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Sumário

Introdução ........................................................................................................................................................... 2

1 - Formação Territorial do Brasil ...................................................................................................................... 2

2 - Industrialização ............................................................................................................................................. 5

3 - Globalização ................................................................................................................................................ 7

4 - Urbanização ............................................................................................................................................... 10

5 - Agropecuária .............................................................................................................................................. 25

6 - Questão Agrária ......................................................................................................................................... 31

7 - População ................................................................................................................................................... 34

8 - Regionalização ........................................................................................................................................... 41

9 - Exercícios ..................................................................................................................................................... 44

10 -Gabarito .................................................................................................................................................... 64

11 - Exercícios Comentados .............................................................................................................................. 64

12 - Considerações Finais ................................................................................................................................. 98

13 - Referências ............................................................................................................................................... 98
INTRODUÇÃO
Prezado(a) Concurseiro(a),

Começando a Aula 03! Trataremos de Geografia do Brasil: formação territorial, industrialização, globalização,
urbanização, agropecuária, questão agrária e regionalização.

1 - FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL


Anteriormente a chegada dos portugueses, os conceitos de Estado e Nação não eram aplicados. Existiam
cerca de 5 milhões de indígenas que não possuíam um domínio territorial, isto é, a posse e a soberania sobre
uma determinada área tal qual conhecemos nos dias de hoje.
Em 1530, Portugal deu início a esforços para colonizar a América Portuguesa. Dentre os aspectos que
contribuíram para isso, podemos destacar:
➢ A descoberta de ouro e prata na América Espanhola: a notícia de que os espanhóis haviam
encontrado metais preciosos em seus domínios no Novo Mundo chegou aos ouvidos dos
portugueses, que passaram a acreditar que as mesmas riquezas poderiam ser encontradas no
Brasil.
➢ As invasões e ataques de expedições estrangeiras: muitos navios desembarcavam
clandestinamente na América Portuguesa em busca de riquezas, sobretudo o pau-brasil. Para
facilitar o contrabando da madeira, franceses chegaram a formar uma aliança com os
tupinambás, ameaçando o domínio dos lusos.
➢ A crise no comércio de especiarias: a partir de 1530, o negócio com as Índias já não se
mostrava tão lucrativo para os portugueses, o que os leva a redirecionar olhares para o Brasil,
em busca de novas fontes de riquezas.
Em dezembro de 1530, uma expedição comandada por Martim Afonso de Souza partiu de Lisboa rumo a
América Portuguesa, com o objetivo de dar início à ocupação da terra e de sua exploração, combater
contrabandistas de pau-brasil, procurar metais preciosos e mapear o litoral dos domínios portugueses.
Historiadores consideram a viagem marco inicial do processo de colonização do Brasil.
No dia 22 de janeiro de 1530, Martim Afonso fundou São Vicente, a primeira vila do Brasil, em um local
próximo da porção sul da América Espanhola. Dessa maneira, objetivava-se não somente conter a
penetração de invasores castelhanos, mas interferir em seu monopólio sobre a região do Prata, utilizada
para o escoamento de riquezas minerais extraídas do interior do continente. Martim Afonso também foi o
responsável pela introdução das primeiras mudas de cana de açúcar no continente, além de criar o primeiro
engenho para a produção de açúcar.
Em 1534, a Coroa portuguesa replicou o sistema de colonização empregado nas ilhas de Açores e da Madeira
na América, denominado capitanias-hereditárias. O território foi dividido em extensas faixas de terras, as
capitanias, e entregues a particulares para que pudessem povoá-las.

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Os capitães-donatários, todos fidalgos, funcionários da Coroa e comerciantes portugueses, eram
encarregados de proteger o território de invasores estrangeiros, explorá-lo economicamente e exercer o
poder de justiça. A posse da terra era hereditária, ou seja, passava de pai para filho.
Os capitães-donatários recebiam a capitania por meio da Carta de Doação, documento que oficializava a
posse da terra. Isso não significa dizer que eles eram proprietários, mas que dispunham da posse da terra,
que continuava a ser do rei de Portugal.
Os privilégios e deveres dos donatários eram delimitados por um documento denominado Foral. Para
incentivar o povoamento do território, eles poderiam conceder sesmarias, porções de terras entregues à
colonos, os chamados de sesmeiros, com a condição de que pagassem tributos e cumprissem certas
obrigações. Este sistema de doação de terras permaneceu até 1850, e está relacionado ao fenômeno da
concentração fundiária que marcou boa parte da História do Brasil.
Contudo, vale destacar que a maioria dos donatários sequer tomou posse de seus domínios na América,
enquanto outros não lograram êxito em lidar com tantas atribuições em territórios tão vastos. Os elevados
custos demandados para a exploração das terras fizeram com que muitos desanimassem do
empreendimento, ao mesmo tempo em que a resistência dos indígenas dificultava a ocupação da América
Portuguesa. Em 1546, o donatário da capitania da Bahia Francisco Pereira Coutinho, conhecido como
Rusticão devido ao trato violento dado aos nativos, foi devorado por tupinambás após sofrer um naufrágio
nas proximidades de Itaparica.
Podemos dizer que das 15 capitanias-hereditárias, prosperaram principalmente São Vicente, de Martim
Afonso de Souza, e Pernambuco, de Duarte Coelho, ambas devido ao cultivo da cana-de-açúcar.
A construção do Estado brasileiro pode ser explicada também por meio dos ciclos econômicos, uma vez que
eles foram os responsáveis pela ocupação em diversos locais do Brasil. Inicialmente, domínio de parte do
litoral nordestino para a exploração do Pau-Brasil e o cultivo da cana-de-açúcar.
Os portugueses exploraram o Brasil da forma mais rentável possível, primeiramente com o Pau-Brasil,
passando para cana-de-açúcar, ouro etc. Vale mencionar, que o ciclo econômico está relacionado às
atividades citadas, mas elas não eram exclusivas, uma vez que o Império Português tinha como objetivo
principal a obtenção de lucro. Logo, além desses ciclos, também foram exploradas outras atividades, dentre
as quais a pecuária bovina, o artesanato e a manufatura. Apesar de ciclo dar a ideia de que ocorreu somente
durante um período histórico, essa afirmação está equivocada, uma vez que, até os dias de hoje, o Brasil é
referência quanto à produção de café e cana-de-açúcar, por exemplo.
Durante as Grandes Navegações, Portugal buscava metais preciosos. Esses, porém, não foram encontrados
na costa atlântica brasileira. Assim sendo, outra exploração econômica era necessária. Até a primeira metade
do século XVI, o Pau-Brasil foi explorado no nosso país. Devido à coloração avermelhada da madeira que era
utilizada para tingir os tecidos na Europa. Nessa ocasião, os portugueses utilizavam a mão de obra indígena
para cortar e transportar a árvore e, em troca, recebiam algum artefato (prática conhecida como escambo).
Esse ciclo foi bem curto, pois os portugueses perceberam uma rentabilidade maior na plantação de cana-de-
açúcar. Isso sem falar que esse ciclo impossibilitava a implantação de núcleos de povoamento. Vale lembrar
que, para alguns estudiosos, o ciclo do pau-brasil não é considerado um ciclo econômico, uma vez que
ocorreu em um período conhecido como pré-colonial.
O segundo ciclo econômico foi o da cana-de-açúcar que durou até o final do século XVIII. Entre os motivos
que levaram os portugueses a cultivarem essa cultura, podemos destacar: as condições climáticas e
pedológicas (solo) eram favoráveis à germinação, o Império Português já possuía técnicas de plantio, uma
vez que havia plantado em outros locais e, principalmente, o açúcar era um produto de alto valor no mercado
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europeu. Cabe destacar que o sistema de plantio utilizado foi o plantation: caracterizado pela monocultura,
no caso, somente cana; pelo latifúndio (enormes áreas de terras); uso de mão de obra escrava proveniente
da África; e plantação voltada para o mercado externo, especialmente para Europa. Esse ciclo entrou em
crise graças à União Ibérica (domínio espanhol sobre o português, inclusive das colônias), pois, dessa forma,
os espanhóis expulsaram os holandeses que plantavam cana no Nordeste. Assim, os holandeses foram
plantar cana-de-açúcar na América Central (na área insular – ilhas – conhecida como Antilhas ou Caribe),
passando a ter o controle sobre a distribuição e a comercialização do açúcar.
O gado era utilizado para mover os equipamentos que moíam cana-de-açúcar, bem como para provisão de
alimento (leite e carne) e vestuário (couro), porém, como o ciclo canavieiro estava comprometido e os
portugueses precisavam explorar a colônia de alguma outra forma, optaram por marchar para o interior do
país. Dessa forma, após ter chegado ao Rio São Francisco, fazendas de gado foram implantadas até Minas
Gerais, estado que iniciou o ciclo da mineração (ou do ouro). Portanto, podemos concluir que a atividade
econômica pecuarista foi a ponte entre o ciclo da cana-de-açúcar e o ciclo do ouro.
Assim como na atividade canavieira, o ciclo do ouro também utilizou mão de obra escrava africana. Além de
Minas Gerais, foram encontradas jazidas de ouro em Goiás e Mato Grosso. O diamante também foi
explorado, mas em uma escala muito menor. Esse período, do século XVII ao XVIII, foi o auge econômico da
metrópole (Portugal), pois ela se enriqueceu rapidamente. Como consequência dos núcleos de povoamento,
houve um aumento considerável da natalidade, e as classes sociais ficaram mais divididas, fazendo com que
a economia dinamizasse na região central do nosso país.
Outro ponto importante para ser relatado é a Inconfidência Mineira (1792). Revoltados com os altos
impostos, altas taxas, punições e abusos de poder executados pela Coroa Portuguesa, a população queria a
independência. Esse ciclo entrou em declínio por causa do “esgotamento das minas”, entre aspas, pois,
naquela época, não existia tecnologia suficiente para fazer extrações em profundidades ainda maiores.
Considerando que a Revolução Industrial alavancou a produção têxtil (tecido), a plantação de algodão
cresceu de forma significativa. Logo, temos o ciclo do algodão, para atender o mercado europeu e
estadunidense (devido à Guerra Civil). A produção estava concentrada principalmente no Maranhão, mas
também em outros estados, dentre os quais: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará.
Vale frisar que essa cultura também estava ligada ao desenvolvimento industrial dessas regiões. Entre os
séculos XVIII e XIX, após a crise do ciclo do ouro, o algodão era o principal produto exportado, assim sendo,
essa cultura ficou conhecida como “ouro branco”. Outro acontecimento marcante desse período foi o
“Renascimento Agrícola”, uma vez que outros produtos tropicais foram plantados no Brasil para suprir a
demanda do mercado europeu. Com o advento do ciclo do café, o algodão deixou de ser o principal produto
de exportação. No entanto, não podemos esquecer que o Brasil ainda é um dos maiores produtores dessa
cultura.
O ciclo da borracha foi bem curto, durou apenas 30 anos, de 1890 a 1920, pois Henry Wickham (botânico
inglês) roubou sementes da seringueira. Até então, a seringueira era uma árvore exclusiva da Amazônia, mas
ele conseguiu germinar sementes e as plantou-a na Ásia. Como o Sul desse continente tem um clima
semelhante ao Norte do nosso país, a plantação germinou. Iniciou-se a construção de uma ferrovia para
escoar a produção, mas, devido à concorrência inglesa, ela entrou em decadência em 1930, e atualmente
encontra-se desativada. Dessa árvore extrai-se o látex, matéria-prima para fabricação de borracha, para
abastecer os Estados Unidos e a Europa. Nos primeiros anos de exploração, cerca da metade das exportações
brasileiras eram provenientes do látex. Cabe ressaltar, que o ciclo da borracha contribuiu, sobremaneira,
com o desenvolvimento da Região Norte, especialmente das cidades de Manaus, Belém e Porto Velho. Além
desse fato, a população nordestina migrou em massa para trabalhar nos seringais.
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O ciclo do café, além de ter contribuído com o desenvolvimento econômico, principalmente do estado de
São Paulo, fez com que vários aspectos econômicos se desenvolvessem de uma forma acelerada: a
infraestrutura de transporte, no caso, as ferrovias; a fundação das cidades; a indústria; o comércio; e os
serviços. O café é uma cultura de fácil cultivo, pois o Oeste Paulista e o Vale do Paraíba, principalmente,
possuem solo fértil, conhecido como terra roxa. Além disso, há pouco desperdício e o transporte é mais
barato, sem falar que possui um alto valor no mercado europeu e estadunidense. Com base nessas
vantagens, os barões do café enriqueceram rapidamente, investindo parte de seus lucros na construção de
ferrovias e energia elétrica. Dessa forma, várias cidades foram fundadas ao redor das estações ferroviárias.
Vale mencionar que a mão de obra utilizada a priori era escrava e depois imigrante, com destaque para os
italianos. A produção entrou em decadência com a Crise de 1929. Apesar de o ciclo compreender, para a
maioria dos historiadores, o período entre os séculos XVIII e XX, ainda hoje o Brasil é o maior exportador e o
segundo maior consumidor dessa cultura.

2 - INDUSTRIALIZAÇÃO
No início da colonização do Brasil, a indústria atendia apenas a necessidade local, fabricando utensílios
domésticos como roupas e artefatos de argila de forma mais artesanal. Na segunda metade do século XVIII,
o ramo têxtil e de mármore começou a crescer, fazendo uma concorrência com a metrópole. Assim, Portugal
proibiu a produção. O ciclo da cana de açúcar e do ouro também contribuíram com o desenvolvimento
industrial, mas ele ficava com os portugueses, justamente para evitar a concorrência.
Considerando que a I Revolução Industrial alavancou a produção têxtil, a plantação de algodão cresceu de
forma significativa, produzido principalmente no Maranhão, mas também podemos destacar: Bahia, Ceará,
Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Esses estados atendiam o mercado europeu e estadunidense.
Essa cultura contribuiu com o desenvolvimento industrial brasileiro. Entre os séculos XVIII e XIX, após a crise
do ciclo do ouro, o algodão era o principal produto exportado, ficando conhecido como “ouro branco”.
Em 1808, com a Abertura dos Portos, o intercâmbio industrial tornou-se mais expressivo, mas a Coroa
Portuguesa não permitia o desenvolvimento da indústria brasileira, haja vista que não queria concorrência.
Em 1850 com o fim do tráfico negreiro, os capitais que eram aplicados na compra de escravos ficaram
disponíveis e foram aplicados no setor industrial. No mesmo período, a II Revolução Industrial, por meio do
uso da eletricidade e do petróleo, fez com que os produtos fossem fabricados de maneira muito mais rápida
e em enormes quantidades. Dessa forma, não era mais interessante continuar com o regime escravocrata,
uma vez que as nações que participaram da II RI, especialmente a Inglaterra, precisavam vender os seus
produtos, isto é, como o escravo não recebe salário seria mais rentável utilizar mão de obra assalariada
porque esses trabalhadores iriam começar a consumir os fabricos.
No final do século XIX, Dom Pedro II fez com que o nosso país começasse a produzir aço, assim como os
países desenvolvidos. No entanto, com a Proclamação da República, os novos governantes não queriam dar
continuidade aos projetos do Império. Então, a produção de aço foi abandonada, sendo implantada
novamente somente na II Guerra Mundial.
A produção de látex, durante o curto ciclo da borracha, contribuiu de forma singela com o desenvolvimento
industrial do Norte do país. Entre todos os ciclos econômicos do Brasil, sem dúvida o café foi o grande
responsável pelo crescimento fabril no nosso país. Os barões do café investiam parte de seus lucros em
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eletricidade e ferrovias. Com o tempo, estações de trem eram implantadas ao longo das ferrovias, o que
contribuiu com a fundação de cidades, comércio e indústria.
Em 1907, realizou-se o primeiro censo industrial, registrando 3.258 fábricas. A capital federal e o estado
paulista concentravam cerca de 30% dos estabelecimentos fabris e aproximadamente 40% da mão de obra
dos operários. Em 1920, esse número saltou para 13.336 fábricas. Graças ao café, São Paulo concentrava e
ainda concentra o maior número de indústrias, fazendo com que se tornasse o polo industrial nacional.
Em 1929, a Grande Depressão devido à quebra na Bolsa de Valores de Nova York gerou uma enorme crise
econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Dessa maneira, a produção industrial
dos países desenvolvidos foi comprometida, consequentemente, o fornecimento de produtos
manufaturados.
Getúlio Vargas simpatizava com a política Fascista, assim sendo, durante a 2ª Guerra Mundial ele ficou
indeciso quanto a qual lado apoiar nesse conflito. Optou pelos EUA, uma vez que, em troca do apoio, tal país
daria a tecnologia para a fabricação do aço. Após a guerra, com a Europa arrasada, a importação tornou-se
difícil.
Muitas vezes, a literatura nos traz que o Brasil começou a se industrializar após a II Guerra Mundial. Na
verdade, nessa época, o processo industrial tornou-se mais intenso. Considerando que as nações europeias
mais industrializadas estavam arrasadas por causa do conflito citado, os países que importavam
manufaturados/maquinofaturados foram obrigados a começar a fabricar os seus próprios produtos. Assim,
o governo brasileiro passou a dar mais atenção ao setor industrial do que o setor agrícola.
Na década de 1940, fundou-se a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), produtora de aço, e a Companhia
Vale do Rio Doce (CVRD), extratora de minérios. Em 1953, a Petrobrás foi inaugurada, sendo responsável
pela produção, refino e transporte do petróleo. Dessa forma, o Governo Vargas ficou marcado pela
implantação das indústrias de base no nosso país.
Na década de 1950 e 1960, o Governo de Juscelino Kubitschek (JK) priorizou a entrada das multinacionais,
especialmente as automotivas que tinham tecnologia importada dos Estados Unidos e da Europa. Esse ramo
industrial atrai fábricas metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímica etc. pois são necessários vários
componentes para fabricar um carro. Logo, o setor industrial se desenvolveu de forma significativa. Ademais,
é importante frisar que o automóvel precisa de pavimento, então, as rodovias começaram a ser instaladas.
A Era Vargas priorizou as indústrias nacionais e JK, as internacionais.
Na questão econômica, a Ditadura Militar ficou marcada pelo Milagre Brasileiro (1967-1973), o rápido
crescimento baseou-se na industrialização associada ao capital estatal, às multinacionais e o grande capital
nacional privado. Nesse período, o PIB do Brasil cresceu em média 10% ao ano. Porém, a década de 1980
ficou conhecida como a “década perdida”, uma vez que o nosso país não acompanhou a tecnologia dos
países desenvolvidos, resultando em uma retração econômica.
Até a década de 1970, as indústrias procuravam se instalar especialmente na Região Metropolitana de São
Paulo. No entanto, a partir desse período, essa localidade começou a apresentar desvantagens, tais como:
preço do aluguel ou do imóvel muito elevado, pouco espaço para ampliar o estabelecimento industrial,
índices de poluição altíssimos, dificuldade para escoar a produção por causa dos engarrafamentos etc. Assim,
iniciou-se uma política de desconcentração industrial em direção ao interior paulista e outros estados da
Federação. Para tanto, era necessário implantar uma infraestrutura rodoviária, de telecomunicação, de
energia etc. Isso fez com que as fábricas começassem a dar prioridade para se instalar fora da capital paulista.
Tanto é que, até hoje, o estado de São Paulo concentra o maior número de indústrias no nosso país.

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A partir da década de 1990, por meio do Neoliberalismo, iniciou-se o processo de privatização, entre elas, a
CSN e a CVRD, fazendo com que as multinacionais se implantassem ainda mais no nosso país. Assim, instalar
pequenas ou médias indústrias tornou-se mais difícil, uma vez que as transnacionais acabam dominando o
mercado.
A Região Sudeste apresenta a maior concentração industrial com destaque para as capitais Belo Horizonte,
Rio de Janeiro e, principalmente, São Paulo. Além da quantidade de fábricas, o que diferencia o estado de
São Paulo dos demais é a concentração de indústrias tecnológicas nas áreas da informática, aeroespacial,
robótica, engenharia genética, etc. Todas as regiões metropolitanas paulistas se destacam pela concentração
industrial, especialmente a Região Metropolitana de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista.
As principais concentrações industriais da Região Sul se concentram na Região Metropolitana de Porto Alegre
e de Curitiba. Ambas possuem um parque fabril bastante diversificado, desde produção têxtil até
automotiva. A proximidade dessas regiões com Buenos Aires e Montevideu fez com que a industrialização
se alavancasse para exportar.
A criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), criada em 1959, fez com que
algumas indústrias do Sudeste e Sul do país dessem preferência para se instalar na Zona da Mata por meio
dos incentivos fiscais como isenção de impostos e doação de terreno. Além disso, a mão de obra barata, as
matérias primas e as fontes de energia também foram atrativas. As regiões metropolitanas de Salvador,
Recife e Fortaleza concentram um pouco mais de indústrias, mas o restante ainda é muito incipiente.
Na Região Norte, a implantação da Zona Franca de Manaus em 1967 impulsionou a industrialização na capital
do Amazonas e de sua região metropolitana, pois havia insenção de impostos na importação e exportação
de produtos. Na Região Metropolitana de Belém, a concentração industrial ocorreu por causa da mineração,
especialmente a Serra dos Carajás, uma vez que as indústrias necessárias para extração se concentram na
capital paraense.
No Centro-Oeste, a industrialização está essencialmente ligada ao agronegócio. Dessa maneira, a
agropecuária é bastante mecanizada com intenso uso de organismos geneticamente modificados. A Região
Metropolitana de Goiania possui um parque industrial diversificado.

3 - GLOBALIZAÇÃO
O Brasil é referência internacional nas exportações de produtos primários, isto é, aqueles provenientes da
agropecuária e do extrativismo, mas não se limita às matérias-primas, uma vez que, por exemplo,
exportamos aviões pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Além disso, o nosso país também se
destaca na prestação de serviços (construção de hidrelétrica, extração de petróleo em alto-mar, consultoria
agrícola etc.) para outros países. Por outro lado, o Brasil importa um número significativo de produtos de
diferentes partes do mundo, principalmente aqueles de alta tecnologia. Assim sendo, o Brasil possui um
comércio exterior bastante movimentado.
A balança comercial (relação entre importações e exportações) brasileira varia de ano para ano, podendo
ser favorável – superávit – (quando se exporta mais do que importa) ou desfavorável – déficit – (o contrário).
Essa condição está diretamente relacionada ao preço do dólar. Por exemplo, imagine que 1 kg de algodão
custa 1 real e 1 real é igual a 1 dólar, logo, os EUA não comprará tanto algodão. Agora, imagine que 1 kg

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custa 1 real, mas 4 reais é igual a 1 dólar, então, os Estados Unidos podem comprar mais algodão, pois com
apenas 1 dólar, eles compram 4 kg. Dessa maneira, quando o dólar está valorizado, as exportações sobem.
No que tange às importações, elas apresentam 2 lados. O consumidor pode comprar um produto mais barato
e até de melhor qualidade comparado aos nacionais. Todavia, esses itens com preços muito baixos,
especialmente os chineses, provocam uma queda acentuada nas vendas dos produtos fabricados no Brasil,
podendo levar os estabelecimentos comerciais à falência e, consequentemente, gerando desemprego.
Cabe destacar, que o Brasil possui a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), assim sendo, nosso país está
inserido nas transações financeiras internacionais, mas quando ocorre uma crise mundial, ele é diretamente
afetado.
A globalização, especialmente com o advento da internet e da televisão, fez com que alguns brasileiros
tivessem acesso à cultura, tais como: obras de arte, música, cinema etc. Ademais, o acesso ao conhecimento
técnico-científico também se tornou mais fácil. No entanto, essa influência pode fazer com que o Brasil perca
parte dos seus costumes e tradições, especialmente por causa dos Estados Unidos (American Way of Life –
estilo de vida estadunidense). Na verdade, isso já ocorre e, consequentemente, faz parte da nossa cultura,
porque a maioria dos filmes que assistimos são hollywoodianos, consumimos fast food, compramos carros,
entre outros hábitos dos EUA. Outro aspecto que marca o Brasil na mundialização é o fato dele estar inserido
em Blocos Econômicos.

➢ Zona de livre comércio: redução ou isenção de tarifas alfandegárias entre os países membros.
Por exemplo: NAFTA (Acordo Norte Americano de Livre-Comércio);
➢ União aduaneira: além da zona de livre comércio, há tarifa externa comum. Ex: MERCOSUL
(Mercado Comum do Sul);
➢ Mercado comum: contempla as características da zona de livre comércio e da união
aduaneira. Ademais, há fluxo de pessoas, serviços e capital. E procuram estabelecer a mesma
legislação ambiental, financeira, monetária e trabalhista para os membros. Por exemplo:
União Europeia;
➢ União monetária: além de todos os aspectos anteriores. Há moeda, política monetária e
banco central únicos. Ex: países da União Europeia que utilizam o Euro.

Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)


Foi uma proposta feita pelo presidente dos Estados Unidos Bill Clinton (1992-2000) com o objetivo de
eliminar as barreiras alfandegárias entre os 34 países americanos, exceto Cuba, formando assim uma área
de livre comércio. Considerando a enorme diferença socioeconômica, a proposta não foi assinada.

Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)


Em 1991, o Tratado de Assunção foi assinado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, dando início ao bloco
econômico sul-americano. Entrou em vigor em 1994 como uma zona de livre comércio. No mesmo ano, o
Protocolo de Ouro Preto tentou fixar uma tarifa externa comum entre os membros e estabelecer uma
política comercial conjunta que tem como objetivo integrar e fortalecer o comércio desse bloco.
Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile são países que atuam como membros
associados, aproveitando as reduções das taxas alfandegárias. O MERCOSUL possui muita instabilidade

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política e econômica, tanto é que a Venezuela era membro, mas está suspensa por tempo indeterminado. O
Paraguai que foi um dos fundadores, já foi suspenso do bloco.
O Mercosul encontra-se atualmente no estágio de união aduaneira, sendo uma área de livre circulação de
bens, serviços, mão de obra e capital, assim como a liberação gradativa de tarifas alfandegárias e tarifa
externa comum.

Comunidade Andina (CAN)


Fundada em 1969 pela Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. A Venezuela já foi membro. Brasil, Argentina,
Chile, Paraguai e Uruguai são membros associados. Entre os objetivos, temos: integração comercial,
econômica e política; gerar emprego; reduzir as diferenças sociais e; promover a melhoria na qualidade de
vida.

União das Nações Sul-Americanas (UNASUL)


Formada por 12 países, dois quais 10 já assinaram o tratado em 2008 – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Em 2011 entrou em vigor. Entre os objetivos,
podemos destacar: construir um espaço de articulação cultural, social, econômico e político entre os povos.
Possui conselhos ministeriais para educação, saúde, energia, planejamento, defesa.

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS)


A expressão BRIC (a África do Sul entrou depois) foi criada pelo economista Jim O’ Neil que visualizou
características em comum, tais como: enorme extensão territorial, abundância em recursos naturais,
economia e política relativamente estáveis e mão de obra em processo de qualificação. Em 2010, o PIB
desses países representou cerca de 20 trilhões de dólares.
Atualmente, a África do Sul participa desse fórum (BRICS não é um bloco econômico). Isso aconteceu, pois a
China é o país que mais investe na África, logo, seria interessante ter um aliado desse continente.

Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA)


A Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana, ou simplesmente IIRSA, é um
programa conjunto dos governos dos 12 países da América do Sul que visa a promover a integração sul-
americana através da integração física desses países, com a modernização da infraestrutura de transporte,
energia e telecomunicações, mediante ações conjuntas. Pretende-se, assim, estimular a integração política,
econômica, sociocultural da América do Sul.
A IIRSA surge de uma proposta apresentada em agosto de 2000 em Brasília, durante a Reunião de
Presidentes da América do Sul, onde foi discutido a ideia de coordenar o planejamento para a construção de
infraestrutura dos diferentes países do continente sul-americano.

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Associação Latino Americana de Integração (ALADI)
A ALADI é uma organização intergovernamental com sede na cidade de Montevidéu, no Uruguai, que visa a
contribuir com a promoção da integração da região latino-americana, procurando garantir seu
desenvolvimento econômico e social. Este é também o maior bloco econômico da América Latina.
Foi criada a partir do Tratado de Montevidéu de 1980. São treze os seus países-membros: Argentina, Bolívia,
Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, que
representam juntos mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, e mais de 500 milhões de habitantes.
Além dos países-membros existem ainda os países e organismos observadores da associação.

Vale mencionar, ainda, a participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, principal órgão dessa
instituição, responsável por, teoricamente, evitar guerras e manter a paz. No quesito ambiental, nosso país
sempre participa das conferências internacionais sobre mudanças climáticas, desmatamento, entre outros,
chegando a assinar tratados para amenizar os impactos ambientais negativos causados pelo homem.

4 - URBANIZAÇÃO
Qual a diferença entre município e cidade? O primeiro envolve a zona rural e urbana, o segundo somente a
urbana. As cidades são classificadas conforme o tamanho e dentro delas também existe subdivisões.
➢ Distrito: é uma divisão administrativa de um município, tendo como finalidade facilitar a gestão.
➢ Vila: típica de alguns países europeus, ela é dotada de uma economia quase autossuficiente,
localizada em regiões rurais.
➢ Aldeia: área satélite de uma vila, caracterizada pela economia de subsistência.
➢ Cidade pequena: é aquela que possui até 99 mil habitantes.
➢ Cidade média: entre 100 mil e 499 mil habitantes.
➢ Cidade grande: acima de 500 mil habitantes.
➢ Metrópole: cidades que agregam maior número de atividades econômicas, exercendo influência
regional, nacional ou internacional.
o Metrópole Regional: possui polarização limitada a uma restrita região que está no seu
entorno. O número populacional não costuma ultrapassar 4 milhões. Exemplos: Goiânia,
Belém e Manaus.
o Metrópole Nacional: possui influência nacional com relações exteriores parcialmente
desenvolvidas. Exemplos: Brasília, Curitiba e Belo Horizonte.
o Metrópole Global: possui complexidade econômica dentro e fora do país, pois abriga
sedes de multinacionais e sistemas financeiros. Além disso, a rede de transporte e
comunicação é mais intensa. Exemplos: São Paulo. São Paulo também é conhecido como
Grande Metrópole Nacional.

➢ Cidade global: utilizado pela primeira vez em 1886, o termo foi empregado para descrever a
relação da cidade de Liverpool, e seu porto, com as redes comerciais ao redor do globo.
Atualmente, esse termo é crucial para a definição da ideia moderna de globalização. Londres,
Tóquio e Nova York possuem um lugar importantíssimo dentro do sistema econômico mundial,

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atuando como centros fundamentais para o comércio global de bens e serviços. Uma cidade
global não se define estritamente por suas dimensões físicas ou demográficas, na maioria
das vezes é difícil identificar o que exatamente faz de uma cidade global, mas existem várias
características elementares (SASSEN, 1998):
o Participação em eventos científicos e culturais internacionais;
o Sistema eficiente de transporte e comunicação;
o Sede e/ou concentração de filiais multinacionais;
o Bolsa de valores de influência global;
o Instituições financeiras de grande porte.
➢ As cidades globais possuem uma subdivisão:
o Cidades alfa++: que são muito mais integradas à economia global do que todas as outras
cidades: Londres, Inglaterra e Nova York, Estados Unidos;
o Cidades alfa+: que preenchem nichos de serviços avançados para a economia global.
Tóquio (Japão), Dubai (Emirados Árabes) e Paris (França);
o Cidades alfa: cidades que ligam as principais regiões econômicas à economia mundial. São
Paulo (Brasil), Mumbai (Índia) e Milão (Itália).
➢ Megacidade: segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é a cidade que possui mais de 10
milhões de habitantes. Em 1936, Nova York foi a primeira cidade a atingir essa marca. Atualmente,
existem 14 megacidades, sendo que somente 4 não se encontram na Ásia: Lagos (Nigéria),
Istambul (apesar de a Turquia ser considerada asiática, essa cidade localiza-se na parte europeia),
Moscou (Rússia) e São Paulo (Brasil). Dessas 14 megacidades, 5 são chinesas.
➢ Qual a diferença entre cidade global e megacidade? A primeira não precisa ter mais de 10 milhões
de pessoas. Por exemplo: Frankfurt (Alemanha) não possui nem 1 milhão de habitantes. No
entanto, exerce influência internacional, haja vista que é o centro financeiro da Europa, abrigando
o Banco Central Europeu. A segunda precisa ter mais de 10 milhões de pessoas. Porém, não
apresenta influência global. Por exemplo: Karachi (Paquistão). É possível a cidade ser global e
megacidade. Exemplos: Xangai (China), Mumbai (Índia), São Paulo (Brasil) etc.

Quando uma cidade influencia as demais do seu entorno é feito um agrupamento dessas. Esse conjunto pode
envolver poucas ou muitas cidades e pode limitar-se dentro de um mesmo estado ou abrigar mais de 1
estado.

Região Administrativa (RA) ou Mesorregiões

O estado paulista tem 16 Mesorregiões ou Regiões Administrativas que são conjuntos de municípios
contíguos, pertencentes à mesma Unidade da Federação e apresentam formas de organização do espaço
geográfico definidas pelas seguintes dimensões. O processo social, como determinante. O quadro natural,
como condicionante. E a rede de comunicação e de lugares, como elemento de articulação espacial. Essas
três dimensões possibilitam que o espaço delimitado como mesorregião tenha uma identidade regional. Esta
identidade é uma realidade construída ao longo do tempo pela sociedade que aí se formou.

11
Figura 01 – Regiões Administrativas (Mesorregiões) do estado de São Paulo
OBS.: Araraquara pode aparecer como São Carlos ou Central.

Regiões de Governo (RG) ou Microrregiões


É a divisão da RA, o estado de São Paulo possui 42 Microrregiões ou Regiões de Governos, elas foram
estabelecidas com o objetivo de centralizar as atividades das secretarias estaduais. Uma Microrregião é, de
acordo com a Constituição Brasileira de 1988, um agrupamento de municípios limítrofes, cuja finalidade é
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. O termo é
mais conhecido em função de seu uso prático pelo IBGE que, para fins estatísticos e com base em
similaridades econômicas e sociais, divide os diversos estados da federação brasileira em microrregiões. São
subdivisões das Regiões Administrativas ou Mesorregiões.
A organização do espaço microrregional foi identificada, também, pela possibilidade de atender às
populações, através do comércio de varejo ou atacado ou dos setores sociais básicos. Assim, constituindo-se
pela produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades urbanas e rurais.

Aglomerado X Aglomeração
Para o IBGE, o termo aglomerado refere-se a um grupo de habitantes, edificações e arruamento que
caracterizam determinada localidade. Para Villaça (2001), aglomerado urbano refere-se ao núcleo urbano
que “apresenta um mínimo de atividades centrais, sejam religiosas, administrativas, políticas, sociais ou
econômicas”. Aglomeração urbana é um conceito de uso relativamente recente no Brasil. Reporta-se a um
conjunto de pessoas ou atividades que se concentram em espaços físicos relativamente pequenos, daí a sua
acepção mais eminentemente urbana, não rural (MATOS, 2000). Deffontaines (2004), que utiliza o termo
aglomerado/aglomeração, quando se refere ao povoamento das cidades, em oposição à população rural que
é constituída essencialmente por formas dispersas.

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Então, aglomerado diz respeito a essa concentração de pessoas, serviços, atividades etc. em espaços
compactos, não ultrapassando necessariamente os limites político administrativos de uma cidade.
Aglomeração urbana é numa perspectiva mais ampla, onde o urbano se processa em um conjunto mais
complexo e extenso e que engloba mais de uma cidade.
Dentro dessa lógica, temos Aglomeração Urbana (AU): considerada como o processo de junção/articulação
de centros urbanos distintos, tanto por meio da expansão territorial urbana quanto pela intensificação dos
fluxos interurbanos (MIYAZAKI, 2008). No estado de São Paulo temos 3 aglomerações urbanas:
➢ Aglomeração Urbana de Jundiaí (AUJ): localiza-se entre as regiões metropolitanas de São Paulo e
Campinas. Caso a AUJ se torne uma região metropolitana (a cidade principal influencia outras
cidades, podendo estar conurbadas), teremos uma megalópole (conjunto de metrópoles). Possui
importância logística e industrial.
➢ Aglomeração Urbana de Piracicaba (AUP): próxima a Região Metropolitana de Campinas. Caso a
AUP se torne uma região metropolitana, teremos uma megalópole. Concentra multinacionais,
com destaque para o ramo sucroalcooleiro e metal-mecânico.
➢ Aglomeração Urbana de Franca (AUF): Franca é a maior produtora de calçados da América Latina.
Faz divisa com o estado de Minas Gerais. A agroindústria, especialmente o café, também merece
ser destacado.

Região Metropolitana
Uma região metropolitana normalmente possui uma cidade principal (cidade-polo ou município-núcleo),
exercendo influência política e econômica sobre as demais que estão no seu entorno. Por exemplo, se a
cidade-polo decide mudar uma lei ambiental dentro da região metropolitana, as outras cidades acatarão essa
mudança. Ademais, muitas pessoas moram em cidades próximas a região metropolitana (cidade dormitório)
e vão trabalhar na cidade principal.
As primeiras regiões metropolitanas no Brasil foram criadas em 1973, obedecendo a Constituição de 1967. A
partir da Constituição de 1988, a responsabilidade pela criação e organização das regiões metropolitanas foi
transferida do Governo Federal para os Governos Estaduais. Em 2010 eram 36 regiões metropolitanas no
Brasil. Vale ressaltar, que nem todas elas apresentam conurbação (fusão de 2 ou mais zonas urbanas). Por
exemplo: São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul parecem uma única cidade.
O estado de São Paulo possui 6 regiões metropolitanas.
➢ Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): institucionalizada em 1973, possui 39 municípios,
também é chamada de Grande São Paulo em 2015, seu PIB correspondia a aproximadamente
17,63% do total brasileiro e mais da metade do PIB paulista (54,48%). Vivem nesse território quase
50% da população estadual, aproximadamente 21,4 milhões de habitantes, segundo o IBGE em
2017. Centraliza importantes complexos industriais, comerciais e, principalmente, financeiros,
que dinamizam as atividades econômicas no país. Com destaque para a capital paulista, o ABCD
(Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema), Guarulhos e Osasco. A
RMSP abriga a principal metrópole nacional, São Paulo – cidade global. É o centro de decisões
políticas do estado. Além disso, concentra serviços diversificados e especializados, com destaque
para as áreas de telecomunicações, cultura, educação, saúde, transportes e gastronomia. Polo de
turismo de negócios da América Latina é, ainda, centro gerencial e administrativo, abrigando
sedes de multinacionais.

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➢ Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS): institucionalizada em 1996, possui 9
municípios, Santos é a cidade principal. Caracteriza-se pela diversidade de funções de seus
municípios. Além do Parque Industrial de Cubatão e do Complexo Portuário de Santos,
desempenha funções de destaque em nível estadual, nos setores de indústria e turismo, e outras
de abrangência regional, relativas aos comércios atacadista e varejista, ao atendimento à saúde,
educação, transporte e sistema financeiro. A RMBS tem presença marcante nas atividades de
suporte ao comércio de exportação, originadas pela proximidade do complexo portuário. O Porto
de Santos é o maior e mais importante da América Latina. Para o estado de São Paulo, o porto
representa enorme avanço econômico, permitindo direcionamento de grande parcela de suas
atividades industriais e agrícolas para o suprimento de mercados internacionais.
➢ Região Metropolitana de Campinas (RMC): institucionalizada em 2000, possui 20 municípios, é a
segunda maior região metropolitana do estado de São Paulo em população, com mais de 3,1
milhões de habitantes, de acordo com o IBGE em 2017, e gerou 8,92% do PIB estadual em 2015.
Nos últimos anos, a região vem ocupando e consolidando importante posição econômica nos
níveis estadual e nacional. Contígua à Região Metropolitana de São Paulo, a RMC comporta um
parque industrial moderno e diversificado. Possui uma estrutura agrícola e agroindustrial bastante
significativa e desempenha atividades terciárias de expressiva especialização. Destaca-se, ainda,
pela presença de centros inovadores no campo das pesquisas científica e tecnológica, bem como
do Aeroporto de Viracopos, localizado no município de Campinas, o segundo maior do país em
transporte de carga. Em 2015, foi a maior porta de entrada de mercadorias importadas.
➢ Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN): institucionalizada em 2012,
possui 39 municípios, está situada entre as duas Regiões Metropolitanas mais importantes do
país: São Paulo e Rio de Janeiro. Destaca-se nacionalmente por intensa e diversificada atividade
econômica. A produção industrial é altamente desenvolvida, predominando os setores
automobilístico, aeronáutico, aeroespacial e bélico nos municípios localizados no eixo da Rodovia
Presidente Dutra. Destacam-se também as atividades portuárias e petroleiras no Litoral Norte e
o turismo na Serra da Mantiqueira, Litoral e cidades históricas. A região caracteriza-se, ainda, por
abrigar importantes patrimônios ambientais de relevância nacional, como as Serras da
Mantiqueira, da Bocaina e do Mar, e pelas fazendas de valor histórico e arquitetônico. São José
dos Campos é a cidade mais influente dessa região metropolitana.
➢ Região Metropolitana de Sorocaba (RMS): institucionalizada em 2014, possui 27 municípios, está
situada estrategicamente entre duas importantes regiões metropolitanas do País − São Paulo e
Curitiba −, além de manter limite territorial e processo de conurbação com a Região
Metropolitana de Campinas. Destaca-se, em âmbito nacional, por intensa e diversificada atividade
econômica, caracterizada por produção industrial altamente desenvolvida, com predominância
dos setores metal-mecânico, eletroeletrônico, têxtil e agronegócio (especialmente cana-de-
açúcar). Doze de seus municípios estão localizados no eixo das Rodovias Castello Branco e/ou
Raposo Tavares, com economias baseadas em atividades industriais. Destes, cinco apresentam
especial relevância na economia paulista: Sorocaba, Itu, Votorantim, Salto e Itapetininga. É a
maior produtora agrícola entre as regiões metropolitanas do estado de São Paulo, com elevada
diversidade. Tem papel relevante na produção estadual de minérios, como cimento, calcário,
rocha ornamental, pedra brita, argila, entre outros.
➢ Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP): institucionalizada em 2016, possui 34
municípios, é a primeira fora dos limites da chamada Macrometrópole Paulista (área que abrange
todas as RMs e AUs de São Paulo, exceto RM de Ribeirão Preto e AU de Franca) e tem localização
estratégica em relação às RMs de São Paulo e de Campinas, por meio da Rodovia Anhanguera, e
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ao Porto de Santos, pela Rodovia dos Imigrantes. O eixo viário na direção Norte garante acesso ao
Distrito Federal e ao Triângulo Mineiro. Esse território é cortado também por uma linha
ferroviária. A região possui uma economia robusta e diversificada, com empresas agrícolas,
indústrias de alta tecnologia, comércio e serviços, além de ser destaque nos sistemas logísticos
em transportes, comunicação e segurança. Abriga grandes empresas de alta capacidade para
atender o mercado interno e externo de alimentos, além de sediar importante evento no setor do
agronegócio, a Agrishow, em Ribeirão Preto. Polo na indústria sucroalcooleira pela sua posição
estratégica em relação aos maiores centros consumidores de etanol.

Figura 02 – Regiões Metropolitanas e Aglomerados Urbanos do estado de São Paulo

Macrometrópole Paulista (Megalópole Paulista, Metrópole Expandida ou Cidade-Região)


Área que abrange todas as regiões metropolitanas e aglomerações urbanas de São Paulo, exceto a Região
Metropolitana de Ribeirão Preto e Aglomeração Urbana de Franca. Nos últimos 20 anos, o raio da mancha
urbana ao redor da capital paulista dobrou de tamanho, de 100 para 200 quilômetros, tornando o que já era
grande ainda maior.
O processo de conurbação (fusão de 2 ou mais zonas urbanas) em torno da cidade de São Paulo já engloba
153 das 645 cidades do estado, que abrigam 30 milhões de pessoas (72% da população) e geram 27% do PIB
do país (80% de toda a riqueza gerada no estado).

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Diariamente, 2 milhões de pessoas saem de suas casas para trabalhar ou estudar fora do município onde
residem. Forte movimento pendular (quando uma pessoa mora em uma cidade e trabalha e/ou estuda em
outra) de vaivém que faz com que o problema de mobilidade tenha um alcance muito maior do que os
congestionamentos de mais de 100 km registrados no centro expandido da capital paulista, que recebe
diariamente cerca de 700 mil pessoas em trânsito. Em média, a distância diária a ser vencida no trajeto casa-
trabalho/escola é de 150 km.

Megalópole
Trata-se de uma conurbação de regiões metropolitanas. O conjunto de localidades pertencentes a uma
megalópole apresenta forte integração econômica, onde os fluxos de pessoas e de mercadorias são intensos.
Neste sentido, a infraestrutura permite que os deslocamentos sejam ágeis, ou seja, a região é dotada de
meios de transporte rápidos, tais como: trens expressos, autopistas e pontes aéreas. Dessa maneira, uma
megalópole concentra e dispersa a população.
Na década de 1960, o geógrafo francês Jean Gottmann criou a expressão “megalópole”, concluindo que as
regiões metropolitanas de Boston, Nova York, Washington, Filadélfia e Baltimore (Boswash) estão muito
conectadas entre si, seja do ponto de vista dos transportes ou da comunicação.
Alguns defendem a existência de megalópole no Brasil, outros afirmam que não há infraestrutura de
transporte e comunicação o suficiente para classificar dessa forma. A Megalópole Brasileira (MB) proposta é
formada por 232 municípios pertencentes a três estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais),
interligados por diferentes aspectos.
Em termos de extensão geográfica, é uma área de 82.616 km2, equivalentes a 0,97% do território brasileiro.
Nesta parcela relativamente pequena do território brasileiro vivem em torno de 45 milhões de pessoa. É
também um território marcado por uma forte urbanização: 96% da população residem em áreas urbanas,
enquanto no Brasil a taxa de urbanização é de 81%. Além disso, este pequeno pedaço de terra é responsável
por 35% do PIB nacional.

Figura 03 – Megalópole Brasileira


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Outra possível megalópole brasileira seria Rio-São Paulo. No entanto, existe um certo vazio demográfico entre
as 2 maiores regiões metropolitanas do país.

Figura 04 – Megalópole Rio-São Paulo

O governo chinês possui um plano para fundir várias regiões metropolitanas ao redor de Pequim em uma
super-megalópole. Caso seja fundada, abrigará uma população equivalente à das regiões Sul e Sudeste com
uma área quase do tamanho do estado de São Paulo.

Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDE)


O Estado deixa de ser o provedor absoluto de bens e serviços públicos e responsável único pela promoção
do desenvolvimento econômico e social, e passa a adotar estratégias de descentralização. Por envolver
municípios de mais de uma Unidade da Federação, a RIDE é uma forma de ação mais ampla que a prevista
nas regiões metropolitanas.
A RIDE tem como objetivo articular e harmonizar as ações administrativas da União, dos estados e dos
municípios para a promoção de projetos que visem à dinamização econômica de territórios de baixo
desenvolvimento e assim, conseguir prioridade no recebimento de recursos públicos destinados à promoção
de iniciativas e investimentos que reduzam as desigualdades sociais e estejam de acordo com o interesse
local pactuado entre os participantes.

Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno


Criada por Lei Complementar em 1998, envolve o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Em 2009, é recriada
a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). O primeiro projeto industrial de larga
escala na RIDE do Distrito Federal e do Entorno foi elaborado em 2017 pela Sudeco para a construção de uma
fábrica de cimento no município de Formosa, no valor de R$ 270 milhões. Estima-se que obra possa gerar até
2 mil empregos diretos e indiretos no período de instalação. Em 2018, foram adicionados 12 municípios.

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Figura 05 – Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno

Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro


Criada por Lei Complementar em 2001, abarca os estados da Bahia e de Pernambuco. Juazeiro (BA) e
Petrolina (PE) são cidades conurbadas. O vale do rio São Francisco é um polo de desenvolvimento tecnológico
da fruticultura irrigada, implantado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba (Codevasf) e iniciativa privada, com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa).
Recentemente, a região tornou-se o segundo polo vitivinicultor do Brasil, com produção anual de 7 milhões
de litros de vinho (15% da produção nacional), sendo 30% de vinhos finos, premiados nacional e
internacionalmente, produzidos nas oito vinícolas instaladas nos municípios pernambucanos de Lagoa
Grande e Santa Maria da Boa Vista e em Casa Nova, na Bahia. Além da produção arroz com a irrigação em
Curaçá, na Bahia.
A região dispõe da infraestrutura do Aeroporto Internacional de Petrolina; da hidrovia do São Francisco, com
o Lago de Sobradinho, o maior lago artificial do mundo; de eclusas na Barragem de Sobradinho; de ligação
rodoviária com as principais capitais do Nordeste; e de uma termelétrica com capacidade para geração 138
Megawatts de energia.

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Figura 06 – Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro

Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina


Criada por Lei Complementar em 2001, envolve os estados do Maranhão e Piauí. Com a emancipação e a
eleição de seu primeiro prefeito, que começou a atuar no início de 2009, Nazária faz parte da Região Integrada
de Desenvolvimento da Grande Teresina neste ano. Antes de ser emancipada, Nazária era subdistrito de
Teresina.
Na RIDE da Grande Teresina, os municípios de Teresina (PI) e Timon (MA) estão conurbados, respondendo
pelo maior contingente populacional da Região Metropolitana; juntos, têm uma população estimada de
1.009.114 habitantes.

Figura 07 – Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina


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A Centralidade (polarização) constitui-se no foco principal não apenas da cidade, mas das cidades que estão
no entorno (hinterlândia). Nela concentram-se as principais atividades comerciais, de serviços, da gestão
pública e privada, e os terminais de transportes interregionais e intraurbanos. Ela se destaca na paisagem da
cidade pela sua verticalização. (CORRÊA, 1989).
A centralidade gera ordem de importância entre as cidades. Por exemplo: na Região Metropolitana de São
Paulo, a capital paulista é a que exerce maior influência, seguida por Osasco, Guarulhos, São Bernardo do
Campo etc. Essa ordem cria uma hierarquia urbana.
A hierarquia urbana é uma organização de cidades conforme uma escala de subordinação. Basicamente, as
cidades menores se subordinam às cidades maiores. A cidade global está no topo de uma hierarquia urbana
e uma aldeia está na base. Não apenas o tamanho da zona urbana e o número populacional devem ser
levados em conta, mas, principalmente, a influência que as cidades exercem sobre as outras, isto é, o seu
grau de centralidade.
De acordo com o IBGE, a hierarquia urbana brasileira está dividida em 5 grupos:
➢ Metrópoles: Grande Metrópole Nacional (São Paulo), Metrópole Nacional (Rio de Janeiro e
Brasília) e Metrópole ou Metrópole Regional (Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre);
➢ Capitais Regionais: Classe A – as cidades apresentam cerca de 955 mil habitantes, por exemplo,
Natal, São Luís, Maceió, Campinas, Florianópolis etc. Classe B – cerca de 435 mil habitantes, por
exemplo, Ilhéus, Campina Grande, Blumenau, Palmas, Juiz de Fora etc. Classe C – o número de
habitantes se aproxima de 250 mil, por exemplo, Macapá, Rio Branco, Santarém, Ponta Grossa,
São José dos Campos, dentre outras;
➢ Centros Sub-regionais: Centro Sub-regional A – Pouso Alegre, Rio Verde, Parnaíba, Barretos, Itajaí
etc. Centro Sub-regional B – Cruzeiro do Sul, Parintins, Viçosa, Angra dos Reis, Bragança Paulista,
entre outras;
➢ Centros de Zona: Centros de Zona A (192 cidades, com aproximadamente 45 mil habitantes), por
exemplo, Amparo, Porto Seguro, Votuporanga, Fernandópolis, São Bento do Sul etc. Centros de
Zona B (364 cidades, cerca de 23 mil habitantes, por exemplo, Tietê, Barra Bonita, Vila Rica, Monte
Alto, Capivari, dentre outros;
➢ Centros Locais: incluem 4.473 pequenas cidades que apresentam menos de 10 mil habitantes
(média de 8 mil) e exercem somente influência local, por exemplo, Água Branca, Capitólio, Faro,
Guarani, dentre outros.

No passado, uma aldeia não tinha uma ligação direta com um distrito e muito menos com uma cidade global.
Atualmente, não importa o tamanho da cidade, distrito, vila ou aldeia, todas elas estão conectadas, essa
mudança deve-se aos veículos de transporte e comunicação, isto é, à Globalização.
Vale lembrar, que a posição das cidades dentro de uma hierarquia urbana pode mudar. Por exemplo: até
1991, Araguaína era a principal cidade do Tocantins. Porém, ela foi dividida em 5 municípios: Aragominas,
Araguanã, Carmolândia, Muricilândia e Santa Fé do Araguaia. Assim, além de ser a capital, Palmas passou a
ser a cidade mais centralizadora, ficando no topo da hierarquia urbana em nível estadual.
Essa hierarquia urbana está ligada à rede urbana, ou seja, as relações socioeconômicas que integram uma
cidade. Para Corrêa (1989), a rede urbana pode ser considerada como uma forma espacial (presente e
passado) através da qual as funções urbanas (comercialização, produção e prestação de serviços) se realizam.
A rede urbana é a conexão das cidades, não importando o seu tamanho, por meio da circulação das pessoas,
das mercadorias, dos capitais, das informações e dos serviços. Dessa maneira, o grau de integração de uma

20
rede urbana depende do desenvolvimento econômico de um país. Ademais, a Globalização foi responsável
por intensificar essa integração. A rede urbana pode ser dividida em:
➢ A rede dendrítica está geneticamente vinculada a uma formação espacial periférica de base
colonial, marcada por um específico padrão de circulação;
➢ A rede de múltiplos circuitos ou capitalismo avançado, ao que tudo indica, associam-se às
formações espaciais dos países centrais, refletindo e condicionando a complexidade de suas
organizações espaciais.

Figura 08 – Rede dendrítica e rede de múltiplos circuitos


Fonte: CORRÊA, Roberto Lobato

Considerando que uma cidade concentra mais mão de obra, inicialmente, as fábricas se instalaram nas zonas
urbanas para contratar trabalhadores. Logo, quanto mais industrialização, mais urbanização. No Brasil, o
processo acelerado de expansão urbana ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, uma vez que a importação
de produtos industrializados estava muito difícil, forçando o nosso país a fabricar diferentes itens,
consequentemente, a fundação e o crescimento das cidades aumentaram. Segundo Santos (2013), a
urbanização brasileira pode ser dividida em 3 fases:

Figura 09 – Evolução da Malha Municipal


O mapa da esquerda é de 1940: 1.574 municípios / O mapa da direita é de 2015: 5.568 municípios

21
Agrário Exportador (Ciclos Econômicos)
A sociedade rural e escravocrata do Nordeste, se opõe a sociedade urbana, de pouca expressão nessa época.
São os burgueses de Recife, de Olinda e de Salvador. As cidades litorâneas não têm o brilho e a importância
dos engenhos. Nelas, os mercadores vivem da exportação do açúcar e do comércio. Parasitam a lavoura, por
isso, são antagônicos o meio rural e o urbano.
A administração holandesa se preocupou em reter na colônia parte das rendas fiscais proporcionadas pelo
açúcar, o que permitiu um desenvolvimento mais intenso da vida urbana. Os centros urbanos que se
desenvolveram em áreas especializadas na cultura da cana foram, no Brasil, os pontos que se tornaram os
mais desenvolvidos. Em 1560, Portugal ganhava ascendência no comércio europeu, com a cana,
incentivando a expansão das fábricas em sua colônia.
Além de servir para o abastecimento da população, a atividade pecuarista também consolidou um próspero
comércio de equinos e muares usados para o transporte de pessoas e mercadorias. Geralmente, eram
organizadas feiras em alguns centros urbanos do interior onde esses animais eram negociados.
A economia do ouro gerou muitos centros urbanos. A sociedade mineira se constituía também de
negociantes, advogados, padres, fazendeiros, artesãos, burocratas, militares etc. Muitos desses agentes
tinham seus interesses estritamente vinculados à colônia e não por acaso ocorreu, em Minas Gerais, uma
série de conspirações e revoltas contra autoridades coloniais. A grande distância existente entre a região
mineira e os portos contribuía para encarecer relativamente os artigos importados.
Uns poucos decênios foram o suficiente para que se desarticulasse toda a economia da mineração, decaindo
os núcleos urbanos e dispersando-se grande parte de seus elementos numa economia de subsistência,
espalhados por uma vasta região em que eram difíceis as comunicações e isolando-se os pequenos grupos
uns dos outros.
O aumento da produção da borracha baseada no extrativismo amplia a área ocupada, gerando a necessidade
de novos núcleos urbanos, e os já existentes são revigorados. Esse processo intensifica as relações entre os
núcleos de povoamento resultantes da circulação mais intensa de mercadorias que circulavam pela densa
rede fluvial amazônica. A consequente concentração de poder político refletiu no investimento nas cidades
de Manaus e Belém, tanto por parte do Estado como de capitais privados, em obras de melhoramentos
urbanos.
Graças aos capitais advindos dessa cultura, foram implantadas empresas, indústrias, ferrovias, telégrafo,
enfim os grandes centros estavam se transformando no que são hoje. A cultura do café ocupou vales e
montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo
o interior do estado de São Paulo, sul de Minas Gerais e norte do Paraná.
Ferrovias foram construídas para permitir o escoamento da produção, substituindo o transporte animal e
impulsionando o comércio inter-regional de outras importantes mercadorias. O café trouxe grandes
contingentes de imigrantes, consolidou a expansão da classe média, a diversificação de investimentos e até
mesmo intensificou movimentos culturais.

Urbano-Industrial (Meio Técnico-Científico)


Em 1850 com o fim do tráfico negreiro, os capitais que eram aplicados na compra de escravos ficaram
disponíveis e foram aplicados no setor industrial. No mesmo período, a II Revolução Industrial, por meio do
uso da eletricidade e do petróleo, fez com que os produtos fossem fabricados de maneira muito mais rápida
e em enormes quantidades. Dessa forma, não era mais interessante continuar com o regime escravocrata,
22
uma vez que as nações que participaram da II RI, especialmente a Inglaterra, precisavam vender os seus
produtos, isto é, como o escravo não recebe salário seria mais rentável utilizar mão de obra assalariada
porque esses trabalhadores iriam começar a consumir os fabricos.
No Brasil, inicialmente, os imigrantes vieram para trabalhar na lavoura, especialmente de café. Porém, ao
longo do tempo, eles começaram a fundar indústrias, uma vez que trouxeram o conhecimento fabril da
Europa. Assim, portugueses, italianos, alemães etc. contribuíram com a industrialização e com a organização
de um mercado de trabalho assalariado, consequentemente com a urbanização.
Após a II Guerra Mundial, a substituição de importações fez com que a produção interna aumentasse. Assim,
o consumo interno de bens manufaturados foi maximizado. Ademais, o Estado investiu em infraestrutura de
energia e de transporte para implantar fábricas. Logo, a eletricidade e as vias de acesso contribuem com a
fundação de cidades ou a expansão delas. Além disso, as rodovias permitiram a instalação de indústrias
automotivas.
A construção e expansão das estradas de rodagem e a criação de um moderno sistema de telecomunicações
possibilitaram maior fluidez no território, além de permitir a unificação do mercado em escala nacional. Com
os avanços nos transportes e nas comunicações ocorre a diversificação da produção industrial, acelerando a
urbanização e modernizando o campo.
A atividade industrial concentra-se na Região Sudeste, sobretudo no estado de São Paulo, cuja capital se
tornou o maior centro fabril do país. Cresce o consumo de bens materiais e imateriais, como educação,
saúde, transformando as funções urbanas. Entretanto, a partir da década de 1970, a Região Metropolitana
de São Paulo começou a apresentar uma relativa desconcentração industrial por causa do elevado preço do
terreno, imóvel e aluguel, dificuldade em ampliar as fábricas, dificuldade em escoar a produção, alto custo
do sistema de transporte e existência de incentivos fiscais em outras cidades.

Figura 10 – Brasil: porcentagem da população rural e urbana ao longo do tempo

23
Urbano-Mundial (Meio Técnico-Científico-Informacional)
Globalização, informação e finanças passam a distinguir os lugares segundo a sua presença ou escassez.
Agravam- se as diferenças regionais e aumenta a importância da região concentrada com a hegemonia
paulista, mas ocorre ainda a ocupação das áreas periféricas com produção modernas.
Persistem os velhos e graves problemas brasileiros: Sociais, Econômicos e Políticos produzidos e
reproduzidos na organização espacial. Cada centro urbano passa a fazer parte de várias redes onde
desempenham múltiplos papéis em grande parte associados as grandes corporações organizadas sob a
forma de redes. Então, a urbanização ocorre devido a implantação de multinacionais no território.
Essa fase agravou a macrocefalia urbana, haja vista que a urbanização atraiu enormes contingentes
populacionais (êxodo rural e migrações regionais). A indústria não foi capaz de absorver toda essa mão de
obra excedente, ocorrendo o empobrecimento e queda da qualidade de vida de grande parte da população
nas grandes cidades - inchaço das periferias urbanas.
Com base no que foi exposto, a urbanização depende do nível de centralidade que uma região pode oferecer.
No Sudeste, a população urbana ultrapassou a rural já na década de 1950, uma vez que a industrialização
era e ainda é a mais desenvolvida.
No Centro-Oeste, a urbanização foi impulsionada pela fundação de Brasília, construção de modais
(especialmente rodovias e ferrovias) e ocupação do espaço rural por grandes empresas nacionais e
internacionais. Desde o fim da década de 1960 já era a segunda região mais urbanizada do país.
A Região Sul teve uma urbanização mais lenta até o início da década de 1970, pois os imigrantes davam
preferência para a policultura e uma vida mais rural. Todavia, com o tempo, a mecanização dominou essas
áreas.
No Nordeste, a urbanização foi relativamente lenta. A baixa capitalização e produtividade do setor agrícola
limitou a repulsão da população rural, enquanto o insuficiente desenvolvimento do mercado regional
reduziu a atração exercida pelas cidades. Vale lembrar que o êxodo rural nordestino ocorreu para SP, RJ e
MG.
No Norte, a elevada participação da população urbana, até o fim da década de 1960, refletia a reduzida
população total da região, bastante concentradas nas cidades de Belém e Manaus. Esse quadro tem sido
alterado pela agropecuária na Amazônia.

Figura 11 – Brasil: porcentagem da população que vive em área urbana em 2015


24
Figura 12 – Brasil: população urbana nos estados

Nessa Figura 12, o estado do Amapá chama a atenção devido ao elevado número de pessoas que moram na
zona urbana. No caso, isso pode ser explicado pelo fato de o número populacional ser muito baixo, cerca de
700 mil habitantes, e pelo fato de mais de 50% dessa população morar na capital (Macapá).

5 - AGROPECUÁRIA
Os sistemas de produção agrícola estão inclusos em uma tipologia que é baseada em escala geográfica. O
bioma é o espaço físico que os sistemas agrícolas estão inseridos, mas não representa um conjunto de
sistemas agrícolas. Os biomas são um conjunto de vida, vegetal e animal, possível de serem identificados em
escala regional, por compartilharem condições climáticas e diversidade biológica própria. As características
dos biomas influenciam diretamente na composição dos sistemas agrícolas.
O sistema agrícola é a forma ou modelo de produção agropecuária praticado em determinada propriedade
rural, depende de capital, terra e trabalho. Esse modelo permitirá a construção de arranjos produtivos. Os
sistemas agrícolas podem ser tradicionais, caracterizados pela utilização de técnicas mais simples, com baixo
nível de exploração da terra e pouca produtividade. A utilização de minifúndios (propriedades de pequena
25
extensão), cultivo de diversos gêneros (policultura) e produção voltada para subsistência são características
importantes desse modelo. Regiões menos desenvolvidos possuem sistemas agrícolas tradicionais como
América Latina, Ásia e África, embora regiões desenvolvidas também façam uso como Portugal, Grécia, Itália
e França. Os sistemas produtivos extensivos são característicos desse modelo.
Já os sistemas agrícolas modernos utilizam tecnologia avançada, tanto nas máquinas como nos insumos
(adubos, fertilizantes, sementes). Além da questão tecnológica, possuem uma infraestrutura diferenciada,
contando com apoio de engenheiros, agrônomos, veterinários e outros profissionais. Ao contrário do sistema
tradicional, o moderno é pautado por latifúndios (propriedades de grande extensão), mecanização, produção
em larga escala. No caso dos sistemas agrícolas modernos, a atuação de grandes empresas do agronegócio
na contratação de funcionários e na gestão de outras relações financeiras. Os sistemas agrícolas modernos
são pautados por uma maior integração entre agricultura e pecuária, formando verdadeiros complexos com
cadeias produtivas robustas. Os sistemas produtivos intensivos são característicos desse modelo.

Agricultura Extensiva Agricultura Intensiva

• Uso de "queimadas" • Uso permanente do solo


• Esgotamento dos solos • Rotação de culturas
• Desmatamento • Uso de fertilizantes químicos
• Rotação de terras • Seleção de sementes
• Produção familiar • Mecanização
• Mão de obra não qualificada • Grande Rendimento
• Mão de obra qualificada

Os sistemas de produção agrícola são baseados num conjunto de sistemas de cultivo, que são as práticas e
manejos ao produto cultivado. Abaixo, serão descritos alguns sistemas de produção:
➢ Agricultura tradicional de subsistência: a principal característica é o minifúndio e a produção
familiar voltada para consumo próprio (subsistência). Os gêneros cultivados geralmente são arroz,
feijão, mandioca, milho e batata e preza-se por pequenas criações como galinhas, porcos, cabras,
vacas e ovelhas. O excedente, ou seja, a parcela da produção não consumida, é vendido nos
mercados locais. As técnicas utilizadas são rudimentares e práticas agrícolas não visam a
conservação ambiental, desse modo, o solo é exposto a processos erosivos e pode, no futuro, ficar
inutilizável;
➢ Agricultura itinerante: também conhecida como roça no Brasil. É uma forma de cultivo muito
comum em áreas ocupadas por matas, savanas e campos naturais. A mão de obra empregada é
familiar e usa técnicas rudimentares, como queima e derrubada da vegetação para plantar. Essas
práticas degradam o solo e comprometem a fertilidade com o passar dos anos e, por isso, o
agricultor abandona a região e busca uma nova área para plantar, daí o nome itinerante;
➢ Plantation: esse sistema foi introduzido pelos europeus e praticado durante a colonização na
América, África e Ásia. O cultivo da cana-de-açúcar empregado pelos portugueses durante a
colonização no litoral brasileiro era feito no sistema de plantation, aliás, era a plantation
escravista. Como herança desse modelo europeu, as plantations são latifúndios monocultores, ou
26
seja, cultivam um único gênero. Geralmente são cultivadas plantas tropicais e a produção tem
objetivo de abastecer o mercado externo. O nível técnico do cultivo é baixo e o emprego é,
geralmente, de mão de obra barata. A plantation, na contemporaneidade, está presente em países
da América Latina, Ásia e África, os gêneros mais cultivados são café, cana-de-açúcar, chá, algodão,
fumo e borracha;
➢ Agricultura Comercial (Patronal): é um sistema comum em países desenvolvidos e pode ser
praticada de forma intensiva ou extensiva. A agricultura comercial intensiva é aplicada em vastas
propriedades de terra, onde é utilizado moderno maquinário agrícola, biotecnologia voltada ao
campo, mão de obra qualificada e diversos tipos de insumos para fortalecer a produção em larga
escala. É um sistema comum em países desenvolvidos. Em países subdesenvolvidos, geralmente
a produção é direcionada ao mercado externo. Já a agricultura comercial extensiva é caracterizada
por técnicas de produção tradicionais e de baixa mecanização, onde a mão de obra humana é
predominante e o investimento financeiro é baixo;
➢ Agricultura Orgânica: a agricultura orgânica dispensa o uso de produtos químicos no cultivo,
usufruindo apenas dos próprios insumos naturais para a produção — ou seja, são dois sistemas
alternativos que priorizam a sustentabilidade na produção de alimentos;

Além desses sistemas de produção agrícola, temos as práticas adotadas:


➢ Rotação de Culturas: a rotação de culturas é uma técnica que consiste em alternar as espécies
vegetais cultivadas para um efeito positivo no solo. Uma questão importante é que para a rotação
de culturas funcionar, as espécies alternadas devem possuir sistemas radiculares diferentes. Isso
quer dizer que, ao fazer a alternância de culturas, deve-se escolher cultivar um gênero que tenha
uma raiz diferente do anterior. As leguminosas são ideais para esse processo, pois a raiz dessa
espécie contém bactérias fixadoras de nitrogênio e, quando plantadas, elas aumentam o nível de
nitrogênio do solo e fazem uma adubação natural do solo, repondo nutrientes;
➢ Agricultura em curva de nível: nessa técnica, a semeadura é feita sobre as linhas que ligam pontos
de mesma altimetria. Estabelece-se, assim, fileiras de plantas que permitem que a água escorra
mais lentamente, o que preserva o solo;
➢ Afolhamento: o terreno é dividido em três partes. Enquanto duas partes são cultivadas, a terceira
permanece em repouso (por um ou dois anos) para que as partes retiradas com as sucessivas
colheitas sejam recuperadas;
➢ Coivara: é uma técnica rudimentar que consiste em atirar fogo nos galhos para fazer com que as
cinzas sirvam de adubo, utilizada por indígenas, caiçaras e comunidades quilombolas. Importante!
As queimadas são prejudiciais para a vegetação, mas as cinzas dos galhos e folhas podem nutrir o
solo;
➢ Pousio Agrícola: essa é uma técnica que consiste em repousar a terra, durante a entressafra o
solo descansa para recompor os nutrientes que perdeu. É uma prática que respeita as condições
naturais e impede o desgaste do solo;
➢ Sequeiro: é uma forma de cultivo que realiza o plantio durante o período de chuvas, é arriscado
pois podem ocorrer fases de estiagem durante o desenvolvimento da safra e comprometer a
qualidade. Essa técnica é empregada em locais de baixa pluviosidade;

27
➢ Plantio Direto: é o plantio no solo não revolvido, ou seja, não utiliza-se as etapas convencionais
de arar o solo. O benefício dessa técnica é a baixa degradação do solo e o rendimento das culturas,
pois como o solo não é “preparado” como é feito no plantio convencional, cobre-se o solo por
plantas em desenvolvimento e resíduos vegetais e essa cobertura gera uma proteção extra;
➢ Plantio Convencional: o plantio convencional utiliza técnicas tradicionais de preparo do solo como
remoção da vegetação nativa, aração, gradagem, semeadura, adubação mineral, capinas e
controle fitossanitário (aplicação de defensivos agrícolas) para, somente depois, efetuar o plantio.
A agropecuária é uma atividade econômica fundamental no nosso país, uma vez que fornece alimento para
o mercado interno e externo, distribui matéria-prima para as indústrias alimentícias, de couro, têxtil,
combustíveis etc., além das fábricas, a agricultura e a pecuária se relacionam com outros setores da
economia, gera emprego, entre outros benefícios. Nos últimos 20 anos a produção de alimentos no nosso
país foi triplicada.
Apesar desse quadro otimista, muito ainda precisa ser feito, pois, estimativas apontam que em 2050 a
produção de alimentos no mundo terá que sair dos 2 bilhões de toneladas para 3 bilhões de toneladas de
grãos e de 200 milhões de toneladas de carne para 470 milhões de toneladas. Para tanto, o Brasil possui
algumas metas, quais sejam: ficar livre da febre aftosa, reduzir os efeitos da estiagem, buscar recursos para
irrigação e energia no campo, elevar a produção do etanol, conservar melhor o solo etc. Resumindo, cada
tipo de clima, solo e relevo favorece uma dada cultura.
Considerando que o nosso país está predominantemente na faixa intertropical, as condições climáticas,
geomorfológicas e pedológicas favorecem o cultivo de culturas tropicais, como o café, a cana-de-açúcar,
cacau etc. Além disso, no Sul do Brasil as médias térmicas são mais baixas o que possibilita o plantio de
culturas temperadas, como o trigo, a aveia e o centeio.
Como mencionado no parágrafo anterior, o clima e solo favorece certos tipos de cultura, possibilitando maior
produção (quantidade total) e produtividade (quantidade por área), consequentemente mais lucrativas,
essas são conhecidas como culturas especializadas. Entre os exemplos, podemos citar a juta (nativa do
Sudeste Asiático), a malva (originária da Amazônia) e o Sisal (também chamado de agave, proveniente do
México), a partir dessas culturas se extrai fibras para fabricar sacarias, tecidos grossos, tapetes, cordas, entre
outros. Além dessas, o dendê (nativo da África) também merece ser destacado, uma vez o óleo é utilizado
na culinária e na indústria de cosméticos. Todas essas culturas especializadas se adaptaram muito bem à
fisiografia brasileira.

28
Figura 13 – Culturas Especializadas

O Brasil possui grandes culturas comerciais conhecidas como “estrelas do agronegócio”. Elas apresentam
elevadíssima produtividade, haja vista que utilizam técnicas intensivas, tais como: OGMs, fertilizantes,
adubos químicos, agrotóxicos, maquinários, agricultura de precisão, imagens de satélites, consultoria por
engenheiro agrônomo, florestal e/ou ambiental etc. Dessa maneira, nosso país se destaca na produção de
soja, cana-de-açúcar, café e laranja, algodão, milho e feijão.
A soja representa 49% da área plantada em grãos no país. O grão é componente essencial na fabricação de
rações animais e com uso crescente na alimentação humana. Complexo da soja, diz respeito ao grão, óleo e
farelo de soja. Além disso a cultura é uma alternativa para fabricação de biodiesel. É cultivada especialmente
no Centro-Oeste e Sul.
O Brasil é responsável pela metade da produção do açúcar consumido no mundo. Proibição do plantio da
cana-de-açúcar na Amazônia e no Pantanal, em tese. Cultivada essencialmente no estado de São Paulo.
Nosso país é o maior exportador e o segundo maior consumidor de café no mundo. A variedade climática,
altimétrica e dos tipos de solo geram uma diversificação nas espécies, entre elas, arábica e robusta. Assim,
15 estados produzem café.
A laranja é utilizada para fabricar suco, óleos essenciais, líquidos aromáticos e o bagaço para alimentação
animal. Cultivada essencialmente no estado de São Paulo. Em 2019, o Brasil se tornou o segundo maior

29
exportador de algodão no mundo, superou a Índia, mas é superado pelos EUA. Cultivado no Centro-Oeste,
Bahia, Maranhão e Minas Gerais.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, os principais destinos são as indústrias de rações para
animais. Nosso país é o maior produtor mundial de feijão, aproximadamente 3,5 milhões de toneladas por
ano. O milho e o feijão são mais cultivados no Centro-Sul. Apesar de não ser considerado uma “estrela do
agronegócio”, o arroz merece ser destacado devido ao seu enorme consumo, em média, cada família
brasileira consome 25 kg por ano. Somente o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 60% da produção
nacional. Considerando a enorme demanda, o Brasil precisa importar da Ásia.
Apesar desses destaques, há um enorme problema a ser solucionado, a logística. Infelizmente, nosso país é
majoritariamente rodoviário, fazendo uso de treminhões (caminhão que puxa várias caçambas) para
transportar cana-de-açúcar, por exemplo. Esse tipo de modal gera muitos desperdícios ao longo do trajeto e
encarece demais o preço do produto por causa da manutenção do veículo, combustível e pedágio. Para
resolver essa situação, hidrovias e ferrovias deveriam ser construídas e/ou mais utilizadas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é responsável pela gestão das políticas
públicas de estímulo à agropecuária, pelo fomento do agronegócio e pela regulação e normatização de
serviços vinculados ao setor.
O Código Florestal Brasileiro estabelece que, na ocupação agropecuária da Amazônia, o agricultor e o
pecuarista têm de preservar ou manter 80% da floresta. No entanto, segundo levantamentos realizados por
satélites artificiais, existem municípios no Pará, como Brasil Novo e Santana do Araguaia, que já perderam
entre 60% e 80% de sua cobertura florestal nativa. Outros, em Mato Grosso, como São Félix do Araguaia e
Confresa, já tiveram desmatados cerca de 60%. Tal situação é grave, pois acarreta desequilíbrios ecológicos,
destruição de ecossistemas e alterações climáticas.
Além da Amazônia, o Cerrado também é muito desmatado para dar lugar à agropecuária, a derrubada a
partir do Sul em direção ao Centro-Oeste e Norte ficou designada como “expansão da fronteira agrícola”.
O Programa Agricultura de Baixo Carbono, criado em 2010 pelo Governo Federal, dá incentivos e recursos
para os produtores rurais adotarem técnicas agrícolas sustentáveis. Tudo para mitigar e reduzir a emissão
dos gases de efeito estufa – gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. A ideia é que a produção agrícola e
pecuária garanta mais renda ao produtor, mais alimentos para a população e aumente a proteção ao meio
ambiente.
Promover qualidade de vida com proteção ao meio ambiente, este é o objetivo da produção orgânica vegetal
e animal. Sua principal característica é não utilizar agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas
que agridam o meio ambiente. Para ser considerado orgânico, o processo produtivo contempla o uso
responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e
culturais. O Brasil já ocupa posição de destaque na produção mundial de orgânicos.
A criação e a reprodução de animais antecederam a agricultura. O homem buscava, na verdade em algumas
regiões ainda busca, pastos para alimentar o seu rebanho. Ao longo do tempo, a humanidade começou a
ocupar diversos espaços para dar lugar a uma plantação ou implantação de cidade, assim, ficava cada vez
mais difícil criar animais, uma vez que esses necessitam de uma área ampla.
Para superar esse obstáculo, o homem aperfeiçoou técnicas de domesticação. A pecuária intensiva visa
produzir (produzir seria o mesmo que criar) a maior quantidade de animais, no menor tempo e no menor
espaço possível. Os rebanhos ficam confinados (presos) e são alimentados com uma ração rica em nutrientes,
possuem monitoramento por zootecnistas e veterinários. Além disso, usa-se a inseminação artificial, retiram

30
o leite da vaca de forma mecânica, seleção de raças, rastrear os rebanhos por satélites para obter
informações do animal etc.
A pecuária extensiva é muito comum em países continentais, o gado fica solto nos pastos e são criados sem
muita tecnologia, basicamente, eles se alimentam da vegetação rasteira (herbácea). Apesar de ser típico de
países subdesenvolvidos, ela também ocorre em países desenvolvidos, como nas pradarias no Oeste dos
Estados Unidos, por exemplo.
Existe ainda a pecuária semiextensiva, durante os meses chuvosos, o rebanho é mantido nos pastos, na
época da seca, o gado é recolhido e alimentado com ração e silagem (capim, milho, feno ou farelo de soja
são alimentos consumidos por animais que serão abatidos).
Os principais animais criados em nível mundial são os bovinos (bois e vacas), os suínos (porcos), os caprinos
(bodes e cabras), os ovinos (ovelhas) e as aves (frango, peru, pato, codorna etc.). Vale ressaltar que gado (ou
plantel) significa um conjunto de animais que foi criado pelo homem e não sinônimo de bovino. Tanto é que
existe a expressão gado de corte (animais que são abatidos, pois suas carnes serão comercializadas) e gado
leiteiro (produção de leite).
Cuidado! Não confunda extrativismo com pecuária. Por exemplo: se eu criar peixes em um tanque para
vender, estou praticando pecuária. Porém, se eu fizer uma pesca em alto-mar, estou praticando extrativismo.
Assim como, plantar e cortar é agricultura. Todavia, apenas cortar é extrativismo.

Poluição pela Agropecuária


Os fertilizantes (adubos químicos) e os agrotóxicos (fungicida, pesticida, herbicida etc.) são transportados
pelo vento, pelas chuvas e pelos sistemas de irrigação, contaminando o solo, as águas superficiais e
subterrâneas. Os medicamentos que são injetados nos animais também podem contribuir com a poluição.
Uma vez poluído, o solo se empobrece, obrigando o agricultor a utilizar mais fertilizantes, gerando um ciclo
vicioso. Ademais, o meio ambiente se torna mais vulnerável à proliferação de pragas, exigindo maior uso de
agrotóxicos.
A modernização da agropecuária, graças à Revolução Verde (como vimos na Aula 09), provocou um impacto
ambiental negativo sem precedentes no meio rural. Além disso, aumentou a poluição industrial, em
decorrência da expansão da fabricação de insumos. Segundo a Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.

6 - QUESTÃO AGRÁRIA
No Brasil, a estrutura fundiária é altamente concentradora. Pouca gente tem muita terra, muitos têm pouca
terra e uma massa enorme de trabalhadores rurais não tem terra. Essa concentração é histórica.
As capitanias hereditárias (153-1549) deram origem ao latifúndio e, consequentemente, à desigualdade
social. Desde o início da colonização, o espaço agrário brasileiro foi transformado para atender ao mercado
internacional. A implantação da cana-de-açúcar no Nordeste implicou a doação de sesmarias (terras para
exploração, desde o século XVI até 1822). Nessa época, os poucos trabalhadores livres estavam vinculados
aos engenhos. Surgiram também os posseiros, pessoas que se apossavam das terras que não foram dadas
31
pela Coroa Portuguesa, sendo considerada ilegal, mas foi nesse contexto (entre 1822-1850) que se
propagaram os minifúndios devido à ausência de regulamentação de terras.
Em 1850 foi estabelecida a Lei de Terras, que constituía a compra como única forma de acesso à terra. Quem
já estava nela, recebia o título de proprietário, no entanto, deveria residir e produzir no solo em que se
encontrava. Essa medida favoreceu especialmente os barões do café que estavam interessados em
desenvolver a plantation e concentrar o poder político em suas mãos.
No início do século XX, a economia brasileira era majoritariamente agroexportadora com uma estrutura
fundiária ainda altamente concentradora, isso gerou manifestações, revoltas e pressões de trabalhadores
rurais. Com a Revolução de 1930, a oligarquia rural ficou enfraquecida, gerando movimentos sociais no
campo e lutas políticas dos trabalhadores rurais.
Nos anos 1930, o açúcar passou por desvalorização no mercado externo, obrigando os proprietários a
desdobrar (forar) suas terras e viver de sua renda. Após a II Guerra Mundial, o preço do açúcar subiu, fazendo
com que os donos de engenho se modernizassem, transformando os engenhos em usinas. Para os usineiros
aumentarem a produção, eles expulsaram muitos foreiros (enfiteutas), gerando diversos conflitos. Alguns
foreiros recorreram à Justiça e em 1950, eles criaram as Ligas Camponesas.
As reformas de base do governo João Goulart (1961-1964) incluíam a reforma agrária. Sua orientação política
contrariava os interesses dos grandes proprietários rurais, dos banqueiros, dos industriais e dos grandes
comerciantes, pois nesse tempo os três últimos grupos já tinham se transformado em donos de terras.
O Estatuto da Terra de 1964, considera Reforma Agrária, o conjunto de medidas que visem a promover
melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos
princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.
Na Constituição Federal de 1988, há um artigo que estabelece a realização da reforma agrária em terras não
produtivas, mas não define o que é uma terra improdutiva. Em 1993, o Congresso aprovou uma lei onde em
uma área, ao menos 80% deve ser agricultável, salvo em caso pecuarista. Não atendendo torna-se passível
de reforma agrária. Porém, é uma questão pouco fiscalizada.
Os trabalhadores rurais são classificados da seguinte forma:
➢ Pequenos proprietários: agricultura familiar com poucos empregados, atendem às necessidades
da própria família e abastece um pequeno mercado local;
➢ Ocupantes ou posseiros: apossam e se instalam, de forma ilegal, em terras desocupadas,
praticando uma agricultura de subsistência;
➢ Parceiros: são trabalhadores rurais que trabalham em terras de terceiros, com quem dividem a
produção. Quando a divisão é de 50% são chamados de meeiros;
➢ Arrendatários: são trabalhadores rurais que pagam aluguel pelo uso da terra;
➢ Assalariados: há os permanentes e os temporários;
➢ Grileiro: falsificador de escritura.

As Resistências no Campo
Com o Estatuto do Trabalhador Rural (ETR), os camponeses conquistaram uma legislação trabalhista
semelhante aos direitos daqueles que moravam na zona urbana, como salário mínimo, férias, remuneradas,
décimo terceiro salário etc. Foi criado também o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) que
tinha como finalidade prestar serviços na área médico-hospitalar, aposentadoria, pensão etc.

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No entanto, muitos proprietários rurais não queriam arcar com os encargos, assim, demitiram seus
camponeses, o que fez surgir os trabalhadores temporários (boia-fria). Esse trabalhador é agenciado por um
intermediário (gato), fazendo com que o proprietário fique desobrigado dos encargos sociais.
Durante a Ditadura Militar, houve um retrocesso na questão agrária, uma vez que as ligas camponesas eram
consideradas uma ameaça à ordem política e social, sendo proibidas de existir. Fazer referência à reforma
agrária era “coisa de comunista”. O Governo Militar estava interessado em expandir o capitalismo no campo
e expandir a fronteira agrícola em direção à Amazônia. O final do Regime Militar foi marcado pelo enorme
número de assassinatos no campo.

Figura 14 – Assassinatos de Trabalhadores Rurais entre 1964 e 2012


Fonte: INCRA

Em 1985, o Governo Sarney lançou o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA) que tinha como meta
assentar, no prazo de 15 anos, 7 milhões de trabalhadores sem-terra. Porém, apenas 83 mil famílias foram
assentadas no final do mandato (1989). Esse fracasso favoreceu os grandes latifundiários que criaram a União
Democrática Ruralista (UDR), a fim de impedir a reforma agrária por meio de acordos entre políticos do
Congresso Nacional. A UDR financiou a campanha de muitos candidatos que eram contra a reforma agrária.
A partir da década de 1990, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) começou a
crescer e lutar pela reforma agrária. O MST está presente em todos os estados da Federação e tem se
mobilizado de forma contínua para atingir seus objetivos. Além disso, eles representam o inconformismo no
que diz respeito à concentração de terras, ao conservadorismo, ao autoritarismo, à miséria que milhões de
brasileiros passam e à indiferença histórica das elites para com os menos favorecidos.

Figura 15 – Distribuição Regional dos Assentamentos Rurais de 1964 a 2010


Fonte: INCRA
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7 - POPULAÇÃO
Composição Étnica
A cor dos brasileiros é levada em consideração nos censos demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), porque brancos, negros, pardos, amarelos, indígenas etc. estão inseridos
de forma diferente na sociedade, especialmente quando analisamos as condições socioeconômicas.

Figura 16 – População segundo a cor, em 2010

Figura 17 – Porcentagem da população do Brasil por cor, em 2015


Fonte: IBGE
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Normalmente, o termo pardo é usado como sinônimo de mestiço. Como por exemplo: os cafuzos
(miscigenação entre negro e indígena), caboclo ou mameluco (branco e indígena) e mulato (branco e negro).
No final da escravidão, os mestiços representavam a maioria da sociedade brasileira. Essa miscigenação
ocorreu devido à falta de mulheres brancas ao longo do período colonial.
Estima-se que 2 milhões de índios viviam no nosso país antes da chegada dos portugueses. No censo de
2010, cerca de 800 mil pessoas se declararam indígenas. Dos 50 milhões de emigrantes europeus, em torno
de 10% vieram para o Brasil, mas eram trabalhadores livres em uma sociedade escravocrata.
O regime escravocrata perpetuou conforme os ciclos econômicos da cana-de-açúcar, do algodão, do ouro e
do café. Porém, alguns escravos fugiam para os quilombos, o mais famoso deles era o Quilombo dos
Palmares, localizado no estado das Alagoas. Até hoje, os descendentes dos quilombolas lutam pelas terras
herdadas, conhecidas como “terras de pretos”. A Constituição de 1988 reconheceu o direito à propriedade
definitiva das terras que ocupam. Existem cerca de 3,5 mil comunidades espalhadas pelo Brasil.
Os escravos foram substituídos pelos europeus e asiáticos para “clarear/branquear” o Brasil, uma vez que
nada impedia que esses escravos continuassem trabalhando, mas agora recebendo salário. Entre os
imigrantes, podemos citar os portugueses, italianos, alemães, eslavos, japoneses, sírios e libaneses, eles se
concentraram especialmente no Sul e no Sudeste do nosso país.
Fatores que contribuíram para a entrada de imigrantes: Revolução Industrial, extensão territorial do Brasil,
escassez de mão de obra branca, suspensão do tráfico negreiro e abolição da escravatura, doação de terras
aos imigrantes. Fatores desfavoráveis: falta de política de estímulo a imigração, Crise de 1929 e clima
tropical, não foi à toa que muitos ficaram no Sul do Brasil.

Figura 18 – Concentração de imigrantes na Região Sul


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Histórico da População
Podemos dividir em 3 fases:
➢ Primeira Fase (1872-1940): os filhos eram utilizados como mão de obra no campo, assim explica-
se a elevada taxa de natalidade, entretanto a taxa de mortalidade também era elevada, uma vez
que as condições médica, sanitárias e hospitalares eram precárias;
➢ Segunda Fase (1941-1980): o país tornou-se urbano-industrial, logo, a cidade oferece melhores
condições de vida por meio da rede de água e esgoto, coleta de lixo, hospitais, vacinas etc. Além
disso, o Governo estimulou a natalidade através do salário-família, auxílio maternidade e do
programa de nutrição a gestante. Futuramente, essas crianças servirão como mão de obra;
➢ Terceira Fase (1981-Atual): redução da natalidade, pois os filhos geram muitos gastos e a mulher
está mais ativa no mercado de trabalho. Também, o Governo precisou controlar o crescimento
através da distribuição de preservativos, anticoncepcionais, esterilização e vasectomia.

Distribuição Regional da População


➢ Sudeste: é a mais populosa (população absoluta) e povoada (população relativa ou densidade
demográfica) do país. Isso deve-se ao desenvolvimento econômico que gerou um polo de atração
populacional;
➢ Nordeste: em relação a população absoluta fica atrás da Região Sudeste. Marcada pelo grande
índice de emigração para a Região Sudeste e Norte;
➢ Sul: é a terceira Região em população absoluta. Maciça entrada de imigrantes europeus. É a
segunda mais povoada do país, por causa da menor área territorial;
➢ Norte: apesar da enorme área territorial, tal Região é pouco populosa e povoada, uma vez que a
Geografia Física dificulta a ocupação e a economia ligada ao extrativismo dispensa muitos
trabalhadores. No entanto, recentemente, possui rápido crescimento populacional por conta das
hidrelétricas, atividade agropecuária e minerais;
➢ Centro-Oeste: menos populosa do país. A pecuária extensiva (gado fica solto no pasto) de bovinos
e a mecanização não exigem um contingente de mão de obra significativo. Ademais o clima muito
quente e seco pode ser considerado um fator de repulsão.

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Figura 19 – Desindade demográfica do Brasil, em 2017
Fonte: IBGE

Com base no mapa, fica claro que o litoral, por questões históricas e aproveitamento do mar, assim como
em qualquer lugar do mundo, é a área mais ocupada. Ademais, o Centro-Sul, devido à economia cafeeira
passando pela industrial e hoje de serviços, gerou uma área de atração.

Estrutura da População
No censo de 1980, pela primeira vez no Brasil, a população jovem caiu abaixo da metade. Após 30 anos
reduziu para 38%. Tal dado, deve-se aos métodos anticoncepcionais, preservativos e elevado custo para
morar na cidade. A cidade possui atrativos, fazendo com que a natalidade caia. Assim o Governo deveria se
preocupar com a população adulta e idosa, desde o emprego até a aposentadoria.
Na verdade, essas mudanças vêm ocorrendo no nosso país por meio das mudanças em relação a área da
saúde privada. Na área de lazer, empresas especializadas em turismo para idosos. Na educação e cultura,
cursos voltados para a terceira idade. Avanços na medicina geriátrica, entre outros. Como o padrão de vida
37
da população brasileira mudou muito nos últimos anos, alguns optam por desaposentar, isto é, voltar a
trabalhar para poder receber mais na aposentadoria.
No que tange à pirâmide etária brasileira, ela está caminhando para uma pirâmide mais uniforme, ou seja, o
formato de triangular está se transformando em um formato retangular, em outras palavras, população bem
distribuída nas diversas faixas etárias.
A População Economicamente Ativa (PEA) considera pessoas com 10 anos ou mais que podem servir como
força de trabalho. No entanto, o Ministério do Trabalho permite registro em carteira, como menor aprendiz,
a partir dos 14 anos.
Apesar de o IDH brasileiro ser considerado elevado, a desigualdade social ainda é muito alta. Entre outros
problemas, podemos destacar o trabalho infantil, o trabalho escravo, índice de criminalidade muito elevado,
as mulheres recebem salários mais baixos que os homens etc.

Figura 20 – Crescimento Vegetativo do Brasil, entre 1950 e 2020


Fonte: IBGE

Figura 21 – À esquerda, pirâmide etária brasileira em 1970. À direita, pirâmide etária brasileira em 2010.
38
Figura 22 – População brasileira em extrema pobreza, em 2010

Migrações no Brasil
A migração no Brasil, explica-se pelos ciclos econômicos e a economia, uma vez que o trabalho atrai a
população. Nos séculos XVI e XVII, no Nordeste, graças à cana-de-açúcar, foi uma área de polarização. No
caso, recebia os escravos para trabalharem nos engenhos.
No século XVIII, em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, o ciclo do ouro atraia a população de São Paulo e do
Nordeste em busca de riquezas. Ainda nesse século, houve um surto do algodão no Maranhão.
No século XIX em São Paulo, o café atraiu a população brasileira e a população estrangeira. No mesmo século,
na Amazônia, a borracha foi responsável pelo deslocamento da população, principalmente do Nordeste.
Em 1930 e 1940 em São Paulo, o algodão atraiu populações de Minas Gerais e Bahia. No Governo de Juscelino
Kubitschek, a construção de Brasília fez com que a população, especialmente do Nordeste fosse para o centro

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do país. Na Ditadura Militar, devido às grandes obras hidrelétricas, rodoviárias e siderúrgicas, as pessoas
foram atraídas de diversas partes do país.
Em 1970, a população do Nordeste, essencialmente da cidade de São Paulo, retorna para suas cidades de
origem. Também, a população direciona-se para as cidades médias, isso se explica por conta da
desconcentração industrial.

Figura 23 – Número de imigrantes que estão no Brasil e seus respectivos países de origem

Brasileiros no Exterior
Segundo o Ministério das Relações Exteriores mais de 3,5 milhões de brasileiros trabalham no exterior e 1 a
cada 3 encontram-se de forma irregular. Os principais destinos dos brasileiros são Estados Unidos, Europa
(Portugal, Espanha e Itália) e Japão. E atualmente, Canadá.
Aproximadamente 850 mil brasileiros vivem nos EUA (maior concentração de brasileiros fora do Brasil) e
alguns possuem o Green Card, documento que permite viver, trabalhar, entrar e sair quando julgar
necessário. No Japão, os brasileiros se submetem a trabalhos sujo, pesado e perigoso.
Algumas economias dos países desenvolvidos encontram-se retraídas, assim os governos procuram barrar
os estrangeiros, do contrário a concorrência de emprego aumentará. A Inglaterra tem dificultado a entrada
de estudantes.
Basicamente, há 3 categorias de brasileiros: os que estudam e aproveitam a boa oferta de trabalho, os de
baixa qualificação e os criminosos, principalmente em rede de prostituição e de tráfico de drogas.

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8 - REGIONALIZAÇÃO
Regionalizar significa dividir em regiões conforme os aspectos naturais (clima, vegetação, relevo, hidrografia
etc.) ou humanos (política, economia, religião, cultura etc.). Isso é feito para visualizar as semelhanças e as
diferenças entre os lugares e auxiliar no planejamento municipal, estadual, entre outros.

Macrorregiões
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1940, propôs a primeira regionalização
(agrupamento dos estados) de acordo com os aspectos naturais (fisiografia): Norte, Nordeste, Este (Leste),
Centro e Sul. Em 1970, o IBGE elaborou uma nova divisão que é muito semelhante à atual. Porém, essas
também levam em conta os aspectos humanos, especialmente economia e cultura.

Figura 24 – Mapa da Esquerda – Macrorregiões em 1940 / Mapa da Direita – Macrorregiões em 1970

Nesses mapas existiam territórios, isso significa que o estado não tinha um governador eleito, mas um
representante do poder executivo nomeado pela União. A Constituição Federal de 1988 aboliu os 3 últimos
territórios: Fernando de Noronha, Amapá e Roraima.

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Figura 25 – Macrorregiões Atuais

Complexos Regionais
Na década de 1960, o Geógrafo Pedro Pinchas Geiger elaborou uma regionalização que não respeita o limite
territorial dos estados, pois apenas se preocupa em dividir conforme as condições econômicas e os aspectos
naturais: Centro-Sul, Nordeste e Amazônia.

Figura 26 – Complexos Regionais (Macrorregiões Geoeconômicas)


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“Quatro Brasis”
No final da década de 1970, o Geógrafo Milton Santos elaborou uma regionalização semelhante à do Geiger.
No entanto, essa respeita os limites territoriais e possuí 4 divisões:
➢ Amazônica: depende do setor primário. Ausência de grandes empreendimentos econômicos,
com exceção da Zona Franca de Manaus (complexo agropecuário, comercial e industrial que
oferece isenção de impostos);
➢ Nordeste: economia estagnada pela falta de desenvolvimento tecnológico. As regiões
litorâneas apresentam uma situação um pouco melhor;
➢ Centro-Oeste: a agropecuária moderna impulsionou a economia, mas é subordinada ao
interesse das empresas nacionais e internacionais da Região Concentrada;
➢ Região Concentrada: todos os setores da economia são bastante significativos. Densa rede
de transporte e comunicação. Maior concentração populacional. A cidade de São Paulo possui
uma influência global.

Figura 27 – Quatro Brasis


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9 - EXERCÍCIOS
01. Um dos grandes marcos divisórios na História foi a revolução industrial que marcou a inserção de
máquinas na produção, mas tal processo não se deu uniformemente, por exemplo, a industrialização
brasileira apresenta muitas disparidades e paridades ao processo europeu. Quanto a isso, assinale a
alternativa correta
(A) A industrialização brasileira se deu através da substituição de importações, assim como na Inglaterra. Em
tal processo, o setor secundário passa a produzir em território nacional, com a importação limitada.
(B) Se comparada à industrialização na Europa ocidental, o Brasil teve um processo tardio que tem grande
relação com o caráter de colônia e, posterior, dependência econômica da Inglaterra.
(C) Com o auge da globalização, a relação com o processo de colonização tem pouca influência na
configuração econômica que o Brasil adquiriu, por isso as indústrias brasileiras encontram dificuldade para
competir com as europeias.
(D) A industrialização brasileira tem séculos de atraso se comparada à inglesa, entretanto, no continente
europeu a ascensão industrial se deu de maneira muito rápida, diferente do que aconteceu no Brasil.
(E) Assim como no Brasil, o “renascimento” urbano europeu antecedeu o processo de industrialização,
criando uma tendência de criação de cidades para a chegada de indústrias.

02. Uma das classificações econômicas mais usadas é a de setores, onde a transformação de matéria-prima
e a construção civil são chamadas de secundárias, já que a ponta do processo é a extração da natureza –
setor primário.
Sobre a relação entre esses setores assinale a alternativa correta:
(A) As relações econômicas que o Brasil passou a adotar no cenário mundial levaram à uma maior segregação
entre a indústria e, principalmente, o setor agrícola graças ao aumento na exportação de comodities.
(B) A relação de trabalho estabelecida em grandes indústrias que chegaram no Brasil logo no início da
industrialização, entre as décadas de 1930 e 1949, fez com que o campo perdesse sua mão-de-obra,
obrigando sua industrialização.
(C) O setor primário tem grande participação na economia brasileira dos últimos anos principalmente pela
grande exportação, por isso as indústrias/cidades se tornaram subordinadas à agropecuária.
(D) Com a crise de 1929, a estrutura econômica brasileira sofreu um forte golpe. Dentro desse cenário, o
governo de Getúlio Vargas direcionou o Brasil para uma industrialização pautada na substituição de
importações sob a infraestrutura estabelecida com a economia cafeeira.
(E) As raízes históricas criadas pelo processo e colonização propiciaram à indústria maior representatividade
no setor político brasileiro, dificultando maior acesso às terras e possíveis descentralizações, por isso, o setor
primário sempre esteve distante de controlar o poder político.

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03. Observe a tabela a seguir
Sudeste
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Indústrias de transformação 204360 207748 199140 194361 187016 181496
Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas 2017.
Assinale a alternativa que traz uma das possíveis justificativas para os números apresentados na tabela
(A) O aumento das tempestades de verão está afastando investimentos de toda a região sudeste pois as
terras disponíveis para indústria, segundo o planejamento urbano, ficam às margens de rios canalizados.
(B) Após a crise de 2008, as indústrias têm encontrado dificuldade para se estabelecer na região Sudeste pois
essa é a região com menor contingente de mão-de-obra qualificada e redes rodoviárias.
(C) Com a valorização das terras em muitos polos da região e uma guerra fiscal intensa, o processo de
descentralização industrial pode ser uma da justificativas para tal queda.
(D) A redução do poderio da região sudeste, que deixa de ser um dos centros econômicos do país, no cenário
nacional tem refletido a falência de muitas multinacionais.
(E) A produção industrial tem batido recordes nos últimos anos e isso pode ser percebido na tabela. Com
incentivos estatais, a indústria brasileira fechou o ano de 2019 com a maior crescimento da década.

04. A Constituição de 1988 traz a soberania como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, o
que garante ao Estado decisões em seu território e o respeito à sua independência no cenário internacional.
Pensando as ações estatais no processo de industrialização no Brasil, assinale a alternativa correta.
(A) Uma das grandes características da industrialização durante a Era Vargas foi a nulidade do Estado perante
o avanço das multinacionais estadunidense que ganhavam mais espaço no cenário mundial após a 1ª Guerra
Mundial.
(B) Idealizada durante o Governo de Castello Branco, a SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste) teve por objetivo diminuir as desigualdades entre o Nordeste e o Sudeste após o fortalecimento
do processo de industrialização.
(C) O economista Celso Furtado esteve à frente da elaboração de um órgão que buscava o desenvolvimento
econômico com viés sustentável em uma das maiores florestas do mundo, tal iniciativa representou maiores
influências do Estado na economia durante o governo de Vargas.
(D) Com um processo direcionado pelo Estado, a industrialização brasileira passou a ser concentrada na
região Sudeste, entretanto, a partir da iniciativa privada outras áreas passaram a ser exploradas, como é o
caso da Zona Franca de Manaus que foi estruturada por indústrias de bens de produção.
(E) Com o objetivo de desenvolver a Amazônia Legal, através da SUDAM (Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia) o Estado, sob o governo militar, criou incentivos fiscais e financeiros para
atrair investimentos privados.

05. O processo de industrialização no Brasil sofreu variações de acordo com o projeto de governo
estabelecido. Quanto a isso, considere as afirmações a seguir:

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I. A proposta de industrialização durante a década de 1930 contava com forte participação do Estado nas
decisões e privilegiava a indústria de base.
II. O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek reflete uma época onde a crença na industrialização como
garantiria a modernidade e, consequentemente, o desenvolvimento do país era pulsante, mas o “50 em 5”
também trouxe muitos problemas de ordem econômica e social.
III. Com o objetivo de controlar os efeitos de uma crise de superprodução, a indústria na década de 1990
sofre adaptações para atender às ondas de privatizações características do modelo neoliberal.
Assinale a alternativa correta:
(A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) Apenas a afirmativa I está correta
(D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(E) Apenas a afirmativa III está correta

06. Observe:

Com base no mapa e no processo de industrialização no Brasil, assinale a alternativa correta

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(A) A concentração de indústrias na região sudeste está relacionada a infraestrutura deixada pela produção
sucroalcooleira que ainda se faz presente no oeste paulista.
(B) A ausência de polos industriais na Bahia faz com que a demanda local seja direcionada a outros estados
ou dependa do setor terciário concentrado em Salvador, que tem grande influência política e econômica
desde o período colonial.
(C) O polo industrial de Barcarena, no Pará, é muito importante para o setor de mineração nacional, pois ali
é feita a industrialização, beneficiamento de alumínio e cabos de transmissão de eletricidade, por exemplo.
(D) A ascensão do polo industrial de Abreu e Lima nos 2000 fez com que a produção em Pernambuco atingisse
números históricos fazendo tal polo superar o potencial típico de Cubatão em 2019. Tal façanha está
diretamente relacionada a ações do Estado.
(E) Analisando o mapa disposto é possível afirmar que Manaus concentra o único polo industrial da região
Norte brasileira, mais uma das evidências de concentração da produção na região sudeste e sul do país.

07. A produção industrial depende de vários fatores para atingir maior produtividade, dentre esses fatores
destaca-se o sistema de transporte. Sobre a interação indústria/transporte, assinale a alternativa correta
(A) A década de 1950 marca a ascensão de incentivos governamentais para a construção de ferrovias entre
São Paulo e o Rio de Janeiro, que já naquele momento despontavam como centros de intensa produção
industrial.
(B) Buscando uma maior industrialização na região Norte do país, durante os governos militares (em especial
na gestão de Médici) foi finalizada a BR-230, também chamada de Transamazônica. Entretanto, tal região
segue sem expressão nacional na produção industrial.
(C) Um dos incentivos estatais para a instalação de indústrias automobilísticas no estado de São Paulo foram
as grandes obras de rodovias que anularam por completo o uso de ferrovias para o transporte de carga no
Brasil.
(D) A infraestrutura gerada pela economia cafeeira foi base para a instalação de indústrias no Sudeste,
entretanto, dentro de uma política pautada na entrada de multinacionais (em especial as automobilísticas),
as rodovias se tornaram as principais vias para escoar a produção no território nacional.
(E) O Brasil apresenta diferentes realidades econômicas, políticas e culturais graças à sua grande extensão
territorial, isso reflete diretamente nos meios de transportes utilizados pelas indústrias. Como por exemplo
no Norte há fortes incentivos ao uso de hidrovias, bem como nos planaltos paulistas as ferrovias são
fundamentais e superam as rodovias.

08. O processo de transformação de matéria-prima pode ser visto e classificado de diferentes formas, como
por exemplo, através dos produtos. Quanto à tipologia industrial e a produção no território brasileiro,
assinale a alternativa correta
(A) Com o avanço tecnológico, atualmente as indústrias de ponta se encontram espalhadas por todo o
território brasileiro.
(B) O processo de descentralização industrial é uma realidade no Brasil, com isso as indústrias, bem como os
centros de decisão, estão se afastando da cidade de São Paulo.

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(C) As indústrias petroquímicas concentram-se próximos/no litoral brasileiro, como por exemplo em Abreu
e Lima e Camaçari. Tal constância faz com que no interior do Brasil as refinarias sejam ausentes.
(D) Municípios como Campinas (SP) e São José dos Campos (SP) são considerados tecnopolos brasileiros
graças à disposição de centros de pesquisas e desenvolvimento de alta tecnologia e empresas, facilitando
progresso de ambos.
(E) A ausência de polos tecnológicos no Nordeste faz com que tal região não consiga desenvolver indústria
de ponta como acontece no Sudestes, mais especificamente em São Paulo.

09. O processo de industrialização está diretamente relacionado ao espaço urbano, entretanto não se
restringe a ele. Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta fatos sobre a relação entre a
industrialização e o espaço rural brasileiro.
(A) O uso de máquinas no campo ficou conhecido como revolução verde e foi logo após tal revolução que o
Brasil deixou o mapa da fome.
(B) O processo de industrialização possibilitou um aumento na produção até mesmo no campo brasileiro,
entretanto muitas barreiras legais impedem que a quarta revolução industrial aconteça no espaço rural do
Brasil.
(C) A industrialização, desde o seu início, criou um centro de atração de infraestrutura e de pessoas no por
todo o território brasileiro fazendo com que movimentos migratórios como o êxodo rural se tornasse uma
realidade por todo o país.
(D) As primeiras indústrias que se instalaram no Brasil foram as montadoras, que encontrada na gestão de
JK um espaço político favorável, já que ele se opunha às produções típicas do campo brasileiro.
(E) Com a industrialização, o Brasil intensificou seu processo de urbanização, fazendo com que os centros de
decisões passassem do espaço rural para as cidades. Atualmente, boa parte da produção agrária segue
direcionamentos dados pelo espaço urbano.

10. A produção industrial no Brasil ainda é muito concentrada na região Sudeste, mesmo com um processo
recente de descentralização. Dentro da lógica de concentração e desconcentração industrial brasileira, o
ABCD paulista tem grande participação na transformação de matéria-prima, então assinale a alternativa
correta sobre tal região
(A) Mesmo fazendo parte da Região Metropolitana de São Paulo, o ABCD paulista tem dinâmica própria, e,
muito disso se deve à indústria automobilística. Tal região recebeu diversas montadoras como a Ford,
General Motors e Volkswagen.
(B) Uma das maiores controvérsias sociais estabelecidas no ABCD paulista é a ausência de organizações
trabalhistas mesmo com o avanço industrial ali estabelecido, diferente de outros polos espalhados pelo
mundo.
(C) Um dos maiores desafios enfrentados pelas indústrias que se estabeleceram no ABCD paulista é a
infraestrutura para chegada de matéria-prima e escoamento da produção, pois a rodovia Presidente Dutra
(BR-116) já se encontra sobrecarregada por ser a única que corta tal região.
(D) Com o aumento dos custos para a instalação na capital paulista, o ABCD tem sido privilegiado com a
desconcentração principalmente de empresas ligadas à alta tecnologia e de caráter financeiro. Assim, sede
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de multinacionais e centros de decisões encontram-se em tal região, principalmente em Santo André e
Campinas.
(E) Por pertencer à Região Metropolitana de São Paulo, todas as demandas de produção da capital são
direcionadas ao ABCD paulista, logo a indústria local não apresenta nenhuma identidade evidente.

11. O processo de integração entre os espaços se tornou ainda mais evito após a década de 1990 quando os
fluxos de comunicação e de pessoas se intensificaram, mas tal integração fica ainda mais evidente em
ambientes urbanos.
Sobre Regiões metropolitanas, assinale a alternativa correta
(A) Regiões metropolitanas são reflexo de uma urbanização intensificada, por isso existem apenas no sudeste
do país, consolidada como a região pioneira na industrialização
(B) As regiões metropolitanas no nordeste do Brasil limitam-se apenas à interação com a capital de cada um
dos estados.
(C) Região metropolitana é um centro de atração de investimentos e de pessoas, por isso tem como
característica fundamental a influência sobre outras cidades.
(D) Comparando as regiões metropolitanas no Brasil, a RM de São Paulo é aquela que apresenta melhor
indicadores econômicos (PIB) e sociais (IDH).
(E) Regiões metropolitanas são entendidas como agrupamentos de municípios limítrofes e são criadas
através de lei complementar estadual, segundo a Constituição Federal de 1988.

12. Com o processo de crescimento urbano horizontal a integração entre municípios se torna mais evidente
e tem a Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) como um dos resultados possíveis. Sobre a RIDE e a
realidade brasileira, assinale a alternativa correta
(A) O conceito de RIDE está associado ao nível de integração que os municípios têm entre si, logo pode ser
considerada um estágio anterior à integração total que é estabelecida em uma região metropolitana.
(B) A interação entre Petrolina e Juazeiro é dada em termos econômicos, demográficos e até mesmo
políticos, formando uma RIDE, uma vez que aquele pertence à Pernambuco e esse à Bahia.
(C) Mesmo com o desenvolvimento econômico latente no Distrito Federal, esse é impossibilitado, por lei, de
se integrar a outros municípios no seu entorno por ser administrado pela União e não por outros entes.
(D) Campinas é um dos tecnopolos brasileiros, logo a interação com municípios vizinhos se tornou uma
constante na realidade do lugar, que por exemplo, já conta com transporte interurbano para mais de 20
cidades diferentes, possibilitando a elevação de RIDE à Região Metropolitana.
(E) O Vale no Paraíba está localizado em uma região estratégica e propícia à integração: entre as Regiões
Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por isso, somado ao litoral Norte de São Paulo se caracterizada
com uma RIDE.

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13. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
(Constituição Federal de 1988)
A urbanização no Brasil seguiu a lógica da industrialização sob a mentalidade de que esses seriam processos
capazes de garantir a modernização do país, e, para tanto, se deram de forma acelerada, gerando vários
impactos.
Sobre a urbanização acelerada e os direitos elencados no artigo 6°, assinale a alternativa correta
(A) Um dos processos decorrentes da urbanização acelerada é a gentrificação, pois com a falta de
planejamento a população passa a se estabelecer em prédios abandonados.
(B) Um dos efeitos diretos da urbanização acelerada é a favelização, que é determinado de acordo com o
encarecimento do custo de vida em uma região, o que obrigada a população mais favorecida a ocupar áreas
com melhor infraestrutura, e consequentemente, com maiores problemas de segurança.
(C) A questão da saúde nas cidades não tem relação com o processo de urbanização, mas sim com políticas
públicas destinadas a esse setor que é considerado um direito social elencado no artigo 6° da Constituição
Federal de 1988.
(D) A constituição elenca o direito à moradia, entretanto, com a urbanização acelerada esse se torna limitado
em grandes centros urbanos, onde a população em situação de rua é mais presente, bem como habitações
que geram condições subumanas.
(E) O direito ao trabalho integrado aos meios de transporte é uma das determinações fundamentais para a
garantia de dignidade da pessoa e da melhoria da produção industrial, por isso a urbanização de forma
acelerada é positiva ao garantir melhor infraestrutura e um tempo menor.

14. Com o aprimoramento de técnicas a indústria aumentou a sua produção e, consequentemente, a


interferência no meio ambiente também se intensificou, alterando a paisagem nas cidades. Sobre as
alterações potencializadas pela industrialização/urbanização, assinale a alternativa correta
(A) As ilhas de calor podem ser consideradas consequências da urbanização, principalmente com o processo
de verticalização promovido pelo contingente populacional que as cidades atraem.
(B) Todas as chuvas são ácidas, entretanto, graças à forte relação que o campo e a cidade vêm criando, em
ambientes urbanos o pH da chuva tem se aproximado da acidez típica do espaço rural.
(C) Graças à relação com o processo de industrialização, as cidades se tornaram centros tecnológicos onde a
dissipação de informação se dá de maneira mais eficiente, prevenindo problemas ambientais, que tendem a
se concentrar em áreas mais afastadas e rurais.
(D) A inversão térmica é um problema ambiental criado pelo processo de urbanização mais acelerado, que
potencializou a variação de temperatura em grandes cidades, sendo inexistente em ambientes rurais.
(E) O efeito estufa tem origem antrópica e passou a existir logo que a urbanização assumiu um caráter
distante do planejamento, principalmente em países periféricos onde tal processo se deu de forma mais
acelerada.

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15. Para efeitos econômicos a interação entre os espaços é fundamental por garantir a redução de gastos e
otimizações logísticas que aumentam o lucro possível. Pensando nisso, assinale a alternativa que elenque de
forma correta a relação campo/cidade no contexto brasileiro.
(A) Com as melhorias na infraestrutura de transporte o êxodo rural tende a ser ainda maior no Brasil, graças
aos custos de vida típicos de cidades.
(B) Um dos pontos que mais une o campo e a cidade é a produção de alimentos, que, no caso de metrópoles
costuma acontecer nos ditos cinturões verdes.
(C) A agroindústria, por atrair para as cidades as produções agrárias, é uma das maneiras de produzir que
deve ser superada para aumentar a relação entre o rural e o urbano.
(D) Uma das limitações à maior interação entre o campo e a cidade é a discrepância no uso de tecnologia.
(E) O turismo rural é uma proposta de maior integração entre o campo e a cidade que há muitos anos está
presa à teoria por incentivar o êxodo rural.

16. A principal causa para a urbanização no Brasil foi o processo de industrialização que, somado à
concentração de terras, aumentou o fluxo de pessoas em direção à cidade. Entretanto, tal processo também
trouxe consequências, como por exemplo
(A) a verticalização, que a relação econômica entre cidades mais pobres com as cidades mais ricas.
(B) a conurbação, que é o crescimento vertical das cidades.
(C) a hierarquia urbana, onde a capital política do país torna-se uma metrópole global.
(D) o aumento da impermeabilização do solo graças ao uso do asfalto em áreas que se tornam urbanas.
(E) problemas ambientais como a lixiviação diretamente associada ao processo de verticalização e ilhas de
calor.

17. Milton Santos é considerado por muitos o maior geógrafo brasileiro e seu reconhecimento ultrapassa os
limites nacionais. Um dos conceitos defendidos por ele foi a rugosidade onde a noção de realidade é sempre
acumulada, e nunca dissipada por completo, pensando nisso e na evolução urbana brasileira, assinale a
alternativa correta
(A) Na década de 30 a urbanização brasileira foi consolidada com as propostas de Getúlio Vargas para a
indústria nacional.
(B) Na década de 40, com a ascensão industrial, as primeiras cidades começam a surgir no Brasil.
(C) Na década de 70, marca o aumento da participação do Estado na economia e consequentemente a
ascensão dos projetos de saneamento básico a nível nacional.
(D) A década de 60 marca a transição da população para um perfil urbano, que vai além da mudança de
residência do campo para a cidade.
(E) A década de 90, após a década perdida, apresentou um primeiro período de queda da população urbana
em relação à rural, que seria superado nos anos 2000.

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18. Existe uma diferença básica entre município e cidade, sendo o primeiro conceito associado à divisão
administrativa e o segundo aos aparatos urbanísticos. Entretanto, a cidade não é apenas uma construção de
concreto, ela é feita e refeita por agentes sobre os quais, na realidade brasileira, é possível afirmar
(A) No cenário atual o Estado é o principal agente na construção da cidade, pois todos os fixos e fluxos
derivam exclusivamente de suas necessidades.
(B) As imobiliárias são fundamentais na construção de uma cidade mais democrática, pois é através dela é
que condomínios sociais são estabelecidos.
(C) A ao de movimento sociais em grandes centros urbanos brasileiros, onde a interação e intimidade são
menores, é uma das causas dos problemas socioeconômicos urbanos.
(D) As decisões que envolvem latifúndios não interferem na dinâmica urbana no Brasil, uma vez que essas
grandes extensões de terra se encontram no espaço rural.
(E) As decisões tomadas por grandes indústrias no Brasil influenciam de forma proporcional a construção do
espaço urbano tanto em termos demográficos quanto de infraestrutura.

19. O processo de urbanização no Brasil, ao acompanhar a industrialização que acontecera tardiamente, se


deu de forma acelerada, logo o planejamento urbano não foi prioridade na maior parte dos municípios. Sobre
tal assunto é possível afirmar que
(A) Por ser uma cidade planejada, Brasília não apresenta, hoje, os mesmos problemas urbanos que a maior
parte dos municípios brasileiros
(B) Palmas, no Tocantins, é uma das cidades planejadas brasileiras, entretanto, com um dos maiores
crescimentos demográficos na primeira década do século XXI já apresenta alguns problemas derivados de
tal inchaço.
(C) Por ter surgido e crescido de forma espontânea e sem nenhum tipo de planejamento, Belo Horizonte
apresenta vários problemas decorrentes de uma urbanização acelerada, como o deslizamento de encostas
habitadas por famílias de baixa renda.
(D) A urbanização acelerada pode potencializar problemas socioambientais, mas nunca os criar, por exemplo
as ilhas de calor são potencializadas pela verticalização, que é um fenômeno típico decorrente do inchaço
das cidades.
(E) A segregação socioespacial é um fenômeno exclusivo de cidades que passaram por um processo de
urbanização acelerado, logo se torna mais intenso em países periféricos.

20. O avanço tecnológico é a base para à máxima “o tempo anula o espaço”, ou seja, passa-se a gastar menos
tempo para interagir com lugares de longe, e, termos urbanísticos a integração entre cidades se dá através
da infraestrutura criada, onde
(A) a migração pendular tende a diminuir.
(B) as metrópoles diminuem a sua influência sobre as cidades que a cercam.
(C) as megalópoles, cidades com maior influência sobre as que a cercam, tendem a se multiplicar
(D) o transporte integrado deixa de se fazer necessário

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(E) a conurbação tende a aumentar.

21. Por apresentar uma grande extensão territorial, e equidistância, o Brasil apresenta múltiplas paisagens
naturais ou não, nesse contexto e pensando nos espaços agrícolas brasileiros, é possível afirmar que
(A) na Amazônia predomina a agricultura de subsistência com forte influência indígena impedindo o avanço
da monocultura de grãos.
(B) a ausência de atividades agropecuárias – intensiva e/ou extensiva - no Semiárido e no Pantanal,
transformou tais regiões em dependentes do setor terciário, principalmente turismo e comércio.
(C) existem algumas ilhas de modernidades agrícola no Nordeste brasileiro, contrastando com a produção
extensiva que é majoritária.
(D) a pecuária intensiva é inexistente do no Brasil, graças às grandes porções de terra disponíveis para o
setor, em oposição à países europeus que se adaptaram à realidade inversa.
(E) um dos maiores problemas, que acarreta aumento dos preços e consequente diminuição nos lucros, é a
falta de ligação entre os campos de produção e os centros industriais.

22. A produção de commodities é a principal responsável pelas exportações do Brasil, logo pode ser
considerada primordial à economia do país. Sobre os complexos agroindustriais brasileiros, assinale a
alternativa correta
(A) A produção de grãos concentra-se na região Centro-Oeste, onde é produzido toda a soja, que tem como
principal destino a exportação, seja em grãos, farelo ou óleo.
(B) A produção de trigo tem perdido força no Norte do Paraná e na Campanha gaúcha após a expansão da
fronteira agrícola do Centro-Oeste em direção ao Sul do país.
(C) Apesar de uma produção modesta no cenário mundial, o café brasileiro está em ascensão, e, se durante
o início da república concentrava-se em São Paulo, hoje é mais forte no centro-sul mineiro.
(D) Entre São Paulo (oeste paulista) e o sul do Triângulo Mineiro, há a maior produção de laranja do país,
denominado cinturão citrícola comercial, sendo a produção concentrada em grandes citricultores, como as
empresas processadoras de sucos cítricos
(E) A produção sucroalcooleira foi fundamental para o processo de colonização no Brasil, se instalando no
litoral no nordestino, no solo de massapê, e na capitania de São Vicente (atual São Paulo), entretanto, a
competição com a Índia reduziu a importância de tal comodity na produção brasileira.

23. Historicamente a pecuária foi fundamental para a manutenção e propagação da colonização no Brasil,
estabelecendo-se, de maneira estratégica nos entornos dos centros de produção agrícola. Sobre tal atividade
econômica no Brasil atual, assinale a alternativa correta
(A) O Brasil vem se consolidando com um dos principais exportadores de carne do mundo, e, nesse contexto
a pecuária de corte no país se concentra na região Centro-Oeste, onde a logística de alimentação do rebanho
é facilitada pela, também, concentração da soja.

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(B) Graças a processos históricos, que se entrelaçam às medidas políticas e econômicas, a porção central do
Brasil passou a concentrar os rebanhos bovinos, principalmente nos arredores da produção agrícola, com
isso o Centro-Oeste é hoje a maior bacia leiteira do país.
(C) A cultura caipira muitas vezes se entrelaça com os hábitos boiadeiros, como fica nítido em músicas
sertanejas e em atrações como rodeios, entretanto, com o avanço industrial em São Paulo, tais culturas se
desgastaram com o fim da pecuária de corte no estado.
(D) Apesar da tradição gaúcha que envolve o churrasco e o chimarrão, a pecuária de corte se tornou
inexistente no Rio Grande do Sul, onde o clima frio e as serras se tornaram mais atrativas para outras
atividades.
(E) A suinocultura e a produção de aves são fundamentais para a economia brasileira, e, podemos afirmar
que a produção da carne suína se dá, especialmente, no Sul do país (em Santa Catarina e no Paraná),
enquanto a avicultura se estende por todo o Centro-Oeste.

24. “O fenômeno humano é dinâmico, e uma das formas de revelação desse dinamismo está, exatamente,
na transformação qualitativa e quantitativa do espaço habitado.”
(SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e Mitológicos da Geografia.
São Paulo: EdUSP. 6ed. 2014, p.42)

Sobre o dinamismo decorrente da Revolução Verde no espaço rural brasileiro, assinale a alternativa correta
(A) Com a entrada das máquinas na produção rural, o agronegócio brasileiro ampliou sua capacidade de
produção intensificando, principalmente, a produção de alimentos no país, entretanto, a fome ainda é uma
realidade brasileira.
(B) A cotonicultura brasileira apresentou crescimento nos últimos anos graças às tecnologias aplicadas por
produtores egressos da soja, e, nesse contexto podemos destacar o estado de Goiás, com o algodão
herbáceo e o arbóreo.
(C) A transgenia é uma realidade mundial, entretanto, com os atrasos tecnológicos decorrentes de uma
colonização de exploração, o Brasil ainda não faz uso de tais métodos para a produção agrária.
(D) Apesar da contaminação do solo ser uma realidade intensificada pelo uso dos fertilizantes e agrotóxicos
a disposição geográfica dos aquíferos brasileiros reduz os riscos de contaminação ds águas subterrâneas.
(E) Os aprimoramentos tecnológicos não impediram o avanço do desmatamento no Brasil, e, é nesse
contexto que a silvicultura passa a se destacar no Centro-Oeste e no Sudeste, garantindo o reflorestamento.

25. A agropecuária brasileira não é centrada apenas em um produto, apesar do nítido destaque da soja entre
os produtos exportados pelo Brasil, por todo território há outras produções que também merecem destaque
como é o caso
(A) da caprinocultura no Nordeste
(B) do feijão no Sul do país
(C) da maçã em Goiás

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(D) da cana-de-açúcar no litoral de São Paulo
(E) da pecuária leiteira no Centro-Oeste

26. A produção de soja se tornou muito importante no cenário mundial, e, com isso a sua expansão pelo
território brasileiro atendeu às demandas do mercado atingindo o oeste baiano. Sobre tal realidade, assinale
a alternativa correta
(A) Diferente do solo predominante no Centro-Oeste, no oeste baiano a soja encontrou um cenário
naturalmente favorável à para produção agrícola, e, tornando a Bahia o segundo maior produtor de tal
comodity entre os estados brasileiros.
(B) A sojicultura no oeste baiano está relacionada à expansão da fronteira agrícola potencializada pela
revolução verde da década de 1970, incentivada pelos Governo Militares através de isenções e construção
de infraestrutura.
(C) Seguindo o perfil inicialmente no Centro-Oeste, a soja baiana se estabelece em latifúndios e através da
monocultura, sendo voltada para a exportação. Tal configuração acarreta consequências sociais como a
potencialização do êxodo rural
(D) Dentre os impactos ambientais decorrente desse processo podemos citar a contaminação de cursos
hídricos, entretanto, a necessidade de correção do pH solo no Centro-Oeste, faz dessa prática agrícola menos
danosa na Bahia.
(E) O uso de herbicidas e pesticidas diminuíram a necessidade do desmatamento para o cultivo de soja a
partir do avanço da fronteira agrícola em toda à margem da sojicultura, sendo o oeste baiano o maior
exemplo disso.

27. Em seus estudos, Milton Santos alertou que o território é dotado de técnicas, mas ao mesmo tempo,
de pessoas, logo, todas as transformações no espaço, impactam vidas.
Sobre a influência do agronegócio no cotidiano, assinale alternativa correta
(A) Historicamente, a produção agrária através do modelo típico do agronegócio brasileiro diminuiu o êxodo
rural, uma vez que as condições de vida no campo passaram a ser mais atraente com a chegada de novas
tecnologia.
(B) A produção agrária brasileira é toda concentrada na monocultura e no latifúndio, o que por um lado
garante a independência alimentar brasileira, mas por outro condiciona à concentração de terras.
(C) Com os avanços tecnológicos, o agronegócio potencializou a produção de grãos, por exemplo a soja em
grãos, farelo e óleo; o que em uma escala possibilitou o aumento do consumo de carne.
(D) A evolução pela qual o agronegócio passou ajudou principalmente na produção de alimentos no Brasil,
fazendo com que o Brasil se tornasse uma potência mundial nesse ramo, entretanto, isso não foi o suficiente
para sanar o problema da fome no país.
(E) A evolução no cenário econômico, fez com que latifundiários também começassem a ter representação
política a partir do século XXI, sendo atualmente conhecido como a “bancada do boi”, no Congresso Federal.

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28. A soja tem origem na China, onde se tornou a base alimentar há mais de 5 mil anos para boa parte da
população, sendo considerada um dos cinco grãos sagrados. Sobre a soja e o Brasil é possível afirmar que
(A) Atualmente a balança comercial entre Brasil e China, no que tange produtos primários, é desfavorável ao
país americano, uma vez que o crescimento asiático tem sufocado as vendas de boa parte do mundo.
(B) O clima predominante no norte do Paraná foi fundamental para que a soja, um cultivo temporário e
adaptado ao calor, fosse substituída pelo café um cultivo permanente, típico de planaltos.
(C) A implementação da soja no Brasil foi uma alternativa ao trigo, que era cultivado no inverno e a soja no
verão sulista. Tal situação restringiu o avanço da avicultura e suinocultura, uma vez que o lucro advindo da
soja é maior.
(D) Pensando o cenário internacional, a exportação da soja brasileira se beneficia do caráter temporário de
tal cultura e das estações inversas entre o hemisfério sul e o hemisfério norte que condiciona a safra
brasileira no momento de entressafra estadunidense.
(E) A década de 30, com o início da industrialização no Brasil, possibilitou a expansão da soja para o Centro-
Oeste. Para que tal feito se tornasse possível, foi indispensável as adaptações feitas pela EMBRAPA.

29. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criada em 1973 é vinculada ao Ministério da
Agricultura e possibilitou muitas modificações na produção brasileira, sobre essa realidade, assinale a
alternativa correta
(A) A calagem do solo foi uma das grandes ações realizadas no Brasil para que a produção de grãos pudesse
expandir para o Centro-Oeste, mas não foi realizada pela EMBRAPA graças à limitação tecnologia a qual ela
se subestimava na época de sua criação.
(B) A soja se consolidou, inicialmente, no Sul do país, mas com o aumento da demanda no cenário mundial,
os estudos realizados pela EMBRAPA levaram à tropicalização da soja, permitindo que tal grão se adaptasse
ao clima do Centro-Oeste brasileiro.
(C) A produção agrária está presente em todo o território brasileiro, entretanto, as ações da EMBRAPA
acontecem apenas no centro-sul brasileiro, onde há laboratórios. Sendo assim, o Nordeste e, principalmente,
a região Norte ainda não são focos de pesquisa.
(D) Muitas adaptações e melhorias desenvolvidas pela EMBRAPA garantiram ao agronegócio brasileiro
maiores lucros, entretanto, a maior crítica feita à tal instituição é limitar-se à tal grupo, enquanto a
agricultura familiar não é amparada por tecnologia.
(E) Após a década de 1990, com a entrada maciça de multinacionais no Brasil, inclusive em ramos que
favorecem o agronegócio, como é o caso de empresas de fertilizantes, as ações da EMBRAPA foram
destinadas apenas à agricultura familiar.

30. “Principal produto exportado pelo país, a soja, que teve exportações históricas de 83,8 milhões de
toneladas em 2018, reduziu os embarques para 77,9 milhões de toneladas em 2019, segundo dados da Secex,
que apontaram vendas externas de 3,4 milhões de toneladas em dezembro.”
(Por Reuters 02/01/2020 - G1. Disponível em
<https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/01/02/exportacao-de-milho-do-brasil-tem-
recorde-em-2019-soja-registra-queda.ghtml>. Acessado em 31/03/2020)
56
Sobre a produção de soja no Brasil, é possível afirmar que
(A) ela é realizada por empresas nacionais, uma vez que a legislação brasileira impede o acesso à terra para
estrangeiros, logos os latifúndios, os armazéns e o transporte para o exterior ainda são controlados de dentro
do território.
(B) um dos maiores desafios para cultivos como o da soja é o controle de pragas, uma vez que a monocultura
potencializa tal problema, por isso o uso de componentes químicos é mais intenso levando a outros
problemas como a contaminação de recursos hídricos.
(C) o principal mercado para tal comodity é a China, que diferente dos Estados Unidos ainda não exerce
influência direta na produção, armazenagem e escoamento, limitando-se a controlar o transporte marinho
até o país.
(D) a ausência de pequenos produtores e/ou cooperativas fazem dos grãos cultivo do agronegócio, uma vez
que o lucro se dá pela produção em larga escala, logo, sob o regime da monocultura e em grandes extensões
de terra.
(E) a industrialização pulsante no território nacional tem dificultando a produção de tal comodity, uma vez
que a mão de obra mais qualificada segue para os grandes centros urbanos, bem como os investimentos
estatais.

31. A dinâmica econômica influencia diretamente os perfis demográficos de um país e no contexto brasileiro
levou à uma concentração populacional nas proximidades do litoral. Mas além da distribuição, a estrutura
também sofre impactos e quanto a isso podemos afirmar que
(A) a taxa de natalidade é condicionada por aspectos econômicos, logos áreas mais urbanizadas e que que
concentram riquezas apresentam um maior número de filhos por família. Como por exemplo, o estado de
São Paulo, com a maior concentração populacional do país.
(B) quanto maior o investimento em saúde, menores serão as taxas de mortalidade infantil, e sendo somado
à outras dinâmicas, cria-se uma tendência ao envelhecimento da população, mas tal tendência não se
estabelece no Brasil de forma homogênea.
(C) a expectativa de vida é uma variável que está totalmente relacionada às características naturais da região,
logo, estados da região Nordeste do Brasil apresentarão uma média etária mais jovem do que a região
Sudeste, onde há maiores índices pluviométricos.
(D) a disponibilidade de empregos é um dos grandes atrativos para fluxos migratórios, o que em momentos
de crise pode reforçar sentimentos xenofóbicos, com é notado em vários países no mundo, mas inexistente
no Brasil graças às premissas adotadas desde a colonização.
(E) a taxa de fecundidade tem sofrido uma alta, e por isso, as famílias brasileiras têm se tornado mais
“compactas”, ou seja, aquele perfil familiar com mais de dois filhos que fora regra até o século XX tem se
tornado exceção no século XXI.

32. O termo “migrar” é aplicado para várias situações, desde ações na informática até adaptações de aves
aos climas e estações. Entretanto para estudos demográficos e a realidade brasileira, assinale a alternativa
correta

57
(A) Com a ascensão industrial iniciado na década de 1930, o deslocamento da população do Nordeste para
o Sudeste se tornou mais intenso, bem como o êxodo rural dentro da própria região.
(B) Com o aumento de produção da soja na década de 1950, muitas pessoas migraram em direção à Região
Sul, com a primeira grande expansão da fronteira agrícola causada pela sojicultura.
(C) Durante a década de 1970, a Zona da Mata Nordestina começou a receber muitas pessoas que
regressavam de Manaus graças à decadência econômica iniciada em meados da década de 1960.
(D) A partir da década de 1980, a região Sul se tornou menos atrativa para as indústrias, graças aos incentivos
fiscais que tornaram o Sudeste, desde então, em uma região com concentração industrial e populacional.
(E) Com o movimento de privatizações típicos da década de 1990, a região Sudeste volta a atrair fluxos
migratórios de todas as demais regiões, principalmente do Nordeste - realidade essa que se estende até os
dias atuais.

33. Observe o gráfico a seguir:

Fonte: IBGE
Com base em seus conhecimentos e nos dados apresentados, assinale as afirmações a seguir
I. A luta pela demarcação de terras por parte dos indígenas é descreditada pelas determinações elencadas
na Constituição de 1988 que garantem a liberdade cultural dessa parcela da população.
II. Segundo o IBGE, as regiões que se concentram os pretos e pardos no Brasil são, respectivamente, Nordeste
e Sudeste.
III. O clima foi o único diferencial que levou à concentração de migrantes europeus na região Sul do país, o
que reflete diretamente na população local.
Assinale a alternativa correta:
(A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) Apenas a afirmativa I está correta
(D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(E) Apenas a afirmativa II está correta

58
34. Observe o mapa a seguir:

Fonte: IBGE

Com base nos seus conhecimentos sobre a demografia brasileira e a realidade exposta no mapa, assinale a
alternativa correta
(A) Apesar das grandes obras de infraestrutura que tinham por objetivo interligar o país, toda a região
distante do litoral apresenta baixa densidade demográfica.
(B) A infraestrutura de transporte no Brasil é distribuída de forma homogênea pelo território, logo a
concentração dos produtos exportados no litoral atrai também a população.
(C) O processo de urbanização mais intenso nas proximidades do litoral seguiu a lógica industrial, e como tal
setor concentra a maior parte da mão-de-obra no Brasil, também apresenta maior densidade demográfica.
(D) O histórico de colonização e os ciclos econômicos favoreceram a maior concentração da população
próximo ao litoral, o que foi consolidado com a urbanização.
(E) Analisando o mapa em questão nos permite afirmar que o Brasil não é um país populoso, mas sim
povoado, porque mesmo com uma grande população, o território também é muito extenso.

59
35.

Fonte: IBGE

Com base no gráfico e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.


(A) A taxa de natalidade e a de urbanização são inversamente proporcionais: de acordo como que o Brasil
foi se urbanizando, as taxas de natalidade foi sofrendo quedas.
(B) Na década de 1950 o Brasil teve o auge da sua “explosão demográfica”, como é mostrado no gráfico com
o pico da taxa de natalidade.
(C) Analisando tal gráfico é possível afirmar que a transição demográfica no Brasil não seguiu o perfil mundial,
onde há primeiramente uma queda na taxa de mortalidade e depois da natalidade.
(D) A queda de mortalidade no Brasil, como expressa no gráfico, se deu de forma praticamente homogênea
no país, por estar associada às ações federais.
(E) Um dos próximos desafios para a economia no país é a redução da taxa de fecundidade, uma vez que a
mortalidade e a natalidade já foram controladas.

60
36. Observe as pirâmides etárias brasileiras a seguir:

Com base nos gráficos em questão e a evolução da realidade brasileira, assinale a alternativa correta
(A) A urbanização levou à uma diminuição da população brasileira, como pode ser evidenciada pela base
mais estreita em 2010 do que em 1970
(B) Graças à queda dos fluxos migratórios entre o Nordeste e o Sudeste, a maior concentração da população
jovem em 1970 foi substituída pelo perfil de 2010, onde as migrações se tornaram intrarregional.
(C) Uma pirâmide que apresenta uma base mais estreita, com é o caso do Brasil em 2010, se mostra mais
desenvolvido demográfica e economicamente.
(D) O aumento da expectativa de vida do brasileiro reflete diretamente na base da pirâmide etária, que vem
se reduzindo graças à queda da taxa de fecundidade.
(E) O aumento da população idosa é uma das conclusões que podemos chegar ao analisar tais pirâmides,
logo com um topo mais largo em 2010, a pirâmide apresenta um aumento na expectativa de vida.

37. Observe a figura a seguir, onde há a exposição de uma sequência de mapas evidenciando os fluxos
migratórios

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Assinale a alternativa que apresenta a causa para o correspondente fluxo migratório
(A) I: Expansão da fronteira agrícola da soja, que passou a encontrar maior mercado externo e pressões no
Sul com o surgimento do MST.
(B) II: Atração de mão-de-obra para a construção de Brasília e obra-de-infraestrutura com o objetivo de
expandir a economia para o interior o país.
(C) III: Predominante na década de 1930, tal fluxo está relacionado à queda do ciclo da borracha e foi o mais
intenso no Brasil nesse momento.
(D) IV: Avanço da industrialização e intensificação da urbanização, demandando mão-de-obra para os setores
secundário e terciário da economia.
(E) V: Conhecida como migração de retorno, se tornou mais intensa em 1970, após a grande seca que atingiu
toda a região, e, diferente dos demais fluxos não teve interferência do Estado.

38. Há várias maneiras de se classificar a população, como por setor produtivo, gênero e idade. Observe os
gráficos a seguir sobre uma dessas classificações e assinale a alternativa que identifique e justifique de forma
correta os dados apresentados

(A) Nordeste: por ser a primeira região colonizada apresentou mais facilidade para se urbanizar.
(B) Norte: a ausência de ações do Estado na região Norte fez dela a menor urbanizada do país.
(C) Centro-Oeste: a sojicultura impede a chegada de indústrias, e consequentemente, a urbanização.
(D) Sudeste: o processo de industrialização concentrado fez da região a mais urbanizada, mas não foi o
suficiente para apresentar as menores taxa de natalidade bruta.
(E) Sul: configurando-se como a segunda região mais urbanizada do país, também apresenta a segunda
menor taxas de natalidade bruta do país.

62
39. Observe a figura a seguir e assinale a alternativa que explique de forma correta os dados apresentados

(A) Entre os anos 2000 e 2035, acredita-se que a base da pirâmide etária brasileira será menor, assim como
a desigualdade social, por atingir um padrão de desenvolvimento demográfico.
(B) A partir de 2035, o Brasil precisa se preparar para os impactos econômicos negativos que o bônus
demográfico trará, como por exemplo, queda no número de trabalhadores disponíveis no mercado.
(C) A projeção para mulheres é mais animadora, em termos de expectativa de vida, graças à queda na
participação no mercado de trabalho, onde os homens se tornam mais expostos à acidentes.
(D) O processo de envelhecimento da população demandará o fortalecimento de alguns setores, como o da
saúde, a adaptação de espaços públicos e coletivos, bem como um reordenamento econômico quanto à
previdência social.
(E) As taxas de fecundidade e mortalidade, que estão em queda no Brasil, têm feito a população absoluta
diminuir, o que pode se tornar um grande problema para a economia do país, graças à falta de mão-de-obra
e o aumento de aposentados.

40. A estrutura demográfica brasileira sofreu grandes alterações a partir do século XX.
Sobre a transição demográfica no Brasil, assinale a alternativa correta
(A) Com a industrialização, os fluxos demográficos em direção aos centros urbanos foram intensificados,
entretanto, isso não foi o bastante para que houvesse uma queda na taxa de natalidade, que só foi
evidenciada no século XXI.
(B) A globalização potencializou os movimentos migratórios, graças à facilidade de locomoção, e, se
somarmos tal situação à crise na Venezuela, o Brasil viu seu crescimento natural ultrapassar as projeções
realizada pelo IBGE.
(C) A década de 1970 marca a urbanização da população brasileira, logo o perfil etário passa a sofrer
mudanças mais evidentes, graças à queda na taxa de fecundidade e aumento na expectativa de vida.
(D) A queda na taxa de mortalidade sucedeu a baixa no número de filhos por família no Brasil, logo com o
aumento na expectativa de vida e queda na taxa de fecundidade, a população brasileira começou a vivenciar
sua transição demográfica.

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(E) A década de 1930 marca a explosão demográfica brasileira, graças à queda na taxa de mortalidade
derivada do processo de industrialização e urbanização que foram intensificados nesse momento.

10 -GABARITO
01-b / 02-d / 03-c / 04-e / 05-a / 06-c / 07-d / 08-d / 09-e / 10-a / 11-e / 12-b / 13-d / 14-a / 15-b / 16-d / 17-
d / 18-e / 19-c / 20-e / 21-c / 22-d / 23-a / 24-b / 25-a / 26-b / 27-c / 28-d / 29-b / 30-b / 31-b / 32-a / 33-e /
34-d / 35-a / 36-e / 37-d / 38-d / 39-d / 40-c

11 - EXERCÍCIOS COMENTADOS
01. Um dos grandes marcos divisórios na História foi a revolução industrial que marcou a inserção de
máquinas na produção, mas tal processo não se deu uniformemente, por exemplo, a industrialização
brasileira apresenta muitas disparidades e paridades ao processo europeu. Quanto a isso, assinale a
alternativa correta
(A) A industrialização brasileira se deu através da substituição de importações, assim como na Inglaterra. Em
tal processo, o setor secundário passa a produzir em território nacional, com a importação limitada.
(B) Se comparada à industrialização na Europa ocidental, o Brasil teve um processo tardio que tem grande
relação com o caráter de colônia e, posterior, dependência econômica da Inglaterra.
(C) Com o auge da globalização, a relação com o processo de colonização tem pouca influência na
configuração econômica que o Brasil adquiriu, por isso as indústrias brasileiras encontram dificuldade para
competir com as europeias.
(D) A industrialização brasileira tem séculos de atraso se comparada à inglesa, entretanto, no continente
europeu a ascensão industrial se deu de maneira muito rápida, diferente do que aconteceu no Brasil.
(E) Assim como no Brasil, o “renascimento” urbano europeu antecedeu o processo de industrialização,
criando uma tendência de criação de cidades para a chegada de indústrias.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O processo de industrialização começou na Inglaterra, logo não havia como
substituir algo que ainda nem existia em outros países.
Alternativa b. CORRETA. Enquanto colônia o Brasil era proibido de desenvolver suas manufaturas e, mesmo
após a abertura dos portos, com a dependência econômica da Inglaterra a industrialização no Brasil foi
atrasada.
Alternativa c. INCORRETA. O processo de colonização está diretamente relacionado à configuração
econômica que o Brasil tem hoje.

64
Alternativa d. INCORRETA. A industrialização brasileira foi muito mais rápida do que a europeia, que passou
por uma transição entre o artesanato, a manufatura e a maquinofatura permeada pela ascensão do
capitalismo.
Alternativa e. INCORRETA. A tendência no Brasil é oposta: a chegada de indústrias potencializa a urbanização
no local.
Gabarito: b

02. Uma das classificações econômicas mais usadas é a de setores, onde a transformação de matéria-prima
e a construção civil são chamadas de secundárias, já que a ponta do processo é a extração da natureza –
setor primário.
Sobre a relação entre esses setores assinale a alternativa correta:
(A) As relações econômicas que o Brasil passou a adotar no cenário mundial levaram à uma maior segregação
entre a indústria e, principalmente, o setor agrícola graças ao aumento na exportação de comodities.
(B) A relação de trabalho estabelecida em grandes indústrias que chegaram no Brasil logo no início da
industrialização, entre as décadas de 1930 e 1949, fez com que o campo perdesse sua mão-de-obra,
obrigando sua industrialização.
(C) O setor primário tem grande participação na economia brasileira dos últimos anos principalmente pela
grande exportação, por isso as indústrias/cidades se tornaram subordinadas à agropecuária.
(D) Com a crise de 1929, a estrutura econômica brasileira sofreu um forte golpe. Dentro desse cenário, o
governo de Getúlio Vargas direcionou o Brasil para uma industrialização pautada na substituição de
importações sob a infraestrutura estabelecida com a economia cafeeira.
(E) As raízes históricas criadas pelo processo e colonização propiciaram à indústria maior representatividade
no setor político brasileiro, dificultando maior acesso às terras e possíveis descentralizações, por isso, o setor
primário sempre esteve distante de controlar o poder político.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Para potencializar a exportação de produtos agrícolas a industrialização do campo
foi fundamental.
Alternativa b. INCORRETA. A industrialização entre a década de 1930 e 1940 não foi marcada pela entrada
de multinacionais no Brasil. Outro ponto importante: o crescimento do êxodo rural é uma consequência da
chegada de máquinas no campo e não causa.
Alternativa c. INCORRETA. A produção no campo está diretamente ligada às necessidades das indústrias e
das cidades.
Alternativa d. CORRETA. Com a Crise de 1929, o Brasil perdeu poder de compra, e para suprir a dificuldade
de importar produtos industrializados o governo incentivou a indústria de base com grande presença estatal.
Alternativa e. INCORRETA. O setor primário tem grande influência no poder político desde a colonização
(inclusive, nossa República já foi chamada de “Café com Leite” graças à influência de tal setor), por outro
lado, as raízes coloniais dificultaram a instalação de indústrias no Brasil.
Gabarito: d
65
03. Observe a tabela a seguir
Sudeste
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Indústrias de transformação 204360 207748 199140 194361 187016 181496
Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas 2017.
Assinale a alternativa que traz uma das possíveis justificativas para os números apresentados na tabela
(A) O aumento das tempestades de verão está afastando investimentos de toda a região sudeste pois as
terras disponíveis para indústria, segundo o planejamento urbano, ficam às margens de rios canalizados.
(B) Após a crise de 2008, as indústrias têm encontrado dificuldade para se estabelecer na região Sudeste pois
essa é a região com menor contingente de mão-de-obra qualificada e redes rodoviárias.
(C) Com a valorização das terras em muitos polos da região e uma guerra fiscal intensa, o processo de
descentralização industrial pode ser uma da justificativas para tal queda.
(D) A redução do poderio da região sudeste, que deixa de ser um dos centros econômicos do país, no cenário
nacional tem refletido a falência de muitas multinacionais.
(E) A produção industrial tem batido recordes nos últimos anos e isso pode ser percebido na tabela. Com
incentivos estatais, a indústria brasileira fechou o ano de 2019 com a maior crescimento da década.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Não determinação para a implantação de indústrias à margem de rios segundo
planejamento urbano.
Alternativa b. INCORRETA. A malha rodoviária é mais densa na região sudeste.
Alternativa c. CORRETA. O processo de descentralização industrial atinge especialmente a região sudeste,
onde tal produção se concentrou historicamente.
Alternativa d. INCORRETA. Com o aumento dos custos e a guerra fiscal, algumas empresas se retiraram do
sudeste brasileiro.
Alternativa e. INCORRETA. A queda do número de indústria da região Sudeste não está relacionada com o
crescimento da produção industrial brasileiro (que inclusive não é a realidade, a indústria teve queda no ano
levantado na alternativa).
Gabarito: c

04. A Constituição de 1988 traz a soberania como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, o
que garante ao Estado decisões em seu território e o respeito à sua independência no cenário internacional.
Pensando as ações estatais no processo de industrialização no Brasil, assinale a alternativa correta.
(A) Uma das grandes características da industrialização durante a Era Vargas foi a nulidade do Estado perante
o avanço das multinacionais estadunidense que ganhavam mais espaço no cenário mundial após a 1ª Guerra
Mundial.

66
(B) Idealizada durante o Governo de Castello Branco, a SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste) teve por objetivo diminuir as desigualdades entre o Nordeste e o Sudeste após o fortalecimento
do processo de industrialização.
(C) O economista Celso Furtado esteve à frente da elaboração de um órgão que buscava o desenvolvimento
econômico com viés sustentável em uma das maiores florestas do mundo, tal iniciativa representou maiores
influências do Estado na economia durante o governo de Vargas.
(D) Com um processo direcionado pelo Estado, a industrialização brasileira passou a ser concentrada na
região Sudeste, entretanto, a partir da iniciativa privada outras áreas passaram a ser exploradas, como é o
caso da Zona Franca de Manaus que foi estruturada por indústrias de bens de produção.
(E) Com o objetivo de desenvolver a Amazônia Legal, através da SUDAM (Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia) o Estado, sob o governo militar, criou incentivos fiscais e financeiros para
atrair investimentos privados.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. A visão de governo de Vargas estava ligada à forte presença do Estado, tal visão
também pode ser vista no processo de industrialização das décadas de 1930 e 1940.
Alternativa b. INCORRETA. A SUDENE foi idealizada durante o governo de JK, no governo de Castello Branco
a SUDAM foi criada.
Alternativa c. INCORRETA. O órgão que buscava o desenvolvimento na região da Amazônia é a SUDAM, mas
Furtado esteve à frente da SUDENE, nenhuma dessas superintendências foram desenvolvidas durante o
governo de Vargas.
Alternativa d. INCORRETA. A Zona Franca de Manaus foi criada através de uma iniciativa estatal de redução
de imposto. Outro detalhe: os bens de produção não são o foco das indústrias em tal Zona.
Alternativa e. CORRETA. Durante o governo de Castello Branco, a SUDAM foi criada com objetivo de
desenvolver a Amazônia Legal.
Gabarito: e

05. O processo de industrialização no Brasil sofreu variações de acordo com o projeto de governo
estabelecido. Quanto a isso, considere as afirmações a seguir:
I. A proposta de industrialização durante a década de 1930 contava com forte participação do Estado nas
decisões e privilegiava a indústria de base.
II. O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek reflete uma época onde a crença na industrialização como
garantiria a modernidade e, consequentemente, o desenvolvimento do país era pulsante, mas o “50 em 5”
também trouxe muitos problemas de ordem econômica e social.
III. Com o objetivo de controlar os efeitos de uma crise de superprodução, a indústria na década de 1990
sofre adaptações para atender às ondas de privatizações características do modelo neoliberal.
Assinale a alternativa correta:
(A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas

67
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) Apenas a afirmativa I está correta
(D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(E) Apenas a afirmativa III está correta

Resolução
Afirmação I. CORRETA: As propostas de Vargas para a industrialização brasileira tinham forte presença do
Estado e desenvolvimento da indústria de base e do setor energético.
Afirmação II. CORRETA: Com um processo de industrialização acelerado a inflação e desigualdade social se
tornaram mais presentes no Brasil.
Afirmação III. INCORRETA: O modelo neoliberal de 1990 surge num contexto de crise fiscal, onde o Estado é
enfraquecido. Crises de superprodução criaram um cenário favorável à influência estatal.
Gabarito: a

06. Observe:

Com base no mapa e no processo de industrialização no Brasil, assinale a alternativa correta


68
(A) A concentração de indústrias na região sudeste está relacionada a infraestrutura deixada pela produção
sucroalcooleira que ainda se faz presente no oeste paulista.
(B) A ausência de polos industriais na Bahia faz com que a demanda local seja direcionada a outros estados
ou dependa do setor terciário concentrado em Salvador, que tem grande influência política e econômica
desde o período colonial.
(C) O polo industrial de Barcarena, no Pará, é muito importante para o setor de mineração nacional, pois ali
é feita a industrialização, beneficiamento de alumínio e cabos de transmissão de eletricidade, por exemplo.
(D) A ascensão do polo industrial de Abreu e Lima nos 2000 fez com que a produção em Pernambuco atingisse
números históricos fazendo tal polo superar o potencial típico de Cubatão em 2019. Tal façanha está
diretamente relacionada a ações do Estado.
(E) Analisando o mapa disposto é possível afirmar que Manaus concentra o único polo industrial da região
Norte brasileira, mais uma das evidências de concentração da produção na região sudeste e sul do país.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. A estrutura deixada pelo café é que facilitou a instalação de indústrias no Sudeste.
Alternativa b. INCORRETA. Um dos grandes polos industriais do Brasil fica na Bahia, o polo de Camaçari conta
com a produção química, petroquímica e automobilística.
Alternativa c. CORRETA. Tal polo é considerado o maior distrito industrial do estado do Pará.
Alternativa d. INCORRETA. Cubatão é um dos maiores polos industriais do mundo e nunca foi superado por
Abreu e Lima
Alternativa e. INCORRETA. Cuidado! O Pará também faz parte da região Norte do país.
Gabarito: c

07. A produção industrial depende de vários fatores para atingir maior produtividade, dentre esses fatores
destaca-se o sistema de transporte. Sobre a interação indústria/transporte, assinale a alternativa correta
(A) A década de 1950 marca a ascensão de incentivos governamentais para a construção de ferrovias entre
São Paulo e o Rio de Janeiro, que já naquele momento despontavam como centros de intensa produção
industrial.
(B) Buscando uma maior industrialização na região Norte do país, durante os governos militares (em especial
na gestão de Médici) foi finalizada a BR-230, também chamada de Transamazônica. Entretanto, tal região
segue sem expressão nacional na produção industrial.
(C) Um dos incentivos estatais para a instalação de indústrias automobilísticas no estado de São Paulo foram
as grandes obras de rodovias que anularam por completo o uso de ferrovias para o transporte de carga no
Brasil.
(D) A infraestrutura gerada pela economia cafeeira foi base para a instalação de indústrias no Sudeste,
entretanto, dentro de uma política pautada na entrada de multinacionais (em especial as automobilísticas),
as rodovias se tornaram as principais vias para escoar a produção no território nacional.

69
(E) O Brasil apresenta diferentes realidades econômicas, políticas e culturais graças à sua grande extensão
territorial, isso reflete diretamente nos meios de transportes utilizados pelas indústrias. Como por exemplo
no Norte há fortes incentivos ao uso de hidrovias, bem como nos planaltos paulistas as ferrovias são
fundamentais e superam as rodovias.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O sistema de transporte que passa a ser viabilizado na década de 1950 é o
rodoviário.
Alternativa b. INCORRETA. A transamazônica ainda não foi finalizada e a região Norte conta com a Zona
Franca de Manaus, região de grande produção industrial.
Alternativa c. INCORRETA. Ainda existe o uso de ferrovias para o transporte de cargas no Brasil. Muitas
indústrias usam de tais vias para receber matéria-prima e escoar sua produção.
Alternativa d. CORRETA. Durante o governo de Washington Luís, a máxima “governar é construir estradas”
já foi instaurada no Brasil, entretanto, com JK e a entrada maciça de multinacionais no território brasileiro
tal realidade foi potencializada.
Alternativa e. INCORRETA. A malha ferroviária em São Paulo é inferior à malha rodoviária.
Gabarito: d

08. O processo de transformação de matéria-prima pode ser visto e classificado de diferentes formas, como
por exemplo, através dos produtos. Quanto à tipologia industrial e a produção no território brasileiro,
assinale a alternativa correta
(A) Com o avanço tecnológico, atualmente as indústrias de ponta se encontram espalhadas por todo o
território brasileiro.
(B) O processo de descentralização industrial é uma realidade no Brasil, com isso as indústrias, bem como os
centros de decisão, estão se afastando da cidade de São Paulo.
(C) As indústrias petroquímicas concentram-se próximos/no litoral brasileiro, como por exemplo em Abreu
e Lima e Camaçari. Tal constância faz com que no interior do Brasil as refinarias sejam ausentes.
(D) Municípios como Campinas (SP) e São José dos Campos (SP) são considerados tecnopolos brasileiros
graças à disposição de centros de pesquisas e desenvolvimento de alta tecnologia e empresas, facilitando
progresso de ambos.
(E) A ausência de polos tecnológicos no Nordeste faz com que tal região não consiga desenvolver indústria
de ponta como acontece no Sudestes, mais especificamente em São Paulo.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Tais indústrias concentram-se em São Paulo e na Zona Franca de Manaus.
Alternativa b. INCORRETA. mesmo com a descentralização da produção, a capital paulista continua
concentrando os centros de decisões.

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Alternativa c. INCORRETA. Existem refinarias no interior, mais distante do litoral, como por exemplo em
Manaus.
Alternativa d. CORRETA. Em São José dos Campos destaca-se o CTA (Departamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial) e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em Campinas a UNICAMP.
Alternativa e. INCORRETA. Em Recife existe um polo tecnológico chamado Porto Digital que é um dos
principais parques tecnológicos do país.
Gabarito: d

09. O processo de industrialização está diretamente relacionado ao espaço urbano, entretanto não se
restringe a ele. Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta fatos sobre a relação entre a
industrialização e o espaço rural brasileiro.
(A) O uso de máquinas no campo ficou conhecido como revolução verde e foi logo após tal revolução que o
Brasil deixou o mapa da fome.
(B) O processo de industrialização possibilitou um aumento na produção até mesmo no campo brasileiro,
entretanto muitas barreiras legais impedem que a quarta revolução industrial aconteça no espaço rural do
Brasil.
(C) A industrialização, desde o seu início, criou um centro de atração de infraestrutura e de pessoas no por
todo o território brasileiro fazendo com que movimentos migratórios como o êxodo rural se tornasse uma
realidade por todo o país.
(D) As primeiras indústrias que se instalaram no Brasil foram as montadoras, que encontrada na gestão de
JK um espaço político favorável, já que ele se opunha às produções típicas do campo brasileiro.
(E) Com a industrialização, o Brasil intensificou seu processo de urbanização, fazendo com que os centros de
decisões passassem do espaço rural para as cidades. Atualmente, boa parte da produção agrária segue
direcionamentos dados pelo espaço urbano.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O Brasil deixou o mapa da fome apenas em 2014, mesmo a chegada de máquinas
no campo acontecendo antes. Atualmente o uso de tecnologias no campo é ainda maior, mas nosso país se
vê ameaçado retornar à tal mapa.
Alternativa b. INCORRETA. O campo brasileiro já tem sofrido impactos da indústria 4.0 e as grandes barreiras
para que esse processo seja intensificado estão mais relacionadas à infraestrutura e mão-de-obra
qualificada.
Alternativa c. INCORRETA. O processo de industrialização brasileira aconteceu de forma concentrada e não
por todo o país.
Alternativa d. INCORRETA. As primeiras indústrias instaladas no Brasil antecedem o governo JK (e até mesmo
a Era Vargas) e foram pautadas em produções mais simples, como a alimentícia.
Alternativa e. CORRETA. Durante um longo tempo da história brasileira as decisões foram tomadas de acordo
com as necessidades estabelecidas no campo, entretanto, com a industrialização e consequente
urbanização, as produções agrárias passaram a atender necessidades urbanas. Por exemplo, a extração
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canavieira está muito associada à produção de etanol (que é utilizado majoritariamente em centros
urbanos).
Gabarito: e

10. A produção industrial no Brasil ainda é muito concentrada na região Sudeste, mesmo com um processo
recente de descentralização. Dentro da lógica de concentração e desconcentração industrial brasileira, o
ABCD paulista tem grande participação na transformação de matéria-prima, então assinale a alternativa
correta sobre tal região
(A) Mesmo fazendo parte da Região Metropolitana de São Paulo, o ABCD paulista tem dinâmica própria, e,
muito disso se deve à indústria automobilística. Tal região recebeu diversas montadoras como a Ford,
General Motors e Volkswagen.
(B) Uma das maiores controvérsias sociais estabelecidas no ABCD paulista é a ausência de organizações
trabalhistas mesmo com o avanço industrial ali estabelecido, diferente de outros polos espalhados pelo
mundo.
(C) Um dos maiores desafios enfrentados pelas indústrias que se estabeleceram no ABCD paulista é a
infraestrutura para chegada de matéria-prima e escoamento da produção, pois a rodovia Presidente Dutra
(BR-116) já se encontra sobrecarregada por ser a única que corta tal região.
(D) Com o aumento dos custos para a instalação na capital paulista, o ABCD tem sido privilegiado com a
desconcentração principalmente de empresas ligadas à alta tecnologia e de caráter financeiro. Assim, sede
de multinacionais e centros de decisões encontram-se em tal região, principalmente em Santo André e
Campinas.
(E) Por pertencer à Região Metropolitana de São Paulo, todas as demandas de produção da capital são
direcionadas ao ABCD paulista, logo a indústria local não apresenta nenhuma identidade evidente.

Resolução
Alternativa a. CORRETA. O ABCD paulista foi o primeiro centro da indústria automobilística no Brasil.
Alternativa b. INCORRETA. O ABCD paulista é o ponto de partida do movimento sindical no Brasil.
Alternativa c. INCORRETA. As principais rodovias que permitem a circulação em tal região são: Rodovia dos
Imigrantes e Rodovia Anchieta.
Alternativa d. INCORRETA. Campinas não faz parte do ABCD paulista, tão pouco centros de decisões e
financeiros tem se deslocado de São Paulo, eles permanecem ali.
Alternativa e. INCORRETA. O ABCD paulista é caracterizado, principalmente, pela indústria automobilística
Gabarito: a

11. O processo de integração entre os espaços se tornou ainda mais evito após a década de 1990 quando os
fluxos de comunicação e de pessoas se intensificaram, mas tal integração fica ainda mais evidente em
ambientes urbanos.
Sobre Regiões metropolitanas, assinale a alternativa correta

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(A) Regiões metropolitanas são reflexo de uma urbanização intensificada, por isso existem apenas no sudeste
do país, consolidada como a região pioneira na industrialização
(B) As regiões metropolitanas no nordeste do Brasil limitam-se apenas à interação com a capital de cada um
dos estados.
(C) Região metropolitana é um centro de atração de investimentos e de pessoas, por isso tem como
característica fundamental a influência sobre outras cidades.
(D) Comparando as regiões metropolitanas no Brasil, a RM de São Paulo é aquela que apresenta melhor
indicadores econômicos (PIB) e sociais (IDH).
(E) Regiões metropolitanas são entendidas como agrupamentos de municípios limítrofes e são criadas
através de lei complementar estadual, segundo a Constituição Federal de 1988.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Existem regiões metropolitanas em todas as macrorregiões definidas pelo IBGE.
Alternativa b. INCORRETA. Há regiões metropolitanas no Nordeste consolidadas sem a participação das
capitais, como por exemplo: RM de Sobral (no Ceará), RM de Feira de Santana (na Bahia), RM de Campina
Grande (na Paraíba) etc.
Alternativa c. INCORRETA. Essa é a definição dada à metrópole.
Alternativa d. INCORRETA. A RM com maior IDH, segundo apontado pela PNUD-2019 é a de Florianópolis.
Cuidado! O IDH também leva em consideração critérios econômicos.
Alternativa e. CORRETA. O artigo 25, parágrafo 3° da Constituição Federal de 1988 determina que a criação
de RM será através dos estados, com o objetivo de promover a integração.
Gabarito: e

12. Com o processo de crescimento urbano horizontal a integração entre municípios se torna mais evidente
e tem a Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) como um dos resultados possíveis. Sobre a RIDE e a
realidade brasileira, assinale a alternativa correta
(A) O conceito de RIDE está associado ao nível de integração que os municípios têm entre si, logo pode ser
considerada um estágio anterior à integração total que é estabelecida em uma região metropolitana.
(B) A interação entre Petrolina e Juazeiro é dada em termos econômicos, demográficos e até mesmo
políticos, formando uma RIDE, uma vez que aquele pertence à Pernambuco e esse à Bahia.
(C) Mesmo com o desenvolvimento econômico latente no Distrito Federal, esse é impossibilitado, por lei, de
se integrar a outros municípios no seu entorno por ser administrado pela União e não por outros entes.
(D) Campinas é um dos tecnopolos brasileiros, logo a interação com municípios vizinhos se tornou uma
constante na realidade do lugar, que por exemplo, já conta com transporte interurbano para mais de 20
cidades diferentes, possibilitando a elevação de RIDE à Região Metropolitana.
(E) O Vale no Paraíba está localizado em uma região estratégica e propícia à integração: entre as Regiões
Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Por isso, somado ao litoral Norte de São Paulo se caracterizada
com uma RIDE.

73
Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O conceito RIDE é aplicado quando os municípios integrados representam mais
de uma unidade federativa.
Alternativa b. CORRETA. Além de Petrolina/Juazeiro, existe mais duas RIDE’s no Brasil: Grande Teresina e ao
Distrito Federal e entorno
Alternativa c. INCORRETA. A integração econômica do Distrito Federal e seu entorno já foi consolidado como
uma RIDE desde 1988, sendo composta – por além desse - por 29 municípios do estado de Goiás e 4 do
estado de Minas Gerais.
Alternativa d. INCORRETA. RIDE não é uma escala de interação entre municípios, o que a diferencia de uma
Região Metropolitana é agrupar municípios de diferentes unidades federativas.
Alternativa e. INCORRETA. A RM do Vale do Paraíba e do Litoral Norte é uma das regiões mais recentes no
estado de São Paulo. Fique atento: O Vale do Paraíba se estende por território fluminense, mas a porção
“agrupada” fica apenas no estado de SP, logo não pode ser considerada uma RIDE.
Gabarito: b

13. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.
(Constituição Federal de 1988)
A urbanização no Brasil seguiu a lógica da industrialização sob a mentalidade de que esses seriam processos
capazes de garantir a modernização do país, e, para tanto, se deram de forma acelerada, gerando vários
impactos.
Sobre a urbanização acelerada e os direitos elencados no artigo 6°, assinale a alternativa correta
(A) Um dos processos decorrentes da urbanização acelerada é a gentrificação, pois com a falta de
planejamento a população passa a se estabelecer em prédios abandonados.
(B) Um dos efeitos diretos da urbanização acelerada é a favelização, que é determinado de acordo com o
encarecimento do custo de vida em uma região, o que obrigada a população mais favorecida a ocupar áreas
com melhor infraestrutura, e consequentemente, com maiores problemas de segurança.
(C) A questão da saúde nas cidades não tem relação com o processo de urbanização, mas sim com políticas
públicas destinadas a esse setor que é considerado um direito social elencado no artigo 6° da Constituição
Federal de 1988.
(D) A constituição elenca o direito à moradia, entretanto, com a urbanização acelerada esse se torna limitado
em grandes centros urbanos, onde a população em situação de rua é mais presente, bem como habitações
que geram condições subumanas.
(E) O direito ao trabalho integrado aos meios de transporte é uma das determinações fundamentais para a
garantia de dignidade da pessoa e da melhoria da produção industrial, por isso a urbanização de forma
acelerada é positiva ao garantir melhor infraestrutura e um tempo menor.

74
Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Gentrificação é o processo de migração dentro da própria cidade (ou não) devido
o encarecimento do custo de vida na região.
Alternativa b. INCORRETA. A população mais rica se estabelece em áreas com melhores infraestruturas por
poder pagar por ela, não é uma obrigação, e, processo de favelização está relacionado à atração de mão-de-
obra para as cidades, sem que a mesma possa pagar para se estabelecer nos centros, criando áreas
periféricas com moradias sem infraestrutura.
Alternativa c. INCORRETA. A urbanização acelerada é insuficiente em pontos como o saneamento básico, o
que interfere diretamente no direito à saúde.
Alternativa d. CORRETA. Todos os direitos elencados no artigo 6° da Constituição deve sem atendidos
interrelacionado à dignidade, então, não basta uma moradia, ela deve ser digna. Com a urbanização
acelerada, tal situação se afasta da realidade e os pontos elencados na alternativa (pessoa sem situação de
rua e moradias com péssima intra e infraestrutura) se tornam comuns.
Alternativa e. INCORRETA. Com um processo acelerado de urbanização a infraestrutura não acompanha o
ritmo de crescimento da cidade, logo, sem planejamento não é possível que a relação harmoniosa descrita
na alternativa se torne real.
Gabarito: d

14. Com o aprimoramento de técnicas a indústria aumentou a sua produção e, consequentemente, a


interferência no meio ambiente também se intensificou, alterando a paisagem nas cidades. Sobre as
alterações potencializadas pela industrialização/urbanização, assinale a alternativa correta
(A) As ilhas de calor podem ser consideradas consequências da urbanização, principalmente com o processo
de verticalização promovido pelo contingente populacional que as cidades atraem.
(B) Todas as chuvas são ácidas, entretanto, graças à forte relação que o campo e a cidade vêm criando, em
ambientes urbanos o pH da chuva tem se aproximado da acidez típica do espaço rural.
(C) Graças à relação com o processo de industrialização, as cidades se tornaram centros tecnológicos onde a
dissipação de informação se dá de maneira mais eficiente, prevenindo problemas ambientais, que tendem a
se concentrar em áreas mais afastadas e rurais.
(D) A inversão térmica é um problema ambiental criado pelo processo de urbanização mais acelerado, que
potencializou a variação de temperatura em grandes cidades, sendo inexistente em ambientes rurais.
(E) O efeito estufa tem origem antrópica e passou a existir logo que a urbanização assumiu um caráter
distante do planejamento, principalmente em países periféricos onde tal processo se deu de forma mais
acelerada.

Resolução
Alternativa a. CORRETA. As cidades têm vários atrativos populacionais e para que essas pessoas se
estabeleçam ali o crescimento horizontal nem sempre é o suficiente, restando a construção de edifícios na
vertical (prédios), que graças à composição química (materiais usados) e física (cores predominantes)
absorvem mais calor, se tornando uma das causas das ilhas de calor.

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Alternativa b. INCORRETA. As chuvas ácidas são mais intensas em áreas urbanas do que nas rurais.
Alternativa c. INCORRETA. A urbanização acelerada criou um padrão de ocupação irregular o solo, logo, há
um aumento na possibilidade de problemas ambientais como deslizamento de terras que afetem mais
pessoas.
Alternativa d. INCORRETA. A inversão térmica é um fenômeno natural que se tornou um problema ambiental
graças aos gases poluentes típicos de ambientes urbanos, mas lembre-se que tudo no planeta está sujeito à
interação, então, ambientes rurais também podem ser afetados pela poluição tipicamente urbana.
Alternativa e. INCORRETA. O efeito estufa tem caráter natural, mas se tornou um problema ambiental com
o aumento de gases lançados na atmosfera.
Gabarito: a

15. Para efeitos econômicos a interação entre os espaços é fundamental por garantir a redução de gastos e
otimizações logísticas que aumentam o lucro possível. Pensando nisso, assinale a alternativa que elenque de
forma correta a relação campo/cidade no contexto brasileiro.
(A) Com as melhorias na infraestrutura de transporte o êxodo rural tende a ser ainda maior no Brasil, graças
aos custos de vida típicos de cidades.
(B) Um dos pontos que mais une o campo e a cidade é a produção de alimentos, que, no caso de metrópoles
costuma acontecer nos ditos cinturões verdes.
(C) A agroindústria, por atrair para as cidades as produções agrárias, é uma das maneiras de produzir que
deve ser superada para aumentar a relação entre o rural e o urbano.
(D) Uma das limitações à maior interação entre o campo e a cidade é a discrepância no uso de tecnologia.
(E) O turismo rural é uma proposta de maior integração entre o campo e a cidade que há muitos anos está
presa à teoria por incentivar o êxodo rural.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O custo de vida em cidades é maior do que em centros rurais, logo, com uma boa
infraestrutura de transportes muitas pessoas permanecerão com suas residências em ambientes rurais e
trabalharão em centros urbanos, que concentram as atividades do setor terciário, onde os empregos se
concentram no Brasil.
Alternativa b. CORRETA. Grandes cidades concentram um grande contingente populacional, logo a demanda
por alimentação também é maior, mas o espaço para a produção costuma ser limitado. É nesse contexto que
municípios que se encontram no entorno de grandes cidades tendem a produzir alimentos, se consolidando
em cinturões verdes.
Alternativa c. INCORRETA. A agroindústria é um reflexo da aproximação entre o campo e a cidade, e, como
tal, atraiu para o campo etapas da produção inerentes à indústria com o objetivo de diminuir os gatos com
a logística.
Alternativa d. INCORRETA. A tecnologia é um outro fator que aproxima o campo e a cidade, uma vez que
grandes centros de pesquisas se estabelecem no espaço urbano, mas desenvolvem para aperfeiçoar a
produção rural.
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Alternativa e. INCORRETA. O turismo rural é uma das maneiras de integrar o campo e a cidade podendo
diminuir o êxodo rural por trazer uma das manifestações do setor terciário para o campo.
Gabarito: b

16. A principal causa para a urbanização no Brasil foi o processo de industrialização que, somado à
concentração de terras, aumentou o fluxo de pessoas em direção à cidade. Entretanto, tal processo também
trouxe consequências, como por exemplo
(A) a verticalização, que a relação econômica entre cidades mais pobres com as cidades mais ricas.
(B) a conurbação, que é o crescimento vertical das cidades.
(C) a hierarquia urbana, onde a capital política do país torna-se uma metrópole global.
(D) o aumento da impermeabilização do solo graças ao uso do asfalto em áreas que se tornam urbanas.
(E) problemas ambientais como a lixiviação diretamente associada ao processo de verticalização e ilhas de
calor.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. verticalização, nesse contexto, é a construção de moradias na direção vertical
(prédios).
Alternativa b. INCORRETA. conurbação é o crescimento horizontal das cidades, fazendo com que o limites
municipais não sejam percebidos graças ao aumento da interação.
Alternativa c. INCORRETA. a definição de metrópole global é dada graças à interação e influência ao nível
global, o que é determinado muito mais por ações econômicas do que decisões políticas quanto à capital de
um país.
Alternativa d. CORRETA. Muitas cidades usam o asfalto para a pavimentação de suas vias, o que torna o solo
impermeável.
Alternativa e. INCORRETA. A lixiviação pode ser potencializada em centros urbanos, mas não em decorrência
direta da verticalização e das ilhas de calor, mas sim pelo aumento do desmatamento, ou indiretamente pelo
aumento de chuva que as ilhas de calor proporcionam.
Gabarito: d

17. Milton Santos é considerado por muitos o maior geógrafo brasileiro e seu reconhecimento ultrapassa os
limites nacionais. Um dos conceitos defendidos por ele foi a rugosidade onde a noção de realidade é sempre
acumulada, e nunca dissipada por completo, pensando nisso e na evolução urbana brasileira, assinale a
alternativa correta
(A) Na década de 30 a urbanização brasileira foi consolidada com as propostas de Getúlio Vargas para a
indústria nacional.
(B) Na década de 40, com a ascensão industrial, as primeiras cidades começam a surgir no Brasil.
(C) Na década de 70, marca o aumento da participação do Estado na economia e consequentemente a
ascensão dos projetos de saneamento básico a nível nacional.
77
(D) A década de 60 marca a transição da população para um perfil urbano, que vai além da mudança de
residência do campo para a cidade.
(E) A década de 90, após a década perdida, apresentou um primeiro período de queda da população urbana
em relação à rural, que seria superado nos anos 2000.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Na década em questão a industrialização começava a ser o plano de governo no
Brasil, por isso não é possível afirmar que foi consolidada.
Alternativa b. INCORRETA. As cidades no Brasil existiam antes mesmo da industrialização, e, desde o ciclo do
ouro o dinamismo típico de centros urbanos passam a existir, mas é claro que as indústrias potencializaram
esse processo.
Alternativa c. INCORRETA. Na década em questão o Estado começa a ser reduzido em termos econômicos,
e, a política de saneamento básico no nível nacional é bem mais recente
Alternativa d. CORRETA. Na década em questão, mais de 50% da população passa a se estabelecer em
cidades e ter um estilo de vida urbano.
Alternativa e. INCORRETA. Mesmo após a década perdida, a população urbana cresceu à medida que a rural
diminuía.
Gabarito: d

18. Existe uma diferença básica entre município e cidade, sendo o primeiro conceito associado à divisão
administrativa e o segundo aos aparatos urbanísticos. Entretanto, a cidade não é apenas uma construção de
concreto, ela é feita e refeita por agentes sobre os quais, na realidade brasileira, é possível afirmar
(A) No cenário atual o Estado é o principal agente na construção da cidade, pois todos os fixos e fluxos
derivam exclusivamente de suas necessidades.
(B) As imobiliárias são fundamentais na construção de uma cidade mais democrática, pois é através dela é
que condomínios sociais são estabelecidos.
(C) A ao de movimento sociais em grandes centros urbanos brasileiros, onde a interação e intimidade são
menores, é uma das causas dos problemas socioeconômicos urbanos.
(D) As decisões que envolvem latifúndios não interferem na dinâmica urbana no Brasil, uma vez que essas
grandes extensões de terra se encontram no espaço rural.
(E) As decisões tomadas por grandes indústrias no Brasil influenciam de forma proporcional a construção do
espaço urbano tanto em termos demográficos quanto de infraestrutura.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Atualmente, dentro da lógica neoliberal, o Estado tem menor participação nas
decisões econômicas e muitas de suas ações no espaço urbano é para atender a iniciativa privada.
Alternativa b. INCORRETA. Imobiliárias não tem por objetivo a construção de um mundo mais democrático,
as ações sociais, geralmente, estão associadas ao Estado.
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Alternativa c. INCORRETA. Mesmo que o ambiente urbano favoreça uma vida mais individual, grandes
centros urbanos brasileiros contam com movimentos sociais que buscam soluções para problemas
socioeconômicos urbanos, como por exemplo os sindicatos.
Alternativa d. INCORRETA. Com a concentração de terras no espaço rural, a tendência é de aumento do
êxodo em direção às cidades, logo há uma interferência direta entre latifúndios e as cidades.
Alternativa e. INCORRETA. A chegada ou a saída de uma indústria influencia na distribuição da população na
cidade e a construção de obras de infraestrutura.
Gabarito: e

19. O processo de urbanização no Brasil, ao acompanhar a industrialização que acontecera tardiamente, se


deu de forma acelerada, logo o planejamento urbano não foi prioridade na maior parte dos municípios. Sobre
tal assunto é possível afirmar que
(A) Por ser uma cidade planejada, Brasília não apresenta, hoje, os mesmos problemas urbanos que a maior
parte dos municípios brasileiros
(B) Palmas, no Tocantins, é uma das cidades planejadas brasileiras, entretanto, com um dos maiores
crescimentos demográficos na primeira década do século XXI já apresenta alguns problemas derivados de
tal inchaço.
(C) Por ter surgido e crescido de forma espontânea e sem nenhum tipo de planejamento, Belo Horizonte
apresenta vários problemas decorrentes de uma urbanização acelerada, como o deslizamento de encostas
habitadas por famílias de baixa renda.
(D) A urbanização acelerada pode potencializar problemas socioambientais, mas nunca os criar, por exemplo
as ilhas de calor são potencializadas pela verticalização, que é um fenômeno típico decorrente do inchaço
das cidades.
(E) A segregação socioespacial é um fenômeno exclusivo de cidades que passaram por um processo de
urbanização acelerado, logo se torna mais intenso em países periféricos.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Mesmo tendo uma construção planejada, Brasília apresenta muitos dos
problemas urbanos comuns no país por não rever as estruturas estabelecidas com o passar do tempo.
Alternativa b. CORRETA. O inchaço das cidades leva aos congestionamentos em vias públicas e problemas
derivados do desemprego.
Alternativa c. INCORRETA. Belo Horizonte é uma das cidades planejadas no Brasil.
Alternativa d. INCORRETA. A urbanização acelerada cria problemas ambientais, como as ilhas de calor em
centros urbanos.
Alternativa e. INCORRETA. A segregação socioespacial é mais comum em cidades que passaram por uma
urbanização mais rápida, entretanto também é encontrada em países ditos centrais.
Gabarito: c

79
20. O avanço tecnológico é a base para à máxima “o tempo anula o espaço”, ou seja, passa-se a gastar menos
tempo para interagir com lugares de longe, e, termos urbanísticos a integração entre cidades se dá através
da infraestrutura criada, onde
(A) a migração pendular tende a diminuir.
(B) as metrópoles diminuem a sua influência sobre as cidades que a cercam.
(C) as megalópoles, cidades com maior influência sobre as que a cercam, tendem a se multiplicar
(D) o transporte integrado deixa de se fazer necessário
(E) a conurbação tende a aumentar.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. a migração pendular aumenta de forma proporcional à integração entre as
cidades.
Alternativa b. INCORRETA. com o aumento da infraestrutura a facilidade de acesso às metrópoles, que
tendem a receber mais aparatos, aumenta, logo a sua influência também.
Alternativa c. INCORRETA. a alternativa traz a definição de metrópole e não megalópole.
Alternativa d. INCORRETA. o transporte integrado é uma das marcas de tal processo urbanístico.
Alternativa e. CORRETA. Com o aumento da integração entre as cidades, o limite municipal torna-se cada vez
menos perceptível.
Gabarito: e

21. Por apresentar uma grande extensão territorial, e equidistância, o Brasil apresenta múltiplas paisagens
naturais ou não, nesse contexto e pensando nos espaços agrícolas brasileiros, é possível afirmar que
(A) na Amazônia predomina a agricultura de subsistência com forte influência indígena impedindo o avanço
da monocultura de grãos.
(B) a ausência de atividades agropecuárias – intensiva e/ou extensiva - no Semiárido e no Pantanal,
transformou tais regiões em dependentes do setor terciário, principalmente turismo e comércio.
(C) existem algumas ilhas de modernidades agrícola no Nordeste brasileiro, contrastando com a produção
extensiva que é majoritária.
(D) a pecuária intensiva é inexistente do no Brasil, graças às grandes porções de terra disponíveis para o
setor, em oposição à países europeus que se adaptaram à realidade inversa.
(E) um dos maiores problemas, que acarreta aumento dos preços e consequente diminuição nos lucros, é a
falta de ligação entre os campos de produção e os centros industriais.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. A influência indígena não tem barrado o avanço da monocultura pela Amazônia.

80
Alternativa b. INCORRETA. Tanto no Pantanal como no Semiárido, há a produção agropecuária.
Alternativa c. CORRETA. São exemplos de tais ilhas de modernidade a produção de fruticultura irrigada no
São Francisco (principalmente, em Petrolina e em Juazeiro) e o Oeste baiano, com a produção de soja.
Alternativa d. INCORRETA. Existe pecuária intensiva no Brasil – no Centro-Sul. Cuidado! Para ser classificada
como intensiva ou extensiva considera-se a tecnologia aplicada e não a extensão de terra.
Alternativa e. INCORRETA. Atualmente, a ligação entre o campo e os centros industriais é notório, dando
origem às agroindústrias.
Gabarito: c

22. A produção de commodities é a principal responsável pelas exportações do Brasil, logo pode ser
considerada primordial à economia do país. Sobre os complexos agroindustriais brasileiros, assinale a
alternativa correta
(A) A produção de grãos concentra-se na região Centro-Oeste, onde é produzido toda a soja, que tem como
principal destino a exportação, seja em grãos, farelo ou óleo.
(B) A produção de trigo tem perdido força no Norte do Paraná e na Campanha gaúcha após a expansão da
fronteira agrícola do Centro-Oeste em direção ao Sul do país.
(C) Apesar de uma produção modesta no cenário mundial, o café brasileiro está em ascensão, e, se durante
o início da república concentrava-se em São Paulo, hoje é mais forte no centro-sul mineiro.
(D) Entre São Paulo (oeste paulista) e o sul do Triângulo Mineiro, há a maior produção de laranja do país,
denominado cinturão citrícola comercial, sendo a produção concentrada em grandes citricultores, como as
empresas processadoras de sucos cítricos
(E) A produção sucroalcooleira foi fundamental para o processo de colonização no Brasil, se instalando no
litoral no nordestino, no solo de massapê, e na capitania de São Vicente (atual São Paulo), entretanto, a
competição com a Índia reduziu a importância de tal comodity na produção brasileira.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Há produção de soja para exportação em outras regiões brasileiras.
Alternativa b. INCORRETA. A produção de trigo é a principal atividade nas áreas citadas.
Alternativa c. INCORRETA. O Brasil é o maior exportador de café do mundo, e, além da produção nas terras
rochas paulistas, o centro-sul mineiro detém a maior concentração de tal produto.
Alternativa d. CORRETA. O estado de São Paulo é o maior produtor de laranja do mundo, e, somado às
porções do sul do Triângulo Mineiro, consolida o cinturão citrícola comercial.
Alternativa e. INCORRETA. A Índia realmente é uma das maiores produtoras sucroalcooleira no cenário
mundial, entretanto, isso não reduziu a produção no Brasil, que continua importante, principalmente, por
ser a base do etanol.
Gabarito: d

81
23. Historicamente a pecuária foi fundamental para a manutenção e propagação da colonização no Brasil,
estabelecendo-se, de maneira estratégica nos entornos dos centros de produção agrícola. Sobre tal atividade
econômica no Brasil atual, assinale a alternativa correta
(A) O Brasil vem se consolidando com um dos principais exportadores de carne do mundo, e, nesse contexto
a pecuária de corte no país se concentra na região Centro-Oeste, onde a logística de alimentação do rebanho
é facilitada pela, também, concentração da soja.
(B) Graças a processos históricos, que se entrelaçam às medidas políticas e econômicas, a porção central do
Brasil passou a concentrar os rebanhos bovinos, principalmente nos arredores da produção agrícola, com
isso o Centro-Oeste é hoje a maior bacia leiteira do país.
(C) A cultura caipira muitas vezes se entrelaça com os hábitos boiadeiros, como fica nítido em músicas
sertanejas e em atrações como rodeios, entretanto, com o avanço industrial em São Paulo, tais culturas se
desgastaram com o fim da pecuária de corte no estado.
(D) Apesar da tradição gaúcha que envolve o churrasco e o chimarrão, a pecuária de corte se tornou
inexistente no Rio Grande do Sul, onde o clima frio e as serras se tornaram mais atrativas para outras
atividades.
(E) A suinocultura e a produção de aves são fundamentais para a economia brasileira, e, podemos afirmar
que a produção da carne suína se dá, especialmente, no Sul do país (em Santa Catarina e no Paraná),
enquanto a avicultura se estende por todo o Centro-Oeste.

Resolução
Alternativa a. CORRETA. A sojicultura brasileira tem dois destinos principais dentro do território: alimentação
animal e produção de biodiesel. Sendo assim, ter na mesma região a produção de farelo e o rebanho de corte
facilita a logística de abastecimento (o que é um ponto crítico no Brasil).
Alternativa b. INCORRETA. A maior bacia leiteira do Brasil fica no centro-sul de Minas Gerais. Cuidado! Não
confunda a concentração da pecuária de corte (com o objetivo de fornecer carne), com a bacia leiteira, que,
como o próprio nome direciona, tem por objetivo o fornecimento de leite e seus derivados.
Alternativa c. INCORRETA. Em São Paulo há o polo Araçatuba-Barretos, onde concentra-se a pecuária de
corte.
Alternativa d. INCORRETA. Os pampas gaúchos concentram forte produção pecuária.
Alternativa e. INCORRETA. Tanto a suinocultura como a avicultura se concentram na região Sul do Brasil.
Gabarito: a

24. “O fenômeno humano é dinâmico, e uma das formas de revelação desse dinamismo está, exatamente,
na transformação qualitativa e quantitativa do espaço habitado.”
(SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e Mitológicos da Geografia.
São Paulo: EdUSP. 6ed. 2014, p.42)
Sobre o dinamismo decorrente da Revolução Verde no espaço rural brasileiro, assinale a alternativa correta

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(A) Com a entrada das máquinas na produção rural, o agronegócio brasileiro ampliou sua capacidade de
produção intensificando, principalmente, a produção de alimentos no país, entretanto, a fome ainda é uma
realidade brasileira.
(B) A cotonicultura brasileira apresentou crescimento nos últimos anos graças às tecnologias aplicadas por
produtores egressos da soja, e, nesse contexto podemos destacar o estado de Goiás, com o algodão
herbáceo e o arbóreo.
(C) A transgenia é uma realidade mundial, entretanto, com os atrasos tecnológicos decorrentes de uma
colonização de exploração, o Brasil ainda não faz uso de tais métodos para a produção agrária.
(D) Apesar da contaminação do solo ser uma realidade intensificada pelo uso dos fertilizantes e agrotóxicos
a disposição geográfica dos aquíferos brasileiros reduz os riscos de contaminação ds águas subterrâneas.
(E) Os aprimoramentos tecnológicos não impediram o avanço do desmatamento no Brasil, e, é nesse
contexto que a silvicultura passa a se destacar no Centro-Oeste e no Sudeste, garantindo o reflorestamento.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O agronegócio produz principalmente comodities para a exportação
Alternativa b. CORRETA. A produção arbórea se dá em árvores medianas, de cultivo permanente, enquanto
a espécie herbácea é um arbusto e seu cultivo é anual.
Alternativa c. INCORRETA. A própria soja brasileira é transgênica, e tal processo se deu por tecnologia
nacional, através da EMBRAPA.
Alternativa d. INCORRETA. Um dos maiores aquíferos no território brasileiro (Aquífero Guarani) está
localizado sob uma área de intensa produção agrícola.
Alternativa e. INCORRETA. Silvicultura não é reflorestamento é o cultivo florestal (ou seja, não está criando
uma floresta, mas sim cultivando). As regiões que mais usam tal técnica são: Sul e Sudeste.
Gabarito: b

25. A agropecuária brasileira não é centrada apenas em um produto, apesar do nítido destaque da soja entre
os produtos exportados pelo Brasil, por todo território há outras produções que também merecem destaque
como é o caso
(A) da caprinocultura no Nordeste
(B) do feijão no Sul do país
(C) da maçã em Goiás
(D) da cana-de-açúcar no litoral de São Paulo
(E) da pecuária leiteira no Centro-Oeste

Resolução
Alternativa a. CORRETA. A caprinocultura se dá, principalmente, no Agreste e no Sertão Nordestino
Alternativa b. INCORRETA. A produção de feijão se concentra no Noroeste de Minas Gerais.
83
Alternativa c. INCORRETA. A maçã no Brasil é produzida no Sul do país.
Alternativa d. INCORRETA. A cana é cultivada no interior de São Paulo e no litoral nordestino
Alternativa e. INCORRETA. A pecuária no Centro-Oeste destina-se, majoritariamente, à produção leiteira.
Gabarito: a

26. A produção de soja se tornou muito importante no cenário mundial, e, com isso a sua expansão pelo
território brasileiro atendeu às demandas do mercado atingindo o oeste baiano. Sobre tal realidade, assinale
a alternativa correta
(A) Diferente do solo predominante no Centro-Oeste, no oeste baiano a soja encontrou um cenário
naturalmente favorável à para produção agrícola, e, tornando a Bahia o segundo maior produtor de tal
comodity entre os estados brasileiros.
(B) A sojicultura no oeste baiano está relacionada à expansão da fronteira agrícola potencializada pela
revolução verde da década de 1970, incentivada pelos Governo Militares através de isenções e construção
de infraestrutura.
(C) Seguindo o perfil inicialmente no Centro-Oeste, a soja baiana se estabelece em latifúndios e através da
monocultura, sendo voltada para a exportação. Tal configuração acarreta consequências sociais como a
potencialização do êxodo rural
(D) Dentre os impactos ambientais decorrente desse processo podemos citar a contaminação de cursos
hídricos, entretanto, a necessidade de correção do pH solo no Centro-Oeste, faz dessa prática agrícola menos
danosa na Bahia.
(E) O uso de herbicidas e pesticidas diminuíram a necessidade do desmatamento para o cultivo de soja a
partir do avanço da fronteira agrícola em toda à margem da sojicultura, sendo o oeste baiano o maior
exemplo disso.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Assim como no Centro-Oeste, o solo no oeste baiano é lixiviado, e tal estado não
é o segundo maior produtor de soja do país.
Alternativa b. CORRETA. Com incentivos estatais, a produção agrária se expandiu no interior do país,
principalmente a soja, e, o oeste baiano foi um dos principais destinos nesse período.
Alternativa c. INCORRETA. O Centro-Oeste não foi a primeira região a produzir soja no Brasil, mas sim o Sul.
Alternativa d. INCORRETA. Há necessidade de correção do pH do solo na Bahia também.
Alternativa e. INCORRETA. O uso de tais produtos não reduzem o desmatamento.
Gabarito: b

27. Em seus estudos, Milton Santos alertou que o território é dotado de técnicas, mas ao mesmo tempo,
de pessoas, logo, todas as transformações no espaço, impactam vidas.
Sobre a influência do agronegócio no cotidiano, assinale alternativa correta

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(A) Historicamente, a produção agrária através do modelo típico do agronegócio brasileiro diminuiu o êxodo
rural, uma vez que as condições de vida no campo passaram a ser mais atraente com a chegada de novas
tecnologia.
(B) A produção agrária brasileira é toda concentrada na monocultura e no latifúndio, o que por um lado
garante a independência alimentar brasileira, mas por outro condiciona à concentração de terras.
(C) Com os avanços tecnológicos, o agronegócio potencializou a produção de grãos, por exemplo a soja em
grãos, farelo e óleo; o que em uma escala possibilitou o aumento do consumo de carne.
(D) A evolução pela qual o agronegócio passou ajudou principalmente na produção de alimentos no Brasil,
fazendo com que o Brasil se tornasse uma potência mundial nesse ramo, entretanto, isso não foi o suficiente
para sanar o problema da fome no país.
(E) A evolução no cenário econômico, fez com que latifundiários também começassem a ter representação
política a partir do século XXI, sendo atualmente conhecido como a “bancada do boi”, no Congresso Federal.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O agronegócio concentra terras, então, historicamente “expulsou” pessoas do
campo.
Alternativa b. INCORRETA. Há produção no Brasil que não segue essa lógica, como é o caso da agricultura
familiar.
Alternativa c. CORRETA. Com o aumento da produção de soja, há maior disponibilidade de alimentos para o
rebanho, o que proporciona maior quantidade de carne no mercado.
Alternativa d. INCORRETA. A problema da fome está mais relacionado á distribuição do que à produção,
entretanto, o agronegócio não o principal responsável pelos alimentos em território nacional.
Alternativa e. INCORRETA. Antes mesmo do século XXI, representantes de latifundiários já estavam ligados
ao poder político
Gabarito: c

28. A soja tem origem na China, onde se tornou a base alimentar há mais de 5 mil anos para boa parte da
população, sendo considerada um dos cinco grãos sagrados. Sobre a soja e o Brasil é possível afirmar que
(A) Atualmente a balança comercial entre Brasil e China, no que tange produtos primários, é desfavorável ao
país americano, uma vez que o crescimento asiático tem sufocado as vendas de boa parte do mundo.
(B) O clima predominante no norte do Paraná foi fundamental para que a soja, um cultivo temporário e
adaptado ao calor, fosse substituída pelo café um cultivo permanente, típico de planaltos.
(C) A implementação da soja no Brasil foi uma alternativa ao trigo, que era cultivado no inverno e a soja no
verão sulista. Tal situação restringiu o avanço da avicultura e suinocultura, uma vez que o lucro advindo da
soja é maior.
(D) Pensando o cenário internacional, a exportação da soja brasileira se beneficia do caráter temporário de
tal cultura e das estações inversas entre o hemisfério sul e o hemisfério norte que condiciona a safra
brasileira no momento de entressafra estadunidense.

85
(E) A década de 30, com o início da industrialização no Brasil, possibilitou a expansão da soja para o Centro-
Oeste. Para que tal feito se tornasse possível, foi indispensável as adaptações feitas pela EMBRAPA.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. O Brasil vende produtos primários principalmente para a China (seu principal
parceiro econômico)
Alternativa b. INCORRETA. Por ser uma cultura permanente (durante todo o ano), o café foi substituído pela
soja, uma vez que no inverno, as geadas destruíam parte da produção. Como a soja não é permanente, nos
momentos de geada não há prejuízos, visto que não há grãos.
Alternativa c. INCORRETA. Com a implementação da soja na região, a produção de ração se tornou maior, e,
atualmente a região é a principal produtora de aves e suínos do país.
Alternativa d. CORRETA. Os EUA são os principais produtores de soja, cabendo ao Brasil o segundo lugar
nesse ranking, assim sendo, quando é entressafra dos estadunidenses, a produção brasileira está na sua
safra, “diminuindo” a concorrência e, de certa forma, garantindo maior mercado consumidor.
Alternativa e. INCORRETA. A década correta é a de 1970.
Gabarito: d

29. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), criada em 1973 é vinculada ao Ministério da
Agricultura e possibilitou muitas modificações na produção brasileira, sobre essa realidade, assinale a
alternativa correta
(A) A calagem do solo foi uma das grandes ações realizadas no Brasil para que a produção de grãos pudesse
expandir para o Centro-Oeste, mas não foi realizada pela EMBRAPA graças à limitação tecnologia a qual ela
se subestimava na época de sua criação.
(B) A soja se consolidou, inicialmente, no Sul do país, mas com o aumento da demanda no cenário mundial,
os estudos realizados pela EMBRAPA levaram à tropicalização da soja, permitindo que tal grão se adaptasse
ao clima do Centro-Oeste brasileiro.
(C) A produção agrária está presente em todo o território brasileiro, entretanto, as ações da EMBRAPA
acontecem apenas no centro-sul brasileiro, onde há laboratórios. Sendo assim, o Nordeste e, principalmente,
a região Norte ainda não são focos de pesquisa.
(D) Muitas adaptações e melhorias desenvolvidas pela EMBRAPA garantiram ao agronegócio brasileiro
maiores lucros, entretanto, a maior crítica feita à tal instituição é limitar-se à tal grupo, enquanto a
agricultura familiar não é amparada por tecnologia.
(E) Após a década de 1990, com a entrada maciça de multinacionais no Brasil, inclusive em ramos que
favorecem o agronegócio, como é o caso de empresas de fertilizantes, as ações da EMBRAPA foram
destinadas apenas à agricultura familiar.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Tal técnica foi desenvolvida pela EMBRAPA

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Alternativa b. CORRETA. A tropicalização da soja e a calagem do solo do Cerrado, foram fundamentais para
a primeira expansão da soja no Brasil (do Sul para o Centro-Oeste)
Alternativa c. INCORRETA. Existem laboratórios EMBRAPA em todas as regiões brasileiras
Alternativa d. INCORRETA. Há projetos da EMBRAPA também para a agricultura familiar, e, cuidado, tal grupo
também faz uso de tecnologia
Alternativa e. INCORRETA. Há ações da EMBRAPA para o agronegócio e para a agricultura familiar. Cuidado
com as generalizações.
Gabarito: b

30. “Principal produto exportado pelo país, a soja, que teve exportações históricas de 83,8 milhões de
toneladas em 2018, reduziu os embarques para 77,9 milhões de toneladas em 2019, segundo dados da Secex,
que apontaram vendas externas de 3,4 milhões de toneladas em dezembro.”
(Por Reuters 02/01/2020 - G1. Disponível em
<https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2020/01/02/exportacao-de-milho-do-brasil-tem-
recorde-em-2019-soja-registra-queda.ghtml>. Acessado em 31/03/2020)
Sobre a produção de soja no Brasil, é possível afirmar que
(A) ela é realizada por empresas nacionais, uma vez que a legislação brasileira impede o acesso à terra para
estrangeiros, logos os latifúndios, os armazéns e o transporte para o exterior ainda são controlados de dentro
do território.
(B) um dos maiores desafios para cultivos como o da soja é o controle de pragas, uma vez que a monocultura
potencializa tal problema, por isso o uso de componentes químicos é mais intenso levando a outros
problemas como a contaminação de recursos hídricos.
(C) o principal mercado para tal comodity é a China, que diferente dos Estados Unidos ainda não exerce
influência direta na produção, armazenagem e escoamento, limitando-se a controlar o transporte marinho
até o país.
(D) a ausência de pequenos produtores e/ou cooperativas fazem dos grãos cultivo do agronegócio, uma vez
que o lucro se dá pela produção em larga escala, logo, sob o regime da monocultura e em grandes extensões
de terra.
(E) a industrialização pulsante no território nacional tem dificultando a produção de tal comodity, uma vez
que a mão de obra mais qualificada segue para os grandes centros urbanos, bem como os investimentos
estatais.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Apesar do cultivo da terra ser realizado por brasileiros, os armazéns e o transporte
da soja para o exterior são dominados, principalmente, por chineses.
Alternativa b. CORRETA. A monocultura favorece a proliferação de pragas, uma vez que há grande
disponibilidade de “alimento” – cada praga se adapta melhor à um tipo de cultivo, se é monocultura, as
pragas da soja terão um belo banquete. E para combater as pragas, o uso de agrotóxicos se torna mais
intenso, criando outros problemas.
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Alternativa c. INCORRETA. Muitos armazéns de soja no Centro-Oeste são de domínio chinês.
Alternativa d. INCORRETA. Existe a produção de grãos através de cooperativas principalmente no Sul do país
Alternativa e. INCORRETA. A industrialização também chegou ao campo, e, um grande exemplo disso são as
agroindústrias que potencializaram a produção de grãos no Brasil.
Gabarito: b

31. A dinâmica econômica influencia diretamente os perfis demográficos de um país e no contexto brasileiro
levou à uma concentração populacional nas proximidades do litoral. Mas além da distribuição, a estrutura
também sofre impactos e quanto a isso podemos afirmar que
(A) a taxa de natalidade é condicionada por aspectos econômicos, logos áreas mais urbanizadas e que que
concentram riquezas apresentam um maior número de filhos por família. Como por exemplo, o estado de
São Paulo, com a maior concentração populacional do país.
(B) quanto maior o investimento em saúde, menores serão as taxas de mortalidade infantil, e sendo somado
à outras dinâmicas, cria-se uma tendência ao envelhecimento da população, mas tal tendência não se
estabelece no Brasil de forma homogênea.
(C) a expectativa de vida é uma variável que está totalmente relacionada às características naturais da região,
logo, estados da região Nordeste do Brasil apresentarão uma média etária mais jovem do que a região
Sudeste, onde há maiores índices pluviométricos.
(D) a disponibilidade de empregos é um dos grandes atrativos para fluxos migratórios, o que em momentos
de crise pode reforçar sentimentos xenofóbicos, com é notado em vários países no mundo, mas inexistente
no Brasil graças às premissas adotadas desde a colonização.
(E) a taxa de fecundidade tem sofrido uma alta, e por isso, as famílias brasileiras têm se tornado mais
“compactas”, ou seja, aquele perfil familiar com mais de dois filhos que fora regra até o século XX tem se
tornado exceção no século XXI.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. em termos gerais, quanto mais urbanizado, menor a taxa de natalidade. E São
Paulo não é o estado com a maior concentração populacional no Brasil.
Alternativa b. CORRETA. com acompanhamentos desde o pré-natal, há uma redução na mortalidade infantil,
e com avanços na área de saúde, a taxa de mortalidade no geral é influenciada, levando à um aumento na
expectativa de vida.
Alternativa c. INCORRETA. aspectos naturais podem influenciar algumas dinâmicas demográficas, mas tal
determinismo já foi rompido por pesquisas que apontam a importância da gestão para uma melhor
qualidade de vida.
Outro detalhe importante: não é toda a região Nordeste que apresenta seca, o litoral tem altos índices
pluviométricos.
Alternativa d. INCORRETA. existe sentimento xenofóbico no Brasil.
Alternativa e. INCORRETA. a taxa de fecundidade está em queda.
88
Gabarito: b

32. O termo “migrar” é aplicado para várias situações, desde ações na informática até adaptações de aves
aos climas e estações. Entretanto para estudos demográficos e a realidade brasileira, assinale a alternativa
correta
(A) Com a ascensão industrial iniciado na década de 1930, o deslocamento da população do Nordeste para
o Sudeste se tornou mais intenso, bem como o êxodo rural dentro da própria região.
(B) Com o aumento de produção da soja na década de 1950, muitas pessoas migraram em direção à Região
Sul, com a primeira grande expansão da fronteira agrícola causada pela sojicultura.
(C) Durante a década de 1970, a Zona da Mata Nordestina começou a receber muitas pessoas que
regressavam de Manaus graças à decadência econômica iniciada em meados da década de 1960.
(D) A partir da década de 1980, a região Sul se tornou menos atrativa para as indústrias, graças aos incentivos
fiscais que tornaram o Sudeste, desde então, em uma região com concentração industrial e populacional.
(E) Com o movimento de privatizações típicos da década de 1990, a região Sudeste volta a atrair fluxos
migratórios de todas as demais regiões, principalmente do Nordeste - realidade essa que se estende até os
dias atuais.

Resolução
Alternativa a. CORRETA. Com a industrialização, muitas pessoas buscaram empregos no Sudeste, e até
mesmo aquelas que já se encontravam em tal região começaram a migrar do campo para a cidade.
Alternativa b. INCORRETA. A soja cria um movimento migratório do Sul para o Centro-Oeste, e, não o
contrário.
Alternativa c. INCORRETA. Em 1963, foi criada a Zona Franca de Manaus, o que fez de tal município uma área
de atração populacional.
Alternativa d. INCORRETA. A população, durante a década de 1980 começa a seguir os rumos de
descentralização industrial e passam a migrar para o Sul.
Alternativa e. INCORRETA. Com a desconcentração industrial, há uma redução no fluxo de migrantes para o
Sudeste. Nos anos 2000, a migração de retorno passa a ser uma realidade, e, atualmente os movimentos
internos às regiões são mais comuns.
Gabarito: a

89
33. Observe o gráfico a seguir:

Fonte: IBGE
Com base em seus conhecimentos e nos dados apresentados, assinale as afirmações a seguir
I. A luta pela demarcação de terras por parte dos indígenas é descreditada pelas determinações elencadas
na Constituição de 1988 que garantem a liberdade cultural dessa parcela da população.
II. Segundo o IBGE, as regiões que se concentram os pretos e pardos no Brasil são, respectivamente, Nordeste
e Sudeste.
III. O clima foi o único diferencial que levou à concentração de migrantes europeus na região Sul do país, o
que reflete diretamente na população local.

Assinale a alternativa correta:


(A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) Apenas a afirmativa I está correta
(D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(E) Apenas a afirmativa II está correta

Resolução
Afirmação I. INCORRETA: Mesmo com as garantias inéditas encontradas na Constituição de 1988, os
indígenas têm direito de lutar pela demarcação de suas terras.
Afirmação II. CORRETA: O Nordeste, graças ao processo de colonização, concentrou muitos escravos de
origem africana, o que lhe confere muitos traços físicos e culturais de tal grupo.
Afirmação III. INCORRETA: Houve incentivos estatais para que ali tais migrantes se estabelecessem, em um
contexto onde o darwinismo social fora mais explícito e constante.
Gabarito: e

90
34. Observe o mapa a seguir:

Fonte: IBGE

Com base nos seus conhecimentos sobre a demografia brasileira e a realidade exposta no mapa, assinale a
alternativa correta
(A) Apesar das grandes obras de infraestrutura que tinham por objetivo interligar o país, toda a região
distante do litoral apresenta baixa densidade demográfica.
(B) A infraestrutura de transporte no Brasil é distribuída de forma homogênea pelo território, logo a
concentração dos produtos exportados no litoral atrai também a população.
(C) O processo de urbanização mais intenso nas proximidades do litoral seguiu a lógica industrial, e como tal
setor concentra a maior parte da mão-de-obra no Brasil, também apresenta maior densidade demográfica.
(D) O histórico de colonização e os ciclos econômicos favoreceram a maior concentração da população
próximo ao litoral, o que foi consolidado com a urbanização.
(E) Analisando o mapa em questão nos permite afirmar que o Brasil não é um país populoso, mas sim
povoado, porque mesmo com uma grande população, o território também é muito extenso.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Há algumas pequenas áreas mais distante do litoral que apresentam alta
densidade demográfica, como por exemplo: Manaus.
Alternativa b. INCORRETA. a infraestrutura de transporte no Brasil é concentrada próxima ao litoral, mas a
produção ligada à exportação na região Centro-Oeste. No litoral concentram-se outras atividades.
Alternativa c. INCORRETA. O setor da economia que concentra a maior parte da mão-de-obra é o terciário,
não a indústria.

91
Alternativa d. CORRETA. Como os ciclos econômicos concentraram boa parte da população próximo ao
litoral, que quando urbanizado, atraiu ainda mais pessoas.
Alternativa e. INCORRETA. Populoso: população absoluta; povoado: densidade demográfica (muitas pessoas
em relação ao espaço).
Gabarito: d

35.

Fonte: IBGE

Com base no gráfico e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.


(A) A taxa de natalidade e a de urbanização são inversamente proporcionais: de acordo como que o Brasil
foi se urbanizando, as taxas de natalidade foi sofrendo quedas.
(B) Na década de 1950 o Brasil teve o auge da sua “explosão demográfica”, como é mostrado no gráfico com
o pico da taxa de natalidade.
(C) Analisando tal gráfico é possível afirmar que a transição demográfica no Brasil não seguiu o perfil mundial,
onde há primeiramente uma queda na taxa de mortalidade e depois da natalidade.
(D) A queda de mortalidade no Brasil, como expressa no gráfico, se deu de forma praticamente homogênea
no país, por estar associada às ações federais.
(E) Um dos próximos desafios para a economia no país é a redução da taxa de fecundidade, uma vez que a
mortalidade e a natalidade já foram controladas.

Resolução
Alternativa a. CORRETA. Com o aumento da urbanização, a taxa de natalidade no Brasil começou a cair.
92
Alternativa b. INCORRETA. O termo “explosão demográfica” está relacionado ao crescimento vegetativo, e
não apenas à taxa de natalidade.
Alternativa c. INCORRETA. Como pode ser notado no gráfico, o Brasil seguiu tal lógica: a queda na taxa de
natalidade acontece depois da taxa de mortalidade.
Alternativa d. INCORRETA. A queda de nenhuma das taxas em questão se deu de forma homogênea no país.
Alternativa e. INCORRETA. Assim como a taxa de natalidade, a taxa de fecundidade no Brasil está em queda.
Gabarito: a

36. Observe as pirâmides etárias brasileiras a seguir:

Com base nos gráficos em questão e a evolução da realidade brasileira, assinale a alternativa correta
(A) A urbanização levou à uma diminuição da população brasileira, como pode ser evidenciada pela base
mais estreita em 2010 do que em 1970
(B) Graças à queda dos fluxos migratórios entre o Nordeste e o Sudeste, a maior concentração da população
jovem em 1970 foi substituída pelo perfil de 2010, onde as migrações se tornaram intrarregional.
(C) Uma pirâmide que apresenta uma base mais estreita, com é o caso do Brasil em 2010, se mostra mais
desenvolvido demográfica e economicamente.
(D) O aumento da expectativa de vida do brasileiro reflete diretamente na base da pirâmide etária, que vem
se reduzindo graças à queda da taxa de fecundidade.
(E) O aumento da população idosa é uma das conclusões que podemos chegar ao analisar tais pirâmides,
logo com um topo mais largo em 2010, a pirâmide apresenta um aumento na expectativa de vida.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. A população absoluta no Brasil aumentou nesse período, a mudança substancial
é quanto ao perfil etário.
Alternativa b. INCORRETA. A migração alterava as regiões das pessoas e não as taxas de natalidade, outros
fatores são responsáveis pelo estreitamento da base da pirâmide etária.
93
Alternativa c. INCORRETA. A transição demográfica pode acontecer sem que o país diminua a concentração
de renda e torne-se mais desenvolvido.
Alternativa d. INCORRETA. A expectativa de vida é refletida diretamente no topo da pirâmide etária
Alternativa e. CORRETA. Com o aumento da expectativa de vida pode ser constatada por um topo mais
robusto em 2010.
Gabarito: e

37. Observe a figura a seguir, onde há a exposição de uma sequência de mapas evidenciando os fluxos
migratórios

Assinale a alternativa que apresenta a causa para o correspondente fluxo migratório


(A) I: Expansão da fronteira agrícola da soja, que passou a encontrar maior mercado externo e pressões no
Sul com o surgimento do MST.
(B) II: Atração de mão-de-obra para a construção de Brasília e obra-de-infraestrutura com o objetivo de
expandir a economia para o interior o país.
(C) III: Predominante na década de 1930, tal fluxo está relacionado à queda do ciclo da borracha e foi o mais
intenso no Brasil nesse momento.
(D) IV: Avanço da industrialização e intensificação da urbanização, demandando mão-de-obra para os setores
secundário e terciário da economia.
(E) V: Conhecida como migração de retorno, se tornou mais intensa em 1970, após a grande seca que atingiu
toda a região, e, diferente dos demais fluxos não teve interferência do Estado.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. a soja se expandiu para o Centro-Oeste
94
Alternativa b. INCORRETA. o fluxo se deu de forma inversa: em direção ao Centro-Oeste, principalmente do
Nordeste.
Alternativa c. INCORRETA. na década de 1930, o maior fluxo acontecia do Nordeste em direção ao Sudeste,
graças à industrialização.
Alternativa d. CORRETA. Com a industrialização e urbanização, a necessidade de mão-de-obra se tornou
maior.
Alternativa e. INCORRETA. A migração de retorno, mais evidente no século XXI, é uma das consequências de
políticas públicas e incentivos fiscais que tornaram o Nordeste atraente para algumas empresas.
Gabarito: d

38. Há várias maneiras de se classificar a população, como por setor produtivo, gênero e idade. Observe os
gráficos a seguir sobre uma dessas classificações e assinale a alternativa que identifique e justifique de forma
correta os dados apresentados

(A) Nordeste: por ser a primeira região colonizada apresentou mais facilidade para se urbanizar.
(B) Norte: a ausência de ações do Estado na região Norte fez dela a menor urbanizada do país.
(C) Centro-Oeste: a sojicultura impede a chegada de indústrias, e consequentemente, a urbanização.
(D) Sudeste: o processo de industrialização concentrado fez da região a mais urbanizada, mas não foi o
suficiente para apresentar as menores taxa de natalidade bruta.
(E) Sul: configurando-se como a segunda região mais urbanizada do país, também apresenta a segunda
menor taxas de natalidade bruta do país.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. A colonização reafirmou valores rurais no Nordeste, que foram mais difíceis de
serem quebrados.
Alternativa b. INCORRETA. Houve ações do Estado para direcionar a economia em direção à Região Norte,
como por exemplo: construção de rodovias, ferrovias e incentivos fiscais - como a Zona Franca de Manaus.

95
Alternativa c. INCORRETA. Atualmente, a produção agrária tem se fundido à indústria, através das
agroindústrias.
Alternativa d. CORRETA. A industrialização concentrou a população nas cidades da região Sudeste,
entretanto outros fatores impediram que ali se encontrasse as menores taxa de natalidade bruta.
Alternativa e. INCORRETA. a segunda região mais urbanizada é o Centro-Oeste, segundo dado do IBGE de
2010. E quanto à taxa de natalidade bruta, o Sul apresenta os menores valores.
Gabarito: d

39. Observe a figura a seguir e assinale a alternativa que explique de forma correta os dados apresentados

(A) Entre os anos 2000 e 2035, acredita-se que a base da pirâmide etária brasileira será menor, assim como
a desigualdade social, por atingir um padrão de desenvolvimento demográfico.
(B) A partir de 2035, o Brasil precisa se preparar para os impactos econômicos negativos que o bônus
demográfico trará, como por exemplo, queda no número de trabalhadores disponíveis no mercado.
(C) A projeção para mulheres é mais animadora, em termos de expectativa de vida, graças à queda na
participação no mercado de trabalho, onde os homens se tornam mais expostos à acidentes.
(D) O processo de envelhecimento da população demandará o fortalecimento de alguns setores, como o da
saúde, a adaptação de espaços públicos e coletivos, bem como um reordenamento econômico quanto à
previdência social.
(E) As taxas de fecundidade e mortalidade, que estão em queda no Brasil, têm feito a população absoluta
diminuir, o que pode se tornar um grande problema para a economia do país, graças à falta de mão-de-obra
e o aumento de aposentados.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. o desenvolvimento demográfico nem sempre acompanha o ritmo do
desenvolvimento econômico.

96
Alternativa b. INCORRETA. O bônus demográfico é um momento onde há uma parcela maior da população
com idade “para trabalhar” superior àquela que ainda é impedida por lei, ou aposentada. Logo, esse é um
bom momento para economia, a PEA é maior.
Alternativa c. INCORRETA. Há um aumento na participação da mulher no mercado de trabalho, e a
expectativa de vida feminina é maior por vários fatores, como por exemplo, - além de questões biológicas
que estão sendo estudadas, referente ao duplo X - graças à menor exposição ao risco (acidentes de
automóveis e brigas, por exemplo) e ao maior cuidado com a saúde (prática de medicina preventiva)
Alternativa d. CORRETA. O envelhecimento da população trará mudanças para o país, e várias medidas
precisam ser tomadas para a adaptação ao novo cenário.
Alternativa e. INCORRETA. A população absoluta no Brasil não tem diminuído com a queda da taxa de
fecundidade, mas sim aumentando, graças à expectativa de vida.
Gabarito: d

40. A estrutura demográfica brasileira sofreu grandes alterações a partir do século XX.
Sobre a transição demográfica no Brasil, assinale a alternativa correta
(A) Com a industrialização, os fluxos demográficos em direção aos centros urbanos foram intensificados,
entretanto, isso não foi o bastante para que houvesse uma queda na taxa de natalidade, que só foi
evidenciada no século XXI.
(B) A globalização potencializou os movimentos migratórios, graças à facilidade de locomoção, e, se
somarmos tal situação à crise na Venezuela, o Brasil viu seu crescimento natural ultrapassar as projeções
realizada pelo IBGE.
(C) A década de 1970 marca a urbanização da população brasileira, logo o perfil etário passa a sofrer
mudanças mais evidentes, graças à queda na taxa de fecundidade e aumento na expectativa de vida.
(D) A queda na taxa de mortalidade sucedeu a baixa no número de filhos por família no Brasil, logo com o
aumento na expectativa de vida e queda na taxa de fecundidade, a população brasileira começou a vivenciar
sua transição demográfica.
(E) A década de 1930 marca a explosão demográfica brasileira, graças à queda na taxa de mortalidade
derivada do processo de industrialização e urbanização que foram intensificados nesse momento.

Resolução
Alternativa a. INCORRETA. Ainda no século XX, a taxa de natalidade no Brasil começou a entrar em declínio.
Alternativa b. INCORRETA. A imigração não é contabilizada no cálculo do crescimento natural ou vegetativo.
Alternativa c. CORRETA. A urbanização teve muito impacto no perfil etário da população brasileira,
favorecendo a diminuição das taxas de natalidade e aumento da expectativa de vida.
Alternativa d. INCORRETA. A transição demográfica brasileira se deu, primeiramente, pela queda na taxa de
mortalidade e, então, da taxa de natalidade/fecundidade, que ainda hoje estão em ritmo de redução.
Alternativa e. INCORRETA. A explosão demográfica não depende apenas da taxa de mortalidade.
Gabarito: c
97
12 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) Concurseiro(a),

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prof.sauloteruotakami

13 - REFERÊNCIAS
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