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Avaliação e reabilitação

fisioterapêutica na fase
pós-operatória da
amputação e pré-
protetização
Prof.a Ma. Miriã Cândida Oliveira
Avaliação pós-operatória de
amputação

Equipe
multidisciplinar

Aspectos Aspectos Aspectos físico-


emocional; socioeconômico; funcional.
Avaliação físico-funcional
pós-operatória de amputação

 Anamnese
 Exame físico:
1. Agilidade
2. Compreensão
3. Força muscular
4. Amplitude de movimento
articular e do coto.
Anamnese

Informações Causa da
pessoais Existência de
amputação, data
patologias
• Nome, idade, sexo, da cirurgia e o
data de nascimento, associadas e uso
hospital onde foi
estado civil, profissão, de medicamentos.
endereço e telefone. realizada.
Avaliação da Compreensão

 Nível de compreensão: pode ser classificado como bom, regular ou


ruim.
 É avaliado no momento da anamnese.
 Se o paciente é capaz de responder às perguntas e de compreender
um movimento solicitado, é sinal de compreensão íntegra.

Caso o paciente apresente dificuldade para atender aos comandos,


precisará sempre de alguém para acompanhá-lo em todas as fases de
reabilitação fisioterapêutica, além de auxiliá-lo em casa nas AVD’s.
Avaliação do coto

Palpação
• Estruturas situadas
na região do coto,
a pele, o tecido
subcutâneo e os
locais onde o
paciente refere-se à
dor e a sensações
anormais.
Avaliação do coto

Circunferência do coto
 A medida da deve ser feita em sua
extremidade a cada 5 cm com uma
fita métrica.
Avaliação do coto

Comprimento do coto
 Em amputações transtibiais
 Cotos médios e Longos: a partir da
tuberosidade da tíbia até a
extremidade distal do coto.
 Cotos curtos: a partir da borda
inferior da patela até a
extremidade distal do coto.
Avaliação do coto

Comprimento do coto
 Em amputações transfemorais
 Cotos médios e Longos: a partir do
trocânter maior do fêmur até a
extremidade distal do coto.
 Cotos curtos: a partir da espinha
ilíaca anterossuperior até a
extremidade distal do coto.
Avaliação do coto

Forma do coto
 Pode ser globosa, cônica ou
irregular.
 A presença de edema e de
proeminência óssea, como os
casos de espículas ósseas,
também deve ser investigada.
Avaliação do coto

Cicatrização
 Normal
 Inadequada: presença de
secreção e deiscência da sutura
(não fechamento das suturas).
 Aderida: tecidos adjacentes se
encontram aderidos à cicatriz.
Sensação de membro e dor fantasma

 Sensação fantasma: é quando o


paciente diz sentir o membro
amputado, relatada como
formigamento, pressão ou parestesia.
Pode desaparecer com o tempo ou
permanecer definitivamente.
 Dor fantasma: o paciente relata sentir
dores no membro amputado na forma
de aperto ou queimação, e podem ser
contínuas ou intermitentes.
Avaliação do coto

Cicatrização
 Normal
 Inadequada: presença de
secreção e deiscência da sutura
(não fechamento das suturas).
 Aderida: tecidos adjacentes se
encontram aderidos à cicatriz.
Avaliação do movimento articular

Goniometria
• Investiga a presença de
contratura ou retração
muscular e alteração
articular que comprometa a
amplitude de movimento
articular (ADM).
Avaliação da agilidade

 Avalia a independência do
paciente na realização de suas
Atividades da Vida Diária
(AVD’s) e também em relação
à sua participação social na
comunidade.
 Segundo Pedrinelli (2004), a
agilidade do paciente pode ser
classificada numa graduação
de 0 a 3.
Avaliação da força muscular

 Avaliada de forma global em


todos os segmentos corporais,
inclusive o coto.
 Uma das ferramentas que
podem ser utilizadas é a
escala de Kendall e McCreary
(1990), gradua a força de 0 a
100%.
 Identificação dos segmentos
que apresentam déficits
funcionais e fraquezas
musculares.
Avaliação
da força
muscular
ESCALA DE KENDALL
Técnica de mioplastia

 Verificar a função dos músculos


agonistas e antagonistas para
confirmar a eficácia do procedimento.
 Solicitar os movimentos de flexão e de
extensão com o coto.
 Se conseguir realizá-los, significa que a
mioplastia é funcional; caso não
consiga, diz-se que a mioplastia é
inadequada.
Cuidados pós-cirúrgicos agudos

 Cicatrização da ferida operatória


 Controle da dor
 Controle do coto para futura
protetização
 Ganho de independência e
mobilidade
Cuidados pós-cirúrgicos agudos

 Evitar infecções, edema e posicionamento inadequado!


Cuidados pós-cirúrgicos agudos

Prevenir a formação de
Assim que edema;
liberado pelo
médico Estimular o metabolismo
cirurgião, o da região do coto;
coto já deve
ser enfaixado. Modelar para a
protetização.
Cuidados pós-cirúrgicos agudos

Enfaixamento compressivo
 A maior compressão deve ser na extremidade
distal do coto e essa pressão deve ser
gradativamente diminuída em direção
proximal ao segmento amputado.
 É importante que o enfaixamento tenha
abrangência de todo o segmento do coto de
amputação.
E para aqueles pacientes que não toleram o
enfaixamento, devem ser prescritas meias de
compressão próprias para cotos.
Cuidados pós-cirúrgicos agudos

Enfaixamento compressivo
 A maior compressão deve ser na extremidade
distal do coto e essa pressão deve ser
gradativamente diminuída em direção
proximal ao segmento amputado.
 É importante que o enfaixamento tenha
abrangência de todo o segmento do coto de
amputação.
E para aqueles pacientes que não toleram o
enfaixamento, devem ser prescritas meias de
compressão próprias para cotos.
Enfaixamento
compressivo
1. Posicione uma das pontas da faixa pouco
abaixo do joelho, leve para parte posterior
da perna.
2. Dê uma volta de na perna com objetivo de
prender a ponta da faixa.
3. Então, desça na diagonal dando pressão
na região da ponta do coto, depois suba
na diagonal pela parte posterior.
Enfaixamento 4. Repita os movimentos nas diagonais
compressivo formando desenhos de X, aliviando a
pressão na região próxima ao joelho.
5. O enfaixamento deve finalizar próximo ao
joelho.
6. Prenda a faixa sem garrotear o membro.
7. A pressão da faixa elástica deve ser maior
na ponta do coto, e menor na região
próxima ao joelho.
 O primeiro enfaixamento deverá ser sob
orientação de um profissional
especializado, que ensinará a forma
Recomendações correta ao paciente e a um
acompanhante.
do enfaixamento
É necessário que o coto esteja totalmente
compressivo 
cicatrizado.
voltados ao  Em caso de formigamento, retire a faixa
paciente elástica e refaça com um pouco menos de
pressão.
 Troque o enfaixamento ao menos 3 vezes
ao dia. Entre uma troca e outra faça
massageie o coto.
Link vídeo de enfaixamento compressivo

 https://www.youtube.com/watch?v=J3CEhcen6b4&ab
_channel=Conforp%C3%A9s
Cuidados pós-cirúrgicos agudos

Contratura articular e muscular


 Evitada com a orientação de
posicionamento.

 Evitar posições de flexão, abdução,


rotação externa de quadril e, no caso de
amputação transtibial, a flexão de joelho.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

 Todo paciente pode usar Prótese?


Não!
 Contraindicações
 Alterações clínicas graves Nesses casos, os pacientes
 Cotos muito curtos e proximais devem receber tratamento
fisioterapêutico para adquirir o
 Alterações funcionais pré amputação máximo de independência
possível, mesmo sem a prótese.
 Incapacidades graves
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Avaliar as condições gerais do coto


• Presença de cicatriz hipertrófica?
• Infecção?
• Aderências?
• Distúrbios de sensibilidade?
• Espículas ósseas?
• Neuromas?
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Treinar e
Treinar proporcionar
Realizar atividades transferências e marcha com Recuperar a
sem a prótese; equilíbrio auxiliares e função muscular;
ortostático; locomoção em
cadeira de rodas;

Prevenir e eliminar
contraturas,
prevenindo Analgesia; Modelar coto.
deformidades
secundárias;
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

No primeiro mês após a cirurgia, a


Exercícios isométricos em torno de
cicatrização deve receber cuidado
duas a três vezes por dia.
especial e o imobilismo deve ser evitado.

Amputação de membro inferior:


Mudança de decúbito no leito = decúbito ventral no leito durante 15
prevenção de deformidades. minutos, 3 vezes ao dia, para prevenir
deformidade em flexão.
Fisioterapia pós-
operatória e pré
protetização
 Saída precoce do leito.
 Ortostatismo auxiliado
e treino de marcha.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Dessensibilização
 Realizada na extremidade distal do coto,
utilizando estímulos sensitivos.
 Objetivos: 1. Normalizar a sensibilidade
local; 2. Facilitar a adaptação da prótese.
 Estímulos com algodão, esponja fina,
esponja grossa, lixa fina, lixa grossa, calor
superficial e crioterapia.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Dessensibilização
 Realizada na extremidade distal do coto,
utilizando estímulos sensitivos.
 Objetivos: 1. Normalizar a sensibilidade
local; 2. Facilitar a adaptação da prótese.
 Estímulos com algodão, esponja fina,
esponja grossa, lixa fina, lixa grossa, calor
superficial e crioterapia.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

 Treinamento de
transferências de
atividades básicas da
vida diária e de
transporte.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

 Treinamento de
transferências de
atividades básicas da
vida diária e de
transporte.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Exercícios Exercícios de
Alongamento Exercícios
ativos livres e equilíbrio e
muscular: pendulares:
assistidos: coordenação:

Prevenção de Manutenção Alongamento Abrangem


contratura e da ADM e muscular e tronco e
encurtamento prevenção de prevenção de membros, com
muscular. contraturas. contraturas. e sem apoios.

Contraturas e deformidades impedem a protetização.


Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Transferência de
Exercícios de Exercícios Exercícios de
peso e treino de
resistidos isotônicos propriocepção
marcha

Treinamento de
Exercícios de
AVD’s para Treino do Treino para
fortalecimento
independência equilíbrio protetização
muscular
funcional

O objetivo sempre será promover a independência funcional.


Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Treino de marcha
 Realizar exercícios com descarga de peso
bilateral.
 Realizar fortalecimento da musculatura
dorsal e abdominal para otimizar a
deambulação.
 Realizar fortalecimento de MMSS para
melhora da funcionalidade e auxílio da
marcha (dispositivos auxiliares).
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Exercícios respiratórios

 Manutenção do
condicionamento pulmonar.
 Aparelhos e equipamentos
respiratórios e exercícios de
padrões ventilatórios.
Fisioterapia pós-operatória e pré protetização

Sensação/dor fantasma
 Dor, pressão ou parestesia.
 Realizar terapia com espelho!
 Ocultar o membro amputado e no espelho
e o paciente observa o membro oposto
existente.
 A estratégia auxilia na reconstrução da
percepção corporal para que a
sensação/dor diminua.
Referências bibliográficas

 Barbin, Isabel Cristina Chagas. Prótese e órtese. Londrina : Editora e


Distribuidora Educacional S.A., 2017. 168 p. B236p

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