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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: ESTÉTICA E HISTÓRIA DAS ARTES
DOCENTE: JOSÉ GLÁUCIO FERREIRA DE FIGUEIREDO
DISCENTE: JOÃO VICTOR PATRÍCIO CORDEIRO

AVALIAÇÃO DA PRIMEIRA UNIDADE


ANÁLISE COMPARATIVA DA ARTE NOS PERÍODOS: PRÉ-HISTÓRIA, SUMÉRIA
E EGITO ANTIGO

1. PRÉ-HISTÓRIA

1.1. CONTEXTO HISTÓRICO

A pré-história é dividida majoritariamente por dois períodos: a idade da pedra e


a idade dos metais. Seus nomes se dão dada a importância evolutiva do homem
ocorrida nesses períodos, que são a descoberta e o uso de ferramentas. No caso, o
uso da pedra e o uso dos metais, respectivamente.

A idade da pedra, foi um período bem amplo. Estima-se ter iniciado a cerca de
2,5 milhões de anos a.C. e tendo seu término em, aproximadamente, 3.000 a.C. Sua
significância histórica se dá por ser o período de descoberta do uso de ferramentas
pelos nossos ancestrais, assim como a evolução da dinâmica social, abandonando o
nomadismo para o sedentarismo. Se divide em três períodos:

• Paleolítico:

Foi o período onde nossos ancestrais aprenderam a utilizar a


pedra como ferramenta. Sua atividade para sobrevivência era a
caça e a coleta de vegetais e frutos, assim, viviam no nomadismo.

• Mesolítico:

Foi o período de transição entre o paleolítico e o neolítico. Esse


período não está presente no desenvolvimento de todos os
povos. Nesse período, foram estabelecidas as primeiras formas
de agricultura.

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• Neolítico:

Neste período, se deu o abandono do nomadismo, a partir de um


modelo de sobrevivência baseada na caça, agricultura e criação
de animais. Assim, são criadas pequenas aldeias. Neste período
há o desenvolvimento de cerâmica e de roupagens.

1.2. O QUE ERA ARTE?

O paleolítico apresentava uma arte muito ritualística, eram feitos rituais em


cavernas, os desenhos utilizavam materiais como carvão, sangue de animais e flores
esmagadas, que por mais que não possuíssem um objetivo artístico, podem ser
entendidas e apreciadas como tal.

A arte no período mesolítico é um pouco diferente do período anterior, de forma


que já começam a surgir uma arte ao ar-livre, em esquemas abstratos, com o
desenvolvimento da racionalização do homem, embora muitas representações desse
período eram figurativas, sobretudo de figuras humanas.

Comparada com o período anterior, a arte no Neolítico se apresenta em novas


formas, esculturas, obras arquitetônicas, com o diferencial em uma maior
especialização, não só pelo novo tratamento da pedra, mas por apresentar novas
técnicas de polimento e corte, bem como o aparecimento de formas geométricas.
Além disso, as representações no Paleolítico possuem características de realismo
naturalista, enquanto no Neolítico, percebe uma certa abstração nas obras.

1.3. CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS E ARTÍSTICAS DO PERÍODO

• Paleolítico;

Com esse aspecto mais ritualístico, no paleolítico não existia esse pensamento
artístico, ou seja, não existe o conceito de arte, as pinturas e desenhos eram
representações do cotidiano, formas de registro. Uma das técnicas mais utilizadas em
pinturas nas paredes era o uso do estêncil, uma estrutura tipo a zarabatana oca, para
soprar o pigmento, além do estêncil eles utilizavam muito as mãos.

A pintura no paleolítico contava com uma característica interessante, eles


pintavam, representavam, os animais, com flechas porque eles acreditavam que isso

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iria capturar o espírito do animal. Outra característica da pintura no paleolítico é a
sobreposição dos animais, um dentro do outro, para trazer uma ideia de movimento.

• Neolítico;

O homem primitivo no neolítico começa a outros tipos de obras, como


esculturas, que não trazem unicamente um objetivo de representar algo, mas sim uma
forma de brincar com as formas, trazem a geometrização, ou seja, a própria arte
começando a existir, um pensamento artístico propriamente dito, com diversos
objetivos, como transmissão de mensagens.

Arquitetura no período neolítico, se manifestou nos monumentos megalíticos,


de vários tipos e formatos, (menhires, dolmens e taulas) e tinham o objetivo de
homenagear os mortos.

2. SUMÉRIA

2.1. CONTEXTO HISTÓRICO

A Suméria foi a região onde surgiu a primeira civilização da história. A região


situava-se na baixa Mesopotâmia, onde, aproximadamente em 3300 a.C. suas
primeiras cidades-estados foram erguidas, cerca de 12, e eram compostas por uma
muralha em sua volta, cercadas por vilas e terras. Cada cidade tinha a sua própria
divindade, por esse motivo os templos eram as edificações principais da cidade-
estado, chamados de Zigurates.

Os zigurates eram feitos de tijolos e tinham um formato de pirâmide. De acordo


com as crenças dos sumérios, os deuses habitavam esses templos quando desciam
para a terra. Por conta disso, o acesso era limitado àqueles que exerciam governo
sobre o povo, o que demonstrava o caráter teocrático de seu império. O poder político,
primeiramente, se encontrava nas mãos da própria população, contudo, por conta dos
constantes conflitos entre as cidades-estados, houve a necessidade de se instituir
uma figura política central, o rei.

Os sumérios tinham como a sua principal atividade a agricultura e o comércio,


que foram características marcantes da sua civilização. Após uma grande e
avassaladora cheia na região, quatro cidades-estados se tornaram mais fortes do que

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as restantes. Essas cidades, então, começaram conflitos buscando a hegemonia na
região, o que as tornou fracas e suscetíveis à invasão dos acádios.

O povo acádio chegou à mesopotâmia no período entre 2550 a.C. e 2300 a.C.,
durante a dominação suméria na região. Anos depois, os acádios conseguiram
dominar o território com o rei Sargão, formando, assim, o Primeiro Império
Mesopotâmico ao unificar as cidades-estados sumérias.

2.2. O QUE ERA ARTE?

A arte na suméria se apresentou em vários âmbitos, provando uma evolução


nas formas de expressão, quando em comparação aos períodos anteriores da
humanidade, eram produzidas pinturas, esculturas (pequenas e médias), baixos-
relevos em estelas (placas de pedra), obras de artesanato (objetos utilitários) e
arquitetura, que veio a ser a mais desenvolvida dentre as formas de arte.

2.3. CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS E ARTÍSTICAS DO PERÍODO

A estatuária suméria realizada em pedra (geralmente em diorito, um material


muito duro e escuro), encontra fortes limitações técnicas pela escassez da matéria-
prima, razão pela qual a maior parte das esculturas são de pequena dimensão.
Bastante idealizadas e estilizadas, as estátuas adaptavam-se formalmente ao bloco
de pedra que as originou, pela adoção de volumes geométricos simples que
consagraram algumas regras canónicas, como a frontalidade, a simetria e a posição
das figuras (de pé ou sentada num trono). Representavam quase invariavelmente
figuras isoladas, deuses, altos funcionários (representantes do poder civil e religioso)
ou personagens femininas.

Para os Sumérios, as estátuas e pinturas substituíam o ser representado,


servindo essencialmente para rituais de veneração. A necessária identificação do
personagem era concretizada não só através da inscrição do seu nome na própria
escultura, mas também pelo cuidado posto na representação do rosto, normalmente
desproporcionado em relação ao corpo.

O relevo sobre pedra (aplicado em rochedos, estelas ou placas), bastante


difundido no mundo mesopotâmico, servia intenções essencialmente narrativas e
comemorativas. Contrariamente à escultura, que representava geralmente figuras

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isoladas, nos relevos surgiam cenas com várias figuras, evocando os acontecimentos
históricos mais significativos de determinada cidade ou dinastia.

Tendo sido um dos povos pioneiros no trabalho de metal, os Sumérios levaram


esta forma artística a um notável nível de desenvolvimento técnico e estético. Muitos
exemplares de objetos em ouro, prata, madeira e marfim, geralmente associando ouro
e prata foram descobertos em recentes escavações nas principais necrópoles
sumérias.

A arquitetura caracterizou-se pelo luxo e pelo exibicionismo. As principais


tipologias foram os palácios e os templos, os Zigurates, cópias dos existentes nos
Céus, feitos em argila, ladrilho e tijolo, pois a pedra era escassa na região, mesmo
problema que a confecção de estátuas enfrentava.

3. EGITO

3.1. CONTEXTO HISTÓRICO

O reino do Egito começou com a unificação de nomos, que eram comunidades


independentes umas das outras, e que primeiro se fixaram no vale do rio Nilo. A
unificação foi entre os nomos da região do Alto Egito (sul do rio Nilo) e Baixo Egito
(delta do rio Nilo). A unificação foi liderada por Menés, que era o líder do nomo do Alto
Egito e veio a se tornar o primeiro faraó (rei do Egito). Esse evento deu início ao
período do Antigo Império, que durou mais de mil anos.

Durante essa fase, houve a organização de um sistema monárquico, com os


poderes concentrados nas mãos do faraó, considerado uma figura divina. O governo
era teocrático. Nesta fase também foram erguidas, pelos faraós da 4ª dinastia, as
grandes pirâmides de Gizé, que se tornaram símbolos da civilização egípcia.

O período do Antigo Império foi, em sua maioria, estável. Teve uma pequena
instabilidade com a revolta dos nomarcas (chefes dos nomos), o que levou a conflitos
internos e desorganização da produção. O Egito só sofreu sua primeira invasão no
período do Médio Império.

A economia do Egito Antigo tinha como principal atividade a agricultura, ligada


diretamente à dependência das águas do rio Nilo. Eram cultivados, majoritariamente,

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trigo e cevada, mas também se cultivavam frutas, verduras, legumes, linho e papiro
(papel egípcio).

Os egípcios eram autossuficientes, então não havia uma atividade comercial


ligada à sua produção. A autossuficiência atingia todos os setores necessários para a
sobrevivência do reino, como alimentos e matérias primas (cobre, ferro e ouro).

A sociedade egípcia era estratificada e não possuía nenhuma mobilidade (por


exemplo, um camponês não poderia se tornar um sacerdote ou um nobre). Ela seguia
uma forma de pirâmide social, onde no topo se encontravam o faraó e sua família,
seguidos pelos sacerdotes e nobreza, depois pelos militares e escribas e, por fim na
base, os camponeses e escravos. Os camponeses e escravos tinham a função de
mão de obra de cultivo e de construção. Os sacerdotes eram responsáveis pelo
exercício da religiosidade no Império Egípcio, que era um dos traços mais marcantes
da cultura do Egito, e daí se dá a sua superioridade social.

A religião egípcia tinha um caráter politeísta (crença em diversos deuses). Seus


deuses tinham características de homens misturados com animais (antropo
zoomorfismo). A religião tinha um fator muito importante no império do Egito, já que o
governo era teocrático, o faraó era visto como uma divindade, e suas leis e modo de
governar condiziam com os costumes e leis religiosas. A crença na ressurreição era
forte, o que levou ao desenvolvimento de técnicas de mumificação e a construção das
pirâmides.

3.2. O QUE ERA ARTE?

As obras da arte egípcia eram muito ligadas à religiosidade desse povo. Então,
grande parte da obra é feita em homenagem aos deuses egípcios. As obras
representavam ainda eventos políticos, por isso o faraó é uma das figuras mais vistas
nas obras da arte desse povo. E trabalharam com a arte de diversos modos, nas
pinturas, nas esculturas, na arte decorativa, na arquitetura e outras formas.

3.3. CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS E ARTÍSTICAS DO PERÍODO

Na arquitetura os egípcios tiveram um grande destaque, como na construção


da Pirâmide de Quéops, parte do complexo de pirâmides de Gizé, e que é considerada
uma das sete maravilhas do mundo antigo, além da esfinge. A arquitetura egípcia

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também muito marcada por seu aspecto solido e alta durabilidade, que transpassam
um sentimento de eternidade, além de um aspecto misterioso e impenetrável.

As pirâmides tinham base quadrangular eram feitas com pedras que pesavam
em média duas toneladas e meia cada uma, mediam dez metros de largura, além de
serem admiravelmente lapidadas. A porta da frente da pirâmide voltava-se para a
estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a múmia. O interior era
um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a múmia do
faraó e seus pertences.

É importante destacar que para as construções “comuns” eles utilizavam os


adobes (tijolos feitos de barro secados ao sol). As pedras eram utilizadas para as
construções que deviam ser “perenes”.

A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das


atitudes religiosas, nota-se uma ausência de tridimensionalidade, ou seja, ignoravam
o sentido de profundidade, além do uso da tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação
do relevo. Mantinham sempre fidelidade a lei da frontalidade que determinava que o
tronco da pessoa fosse representado sempre de frente, enquanto sua cabeça, suas
pernas e seus pés eram vistos de perfil.

A hierarquia na pintura era representada pelo tamanho das pessoas, ou seja,


as pessoas com maior importância no reino, eram representadas maiores em relação
as outras. Nesta ordem de grandeza tem-se: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os
soldados e o povo. As figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as
masculinas, em vermelho.

Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição


serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com
isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda,
exageravam frequentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras
representadas uma impressão de força e de majestade.

Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também


expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam
colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios
hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
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4. COMPARAÇÃO, SEMELHANÇAS E INFLUÊNCIAS

Uma característica que marca ambas, Suméria e Egito, é o fato de que elas
nasceram em desertos cortados por rios, criando uma necessidade de canalização
das vias fluviais para a irrigação para a agricultura. Porém, os ciclos dessas águas
eram diferentes, o que forneceu desafios distintos para cada sociedade.

A crença geral mesopotâmica se baseava no caráter divino das terras, que


eram presentes dados pelos deuses. Em troca, homens deveriam prestigiá-los.
Diferentemente do Egito, onde o faraó era a personificação do próprio deus, os reis
sumérios eram canais de comunicação entre os deuses e o povo.

5. CONTRIBUIÇÕES

Elementos da religião do Egito antigo podem ser encontrados nas mais


diversas religiões do mundo atual, como a ideia da vida após a morte, a reencarnação
e o julgamento final. Suas pesquisas voltadas para a mumificação dos corpos
permitiram o desenvolvimento de conhecimentos na medicina. Também
desenvolveram estudos em astronomia e matemática, além de sofisticadas técnicas
agrícolas e de construção de templos e pirâmides.

Os sumérios inventaram a escrita cuneiforme, feita com talhes em placas de


argila. Entre as principais contribuições dos babilônios está o Código de Hamurabi,
um dos mais antigos códigos jurídicos escritos, que contém a famosa Lei de Talião
(“olho por olho, dente por dente”).

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