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UNILAGO-UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES LAGOS

ARQUITETURA E URBANISMO

NICOLE AUGUSTO BINDELLA

TRABALHO DE TEORIA DAARQUITETURA:


ARQUITETURA PRÉ - COLOMBIANA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2015
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NICOLE AUGUSTO BINDELLA

TRABALHO DE TEORIA DAARQUITETURA:


ARQUITETURA PRÉ - COLOMBIANA

Trabalho apresentado à disciplina


de Teoria da Arquitetura – 5º
Período de Arquitetura e
Urbanismo.

Orientadora: Priscila Bond

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2015
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SUMÁRIO

1. IN TRO D U ÇÃ O ...........................................................................4
2. AS CIV ILIZA ÇÕ ES ....................................................................5
3. ARQ U ITETU RA M AIA ................................................................6
4. ARQ U ITETU RA IN CA ...............................................................10
5. ARQ U ITETU RA A S TECA ..........................................................14
6. CO N CLUS Ã O ............................................................................18
7. BIBLIOG RA F IA ........................................................................19

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INTRODUÇÃO

Quando falamos em arquitetura pré-colombiana, datamos como o


período anterior à chegada de Cristovão Colombo às Américas, final do
século XV e início do século XVI. É um marco importante para
civilizações estabelecidas no continente americano, pois as civilizações
que ainda não haviam desaparecido foram fortemente influenciadas pela
colonização europeia.

Enquanto a Europa passava pelo movimento cultural conhecido por


Renascimento, a América também passava por evolução em suas mais
diversas regiões, com civilizações que deixaram importantes registros
de seus conhecimentos matemáticos, astronômicos, em agricultura,
arquitetura e urbanismo.

Fig.1 – Cidade de Machu Picchu, Peru.

Fig.2 – Cidade de Teotihuacan, México.

Fig.3 – Cidade de Tikal, México.

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AS CIVILIZAÇÕES

As civilizações pré-colombianas se desenvolveram de forma bem


dispersa dentro do continente, mas com organizações semelhantes.

Na região da Cordilheira dos Andes, desenvolveu-se a civilização Inca,


com um vasto império, que em seu auge abrangia regiões entre o
Equador e o Chile.

A área central do continente era ocupada por civilizações olmecas,


toltecas, teotihuacanas, astecas e maias, sendo as duas últimas as de
maior destaque. A civilização asteca ocupava a região do central do
México, enquanto a civilização maia a região do sul do México.

Fig.4 – Localização das principais civilizações pré-colombianas.

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ARQUITETURA MAIA

A sociedade maia se ergueu no coração do México. Durante mais de 2


mil anos (aproximadamente 1000 a.C., à 1000 d.C.), e aprimoraram suas
técnicas de arquitetura e escultura, atingindo um grau de
desenvolvimento não encontrado entre os demais povos da América.

Sua arquitetura monumental e suntuosa era erguida em homenagem aos


deuses, feitas em pedra de calcário, material de grande oferta na região,
acredita-se que essas pedras eram transportadas sem o auxílio animal,
sendo roladas por troncos e cordas, até o local necessário. Para se fixar
as pedras, utilizavam-se de argamassa a base de calcário triturado,
adicionado a água.

Os templos, palácios e pirâmides maias, em seu exterior eram ricamente


adornados com esculturas, que não eram executadas de forma aleatória,
mas após cálculos que permitissem se atingir o efeito esperado, como no
caso da serpente do templo de Kukulcán, em homenagem ao deus que
recebe o mesmo nome. Sua construção foi executada de forma que
durante os dois equinócios do ano, os raios de sol projetem a serpente
sobre a lateral da escadaria do templo.

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Fig.5 – Escultura serpente do templo maia de Kukulcán – Chichén Itzá, México.

No topo das pirâmides, localizavam-se os templos, que eram locais


escuros e poderiam conter uma ou mais salas, e eram destinadas a
rituais de sangria, oferecidos aos deuses.

Fig.6 – Pirâmide maia de Kukulcán – Chichén Itzá, México.

O interior das pirâmides, a exemplo das pirâmides egípcias, também


eram usadas como tumbas dos reis, que eram enterrados junto a seus
pertences, e animais ou humanos sacrificados em homenagem aos deus,
eventualmente eram mumificados.

Nesse mesmo templo, de El Castillo, podemos observar todo o


conhecimento matemático dominado pelos maias. Sua inclinação foi
executada em perfeitos 45o, e seus quatro lados são voltados para os
pontos cardeais, a somatória de seus degraus, 91 em cada um dos quatro
lados, mais a base superior, somados, resultam em 365, mesma
quantidade de dias do calendário solar.

Por volta do ano de 1200d.C., os maias teriam entrado em guerra com a


civilização tolteca, fugindo para o sul, e deixando a cidade deserta e
quase destruída. No século XV, quando os espanhóis desembarcaram no
México, encontraram a cidade deserta, e em ruínas.

Sua arquitetura não resistiu muito bem às ações do tempo, mas em suas
ruínas, que se tornaram sítios arqueológicos, encontraram-se vestígios
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do que seriam observatórios astronômicos, sendo o mais importante o El
Caracol, localizado na cidade de Chichén Itzá.

Fig.7 – Observatório El Caracol – Chichén Itzá, México.

O planejamento das cidades maias era mínimo, adaptando-se à


topografia existente no terreno. As cidades tinham tamanhos variados,
por exemplo, algumas cidades possuíam territórios muito extensos,
instaladas nas planícies calcárias ao norte da península de Iucatã,
enquanto outras, às margens do rio Usumacinta, usaram sua geografia
acentuada para erguer altas torres e templos.

Inicialmente a cidades eram construídas a partir de um traçado em


direção aos pontos cardinais, porém a partir daí sua ampliação crescia
desordenada. Aos subúrbios dos grandes templos e pirâmides eram
erguidas as casas menos nobres, templos menores e santuários
individuais.

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Fig.8 – Panorama da cidade de Uxmal, México.

Tem-se poucos registros sobre a construção das casas populares, seriam


feitas de estruturas de madeiras, adobe, nas paredes e cobertura de
palha, eventualmente feitas em pedra calcária.

Fig.9 – Casa do Governador – Uxmal, México.


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ARQUITETURA INCA

O domínio do império inca abrangia uma extensa área, que ia do


extremo norte do Equador ao sul da Colômbia, todo o Peru e Bolívia, ao
noroeste da Argentina e norte do Chile. Sua soberania na região durou
entre 1200 d.C. até a chegada dos espanhóis à região, e execução do
imperador Atahualpa, em 1533.

Os incas se estabeleceram em território com relevo acentuado, sendo a


região marcada por terremotos, porém suas edificações resistiram
firmemente aos impactos causados pelos mesmos. A capital do império
era Cuzco, e por conta de seu extenso território, abrangia diversas
nações, com mais de 700 idiomas diferentes sendo falados.

Os incas construíram diversos templos dedicados às suas divindades,


podemos destacar o, o Templo Vilcashuaman, o Templo Aconcáguae o
Templo do Lago Sol no Titicaca. O Templo do Sol em Cuzco, foi
construído com pedras encaixadas, possuía 360m de diâmetro e em seu
interior havia uma grande imagem do Sol, em diversas partes do templo
era possível se observar incrustrações douradas representando o milho,
lhamas e terra.

Fig.10 – Templo do Sol, em Cuzco.

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A organização do Império Inca era feudalista, ou seja, todos pagavam
tributos ao Inca, o Imperador.

A classificação da sociedade ser dava de forma que o Inca estava no


topo da pirâmide, reivindicava seu poder por julgar-se descendente dos
deuses, abaixo dele estavam a família real, nobres líderes militares e
líderes religiosos, a seguir estavam das quatro províncias do império,
Chinchasuyu (norte), Antisuyu (leste), Contisuyu (oeste) e Collasuyu
(sul), abaixo estavam os militares locais, e por fim os camponeses.

Os dominados do império recebiam as tarefas que deveriam realizar,


bem como onde poderiam cultivar e até onde poderiam viajar, inválidos
e incapazes eram auxiliados a manter sua subsistência com trabalho, e
as mulheres casadas recebiam lã para a confecção de roupas. Todos
eram obrigados à trabalhar para o Império e para seus deuses
domésticos.

Fig.11 – Agricultura Inca, em Moray.

O sucesso da agricultura inca, deve-se muito à suas estradas e trilhas


que possibilitavam boa distribuição da colheita

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Fig.12 – Estrada das Águas Calientes – Machu Picchu.

Fig.13 – Trilha Inca – Pisaq.

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Para os incas, suas eram construídas para os deuses, sendo assim
deveria ser vista e lida por eles, vemos traços disso em seu
planejamento em Cuzco, por exemplo, no traçado das vias.

Fig.14 – Planta da cidade de Cuzco.

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ARQUITETURA ASTECA

As ruínas astecas indicam-nos sua grandiosidade, porém não sua


qualidade. Quando comparada à arquitetura maia, podemos verificar o
quão menos refinada ela é.

Na ocasião da colonização espanhola do império asteca, por volta do


fim do século XV e início do século XVI, o império contava com cerca
de 200mil km2 de domínio, e 5 milhões de habitantes.

Sua origem remonta a dos antigos povos mexicas. O centro do império


era a cidade de Tenochtitlán.

A organização dentre os aspectos econômico, social e político, era


monarquia teocrática e militar, onde o chefe político era denominado
Tlaltecuhtli, que era ao mesmo tempo guerreiro e sacerdote.

A cidade possuía uma divisão administrativa dividida em quatro partes,


chamadas calpulli, que possuíam de organização do trabalho agrícola,
tributação, religiosa, educacional e recrutamento de guerreiros.

Fig.15 – Cidade de Tenochtitlán – Capital do Império Asteca.

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Fig.16 – Ilustração do Templo Mayor - Tenochtitlán.

Desenvolveram para subsistência do império, um complexo sistema de


irrigação, que abastecia todo seu território, e permitia o consumo da
população e irrigação da plantação.

F
ig.15 – Ilustração do Sistema de Irrigação Asteca - Tenochtitlán.
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Sua hierarquia social dividia-se em nobreza militar e sacerdotes, que
ocupavam o topo da pirâmide social junto ao rei, abaixo deles os
comerciantes e artesãos, e por fim os escravos, camponeses e
prisioneiros de guerra, que eram sacrificados aos deuses.

Desenvolveram também um calendário, intitulado Pedra do Sol,


inspirado no modelo maia.

Fig.16 – Calendário Asteca Pedra do Sol – Exposto no Museu Nacional de


Antropologia da Cidade do México.

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Pouco se tem de registros históricos à respeito do povo asteca, pois em
sua colonização pelos espanhóis, seus templos, esculturas, e sociedade
ficou soterrada pelas cidades erguidas em seus antigos territórios, o que
encontramos são diversos fragmentos em escavações, o que nos dirige
na tentativa da reescrita de sua história, resconstrução de seus templos
e obras, e no estudo de sua sociedade.

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CONCLUSÃO

Os povos habitantes da América do Sul, possuíam grandes habilidades


arquitetônicas, tanto na construção de suas edificações, pontes,
agricultura, e organização social.

Diferentemente dos povos europeus da época, utilizavam-se de materiais


brutos, para suas construções, sofrendo lapidações até que atingissem o
ideal para o qual seriam utilizados.

Infelizmente dispomos de pouco de seus conhecimentos e legado


aplicado ao nosso cotidiano, exceto pelo que fora absorvido por nossos
colonizadores. Para nós, fica o grande mistério de como um povo que
viveu de forma tão isolada pôde construir obras tão grandiosas, tamanho
domínio astronômico, urbanístico e organizacional, e o desafio, quase
que obrigatório de, com todas as ferramentas que dispomos, alçarmos
voos mais longínquos na busca pela perfeição de nossas edificações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
18
GLANCEY, Jonathan. História da arquitetura. São Paulo: Edições
Loyola, 2007

CARDOSO, Ciro Flamarion. América Pré-Colombiana. São Paulo:


Brasiliense, 1987.

http://www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/civilizacao_inca.htm

http://www.historiadomundo.com.br/maia/ruinas-maias

http://books.google.com.br/books?id=tZGDyi6EPPoC&lpg=PP1&dq=hist
%C3%B3ria%20da%20Arquitetura%20Jonathan
%20Glancey&pg=PP1#v=onepage&q&f=true

http://www.brasilescola.com/historia-da-america/astecas.htm

http://www.historiadomundo.com.br/asteca/arte-asteca.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Templo_Mayor

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-eram-os-templos-maias

http://www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/civilizacao_maia.htm

http://www.bussolaescolar.com.br/historia_geral/civilizacao_inca.htm

http://www.historiadomundo.com.br/maia/ruinas-maias

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