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FRATURA DE

TORNOZELO
ANATOMIA

• articulação do tornozelo é constituída por três ossos: tíbia, fíbula e tálus

• apresenta três superfícies articulares distintas: tibiotalar, fibulotalar e sindesmose tibiofibular distal.

• permite movimentos de dorsiflexão, flexão plantar e rotação do pé nos eixos axial e coronal.
articulação congruente em todas as posições do tálus.
• estabilidade determinada pelas relações ósseas intrínsecas da tíbia com a fíbula e pelo forte
complexo ligamentar existente entre esses ossos, o tálus e o calcâneo.
COMPLEXO LIGAMENTAR LATERAL
• formado pelo ligamento talofibular anterior,
calcaneofibular e o talofibular posterior.
• 1) talofibular anterior: restritor primário do
deslocamento anterior, da rotação interna e da
inversão do tálus. É o ligamento com lesão mais
frequente na entorse do tornozelo.
• 2) O calcaneofibular estabiliza a articulação subtalar
e é o principal restritor da inversão do retropé.
• 3) O talofibular posterior é uma estrutura bastante
forte e, portanto, de difícil lesão
COMPLEXO LIGAMENTAR MEDIAL
• Composição básica: ligamento deltoide que é
subdividido em cinco outros ligamentos, dispostos
em duas camadas, uma superficial e outra profunda.
• A camada superficial é composta pelos ligamentos
naviculotibial (mais anterior), calcaneotibial (mais
forte) e talotibial (mais posterior). Resiste às forças
de eversão
• Já a profunda é a mais forte e formada pela porção
anterior e posterior do ligamento talotibial. A porção
posterior intra-articular é a mais forte e delgada do
complexo deltóideo. previne a rotação externa do
tálus e é restritora primária da abertura medial.
SINDESMOSE TIBIOFIBULAR

• Composta por cinco ligamentos: membrana


interóssea, ligamentos tibiofibular anterior,
posterior, transverso inferior e interósseo.
• Os ligamentos sindesmoidais são os que mantêm a
fíbula na sua incisura tibial
• Durante a marcha e a movimentação do tornozelo,
a fíbula é submetida a movimentos de lateralização
(1,5 mm), rotação e ascensão (2,4 mm), o que
ocorre devido às características anatômicas do
tálus, o qual tem o formato trapezoidal, sendo mais
largo anteriormente e mais estreito posteriormente.
MECANISMO DE TRAUMA

• Decorrentes de um mecanismo torsional, ocorrem de acordo com a posição do pé e a direção da


energia envolvida no momento do trauma
• O pé pode estar supinado (inversão) ou pronado (eversão), acompanhado de forças associadas
de adução, abdução ou rotação externa
• A posição do pé associado ao movimento torsional desencadeará uma sequência de eventos
gerando diversos padrões de lesões ósseas (fraturas maleolares) e/ou ligamentares.
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
• História de trauma indireto e têm relação frequente com a prática de esportes, acidentes domésticos e de trânsito

• A apresentação clínica depende do mecanismo de trauma (posição do pé e forças deformantes), da energia envolvida, da
gravidade da lesão dos tecidos moles e do tempo decorrido entre o acidente e a admissão do paciente.

• Dor é a queixa principal, acompanhada de edema e, em certos casos, incapacidade funcional do tornozelo

• Atenção às características do edema e deformidades ósseas, sobretudo nos casos de subluxação e luxação da articulação.

• Perfusão tecidual e a sensibilidade plantar devem ser avaliadas

• A síndrome compartimental é pouco frequente, mas deve ser descartada nos traumas de alta energia.
• Exame físico isolado na fase aguda é incapaz de diagnosticar todas as lesões presentes, uma vez que a dor e o edema pós-
traumático dificultam a palpação e a execução de manobras que comprovem as lesões. No entanto, o exame de todo o
membro envolvido deve ser realizado, em busca de lesões associadas e dos traumas com extensão proximal
EXAME DE IMAGEM
• Três incidências radiográficas: anteroposterior, anteroposterior
verdadeiro (“Mortise” com rotação interna de 20°) e perfil.
CLASSIFICAÇÃO: SISTEMA DE GRADAÇÃO
ANATÔMICO
• Grau I. Lesão leve, com pouco edema e equimose. Sem
ruptura ligamentar, se presente, sem instabilidade, marcha
sem claudicação, melhora rápida do quadro clínico
• Grau II. Lesão moderada com edema difuso e equimose
mais extensa. Grau de incapacidade funcional é mais intenso,
impede a deambulação sem claudicação. O ligamento
talofibular anterior está roto, com lesão parcial do
calcaneofibular
• Grau III. Lesão grave com dor, edema acentuado e
equimose extensa. Os ligamentos laterais, talofibular anterior
e
calcaneofibular encontram-se rotos. Pode haver lesão do
tibiofibular anterior. instabilidade franca às manobras de
estresse e incapacidade para deambular sem o auxílio de
muletas.
CLASSIFICAÇÃO FRATURAS

• Relaciona o traço de fratura com o mecanismo do trauma em sua classificação, tomando como
referência a posição do pé e a direção da força aplicada.
• Baseada no tipo e na localização do traço de fratura
da fíbula com relação à sindesmose.
• Weber A: se situam abaixo do nível da sindesmose,
portanto, são as infrassindesmais;
• Weber B são aquelas em que o traço de fratura está
ao nível da sindesmose, portanto, são as trans-
sindesmais.
• Weber C são aquelas cujo traço de fratura é
suprassindesmal.
• Uma extensão da classificação de Danis-Weber. Permite inferir o prognóstico e planejar a
abordagem terapêutica.
• As fraturas maleolares são representadas pelo grupo 44, com os subtipos A, B e C, respeitando
as subdivisões de Weber
TRATAMENTO LESÕES LIGAMENTARES
AGUDAS
• Baseia-se no grau da lesão e na estabilidade da articulação

• Deve-se descartar fratura

• Tratadas com imobilização (tala suropodálica ou bota imobilizadora), gelo, repouso e elevação do
membro.
• Medicações analgésicas e anti-inflamatórias.

• Os pacientes com dor ao apoiar o membro devem ser orientados a usar um par de muletas e evitar a
carga.
TRATAMENTO DE FRATURAS
• Os princípios gerais que devem nortear o tratamento são:

1) Luxações e desvios das fraturas devem ser reduzidos o


quanto antes.

2) Superfícies articulares devem ser restauradas.

3) Reduções adequadas devem ser mantidas até a consolidação


das fraturas.

4) Mobilização articular precoce.


• Essas fraturas podem se apresentar com diferentes
condições de tecidos moles, é importante diagnosticar os
casos em que a articulação se apresenta luxada e a redução
do tornozelo deve ocorrer no centro cirúrgico, sob anestesia.
• A estabilização provisória é assegurada pelo uso de um
fixador externo transarticular
TRATAMENTO DE FRATURAS

• Se não há edema acentuado e com a possibilidade de tratamento definitivo da fratura, a redução


aberta e osteossíntese definitiva nesse momento.
• Caso contrário, é preferível aguardar a evolução dos tecidos moles e executar a fixação
definitiva ao redor de sete a 14 dias, ou quando as partes moles permitirem. Sinal da ruga ilustra
a melhora do edema e a adequação do envelope de tecidos moles.
• Todas as fraturas desviadas do tornozelo são potencialmente instáveis e, como regra, a
redução anatômica e a restauração da congruência articular exata só podem ser
conseguidas através de métodos cirúrgicos.

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