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Traumatologia e ortopedia I;

Tratamento fisioterapêutico nas


artroplastia de quadril

• Prof. Esp. Mateus Santos do Nascimento


ARTROPLASTIA DE QUADRIL

• Artroplastia de Quadril

• Principais indicações e contraindicações

• Tipos de artroplastia de quadril

• Pós-operatório e posicionamentos

• Intervenção fisioterapêutica no pós-operatório precoce e tardio


ARTROPLASTIA DE QUADRIL
• Grande avanço em cirurgia ortopédica
• Philipe Wiles (1938) – conceito da primeira ATQ
• Substituição dos componentes ósseos da articulação do quadril por
uma prótese
• Abordagem anterior, lateral ou posterior
• Parcial ou total
• Prótese cimentada ou não cimentada
ARTROPLASTIA DE QUADRIL

PARCIAL TOTAL

Troca da cabeça do Componente


fêmur acetabular

Aliviar a dor e Distribuir


cargas Componente femoral
Anterior Posterior Lateral

Músculos e Melhor exposição


Facilidade para
tendões do acetábulo e
implantar
poupados canal femoral

Não interfere na
Mais trabalhosa abdução (glúteo Menos luxação
médio)

Risco de lesão do
Menor risco de Risco de lesionar
n.cutâneo lat. Da
TVP abdutores
coxa

Maior risco de
luxação
Não
Cimentada Híbrida
cimentada
Elasticidade Fixação com Parte
semelhante ao parafusos cimentada/ não
osso (macro) cimentada

Osteointegração
Resiste à
(micro suporte
compressão
de carga)

Não resiste ao Press fit –


cisalhamento e pressão na
tensões região

Evitar
Porosidade movimentos*–
tecido fibroso
• Cimentada:
• são fixadas ao osso do paciente através do cimento acrílico
• O cimento penetra na porosidade do osso e a fixação do implante é imediata
• São indicadas para pacientes cujo osso tem pouca capacidade de crescimento e remodelação

• Não Cimentadas:
• São ajustadas ao osso, e a fixação secundária é feita pelo próprio organismo por bioatividade ou
através do crescimento do osso para dentro da superfície porosa da prótese, fenômeno chamado
osteointegração
• São indicadas para pacientes cuja qualidade do osso seja capaz de suportar as pressões durante o
ajuste e a estabilização primária da prótese e que tenha a capacidade de promover fixação
secundária do implante, através do crescimento e remodelação do tecido ósseo, tal como ocorre
Fixam-se através do crescimento ósseo
para dentro de microscópicos orifícios em
sua superfície metálica.

Macrotravamento com parafusos


Para que ocorra crescimento ósseo que fixe os componentes femorais não
cimentados, estas próteses são inseridas sob pressão no canal femoral.

A parte proximal (superior) é o local onde a cabeça femoral é acoplada.


A parte intermediaria possui microporos (microtravamento) que devem ser
preenchidos por osso para que ocorra a fixação da prótese.
Também existem os componentes revestidos por materiais sintéticos com
composição parecida a do osso e que auxiliam na fixação da prótese ao osso do
paciente.
Fratura do colo femoral em idosos com
cartilagem do acetábulo preservada,
eventualmente pode ser utilizado o componente
femoral com uma grande cabeça femoral de
metal articulando diretamente no acetábulo do
paciente, com a articulação se fazendo
diretamente entre a cabeça femoral metálica e a
cartilagem acetabular.
Indicações
• Doenças degenerativas (osteortrose)

• Fraturas da cabeça e colo do fêmur

• Fraturas do acetábulo

• Osteonecrose da cabeça do fêmur (comum em falcêmicos)

• Sequelas de luxações congênitas


Principais contraindicações
• Infecções ativas

• Processos osteodegenerativos progressivos

• Doença neuromuscular progressiva

• Ausência ou insuficiência da função abdutora do quadril


Principais complicações
• Trombose venosa profunda (1%)

• Luxações (1 a 3%)- mau posicionamento, obesidade, insuficiência mm.abdutores)

• Lesões neurológicas (nn. Ciático, cutâneo lateral da coxa e femoral)

• Lesões vasculares (raras)

• Infecções (1%)

• Fraturas
Intervenção fisioterapêutica no pré-
operatório
• AVALIAÇÕES:
• Dor
• Marcha
• Força muscular
• Atividades de vida diária
• Mensurações antropométricas dos membros inferiores
• Informações ao paciente
Observação
• O paciente que recebe atenção fisioterapêutica durante o pré-
operatório, compreende qual será a sua condição após a cirurgia,
diminuindo, assim, os riscos das complicações
• Concluíram que o programa pré-operatório a curto prazo com
Fisioterapia;
• Acelera a recuperação funcional de forma precoce dos pacientes
imediatamente pós artroplastia
Intervenção fisioterapêutica no pós
operatório precoce
Intervenção fisioterapêutica no pós
operatório precoce
Intervenção fisioterapêutica no pós
operatório precoce e tardio
• Precoce;
• (1ª semana) – 2º dia colocar paciente para deambular com andador
- Uso de meias compressivas (30 dias)
- Mobilização precoce (flexo-extensão, abdu/adu*, flex/ext. joelho) – NÃO EXCEDER 90º
- Manutenção/ganhar força muscular (exercícios isométricos da coxa e ativo-assistidos
– flexão, extensão)
- Descarga parcial de peso com dispositivos auxiliares
- Deambulação com dispositivos auxiliares (andador, muletas...)
- Trabalhar força no membro NÃO OPERADO
- Avaliar cicatriz diariamente
- Exercícios respiratórios
Orientações e cuidados
• Evitar flexão a 90° do quadril (não sentar em locais baixos)
• Sentar e inclinar tronco para trás
• Evitar flexão anterior de tronco
• Não cruzar as pernas (Não realizar adução além da linha média)
• Evitar agachamentos
• Dormir em decúbito dorsal (precoce) ou lateral oposto a perna
operada
• Evitar rotação interna ou externa do quadril
Intervenção fisioterapêutica no pós
operatório precoce e tardio
• Tardio:
- Manutenção/ganho da força muscular (exercícios isotônicos)
- Descarga total de peso
- Deambulação
- Condicionamento cardiovascular
- Evitar impactos repetitivos
• Bates e Hanson (1998);
elaboraram um protocolo de terapia aquática dividido em 4 fases aumentando
o número de repetições e séries do alongamento e fortalecimento.
• Bhave et al. (2005);
• realizaram um tratamento para fraqueza do abdutor e contratura muscular com
eletroestimulação, fortalecimento, hidroterapia e terapia invasiva com uso da
toxina botulínica tipo A, apresentando uma melhora dos sintomas e função em
92%.
• Genêt et al. (2007);
• Realizaram um estudo entre a 1ª e 2ª semana de reabilitação pós-operatório;
• Deve haver uma vigilância restrita no que se refere a contraindicação
começando com fortalecimento muscular isométrico e isotônico, treinamento
rítmico com velocidades controladas, descarga de peso – quando permitido,
independência na mobilidade e transferência no leito, marcha em todas as
direções e independência nas atividades diárias.
• No estudo realizado por Takata et al. (1995), no 1° dia do pós-
operatório, os pacientes foram orientados a se exercitarem por meio de
contrações isométricas da musculatura da coxa, iniciando no 3º dia, os
exercícios ativo-assistidos de flexão e extensão do joelho.
• Em estudo, com 40 AQ, os pacientes foram submetidos a exercícios
ativos e carga progressiva até a 3ª semana pós-operatória, quando
iniciaram carga total (MORAES, 2008).
• Em próteses cimentadas, segundo Kauffman (2001), os pacientes que
não apresentam complicações são, em geral, encorajados a deambular
no 1º dia após a cirurgia.
• Virtuoso et al. (2008) a marcha pode evoluir do andador para a bengala
e depois não usar nenhuma órtese, conforme tolerado pelo paciente,
seu estudo, inicia o treino de marcha com descarga parcial de peso no
2º dia de pós-operatório com o uso do andador e no 3º dia com uso de
muletas realizando a marcha de 3 pontos.
• Para Takata et al. (1991), o período de marcha com carga parcial foi
somente até a 8ª semana, sendo permitida marcha com carga total a
partir desse período.
• Em próteses não cimentadas, segundo Boschin et al. (2003), o
paciente ficou sentado no leito no dia seguinte pós-cirurgia,
permitindo-se que ficasse em pé com auxilio no 2º dia e pequenas
caminhadas com descarga parcial de peso a partir do 3º dia.
Entretanto, descarga total de peso não foi permitida antes do 3º mês

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