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ATIVIDADE A1 – CULTURA LATINO-AMERICANA

A antiga América foi uma macrorregião cultural de grande diversidade


étnica e linguística. Diversos povos de características muito distintas
desenvolveram-se milênios antes da chegada dos conquistadores europeus.
Segundo o historiador Ciro Flamarion Cardoso (1996, p. 10), muitos estudos
pré-colombianos se iniciaram na etno-história, “[...] a princípio, uma espécie de
etnografia descritiva, aplicada retrospectivamente às fontes da época da
conquista e dos primeiros tempos da colonização.” Desde então,
desencadearam-se diversos problemas referentes à documentação desse
período:
[...] os conquistadores destruíram monumentos — grandes centros
urbanos da última fase pré-colombiana foram transformados em
cidades espanholas (México, Cusco) — e obras de arte (fundidas
quando confeccionadas com metais preciosos), queimaram quase
todos os códices (manuscritos pré-colombianos, encontrados
principalmente na área que hoje corresponde ao México centro-
meridional). Mais grave ainda, a conquista e as primeiras fases da
colonização significaram a destruição física da maioria absoluta dos
índios, através de epidemias repetidas, escravidão e trabalhos
forçados diversos, confisco de terras, ruptura violentada organização
social, familiar, religiosa, cultural. Entre os milhões que morriam,
desapareceram muitos sábios portadores da tradição de civilizações
moribundas. Tudo isto limita muito a quantidade de informação que se
pôde recolher sobre as últimas etapas da história pré-colombiana.
(CARDOSO, 1996, pp. 7-8).

Destacaram –se na arte pré-colombiana as culturas dos maias, astecas,


incas. A metalurgia era desenvolvida pelos incas com bastante satisfação, pois
eles fabricavam diversos ornamentos corporais, como colares, brincos,
braceletes e peitorais, a partir de diversas técnicas criadas à base de moldes
de argila. Segundo Favre (2014), os incas eram considerados os “mestres dos
metais”; criavam grandes chapas de ouro, prata e cobre, que serviam como
bases de toda a produção. Numerosos objetos rituais também eram
confeccionados, por exemplo a Máscara funerária de ouro, da província de
Lambayeque, Sícan. As máscaras funerárias, possuem funções semelhantes a
cultura egípcia que também preservavam seus corpos com máscaras de ouro
no sarcófago.
Da mesma forma, a civilização maia possuí semelhanças com a arte da
Antigo Egito. Esses povos eram regidos por deuses e estavam desenvolvendo
práticas importantes em torno de sistemas da astronomia, do calendário e da
escrita glífica – criaram um alfabeto de símbolos. Gentrop (2014) ressalta que
hoje, graças a diversos esforços, muitas peças glíficas se encontram
“decifradas”. Além dos símbolos da escrita, há muitos registros artísticos em
esculturas, desenhos, pinturas em grandes murais, construções de templos em
formato de pirâmides, altares zoomórficos talhado em pedra calcária e
“pequenas esculturas em forma de cogumelo, de ‘silhuetas’ de contornos
entalhados e de grandes monólitos” (GENTROP, 2014, p. 21).
Os astecas desenvolveram um sistema civilizatório mais completo e
complexo. A figura do artesão se sobressai, com a produção da arte plumária,
mosaicos de turquesa, pintura e afrescos em mural, máscaras em pedra,
esculturas, arquitetura, além da literatura, música e dança também praticadas;
as mulheres ficavam com o fazer manual da tecelagem e do bordado. A arte
greco-romana se assemelha com as técnicas que os astecas dominavam,
como a pintura em afresco, mosaicos e a ligação da produção artística com a
crença religiosa.
Devido à preservação de diversos objetos originários da cultura latino-
americana pré-colombiana por diversas instituições museológicas espalhadas
pelo mundo, é possível hoje contarmos uma história de sobrevivências. 

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