uma tribo potiguara e o
engenho, quando a filha do cacique potiguar, que retornava para casa, fora raptada enquanto
passava a noite no local. Tal fato provocou a ira da tribo, que atacou e destruiu o engenho. Em
consequência do massacre, o rei de Portugal à época, D. Sebastião, ordenou que essa região
fosse conquistada de uma vez. Para isso, desmembrou a capitania de Itamaracá, formando a
capitania do Rio Paraíba.
O governador-geral da região, D. Luís de Brito, recebeu a notícia com as instruções vindas
de Portugal. Além de criar a nova capitania, a ordem era clara: punir os nativos responsáveis
pela tragédia, expulsar os franceses e fundar uma cidade fortificada que seria a capital da nova
capitania. Tal função ficou a cargo do ouvidor-geral Fernão da Silva, pois Luís de Brito estava
ocupado em Salvador. Cabia a ele reunir tropas em Pernambuco para conquistar a “terra
rebelde”, castigando os potiguaras e seus aliados franceses.
Dessa forma, iniciaram-se as expedições para a conquista da Paraíba – cinco no total –,
que duraram mais de dez anos e envolveram forças das autoridades de Pernambuco, do
Governo-Geral e da própria Coroa portuguesa. A conquista dessas terras representava: a
superioridade da coroa sobre os nativos e franceses que contrabandeavam pau-brasil nessa
localidade; como também um acesso terrestre às riquezas do norte da colônia.

Mapa da Província da Paraíba. Fonte:


https://bityli.com/XYOQR
A primeira expedição ocorreu em (1574) sob o comando do ouvidor-geral D. Fernão
da Silva, na foz do rio Paraíba, região conhecida com Cabedelo (ou pequeno cabo),
conquistando-a rapidamente em nome do rei sem que houvesse resistências. Entretanto,
quando acreditava que a situação estava sob controle, sua tropa foi pega de surpresa pelos
nativos, que os atacaram ferozmente, com flechadas certeiras. Diante dessa investida
inesperada e com a sua tropa em pânico, D. Fernão teve que recuar para Salvador, derrotado e
humilhado.
Em 1575 uma nova expedição foi organizada com uma frota de doze navios com homens
bem equipados, vindo de Portugal. Contudo, os navios não conseguiram chegar à Paraíba por
causa das condições climáticas. Em 1578, em uma expedição diplomática particular, João
Tavares, apoiado pelo governo pernambucano, tentou negociar uma trégua com os indígenas,
bem como acordar sobre a exploração do pau-brasil na região, não obtendo êxito.
A segunda expedição (1582) aconteceu no contexto europeu da União-Ibérica, quando
os reinos de Portugal e Espanha se unificaram por questões relacionadas à sucessão do trono
português. Em 1578, o rei D. Sebastião resolveu fazer uma guerra santa contra os islâmicos no
norte da África, em Marrocos. Ele levou um grupo de 15 mil soldados que não estavam
preparados para um combate no deserto. Depois de caminhar dez dias no deserto, eles
encontraram um oásis. Mas, entre eles e o oásis, estava um exército de 60 mil mouros
(islâmicos). Essa batalha ficou conhecida como Alcacer-Quibir, e teve como resultado a derrota
e a morte do rei de Portugal.
O detalhe é que ele era o último herdeiro da família de Avis, morrendo sem deixar
herdeiros. Quem assumiu o trono foi seu tio-avô, o Cardeal Henrique I. Contudo, devido à idade
avançada, ele governou apenas por dois anos, vindo a falecer também sem deixar herdeiros.
Devido a essa questão, o trono foi parar nas mãos do rei da Espanha, Felipe II, que alegava
parentesco com a família real portuguesa, por parte de sua mãe. Outros pretendiam ocupar o
trono, mas Felipe era o que possuía mais recursos e poder para conquistá-lo.
Foi Felipe que ordenou Frutoso Barbosa, capitão-mor, a conquistar a Paraíba. Ele trouxe
da Europa soldados, munições e famílias de colonos para ocupar a região – inclusive, levara sua
esposa e filho. Na colônia do Brasil, depois de reunir mais forças com o governo pernambucano,
partiu em duas frentes rumo à Paraíba, por mar e terra. Quando chegaram lá encontraram oito
navios franceses, dos quais cinco foram destruídos e três conseguiram escapar. A vitória parecia
certa, entretanto, um ataque surpresa ocorreu. Os franceses não haviam fugido, na verdade eles
se uniram com nativos potiguaras, ficando em maior número, para atacar as tropas de Barbosa,
matando cerca de quarenta pessoas, inclusive seu filho.
Depois de recuar, Barbosa permaneceu na região por algum tempo para tentar erguer um
forte no que hoje é o distrito de Costinha em Lucena, porém, não conseguiu devido a mais
ataques dos potiguaras. Isso forçou o capitão-mor a abandonar a empreitada, resultando no
fracasso da segunda expedição.
A terceira expedição aconteceu em 1584, quando o governador-geral Manuel Teles
Barreto decidiu fazer uma nova investida para conquistar a Paraíba. Barbosa foi escolhido para
comandar essa expedição com o apoio do general espanhol Diogo Flores de Valdez. A ideia de
Valdez era construir um forte à margem esquerda do rio Paraíba, em frente à Ilha da Restinga.
Já Barbosa queria essa construção na foz do rio, onde hoje está a velha fortaleza do Cabedelo.
Tal desacordo contribuiu para deixar um clima tenso entre os dois, pois ambos não
reconheciam a autoridade do outro. Após votação, um conselho escolheu a foz do rio como o
local onde seria construída a fortificação para proteção contra os franceses e outros piratas.
No mês de maio, Valdez batizou o ainda inacabado forte de São Felipe e Santiago, que ficou
sob o comando do capitão Francisco Castejon. Depois disso, acreditando que seu serviço havia
sido concluído, Valdez retornou à Espanha para cobrar o que lhe havia sido prometido pela
coroa. Contudo, muitos ataques de nativos aconteceram depois de sua partida. Em um desses,
foram mortos mais de cinquenta homens brancos, quatrocentos nativos domésticos e cem
escravos negros. Por volta de cento e sessenta homens ficaram presos à fortificação, com pouca
comida, água e munição, pois os nativos mantinham um cerco a ela.
Em determinado momento conseguiram pedir reforço a Pernambuco, que enviou armas,
munição, comida e soldados, mas pouco mudou. Em setembro, Castejon conseguiu ir a
Pernambuco para conseguir reforços, retornando em novembro com pouca ajuda efetiva. Nesse
momento eles ainda tiveram que lutar contra os franceses, que chegaram ao local reforçando
os potiguaras. Eles conseguiram mais reforços e resistiram, entretanto, em 1585, outra tribo
indígena checou ao local, os Tabajaras, que sitiaram o forte, piorando ainda mais a situação dos
portugueses, pois esse combate durou meses, até que outra expedição foi enviada para ajudar.
Assim, teve início a quarta expedição em 1585, sob a liderança de Martim Leitão,
ouvidor-mor da capitania da Bahia. Ele reuniu mais de quinhentos soldados, além de nativos e
escravos para conquistar de vez a Paraíba. Ele levou também dois padres jesuítas, Jerônimo
Machado e Simão Travassos, que tinham como função entrar em contato com os nativos, já que
falavam a língua dos potiguaras e tabajaras, bem como de registrar os eventos da expedição.
Em março, quando se depararam com os tabajaras, tentaram enviar os padres para negociar,
mas eles fracassaram. Logo depois Leitão começou a atacar os nativos, conquistando várias
vitórias e rumando em sentido ao forte.
Quando chegaram lá, encontraram os homens sobreviventes e o forte arruinados pelos
conflitos, pelas doenças e pela fome. Frutuoso Barbosa continuava no forte tão abatido
fisicamente, moralmente e psicologicamente que o jesuíta Jerônimo Machado o descreveu como
um homem pobre que já não tinha mais forças para lutar por aquela terra que lhe fora
prometida. Segundo Machado, sair daquele lugar era o que mais desejava Barbosa naquele
momento. Depois de mais conflitos com os nativos e franceses, Leitão retornou em abril para
Olinda, deixando homens e comida, além de enviar mais tropas posteriormente com mais
alimentos e munições.
Apesar dos esforços de Leitão, não foi dessa
vez que conseguiram conquistar o local. Após
mais uma série de ataques o forte foi finalmente
abandonado e incendiado para que não caísse nas
mãos dos franceses (inicialmente ele era feito de
madeira, por isso o fogo o destruiu totalmente).
Quando tudo parecia dar errado, o cacique dos
Tabajaras, Pirajibe, propôs um acordo de paz e
aliança com os portugueses, se eles o ajudassem a
derrotar os Potiguaras, que eram seus inimigos.
Acordo feito, iniciou-se a quinta expedição no
Imagem Santa Catarina, em Cabedelo. dia dois de agosto de 1585, sob a liderança de
Fonte: https://bityli.com/ji1ZI João Tavares, escrivão da Câmara e Juiz de Órfãos
em Olinda.
Tavares partiu com apenas uma caravela, vinte homens e dois nativos Tabajaras, para
firmar o acordo no dia três daquele mês. No dia cinco escolheu o local para fundar o novo forte
e a cidade e, assim, oficialmente a Paraíba estava conquistada, depois de dez anos de conflitos
sangrentos, surgindo de fato a Capitania da Paraíba. Sesmarias começaram a ser distribuídas,
assim como o novo forte do Voradouro, parcialmente pronto em janeiro de 1586. Em 1587
apareceram as primeiras casas, prisão, o açougue e os armazéns.
Assim, nesse mesmo ano de 1587 foi fundada a cidade de Nossa Senhora das Neves, atual
João Pessoa. Entretanto, o governo paraibano comemora o seu aniversário em cinco de agosto
de 1585. A “terra indomável” finalmente fora domada. Mas os conflitos na região não pararam
por aí. Vale lembrar que em 1588 houve uma mudança no nome da cidade, que passa a ser
Filipeia de Nossa Senhora das Neves. Uma homenagem ao rei da Espanha e Portugal, Felipe II.

Expedições para a conquista da Paraíba


➢ Primeira expedição 1574: Comandada por Fernão da Silva – Fracasso.
➢ Segunda expedição 1582: Comandada por Frutoso Barbosa – Fracasso.
➢ Terceira expedição 1584: Comandada por Frutoso Barbosa e Diogo Flores de
Valdes – Fracasso.
➢ Quarta expedição 1585 - Comandada por Martim Leitão – Fracasso.
HOLANDESES NO NORDESTE
➢ Quinta expedição DOpor
1585 - Comandada BRASIL
João Tavares – Conquista.
➢ a conquistar a Paraíba,
mas desiste após perder um filho em combate.
1584 - A expedição chega a Paraíba e captura cinco navios de
traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e
da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região.
INVASÕES HOLANDESAS NO NORDESTE DO BRASIL
Para compreendermos a presença holandesa no nordeste brasileiro entre 1630 a 1654,
consequentemente na Paraíba, precisamos analisar o contexto europeu no período. Em 1578, o
rei de Portugal D. Sebastião morreu na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, lutando contra
soldados islâmicos. Ele morreu sem deixar herdeiros, o que levou o reino de Portugal a uma
crise sucessória, até que o posto foi ocupado pelo seu tio-avô, D. Henrique, que se manteve no
poder apenas por dois anos, até 1580, morrendo também sem deixar herdeiros.
Nessa época a Espanha era comandada por Filipe II, da dinastia de Habsburgo, neto do rei
D. Manuel I, o Venturoso, parente mais próximo com direito a ocupar o trono português. Depois
de algumas disputas político-militares com alguns pretendentes e com apoio da nobreza
portuguesa (que via com bons olhos pertencer ao império espanhol, muito poderoso à época),
Felipe II conquistou o trono, unificando as Coroas portuguesa e espanhola sob o seu comando.
Isso deu início ao período conhecido como União Ibérica (1580-1640). A partir desse momento,
quem era inimigo da Espanha – especialmente os holandeses – tornou-se adversário político
também de Portugal.
A Holanda era dominada pelos espanhóis, mas em 1568 declarou sua independência, o
que gerou um conflito entre ambos. Em retaliação, a Espanha fecha os portos ibéricos e de suas
colônias aos navios holandeses, afetando diretamente os empreendimentos desses últimos,
pois eram parceiros dos portugueses de longa data na exploração da cana de açúcar na colônia
do Brasil. Isso porque, com a União Ibérica, as colônias de Portugal passaram a pertencer à
Espanha.
Os holandeses tiveram um papel importante no empreendimento canavieiro na América
portuguesa, uma vez que financiavam a instalação de engenhos, adquiriam grande parte do que
era produzido, refinavam a maioria do açúcar e eram os encarregados de distribui-lo por toda
a Europa. Com a União Ibérica e o consequente embargo imposto pelos espanhóis, os
holandeses, insatisfeitos com a situação, solucionaram o problema com a ocupação do nordeste
brasileiro, o maior produtor açucareiro na época. Eles não queriam perder este importante polo
econômico.
Para atingir tal feito, foi criada,
em 1621, a Companhia das Índias
Ocidentais, uma empresa comercial de
navegação e conquista que incluía
guerra, saque, pilhagem e ocupação
colonial. O objetivo era assumir o total
controle da exploração de açúcar na
América Portuguesa, uma atividade
muito lucrativa. Assim, a primeira
tentativa de invasão aconteceu em
1624, quando 26 navios carregando
mais de três mil homens, comandados
por Jacob Willekens, invadiram e
tomaram a cidade de Salvador, sede do
Governo-Geral da colônia. Após um
ano de intensos conflitos, em 1625, os
Imagem mostrando a sede da Companhia das holandeses foram derrotados e
Índias Ocidentais em Amsterdã. Fonte: expulsos da Bahia, devido a reforços
https://bityli.com/R6qFZ enviados pela Espanha.
Não obstante, os holandeses foram perseverantes. Em fevereiro de 1630, com setenta e
sete embarcações, fazem uma nova investida, agora em Pernambuco, a maior fornecedora de
açúcar da América Espanhola. No litoral eles não encontraram muita resistência, conquistando
Olinda, que se transformou na sede de suas ações. Contudo, a população que fugiu mais para o
interior da colônia resistiu à invasão com a formação do Arraial do Bom Jesus, perto de Recife,
e Porto Calvo (Alagoas), contando com a participação de senhores de engenho, mestiços e
indígenas que, usando táticas de guerrilha, tentavam impedir o avanço dos holandeses para o
interior. Eram comandados pelo governador Matias de Albuquerque.
Eles resistiram o quanto puderam, contudo, quando o mestiço com profundo
conhecimento sobre a região, Domingos Fernandes Calabar, uniu-se aos invasores as coisas
mudaram. Ele denunciou a localização do arraial, que fora finalmente derrotado em 1635.
Depois disso os holandeses conquistaram as capitanias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e a Ilha de Itamaracá. Nos anos que se seguiram, consolidaram seu projeto de ocupação
ao conquistar a região que correspondia à cidade de São Luís do Maranhão até as imediações
do Sergipe.
No ano de 1637 o conde Maurício de Nassau foi enviado a Pernambuco com objetivo de
governar e administrar todo o Nordeste holandês. Para isso ele adotou uma política de
aproximação dos senhores de engenho e manteve relações cordiais com a população por meio
uma tolerância religiosa muito significativa. Por exemplo, embora fosse de origem calvinista,
ele respeitou a liberdade de culto dos católicos e judeus. Além disso, financiou engenhos,
cobrando, em troca, juros baixos, e
recuperou propriedades
abandonadas, objetivando garantir o
desenvolvimento do açúcar na região.
Realizou obras de
infraestrutura, urbanização e
embelezamento de Recife que
deixaram marcas na cidade até os
dias de hoje, como a construção de
canais, pontes e diques. Criou um
jardim botânico e um zoológico,
estimulou instituições como o
Observatório Astronômico, além de
incentivar a instalação de bancos
holandeses no Brasil. Como ele
gostava de ciências e artes, trouxe da
O Nordeste holandês sob a ótica de Frans Post. Holanda cientistas e pintores, como
Igreja de São Cosme e Damião (Igarassu, 1660). Frans Post, para estudar e registrar a
Fonte: https://www.ebiografia.com/frans_post/ flora e a fauna do nordeste holandês.

Feitos de Maurício de Nassau durante a sua administração:


1637-1644
➢ Desenvolvimento de melhor drenagem nos terrenos;
➢ Construção de diques, pontes e canais;
➢ Construção de espaços de lazer, como o jardim botânico e um
zoológico;
➢ Inauguração do observatório astronômico e do museu natural;
➢ Propôs-se recuperar a economia local, procurando compradores
para os engenhos locais;
➢ Ampliou o domínio holandês no Nordeste;
➢ Promoveu reformas estruturais em Recife;
➢ Manteve relação pacífica com os indígenas.
Apesar de todo esse desenvolvimento, o governo de Nassau provocou a insatisfação da
Companhia das Índias Ocidentais, que considerava sua administração dispendiosa, com gastos
excessivos, e personalista – insistia em ser chamado de Príncipe Nassau, por exemplo. Ele, por
sua vez, criticava a forma que a Companhia tratava os colonos, não concordando com a redução
de investimentos da Holanda na região. Dessa forma, deixou o governo em 1643 quando foi
demitido por uma ordem vinda diretamente do Velho Mundo, retornando para a sua terra natal
no mesmo ano.

OS HOLANDESES NA PARAÍBA: 1634 - 1654


Desde que chegaram em 1630 os holandeses faziam investidas para conquistar a Paraíba.
Algumas batalhas que comprovam tal fato são: 1) A Batalha do Cabedelo: 05-12 de dezembro
de 1631; 2) A Batalha do Forte de Santo Antônio: 26-28 de fevereiro de 1634; 3) A Batalha da
Paraíba: 02-23 de dezembro de 1634; e 4) A capitulação da Paraíba: 24-31 de dezembro de
1634.
Os holandeses conseguiram conquistar a Paraíba em dezembro de 1634, quando
derrotaram as tropas do governador paraibano Antônio de Albuquerque de Maranhão, ao
promover contínuos ataques a Cabedelo (fortaleza de Santa Catarina, que passou a se chamar
Margareth, em homenagem à irmã de Mauricio de Nassau, o principal governante do Brasil
holandês) que era o principal centro de resistência paraibano. No mesmo mês, conquistaram e
passaram a administrar Filipeia de Nossa Senhora das Neves, mudando seu nome para
Frederikstad ou Frederic, em uma homenagem ao príncipe holandês Frederico Henrique.
A preocupação inicial dos holandeses foi manter suas defesas para estabilizar a conquista
da província, evitar rebeliões e também conseguir a simpatia dos habitantes locais, uma vez que
a resistência a eles ainda era muito grande. Muitos queimaram seus canaviais e inutilizaram os
engenhos. A ideia era retomar a produção açucareira desses engenhos, pois a Paraíba era uma
importante produtora. Vale lembra que a grande preocupação dos holandeses era comercial.
Esse foi, sobretudo, o motivo das invasões ao Brasil.
Por isso, fizeram um pacto com a população local, com a atuação muito importante de
Duarte Gomes da Silveira. Ele mediou a conversa entre os governantes holandeses presentes
na Paraíba e os moradores locais. Dessa mediação surgiu o primeiro governador da província
holandesa da Paraíba, Servaes Carpentier, que em ata do dia 13 de janeiro de 1635, prometeu:
➢ A anistia: o perdão holandês em relação aos lusos-brasileiros que resistiram ao
domínio. Esse deveriam voltar a produzir o açúcar o quanto antes.
➢ Liberdade de consciência e de culto católico: permitia à população da Paraíba
continuar normalmente professando sua religião. Os holandeses eram calvinistas.
➢ Manutenção do regime de propriedade: ou seja, das grandes extensões de terra
que tinham como objetivo abastecer o mercado externo com a plantação da cana de
açúcar, utilizando trabalho escravo.
➢ Proteção aos negócios: os holandeses deram garantias aos senhores de engenho
paraibanos para que eles retomassem a produção, visando a lucratividade.
➢ Observâncias das leis portuguesas nas pendências aos naturais da terra: os
habitantes da província continuaram a seguir o regimento jurídico português. As leis
portuguesas foram respeitadas nesse contexto histórico.
É importante frisar que tais recomendações surtiram os efeitos esperados, com,
principalmente, a retomada da produção açucareira. Já nos setores econômico e social, os
holandeses mantiveram a escravidão, conquistando dos portugueses a província de Angola, na
África, principal fornecedora de cativos no período, fato que lhes trouxera ainda mais lucros.
Outro aspecto importante foi o financiamento aos senhores de engenho por meio de
empréstimos e da modernização da produção, com a implementação de moendas metálicas no
lugar das feitas de madeira.
Além de Carpentier, foram governadores da Paraíba holandesa: Ippo ELyssens, Elias
Herckmans, Daniel Aberti e Paulo de Lince. Inclusive, o governador Elias Herckmans (geógrafo,
poeta e cartógrafo) foi responsável por produzir o mais completo relatório sobre a província
na época, dedicado à capital, aos engenhos e aos costumes dos índios Tapuias.

A INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA: 1645-1654


Alguns fatores contribuíram decisivamente para o fim da aventura holandesa no Brasil.
Primeiramente, em 1640, a economia açucareira entrava em crise devido à queda do preço do
produto no mercado europeu, exatamente quando a produção da região, principalmente de
Pernambuco, enfrentava um de seus piores episódios – isso impossibilitava os senhores de
engenho de pagar suas dívidas.
Concomitante a isso e à saída de Nassau da administração do nordeste holandês, a
Companhia das Índias Ocidentais aumentou sua busca incessante por lucros em Pernambuco e
começou a cobrar mais impostos dos senhores de engenho, exigindo que eles pagassem os
empréstimos feitos para construírem suas propriedades (empréstimos cedidos por Nassau).
Além disso, ameaçavam confiscar os engenhos caso não as dívidas são fossem quitadas e a
tolerância religiosa se afunilou, já que católicos foram proibidos de praticar sua religião.
Frente à ameaça de perder suas terras e do risco de serem presos, grupos de nativos e
africanos escravizados, senhores de engenho e líderes populares uniram-se para resistir e lutar
contra a colonização holandesa a partir de 1645, em episódio conhecido como Insurreição
Pernambucana.
Vários conflitos ocorreram entre Pernambuco e os holandeses, sendo que os mais
importantes foram entre 1648 e 1649, com as duas batalhas em Guararapes, nas quais as forças
de Pernambuco obtiveram significativas vitórias. Contudo, os holandeses só assinaram sua
rendição em 1654. Posteriormente, em 1661, foi assinado um acordo de paz entre Portugal e
Holanda, denominado Paz de Haia, que consolidou a rendição e a saída holandesa do Brasil e a
devolução da Angola a Portugal.
Expulsos do nordeste do
Brasil os holandeses levaram
para suas colônias na América
Central (Antilhas) todas as suas
técnicas de cultivo, plantio e
produção da cana de açúcar.
Tornaram-se concorrentes
ferrenhos dos portugueses nos
mercados europeus. Com essa
Detalhe da obra Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela maior concorrência e o açúcar
de autor desconhecido (1758). A batalha em Guararapes ficando cada vez menos raro na
é retratada na história brasileira como o primeiro Europa (ou seja, ao perder seu
momento de ação coletiva no qual um sentimento grande valor), iniciou-se a crise
patriótico estava presente, servindo como base para do comércio açucareiro luso-
criar uma identidade nacional. brasileiro.
A CRISE DO SÉCULO XVIII E A INCORPORAÇÃO DA PARAÍBA A
PERNAMBUCO
Com o declínio das exportações devido à concorrência do açúcar holandês produzido nas
Antilhas, iniciou-se um grande período de decadência do comércio açucareiro do nordeste
brasileiro. Essa concorrência quebrou o monopólio português da produção do açúcar, levando
prejuízos tanto para coroa quanto para a colônia.
Tal decadência econômica levou, décadas depois, à anexação da Capitania da Paraíba à de
Pernambuco, pois a primeira não apenas sofreu com a guerra holandesa, mas também teve sua
estrutura produtiva (engenhos) praticamente arrasada, tal era o estado de calamidade a que
chegou. Após a guerra a capitania enfrentou grandes dificuldades para se recuperar, pois não
ficou “pedra sobre pedra”. Por exemplo, João Fernandes Vieira, governador do local desde 1655,
afirmou que só com muito esforço se poriam, em pouco tempo, a funcionar as fortificações,
então destruídas.
Para essa situação de devastação ainda contribuiu o fato de que os moradores, antes de
deixarem a capitania para unirem-se aos moradores de Pernambuco na luta contra os
holandeses, antes de partir, queimaram e destruíram suas fazendas, casas, engenhos e canaviais
de açúcar. Dos mais de vinte engenhos em funcionamento antes da guerra, por volta de 1663
não existiam mais do que nove. Ao voltarem para a Paraíba, os colonos duvidaram que aquele
lugar era de fato onde haviam vivido, devido à sua destruição total. Contudo, eles começaram a
cultivar suas fazendas com grandes dificuldades, já que estavam esgotados de recursos.
Além dessa situação da dificuldade de produção o comércio não ia nada bem. Ao longo do
final do século XVII e da primeira metade do século XVIII os senhores de engenho reclamavam
da falta de navios nos portos da Paraíba e, temendo prejuízos por não conseguirem vender sua
produção (que de fato era pouca), enviavam-na para Pernambuco. Para agravar ainda mais a
situação a produção de açúcar encontrou, nessa primeira metade do século XVIII, fatores
desfavoráveis para seu desenvolvimento.
➢ Entre 1710 e 1715 uma grande seca causou significativa devastação nas plantações
canavieiras, bem como na criação de gado da capitania.
➢ Faltavam escravos para trabalhar, pois seu preço subiu exorbitantemente à época,
devido, por exemplo, à grande procura por eles na região das Minas Gerais.
➢ Em 1724 mais uma seca e uma praga de lagarta assolaram a região, que ficou sem
frutos da terra (mandioca e legumes) e sem frutos das árvores. Para se ter uma ideia,
no ano de 1725 não foi produzida nenhuma caixa de açúcar na capitania.
➢ Em 1729 uma grande cheia, que inundou as várzeas da capitania, destruiu engenhos
e caixas de açúcar, matou gados e bestas e levou a maior parte das canas dos
moradores, não sobrando mais que suas roupas. Não restou nenhum gênero de
lavoura, roça e legumes que os moradores pudessem aproveitar.

Em razão de todos esses problemas a Capitania se encontrava em estado de extrema


pobreza. Essa situação era agravada pelo fato de que a coroa portuguesa pouco ajudava ou dava
assistência à Paraíba. Os habitantes reclamavam das dificuldades, da pobreza e da miséria que
estavam enfrentando, porém, sem que houvesse sensibilidade por parte do poder real em
relação aos seus problemas. Podemos perceber que a capitania estava extremamente
desgastada e todos esses fatores elencados causavam sérios entraves à sua recuperação.
A ANEXAÇÃO DA PARAÍBA A PERNAMBUCO: 1755-1799
Apelos se sucediam para que a coroa enviasse medidas para superar a crise que arruinava
a Capitania. Contudo, Portugal não prestava o apoio que era necessário. Devido a essa omissão,
e tentando se livrar dos encargos e responsabilidades que a recuperação impunha, a solução
encontrada pela metrópole foi transferir o problema para o governo de Pernambuco. Essa
determinação partiu do então ministro do rei português D. José I, o Marquês de Pombal.
A subordinação da Paraíba a Pernambuco resultou de uma consulta do Rei de Portugal ao
Conselho Ultramarino em dezembro de 1755, em que alegava que havia poucos meios
existentes para manter um governo autônomo. Assim, a metrópole portuguesa, ao invés de
tomar a responsabilidade que lhe competia, transferiu para Pernambuco a pesada tarefa de
recuperação da Capitania da Paraíba. Portanto, por ordem régia, o governo da Paraíba foi
suprimido e anexado ao de Pernambuco, sob alegação da falta de meios para se manter um
governo autônomo na Capitania.
Para ajudar Pernambuco a administrar a recém anexada Paraíba, foi criada pelo Marquês
de Pombal a Companhia de Comércio de Pernambuco e da Paraíba, em 1759, que visava
explorar de forma mais racional as riquezas da região. Ela tinha como finalidade ativar a
economia no sentido de incrementar a produção e, ao mesmo tempo, incentivar novas culturas,
com isenções e financiamentos. As vantagens da companhia para a área de sua exploração,
contudo, não foram compensadoras, uma vez que seu objetivo principal era explorar riquezas
ao invés de promover a recuperação do local.
De fato, a situação paraibana piorou ainda mais depois da criação da companhia, pois ela
monopolizava as ações econômicas da Paraíba e de Pernambuco, comprando a produção
agrícola da província a preços baixíssimos. Em troca ela deveria abastecê-la com mercadorias
vindas da Europa como tecidos, vinhos, azeite, manteiga, queijos, escravos, entre outros,
contudo, a um preço mais elevado, já que só a companhia poderia fazer esse comércio.
Houve sempre muita insatisfação e reclamação do povo em relação às ações da
companhia. Por exemplo, ela deixava a desejar no fornecimento de escravos aos engenhos e
cobrava elevados juros dos colonos, provocando seu rápido endividamento. Além disso, ela
falhava em mandar artigos essenciais à Paraíba, o que causava, além das reclamações, a
escassez de mercadorias e o aumento dos preços das mesmas. Isso afetava os senhores de
engenho, que necessitavam de implementos como tachos, moendas, alambiques e ferramentas,
fornecidos a preços elevadíssimos.
Para piorar a situação, mais uma vez as secas atingiram a região. A primeira ocorreu em
1777, com graves repercussões sobre a Paraíba, que perdeu grande parte da sua produção de
açúcar e de outros gêneros. Depois vieram as secas de 1791, 1792 e 1793, que provocaram a
falta de alimentos, a morte de gados e de muitos escravos. Em consequência, a Capitania ficou
totalmente arrasada, tornando-se cada vez mais difícil sua recuperação, tanto da produção
açucareira como do seu comércio.
Somava-se a isso, ainda, o fato de que o governo da capitania de Pernambuco, que
comandava as decisões nas esferas financeira, militar e administrativa da região, também
passava, nesse período, pela crise econômica advinda da decadência açucareira. Este fato levava
muitos a acreditar que os lucros obtidos da capitania da Paraíba ficavam nas mãos de
Pernambuco, que não investia devidamente na recuperação do local.
Por causa de todos esses fatores, muitos capitães da Paraíba, co mo Fernando Delgado
Freire de Castilho, efetuaram pedidos junto à coroa portuguesa, objetivando promover o
desenvolvimento econômico independente da capitania, bem como quebrar as rédeas da
subordinação a Pernambuco. Fernando de Castilho, por exemplo, alegava que tal dominação só
fazia sufocar a agricultura e aumentar o monopólio de Pernambuco, pois eles faziam toda a
exportação dos gêneros agrícolas produzidos na região, monopolizando grande parte dos
lucros que não eram repassados proporcionalmente às demais províncias. Considerava-se,
ainda, que a subordinação era um dos obstáculos que retardou o desenvolvimento do local.
Depois de analisados os pedidos de Castilho, Portugal aceitou as reivindicações vindas da
colônia, colocando um ponto final na subordinação da Paraíba a Pernambuco depois de 44 anos.
Isso ocorreu no dia 17 de janeiro de 1799. Chegava ao fim um longo período da história
paraibana. Contudo, esse fato só foi consumado tempos depois, uma vez que a Paraíba
permanecia ligada a Pernambuco, cujos laços de dependência foram se desfazendo aos poucos,
quando conseguiram se reorganizar econômica e administrativamente.

Características da anexação da Paraíba a Pernambuco


➢ Insatisfação e reclamação da população.
➢ Criação da Companhia de Comércio de Pernambuco e da Paraíba, que visava explorar
de forma mais racional as riquezas da região.
➢ Mercadorias escassas e muito caras.
➢ Desastres climáticos.
➢ Descaso de Pernambuco com o desenvolvimento da Paraíba.

➢ a conquistar a Paraíba,
mas desiste após perder um filho em combate.
1584 - A expedição chega a Paraíba e captura cinco navios de
EXERCÍCIOS
traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e
da Bahia para assegurar os interesses portugueses na região.
1585 - João
1. (2018 Banca:Tavares
VUNESP conquistou
Órgão: PM-SP aProva:
Paraíba em,- quando
VUNESP foi – Soldado de
2018 - PM-SP
efetivamente instalada
Segunda Classe) a capitania.
Observe a imagem A principal
e leia o trecho a seguir.razão da conquista
era a rivalidade entre as tribos indígenas e se aliaram aos
➢ Tabajaras, inimigos dos Potiguaras.

Detalhe da obra Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela de autor desconhecido (1758).

“As tropas holandesas e luso-brasileiras enfrentaram-se nos montes Guararapes em


1648 e 1649. Nas duas ocasiões, as bem treinadas forças da Holanda foram derrotadas
por uma milícia local da colônia portuguesa. As batalhas travadas nos Guararapes são
consideradas decisivas para a expulsão dos holandeses, que ainda levaria cinco anos para
se concretizar.” (Lilia M. Schwarcz; Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015. Adaptado) O detalhe da obra destacado na questão
evidencia

(A) a importância da escravização de negros para a vitória luso-brasileira contra os


holandeses, na medida em que os invasores eram contrários à utilização da mão de obra
negra escravizada na produção de açúcar.
(B) a violência do processo de escravização, pois os negros presentes nas batalhas
estavam lá apenas obedecendo a ordens de seus senhores e correndo o risco de serem
castigados em caso de derrota para os holandeses.
(C) a ideia de traição associada a Calabar no contexto das batalhas, à medida em que os
negros e mestiços brasileiros lutaram ao lado dos holandeses como forma de resistência
à escravização promovida pelos senhores luso-brasileiros.
(D) as contradições da sociedade luso-brasileira do século XVII, na medida em que os
senhores prometeram a alforria aos negros escravizados que participassem das batalhas
contra os holandeses.
(E) a perspectiva de expulsão dos holandeses feita à base de mistura racial, constituindo-
se numa espécie de marco zero de criação da nação brasileira, devido à presença de
negros e mestiços escravizados e forros nas batalhas.

SOLUÇÃO RÁPIDA - GABARITO E


A Batalha dos Guararapes foi constituída por eventos conflituosos que
envolveram holandeses, portugueses, escravos e indígenas, entre 1648 e 1649, nos
Montes Guararapes, em Pernambuco. O evento se insere ao conjunto dos
acontecimentos relacionados à expulsão dos holandeses e ao fim do seu poderio no
nordeste brasileiro entre os anos de 1645 e 1654. A batalha em Guararapes é
retratada na história brasileira como o primeiro momento de ação coletiva no qual
um sentimento patriótico estava presente, servindo como base para criar uma
identidade nacional.

SOLUÇÃO COMPLETA - GABARITO E


A Batalha dos Guararapes foi constituída por eventos conflituosos que
envolveram holandeses, portugueses, escravos e indígenas, entre 1648 e 1649, nos
Montes Guararapes, em Pernambuco. O evento se insere ao conjunto dos
acontecimentos relacionados à expulsão dos holandeses e ao fim do seu poderio no
nordeste brasileiro entre os anos de 1645 e 1654.
A batalha em Guararapes é retratada na história brasileira como o primeiro
momento de ação coletiva no qual um sentimento patriótico estava presente,
servindo como base para criar uma identidade nacional. Durante a ditadura civil-
militar esse processo ganhou fôlego, pois o governo tentava fomentar o tema da
unidade nacional e da soberania para justificar as medidas repressivas contra o
“perigo comunista” internacional.
Guararapes, inclusive, foi enaltecido como marco fundador do Exército
Brasileiro, por influência de um pernambucano, General Zenildo Zoroastro de
Lucena, enaltecendo a data como alicerce da nacionalidade brasileira, pois há no
evento aspectos que são caros a essa temática: a ideia da pátria sendo formada a
partir da união e miscigenação de três etnias, portugueses, Índios e africanos. A
miscigenação nacional a partir de Guararapes é representada pelas figuras dos três
líderes da Batalha: o índio potiguar Filipe Camarão, que comandou o destacamento
indígena; o negro Henrique Dias, filho de escravos africanos libertos, que comandou
o destacamento negro; e o mazombo André Vidal de Negreiros, que comandou o
destacamento de mestiços e brancos.
2. (2014 Banca: IBFC Órgão: PM-PB Prova: IBFC - 2014 - PM-PB – Soldado da Polícia Militar
Combatente) Em relação a população indígena analise as afirmativas abaixo, dê valores
Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de
cima para baixo.

( ) Os índios Cariris se encontravam em maior número que os tupis e ocupavam uma área
que se estendia desde o planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do
Norte e Pernambuco.
( ) Os índios Tabajaras eram mais numerosos que os Potiguaras e ocupavam uma
pequena região nos limites do Rio Grande do Norte com a Paraíba.
( ) Os índios Potiguaras, na época da fundação da Paraíba, formavam um grupo de
aproximadamente 5 mil pessoas. A aliança que firmaram com os portugueses foi de
grande proveito para os índios quando da conquista da Paraíba e fundação de João
Pessoa.

A sequência correta das assertivas é:


(A) F-V-V.
(B) V-V-V.
(C) F-F-V.
(D) V-F-F.

SOLUCÃO RÁPIDA - GABARITO D


O território que hoje corresponde à Paraíba já era habitado por diversas tribos
nativas, como os Tupis e os Cariris. Os Cariris (Tapuias), mais numerosos que os
Tupis, ocupavam o interior do território, uma área ao longo do planalto da
Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Os Tupis,
por sua vez, eram divididos em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos. Desse
grupo, o mais numeroso era o dos Potiguaras, que vieram do litoral de Maranhão e
se fixaram no norte do litoral paraibano desde a Baia da Traição até os contrafortes
da Borborema. Os Tabajaras (menos numerosos), na época da fundação da Paraíba
eram aproximadamente mais de cinco mil pessoas que se aliaram aos portugueses
contra os Potiguaras quando da conquista da Paraíba.

SOLUCÃO COMPLETA - GABARITO D


O território que hoje corresponde à Paraíba já era habitado por diversas tribos
nativas. Destaque para duas etnias no local: os Tupis e os Cariris. Os Cariris
(Tapuias), mais numerosos que os Tupis, ocupavam o interior do território, uma
área ao longo do planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte
e Pernambuco. Segundo o seu mito de origem, teriam surgido de um grande lago.
Essa etnia dividia-se em várias tribos: Paiacus, Icós, Sucurus, Ariús, Panatis,
Canindés, Pegas, Janduis, Bultrins e Carnoiós. O território dos Tapuias foi o último a
ser dominado pelos portugueses, que a conquistaram somente após um conjunto de
sangrentas batalhas conhecidas como Guerra dos Bárbaros, que perdurou do final
do século XVII até o início do XVIII, no contexto da expansão da pecuária na região
do Vale do Rio San Francisco. As diversas tribos dos Cariris se uniram para
confrontar os portugueses nas tentativas de dominar suas terras. Tal aliança foi
denominada pelos portugueses como Confederação dos Bárbaros, derrotada em
1713.
Os Tupis, por sua vez, eram divididos em Tabajaras e Potiguaras, que eram
inimigos. Desse grupo, o mais numeroso era o dos Potiguaras, que vieram do litoral
de Maranhão e se fixaram no norte do litoral paraibano desde a Baia da Traição até
os contrafortes da Borborema. Eles também mantiveram uma grande resistência
aos portugueses, quando das cinco expedições enviadas para a conquista da Paraíba.
Eles se uniram aos franceses e resistiram por mais de 10 anos.
Os portugueses só conseguiram derrotar os Potiguaras depois que se aliaram
aos inimigos deles, os Tabajaras. Esses, menos numerosos e que na época da
fundação da Paraíba eram aproximadamente mais de cinco mil pessoas, aliaram-se
aos portugueses contra os Potiguaras quando da conquista da Paraíba.

3. (2013 Banca: FCC Órgão: Assembleia Legislativa da Paraíba Prova: FCC - 2013 -
Assembleia Legislativa da Paraíba – Assistente Legislativo) Em 1574 aconteceu um
incidente conhecido como "Tragédia de Tracunhaém", no qual índios mataram todos os
moradores de um engenho chamado Tracunhaém em Pernambuco. Esse episódio
ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de uma índia, filha do cacique
potiguar, no Engenho de Tracunhaém. Com base no conhecimento da História da Paraíba,
é correto afirmar que essa Tragédia contribuiu para:

A) a aliança entre os índios Potiguaras e portugueses e para o progresso da Paraíba.


B) o desmembramento da capitania de Itamaracá e para a formação da capitania da
Paraíba.
C) a autonomia administrativa de colônia e para a expansão das bandeiras no interior da
Paraíba.
D) a resistência indígena à conquista portuguesa e para a expansão da pecuária na
Paraíba.
E) o ingresso de Ordens religiosas na capitania e para a catequização dos índios da
Paraíba.

SOLUCÃO RÁPIDA - GABARITO B


Após o massacre foi extinta a capitania de Itamaracá. No seu lugar foi criada a
da Paraíba, que ficou sob a jurisdição de Pernambuco até ser conquistada
definitivamente, pois nativos Potiguaras e franceses resistiam à ocupação
portuguesa, que queria aumentar o seu domínio na região, combatendo os indígenas
e expulsando os franceses.

SOLUCÃO COMPLETA - GABARITO B


A capitania hereditária de Itamaracá, da mesma forma que a maioria das
outras capitanias da colônia, também não apresentou os resultados desejados,
especialmente porque os índios Potiguaras, em um grande número, controlavam a
região e comercializavam o Pau-Brasil com os franceses na região da Baia da
Traição. Por causa disso, grande parte do norte do território ficou inexplorado e sem
povoação por muitos anos.
Existia uma preocupação muito grande por parte dos portugueses em
conquistar e efetivar a colonização na região, principalmente para não a deixar cair
nas mãos dos franceses. Em 1574 um episódio mudou a história da capitania: o
Massacre ou Tragédia de Tracunhaém. Índios Potiguaras destruíram e assassinaram
todos os habitantes de um engenho de nome “Tracunhaém”, cuja propriedade era
de Diogo Dias.
O evento teria ocorrido devido a um desentendimento entre uma tribo
potiguara e o engenho, quando a filha do cacique potiguar, que retornava para casa,
fora raptada enquanto passava a noite no local. Tal fato provocou a ira da tribo, que
atacou e destruiu o engenho. Em consequência do massacre, o rei de Portugal à
época, D. Sebastião, ordenou que essa região fosse conquistada de uma vez. Para
isso, desmembrou a capitania de Itamaracá, formando a capitania do Rio Paraíba.
O governador-geral da região, D. Luís de Brito, recebeu a notícia com as
instruções vindas de Portugal. Além de criar a nova capitania, a ordem era clara:
punir os nativos responsáveis pela tragédia, expulsar os franceses e fundar uma
cidade fortificada, que seria a capital da nova capitania. Tal função ficou a cargo do
ouvidor-geral Fernão da Silva, pois Luís de Brito estava ocupado em Salvador. Cabia
a ele reunir tropas em Pernambuco para conquistar a “terra rebelde”, castigando os
potiguaras e seus aliados franceses.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CÂMARA, Leandro Calbente. História. São Paulo: FTD, 2018

CAMARGO, Rosiane; MOCELLIN, Renato. História em debate. São Paulo: Editora do Brasil,
2013.

CORDEIRO, Lysvania Vilela. História: ensino médio. Curitiba: Positivo, 2016.

JÚNIOR, Alfredo Boulos. História: sociedade e cidadania. São Paulo: FTD, 2013

VILAR, Leandro. Seguindo os passos da história: a conquista da Paraíba. In:


http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2012/11/a-revolta-do-quebra-quilos-1874-
1875.html. Acesso em: 29/05/2020.

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