A Arte pré-colombiana é uma designação que compreende todas
as manifestações artísticas levadas a cabo pelos povos nativos mesoamericanos, anteriores à conquista da América Latina pelos espanhóis e portugueses.
De autoria anônima, a arte pré-colombiana compreende diversas
tipologias, como a arquitetura, a escultura (incluindo relevo e estatuária), a pintura, a joalharia e ourivesaria, a cerâmica e objetos de uso doméstico e ornamentos. Os materiais mais frequentes são a pedra, o tecido, o barro e o metal. Estes povos tinham profundo domínio sobre o metal.
Todas as obras foram feitas por artesãos, cuja função é transpor
para estes objetos representações pré-determinadas pelas crenças ou ciências populares. ARTE MAIA é aquela produzida pela antiga civilização dos maias, um dos povos pré-colombianos que habitavam a América Central desde 1000 a.C. e que permaneceram até o século XVII. As cidades maias abrangiam cerca de cinco países: México, Guatemala, Belize, Honduras e El Salvador. Principais Características A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. Principais Características
Assim como os egípcios, usaram uma escrita
baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Principais Características A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano. Principais Características A arte maia apresenta um elevado grau de sofisticação, visto a época em que fora produzida. Fazendo uso de diversos materiais com: pedra, terra, argamassa, gesso, madeira, terracota, cerâmica, papel, etc. Suas técnicas demonstram a grandiosidade do saberes desenvolvidos por essa civilização. ARQUITETURA MAIA Utilizada sobretudo para realização de cerimônias, a arquitetura maia apresenta um elevado grau de sofisticação, suntuosidade e monumentalidade, com a produção de templos, palácios, pirâmides, túmulos, observatórios, dentre outros. Esses espaços arquitetônicos abrigavam diversas pinturas e esculturas sendo formadas por arcos e abóbodas. Estas plataformas eram feitas de pedras, já as paredes de terra batida revestidas por argamassa ou pedras ARQUITETURA MAIA Era comum a utilização de tetos com formato de falsa abóbada e de arcos formados por pedras empilhadas – como uma escada invertida – que resultavam numa intenção parecida com a dos arcos romanos- que conseguiam vencer enormes vãos-, mas, por não terem tamanho conhecimento a cerca disso, só sustentavam pequenos espaços. Isso resultava numa grande contradição, pois edifícios monumentais, como palácios e templos, possuíam pequenos espaços internos Exemplo de arco Maia em Tulum, México Vista panoramica a ruina de Tulum - cidade Maia Cancum/ México OS TEMPLOS PIRÂMEDES MAIAS Os templos mais importantes se encontravam em cima de pirâmides, que eram formadas por várias plataformas dívidas por escadarias íngremes para dar acesso ao cume. Na parte superior haviam pequenas câmaras, com uma crista ou muro. Era comum que no topo, também, houvessem observatórios astronômicos e, portanto, janelas miras demarcatórias – para guiar e analisar os astros. Templo das Inscrições em Palenque, México As pirâmides serviam de cenário para cerimônias de rituais de sacrifício. As pessoas se reuniam em baixo e participavam ativamente dessas cerimônias cantando, dançando e implorando aos deuses que aceitassem os sacrifícios. Essas pirâmides, na maioria dos casos, possuíam alturas enormes e, inclusive, em algumas cidades havia o acréscimo de uma nova camada dela toda vez que um rei morria, o que permitia à pirâmide estar sempre em crescimento. Tikal na Guatemala CURIOSIDADE A matemática tinha forte influência nos edifícios não só na engenharia de sua construção, mas, também, na proposta arquitetônica. Um exemplo forte disso é o templo de Kukulcan, ou El Castillo, que possuía inclinação exata de 45 graus e exatos 365 degraus – contando as quatro escadarias com 91 e a plataforma de cima – denotando ao calendário solar, além disso, um detalhe homenageia o deus de mesmo nome, que é uma serpente de plumas. É possível, durante os dois equinócios anuais, observar a sombra de uma serpente na lateral da escadaria Sombra da serpente em El Castillo CURIOSIDADE As cidades-estados eram bastante semelhantes entre si, todas possuíam uma grande praça onde todas as construções importantes eram erguidas: as pirâmides. Na configuração da cidade, os sacerdotes maias e governadores viviam ao redor dos templos. Um pouco mais longe viviam os chefes militares, e ainda mais longe viviam os comerciantes e artesãos. Fora da cidade, perto dos campos de cultivo, moravam os camponeses e escravos cujo trabalho davam suporta a toda a sociedade. Palenque, México Aqueduto com El Palácio ao fundo em Palenque. México El Caracol em Chichén Itza, México
PLANTA BAIXA DE El Caracol
PINTURA MAIA
Além das pinturas realizadas nos artesanatos produzidos
principalmente em cerâmica, a pintura maia teve grande destaque com a produção de diversos murais, os quais adornavam as paredes dos palácios e dos templos. Com a técnica do afresco, os murais eram multicoloridos e apresentavam cenas históricas, cotidianas, culturais, cerimoniais e religiosas. ESCULTURA MAIA
É notório o estilo naturalista expresso nas esculturas
maias, posto que produziam diversas figuras humanas bem como aquelas relacionadas aos símbolos religiosos. A arte escultórica maia tinha a finalidade de embelezar os locais, de forma que adornava os templos e os palácios. Os materiais mais utilizados para a produção dessa arte eram as pedras, gesso e madeira. Escultura em terracota Escultura em pedra Representação de um antigo maia feito em relevo sobre uma pedra ARTE ASTECA Até o século XIII, na porção noroeste do México, observamos a presença de uma pequena tribo seminômade na região Aztlan. Por razões históricas não muito bem esclarecidas, essa população decidiu se deslocar para a direção sul, até alcançar o território do lago Texcoco, no vale do México. Após derrotar algumas populações que dominavam a região, este povo foi responsável pela criação da civilização asteca. Ao longo de dois séculos de dominação, os astecas formaram um imponente império contendo mais de quinhentas cidades e abrigando mais de quinze milhões de habitantes. Nesse processo de deslocamento, também é importante falar sobre o estabelecimento da agricultura como atividade econômica fundamental. Graças à agricultura, os astecas tornaram-se uma numerosa civilização. No período de auge do Império Asteca (do século XV até a conquista espanhola de 1512) houve um grande desenvolvimento artístico e arquitetônico na região do Vale do México. ARQUITETURA ASTECA As ruínas astecas indicam muito mais grandeza do que qualidade. Sua arquitetura era menos refinada que a dos maias. Milhares de artesãos trabalhavam continuamente para construir e manter os templos e palácios. Pequenos templos se elevavam no topo de altas pirâmides de terra e pedra, com escadaria levando aos seus portais. Imagens de pedra dos deuses, em geral de forma monstruosa, e relevos com desenhos simbólicos, eram colocados nos templos e nas praças. Tenochtitlán, capital do Império Asteca ESCULTURA ASTECA
As esculturas astecas tinham uma grande
expressividade e eram bem acabadas. Estas esculturas apresentavam significativo realismo e evocação. Os escultores astecas usavam, principalmente, basalto, ouro, pedras e cerâmica para a confecção de esculturas. Fizeram estátuas de corpos humanos, figuras sagradas, divindades astecas, máscaras, calendários e imagens de animais. Mitologia asteca: estátua da deusa Coatlicue (mãe dos deuses)
Estátua de um homem segurando um cacau
ESCULTURA ASTECA A mais famosa escultura asteca é a Pedra do Sol, erradamente conhecida como Calendário de Pedra Asteca. Está no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México. Com 3,7 m de diâmetro, a pedra tem no centro a imagem do deus sol, mostrando os dias da semana asteca e versões astecas da história mundial, além de mitos e profecias. PINTURA ASTECA As pinturas astecas eram feitas em paredes de templos, tecidos ou potes de cerâmica. Com cores fortes, os artistas representavam cenas do cotidiano, batalhas, rituais e imagens de personagens importantes do império. As pinturas eram chapadas, sem profundidade e, muitas vezes, não seguiam a proporcionalidade. Elas são ricas fontes de informações sobre a história desta civilização. reis da cultura Asteca compartilhando uma bebida de chocolate. Imagem do deus Quetzalcóatl
Imagem de Xipe Totec
(deus da fertilidade) num calendário asteca CURIOSIDADE A dança, música e canto estavam presentes na vida dos astecas. Acompanhavam os matrimônios, funerais, eventos políticos, sacrifícios e rituais religiosos. A música era produzida ao som de instrumentos musicais (principalmente tambores). Os astecas eram artesãos hábeis. Tingiam algodão, faziam cerâmica e ornamentos de ouro e prata e esculpiam muitas jóias finas em jade. ARTE INCA A arte inca corresponde aquele produzida pela civilização inca que habitou parte dos Andes, atual Peru, entre os anos de 3000 a.C. e 1500 d.C. Inserida no contexto da espiritualidade e da religião inca, eles eram grandes artistas e possuíam uma arte sofisticada com uma técnica avançada. RELIGIÃO Vale lembrar que a religião inca era politeísta, ou seja, eles acreditavam em vários deuses, relacionados com elementos da natureza: chuva, trovão, sol, lua, vento, dentre outros. A arte inca estava intimamente relacionada com a religiosidade do povo, donde as esculturas, artesanato e arquitetura refletiam sua religiosidade. DIVISÃO SOCIAL TECELAGEM
O artesanato têxtil alcançou, entre os incas andinos,
um grande apuro técnico. Os tecidos incas destacavam-se pelos estampados variados e de cores vivas. Os incas conheciam a técnica de produção de vários tipos de tecidos graças à facilidade de matéria-prima: cultivo de algodão e as lãs fornecidas pelas lhamas e alpacas. No artesanato têxtil era comum a aplicação de plumas nos mantos e chapéus. TECELAGEM ARQUITETURA A arquitetura inca destaca-se pela sobriedade. No litoral, os prédios eram construídos de adobe e, na região andina, de pedra. As plantas dos prédios costumavam ser retangulares, embora arqueólogos tenham descoberto construções de formas arredondadas. Datam do período anterior à consolidação do grande império inca (em torno do século XV), algumas construções imponentes como o Templo em degraus de Chavín de Huántar - decorado com baixos-relevos e peças de cerâmica; - a Porta do Sol de Calasaya e o Palácio de Huaca del Sol. Após a consolidação do império, foram erguidos os gigantescos monumentos de Cuzco, trabalhados em pedras encaixadas com precisão quase matemática. Templo em degraus de Chavín de Huántar Porta do Sol de Calasaya Palácio de Huaca del Sol Deve-se destacar, como um dos mais belos exemplos da arquitetura inca, as ruínas de Machu Picchu, uma cidade construída nos Andes, talvez em 1450. Esta cidade, só descoberta no início do século XX, tanto pode ter servido como local de cerimônias religiosas, como para que os incas se protegessem dos espanhóis durante as guerras de conquista. Em Machu Picchu destacam-se o conjunto de terraços e o observatório astronômico. Escultura Inca Na escultura , os Incas fizeram muitas obras bem trabalhadas. Eles eram feitos principalmente de pedra , mas eles também eram feitos de metais como ouro e prata, assim como madeira. Eles representavam figuras antropomórficas (humanas), zoomórficas (animais) e fitomórficas (vegetais). Em alguns casos, há também representações de colinas e escamas, de possível simbolismo ritual. Outras peças escultóricas simulam formas de placas ou modelos, cujo uso ainda não foi especificado. Antropomorfos As crônicas da conquista mencionam a existência de estátuas com forma humana, representando os reis e divindades incas, o tamanho real ou algo maior ou menor. Algumas eram feitas de ouro e outras eram esculpidas em pedra; Eles costumavam ter turquesas e esmeraldas incrustadas em seus olhos. Infelizmente, há cópias dessas esculturas, como o metal precioso foram fundidos pelos conquistadores espanhóis , e as de pedra destruída ao ser relacionado com a idolatria , ou vandalismo simples. Outras peças esculpidas em forma humana ou humanóide são pequenas, alguns centímetros de altura, feitas de ouro , prata e pedra , muitas vezes encontradas em túmulos. Zoomorphs Eles representavam animais como o puma e fontes cerimoniais esculpidas com serpentes em relevo e na forma de pássaros como o condor . Há também representações de auquénidos, lhamas , vicunhas e alpacas , em tamanho pequeno ( ulltis ). Fitomorfos No caso das representações fitomórficas, podemos citar as figuras de espigas de milho e frutas, conhecidas como illas ou conopas , e numerosas tigelas e recipientes popularmente chamados de morteiros. CLASSIFICAÇÃO Em geral, as obras esculturais dos Incas podem ser classificadas em dois grandes grupos:
Móveis ou isentos, ou próprios estátuas, que variam de estátuas de
pessoas ou animais em tamanho natural para pequenas esculturas e estatuetas (como ulltis ou representações de auquénidos e Illas ou representações simbólicas, todas de caráter ritual) escultura.
Propriedade de escultura, esculpida na rocha e associada a grandes
complexos arquitetônicos. Alguns trabalharam em formações rochosas, e Machu Picchu (por exemplo Scale "santo caverna" e Intihuatana), Sacsayhuamán ( "Inca Trono") e Kenko ; e outros feitos em grandes pedras, como a pedra Saywite . Cabeça de pedra inca com llauto e mascaipacha . Acredita-se que seja uma representação do deus Viracocha . Museu das Américas de Madrid. A ourivesaria — em geral, o trabalho em metais — também alcançou alto grau de desenvolvimento. O Museu do Ouro, em Lima, no Peru, guarda objetos de extraordinária beleza. Embora a maior parte das peças tenha sido destruída pelos espanhóis durante a ocupação do território, ainda sobraram mantos sacerdotais bordados a ouro, luvas de ouro (manoplas) também para uso dos sacerdotes, capacetes ornados, copos, taças, pratos, brincos e placas peitorais. O museu também expõe instrumentos cirúrgicos de ouro e um crânio que passou por uma cirurgia para que, uma parte do osso, fosse substituída por uma placa de ouro. No intuito de educar os futuros imperadores, criados em total reclusão, os incas produziram, em ouro, pequenas esculturas que reproduziam atos sexuais. A prata era usada cotidianamente e, dos objetos feitos neste material, restaram poucos exemplares: canecas, jarras, pratos, talheres e enfeites domésticos. CERÂMICA Das artes produzidas pelos incas nenhuma, porém, foi tão original quanto a cerâmica. Os diferentes estilos e técnicas nos permitem, hoje, estudar a evolução do império e a sucessão de culturas que acabaram por criar a cultura inca. Em Chavín e Paracas, as cerâmicas eram entalhadas ou pintadas com figuras de felinos. A espessa cerâmica de Tihuanaco era pintada de vermelho ou cor de laranja e, geralmente, apresentava a forma de uma taça sem pé. Uma serpente se enroscava nesta taça e a cabeça do réptil ultrapassava o limite superior da taça. Em Recuay manufaturava-se uma cerâmica quase branca, com decoração entalhada. Nazca desenvolveu uma cerâmica delicada e de finíssima espessura: bastante polida, era enfeitada com frutos e flores. A cerâmica de Nazca é conhecida mundialmente por utilizar, como elemento decorativo, cabeças humanas reduzidas e mumificadas. PINTURA INCA