Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rafael Marquese
DH/FFLCH/USP
2o semestre 2022
Historiografia da escravidão como filha do abolicionismo (virada do XVIII para o XIX).
Como a matéria se expressou no Brasil do século XIX?
Frederico Leopoldo César Burlamaqui, Memória analítica acerca do comércio de escravos e da escravidão doméstica (1837)
Os herdeiros do abolicionismo (Evarismo de Moraes, Escravidão africana no Brasil. Das origens à extinção, 1933)
A obra matricial de Gilberto Freyre (Casa Grande & Senzala, 1933; Sobrados e Mocambos, 1936).
As obras de fora da academia: Edison Carneiro, O Quilombo dos Palmares (1946/1947), Maurício Goulart, A
escravidão africana no Brasil. Das origens à extinção do tráfico (1949).
A escravidão na academia: a produção uspiana, 1955-1973
A resposta ao Projeto Unesco (cf. Marcos Chor Maio, A história do Projeto Unesco: estudos raciais e ciências sociais no Brasil. Doutorado-
Iuperj, 1997)
F. Fernandes & R. Bastide, Relações Raciais entre Brancos e Negros em São Paulo (1955)
Fernando Henrique Cardoso, Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional (1961/1962)
Octávio Ianni, As Metamorfoses do Escravo (1961/1962)
F. Fernandes, A integração do negro na sociedade de classes (1965)
A especificidade de Maria Sylvia de Carvalho Franco (Homens Livres na Ordem Escravocrata, 1964/1968)
Os historiadores:
Emília Viotti da Costa, Da Senzala à Colônia (1964/1966)
Fernando Novais, Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1973/1979)
A produção dos brasilianistas nas décadas de 1950-1960:
Stanley Stein, Vassouras. Um município brasileiro do café, 1850-1900 (1957)
Charles Boxer, Relações raciais no Império português, 1415-1825 (1963)
O trabalho ímpar de Pierre Verger, Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o Golfo do
Benin e a Bahia de Todos os Santos dos séculos XVII a XIX (1968)
Warren Dean, Rio Claro. Um sistema brasileiro de grande lavoura, 1820-1920 (1976)
Stuart B. Schwartz: pesquisa sobre escravidão e alforrias na Bahia com Kátia Mattoso
Artigo de 1974 na HAHR; resultados particulares em 1982 (Ser escravo no Brasil, Mattoso) e 1985 (Segredos
Internos, de Schwartz)
Robert Slenes, The demography and economics of Brazilian slavery, 1850-1888 (1976)
A reorganização da academia brasileira na virada para a década de 1980
Doutorados no exterior:
FEA / USP (sob Alice Canabrava): Iraci del Nero da Costa & Francisco Vidal Luna [textos reunidos em livro publicado
com Herbert S. Klein, Escravismo em SP e MG, 2009]
UFF (sob Ciro Cardoso e Yedda Linhares): mestrados e doutorados de João Fragoso (1986/1990), Hebe Mattos
(1986/1993) e doutorado de Manolo Florentino (1991)
Unicamp (sob Peter Eisenberg e R. Slenes): Célia Maria Marinho Azevedo (mestrado - 1983), Sidney Chalhoub
(doutorado - 1989) [Silvia Lara: doutorado com F. Novais (DH/USP), 1986; P.T. Machado/Cristina Wissenbach: mestrado
e doutorado com Maria Odila L. da Silva Dias, 1985-1994]
Dois livros paradigmáticos: Visões da Liberdade (1990) e Arcaísmo como Projeto (1993).
Consolidação do campo após a década de 1990, com as novidades vindo da culturalização da história social:
Estudos sobre
1) identidades africanas;
2) história social do direito (escravos como sujeitos na justiça);
3) alforrias;
4) demografia;
5) resistência escrava;
6) escravidão urbana;
7) tráfico (transatlântico e interno);
7) escravidão indígena / africana.